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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS

INTRODUÇÃO À ELETRICIDADE

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SUMÁRIO
CAPÍTULO I
Eletrostática----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------03
Eletrização------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------03
Corpo Eletrizado----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------03
Princípios da Eletrostática----------------------------------------------------------------------------------------------------------03
Condutores e Isolantes--------------------------------------------------------------------------------------------------------------03
Processo de Eletrização-------------------------------------------------------------------------------------------------------------04
Eletroscópio----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------08
Força Elétrica--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10
CAPÍTULO II
Conceitos Fundamentais-----------------------------------------------------------------------------------------------------------13
Grandezas Elétricas------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 13
Unidade----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------13
Notação e Prefixos-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13
Tensão Elétrica (U) ou Diferença de Potencial (ddp)------------------------------------------------------------------------14
Corrente Elétrica ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------15
Sentido da Corrente------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 16
Efeitos da Corrente Elétrica-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 17
Resistores------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18
Simbologia------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------18
Lei de ohm----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -18
Resistividade Elétrica -------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------19
Potência Dissipada em uma resistência----------------------------------------------------------------------------------------20
Potencia Elétrica----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------20
Energia Elétrica (e)------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21
CAPÍTULO III
Associação de Resistores----------------------------------------------------------------------------------------------------------22
Esquema de Circuito Paralelo-----------------------------------------------------------------------------------------------------23
Esquema de Circuito Misto--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
Divisão de Tensão--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------27
Divisão de Corrente------------------------------------------------------------------------------------------------------------------27
CAPÍTULO IV
Análise de Circuitos(Aplicação das Leis de KIRCHHOFF)-----------------------------------------------------------------29
CAPÍTULO V
Técnica de Análise de Circuitos (Análise de Malhas)-----------------------------------------------------------------------31
CAPÍTULO VI
Técnicas de Análise de Circuitos (SUPERPOSIÇÃO)----------------------------------------------------------------------33
CAPÍTULO VI
Técnicas de Análise de Circuitos (THEVENIN E NORTON)--------------------------------------------------------------34
CAPÍTULO VIII
Transformação Estrela Delta e Ponto de WHEATSTONE-----------------------------------------------------------------37
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CAPÍTULO 01
Eletrostática

ELETRIZAÇÃO

Os fenômenos elétricos são conhecidos desde a Antiguidade. Cerca de 400 anos a.C., os gregos sabiam
que quando se esfregava âmbar, este atraía pequenas espigas de palha. Os etruscos já sabiam orientar
os relâmpagos. Em 1726, um estudante de Newton, Stephen Gray, demonstrou que a eletricidade
produzida ao esfregar um objeto podia viajar por um fio de cânhamo. No entanto, os fenômenos elétricos
só foram descritos formalmente em meados do século XVIII, nomeadamente por Charles Coulomb na
França e por Galvani e Volta na Itália.

CORPO ELETRIZADO

Verifica-se que, normalmente, o átomo se apresenta com número de elétrons igual ao de prótons e,
consequentemente, ele está neutro.

É possível, porém, retirar ou acrescentar elétrons na eletrosfera do átomo, tornando-o um íon. Se um


átomo perde elétrons de sua eletrosfera, o número de prótons predominará e o átomo tornar-se-á um íon
positivo (cátion). Por outro lado, se ele receber um ou mais elétrons na eletrosfera, tornar-se-á um íon
negativo (ânion).

CORPO ELETRICAMENTE NEUTRO


Nº P+ = Nº e-

Dizemos que um corpo está eletrizado quando ele apresenta excesso ou falta de elétrons.

* Eletrizado positivamente: perde elétrons.


* Eletrizado negativamente: ganha elétrons.

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Na natureza, existem grandezas que podem ser divididas indefinidamente em partes menores, como, por
exemplo, um intervalo de tempo. São chamadas grandezas contínuas, pois suas medidas podem
corresponder a qualquer número real. Há também grandezas que possuem um limite para a sua divisão
em partes menores. São chamadas grandezas quantizadas. É o caso da carga elétrica de um corpo. A
quantidade de carga elétrica total (q) é sempre um
número inteiro (n) de vezes o valor elementar (e).

PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA

a) Princípio da Atração e Repulsão: cargas de mesmo sinal se repelem e de sinais opostos se atraem. b)
Princípio da Conservação das Cargas Elétricas: num sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das
cargas positivas e negativas é constante.

CONDUTORES E ISOLANTES

Para que um material seja condutor de eletricidade, é necessário que ele possua portadores de carga
elétrica livres. Esses portadores podem ser elétrons, íons ou ainda ambos. Os principais condutores
elétricos são:

 Os metais: os portadores de carga elétrica são os elétrons.

 As soluções eletrolíticas: os portadores de carga elétrica são os íons.

 Os gases ionizados: os portadores de carga são íons e os elétrons. Por outro lado, os materiais que
possuem portadores de carga elétrica em pequena quantidade em relação ao total de partículas são
chamados isolantes. São exemplos de isolantes: borracha, porcelana, madeira seca, porcelana, plástico,
etc.

PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

A) Eletrização por atrito


Ao atritar vigorosamente dois corpos de materiais diferentes, A e B, estamos fornecendo energia para
que haja transferência de energia de um corpo para outro. Supondo que a interação aconteça
unicamente entre esses dois corpos, os elétrons cedidos por um são os recebidos pelo outro.

Algebricamente temos:

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 Pelos menos um dos corpos deve ser isolante; caso contrário os elétrons retornam ao corpo original
antes que se desfaça o contato.

 Materiais diferentes têm diferentes tendências de ceder ou receber elétrons. Essa tendência pode
ser ordenada em uma escala, chamada série triboelétrica.

