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CONCEIÇÃO
Aos formadores:
Esta apostila pretende, como seu título claramente informa, formar crianças para atuar
no serviço do Altar durante as Celebrações Eucarísticas, auxiliando o sacerdote, ou seja, formar
Coroinhas.
O coroinha precisa conhecer bem o que faz um sacerdote durante a Santa Missa, ou
seja, deve entender bem como funciona a Liturgia da Celebração Eucarística. Sabe-se que
Liturgia é ao mesmo tempo rica de significados e também complexa em sua organização. Por
isso, um dos objetivos principais desta apostila é oferecer conteúdo que ajude as crianças a
aprenderem a atuar no serviço do Altar, utilizando de linguagem mais objetiva, clara, simplificada
e ilustrada, para uma compreensão mais fácil da liturgia da Igreja Católica.
A linguagem da criança é menos complexa que a do adulto, e a explicação de assuntos
muito cheios de significados (como a Liturgia) se transformam em um grande trabalho de
interpretação, para que a criança possa compreender. Este trabalho de interpretação deve
continuar, pois consiste em um grande dom de Deus o saber ensinar, o saber educar.
Encontram-se aqui alguns elementos mais fundamentais sobre a liturgia e doutrina, referentes ao
que o coroinha precisa conhecer para servir bem o Altar. Desde as partes da Missa, os principais
símbolos usados nas Igrejas, os livros, posturas, objetos, enfim, tudo aqui relatado é apenas um
resumo.
A apostila pretende ser uma introdução ao conteúdo, e o aprofundamento de outras
formas, com conteúdos complementares e, principalmente na prática é muito importante. A
formação daquele que ensina precisa ser forte e constantemente atualizada. As dúvidas dos
coroinhas precisam ser bem resolvidas. Não se deve nunca se esquecer da importância que é
participar da Santa Missa. Por isso, o formador precisa, além da boa formação, ter uma
espiritualidade que leve os Coroinhas a uma verdadeira e profunda experiência com o sagrado
que eles celebram: Deus.
Aos pais de coroinhas:
“A família, como a Igreja, tem por dever ser um espaço onde o Evangelho é transmitido e
de onde o Evangelho irradia… Os pais não somente comunicam aos filhos o Evangelho, mas
podem receber deles o mesmo Evangelho profundamente vivido” (Paulo VI, EN n.71).
Queridos responsáveis, vocês são a base para seus filhos, são os precursores da vida
deles. Ao assumir esse compromisso, estão assumindo um compromisso com Deus, passam a
ser, juntos como seus filhos, servos de Deus.
Fique a vontade para para caminhar conosco neste ato tão bonito de se colocar a
serviço de Deus e da Igreja através do serviço do Altar.
3. Demonstre interesse pelo que eles estão estudando na catequese ou na formação para
coroinhas. Estude junto com sua criança. Afinal, os pais são os primeiros catequistas.
4. Procure também adquirir conhecimento sobre Deus. Os filhos vão perguntar e querer tirar
dúvidas, assim como questões de matemática ou história na escola, por exemplo.
5. Participe das atividades para as quais os filhos são convidados: gincanas bíblicas,
encontros com a família, reuniões da catequese, reuniões da Pastoral dos Coroinhas, etc.
1. SERVIR AO SENHOR: O QUE É SER UM COROINHA?
Ser coroinha é estar a serviço do altar e do próximo. Servir ao altar não é apenas ajudar o
padre, transportar os objetos litúrgicos ou executar as funções que lhe são próprias. Servir ao
altar é estar aos pés da cruz, é contemplar o Cristo ressuscitado com os olhos da fé e viver
alegremente o Evangelho. Estar a serviço do próximo é estar pronto para a doação e a entrega,
é ser amparo e consolo para os que necessitam, é saber amar e viver a caridade. A vida de
Cristo foi dedicada a servir o próximo. Da mesma, forma o coroinha é chamado a servir como
Cristo.
Ser coroinha é viver a Eucaristia, é viver Cristo em todos os momentos da vida. Ao viver a
Eucaristia, o coroinha vive o seu ministério de serviço com mais dignidade, dedicação, oração e
amor e, assim, santifica-se e aproxima-se cada vez mais de Deus.
As responsabilidades de um coroinha:
POSTURA DE UM COROINHA
Um coroinha deve se manter comportado durante a Santa Missa, deve prestar atenção a
todo momento. Acompanhe como deve ser a postura de um coroinha na missa:
Os gestos são importantes na liturgia. Nosso corpo também “fala” através dos gestos e
atitudes. Durante toda a celebração litúrgica nós gesticulamos, expressando um louvor visível
não só a Deus, mas também a todos os homens.
