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1.

Caracterizar o salão como novo espaço de conforto e intimidade:

O salão surge após a morte de Luís XIV. Com a menoridade e falta de competência de Luís XV, assim
como as regências do Duque de Orleães e Duque de Bourbon, deu-se a perda do fascínio pelas
cerimónias e pelos rituais. Assim, a corte investiu nos palácios e baseou o seu quotidiano nos
mesmos, decorando-os requintadamente, com luxo e elegância, pelo que se criou um novo estilo
artístico, o Rococó. Esta era uma arte mais privada e naturalista, com preferência por ambientes
alegres, otimistas e despreocupados. Os salões tornaram-se centros de vida social, onde se
realizavam reuniões familiares, visitas solenes, banquetes e bailes e reuniões com personalidades
em voga (músicos, cantores de ópera, escritores, filósofos e cientistas). No que toca aos bailes
galantes, eram defendidos os valores e as boas maneiras, como ser educado, ter requinte, vestir
bem, falar rebuscado e usar gestos delicados, cheios de floreados e gentilezas.

2. Referir 4 ideias defendidas pelos iluministas da época:

 Exaltação do indivíduo pela sua inteligência ou razão;


 O conhecimento e as ciências eram o único meio de libertar a Humanidade da servidão e
injustiça;
 O único caminho através do qual se poderia construir o progresso e o bem-estar material
das populações, conduzindo-as à felicidade;
 A razão humana, quando exercida em liberdade e sem constrangimentos, é o único meio
fidedigno para desvendar os segredos do Universo e construir o conhecimento sobre a
natureza, os homens e as sociedades;

3. Indicar as inovações da declaração dos direitos do homem e do cidadão;

 Contributo do documento para a desagregação do antigo regime;


 Valorização da liberdade de expressão;
 Defesa da igualdade de todos perante a lei;
 Reconhecimento da existência de direitos humanos e universais, cujo respeito é a essência
da vida social;
 Aprovação do documento do contexto da Revolução Francesa, como afirmação dos
princípios fundamentais do novo regime político;

4. Indicar e caracterizar as características gerais dos exteriores da arquitetura Rococó:

 Menores proporções e normalmente edifícios com apenas dois andares baixos, ou seja,
eram mais práticos e simples;
 Fachadas mais alinhadas e alisadas, são abolidos os elementos clássicos decorativos,
mantiveram-se as balaustradas, as cornijas e os entablamentos, os ângulos retos forma
suavizados por curvos. Conferiam mais fluidez e dinâmica ao edifício;
 Telhados de duas águas, para escoar a água da chuva;
 Portas e janelas maiores e com arcos de volta perfeita, que conferiam monumentalidade ao
edifício;
 Decoração exterior concentra-se nas portas e nas janelas, nas consolas, nas arcadas, no
aparelho de alvenaria, nas ferragens e batentes. Localizavam a decoração especificamente
em pontos que atraíam o olho do visualizador;
 Utilização de ferro forjado, em grades para jardins, lagos, portas e varandas, por ser um
material resistente, mas ao mesmo tempo fácil de trabalhar e moldar;

5. Indicar e caracterizar as características gerais dos interiores da arquitetura Rococó:

 O salão principal é o centro das dependências à volta do qual há algumas salas secundárias e
a escadaria para o andar superior, onde ficam as divisões privadas dos donos de casa. Assim,
esta habitação estava dividida de forma funcional e prática;
 As divisões são baixas, pequenas, independentes, arredondadas e com “parquet”,
iluminadas pelas portas-janelas, pelos vários espelhos e pelos candeeiros, evitando-se assim
linhas retas e cantos bicudos e tornando o espaço mais resguardado e acolhedor;
 A decoração das divisões é feita com diferentes tipos de móveis: cómodas, contadores,
escrivaninhas, grandes relógios, poltronas em madeiras preciosas, envernizadas, com
incrustações de madrepérola, lacas e bronzes. Em cima deles eram colocados bibelôs de
prata e porcelana, ou seja, valorizava-se principalmente a decoração interior com móveis e
elementos luxuosos da época;
 As paredes também são cobertas de decoração com cores claras, misturando-se com o
dourado e prateado das molduras das telas, tapeçarias, frescos e relevos. Os cantos e os
limites das paredes desaparecem totalmente sob esta decoração imensa e pela utilização de
sofitos-superfícies curvas que ligam o teto às paredes. Assim, através destes elementos e das
cores claras, dá-se leveza ao espaço, abandonando a geometria vincada.

