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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
Ensaios de Ultrassom
Ensaios de Radiografia
Nampula
2023
Mário Manuel Muacuelia
(Ensaios Mecânicos)
Ensaios de Ultrassom
Ensaios de Radiografia
Universidade Rovuma
Nampula
2023
Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS ..................................................................... 5
1. Introdução............................................................................................................................ 5
3. Conclusão .......................................................................................................................... 23
Bibliografia ............................................................................................................................... 24
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CAPITULO I: INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS
1. Introdução
Os Ensaios Não Destrutivos (END) são técnicas utilizadas na inspecção de materiais e
equipamentos sem danificá-los, sendo executadas nas etapas de fabricação, construção,
montagem e manutenção. Essas técnicas constituem uma das principais ferramentas do
controle da qualidade de materiais e produtos, contribuindo para garantir a qualidade,
reduzir os custos e aumentar a confiabilidade da inspecção. Diversas técnicas podem ser
aplicadas para detectar e dimensionar descontinuidades na superfície e no interior de um
material. Entretanto, na maioria das vezes um único ensaio não é 100% eficiente, seja
por restrição tecnológica ou mesmo por factores humanos.
Este trabalho de pesquisa está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo trata da
introdução. No capítulo dois é apresentada uma revisão bibliográfica sobre os ensaios
não destrutivos, abordando as principais técnicas utilizadas, descrevendo seu princípio
de funcionamento. O terceiro capítulo apresenta as considerações finais dessa pesquisa.
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CAPITULO Ⅱ: REVISÃO DE LITERATURA
2. Referencial Teórico
Conforme o Instituto Britânico de Ensaios Não Destrutivos (BINDT), esses ensaios são
utilizados para detectar e avaliar falhas nos materiais. Geralmente, são caracterizadas
por trincas, inclusões de materiais no cordão de solda ou ainda variações nas
propriedades estruturais, que podem levar à perda da resistência e posteriormente à
falha do material. No entanto serão usadas as seguintes Obras Bibliográficas para a
descrição teórica: (ANDREUCCI, Ultrassom. [S.l.: s.n.] , 2008) (Pires de Matos, I &
Santos, 2010) (CAMERINI, 2012) (Tardioli, 2013) (ÇENGEL & BOLES, 2009)
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS E
INSPEÇÃOABENDI, 2018 ) (Arieiro, Corrêa, & Basto de Almeida, 2012) (Dias, 2003)
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Tabela 1. Principais características dos Ensaios Não Destrutivos de ultrassom, radografia e
correntes parasitas
O número de métodos de END que pode ser usado para inspecionar vários tipos de
materiais, equipamentos ou até mesmo para realizar medições é grande e continua a
crescer, pois investigadores continua a encontrar novas formas de aplicação da física e
outras disciplinas científicas para desenvolver sofisticados métodos de Ensaios Não
Destrutivos.
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2.2. Tipos de Ensaios Não Destrutivos
Espessuras;
Verificação de descontinuidades;
Corrosão de materiais;
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Figura 1. inspecção de materiais por ultrassom. (a)Transmissão da onda ultrassônica e (b) sua
recepção. Fonte: ANDREUCCI (2008).
A velocidade de propagação das ondas sonoras nos materiais depende do meio condutor
e do sentido de vibração (ondas transversais e longitudinais). Na tabela abaixo (Tabela-
2), é possível observar valores de velocidade de propagação em diferentes meios
materiais.
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2.2.1.2. Propagação do Ondas Ultrassônica
As ondas ultrassônica são ondas mecânicas que se propagam em meios elásticos, isto é,
em materiais com capacidade de se deformar ao sofrer um esforço e voltar à forma
original após o esforço ser retirado. A velocidade de propagação da onda depende do
meio em que a onda se propaga e elas podem ser classificadas em três categorias: Ondas
longitudinais, ondas transversais e ondas superficiais (SANTIN, 2003).
De acordo com França (2015) as ondas ultrassônica são transferidas ao material através
de transdutores que, normalmente, são protegidos por material polimérico (sapatas).
Esse transdutor contém um cristal de material piezelétrico que tem a capacidade de se
contrair e se expandir continuamente quando submetido a uma DDP de fonte pulsada.
