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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ENGENHARIA

TRABALHO DE USINAGEM
BROCHADEIRA

AJAQUES ORIBES

DOUGLAS LOURITAN

IVO KIROGI

HENRIQUE BOSENBECKER
SUMÁRIO

Introdução..........................................................................................2
Brochadeiras......................................................................................3
Brochas..............................................................................................6
Métodos de brochamento................................................................13
Afiação.............................................................................................14
Funcionamento................................................................................15
Problemas Ocorridos.......................................................................21
Conclusão........................................................................................22

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INTRODUÇÃO

A operação de brochamento, ou brochagem consiste do


arranque de material da peça por uma sucessão progressiva e
linear de gumes de corte. A ferramenta é denominada brocha. A
máquina que executa esta operação é denominada brochadeira ou
brocheadeira . É uma operação voltada para a produção de grandes
lotes pois cada operação exige o projeto e a execução de uma
ferramenta própria, complexa e de alto custo.
O processo de brochamento permite criar rapidamente
encaixes de diversas geometrias para diversos tipos de fixação.
Equipamento utilizado para realizar a operação de construir
raias em câmaras internas de peças usinadas. Normalmente
costuma-se produzir raias internas em canos de armas, que
proporcionam o giro do projétil, quando o mesmo é disparado.
Confere a superfície do metal elevada característica mecânica, pois
sua utilização é feita por compactação e esmagamento da
superfície.

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BROCHADEIRAS

As brochadeiras consistem basicamente de um mecanismo


capaz de produzir o movimento relativo entre a ferramenta,
chamada brocha e a peça, que normalmente é linear, denominadas
máquinas de brochar . A grande maioria das máquinas são
acionadas hidraulicamente devido a grande força necessária.
Existem brochadeiras que comprimem o objeto a ser
trabalhado, outras que tracionam e outras ainda que tracionam e
comprimem. As brochadeiras que comprimem são quase sempre
verticais, e as que usam tração são horizontais.
Basicamente se dividem em dois tipos:
Brochadeira vertical – São as brochadeiras com disposição
vertical e se utilizam principalmente da força de compressão.
Entretanto, podem também tracionar e, em alguns casos, utilizar
ambas as forças, tanto para brochamento interno quanto externo.
Quando não se dispõe de grande espaço físico, a brochadeira
vertical é a mais indicada
devido a sua característica estrutural.
Existem máquinas de cabeçotes múltiplos que podem
executar operações em várias peças simultâneamente.

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Brochadeira horizontal – Apresenta a vantagem de possibilitar o
trabalho com
ferramentas de grande comprimento. É bastante utilizada na
indústria mecânica. No trabalho por força de tração, que utiliza
ferramentas de longo comprimento, a montagem do material na
brochadeira deve ser feita com
cuidado para evitar a flexão da brocha devido ao seu próprio peso.

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BROCHAS
As brochas são as ferramentas utilizadas nas brochadeiras, a
fim de realizar os mais diversos tipos de cortes lineares, nas mais
diversas formas, com algumas exceções. É normalmente feita de
um determinado aço temperado e revenido, baseado no tipo de
material à usinar, relativamente comprida e que possui diversos
tipos de dentes dispostos em seqüência e com dimensões
progressivas em alturas crescentes até a forma final desejada, para
trabalhar diversos tipos de materiais. Pode ser usada para gerar
superfícies internas ou externas, de perfis regular ou irregular.
As brochas podem ser forçadas por tração ou compressão, no
caso de um brochamento interno ou arrastado sob superfície, no
caso de brochamento externo. As formas obtidas pelo processo
interno, externo e helicoidal respectivamente:

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fig.: peça realizada com brochamento
helicoidal
Todas as operações de desbaste e acabamento são
realizadas pela mesma ferramenta, a qual possui as seguintes
características básicas: haste que é a ponteira da ferramenta,
anterior aos dentes, sendo constituída de guia dianteira e cabeça de
tração; dentes de desbaste que ficam na parte inicial da peça,
retirando a maior parte do material a ser usinado; os dentes de
acabamento que por sua vez localizam-se na parte posterior da
ferramenta tendo como função o alisamento da peça e definir a

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precisão e medida final da peça; e os dentes de reserva que ficam
logo após os dentes de acabamento tendo a função de substituírem
os dentes de acabamento ao longo do tempo de desgaste da
ferramenta, aumentando a vida útil; e guia traseira localizada na
outra extremidade guiando a ferramenta no seu curso completo
(pode ter uma cauda para encaixe mais preciso).