DE PÉ
GENUFLEXÃO
É uma posição de quem ouve com
atenção e respeito, tendo muita É feita dobrando o joelho direito até o
consideração pela pessoa que fala. Indica solo. Significa adoração. Deve ser feito,
prontidão e disposição para obedecer. Foi, portanto, somente a Deus e reservada ao
desde o início da Igreja, a posição do Santíssimo Sacramento, quer exposto ou
“orante”. guardado no Sacrário.
INCLINAÇÃO
ANDAR
MÃOS POSTAS
Significa recolhimento
interior, busca de Deus, fé,
súplica, confiança e entrega
da vida. É atitude de profunda
piedade. Esta é a posição que
devemos estar durante as
celebrações. As mãos postas
recordam o gesto tão antigo de
atar ou amarrar as mãos dos BATER NO PEITO
prisioneiros. É por isso que os
que eram martirizados É expressão de dor e arrependimento
caminhavam com as mãos dos pecados. Este gesto ocorre na oração
unidas na hora do sacrifício, Confesso a Deus Todo poderoso...
em oração e entrega.
Por isso, o cristianismo
assumiu o gesto como sinal de
obediência total do homem à autoridade de
Deus, e as mãos unidas passaram a
expressar a submissão do homem com
relação ao seu Criador.
SILÊNCIO
Vestes Litúrgicas:
Insígnias Episcopais:
Anel: simboliza a união do bispo com os
Báculo: É uma das insígnias do Bispo. fiéis de sua diocese e, de maneira mais
Longo bastão curvado na extremidade, abrangete, a união
trazendo ou não, um símbolo. Representa do bispo com toda a
seu serviço como pastor do povo de Igreja.
Deus.
OUTROS OBJETOS
ALFA E ÔMEGA:
Primeira e última
letra do alfabeto
grego. No
Cristianismo
aplicam-se a
Cristo, princípio e INRI: São as iniciais das palavras latinas
fim de todas as Iesus Nazarenus Rex Iudaerum, que querem
coisas. dizer: Jesus Nazareno Rei dos Judeus,
mandadas colocarem por Pilatos na
crucifixão de Jesus.
XP: Estas letras, do
alfabeto grego,
correspondem em
português a C e R.
Unidas, formam as iniciais
da palavra CRISTÓS
(Cristo).
PEIXE: Simbolo de
Cristo. No início do
Cristianismo, em
tempos de perseguição,
o peixe era o sinal que
os cristãos usavam para
representar o Salvador.
É que as iniciais da
palavra peixe na lingua
grega – IXTYS – explicavam quem era
Jesus: IESÚS CRISTÓS TEÓS YÓS
SOTÉR: Jesus Cristo, Filho de Deus
Salvador.
6. LIVROS LITÚRGICOS O ano A percorre o Evangelho de São
Mateus.
O ano B percorre o Evangelho de São
Marcos e o capítulo 6 de São João.O ano C
MISSAL percorre o Evangelho de São Lucas.
Lecionário Semanal
Evangeliário
A água: A água simboliza a vida (remete-nos sobretudo ao nosso batismo, onde renascemos
para uma vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto por ela morremos para o
pecado).
O fogo: O fogo ora queima ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na liturgia da
Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos turíbulos. O fogo pode
multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte expressão simbólica. É símbolo sobretudo da ação
do Espírito Santo.
A luz: A luz brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à vida, como
a luz do sol. Ela mostra o caminho ao preregrino. A luz produz harmonia e projeta paz. Como o
fogo, pode multiplicar-se indefinidademente. Uma pequenina chama pode estender-se a um
número infinito de chamas e destruir, assim a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais
expressivo do Cristo Vivo, como no Círio Pascal. A luz é a expressão mais viva da ressurreição.
O pão e o vinho: Símbolos do alimento humano. Trígo moído e uva espremida, sinais do
sacrifício da natureza em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para significarem o
seu próprio sacrifício redendor.
O Óleo: Temos na liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos, usados
liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Confirmação (Crisma) e da Unção dos
Enfermos. Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção. Aqui vemos que o objeto
– no caso, o óleo – além de ele próprio ser um símbolo, fa nascer uma ação, isto é, o gesto
símbólico de ungir. Assim também acontece com a água: ela supõe e cria o banho de
purificação, com nos ritos do Batismo, do lavabo (ablução1) e do “asperges”, este em sentido
duplo: na missa, como no rito penitencial, e na Vigília do Sábado Santo, como mémória pascal
de nosso Batismo. A esses gestos litúrgicos e tantos outros podemos chamar de “símbolos
rituais”. A unção com o óleo atravessa toda a história do Antigo Testamento, na consagração
dos reis, profetas e sacerdotes, e termina no Novo Testamento, com a unção misteriosa de
Cristo, o verdadeiro Ungido de Deus. A palavra Cristo significa ungido. No caso, o Ungido, por
excelência.