6. Indicar as principais características da arquitetura religiosa rococó:

As igrejas mantêm uma estrutura e uma decoração exterior barroca, mas com decoração rococó nas
portas, janelas e interiores. É-lhes ainda dado um ambiente de festa e alegria e constroem-se
bibliotecas, refeitórios e habitações para cónegos.

Na Baviera:

 Igrejas com plantas longitudinais e complexas;


 Exteriores simples com uso abundante de janelas;
 Ornamentação com motivos naturalistas, recorrendo à concha como principal motivo
decorativo;
 A decoração insere-se na arquitetura, escultura e pintura, criando um cenário distrativo e
fictício;
7. Indicar e caracterizar as características da escultura rococó no que se refere aos novos
cânones estéticos, novos géneros escultóricos, novos materiais e novos temas:

Cânones estéticos:

 As linhas curvas e contracurvas do Barroco continuam presentes, tornando-se mais delicadas


e fluídas, organizadas em s ou em c, ou contracurvas duplas;
 Em relação à figura humana utiliza-se o cânone anatómico maneirista (corpo alongado e
silhueta caprichosa) mas dão leveza e graciosidade aos gestos, atitudes e posições,
tornando-os sempre de certa forma galantes, cortesãos e muito elegantes;
 Os grupos escultóricos em que as composições têm movimento e ritmo, um sentido cénico
faz o enquadramento da escultura como cenário a ela destinado;

Géneros escultóricos:

 Privilegia se a escultura ornamental em vez das culturas independentes;


 Novos géneros:

A) Escultura decorativa como parte integrante da arquitetura, com movimentos


naturalistas;

B) estatuária de pequeno porte, destinada aos interiores e com funções decorativas


ou de entretenimento (bibelôs, bustos, estatuária religiosa, composições mitológicas e
alegóricas);

Novos materiais:

 Recupera-se materiais que até aí tinham sido ignorados como a madeira, argila, gesso,
porcelana (biscuit), esse último foi um verdadeiro material de rococó, foi extremamente
popular e o mais usado para a produção de pequenas esculturas, ornamentais e divertidas. A
sua clientela era maioritariamente a aristocracia;

Novos temas:

 Abandonaram se os temas sérios e nobres e dá-se preferência aos temas “menores”,


irónicos, alegres, sensuais e galantes, na estatuária de pequena dimensão, mas na estatuária
independente mantiveram-se os temas honoríficos e comemorativos;
 Nos temas mitológicos preferem se os deuses menores;
 Nos temas profanos dá-se mais valor aos aspetos mais íntimos do quotidiano, em gestos
galantes, graciosos e requintados;
 O tema religioso (usado sobretudo na Alemanha) mantém-se, mas é tornado menos sério,
utilizando-se roupagens mais luxuosas e poses galantes;
8. Fazer a comparação em temas formais, técnicos e plásticos das 3 obras: Casamento de
Arnolfini, mulher a pagar à sua criada e o encontro:

 Casamento de arnolfini:

A) Pintura pertencente ao Quatrocentos Flamengo, evidenciando a técnica da pintura a


óleo;

B) Naturalismo na representação das figuras, dos objetos e da natureza;

C) Representação de temas do quotidiano e de episódios da vida real;

D) Figuras e volumes com modelados suaves nas transições claro/escuro;

 Mulher a pagar à sua criada:

A) Pintura pertencente ao barroco Flamengo, evidenciando a preferência por cenas


domésticas e de assuntos do quotidiano;

B) Tratamento naturalista dos assuntos, do espaço, das figuras e dos objetos;

C) Reprodução de ambientes intimistas da vida real;

D) Preocupação pelo tratamento delicado da cor, da luz e das gradações


claro/escuro;

 O encontro:

A) Pintura pertencente ao período rococó, evidenciando um caráter leviano e cenográfico;

B) Representação naturalista com exploração dos efeitos expressivos da cor e da luz,


traduzindo a graciosidade dos protagonistas e a sensualidade do episódio;

C) Representação de um encontro íntimo entre amantes num jardim de vegetação


luxuriante;

D) Preferência por uma pintura de caráter intimista, exaltando os prazeres da vida;

9. Indicar e caracterizar as características da pintura o baloiço:

 Estilo breve, elegante, refinado e ornamental;