B) Eletrização por contato


A eficiência nessa forma de eletrização vai depender de os corpos serem condutores ou isolantes. Se
um deles for isolante, a eletrização será local, isto é, vai restringir-se ao ponto de contato. Se os dois
corpos forem condutores, durante o contato, que pode durar uma fração de segundo, o excesso ou a
falta de elétrons distribuir-se-á pelos dois corpos, de acordo com a capacidade que cada um tem de
armazenar cargas elétricas.

Se os corpos forem de materiais condutores, tiverem dimensões iguais e mesma forma as cargas
serão iguais.

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 A capacidade de armazenamento de cargas elétricas de um corpo aumenta de acordo com as suas


dimensões.
 Se um corpo eletrizado e condutor for colocado em contato com outro corpo neutro, mas de dimensões
muito maiores, o corpo menor ficará praticamente neutro. É o que ocorre quando ligamos um corpo
eletrizado à terra: ele se descarrega.

C) Indução Elétrica
A indução elétrica consiste na separação das cargas de um condutor neutro (induzido) quando na
presença de um corpo eletrizado (indutor).

Induzido Indutor

O indutor A, positivo, atrai as cargas negativas do induzido B. Assim, na face do induzido mais próxima
ao indutor, temos acúmulo de cargas negativas, que não chegam ao indutor porque o ar entre eles é
isolante. Por outro lado, a face do induzido mais afastada do indutor fica positiva. O corpo B (induzido)
está eletrizado, apesar o número de prótons continuarem igual ao número de elétrons. Dizemos que B
está induzido, pois houve apenas separação das cargas.

“Quando se aproxima um corpo eletrizado de um corpo neutro sempre haverá uma força de atração
elétrica.”

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D) Eletrização por Indução


Na eletrização por indução, necessitamos, primeiramente, de um corpo eletrizado. Esse corpo pode
ser condutor ou isolante, já que não fará contato com o corpo a ser eletrizado. Ele é chamado
indutor (A). O segundo corpo (B) denominado induzido deve ser condutor. Para eletrizar por
indução com ligação a terra devem-se seguir os seguintes passos:

Indutor

a- Aproxima-se A de B, ocorre a indução eletrostática

Induzido Indutor

b- Liga-se B a terra, elétrons da terra sobem para B.


Induzido Indutor

c- A ligação a terra é desfeita.

Induzido Indutor

d- O indutor A é afastado. B fica eletrizado com carga negativa (sinal oposto ao indutor).

Induzido Indutor

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Outra maneira de eletrizar por indução é utilizar dois condutores neutros e um corpo já eletrizado
(indutor), conforme sequência abaixo:

a- Coloca-se os condutores em contato e aproxima-se o indutor (o corpo AB fica induzido).

b- Separa-se os dois corpos A e B e após afasta-se o indutor.

ELETROSCÓPIO

São instrumentos que manifestam a


presença de corpos eletrizados.
Funcionam baseados no fenômeno da
indução eletrostática.

Aproxima-se um corpo negativo

Aproxima-se um corpo positivo


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Exercício
1. Um corpo, inicialmente neutro, é eletrizado com carga Q=48 μC. Sendo a carga elementar e = 1,6 . 10– 19 C,
pergunta-se:
a) O corpo ficou com falta ou com excesso de elétrons?
b) Qual é o número de elétrons que foi dele retirado ou a ele fornecido?
2. (UNICAMP) Duas cargas elétricas Q1 e Q2 atraem-se quando colocadas próximas uma da outra.
a) O que se pode afirmar sobre os sinais de Q1 e de Q2?
b) A Q1 é repelida por uma terceira carga Q3 positiva. Qual é o sinal de Q2?
3. (FATEC) Considere três esferas metálicas X, Y e Z, de diâmetros iguais. Y e Z estão fixas e distantes uma da
outra o suficiente para que os efeitos de indução eletrostática possam ser desprezados. A situação inicial das
esferas é a seguinte: X neutra, Y carregada com carga + Q, e Z carregada com carga – Q. As esferas não
trocam cargas elétricas com o ambiente. Fazendo-se a esfera X tocar primeiro na esfera Y e depois na esfera Z,
a carga final de X será igual a:
a) zero (nula)
b) 2Q/3
c) – Q/2
d) Q/8
e) – Q/4
4. (UFU) Uma barra eletrizada negativamente é colocada próxima de um corpo metálico AB (não eletrizado).
Podemos afirmar que

a) não haverá movimento de elétrons livres no corpo AB.


b) os elétrons livres do corpo AB deslocam-se para a extremidade A.
c) o sinal da carga que aparece em B é positivo.
d) ocorreu no corpo metálico a indução eletrostática.
e) após a separação de cargas, a carga total do corpo é não nula.
5. (UFSCAR) Três bolas metálicas podem ser carregadas eletricamente. Observa-se que cada uma das três
bolas atrai uma e repele outra. Três hipóteses são apresentadas:
I - Apenas uma das bolas está carregada.
II - Duas das bolas estão carregadas.
III - As três bolas estão carregadas.
O fenômeno pode ser explicado:
a) somente pelas hipóteses II ou III.
b) somente pela hipótese I.
c) somente pela hipótese III.
d) somente pela hipótese II.

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e) somente pelas hipóteses I ou II.


