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AINDA A INFLUÊNCIA ASIÁTICA – UM POVO QUE PINTAVA AS FACHADAS DE SEUS
TEMPLOS E SUAS ESTÁTUAS – UMA ARQUITETURA DE FACHADAS PADRONIZADAS,
MAS QUE ENCANTAM A VISTA
A arquitrave lisa, não suporta diretamente a cornija, havendo entre elas o friso, que nada
mais é do que uma parede de proporção predominantemente horizontal, dividida em quadrados que
se alternavam ora estriados no sentido vertical, ora trabalhados em baixo-relevo.
A cornija que se sobrepõe ao conjunto arrematando-o, está balanceada sobre o friso,
ostentando em sua face que olha para o chão, uma decoração escultórica se assemelhando muito a
gotas que estão para cair.
É esta a fisionomia da ordem dórica.
Segundo o arquiteto romano Vitrúvio – o maior teórico que a arquitetura já possuiu – esta
ordem deriva diretamente dos antigos templos de madeira; a figura 76 esclarece a tese do arquiteto
romano.
Nas fachadas dos templos, a este conjunto se sobrepunha o frontão, um grande triangulo de
alvenaria que podia, ou não, ter a sua superfície fartamente decorada e que servia para esconder o
telhado.
A ordem dórica sofreu no decorrer do tempo uma série de modificações e variações em
alguns de seus elementos, mas nenhuma delas capaz de lhe desfigurar o conjunto.
São exemplos típicos desta ordem, os templos de Atena em Corinto, o de Zeus em Olímpia,
o de Teseu em Atenas, o Partenom em Atenas o de Apolo em Delos e o de Selimunte, entre muitos
outros.
No entanto, o período áureo desta ordem pode ser representado pelo Partenom.
Cinco nomes célebres da História
Universal, e em particular da História das
Artes, se reuniram na Grécia para a realização
deste templo sobre a Acrópole de Atenas:
Péricles – o administrador e o protetor das
artes, Ictinus, Calicrates e Mnesicles – os
maiores arquitetos gregos – e Phídias - um
dos maiores escultores de que o mundo já
teve notícia.
A acrópole era alguma coisa como uma cidadela construída sobre um penhasco de cerca de
cinquenta metros de altura e sobre o qual, estavam os templos de algumas daquelas divindades
saídas dos rituais órficos e pitagóricos.
Era o Partenom o mais importante destes templos, pois que havia sido erigido em
homenagem a deusa virgem Atena, protetora da cidade tendo levado dez anos a sua construção.
Orientado com o suas pronaus para o quadrante leste – como invariavelmente sucedia com
todos os templos gregos – media sessenta e oito metros de comprimento por trinta de largura, com
uma altura de dezoito metros e contornado por um pórtico de quarenta e oito colunas, sendo oito em
cada uma de suas fachadas principais.
Inteiramente construído e decorado com um mármore de belíssimo tom dourado pálido,
ainda hoje em suas ruínas, apresenta um vivo e agradável contraste com a coloração azul do céu
mediterrâneo.
Era colorido e de maneira verdadeiramente impressionante. Segundo se crê, as caneluras de
suas colunas eram vermelhas, os ábacos dos capitéis e os triglifos azuis, e os plintos (bases das
colunas) ocre. Os frontões e as métopas tinham o seu fundo pintado em vermelho escuro o que
devia fazer saltar vivamente as figuras brancas esculpidas em suas superfícies.
Em cada uma das métopas, havia esculpida uma cena da “procissão panatenáica”, que no
conjunto, em toda a roda do prédio, exibia ao espectador uma grande variedade de figuras, como
cavalos, carros de corso e de combate, virgens prontas para o sacrifício etc. como a relatar toda a
imponência daquele cerimonial realizado em cada quatro anos. Estas figuras são de autoria do gênio
de Phidias.
O frontão oriental contava ainda pelo escopro maravilhoso deste escultor, o nascimento de
Atena, enquanto o ocidental, relatava a terrível disputa entre esta e Poseidon pelo domínio da Ática.
Se no exterior a policromia e as proporções moduladas aliadas a uma modinatura rebuscada
falavam de beleza eterna, no interior não foi menos pródigo o artista grego.
No fundo da nave central, o teto era vazado para que a luz entrasse a iluminar de modo todo
especial a estátua de Atenas Polias. Esta – ainda atribuída à Phidias – só foi conhecida infelizmente
através de uma narrativa de Pausanias. Medida aproximadamente dez metros de altura sendo que a
parte da estátua que representava a sua carne era toda em marfim e as vestes que eram removíveis,
estavam esculpidas em ouro maciço o que era realmente um requinte de originalidade e bom gosto.
Depois de ter sido um templo cristão dedicado a Virgem Maria, passou este verdadeiro
tesouro de arte a ser uma mesquita muçulmana até que em 1687, um exército veneziano cercou
Atenas, tendo então os turcos a infeliz ideia de fazer do Partenom um paiol de pólvora que um tiro
certeiro fez voar em pedaços.
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A ORDEM JÔNICA OU “DIALETO ASIÁTICO DA ARQUITETURA” – O PONTO
FINAL DA VOLUTA ORIENTAL
Esta ordem se caracteriza pela graça e elegância em contraposição à força e à energia da
dórica. Foi chamada por Choisy – e com muita propriedade – de “dialeto asiático da arquitetura”.
De fato, esta ordem vem das esculturas hititas de Pterium, de Neandria e de Lesbos, onde a
voluta já se desenha livremente. A sua arquitrave recorda a viga de Perspolis e de Susa, assim como
os seus dentículos, que dali também se derivam.
