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RESUMO SOBRE OS ESTILOS

UNIGOIÁS
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: Estética e História das Artes
Aluno: DANIELA CRISTINA ARDIGUEIRE DA SILVA
Orientadoras: Rejane Martins de Oliveira Nogueira
Título: Resumo sobre os estilos

1 – Rococó
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do
barroco, mais leve e intimista que aquele e foi usado inicialmente em decoração
de interiores. Primeiramente, desenvolveu-se na França, no século XVIII, e
difundiu-se por toda a Europa. No Brasil, foi introduzido pelo colonizador
português e sua manifestação se deu principalmente no mobiliário, conhecido
por estilo ”Dom João V”. Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV
e Luís XVI.

Para alguns historiadores é um estilo que durou entre 1720 a 1780, ficou
vigoroso até o advento da reação neoclássica, por volta de 1770, irradiou-se da
França para o resto da Europa, principalmente na parte católica na Alemanha,
na Prússia e em Portugal.

O termo rococó deriva do francês rocaille, que em português, por aproximação


significa “concha”, isso é significativo na media em que muitas vezes podemos
perceber as linhas de uma concha associadas aos elementos decorativos desse
estilo. Também pode ser associado à palavra “embrechado” que é uma técnica
de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizados originariamente na
decoração de grutas artificiais.

ARQUITETURA
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte
e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro
artístico da Europa transferiu-se de Roma e para Paris. Na França surgiu com a
obra do decorador Pierre Lepautre.

As principais características da arquitetura rococó no exterior são:

 Menores proporções e normalmente edifícios com apenas dois


andares baixos;
 Fachadas mais alinhadas e alisadas, pois são abolidos os elementos
clássicos decorativos (colunas, frontões e esculturas), mantiveram-se
as balaustradas, as cornijas e os entablamentos, os ângulos retos
foram suavizados por curvas;
 Telhados de duas águas;
 Portas e janelas maiores e com arcos de volta-perfeita;
 Decoração exterior concentra-se nas portas e janelas, nas consolas
(peça arquitetônica saliente que serva para colocar estatuetas e vasos,
também chamadas de mísulas); e
 Utilização de ferro forjado, em grades para jardins, lagos, portas e
varandas.

Os jardins continuam a ser parte da arquitetura civil, tal como no barroco, e


compõe-se de grandes relvados com arvoredos, esculturas, rampas e lagos,
pavilhões de caça, pequenos apartamentos, pagodes chineses e quiosques
turcos. Estes espaços servem de locais de reuniões íntimas com fogos de
artificio, festas de máscaras e celebrações públicas.

Destacamos as características mais presentes no interior da arquitetura:

 O salão principal é o centro das dependências à volta do qual há


algumas salas secundárias e escadaria para o andar superior, onde
ficam as divisões privadas dos donos da casa;
 As divisões são baixas, pequenas, independentes, arredondadas e
com pavimento parquet (tacos de madeira), iluminadas pelas portas-
janelas, pelos vários espelhos e pelos candeeiros e lustres;
 A decoração das divisões é feita com diferentes tipos de móveis:
cômodas, escrivaninhas, grandes relógios, poltronas, etc. Em cima
deles eram colocados bibelôs de prata e porcelana;
 Uso de materiais que pintados imitam mármores;
 As paredes são cobertas de decoração com cores claras, misturando-
se com dourado e prateado das molduras das telas, tapeçarias,
afrescos e relevos; e
 Os cantos e os limites das paredes desaparecem totalmente sob esta
decoração imensa e pela utilização dos sofitos – superfícies curvas que
ligam o teto às paredes.
2 – Neoclássico
Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX,
uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus.
Trata-se do Neoclassicismo (neo = novo), que expressou os valores próprios de
uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade europeia
após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.

Nas palavras de Edgar Allan Poe “a glória que foi a Grécia, e a grandeza que foi
Roma”.

Esse reviver do austero Classicismo na pintura, na escultura, na arquitetura e no


mobiliário constituiu uma clara reação contra o enfeitado do estilo rococó.

O século XVIII tinha sido a Idade das Luzes, quando os filósofos pregavam o
evangelho da razão e da lógica. Essa fé na lógica levou à ordem e às virtudes
“enobrecedoras” da arte neoclássica.

O iniciador da tendência foi Jacques-Louis David pintor e democrata francês que


imitava a arte grega e romana para inspirar a nova republica francesa. A Arte
“politicamente correta” era séria, ilustrando temas da história antiga ou da
mitologia, em vez da frivolidade rococó.

Em 1783, a mania da arqueologia varreu a Europa, à medida que as escavações


em Pompéia e Herculano ofereciam a primeira visão da arte antiga bem
preservada levaram ao exagero da imitação da vida grega da antiguidade
chegando ao ridículo em atitudes.

A linha mestra do estilo neoclássico eram as figuras severas, desenhadas com


exatidão, que apareciam em primeiro plano, sem a ilusão de profundidade dos
relevos romanos. A pincelada era suave, de modo que a superfície da pintura
parecia polida e as composições eram simples, para evitar o melodrama rococó.
Os fundos, em geral, incluíam toques romanos, como arcos ou colunas, e a
simetria e as linhas retas substituíam as curvas irregulares.

As antigas ruinas também inspiraram arquitetura. Imitações dos templos gregos


e romanos se multiplicaram da Rússia à América. O pórtico do Panteon de Paris,
com colunas e cúpulas coríntias, copiava exatamente o estilo romano. Em
Berlim, o portão de Brandenburgo era a réplica da entrada da Acrópole de
Atenas, com uma carruagem romana em cima.

Resumem-se as principais características:

 Retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos;


 Academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos
e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;
 Arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à
teoria de Aristóteles;
 Estilo sóbrio, antidecorativo, linear, antissensual, volta-se ao desenho,
simplicidade da natureza, nobre, sereno, histórico.