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Transdutor de Duplo-Cristal
(a), a partir do momento em que esta onda é emitida o aparelho começa a contar
o tempo. Ao incidir na descontinuidade ocorre uma reflexão da onda que retorna
ao transdutor;
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(d), sendo a posição do eco proporcional ao caminho percorrido pelo som até a
descontinuidade da peça.
Figura 2.(a) Emissão do pulso de ultrassom; (b) eco gerado pelo reflexo da onda na
descontinuidade; (c) inspeção de peça por meio de ultrassom e (d) detalhe do gráfico formado
pela emissão e eco do ultrassom Fonte: (a) e (b) CTISM (c) http://www.kaiselemerca.com (d)
http://www.multiclad.com.br
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2.2.1.6. Técnica de Transparência
Um transdutor que emite e outro que recebe o sinal sonoro, acoplados perfeitamente e
alinhados em lados opostos da peça. Serve para identificar a presença da falha e é
indicada para peças de menor dimensão com acesso pelos dois lados.
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2.2.1.8. Vantagens e Desvantagens dos Ensaios Ultrassônico
De acordo com a ABENDI (2018) o ensaio por ultrassom apresenta vantagens e
desvantagens, quando comparado aos outros ensaios não destrutivos. A baixo estão
ilustradas as vantagens e desvantagens de ensaio:
Vantagens Desvantagens
Custo relativamente alto.
Fácil utilização.
Detecta descontinuidades internas no Exige superfície previamente preparada
material.
Rapidez na execução do exame. Não é possível manter um registro das
falhas encontradas
Não requer medidas especiais de Dificuldade de aplicação em alguns
segurança materiais
Uma boa sensibilidade na detecção de Requer elevado grau de conhecimento
descontinuidades internas para a execução e para a análise dos
resultados
Não necessita de revelação de um filme Não detecta descontinuidades paralelas à
para obter os resultados direcção do feixe sónico
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menor absorção, sensibilizando em menor ou maior grau o meio utilizado para o
registro da imagem radiográfica (ANDREUCCI, 2009).
2.2.2.2. Raio X
O Raio X é produzido acelerando, por meio de uma diferença de potencial, entre um
ânodo e um cátodo, partículas (elétrons) que, ao colidirem em alta velocidade com o
metal do alvo (ânodo), causam instabilidade na eletrosfera liberando calor e ondas
eletromagnéticas (os raios X). Os raios X de uso industrial são gerados numa ampola de
vidro denominada tubo de Coolidge.
Figura 6. (a) Esquema de funcionamento de um (b) tubo de Coolidge Fonte: (a) CTISM (b)
http://www.amber-ambre-inclusions.info
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As partículas alfa e beta possuem cargas elétricas que podem ser desviadas por um
campo magnético, já as radiações eletromagnéticas gama, de natureza ondulatórias, são
de alto poder de penetração. Os isótopos mais usados são o irídio 192, o césio 137, o
túlio 170 e o cobalto 60.
Na Figura a seguir temos o aparelho gerador de raios gama (a), o seu princípio de
funcionamento (b), e a leitura realizada pelo aparelho impressa em um filme (c).
Figura 7. (a) Irradiador gama para fontes radioativas; (b) utilização do irradiador gama e (c)
foto produzida pela radiação Fonte: (a) http://www.sentinelndt.com (b) CTISM (c) Andreucci,
2009
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1-Quando um feixe de radiação incide
num material, parte é absorvida ou
Absorção da radiação pela matéria dispersada e uma parte transmitida;
2-A radiação transmitida é a parte do feixe
utilizada para detectar as
descontinuidades.
1-Como num filme fotográfico que é
sensibilizado pela luz, o filme radiográfico
será sensibilizado não somente pela luz,
Exposição do filme mas também pela radiação;
2- As áreas escuras observadas num filme
radiográfico indicam que uma maior
quantidade de radiação passou por aquela
região correspondente na peça ensaiada
Vantagem Desvantagem
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2.2.3. Ensaio por Correntes Parasitas
O ensaio não destrutivo de correntes parasitas teve sua origem em 1831 quando Michael
Faraday demonstrou a indução eletromagnética e formulou experimentalmente as leis da
indução. Em 1879, um cientista chamado Hughes registrou mudanças na propriedade de
uma bobina quando colocada em contato com metais de diferentes condutividades e
permeabilidades (MARQUES, 2017).