FORÇA ELETRICA

LEI DE COULOMB
As forças entre cargas elétricas são forças de campo, isto é, forças de ação à distância, como as forças
gravitacionais (com a diferença que as gravitacionais são sempre forças atrativas). O cientista francês
Charles Coulomb (1736-1806) conseguiu estabelecer experimentalmente uma expressão matemática que
nos permite calcular o valor da força entre dois pequenos corpos eletrizados. Coulomb verificou que o valor
dessa força (seja de atração ou de repulsão) é tanto maior quanto maiores forem os valores das cargas nos
corpos, e tanto menor quanto maior for a distância entre eles. Ou seja: a força com que duas cargas se
atraem ou repelem é proporcional às cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as
separa. Assim, se a distância entre duas cargas é dobrada, a força de uma sobre a outra é reduzida a um
quarto da força original. Para medir as forças, Coulomb aperfeiçoou o método de detectar a força elétrica
entre duas cargas por meio da torção de um fio. A partir dessa idéia criou um medidor de força
extremamente sensível, denominado balança de torção.

Carga Elétrica Puntiforme


Denomina-se carga elétrica puntiforme a um corpo eletrizado cujas dimensões são desprezíveis em relação
às distâncias que o separam de outros corpos.
Lei de Coulomb
Considere duas cargas elétricas puntiformes Q1 e Q2 separadas por uma distância d e situadas no vácuo.
Entre elas ocorre atração ou repulsão, com forças de mesma intensidade, mesma direção e sentidos
opostos, de acordo com o Princípio da Ação e Reação.
Se q1 e q2 têm o mesmo sinal de carga, a força elétrica entre as duas cargas (ou a força elétrica que cada
carga exerce sobre a outra) é repulsiva.

Se q1 e q2 têm sinal de carga opostos, a força elétrica entre as duas cargas é atrativa (ver figura abaixo).
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“A intensidade da força interação entre duas cargas elétricas puntiformes é diretamente proporcional ao
produto dos módulos de suas cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.”

Exercício
1. (FATEC) Em três vértices de um quadrado são fixadas as cargas q1 = q2 = 10 μC e q3 = – 10 μC,
conforme a figura.

A força elétrica resultante sobre a carga q1 é representada pelo vetor

2. (VUNESP) Dois corpos pontuais em repouso, separados por certa distância e carregados eletricamente
com carga de sinais iguais, repelem-se de acordo com a Lei de Coulomb.
a) Se a quantidade de carga de um dos corpos for triplicada, a força de repulsão elétrica permanecerá
constante, aumentará (quantas vezes?) ou diminuirá (quantas vezes?)?
b) Se forem mantidas as cargas iniciais, mas a distância entre os corpos for duplicada, a força de repulsão
elétrica permanecerá constante, aumentará (quantas vezes?) ou diminuirá (quantas vezes?)
3. (Unitau-SP) Um tubo de vidro na posição vertical contém duas esferas iguais A e B, de massas 1,0.10-4
kg. A esfera A é fixada no fundo do tubo enquanto B pode subir ou descer dentro do tubo, acima de A.
Quando a carga q = -4,0.10-8 C é colocada em cada esfera, a esfera B permanece suspensa, em
equilíbrio, acima de A, a uma distância h. Desprezando o atrito com as paredes de vidro e a atração
gravitacional entre as esferas, calcule o valor de h. Considere: g = 10,0 m/s2 , K0 = 9.109 N.m2 /C2
4. Três objetos com cargas elétricas de mesmo módulo estão alinhados como mostra a figura. O objeto C
exerce sobre B uma força igual a 3,0.10-6N.
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A força elétrica resultante dos efeitos de A e C sobre B tem intensidade de:


-6
a) 2,0 . 10 N
-6
b) 6,0 . 10 N
-6
c) 24 . 10 N
-6
d) 12 . 10 N
-6
e) 30 . 10 N
5. (PUCCAMP) Nos pontos de abscissa x = 2 e x = 5 são fixadas as cargas Q e 4Q, respectivamente,
conforme mostra o esquema abaixo:

Uma terceira carga – Q ficará em equilíbrio, sob a ação somente das forças elétricas exercidas por Q e 4Q,
quando colocada no ponto de abscissa x igual a:
a) 0
b) 1
c) 3
d) 4
e) 6
6. (MACK) Duas esferas metálicas idênticas, separadas pela distância d, estão eletrizadas com cargas
elétricas Q e -5Q. Essas esferas são colocadas em contato e em seguida são separadas de uma distância
2d. A força de interação eletrostática entre as esferas, antes do contato tem módulo F1 e após o contato
tem módulo F2. A relação F1/F2 é
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

CAPÍTULO 02
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

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Em geral, os componentes que definiremos são completamente caracterizados pela corrente que
passa pelos seus terminais e/ou pela tensão sobre o componente. Os componentes do circuito podem ser
classificados como sendo ativos ou passivos. Os ativos são capazes de gerar energia e os passivos não
podem gerar energia, embora alguns passivos são capazes de armazenar energia.

Exemplos de componentes ativos: baterias, geradores.


Exemplos de componentes passivos comuns são: resistores, capacitores e indutores.

Grandezas elétricas, unidades, notação e prefixos

Em praticamente todos os casos vamos trabalhar com as grandezas elétricas expressas em unidades
do Sistema Internacional de Unidades (SI). A maioria leva o nome de grandes cientistas, por exemplo: V,
para volt (em homenagem a Alessandro Volta); A, para ampere (Andre Marie Ampere); e W, para watt
(James Watt). Note que volt, ampere e watt são grafados com letras minúsculas, e seus símbolos, em
maiúscula. As regras para a grafia correta das unidades e seus símbolos. O nome da grandeza deve ser
grafado no plural quando for o caso (1 volt, 2 volts), enquanto o símbolo permanece sempre no singular e
sem ponto no final (1 V, 2 V, e não 2 Vs).