ARQUITETURA
Os fundadores da jovem ciência da arqueologia proporcionaram as bases
documentais dessa nova arquitetura de formas clássicas.

Surgiram assim os edifícios grandiosos, de estética totalmente racionalista:


pórticos de colunas colossais com frontispícios triangulares, pilastras despojadas
de capitéis e uma decoração apenas insinuada em guirlandas ou rosetas e frisos
de meandros.

Utilização de materiais nobres tradicionais como mármores, granito e madeira, e


modernos como ladrilho cerâmico e ferro fundido, de baixo custo e maior
funcionalidade.

Sistemas de construção simples (trilítico) ou complexos, estruturados a partir do


arco de 180 graus de inspiração romana e adaptados aos modernos processos
técnicos.

Tetos planos, abóbodas e berço ou de aresta emoldurada e cúpulas nas zonas


centrais das construções e assentes em tambores rodeados de colunas com
entablamentos circulares.

As cidades tiveram de se adaptar a essas construções gigantescas.


Desenharam-se largas avenidas para abrigar os novos edifícios públicos,
academias e universidades, muitos dos quais conservam ainda hoje a mesma
função.
3 – Romantismo
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais
causadas por acontecimentos do final do século XVIII pela Revolução Industrial,
que gerou novos inventos com o objetivo de solucionar os problemas técnicos
decorrentes do aumento de produção, provocando a divisão do trabalho e o início
da especialização da mão-de-obra, e pela Revolução Francesa, que lutava por
uma sociedade mais harmônica, em que os direitos individuais fossem
respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos do homem
e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se mais complexa.

Um dos primeiros movimentos artísticos que surge em reação ao Neoclassicismo


do século XVIII é o Romantismo e historicamente situa-se entre 1820 e 1850. Os
artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor
da livre expressão da personalidade do artista.

O termo romântico foi empregue pela primeira vez na Inglaterra para definir o
tema das novelas pastoris e de cavalaria que existiam nessa época. Romântico
significava pitoresco: expressão de uma emoção que é definida e que foi
provocada pela visão de uma paisagem.

O termo romântico passou depois a ser adotado no movimento artístico-filosófico


Romantismo, que seguiu as ideias políticas e filosóficas do século das luzes
(liberdade de expressão e afirmação dos direitos dos indivíduos) e também as
ideias de um movimento alemão chamado – Strürm und Drang (que tinha como
principais elementos o sentimento e a natureza).

Características:

 Cultivo da emoção, da fantasia, do sonho, da originalidade, evasão


para mundos exóticos onde se podia fantasiar e imaginar;
 Exaltação da natureza;
 Gosto pela Idade Média (porque tinha sido o tempo de formação das
nações);
 Defesa dos ideais nacionalistas (liberdade individual, liberdade do
povo);
 Panteísmo (doutrina segundo a qual Deus não é um ser pessoal
distinto do mundo, Deus e o mundo seriam uma só substância);
 Individualismo, visão de mundo centrada nos sentimentos do indivíduo.
 Subjetivismo, o artista idealiza temas, exagerando em algumas das
suas características (por exemplo, a mulher é vista como uma virgem
frágil; a noção de pátria também é idealizada).

É na Alemanha que se manifesta pela primeira vez a estética da interioridade,


que considera a arte como um instrumento para se atingir o cerne da criação,
para se entrar em contato com a natureza infinita, através do sentimento sublime.
É o início da pintura moderna de paisagem, capaz de exprimir, melhor do que
outro, certos aspectos da sensibilidade do homem oitocentista.

No século XIX aparece um movimento de reação que procura os fundamentos


da arte nas antigas realidades nacionais. O gosto pela arqueologia torna-se
extensivo à Idade Média e redescobre-se o românico e o gótico, que os artistas
tentam fazer reviver em suas obras. Dedicam-se à redescoberta das técnicas
construtivas desses dois estilos, chegando à conclusão que as soluções técnicas
da Idade Média eram tão racionais como as clássicas greco-romanas.

O romantismo procura elementos rústicos e entrega-se às realizações


espontâneas, o que dá origem à incorporação, na nossa cultura, de vários
conhecimentos acumulados pelos povos primitivos ou que se desenvolveram
longe da Europa civilizada. Isto leva ao estudo das artes chinesa, japonesa,
indiana e a africana.

Com o regresso à Idade Média, o romantismo recusa as regras impostas pelas


academias neoclássicas, pois estas eram inspiradas nos valores clássicos
(ordem, proporção, simetria e harmonia).

Os arquitetos românticos preferem:

 Irregularidades nas estruturas espaciais e volumétricas;


 Preferência pelas geometrias mais complexas e pelas formas curvas;
 Efeitos de luz;
 Movimentos dos planos;
 Pitoresco de decoração (tudo o quer pode ser pintado ou representado
em imagem).
Com a recuperação das formas artísticas medievais (românico e o gótico)
acompanhada do gosto pelo exótico contido nas culturais orientais (bizantina,
chinesa e árabe) evidenciando as características de revivalismo, ecletismo,
historicismo e exotismo.

Exemplos de arquitetura romântica

Construções Neogóticas
O novo edifício do parlamento inglês, que tomou lugar do antigo Palácio de
Westminster, destruído por um incêndio em 1834, é um testemunho de
revivalismo gótico e do entusiasmo dos ingleses por este estilo.

O incêndio destruiu grande parte da construção, apenas o Westminster Hall, a


Torre das Joias, a cripta da Capela de Santo Estevão e os claustros
sobreviveram. Foi nomeada uma Comissão Real para estudar a reconstrução do
palácio e decidir se este deveria ser reedificado no mesmo local, bem como o
estilo que deveria seguir. Foi decidido que deveria evitar-se um traço
neoclássico, semelhante ao da Casa Branca ou do Capitólio, ambos nos Estados
Unidos, devido às suas conotações com a revolução e o republicanismo. O estilo
gótico incorporava valores conservadores. Em 1836, depois de estudar 97
propostas rivais, a Comissão Real escolheu o projeto de Charles Barry para um
palácio em estilo gótico. A Primeira Pedra foi colocada em 1840; a Câmara dos
Lordes ficou completa em 1847 e a Câmara dos Comuns em 1852. Apesar de a
maior parte do trabalho estar pronta em 1860, a construção só foi finalizada uma
década depois.