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deformações, inclusões, variações de espessura, medir espessura ou variação de
espessura de camada de recobrimento, localizar variações associadas à condutividade do
material, falta de homogeneidade em ligas, superaquecimento local, erros de tratamento
térmico e também detectar variações associadas à permeabilidade magnética através de
medição da intensidade dos campos magnéticos. Essas correntes parasitas no inglês
Eddy currents, também são chamadas de Correntes de Foucault e são responsáveis pelo
aquecimento do material.
Figura 9. (a) Inspeção por correntes parasitas em fuselagem de avião; (b) gráfico formado no
visor do aparelho detetor e (c) princípio da detecção por correntes parasitas
Fonte: (a) http://www.jetsun.com (b) http://www.polimeter.com.br (c) CTISM
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2.2.3.2. Aplicações dos Ensaios por Correntes Parasitas
O ensaio é aplicado em produtos siderúrgicos (barras, tubos, perfis), peças e elementos
mecânicos (eixos, parafusos, componentes automotivos), entre outros; na indústria
aeronáutica e nos componentes de trocadores de calor para identificarem falhas por
corrosão ou fadiga. Os resultados, após o seu processamento pelo aparelho são
mostrados na tela, Figura anterior(b), exigindo do operador bom conhecimento. É um
ensaio rápido (velocidade de inspeção), limpo, com baixo custo operacional, além de
possibilitar automatização do processo de inspeção. Além de uma vasta área de
aplicações, o ensaio por correntes parasitas ainda oferece uma série de vantagens tais
como: a possibilidade de produtos (materiais) siderúrgicos serem ensaiados diretamente,
mesmo ainda quentes. Esse ensaio não causa nenhum dano à superfície de produtos
lapidados ou polidos, nem objetos (peças, obras) de arte ou de arqueologia. Não existe
risco algum durante a operação de inspeção, uma vez que a sonda não entra em contato
com a superfície.
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VII. O alcance de penetração das correntes parasitas pode ser reduzido a milímetro
nos materiais de maior condutividade, como é o caso do cobre, ligas de alumínio
e outros.
VIII. Os materiais ferromagnéticos apresentam dificuldade maior para identificar e
avaliar descontinuidades devido à variação de permeabilidade magnética.
De acordo com Mix (2005) o ensaio por emissão acústica pode ser empregado em
diferentes aplicações. Destacam-se as inspeções em vasos de pressão para detectar e
localizar descontinuidades, além de monitorar a integridade de soldas durante a
fabricação de peças e equipamentos.
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A vantagem de se efetuar uma inspeção global, de forma não intrusiva, representa um
monitoramento completo de uma só vez sem interferência significativa na operação,
evitando-se interrupções desnecessárias na produção.
Figura 10. (a) Inspeção por emissão acústica; (b) aparelho utilizado nas inspeções por
emissões acústicas e (c) princípio da detecção de falhas por emissões acústicas
Fonte: (a) http://mm04.nasaimagens.org (b) http://wins-ndt.com (c) CTISM
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CAPITULO Ⅲ: CONSIDERAÇÕES FINAIS
3. Conclusão
O conhecimento dos ensaios não destrutivos é fundamental para o profissional de
manutenção industrial. Conhecer seus tipos e características ajuda no momento da
escolha do melhor procedimento a ser adotado na manutenção de um equipamento ou
na automação da verificação da qualidade de um trabalho ou produto. A ultrassom,
radiografia, emissão acústica ou correntes parasitas, indica a qualidade e o nível de
nossa avaliação. Cada um deles com suas particularidades e características determinam
a sua empregabilidade no processo de controle e avaliação de um equipamento
industrial.
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Bibliografia
Arieiro, M. E., Corrêa, C. J., & Basto de Almeida, A. C. (2012). Ensaios nao
destruitivos- para pecas metalicas. Mocambique- Maputo: Porto Editora. Obtido
de ISBN 978-972-0-01669-0
Dias, M. A. (2003). ABNT NBR 6002 - Ensaios não destrutivos . São Paulo, brasil.
Pires de Matos, I, A. p., & Santos, M. (2010). Ensaios Nao Destruitivos: Princípios e
Aplicações. (F. C. Gulbenkian, Ed.) Sao Paulo, Brasil: Lisboa, (2ª ed.).
Tardioli, P. W. (2013). Retificacao de pecas metalicas (1 ed.). (I. Cavalcanti, Ed.) São
Carlos, Brasil: Equipe de Editoração Eletrônica,.
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