 Gosto pelos temas galantes, incluindo os jogos de amor, da sedução e do erotismo;
 Composição sugerindo movimento e dando particular atenção ao pormenor decorativo, seja
na natureza exuberante, seja na profusão e no requinte dos adereços;
 Cromatismo suave com predominância de brancos, Cinzas, azuis, rosas e verdes;
 Aplicação de formas vegetais, animais ou minerais, procurando efeitos visuais;
 No caso do quadro “O baloiço”, afirmação do espírito libertino, do erotismo, da cena
galante, da troca de olhares, da vegetação exuberante e do jogo de prazeres;

10. Indicar e caraterizar a tela “O Juramento dos Horácios”;

 História clássica, exaltando as virtudes cívicas e patrióticas;


 Evocação de figuras históricas associadas à revolução;
 Mitologia clássica, como referência cultural, ensinamento e expressão de eloquência;
 Episódios políticos contemporâneos, reveladores de uma intenção propagandística liberal;

11. Explicar de forma desenvolvida a morte de Marat:

Na sequência da revolução francesa formaram-se 2 grupos que se opunham constantemente: os


Girondinos (moderados) e os Jacobinos (extremistas). Estes 2 grupos participaram em constantes
lutas entre si e Marat foi um dos mais destacados ativistas e líderes da causa Jacobina. Marat tinha
por hábito trabalhar na banheira a fim de através de longos banhos apaziguar as dores de um
eczema de que padecia. Normalmente, usava uma prancha coberta com um pano com a mesa de
escrita enquanto a banheira era protegida por um pano branco. Aparentemente indefeso, Marat é
surpreendido por Charlotte Conday, uma fanática militante dos Girondinos, que, alegando ter uma
petição para ele assinar, lhe desfere traiçoeiramente o golpe fatal sendo arma do crime (faca)
abandonada no chão e a pluma ainda na mão de Marat, a sua arma de luta.

12. Contextualizar e desenvolver as Bodas de Fígaro:

A obra as Bodas de Fígaro é uma ópera cómica composta por Mozart, remetendo para questões
fraturantes da sociedade aristocrática de Setecentos. Nesta, é retratado o enredo de um casamento
entre dois criados, Fígaro e Susana que, segundo a tradição feudal, devia passar a noite anterior às
núpcias com o nobre Almaviva, algo que o mesmo explora e procura. No entanto, Almaviva é
denunciado por Susana, resultando numa série de situações cómicas entre várias personagens,
como a vitória de Fígaro sobre o poder da aristocracia feudal e sobre o seu amo, que a representa.

Desta forma, é explorado o Iluminismo e elaborada uma crítica social aos poderosos que faziam do
povo seu servo, antecedendo a revolução francesa. A igualdade é estabelecida no Finale, no qual,
dançando e rindo no salão aristocrático, o povo sai vitorioso e promove-se a paz e reconciliação
entre todos. Neste momento, prevê-se a felicidade da Tomada da Bastilha, como desmoronamento
da ordem social e moral existente, pelo que Mozart mostra um ponto de vista pessoal contra as
injustiças sociais e a favor da liberdade, tornando-se desde cedo uma obra revolucionária, disponível
para todas as classes e que atraía qualquer pessoa através das melodias e da comédia presente.

13. Caracterizar a Lisboa Pombalina: Organização do espaço urbano e tipologias e técnicas


construtivas:

 Espaço urbano:

A) Reflete o espírito nacional do iluminismo;

B) Quarteirões retangulares;

C) Ruas largas;

D) Alinhamento das fachadas;

E) Duas praças principais como referência da malha urbana (Praça do Comércio e Rossio);

F) Traçado Geométrico das ruas ortogonais, segundo uma grelha de perpendiculares,


verticais e horizontais;

 Tipologia e técnicas construtivas:

A) Prédios residenciais de carácter prático e funcional;

B) Matriz uniforme para as tipologias dos edifícios;

C) Sobriedade, proporção e repetição modular;

D) Prédios com 4 pisos, águas-furadas na cobertura e lojas no rés do chão;

E) Produção industrial dos elementos construtivos (janelas, cantarias, sacadas, etc.);

F) Introdução de sistemas anti-sísmicos de segurança (sistema e gaiola) e de “guarda-fogos”


ou “pára-fogos”;

14. Indica os nomes que estão ligados ao traçado da baixa Pombalina:

Eugénio dos Santos e Carlos Mardel.

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