Em Paris temos a Igreja de Santa Clotilde que na sua construção foram utilizados
materiais modernos, exemplo disso é a abóboda central construída com vigas
de ferro e aço. A restauração da igreja de Notre-Dame de Paris, por Viollet-le-
Duc, também utilizou elementos de construção modernos.

O Castelo de Neuschwanstein, na Baviera, foi inspirado na obra do grande amigo


e protegido de Luís II da Baviera, o compositor Richard Wagner. Foi desenhado
por desenhista de cenários teatrais e não por um arquiteto. Possui 6 mil metros
quadrados, 4 andares e 80 metros e altura. Recorreu às estruturas moderna
como por exemplo: engenhos a vapor elétricos, ventilação moderna e
canalizações de aquecimento. A decoração de algumas salas é inspirada nas
obras de Wagner, uma delas reproduz uma gruta com muitas estalagmites e, no
reinado de Luís II, tinha uma cascata.

Nos Estados Unidos destacamos a Catedral de Saint Patrick com características


neogóticas como as altas torres pontiagudas e a decoração de vitrais e
esculturas. Foi construída entre 1858 e 1878 e projetada pelo arquiteto James
Renwick, Jr.

Construções Neorromânicas
Um bom exemplo de construção Neorromânica são as muralhas da cidadela de
Carcassone, que teve a ocupação dos Celtas, Galo-romanos e Visigodos. No
final do século XIX, foi redescoberta por turistas ingleses, já em ruínas, foi, então,
encomendado o restauro do arquiteto Viollet-le-Duc.
Construções Neobarrocas
A Ópera de Paris tem seu edifício sobrecarregado e de uma vulgaridade luxuosa.
Reflete o gosto da classe criada pela Revolução Industrial, novos ricos que se
viam a si próprios como herdeiros da velha aristocracia e assim achavam os
estilos pré-revolucionários mais atraentes que o Clássico ou o Gótico.

Construções Neomedievais
O Castelo de Pierrefonds é original do século XII, no século XVII foi sitiado e
invadido pelas tropas de Richelieu e chegou ao século XIX em ruínas. Em 1810,
foi comprado por Napoleão Bonaparte por 3 mil francos. Em virtude da
redescoberta da arquitetura da Idade Média, em 1857, o Imperador Napoleão III
contrata o arquiteto Eugéne Viollet-le-Duc para a restauração do edifício. Era
para ser uma simples recuperação no estado das partes habitáveis, devendo
permanecer as ruínas como decoração, mas em 1861, o projeto ganha amplitude
e se faz dele uma residência imperial. Em 1885 os trabalhos foram paralisados
e a decoração das salas permaneceu inacabadas. O arquiteto não se baseou na
história do edifício, mas inventou e recriou, utilizando vários estilos (ecletismo),
exemplo disso são as galerias renascentistas e as pinturas policromas
medievais.

O homem desta época desenvolveu o gosto pelas viagens, dando asas ao seu
espírito romântico, irrequieto, sonhador e sempre insatisfeito. Utilizou a música
e a literatura para visualizar terras e ambientes desconhecidos. Havia o hábito
de colecionar estampas japonesas e coisas vindas do Oriente, através do
comércio intercontinental que começava a chegar ao Ocidente.

A sociedade desta época alimentou o gosto pelo exótico e raro, pois a alta
burguesia apoiava-se no seu dinheiro para cultivar a sua excentricidade,
demonstrada pelas viagens e pelo consumo da arte. Esta nova tendência utiliza
a arquitetura para recriar ambientes e cenários de outras culturas.
Assimetrias deliberadas e composições pitorescas permitiram aos arquitetos a
introdução de novos efeitos visuais, a demonstrar diferentes relações com a
natureza e originar sensações aprazíveis. Os arquitetos depararam-se com uma
diversidade formal que lhes permitia construir estruturas mais elaboradas e com
efeitos visuais completamente novos que originam uma nova tendência: o
Exotismo.

Construções Neoárabes
O Pavilhão Real, em Brighton na Inglaterra, apresenta cúpulas em forma de
cebola, derivam da arquitetura mongol, é uma metáfora exótica que representa
o Império Britânico. Chaminés disfarçadas de minaretes e grades trabalhadas
em formato de ferradura.

Outras construções neoárabes na Inglaterra são: a Casa Sezincote, em


Gloucestershiree o Pagode Chinês dos Jardins de Kew.

Em Portugal a arquitetura romântica chegou por um estrangeiro casado com a


Rainha de Portugal, D. Maria II, Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, um príncipe
alemão amigo do Barão de Eschwege, um arquiteto que trabalhava há muito
para a família real e que o ajudou na primeira grande obra desse estilo: o Palácio
da Pena.

O Palácio do Buçaco é um revivalismo de duas construções portuguesas que


simbolizam o Manuelino: a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos. O corpo
central é uma réplica da Torre de Belém e a arcada do claustro é uma réplica do
Mosteiro dos Jerónimos. No decurso do palácio existem ainda várias alusões
decorativas ao Convento de Cristo em Tomar.

Estação do Rossio, em Lisboa também representa o estilo neomanuelino. Já o


Palácio da Regaleira é considerada uma construção eclética, pois utiliza
revivalismos góticos, manuelinos, renascentistas e românicos. Assim como o
Santuário de Santa Luzia que revive os estilos românico, bizantino e gótico.
4 – Realismo
Durante a primeira metade do século XIX, enquanto se travava o embate entre
Neoclassicismo e Romantismo, o Realismo, força que iria dominar a arte na
segunda metade do século, começa lentamente a aparecer.