Serão usadas, ainda, potencias de 10 para a descrição das grandezas, porque assim e possível
trabalhar de maneira mais confortável com valores muito grandes ou muito pequenos. Deve-se também ter
cuidado em respeitar o uso de maiúscula ou minúscula nos prefixos, cujas regras para a grafia correta são
encontradas na mesma pagina do Inmetro citada no parágrafo anterior.

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Tensão elétrica (U) ou diferença de potencial (ddp)

Uma carga imersa em um campo elétrico fica sujeita a uma forca e pode vir a se movimentar. Em
outras palavras, essa carga adquire uma energia potencial elétrica ep, que pode ser transformada em
energia de movimento (cinética), ou seja, pode realizar trabalho. Quanto maior a carga, maior a forca e
maior a energia potencial ep. O fator eP/Q indica a quantidade de energia por unidade de carga. Essa razão
e conhecida como potencial elétrico. Observe que e possível calcular o potencial em cada ponto do campo
elétrico. Sua unidade e o joule/Coulomb (J/C), batizado de volt (V).
Particularmente importante e a definição de tensão ou diferença de potencial (ddp) entre dois
pontos. Dados dois pontos A e B, com potenciais VA e VB respectivamente, define-se tensão entre os
pontos A e B ou diferença de potencial entre os pontos A e B como:

Em circuitos elétricos, a diferença de potencial e imposta por geradores ou baterias. A figura abaixo
ilustra o símbolo de um gerador de tensão continua, com a ponta da flecha; o traço maior do símbolo indica
o ponto de maior potencial (terminal positivo, +).

Os instrumentos de medida em eletricidade, na maioria das vezes, recebem o nome de acordo com
a grandeza mensurada. Assim, o instrumento que mede a tensão elétrica e o voltímetro, que deve ser ligado
em paralelo com o elemento a ser medido. No caso de um sinal continuo, e preciso prestar atenção a
polaridade das pontas de prova.

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A analogia com um sistema hidráulico e bastante útil para entender o significado da tensão elétrica.
A figura ilustra dois reservatórios de água interligados a um registro: o reservatório A esta cheio de água,
enquanto o B permanece vazio.

O lado esquerdo da válvula esta sujeito a pressão da coluna de água no reservatório A (análogo ao
potencial no terminal positivo da bateria). O lado direito da válvula tem apenas a pressão atmosférica
(equivalente ao potencial no terminal negativo da bateria), que e muito menor que a pressão no lado
esquerdo da válvula.
Quando se abre a válvula, a água sai do reservatório A em direção ao B, ate que o nível nos dois
reservatórios fique exatamente o mesmo, ou seja, deixa de existir a diferença de pressão (diferença de
potencial) entre eles.

Corrente elétrica

Ao conectarmos um fio aos terminais do gerador da figura , os elétrons circularão do terminal


negativo ao positivo, sob o efeito da diferença de potencial entre ambos. O fluxo de elétrons, chamado de
corrente elétrica, e análoga ao fluxo de água (vazao) entre os reservatórios sob a ação da diferença de
pressão entre eles. O fluxo de elétrons continua ate que a diferença de potencial entre os terminais da
bateria seja nula.
Assim como a vazão de água e medida em litros por segundo, a vazão de elétrons, ou seja, a
corrente, e medida em termos da quantidade de carga, em Coulomb, que atravessa o condutor por
segundo, também denominada ampere (A).

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Para calcular a intensidade da corrente, basta dividir a quantidade de carga DQ que passa por uma
seção reta do condutor pelo intervalo de tempo ∆t.

Assim, 1 ampere corresponde ao fluxo de 1 Coulomb a cada segundo, ou seja:

O instrumento de medida de corrente elétrica e o amperímetro. Para “contar” quantos elétrons


passam por segundo, ele deve ser intercalado em serie com o circuito.

Sentido da corrente

O sentido real da corrente elétrica corresponde ao movimento dos elétrons saindo do terminal
negativo do gerador em direção ao terminal positivo. Na pratica, porem, adota-se o sentido convencional de
corrente, que e o oposto do sentido real, ou seja, sai do terminal positivo em direção ao negativo.
Isso ocorre porque, no passado, acreditava-se que as cargas positivas eram as que se moviam
ideia eliminada com o avanço das pesquisas na área. Alternativamente, podemos imaginar que o sentido
convencional corresponde ao movimento das lacunas. A saída de um elétron da ultima camada do átomo
da origem a uma lacuna (carga elétrica “fictícia” positiva), que se movimentaria no sentido contrario ao dos
elétrons, conforme ilustrado na figura.

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Efeitos da corrente elétrica

A corrente elétrica não e visível, mas podemos perceber claramente seus efeitos.

• Efeito térmico – Também conhecido como efeito Joule, ocorre devido a colisão dos elétrons em
movimento (livres) com átomos do condutor. Os átomos recebem parte da energia cinética
proveniente do movimento dos elétrons e acaba aumentando sua vibração (agitação térmica) dentro
do condutor, o que equivale a aumento em sua temperatura. De modo simplificado, pode-se dizer
que o efeito Joule e a transformação de energia elétrica em calor. Alguns exemplos de aplicação do
efeito são o chuveiro, o ferro elétrico e as lâmpadas incandescentes, cujo filamento chega a 3 000
°C, emitindo luz.
• Efeito químico – Ocorre quando a corrente elétrica passa por certas soluções, contribuindo para a
reação química. Alguns exemplos de utilização na indústria são a eletrolise, aplicada na separação
de gases, purificação do alumínio etc., e a galvanização, em que se realiza o recobrimento de
materiais com prata, ouro e cromo.
• Efeito magnético – Ocorre quando a passagem da corrente elétrica por um condutor da origem a
um campo magnético a seu redor. Esse efeito e a base para o funcionamento de transformadores,
motores, geradores etc.
• Efeito luminoso – A corrente elétrica circulando em um recipiente no qual ha gases metálicos
(mercúrio, sódio) provoca emissão de luz, como acontece com a lâmpada fluorescente.
• Efeito fisiológico – Ao passar através dos seres vivos, a corrente pode causar diferentes efeitos,
dependendo da intensidade, da duração e do caminho que ela percorre nos tecidos. Pode ocorrer
desde formigamento ate contração e paralisia muscular, perda de consciência, asfixia, queimaduras
etc.