Fig.: Brocha interna de compressão.

Fig.: Brocha interna de tração.

Os tipos de brochas seguem as classificações quanto ao tipo


de superfície (interno ou externo), quanto a aplicação de força
(brochas de compressão, brochas de tração ou rochas giratórias),
quanto à forma de construção (sólida, seções, dentes postiços ou
tipo pote), quanto a disposição dos gumes (ortogonais ao eixo da

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brocha ou oblíquos ao eixo da brocha), quanto a seqüência de corte
(escalonamento em alturas crescentes, lateral ou combinado) e
quanto a função (rasgo de chaveta, furos redondos, alisamento,
etc.)
Os dentes das brochas são componentes de suma
importância para o funcionamento correto e produtivo do processo
de brochamento. São eles que realizam o corte do material; são
dispostos em série e apresentam alturas crescentes, que
determinam a penetração de avanço asf (profundidade de corte). No
brochamento a máquina atua com a força e velocidade e a
ferramenta por si só é que determina o avanço, que será
determinado pelo seu desenho e projeto.
Os primeiros dentes, de desbaste, são de dimensões
aproximadas das medidas finais da peça para arrancar o material e
assegurar o corte, e enquanto os dentes de acabamento se
aproximam progressivamente da forma final desejada.
Abaixo apresenta-se uma vista em perspectiva dos dentes de
uma brocha onde é temos as principais superfícies além das
ranhuras quebra-cavaco.

A distância entre um dente e outro é definido passo dos


dentes (P). Passo dos dentes é um dos mais importantes
elementos no projeto de uma brocha, pois determina o número de

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dentes em corte simultâneo, a força de tração, a capacidade da
bolsa de cavacos e o comprimento da brocha.
A altura medida entre o fundo do dente e a ponta de corte é a
altura (h). Tem os ângulos de saída (γ) e folga (α). A diferença entre
as alturas dos gumes cortante (a) é o avanço.

Os raios de concordância R e r devem ser definidos de forma


ajudar a formação do cavaco, buscando não parti-lo. O cavaco bem
formado enrola-se e não possui arestas pontiagudas em contato
com a ferramenta. Um cavaco que se parte gera diversas arestas
que podem danificar o acabamento da peça que está sendo
usinada e também a própria ferramenta.
A figura abaixo apresenta apenas os ângulos que definem o
dente e também o avanço a e reforça que o avanço é igual para
todos os dentes de uma mesma parte.

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Ao lado, 02 peças sendo
brochadas em uma
brochareira automática.
Um robot é responsável
pela alimentação de peças
a serem usinadas (ver
detalhe ao fundo da foto,
02 peças a espera para
serem usinadas) e
também responsável por
tirar as peças já usinadas.

Ao lado, um exemplo de um dos tipos de


brochadeira vertical utilizada (Brochadeira
CNC Sanyo) A brochadeira vertical é a
mais indicada devido a sua característica
estrutural.

As brochadeiras são bastante importantes


no processo tanto quanto pela diversidade
de formas que pode gerar quanto pela
estabilidade dimensional das peças (lei-se:
pouca variação dimensional de uma peça
para outra).

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MÉTODOS DE BROCHAMENTO
Pode-se classificar a operação de brochamento de várias maneiras.
Tem-se:

a) Tipo de superfície
- Interna (mais comum);
- Externa.

b) Direção do movimento
- Vertical;
- Horizontal (mais comum).

c) Movimento
- Da ferramenta (mais comum);
- Da peça.

d) Aplicação do esforço
- Por tração (mais comum);
- Por compressão.

e) Brochamento helicoidal
- Normal.
- Comandado.

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AFIAÇÃO

A longa vida útil das ferramentas de brochamento depende muito de


um consciente programa de reafiação.
A brocha requer afiação quando:
- A operação de brochamento começa a requerer mais força da
máquina.
- Acabamento insatisfatório começa a ser evidente no produto.
- A seção de corte da brocha apresenta sinais de desgaste.
- Vibrações ou chiados surgem durante a operação de
brochamento.
Uma brocha afiada adequadamente:
-Assegura um usinagem precisa e de qualidade.
- Tem menos tendência a desvios.
- Assegura uma forma ou perfil preciso.
- Aumenta a vida útil da brocha (em vários anos).
- Corta custos.