O homem europeu, diante da industrialização e aprendido a utilizar o


conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, se
convenceu de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas,
deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.

Em certo sentido o realismo tinha sempre feito parte da arte ocidental. Durante
a Renascença, os artistas superaram as limitações técnicas e representavam a
natureza com a acuidade fotográfica.

O “novo” Realismo insistia na imitação precisa de percepções visuais sem


alteração. Também eram diferentes em seus temas, os artistas se limitavam a
fatos do mundo moderno à medida que os experimentavam pessoalmente;
somente o que podiam ver ou tocar era considerado real. Deuses, deusas e
heróis da antiguidade estavam “fora”. Camponeses e a classe trabalhadora
urbana estavam “dentro”. Em tudo, de cor ao tema, o Realismo trazia para a arte
uma sensação de sobriedade silenciosa.

São características gerais:

 O cientificismo;
 A valorização do objeto;
 O sóbrio e o minucioso;
 A expressão da realidade e dos aspectos descritivos.

ARQUITETURA
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas
necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem
mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias,
armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os
operários quanto para a nova burguesia.
Em 1850, Joseph Paxton construiu o Palácio de Cristal que abrigou a 1ª Feira
Mundial em Londres, demonstrou as possibilidades estéticas do uso do ferro
fundido.

Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da


“Cidade Luz”. Triunfo da engenharia moderna ostenta seu esqueleto de ferro e
aço, sem alusões a estilos arquitetônicos do passado.

5 – Impressionismo
Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a
pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas
considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas
seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que
caracterizaram a pintura impressionista.

Principais características da pintura:

 A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao


refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da
natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da
luz do sol.
 As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma
abstração do ser humano para representar imagens.
 As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão
visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores
costumavam representá-las no passado.
 Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei
das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta
produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o
claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
 As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas
na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos
quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a
pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura
deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.

A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi
numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas, o público e
a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis
aos princípios acadêmicos da pintura.

ESCULTURA
Assim como a pintura, a escultura trouxe uma grande inovação na sua
linguagem. Os três conceitos básicos dessa inovação foram:

 A fusão da luz e das sombras;


 A ambição de obter estátuas visíveis a partir do maior número possível
de ângulos;
 Obra inacabada, como exemplo ideal do processo criativo do artista.
Os temas da escultura impressionista, como na pintura, surgiram do ambiente
cotidiano e da literatura clássica em voga na época.

O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet,


“Impressão, nascer do sol”, de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor
Louis Leroy: “Impressão, nascer do Sol – eu bem o sabia! Pensava eu,
justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que
liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que
esta cena marinha…” A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa,
mas Monet e seus colegas adotaram o título, sabendo da revolução que estavam
iniciando na pintura.

O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e


sempre com a luz do sol e foi realizado no jardim da casa do artista, em Giverny.

O movimento impressionista foi idealizado nas reuniões com seus principais


pintores e elas aconteciam no estúdio fotográfico de Nadar, na Rue de
Capucines, Paris.

6 – Simbolismo
Corrente artística de timbre espiritualista que floresce na França, nas décadas
de 1880 e 1890, o simbolismo encontra expressão nas mais variadas expressões
artísticas, pensadas em estreita relação umas com as outras. O objetivo último
das diferentes modalidades artísticas é a expressão da vida interior, da “alma
das coisas”, que a linguagem poética – mais do que qualquer outra – permite
alcançar, por detrás das aparências.

A poesia simbolista, de Gérard de Nerval (1808-1855) e Stéphane Mallarmé


(1842-1898) por exemplo, sonda os mistérios do mundo e o universo
inconsciente por meio de sugestões, do ritmo musical e do poder encantatório
das palavras. Do mesmo modo, a força da pintura reside no poder evocativo das
imagens. O seu fim é dar expressão visual ao que está oculto por meio da linha
e da cor que, menos do que representar diretamente a realidade, exprimem
ideias.

Os princípios orientadores do simbolismo encontram suporte teórico nas


formulações do poeta Jean Moreás (1856-1910), autor do Manifesto do
Simbolismo (1886), e no Tratado do Verbo, escrito no mesmo ano por René Ghil
(1862-1925). Nos termos de Moreás, a arte deve ser pensada como fusão de
elementos sensoriais e espirituais. Reagindo à sociedade industrial, os
simbolistas se refugiam em sua torre de marfim, buscando uma beleza ideal e
intocada. Desejando salvar o mundo do seu materialismo extremado,
identificam-se com a natureza e a religião (Ocultismo, Espiritismo, Rosa-Cruz),
buscando seus temas na Bíblia e na mitologia. Aproximam-se também dos Pré-
Rafaelitas ingleses.
É conhecida a frase de Maurice Denis: “Antes de representar um cavalo de
batalha, uma mulher nua ou uma anedota qualquer, um quadro é essencialmente
uma superfície recoberta de cores dispostas em uma ordem determinada.” A
pintura não era cópia da realidade, mas sim a sua transposição mágica,
imaginativa e alegórica.

Em 1880, alguns escritores se manifestaram contra a falta de conteúdo espiritual


da arte naturalista e a crítica que lhe fizeram depressa chegou às artes plásticas.
Criticavam o objetivismo da realidade levado a cabo pelos realistas,
impressionistas e pontilhistas. Apontavam uma ausência de profundidade
espiritual e de uma ideia fundamental nas suas obras.Basearam-se nos estados
emocionais e anímicos, angústias, sonhos e fantasias, afastando a arte da
representação da natureza.

É possível compreender o simbolismo como uma reação ao cientificismo que


acompanha o desenvolvimento da sociedade industrial da segunda metade do
século 19. Contra as associações frequentes entre arte, objeto e técnica, e as
inclinações naturalistas de parte da produção artística, os simbolistas sublinham
um ideal estético amparado na expressão poética e lírica.

