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Aluno: Lucas Ribeiro Pereira

Matrícula: 21009291
Turma: LAQ041

1 – Como era caracterizada a arquitetura elaborada sob a influência


neoclássica, difundida pela Imperial Academia de Belas Artes? Explique com
eram as linhas básicas da composição arquitetônica e as paredes.

“A arquitetura elaborada sob a influência da Academia era caracterizada pela clareza


construtiva e simplicidade de formas. Apenas alguns elementos construtivos como cornijas e
platibandas eram explorados como recursos formais. Em geral, as linhas básicas da
composição eram marcadas por pilastras, sobre as quais, nas platibandas, dispunham-se
objetos de louça do Porto, como compoteiras ou figuras representando as quatro estações do
ano, os continentes, as virtudes etc. As paredes, de pedra ou de tijolo, eram revestidas e
pintadas de cores suaves, como branco, rosa, amarelo ou azul pastel e sobre esse fundo se
destacavam janelas e portas, enquadradas em pedra aparelhada e arrematadas em arco pleno,
em cujas bandeiras dispunham-se rosáceas mais ou menos complicadas, com vidros coloridos.
Os corpos de entrada, salientes, compunham-se de escadarias, colunatas e frontões de pedra
aparente, formando conjuntos, cujas linhas severas evidenciavam um rigoroso atendimento às
normas vitruvianas. Nesses pontos, sobretudo, é que se aplicava com esmero a imaginação dos
arquitetos, na utilização dos ensina- mentos acadêmicos, com o objetivo de marcar obras em
termos de estilo.” ( Reis Filho, pág. 117)
 
A arquitetura elaborada sob a influência neoclássica, difundida pela Imperial Academia de
Belas Artes, era característica do período neoclássico, que ocorreu aproximadamente entre
meados do século XVIII e início do século XIX. Esse movimento arquitetônico foi marcado por
uma busca pela inspiração na arquitetura da Grécia e Roma antigas, buscando retomar a estética
e os princípios daquelas civilizações clássicas.
Na arquitetura neoclássica descrita no texto, a clareza construtiva e a simplicidade de formas
eram características-chave. As linhas básicas da composição arquitetônica eram marcadas por
pilastras, que eram elementos estruturais utilizados como recursos formais. Essas pilastras eram
dispostas de forma a criar uma sensação de equilíbrio e harmonia na fachada do edifício.
As paredes eram construídas principalmente com pedra ou tijolo e eram revestidas e pintadas
com cores suaves, como branco, rosa, amarelo ou azul pastel. Essas cores suaves serviam como
fundo para destacar as janelas e portas. As janelas e portas eram enquadradas em pedra
aparelhada e arrematadas em arco pleno, que conferia um aspecto elegante e simétrico à
fachada.
Nas platibandas, que eram elementos horizontais de decoração na parte superior das paredes,
eram dispostos objetos de louça do Porto, como compoteiras ou figuras representando
elementos simbólicos, como as quatro estações do ano, os continentes e as virtudes. Esses
elementos decorativos complementavam a estética neoclássica, adicionando um toque de
ornamentação aos edifícios.
Os corpos de entrada das edificações neoclássicas, que eram salientes, eram compostos por
escadarias, colunatas e frontões de pedra aparente. Esses elementos formavam conjuntos
arquitetônicos que enfatizavam linhas severas e simétricas, demonstrando um rigoroso respeito
às normas vitruvianas, que eram os princípios de proporção e harmonia estabelecidos pelo
arquiteto romano Vitrúvio.
Em resumo, a arquitetura neoclássica difundida pela Imperial Academia de Belas Artes era
caracterizada pela clareza construtiva, simplicidade de formas, linhas básicas marcadas por
pilastras, paredes revestidas e pintadas com cores suaves, janelas e portas enquadradas em pedra
aparelhada, elementos decorativos nas platibandas e corpos de entrada compostos por
escadarias, colunatas e frontões de pedra aparente. Essa arquitetura buscava resgatar a estética
clássica da Grécia e Roma antigas, expressando equilíbrio, harmonia e ordem.

