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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


ESCOLA DE MUSEOLOGIA
DISCIPLINA: MUSEOLOGIA APLICADA À ACERVOS II - MOBILIÁRIO

MILENA GOMES MOREIRA BEZERRA

Relatório de visita à Casa Museu Eva Klabin.

RIO DE JANEIRO
2023
Em visita à Casa Museu Eva Klabin, localizada no bairro da Lagoa, no dia 18 de maio
de 2023, tivemos nosso foco direcionado a três ambientes desta instituição: a Sala Inglesa, a
Sala Chinesa e a Sala Renascença, os três situados no primeiro andar da casa. A Sala Inglesa
servia, para Eva, como um local de descanso: era onde ouvia música, lia, repousava, bebia e
fumava cigarros. No centro da sala, sobre um grande tapete persa, estão dispostos, em
semicírculo, um sofá e duas poltronas revestidos de tecido brocado perolado com motivo
fitomórfico, destacando uma mesa de centro de origem japonesa localizada à frente destas três
peças de assento. Essa mesa é feita de madeira, decorada com motivos fitomórficos e
apresenta, em sua base, uma talha funda e detalhada com policromia de tom avermelhado. No
contorno da sala, encostado às paredes, damos destaque a alguns móveis: duas papeleiras
secretárias no estilo chinoiserie, dispostas em extremidades opostas da sala, perto das duas
portas de acesso. A primeira, revestida por laca preta e com detalhes em dourado, possui
forma levemente sinuosa, com pernas de cabriolé, joelheiras e saial decorados e pés
garra-e-bola, características marcantes do período rococó. A segunda, de formato mais reto e
simétrico, é revestida por laca marrom escura com figuras em tons avermelhados, pernas
torneadas, sistema de travessa e pés em bolacha. Um console com características tipicamente
barrocas, com o tampo laqueado e o restante do corpo em madeira aparente. Sinuoso em sua
forma e em todos os detalhes, apresenta saial bem detalhado, serpentines e sistema de travessa
em “x”. Por fim, uma cômoda-papeleira de estilo neoclássico, reta e simétrica, em madeira
aparente, com gavetas com puxadores em metal, pés retos e, em seu tampo, uma finíssima
faixa em marchetaria de formato retangular, acompanhando a forma do móvel.
Passando pela sala de jantar e seguindo em frente, paramos na Sala Chinesa, o único
ambiente do museu dedicado a apenas um tema: o orientalismo. A sala, que apresenta paredes
revestidas por laca em um vermelho vivo e persianas blackout pretas para dialogar com a
estética oriental, possui, logo em sua entrada, um armário inteiramente vermelho com suas
portas decoradas e talhadas. Ao redor da sala, todos os móveis são laqueados ou
policromados, com forte presença de tons escuros e avermelhados. Dentre estes, destaco uma
arca inteiramente trabalhada em talha, apresentando figuras douradas em dois painéis ovais
localizados em seu tampo e em seu corpo; uma mesa vermelha com detalhes em preto, baixa e
com pernas curtas e curvas; e outra mesa, igualmente baixa, marrom e com laqueado escuro
em seu tampo, com travessas e pernas levemente curvas.
Voltando ao primeiro ambiente da casa e entrando pela porta do lado oposto, entramos
na Sala Renascença. Provavelmente a sala mais repleta de mobília de todo o museu, ao entrar
nos deparamos diretamente com um cassone de madeira inteiramente decorado. Dentre a
imensa quantidade de móveis dispostos nesta sala, todos inspirados no período do
Renascimento, darei destaque aos móveis de guarda em madeira aparente, em dimensões
monumentais, com estruturas simétricas e decorados com almofadas; à cadeira trípode; e às
poltronas com pernas, braços e sistemas de travessa torneados, com o assento e o espaldar
revestidos em veludo.

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