O simbolismo surge paralelamente ao neoimpressionismo de Georges Seurat e


de Paul Signac, e se apresenta como mais uma tentativa de superação da pura
visualidade defendida pelo impressionismo. Só que, enquanto Seurat e Signac
fundam a pintura sobre leis científicas da visão, o simbolismo segue uma trilha
espiritualista e anticientífica: a arte não representa a realidade mas revela,
através de símbolos, uma realidade que escapa à consciência.

Se o impressionismo fornece sensações visuais, o simbolismo almeja apreender


valores transcendentes – o Bem, o Belo, o Verdadeiro, o Sagrado – que se
encontram situados no polo oposto a razão analítica. A arte visa a retomar a
paixão, o sonho, a fantasia e o mistério, explorando um universo situado além
das aparências sensíveis.

O simbolismo, ao contrário, mobiliza um imaginário povoado de símbolos


religiosos, de imagens tiradas da natureza, de fantasias oníricas, de figuras
femininas, dos temas da doença e da morte. A mulher, tema recorrente das
obras simbolistas. Ao mesmo tempo musa, deusa, ninfa, adúltera, cortesã e
prostituta. É cisne e serpente. Estes sentimentos contraditórios de sensualidade
e ascetismo ganham em suas obras uma carga quase mágica ou hipnótica.

A composição se organiza de modo linear, em primeiro plano, com a composição


se fechando em alvéolos ou em escorço. Como não se desenvolveu um estilo
uniforme, é difícil dar uma definição que englobe todos os quadros, trata-se por
isso de um conjunto de quadros elaborados por indivíduos distintos e de artistas
que se demarcaram da pintura objetivista materializando as emoções e estados
de alma.
Principais características

 Oposição ao racionalismo, materialismo e cientificismo


 Negação dos valores do realismo e naturalismo
 Misticismo, religiosidade e sublimação
 Mistério, fantasia e sensualismo
 Subjetivismo e individualismo
 Linguagem fluida e musical
 Aproximação da poesia e da música
 Universo onírico e transcendental
 Valorização da espiritualidade humana
 Exploração do consciente e inconsciente
 Combinações sonoras e sensoriais
 Uso de figuras de linguagem

7 – Cubismo
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a
pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e
cilindros. Para Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da natureza,
tampouco copiava a natureza; de fato, a transformava. Ele dizia: “Mudo a água
em vinho, o mundo em pintura”. E era verdade. Em suas telas, a árvore da
paisagem ou a fruta da natureza morte não eram a árvore e a fruta que
conhecemos – eram pintura. Preservavam-se as referências exteriores que as
identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do
mundo pictórico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne
pintava numa zona limite, na fronteira da natureza e da arte.

Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a


representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se
eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal
em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos
não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície
plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não
representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como
se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por
cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.

Principais características da pintura:

 geometrização das formas e volumes;


 renúncia à perspectiva, composição em duas dimensões;
 o claro-escuro perde sua função;
 representação do volume colorido sobre superfícies planas;
 preferência pelas linha cortadas, cruzadas;
 sensação de pintura escultórica;
 cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre
apagado ou um castanho suave.

Braque e Picasso, seguindo a lição de Cézanne deram inicio à geometrização


dos elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o Salão de
Outono de 1908, onde Matisse, como membro do júri, os viu e comentou: “Ele
despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas
geométricos, a cubos”. Essa frase, citada por Louis Vauxcelles, em artigo
publicado, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento.

O cubismo se divide em duas fases:

Cubismo Analítico (1909) caracterizado pela desestruturação da obra em todos


os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os
seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total
da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da
fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou
impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se
reduz aos tons de castanho, cinza e bege.

Cubismo Sintético (1911) reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à


destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as
figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque
introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até
objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção
dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações
visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações
táteis.
8 – Art Nouveau
O Art Nouveau ou Arte Nova foi um movimento artístico que surgiu no final do
século XIX na Bélgica, fora do contexto em que normalmente surgem as
vanguardas artísticas. Vigorou entre 1880 e 1920, aproximadamente. Existia na
sociedade em geral o desejo de buscar um estilo que refletisse e acompanhasse
as inovações da sociedade industrial.
A segunda metade do século XIX marcou uma mudança estética nas artes, a
inspiração na antiguidade vigorava desde o século XV, e as fórmulas baseadas
no Renascimento começam a dissipar-se dando lugar a Arte Nova, que se
opunha ao historicismo e tinha como tônica de seu discurso a originalidade, a
qualidade e a volta ao artesanato.

A sociedade aceitou novos objetos, móveis, anúncios, tecidos, roupas, joias e


acessórios criados a partir de outras fontes: curvas assimétricas, formas
botânicas, angulares, além dos motivos florais.

Fosse chamado de “Jugendstil” (Estilo Jovem) na Alemanha, “Modernistas” na


Espanha, “Sezessionstil” na Áustria, “Stile Liberty” na Itália ou “Style Moderne”
na França, o Art Nouveau era facilmente reconhecível pelas linhas graciosas,
exageradas e espiraladas, traços alongados formando arabescos e
entrelaçamentos de folhagens e flores e graças a isso ficou conhecido também
como “estilo floral”.

Principais características da Art Nouveau:

 Exuberância decorativa, formas ondulantes e elegantes;


 Era industrial quebra a autoridade das formas clássico- histórica;
 Arquitetura dos séculos XVIII ao XIX foi de revivescência;
 Novos materiais e tecnologias favorecem essa ruptura radical;
 Formatos de folhagens e contornos sinuosos usados a exaustão,
principalmente o formato do lírio aquático;
 Orientado basicamente para o design;
 A decoração torna-se elaborada e exótica, as vezes mórbida;
 O sentido ascendente, entrelaçado e sugere o mover das árvores e das
chamas;
 Com influências das gravuras japonesas, do barroco e do rococó
francês.