2 – Com base nos aperfeiçoamentos construtivos e na alteração dos hábitos da


época quais foram as alterações de uso e de materiais sofridos pelos
sobrados?

“Nos sobrados, o térreo nunca era utilizado pelas famílias. Nos andares superiores, porém, as
plantas repetiam a disposição das casas térreas. Um corredor, ao longo da parede lateral,
levando da rua aos fundos dava acesso à sala da frente, passava pelas alcovas na parte central
e chegava à sala de refeições ou varanda, nos fundos, da qual, por sua vez, partiam a cozinha e
cômodos de serviço. Nos exemplos mais ricos, o cor- redor assumia a posição central, servindo
de eixo a uma planta simétrica, onde se repetiam, quase exata- mente, de cada lado, as peças
mencionadas. Uma inovação importante era o aparecimento das casas térreas com porão.
Definido como de fins exclusivamente residenciais, esse novo modelo vinha evidebicar uma
diferenciação clara entre os edifícios destinados para domicilio e os locais de trabalho. Dentro
do novo esquema, as casas, cujas fachadas continuavam a ser erigidas sobre o alinhamento das
ruas, tinham o primeiro pavimento elevado em relação às vias públicas e, portanto, não
podiam ser ocupados por lojas, mas apenas por residências, indicando nas vilas e cidades a
moradia dos grandes proprietários rurais ou de pessoas que viviam de rendas, pelo contraste
que faziam com as casas de comerciantes e oficinas mecânicas, que abriam suas portas para a
rua. A entrada era constituída por um patamar, de um ou dois metros de comprimento, sobre o
qual se abriam as gigantescas folhas da porta principal. As soleiras, quase sempre de granito,
formando degrau sobre a rua, eram seguidas, já no patamar, pelo clássico piso em xadrez de
mármore preto e branco e, de- pois, por cinco ou seis degraus, comumente de madeira, mas,
nos casos de mais luxo, de mármore também. A seguir, um novo patamar, para o qual se
abriam as portas das salas de visitas ou salões. Nesse ponto, fechava-se o corredor com uma
porta de madeira e vidros coloridos, com altura reduzida e acabamento. leve, que permanecia
trancada, como proteção à vida da família, enquanto a porta principal permanecia sempre
aberta, como ainda hoje, como um símbolo de generosa acolhida e hospitalidade.
No interior, procurava-se imitar os costumes das residências mais refinadas do Rio de Janeiro.
Nas salas, as janelas eram cobertas por cortinas de damasco, com franjas de bolas e, entre elas,
alinhavam-se as cadeiras, dunquerques e consolos com tampos de mármore, sobre os quais se
dispunham pares de jarras de porcelana, às vezes de estilo rococó, decoradas com 127 motivos
românticos, em cores e, acima destas, nas paredes, grandes espelhos. Ao centro, uma pequena
mesa, coberta com toalha de veludo, servia de apoio a um vaso ou bandeja de prata. Num dos
lados alinhavam- -se as cadeiras sempre doze ou vinte e quatro dispostas de um modo formal e
segundo uma organização hierárquica: nas pontas as menores e sem braços, voltadas
discretamente para as mais imponentes, de braços e espaldar alto ou para os sofás, no centro,
onde deveriam sentar-se as pessoas de maior autoridade. Nos cantos, comumente o piano,
coberto por uma toa- lha de damasco, a marquesa, o sofá de palhinha, de três e mesmo quatro
lugares, enfeitados com medalhões nos espaldares e, ao pé, as escarradeiras de louça colorida.
Na sala de jantar, a mesa central, sempre de grandes dimensões, era recoberta com a toalha de
da- masco quando não estava em uso, e tinha, ao centro, uma fruteira gigantesca, de louça,
com a forma de bandejas superpostas, apoiadas em uma coluna central. Em torno, como nas
saletas, sobre os consolos ou em mesas menores - de pé central e igualmente circulares ou
ovais ficavam outros vasos, o relógio de mesa e o cache-pot de louça. As paredes, muito altas,
com pés-direitos” (Reis Filho, pág. 126, 127, 128)