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Resistores

A resistência elétrica depende do material, das dimensões do condutor e da temperatura (agitação


térmica). Sua unidade de medida no SI e o ohm, de símbolo W. Em muitos casos práticos, deseja-se
que o valor da resistência seja o menor possível, para reduzir a dissipação de energia – por exemplo,
nos condutores empregados em redes elétricas, transformadores e motores.

Em outras aplicações, como nos circuitos eletrônicos, deseja-se limitar a corrente em um valor
estipulado. Nesse caso, utiliza-se um componente especialmente destinado a esse fim, o resistor. Trata-
se de um elemento físico cuja característica principal e a resistência elétrica. Em outros casos, deseja-
se transformar energia elétrica em térmica, como no chuveiro, no forno elétrico e no secador de
cabelos. Esses elementos também são denominados resistores, mas comercialmente costumam ser
chamados de elementos de aquecimento ou de “resistências”. E comum dizermos que a resistência do
chuveiro “queimou”, o que pode causar certa confusão, pois a resistência e uma propriedade, e não um
dispositivo.

Simbologia

Em qualquer um dos casos descritos, o resistor e representado em um circuito por um dos símbolos
gráficos mostrados na figura.

Lei de Ohm

Existe uma relação matemática entre a tensão elétrica, a corrente elétrica e a resistência elétrica. No
século XIX, um filósofo alemão, Georg Simon Ohm, demonstrou experimentalmente a constante de
proporcionalidade entre a corrente elétrica, a tensão e a resistência. Essa relação é denominada Lei de
Ohm e é expressa literalmente como:

“A corrente em um circuito é diretamente proporcional à tensão

aplicada e inversamente proporcional à resistência do circuito”.

Na forma de equação a Lei de Ohm é expressa como:

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Assim para cada tensão aplicada num circuito teremos um resultado de corrente elétrica, isto tendo em
vista um valor de resistência.

Resistividade elétrica

Resistividade elétrica é a resistência elétrica específica de um certo condutor com 1 metro de


comprimento e 1 mm² de área de seção transversal, medida em temperatura ambiente constante de
20ºC. A unidade de medida de resistividade é o Ω mm²/m, representada pela letra grega ρ (lê-se “rô).

A tabela a seguir apresenta alguns materiais com seu respectivo valor de resistividade.

“A resistência elétrica de um condutor é diretamente

proporcional ao produto da resistividade específica pelo seu comprimento,

e inversamente proporcional à sua área de seção transversal.”

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Matematicamente, essa lei é representada pela seguinte equação:

Potência dissipada em uma resistência

Um dos efeitos da corrente elétrica ao atravessar uma resistência e a transformação de energia elétrica
em calor (efeito Joule). No entanto, esse calor produzido nem sempre e desejável. No caso de um
motor elétrico, em que a finalidade e transformar energia elétrica em mecânica, o calor gerado pela
passagem de corrente nos condutores representa perda de energia, ou seja, a resistência do fio e
indesejável e deve ser minimizada, pois a energia nela dissipada não e transformada em energia
mecânica. Já nos aquecedores, deseja-se que toda a energia elétrica se transforme em calor.

Em ambos os casos citados, e preciso calcular a potencia dissipada no resistor.

Outra possibilidade e substituir a tensão U por U = RI (lei de Ohm), obtendo-se:

Potência elétrica (P)

A potência elétrica P indica quanto trabalho e (ou energia) e realizado em um intervalo de tempo dt,
conforme descrito.

Também pode ser calculada pelo produto da tensão U e da corrente I no circuito. Tanto a potência
fornecida pelo gerador (com tensão U em seus terminais e fornecendo uma corrente I) como a consumida
pela carga (com tensão U em seus terminais e consumindo uma corrente I).

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A unidade de medida da potência e o watt (W), termo adotado em homenagem ao cientista escocês
James Watt. A potência também pode ser expressa em joule por segundo (J/s). Para medir a potência, usa-
se o wattímetro, instrumento que mede simultaneamente a corrente e a tensão no gerador ou na carga.
Para tanto, o dispositivo tem dois pares de terminais – um para medir a corrente (portanto, deve ficar em
serie com o circuito, para que seja atravessado por ela) e outro para medir a tensão – que são conectados
aos terminais da fonte ou da carga.

Energia elétrica (e)

Rearranjando os termos da expressão da potência, podemos obter a energia elétrica:

Sua unidade de medida e o watt-segundo (W.s) ou o joule (J). O instrumento que mede a energia
elétrica consumida e o medidor de consumo, mais conhecido como “relógio”, instalado na entrada de
residências, lojas, indústrias etc. Como o período de medição utilizado e geralmente mensal, para diminuir o
valor numérico da grandeza medida, usa-se um múltiplo, o quilowatt-hora (kWh), que corresponde a 3,6 ・
106 J.

CAPÍTULO 03
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
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Circuito Série

Um Circuito em Série é um circuito cujos componentes estão ligados sequencialmente numa única
malha. Num Circuito em Série, a Corrente I, que flui através de cada componente, é a mesma, mas a
Tensão, Vx, aos terminais de cada componente pode ser diferente, dependendo da Resistência R x do
componente.