9 – Bauhaus
Apesar das propostas de projetos radicais dos construtivistas na Rússia e
dos futuristas na Itália, por volta da I Guerra Mundial, o estilo que veio dominar
a arquitetura no mundo e definir o modernismo nasceu na Alemanha. A Bauhaus
(Casa da Construção), uma escola estatal fundada em 1º de abril de 1919, em
Weimar, que foi sucessivamente transferida para Dessau e Berlim, e, por fim, em
1933, foi fechada a mando de governo nazista.
O modernismo da Bauhaus foi um movimento, um método, não um estilo. Propôs
casas simples e modestas para trabalhadores que seriam eficientes, acessíveis
e bem projetadas. Somente componentes padronizados seriam viáveis para
atender à necessidade urgente de construção em larga escala de casas, com
rapidez e a baixo custo. Para isso, a produção em série era a chave.

Os arquitetos consideravam-se líderes de uma revolução social. Eles criariam


uma nova sociedade na prancheta – reforma social, e não somente estética. Pela
primeira vez, grandes arquitetos se concentravam não em projetar palácios para
a realeza ou monumentos para a Igreja e o Estado, mas casas comuns para o
homem comum.

A Bauhaus foi pioneira no ensino de novas técnicas e recursos que se tornaram


elementos básicos da cultura visual dos tempos futuros. Fotografia,
fotomontagem, arte de vanguarda, colagem, tipografia, ergonomia,
funcionalidade e muito mais se tornariam parte do seu conteúdo. Além disso, o
plano educacional da Bauhaus oferecia uma educação abrangente que envolvia
tanto o conhecimento técnico quanto a educação artística, social e humana. Foi,
de fato, seu abrangente programa de treinamento social uma das causas da
perseguição sofrida por eles.

Principais características
 Uso de paredes lisas e, geralmente, brancas, abolindo a decoração;
 Coberturas planas, transformadas em terraços;
 Amplas janelas, em fita, ou fachadas de vidro;
 Abolição das paredes internas, interiores de planta livre, como
nos lofts;
 Uso de concreto, vidro e aço;
 Uso de tubos brancos inflexíveis;
 Valorização da máquina, da produção industrial e do desenho de
produtos;
 Tudo deveria ser criado por princípios racionais ao invés de ser criado
por padrões herdados do passado;
 Interligação com todo tipo de arte, até as consideradas artes menores,
como cerâmica, tecelagem e marcenaria;
 Uso de novos materiais pré-fabricados;
 Simplificação dos volumes, geometrização das formas e predomínio de
linhas retas;
 Nascimento do design industrial.

10 – Abstracionismo
Abstracionismo foi um estilo artístico que começou a partir das vanguardas
europeias no século XX, que buscavam romper com a tradição cultural herdada
do passado, monopolizada pela academia, tradicionalista e que focava o “belo”
como principal característica.

Em oposição à representação de imagens e objetos da realidade, a principal


característica desse movimento, também chamado de Arte Abstrata, era a
criação de formas abstratas, subjetivas e não-representacionais.

As obras abstracionistas não imitavam objetos, natureza ou pessoas, mas


apresentavam as emoções do artista de maneira abstrata e desconstruída, sem
estarem subordinadas à representação da realidade.

As principais características das obras de arte desse estilo artístico podem ser
resumidas da seguinte forma:
- Abstrata e não representacional
- Subjetiva
- Cores e linhas simples
- Causavam diversas interpretações
- Expressavam as intuições e sentimentos dos artistas.

11 – Futurismo
O primeiro manifesto foi publicado no Le Fígaro de Paris, em fevereiro de 1909,
e nele, o poeta italiano Marinetti, dizendo que “o esplendor do mundo se
enriqueceu com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de
carreira é mais belo que a Vitória de Samotrácia”. O segundo manifesto, de 1910,
resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo Carra, Russolo, Severini,
Boccioni e Giacomo Balla.

Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina.


Para Balla, “é mais belo um ferro elétrico que uma escultura”. Para os futuristas,
os objetos não se esgotam no contorno aparente e seus aspectos se
interpenetram continuamente a um só tempo, ou vários tempos num só espaço.
O grupo pretendia fortalecer a sociedade italiana através de uma pregação
patriótica que incluía a aceitação e exaltação da tecnologia.

O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço bidimensional. Procura-


se neste estilo expressar o movimento real, registrando a velocidade descrita
pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado
em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por
ele no espaço.
ARQUITETURA
A arquitetura futurista refere-se a dois tipos de arquiteturas muito diferentes: é
historicamente um estilo e pensamento arquitetônico pertencente ao movimento
futurista italiano de 1910, mas de uma forma mais geral, é um projeto
arquitetônico do século XIX e do século XX, cuja inspiração lembra elementos
da ficção científica ou de naves espaciais, sem formar uma escola ou um
pensamento específico.

A arquitetura futurista primeiro tomou forma na arquitetura do início do século XX


como uma arquitetura anti-histórica, caracterizada por longas linhas horizontais
que sugerem movimento, velocidade e urgência.

Um culto da era da máquina e até mesmo uma glorificação da guerra e da


violência estiveram entre os temas dos futuristas (vários futuristas proeminentes
foram mortos depois de voluntariados para lutar na Primeira Guerra Mundial).

A finalidade da arquitetura se volta para responder de forma técnica racional e


funcional ao modo de vida de um tempo novo, que levou à construção exigências
de maior pragmatismo (higiene, iluminação, saúde, ventilação, conforto), onde o
interesse das massas se sobrepõe ao interesse individual.