No passado, o térreo dos sobrados não era utilizado pelas famílias, enquanto os andares
superiores seguiam a disposição das casas térreas. No entanto, houve uma inovação importante
com o surgimento das casas térreas com porão, que diferenciava claramente os edifícios
destinados à residência dos destinados ao trabalho. As casas térreas com porão eram
exclusivamente residenciais e indicavam a moradia dos grandes proprietários rurais ou pessoas
que viviam de rendas, em contraste com as casas de comerciantes e oficinas mecânicas que
tinham lojas abertas para a rua.
Os sobrados apresentavam uma série de materiais em sua estrutura. As soleiras eram geralmente
feitas de granito e formavam um degrau sobre a rua. O patamar era revestido com um piso
clássico em xadrez de mármore preto e branco. Os degraus eram normalmente feitos de
madeira, mas em casos mais luxuosos, também podiam ser de mármore. As portas das salas de
visitas ou salões eram feitas de madeira e vidros coloridos, com altura reduzida e acabamento
leve. Nas salas, as janelas eram cobertas com cortinas de damasco com franjas de bolas. Os
móveis incluíam cadeiras, dunquerques e consolos com tampos de mármore, pares de jarras de
porcelana, espelhos grandes nas paredes, mesas cobertas com toalhas de veludo, vaso ou
bandeja de prata, piano, marquesa, sofás de palhinha, escarradeiras de louça colorida, entre
outros.

3 – Explique como a mão de obra escrava e os elementos estruturais de terra restringiram o


uso das características neoclássicas nas residências das províncias.

“As construções, aproveitando a mão-de-obra escrava, eram rudimentares. Os elementos


estruturais, sempre grosseiros, construídos de taipa de pilão, adobe ou pau -a-pique - portanto
de terra não permitiam o uso de colunatas, escadarias, frontões ou quaisquer tipos de soluções
mais complexas. Nessas condições, as características neoclássicas ficavam restritas apenas a
elementos de acabamento das fachadas, com importância secundária, como as platibandas,
com seus vasos e suas figuras de louça ou as portas e janelas arrematadas com vergas de arco
pleno, que vinham substituir os arcos. de centro abatido, de estilo barroco” (Reis Filho, pág.
124)

A utilização da mão de obra escrava nas construções resultava em um trabalho rudimentar e


pouco especializado. Os escravos não possuíam treinamento formal em técnicas construtivas
avançadas, o que limitava a execução de estruturas complexas. Dessa forma, a construção das
residências era realizada de maneira simples e com pouca sofisticação técnica, dificultando a
incorporação de características neoclássicas que exigiam maior habilidade e conhecimento
especializado.
A predominância de elementos estruturais de terra, como taipa de pilão, adobe ou pau-a-pique,
também restringia o uso das características neoclássicas. Esses materiais eram considerados
rudimentares e apresentavam limitações estruturais. Eles não permitiam a construção de
colunas, escadarias imponentes, frontões decorativos ou outras soluções arquitetônicas mais
complexas características do estilo neoclássico.

4 – De acordo com Reis Filho, a influência da Academia Imperial de Belas –


Artes se processou em dois níveis. Quais são? Explique.

“É possível afirmar mesmo que a influência neo- clássica processou-se, no Brasil, em dois níveis
diferentes. Nos centros maiores do litoral, em contato direto e permanente com o meio
europeu e onde os costumes guiaram-se de perto pelos do Velho Mundo, desenvolveu-se um
nível mais complexo de arte e arquitetura que chegou a alcançar elevados padrões de correção
formal e se integrou, pela aparência, pelos detalhes e pelas formas de construção, nos moldes
internacionais de sua época. Esse quadro de arte refinada, presente apenas em algumas obras
especiais do Rio de Janeiro, em Belém ou no Recife, não correspondia porém às
transformações de tipo superficial, mas de larga difusão, ocorridas na arquitetura mais simples,
naqueles centros e no conjunto das províncias, que podem e devem ser consideradas como
constituindo um nível distinto de in- fluência, A origem do Neoclássico no Brasil é identificada
geralmente com a contratação da missão cultural francesa, chefiada por Lebreton, chegada ao
Rio de Janeiro no início de 1816, que reunia, entre diversos artistas de renome da Europa, o
arquiteto Grandjean de Montigny, acompanhado de dois assistentes e de diversos artífices. O
objetivo de D. João VI era utilizar os mestres europeus para "estabelecer no Brasil uma Escola
Real de Ciências, Artes e Ofícios, em que se promova e difunda a instrução e conhecimentos
indispensáveis aos homens. destinados não só aos empregos públicos da administração do
Estado, mas também ao progresso da agri- cultura, mineralogia, indústria e comércio, fazendo-
se portanto necessário aos habitantes o estudo das Belas Artes com aplicação referente aos
ofícios mecânicos cuja prática, perfeição e utilidade depende dos conhecimentos teóricos
daquelas artes e difusivas luzes das ciências naturais, físicas e exatas" (Reis Filho, pág. 116)