Tal como o dórico, ela parece também reproduzir as antigas e saudosas estruturas lenhosas,
com uma diferença, no entanto: o que agora é reproduzido, traz em sua essência o espírito oriental
dos monumentos persepolitanos. Dos capitéis fenícios de Chipre aos pré-helênicos de Neandria a
distância é pequena, mas destes aos do templo Erecteo – o exemplar mais puro da ordem jônica –
ela quase se anula.
A coluna canelada não sai diretamente do piso, mas sim de uma base anelar, e afina para
cima, onde é corada por um elegante capitel de volutas. Sobre este, existe uma arquitrave que
suporta um friso que por seu turno carrega uma cornija balanceada, onde o único ornato é uma
fileira de dentículos.
Se a ordem dórica é sóbria e geométrica, a jônica parece ser a sua réplica – alegre e livre,
repleta de óvulos de palmetas e figuras cardioides.
São tipos característicos desta ordem o templo arcaico de Artemisa em Efeso, o de Ilissos
em Atenas o de Dionysio em Teos, o Erecteo na Acrópole de Atenas e muitos outros.
que as envolve e que ostentam é de tão fino rendilhado que somente o buril consegue. Aliás, os
capitéis com revestimentos metálicos se estendem até os últimos dias do Império Romano, o que até
certo ponto vem confirmar a hipótese anteriormente lançada.
O monumento de Lisicrates é um exemplo típico, com seu entablamento jônico em plena
maturidade, mas pleno de riqueza e de finura.
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UM CAPITEL QUE DEVIA TER SIDO ESCULPIDO EM METAL – ESTÁTUAS QUE
SUBSTITUEM COLUNAS.
Se a Ordem Coríntia é uma variante Jônica com capitel de folhagens, a Cariátide é um
entablamento dórico ou jônico, descansando sobre colunas cujo fuste é a figura humana.
O modelo mais significativo desta ordem é o pórtico da fachada sul do templo Erecteo.
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Curioso é o fato deste espécime ser
jônico no que diz respeito aos seus
ornamentos e o dórico no que tange às suas
proporções de forma quadrada e sem esbeltez.
Também digna de nota é a maneira pela qual
a escultura, ou melhor, a estatuária se
incorpora à arquitetura, de modo harmônico,
sem choques, o que consegue graças às suas
linhas calmas e simples e à postura tranquila
das estátuas
ORDEM ÁTICA
Nesta ordem a figura humana que
tinha lugar na cariátide é substituída por um
singelo pilar de base quadrada.
É bom que se esclareça aqui que estas correções – inclinações, desaprumos, curvaturas etc. –
foram realizadas com deformações mínimas, e que só puderam ser constatadas com averiguações e
medições muito precisas.
Estes engenhosos artifícios só foram colocados em prática a partir do século V A.C. apesar
de já terem sido utilizados por arquitetos egípcios, que usaram recursos semelhantes no templo de
Medinet-Abú.
O que é importante e muito curioso é que se o leitor algum dia se postar diante do “Panteon”
de Paris, ou do Palácio do Legislativo desta mesma cidade, poderá apreciar algumas das
deformações supra referidas, ali existentes pelo fato de não terem os arquitetos daqueles edifícios
tomado as preocupações dos gregos.
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OS EDIFÍCIOS GREGOS
Não é fácil estabelecer a diferenciação entre os edifícios de culto e os da vida civil entre os
gregos, pois que a religião intervém em todos os escaninhos de sua vida.
As festas religiosas são expressas através de dramas representados e daí a grande
semelhança existente entre os teatros e os templos. Diante dos lugares de reunião era construído um
pórtico dotado de frontão que se denominava propileo, e que nada mais era do que a fachada de um
pequeno templo.
O teatro se compunha de um hemiciclo que se chamava orquestra, onde evoluíam os tores
com suas máscaras e suas botas de saltos altos. Atrás desta área, estava uma cena estreita – a tribuna
– cercada de paredes nos fundos e dos lados, sendo que nestas últimas havia uma porta em cada
uma, por onde entravam e saíam os atores. Contornando o hemiciclo se desenvolviam
paralelamente e, portanto em semicírculos, os degraus da arquibancada onde ficavam os
espectadores, sempre ao ar livre.
O teatro era de um modo geral, construído na encosta de uma colina para que os degraus da
arquibancada fossem esculpidos na terra, resolvendo deste modo dois problemas vitais em
construções desta natureza: a estabilidade e a visibilidade.
Os odeons eram pequeninos teatros destinados unicamente a audições musicais.
As acrópoles eram primitivamente cidadelas e logo após recintos sagrados onde se erigiam
vários templos e daí a sua existência em plataforma no alto de colinas.
A ágora era uma grande praça pública rodeada de pórticos onde se reuniam os cidadãos para
tratarem de negócios.
Os monumentos comemorativos, as estelas (pedras cravas no chão e cheias de inscrições e
ornamentos), as colunas votivas e as hermas (colunas encimadas por bustos) erma comuns em
toda a Grécia.
Os monumentos funerários, são, via de regra, túmulos assinalados por uma estela
profusamente decorada com rosáceas e palmetas. Enquanto na macedônia as sepulturas são
subterrâneas, na Ásia Menor são escavadas na rocha como na Lídia ou então assumem a forma de
pequenos templos.
Amantes da vida ao ar livre e da perfeição das formas humanas os gregos se dedicaram a
todos os tipos e formas de exercícios físicos. Destarte, os seus ginásios possuíam grandes pátios e
piscinas sempre cercados de pórticos.
Nos estádios realizavam corridas a é e lutas enquanto nos hipódromos – que tinham a
mesma disposição arquitetônica dos estádios – executavam corridas de carros; em ambos os casos
havia pistas para os contendores e arquibancadas para o público.
REFERÊNCIA
CARVALHO, Benjamim de. A história da arquitetura. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, [s.d.].
Adaptado.