Características gerais são:

 Voltada para o mundo urbano e industrial;


 Utilização das modernas tecnologias construtivas e dos novos
materiais (ferro, vidro e concreto armado);
 Volumes arrojados, imaginativos e dinâmicos: movimento dado pelas
linhas oblíquas ou elípticas;
 Aproximação de uma arquitetura funcionalista e racional pela abolição
total da decoração.
12 – Minimalismo
Considerada uma grande tendência nos últimos tempos, a arquitetura
minimalista é caracterizada pelo uso de poucos elementos, design simples e
formas geométricas.

Com inspiração cubista, a arquitetura minimalista sofreu forte influência de


nomes como De Stijl e Bauhaus. Na concepção de mestres da arquitetura, como
Ludwig Mies van der Rohe, a arquitetura minimalista valoriza ao máximo a
simplicidade e a sofistacação.

Originado no século XX, o minimalismo é um movimento que não abrange só a


arquitetura, mas também a arte e o design, assim como não deixa de ser um
estilo de vida.

Valorizando o vazio dos espaços, a simplicidade e a limpeza estética, a


arquitetura minimalista foi inspirada nos movimentos do cubismo de De Stijl e
Bauhaus da década de 1920.

O movimento de Stijl, por exemplo, que significa “O Estilo”, prestigiava a


simplicidade e a abstração. Com o objetivo de enaltecer a formas e as cores
essenciais, nomes emblemáticos, como Theo Van Doesburg e Gerrit Rietveld,
aplicaram esses princípios à arquitetura. Assim, criaram uma filosofia baseada
em:

 formas geométricas;
 purismo;
 cores primárias;
 planos retilíneos

Com o objetivo de representar um design de alto padrão, a arquitetura


minimalista se baseia na simplicidade dos elementos, valorizando esse conceito
tanto na forma como no espaço e nas cores.

Entre as principais características do minimalismo na arquitetura destacam-se:

 Iluminação natural;
 simplicidade dos espaços;
 estruturas limpas;
 pouca ornamentação;
 formas geométricas simples;
 uso de materiais para dar personalidade e gerar interesse visual;
 o conceito de “less is more”.
13 – Performance
A performance é uma modalidade artística híbrida, isto é, que pode mesclar
diversas linguagens como teatro, música e artes visuais. Está relacionada
também ao happening e, muitas vezes, os termos são descritos como sendo a
mesma coisa.

Alguns estudiosos dizem que há uma pequena diferença entre os dois tipos de
manifestação artística.

A performance seria quando o artista apresenta uma cena em que normalmente


utiliza seu corpo como suporte enquanto os espectadores observam; já
no happening o público costuma participar também da ação.

Etimologicamente, a palavra performance deriva do francês antigo parformance,


e significa "dar forma", "fazer".

Características da arte performática

 Linguagem híbrida: mistura elementos do teatro, artes visuais, instalação,


música, entre outros;
 Não tem lugar "apropriado" para acontecer: pode ocorrer tanto em
museus, galerias e instituições, quanto em ambiente urbano e/ou público;
 Registros da ação podem ocorrer por meio de fotografias e vídeos, mas o
caráter da obra é efêmero, passageiro;
 Corpo como instrumento de ação artística.

Origem da performance na arte

No universo das artes, esse tipo de fazer artístico surge a partir da segunda
metade do século XX, em decorrência de desdobramentos da pop art e da arte
conceitual nos anos 60 e 70.

Isso porque a arte contemporânea desponta como uma nova maneira de


produzir e apreciar a arte.

Contudo, pode-se dizer que a performance tem relações com movimentos


modernistas mais antigos, como o dadaísmo e a Escola de Bauhaus.
Performance artística no Brasil

No Brasil, já na década de 50 a arte da performance dava sinais. Isso por conta


de Flávio de Carvalho (1899-1973), precursor do movimento e integrante do
modernismo brasileiro.

Mais tarde, com o Grupo Rex (1966-1967), os artistas Wesley Duke Lee (1931-
2010), Geraldo de Barros (1923-1998) e Nelson Leirner (1932) realizam
diversas ações artísticas, dentre elas, performances.
Há ainda outros nomes no Brasil, como Carlos Fajardo (1941), José
Resende (1945), Frederico Nasser (1945), além de Hélio Oiticica (1937-
1980).

14 – Instalação
O termo instalação foi incorporado ao vocabulário das artes visuais na década
de 1960, designado assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias
e museus. Inicia-se com as primeiras experimentações modernistas
estabelecidas por Kurt Schwitters (Merzbau, 1923) e Marcel Duchamp (16 milhas
de fio, 1942). No mundo contemporâneo, sua força expressiva toma forma com
as linguagens da Land Art, Minimal Art, Work in Progress e Intervenções
Urbanas.

A Instalação é uma forma de arte que utiliza a ampliação de ambientes que são
transformados em cenários do tamanho de uma sala. Pintura, escultura e outros
materiais são usados conjuntamente para ativar o espaço arquitetônico. O
espectador participa ativamente da obra e, portanto, não se comporta somente
como apreciador.

Ela pode ter um caráter efêmero (só existir na hora da exposição) ou pode ser
desmontada e recriada em outro local. Diferentemente do que ocorre
tradicionalmente com as esculturas ou pinturas, a mão do artista não está
presente na obra como um item notável.

Uma instalação pode ser multimídia e provocar sensações: táteis, térmicas,


odoríficas, auditivas, visuais entre outras.

O conceito, a intenção do artista ao formular seu trabalho é em grande parte a


essência da própria obra, na medida em que a instalação emerge no contexto
da Arte Conceitual.

A Instalação, enquanto poética artística, permite uma grande possibilidade de


suportes, a gama variada de possibilidades, em sua realização pode integrar
recursos de multimeios, por exemplo, videoarte, caracterizando-se em uma
videoinstalação.

A obra contemporânea é volátil, efêmera, absorve e constrói o espaço a sua


volta, ao mesmo tempo, que o desconstrói.
A desconstrução de espaços, de conceitos e ideias está dentro das práxis
artísticas da qual a Instalação se apropria para se afirmar enquanto obra.

