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Furadeiras
Furação
A furação pode ser definida como processo de usinagem, onde a retirada de cavaco se dá
através do movimento relativo entre a ferramenta multicortante (broca) e a peça de trabalho.
Nesse sentido, a ferramenta gira e se desloca segundo uma tragetória retilínea, coincidente ou
paralela ao eixo principal da máquina-ferramenta, enquanto a peça permanece fixa sobre a
mesa de trabalho.
Variantes da Operação
A furação de acordo com Ferraresi (1970) e Machado et al. (2009) subdivide-se nas seguintes
operações:
Furação em cheio (Fig. 1 (a)): processo de furação que remove todo o material compreendido
no volume final do furo, na forma de cavaco;
Furação escalonada (Fig. 1 (c): processo de furação destinado à obtenção de um furo com dois
ou mais diâmetros diferentes, simultaneamente;
Furação de centros (Fig. 1 (d): processo de furação destinado à obtenção de furos de centro
para fixação da peça em operações posteriores;
Trepanação (Fig. 1 (e): processo de furação em que é retirada apenas uma parte do material do
volume final do furo na forma de cavaco, compreendido à circunferência que delimita o furo,
permanecendo um núcleo maciço.
Figura 1: Operações de furação: (a) furação em cheio; (b) escareamento; (c) furação escalonada; (d) furação de centros e (d)
trepanação (adaptado de SCHROETER; STOETERAU; WEINGAERTNER, 2004).
Máquina-ferramenta
Furadeira de Coluna
Base (Fig. 3 (a)): parte da máquina-ferramenta onde é fixada a coluna (Fig. 3 (b)) que é o
suporte da mesa e todos os outros componentes acima dela;
Árvore (Fig. 3 (d)): possui movimento de rotação com velocidades variadas, podendo
deslizar segundo seu eixo. As diferentes velocidades são determinadas por meio de um
mecanismo de acionamento do movimento principal de rotação composto por um cone de
polias e um redutor (Fig. 3 (c)). A extremidade inferior da árvore possui um orifício cônico no
qual encaixa-se a haste da broca ou do mandril e um orifício transversal que auxilia no
momento da retirada dos mesmos, como mostrado em detalhe na Fig. 3;
Alavanca em cruz (Fig. 3 (e)): responsável pelo movimento de avanço da árvore na direção
vertical, que é feita manualmente pelo operador da furadeira de coluna;
Mesa (Fig. 3 (f)): componente onde se prende a peça a ser furada. Ela possui ranhuras para
facilitar a fixação da peça; um canal coletor para recolher o líquido utilizado para lubri-
refrigeração; um mecanismo de cremalheira e pinhão acionados por uma manivela
responsável pelo movimento vertical da mesa; alavancas utilizadas para fixar a mesa na
posição, tanto no sentido vertical quanto no sentido de giro ao redor da coluna de acordo com
a necessidade.
As partes principais de uma furadeira variam de acordo com a sua estrutura. Para uma
furadeira de coluna pode-se destacar as seguintes partes, ilustradas pela figura 3:
Como a fixação em cone Morse ocorre por força de pressão, a retirada de uma ferramenta ou
de um mandril porta ferramenta é feita por meio de uma cunha introduzida em uma ranhura
existente na árvore, como na figura 5.
Figura 5 Retirada de mandril ou ferramenta do cone Morse
Ferramenta de Corte
Na furação dos ferros fundidos são utilizadas brocas helicoidais de aço rápido e de metal duro
na grande maioria das vezes, apesar de existirem outros materiais e geometrias diferentes de
broca para casos especiais. A figura 2.6 mostra estes tipos de brocas.
Figura 6: Tipos de Brocas: (a) broca helicoidal, (b) broca de centro, (c) Broca
intercambiável, (d) brocas canhão (BARBOSA, 2009)
Vários conceitos sobre as grandezas do processo de corte devem ser seguidos por técnicos e
engenheiros que se dedicam ao estudo da usinagem. Estes conceitos são definidos por vários
autores (FERRARESI, 1970; MACHADO et al, 2009; DINIZ; MARCONDES; COPPINI,
2006), e alguns destes conceitos são descritos a seguir:
Movimento de corte: movimento realizado entre a peça e a aresta de corte da ferramenta, que
promove uma única remoção de cavaco durante uma rotação, na ausência de movimento de
avanço;
Onde:
f = avanço (mm/volta)
Velocidade efetiva (ve): é a soma vetorial das velocidades de corte (vc) e de avanço (vf);
Percurso de avanço (Lf): distância percorrida pelo ponto de referência da aresta de corte
sobre a peça, na direção de avanço.