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FUNCIONAMENTO
PROGRESSÃO DO CORTE

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FASES DO BROCHAMENTO

FORÇA TOTAL DE BROCHEAMENTO

F1 = resistência ao corte=força cortante principal;


F2 = reação da peça absorvida pela brocha e pela própria peça;
F3 = resistência do atrito entre a ferramenta e a peça;

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F = F1 + F3

F = S . re na qual

S = seção de corte em mm²;


re = resistência específica do corte em kg/mm²;

sendo:
S = p. b

p = profundidade de corte, em mm (diferença entre 2 dentes);


b = largura de corte, em mm;
n = nº máximo de dentes em corte, simultaneamente;
c = coeficiente relativo ao refrigerante de corte, onde;
c = 1,0 para óleos solúveis em água ou para corte a seco;
c = 0,9 para óleos minerais;
c = 0,8 para óleos vegetais.

então:
F= S . re. n. c = p. b. re. n. c (kg)

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GEOMETRIA DOS DENTES
Os detalhes geométricos podem ser melhor observados na figura. A
distância entre um dente e outro é definido como P, ou seja, o
passo dos dentes. A altura medida entre o fundo do dente e a ponta
de corte é h. Têm-se os ângulos de saída (g) e folga (a). A diferença
entre as alturas dos gumes cortante (a) é o avanço.

CAVACO
Como no brochamento os cavacos só podem ser eliminados depois
que o dente ultrapassar todo o comprimento do furo ou da
superfície a ser usinada, cada dente tem que acomodar, numa
bolsa de Cavacos, todos os cavacos gerados durante a passagem
da brocha pela peça. O volume ocupado pelos cavacos depende da
penetração, do comprimento a brochar e do tipo de cavaco
produzido.

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Bolsa de
Cavaco

Forma dos cavacos gerados no brochamento:


 cavacos em pequenas lascas; (ocupam pouco espaço na
bolsa de cavaco)
 cavaco cisalhado;
 cavaco contínuo; (ocupam de 4 a 10 vezes o volume real dos
cavacos)

QUEBRA-CAVACOS
São retificados nos gumes dos dentes de desbaste, sob forma de
entalhes de cantos vivos ou arredondados e dispostos de forma
desencontrada, de um dente para o outro (FIGURA). O material
deixado por um entalhe é removido pelo dente seguinte. Os
cavacos assim interrompidos são de mais fácil remoção e não
entopem as bolsas das brochas. Os últimos 5 a 8 dentes de
desbaste bem como os dentes de acabamento não devem ter
entalhes quebra-cavacos para evitar a ocorrência de marcas na
superfície usinada.

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Entalhes quebra-cavacos nos dentes de desbaste de brochas
internas e de superfície.

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PROBLEMAS OCORRIDOS

Processo, correto, isento de rebarba na pista.

Processo incorreto rebarba na pista.

Toto

Defeito

Forma do fundo dente.

INCORRETO CORRETO

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CONCLUSÃO
Conclui-se que o brochamento é um dos processos de
usinagem que possui boas tolerâncias de usinagem e bom
acabamento com capacidade de produzir formas variadas externas
e internas, além da ferramenta ter vida longa, podendo atingir
produção pode atingir 2000 a 10000 peças entre afiações.
O maquinário é caro, porém a produção é econômica e o
custo da ferramenta é alto porem o custo por peça é baixo,
recomendando, assim, a aquisição de uma brochadeira para
produção em série e grandes quantidades.
A remoção do cavaco é bem rápida, pois vários dentes atuam
ao mesmo tempo em sequência continua. A operação é realizada
em uma só passada fazendo desbaste e acabamento, fazendo
desse um processo de grande velocidade de produção.
Para tudo, temos a certeza de que o brochamento é de
grande importância para a realização e produção de peças e
materiais projetados pelo homem, contribuindo assim para o
desenvolvimento de produtos acabados e semi-acabados.

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BIBLIOGRAFIA
STEMMER, Caspar Erich. Ferramentas de Corte II. 2ª ed.
Florianópolis. Ed. Da UFSC, 1995.
CUNHA, Lauro Sales. Manual Prático do Mecânico. 8ª ed. São
Paulo. Hemus, 1990.
SITES
www.iem.efei.br/gorgulho/download/Parte_3_Brochamento.pdf
www.em.pucrs.br/~valega/Brochadeira.ppt
www.fei.edu.br/mecanica/me733/Me733a/Apbrochamento01.pdf
www.bibvirt.futuro.usp.br/content/download/6391/52409/file
www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo.php?codigo=922
www.hurth-infer.com.br/interna.asp?su=p_maquinas
pasta.ebah.com.br/download/67proc-pdf-1219

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