A Resistência Total R, de um Circuito em Série, é a soma das Resistências de todos os Componentes,

R = R1 + R2+ … … + Rn,.

Esquema de um Circuito em Série

Na figura abaixo, as duas Lâmpadas Eléctricas e a Fonte de Alimentação estão ligadas em Série. A
mesma Corrente I, I = V / (R1 + R2), flui através das duas Lâmpadas eléctricas. Porque as suas Resistências
R1 e R2 são iguais, R1 = R2, B1 e B2 dividem, por igual, a Tensão V da Fonte de Alimentação, V 1 = V2 = V /
2, e estão Acesas (On) com o mesmo brilho.

Circuito Equivalente, quando as duas Lâmpadas Eléctricas e a Fonte de Alimentação estão ligadas em
Série

Se um Curto Circuito é criado entre os dois terminais de B2, toda a Corrente I, I = V / R 1, flui através
de S2 e nenhuma corrente flui através de B2. B1 torna-se mais brilhante e B2 Apaga-se (Off). A Tensão aos
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terminais de B1, V1, é igual à Tensão da Fonte de Alimentação, V1 = V, e a Tensão aos terminais de B2, V2,
é igual a zero, V2 = 0 V.

Circuito Equivalente, quando B2 é curto-circuitada

Um cordão de luzes de Natal está ligado em Série. Assim que uma das Lâmpadas Eléctricas das
luzes de Natal deixar de funcionar, nenhuma Corrente passa no circuito e todas as luzes se Apagam (Off).

Esquema de um Circuito Paralelo

Um Circuito Paralelo é um circuito no qual, quer os Terminais de Entrada, quer os Terminais de Saída
das Resistências (ou de outros Componentes Eletrônicos) que o constituem, estão ligados entre si. Num
Circuito Paralelo, a Tensão V aos terminais de cada componente é a mesma, mas a Corrente que atravessa
cada componente, Ix, é independente das outras, dependendo da Resistência do componente.

Rx, Ix = V / Rx.

A Totalidade da Condutância (1 / R) do Circuito Paralelo é a soma de todas as Condutâncias dos


Componentes, 1 / R = 1 / R1+ 1 / R2 + ... + 1 / Rn,.

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Na figura abaixo, as duas Lâmpadas Eléctricas, B1 e B2, e a Fonte de Alimentação V estão ligadas
em Paralelo. A mesma Tensão V, V = V1 = V2, é aplicada às duas Lâmpadas Eléctricas. Porque as suas
Resistências, R1 e R2, são iguais, R1 = R2, as Correntes que fluem através de B1 e B2 são também as
mesmas, I1 = V / R1 = V / R2 = I2e elas estão Acesas (On) com o mesmo brilho.

Circuito Equivalente, quando as duas Lâmpadas Eléctricas e a Fonte de Alimentação estão ligadas em Paralelo

Se a malha do circuito de B2 é um Circuito Aberto, Figura 3, não há passagem de Corrente através


de B2, I2 = 0. Assim, B2 está Apagada (Off). Uma vez que a Tensão V aplicada a B1 não se alterou, a
Corrente que flui através de B1 continua a ser I1 = I = V / R1. O brilho de B1 não se altera.

Circuito Equivalente, quando B2 está em circuito-aberto

Na sua casa, as Lâmpadas, a TV, o ar condicionado e outros Aparelhos Elétricos estão ligados em paralelo.

Esquema de um Circuito Misto


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Como o próprio nome diz, e a combinação de duas associações. Não ha uma formula especifica
ara resolve-la, mas diversas estratégias empregando as equações anteriores.

Exemplos

1. Calcule a resistência equivalente entre os pontos A e B.

Os resistores R1 e R2 estão em serie, resultando em Rx = 10 + 20 = 30 W, ilustrado no subcircuito


da figura.

No subcircuito da figura, nota-se que Rx e R3 formam uma associação em paralelo de dois


resistores, em que Rx = 10 + 20 = 30 W. Dai resulta a resistência equivalente:

2. Calcule a resistência equivalente entre os pontos A e B.


3.

R1 e R2 estão associados em paralelo, resultando em:

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A figura abaixo mostra a versão simplificada do circuito da figura, na qual se obtém a resistência
equivalente RT = 6,67 + 30 = 36,6 W.

DIVISOR DE TENSÃO

A figura abaixo ilustra o circuito divisor de tensão básico. A tensão de entrada U e aplicada nos
terminais 1 e 2. A tensão de saída VS0 e obtida entre os terminais 3 e 2, sendo este ultimo comum para a
entrada e para a saída. Nesta seção, vamos estudar os circuitos divisores de tensão sem carga e com
carga, cada tipo permitindo diferentes configurações. Em cada caso, a tensão de saída será representada
por VS0 (sem carga) ou por VS (com carga). A seguir, vamos calcular a tensão de saída tanto para o
circuito da figura abaixo como para variantes desse circuito empregadas na pratica.

Sabemos que na associação em série, a resistência total equivalente é:

Aplicando a Lei de Ohm, temos a corrente I:

Sabendo que a corrente I do circuito série é a mesma em qualquer parte da série, e aplicando a lei
de Ohm, temos que a tensão será:

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A tensão nos extremos de cada resistor do divisor é diretamente proporcional ao valor da sua
resistência. Analisando a figura, a relação entre a queda de tensão e o valor do resistor, conclui-se que o
resistor de valor mais elevado causa uma alta tensão e o valor mais baixo causa pequena queda de tensão.
A queda de tensão é diretamente proporcional ao valor da resistência.