Nível mais complexo: Esse nível se desenvolveu nos centros maiores do litoral brasileiro, como
o Rio de Janeiro, Belém e Recife, que estavam em contato direto e permanente com o meio
europeu. Nessas cidades, onde os costumes eram fortemente influenciados pelo Velho Mundo,
houve um desenvolvimento mais complexo da arte e arquitetura neoclássica. Nesse contexto,
foram alcançados elevados padrões de correção formal e integração aos moldes internacionais
da época. Algumas obras especiais desses centros, como edifícios públicos, palácios e igrejas,
apresentaram uma arte refinada, com atenção aos detalhes e formas de construção neoclássicas.
Nível mais simples e de larga difusão: Esse nível corresponde às transformações de natureza
superficial, mas de ampla disseminação, que ocorreram na arquitetura das províncias e em
outros centros além dos principais do litoral. Nesse nível, a influência da Academia Imperial de
Belas Artes foi menos complexa e refinada em comparação aos centros maiores. Ainda assim,
houve uma incorporação de elementos neoclássicos, mesmo que em menor escala e com
características adaptadas à realidade local. Essas influências podem ser observadas em
construções mais simples, como casas e prédios comerciais, que adotaram elementos
neoclássicos em suas fachadas, mas sem alcançar o mesmo nível de sofisticação e
correção formal presentes nos centros maiores.
Em resumo, a influência da Academia Imperial de Belas Artes se processou em dois
níveis diferentes: um nível mais complexo e refinado, presente nos centros maiores do
litoral brasileiro em contato direto com a Europa, e um nível mais simples e de ampla
difusão, presente nas províncias e outros centros, onde a influência neoclássica foi
adaptada às condições locais, mas sem atingir o mesmo grau de sofisticação

5 – Descreva como se apresentava a configuração e distribuição do programa


das casas de ter com porão.