Essencialmente, é a construção de uma verdade espacial em lugar e tempo


determinado. É passageira, possui presença efêmera que se materializa de
forma definitiva apenas na memória. O sentido de tempo, no caso da fruição
estética da Instalação é o não-tempo, onde essa fruição se dá de forma imediata
ao apreciar a obra in loco, mas permanece em sua fruição plena como
recordação.

Essa questão do tempo é crucial na Instalação, fazendo com que a mesma seja
um espelho de seu próprio tempo, questionando assim o homem desse tempo e
sua interação com a própria obra.

As combinações com várias linguagens como vídeos, filmes, esculturas,


performances, computação gráfica e o universo virtual, fazem com que o público
se surpreenda e participe da obra de forma mais ativa, pois ele é o objeto último
da própria obra, sem a presença do qual a mesma não existiria em sua plenitude.

Esta participação ativa em relação à obra faz com que a fruição da mesma se dê
de forma plena e arrebatadora, o que em muitos casos pode até mesmo tornar
esta experiência incômoda e perturbadora.

A necessidade de mexer com os sentidos do público, de instigá-lo, quase obrigá-


lo, a experimentar sensações, sejam agradáveis ou incômodas, faz da Instalação
um espelho de nosso tempo. Pode-se dizer de fato que a Instalação é uma obra
época, a qual só faz sentido se vista e analisada em seu tempo-espaço.

Principais características da instalação artística

 Trabalhos em grandes formatos;


 Utilização necessariamente do espaço como parte da obra;
 Interação do público;
 Obras “não-colecionáveis”.

Desde que foi cunhado o nome instalação na arte, verificou-se uma dificuldade
em delimitar o que seria exatamente essa vertente. Isso ocorre, pois as obras se
mesclam a outros gêneros da arte contemporânea, como a escultura, os objetos
e a land art (arte feita em grandes territórios e que interagem com a natureza).

Os artistas que se utilizam do recurso da instalação, geralmente estão


preocupados em criar uma atmosfera diferente e instigar o público em uma
apreciação com vários sentidos, não apenas o visual.

Além disso, o fato de as obras serem de grandes proporções, torna inviável que
sejam colecionáveis, nesse sentido há um questionamento ao mercado da arte.
15 – Grafiti
Grafite, grafito ou grafíti (do italiano graffiti, plural de graffito) é o nome dado às
inscrições feitas em paredes.

Definido por Norman Mailler como” uma rebelião tribal contra a opressora
civilização industrial” e, por outros, como “violação, anarquia social, destruição
moral, vandalismo puro e simples”, o Grafite saiu do seu gueto – o metrô – e das
ruas das galerias e museus de arte, instalando-se em coleções privadas e
cobrindo com seus rabiscos e signos os mais variados objetos de consumo.

Normalmente distingue-se o grafite, de elaboração mais complexa, da


simples pichação, quase sempre considerada como contravenção. No entanto,
muitos grafiteiros respeitáveis, como Os gemeos, autores de importantes
trabalhos em várias paredes do mundo, aí incluída a grande fachada da Tate
Modern de Londres admitem ter um passado de pichadores. Na língua inglesa,
contudo, usa-se o termo graffiti para ambas as expressões.

A partir do movimento contracultural de maio de 1968, quando os muros


de Paris foram suporte para inscrições de caráter poético-político, a prática do
grafite generalizou-se pelo mundo, em diferentes contextos, tipos e estilos, que
vão do simples rabisco ou de tags repetidas ad nauseam, como uma espécie de
demarcação de território, até grandes murais executados em espaços
especialmente designados para tal, ganhando status de verdadeiras obras de
arte. Os grafites podem também estar associados a diferentes movimentos
e tribos urbanas, como o hip-hop, e a variados graus de transgressão.

Dentre os grafiteiros, talvez o mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que, no


final dos anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo
pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados
de Manhattan. Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e
foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX.
Atualmente no século XXI, muitas pessoas usam o grafite como arte em museus
de arte.

A primeira grande exposição de Grafite foi realizada em 1975 no “Artist’s Space”,


de Nova York, com apresentação de Peter Schjeldahl, mas a consagração veio
com a mostra “New York/New Wave” organizada por Diego Cortez, em 1981, no
PS 1, um dos principais espaços de vanguarda de Nova York.

Características gerais:

 Spray art – pixação de signos, palavras ou frases de humor rápido,


existe a valorização do desenho.
 Stencil art – o grafiteiro utiliza um cartão com formas recortadas que,
ao receber o jato de spray, só deixa passar a tinta pelos orifícios
determinados, valoriza-se a cor.
 O grafite é uma expressão artística que ocorre em espaços públicos.
 Nas periferias de Nova Iorque, na década de 70, jovens manifestaram
suas lutas sociais por meio do grafite e impulsionaram a arte de rua.
 O grafite surgiu em meio a movimento da contracultura como crítica
aos padrões impostos do fazer arte.
 A arte do grafite se junta às danças urbanas e ao rap e compõem a
cultura do hip hop.
 O nova-iorquino Jean Michel-Basquiat se tornou um dos principais
nomes do grafite no mundo.
 No Brasil, Alex Vallauri enfrentou os desafios de fazer arte em meio à
censura da ditadura militar.
 Atualmente, Eduardo Kobra, os Gêmeos e Cranio são artistas do
grafite brasileiro de destaque internacional."

Diferença entre grafite e pichação


Por apresentarem algumas características em comum, o grafite é facilmente
confundido com a pichação. Entretanto, a pichação é caracterizada pela escrita
em locais públicos sem autorização, muitas vezes com o objetivo de insultar
alguém ou protestar contra algo.
O grafite se refere a uma manifestação artística, que envolve um processo de
criação feito com autorização. Já a pichação é uma intervenção agressiva
associada a atos de vandalismo."

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