DIVISOR DE CORRENTE

Vamos analisar aqui apenas a situação do divisor de corrente fixo. Calculam-se a seguir as
correntes I1 e I2 em função da corrente total I e das resistências R1 e R2, mostradas na figura abaixo.

Aplicando a lei de Ohm, obtem-se as correntes I1 e I2 sobre os resistores R1 e R2. Como estão
associados em paralelo, eles ficam submetidos a mesma tensão U.

Pela primeira lei de Kirchhoff, calcula-se a corrente total I:

Req e a resistência equivalente da associação em paralelo de R1 e R2, calculada por:

Substituindo as equações

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CAPÍTULO 04
ANÁLISE DE CIRCUITOS (APLICAÇÃO DAS LEIS DE KIRCHHOFF)

Primeira lei de Kirchhoff (lei dos nós)

Em qualquer nó, a soma das correntes que o deixam (aquelas cujas apontam para fora do nó) é
igual a soma das correntes que chegam até ele. A Lei é uma consequência da conservação da carga total
existente no circuito. Isto é uma confirmação de que não há acumulação de cargas nos nós.

Segunda lei de Kirchhoff (lei das malhas)

A lei de Kirchhoff das tensões é aplicada nas malhas. Ela já foi usada no estudo dos circuitos de
resistores em série, onde a soma das quedas de tensão nos resistores é igual a f.e.m. da fonte. Se no

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circuito existe mais de uma fonte de f.e.m. deve-se determinar a resultante das mesmas, ou seja, somá-las
considerando os seus sentidos relativos.

E1 - E2 =VAB+VBC +VCD

Resumo para aplicação das Leis de Kirchhoff

1. Identificar os nós, ramos e malhas do circuito elétrico;


2. Atribuir para cada ramo do circuito um sentido para a corrente elétrica;
3. Polarizar as fontes de tensão;
4. Polarizar as quedas de tensão nos resistores de acordo com o sentido adotado para a corrente;
5. Havendo nós, aplicar a 1ª Lei de Kirchhoff, obtendo-se Ne1 equações (Ne1 = n-1);
6. Se o número de equações ainda não for suficiente para resolver o circuito, aplicar a 2ª Lei de
Kirchhoff, onde o número de equações é dado por Ne2 = (r-n+1);
7. Escolher um ponto de partida e adotar um sentido de percurso para analisar a(s) malha(s).

CAPÍTULO 05
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE CIRCUITOS (ANÁLISE DE MALHAS)

Método das Correntes das Malhas

A análise de malhas ou método das correntes das malhas é baseada na Lei das
Tensões de Kirchhoff (LTK). Para aplicação desse método se empregam os passos que estão dispostos nos
itens que se seguem:
a) Verificar se o circuito é planar ou não planar, pois esse método só se aplica a circuitos planares. O
circuito planar é aquele que pode ser desenhado em um único plano sem que dois ramos se
cruzem. Por exemplo, o circuito da figura A é planar, enquanto que o circuito da figura B não é
planar.

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b) Escolher arbitrariamente o sentido das correntes de malha. O número de correntes arbitrárias


necessárias é:

L=B–N+1

onde:
L : número de correntes de malha,
B: número de ramos.
N : número de nós do circuito.

O número de equações necessárias é igual ao número de correntes que por sua vez, é igual ao
número de malhas do circuito analisado.

c) Todo o elemento do circuito deve ser percorrido por pelo menos uma corrente de malha. Se
possível, passar apenas uma corrente em cada elemento.
d) Identificar a polaridade da tensão em cada ramo do circuito. Quando há duas correntes
atravessando um único elemento, pode-se arbitrar uma ordem prioritária para correntes, ou seja,
supor que uma corrente é maior que a outra e assim, identificar a polaridade da tensão em cada
ramo do circuito. Por exemplo, se duas correntes percorrem o mesmo elemento como mostra a
figura 4.9b, pode-se arbitrar que I1 é maior que I2, então V tem a polaridade mostrada nessa
mesma figura.

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e) Aplicar a LTK em cada malha, percorrendo o circuito no mesmo sentido da corrente, obtendo assim,
uma equação para cada malha.

CAPÍTULO 06
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE CIRCUITOS (SUPERPOSIÇÃO)

Um circuito linear que contenha duas ou mais fontes independentes pode ser analisado para obter
as várias tensões e correntes nos ramos fazendo com que as fontes atuem uma de cada vez e daí
sobrepondo os resultados.

O Princípio da Sobreposição afirma então que a resposta (uma determinada corrente ou tensão) em
qualquer elemento de uma rede linear, contendo mais de uma fonte, pode ser obtida pela soma das
respostas produzidas por cada fonte atuando isoladamente.

Este princípio aplica-se devido à relação linear entre corrente e tensão.

 Fontes de tensão que são suprimidas, enquanto uma única fonte atua, são substituídas por curtos-
circuitos.
 Fontes de corrente que são suprimidas, enquanto uma única fonte atua, são substituídas por
circuitos abertos.

A sobreposição não pode ser diretamente aplicada ao cálculo da potência, visto que, a potência é
proporcional ao quadrado da corrente ou ao quadrado da tensão, não sendo assim linear.

Considere, por exemplo, o seguinte circuito com 3 nós:

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e a solução destas equações dá-nos as tensões v1 e v2 .

Estas mesmas equações e, portanto, o mesmo resultado seria obtido se resolvêssemos o problema
separadamente com ia = 0 (circuito aberto), e depois com ib = 0 (circuito aberto), e finalmente somássemos.

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As tensões v1 e v2 do circuito completo podem ser obtidas somando-se:

v1 = v1’ + v1”

v2 = v2’ + v2”

e isto pode ser verificado somando-se as equações anteriores:

que é o sistema de equações do circuito completo.