“Uma inovação importante era o aparecimento das casas térreas com porão. Definido como de
fins exclusivamente residenciais, esse novo modelo vinha evidenciar uma diferenciação clara
entre os edifícios destinados para domicílio e os locais de trabalho. Dentro do novo esquema,
as casas, cujas fachadas continuavam a ser erigidas sobre o alinhamento das ruas, tinham o
primeiro pavimento elevado em relação às vias públicas e, portanto, não podiam ser ocupados
por lojas, mas apenas por residências, indicando nas vilas e cidades a moradia dos grandes
proprietários rurais ou de pessoas que viviam de rendas, pelo contraste que faziam com as
casas de comerciantes e oficinas mecânicas, que abriam suas portas para a rua. A entrada era
constituída por um patamar, de um ou dois metros de comprimento, sobre o qual se abriam as
gigantescas folhas da porta principal. As soleiras, quase sempre de granito, formando degrau
sobre a rua, eram seguidas, já no patamar, pelo clássico piso em xadrez de mármore preto e
branco e, de- pois, por cinco ou seis degraus, comumente de madeira, mas, nos casos de mais
luxo, de mármore também. A seguir, um novo patamar, para o qual se abriam as portas das
salas de visitas ou salões. Nesse ponto, fechava-se o corredor com uma porta de madeira e
vidros coloridos, com altura reduzida e acabamento leve, que permanecia trancada, como
proteção à vida da família, enquanto a porta principal permanecia sempre aberta, como ainda
hoje, como um símbolo de generosa acolhida e hospitalidade. No interior, procurava-se imitar
os costumes das residências mais refinadas do Rio de Janeiro. Nas salas, as janelas eram
cobertas por cortinas de damasco, com franjas de bolas e, entre elas, alinhavam-se as cadeiras,
dunquerques e consolos com tampos de mármore, sobre os quais se dispunham pares de
jarras de porcelana, às vezes de estilo rococó, decoradas com motivos românticos, em cores e,
acima destas, nas paredes, grandes espelhos. Ao centro, uma pequena mesa, coberta com
toalha de veludo, servia de apoio a um vaso ou bandeja de prata. Num dos lados alinhavam- -
se as cadeiras sempre doze ou vinte e quatro dispostas de um modo formal e segundo uma
organização hierárquica: nas pontas as menores e sem braços, voltadas discretamente para as
mais imponentes, de braços e espaldar alto ou para os sofás, no centro, onde deveriam sentar-
se as pessoas de maior autoridade. Nos cantos, comumente o piano, coberto por uma toa- lha
de damasco, a marquesa, o sofá de palhinha, de três e mesmo quatro lugares, enfeitados com
medalhões nos espaldares e, ao pé, as escarradeiras de louça colorida. Na sala de jantar, a
mesa central, sempre de grandes dimensões, era recoberta com a toalha de da- masco quando
não estava em uso, e tinha, ao centro, uma fruteira gigantesca, de louça, com a forma de
bandejas superpostas, apoiadas em uma coluna central. Em torno, como nas saletas, sobre os
consolos ou em mesas menores - de pé central e igualmente circulares ou ovais ficavam outros
vasos, o relógio de mesa e o cache-pot de louça. As paredes, muito altas, com pés-direitos de
cinco metros, eram divididas em painéis, por meio de réguas de madeira. As horizontais
corriam em duas alturas: a primeira ao nível dos peitoris das janelas, servindo. ao mesmo
tempo de resguardo para os espaldares das cadeiras que o costume dispunha, muitas vezes,
enfileiradas ao longo das paredes; a outra corria bem acima, fixando o arremate de portas e
janelas, que, por sua vez, faziam a marcação vertical. Em alguns casos os painéis, assim
compostos, eram subdivididos em outros menores, mas em geral recebiam apenas os papéis
decorativos e, sobre estes, os quadros, as pinturas e espelhos. No centro dessas paredes, eram
frequentes as telas com a assinatura dos melhores pin- tores do tempo, com retratos da família
ou vistas de propriedades rurais. Essas composições decorativas, de gosto tão pesado,
dispunham-se em torno de gigantescos lustres de cristal, por meio dos quais tentava-se
multiplicar a precária iluminação das velas. Acima. destes, os forros, de tábuas de madeira,
eram às vezes decorados com maior apuro, principalmente nos pontos centrais, junto aos
ganchos de suportar lustres. Os de- senhos mais simples eram compostos com rosáceas de
gomos de madeira e, nos cantos, leques, repetindo um motivo estilo Império, que estaria
presente também no mobiliário e na ornamentação das fachadas. (Reis Filho, pág. 127, 128 e
129)

As casas térreas com porão tinham uma configuração específica e uma distribuição particular de
espaços. A fachada era alinhada à rua, mas havia uma diferença de altura em relação ao nível da
rua. O primeiro pavimento era elevado e exclusivamente residencial, sem lojas ou
estabelecimentos comerciais. A entrada tinha um patamar elevado, seguido por degraus que
levavam às salas de visitas. As salas eram decoradas com móveis sofisticados, como cadeiras,
consolos e espelhos, seguindo os costumes refinados da época. As salas de visitas tinham
mobiliário formal e hierárquico, com uma mesa coberta com toalha de veludo e cadeiras
alinhadas. A sala de jantar tinha uma mesa central, painéis nas paredes e forros decorados. Além
disso, as casas possuíam um porão destinado a fins utilitários. Essas casas buscavam reproduzir
o luxo e refinamento das residências elegantes do Rio de Janeiro da época.

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