CAPÍTULO 07

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE CIRCUITOS (THEVENIN E NORTON)

Os Teoremas de Thévenin e de Norton permitem realizar uma análise parcial do circuito,


nomeadamente, determinar a corrente, a tensão e a potência absorvida por uma simples resistência RL. O

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Teorema de Thévenin diz que é possível substituir tudo menos a resistência RL por um circuito equivalente
que contém apenas uma fonte de tensão em série com uma resistência. Considere, por exemplo, o seguinte
circuito:

Se transformarmos primeiro a fonte de 12 V com a resistência de 3 Ω em série temos o circuito:

O circuito anterior equivale a:

ou seja, a parte A do circuito original foi substituída por uma fonte de tensão (8 V) em
série com uma resistência (9 Ω) – circuito Equivalente - Thévenin.

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Do ponto de vista da carga RL o circuito Equivalente - Thévenin é equivalente à parte A do circuito


original. A tensão em RL e a potência absorvida são dadas por:

O Teorema de Norton é semelhante ao Teorema de Thévenin, na verdade é um corolário deste. Diz


que é possível substituir tudo menos a resistência RL por um circuito equivalente que contém apenas uma
fonte de corrente em paralelo com uma resistência. Considerando o exemplo anterior, tem-se:

ou seja, a parte A do circuito original foi substituída por uma fonte de corrente (8/9 A) em paralelo com uma
resistência (9 Ω) – circuito Equivalente - Norton.

Do ponto de vista da carga RL o circuito Equivalente - Norton é equivalente à parte A do circuito


original. A corrente em RL é dada por:

Se RL = 0 (curto-circuito), iL = 8/9 A

Assim, tem-se que:


• Qualquer rede linear acessível através de dois terminais pode ser substituída por um circuito
equivalente à rede original, consistindo em uma fonte de tensão (vca) em série com uma resistência
(RTh ) – Equivalente de Thévenin.

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• Qualquer rede linear acessível através de dois terminais pode ser substituída por um circuito
equivalente à rede original, consistindo em uma fonte de corrente (icc) em paralelo com uma
resistência (RTh ) – Equivalente de Norton.

O Equivalente de Thévenin é dado por:

em que Vca é a tensão de circuito aberto, e RTh é a resistência de Thévenin

O Equivalente de Norton é dado por:

em que icc é a corrente de curto-circuito, e RTh é a resistência de Thévenin.

Assim, o Equivalente de Thévenin e o Equivalente de Norton podem ser obtidos um a partir do outro
por transformação da fonte:

A resistência de Thévenin, RTh , é a resistência equivalente obtida quando todas as fontes são
suprimidas (as fontes de tensão são substituídas por curto-circuito, enquanto que as fontes de corrente são
substituídas por circuitos abertos).

CAPÍTULO 08
TRANSFORMAÇÃO ESTRELA-DELTA E PONTE DE WHEATSTONE

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CAIC – CENTRO DE APRENDIZAGEM & INTEGRAÇÃO DE CURSOS

Transformações delta-estrela (Δ - Y) ou estrela-delta (Y - Δ)

A técnica estudada ate agora permitem resolver a grande maioria dos casos de associação de
resistores. Existem algumas situações, porem, em que a determinação da resistência equivalente não e
possível com os recursos conhecidos. E o caso do circuito misto da figura. Sugere-se que o leitor tente
calcular a resistência equivalente entre os pontos A e B, a fim de compreender a dificuldade da situação. Às
vezes, faz-se necessário efetuar a transformação ilustrada na figura

Nesse circuito, não e possível encontrar nenhum par de resistores associados em serie nem em
paralelo. Tais casos podem ser resolvidos utilizando as transformações delta-estrela (ΔY) ou estrela-delta
(YΔ).

Transformação delta-estrela (Δ - Y)

São conhecidas as resistências do triangulo (delta) formado pelos resistores R1, R2, R3, com
vértices nos A, B e C, indicados na figura 2.32a. Na ligação equivalente em estrela, surge um quarto ponto
(D, central). Cada resistência na estrela e a ligação desse ponto com o vértice respectivo no triangulo.
Serão determinadas as resistências da estrela equivalente, formada pelos resistores RA, RB, RC,
mostrados na figura abaixo, por meio das equações abaixo.

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Exemplo
Determine o circuito em estrela equivalente ao circuito em triangulo da figura.
Aplicando as equações, obtem-se:

Observa-se que os valores das resistências na ligação em estrela são menores que na ligação em
triangulo inicial.

Transformação estrela-delta (Y- ∆)

São conhecidas as resistências da estrela formada pelos resistores RA, RB, RC, com vértices nos
A, B e C, indicados na figura 2.34a. Serão determinadas as resistências do triangulo equivalente, formado
pelos resistores R1, R2, R3, mostrados na figura.

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Exemplo
Determine o circuito em triangulo equivalente ao circuito em estrela da figura.

Aplicando as equações, obtem-se:

Nesse exemplo, são usados os valores encontrados na transformação anterior e observadas as


mesmas posições. Obtem-se, assim, os mesmos valores de resistências do circuito original.
Observa-se que os valores na ligação em triangulo são maiores que os da ligação em estrela inicial.

Ponte de Wheatstone

A ponte de Wheatstone consiste basicamente de dois circuitos em paralelo através dos quais se
divide uma corrente. Esses circuitos são formados por quatro resistores, montados de modo a formar um
quadrilátero. Três dos quais são conhecidos e o quarto desconhecido (R4).

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Suponhamos que não passe corrente pelo galvanômetro, Ig = 0; ou seja, não exista diferença de
potencial entre os pontos b e c. Teremos então as seguintes equações.

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