A Liturgia é o conjunto de ações realizadas pelos fiéis dentro dos cultos a Deus,
inspiradas pelo próprio Deus, com a finalidade de buscar glorificar a Deus e santificar os
homens.
A liturgia tem uma alma: Toda expressão do culto, sem a fé, é um corpo sem alma. Seria
uma religiosidade fingida, que Deus não aceitaria. Com palavras severas Ele condenou esta
falsa piedade dos fariseus: “Este povo me louva com os lábios, mas seu coração está longe de
mim” (Mt 15,8).
Os sinais externos da sagrada liturgia não são um insulto à pobreza material dos filhos da
Igreja, mas um incentivo à piedade dos fiéis. Todo o conjunto do culto que a Igreja rende a Deus
deve ser interno e externo. Esta realidade decorre da própria constituição humana, ao mesmo
tempo física e espiritual, e da vontade do Senhor, que dispõe que pelo conhecimento das coisas
visíveis sejamos atraídos ao amor das invisíveis.
Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente em sua Igreja, e
especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da missa, está presente pela sua
virtude nos sacramentos, está presente na sua palavra, pois é Ele quem fala quando na Igreja
são lidas as Sagradas Escrituras.
Por isso, toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e do Seu corpo, que é a
Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia, nenhuma outra ação da Igreja iguala,
sob o mesmo título e grau.
Dia após dia, a liturgia vai nos transformando interiormente em templos santos do Senhor
e morada espiritual de Deus, até a plenitude de Cristo, de tal forma que nos dá a força
necessária para pregar Cristo e mostrar ao mundo o que é a Igreja, como a reunião de todos os
filhos de Deus ainda dispersos até que se tornem um só rebanho, sob um único pastor.
O SACERDOTE
O Concílio Vaticano II diz que o padre age "in persona Christi", isto é, em lugar da pessoa
de Jesus, o qual disse aos Apóstolos: "Quem vos ouve, a mim ouve, e quem vos rejeita, a mim
rejeita. E quem vos rejeita, rejeita o Pai que me enviou" (Lc 10,16). O padre é constituído tal por
meio da imposição das mãos do Bispo sobre sua cabeça, proferindo a oração consagradora.
O ALTAR
9. O ANO LITÚRGICO
O DOMINGO
No primeiro dia de cada semana, que é chamado dia do Senhor ou Domingo, a Igreja, por
tradição apostólica que tem origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério
pascal. Por isso, o Domingo deve ser tido como o principal dia de festa. Por causa de sua
especial importância, o Domingo só cede sua celebração às solenidades e festas do Senhor.
ADVENTO
NATAL
Os Domingos deste Tempo são 1º, 2º, 3º, 4º e 5º Domingos da Quaresma. O 6º Domingo,
com qual se inicia a Semana Santa, é chamado “Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor”.
TEMPO PASCAL
TEMPO COMUM
Além dos Tempos que têm característica própria, restam no ciclo anual trinta e três ou
trinta e quatro semanas nas quais não se celebra nenhuma solenidade ou festa do mistério de
Cristo; comemora-se nelas o próprio mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos
Domingos. Este período é chamado Tempo Comum.
12. A MISSA
Os atos exteriores (gestos, palavras, sinais, objetos...) são como o “corpo” da Missa,
enquanto a fé e o amor são a “alma” desse corpo. Se alguém comunga sem crer na presença
real de Jesus, recebe sim o Corpo do Senhor, mas não participa da Salvação contida no
Sacramento.
AS PARTES DA MISSA
A missa pode muito bem ser dividida em duas partes principais: Liturgia da Palavra
(através da qual nos alimentamos através das Sagradas Escrituras) e a Liturgia Eucarística
(através da qual nos alimentamos do próprio Corpo e Sangue de Cristo no Santíssimo
Sacramento).
A missa é dividida em diversas partes além das duas principais (Liturgia da Palavra e
Liturgia Eucarística), as quais estão detalhadas abaixo:
RITOS INICIAIS
- Procissão de entrada
- Saudação
- Ato Penitencial
- Hino de Louvor
- Oração do dia (ou coleta)
LITURGIA DA PALAVRA
- Primeira leitura
- Salmo Responsorial
- Segunda leitura
- Evangelho
- Homilia
- Profissão de Fé - Credo (Nas Missas dominicais e solenidades)
- Oração dos fiéis
LITURGIA EUCARÍSTICA
- Ofertório
- Oração Eucarística
- Comunhão
RITOS FINAIS
- Oração pós-Comunhão
- Benção final
Foi Jesus quem nos ensinou, por meio do seu exemplo, que maior é aquele que serve (cf.
Lc 9,46-50), e, antes de cear pela última vez com os seus discípulos, com o lava-pés, pediu-lhes
que fizessem o mesmo (cf. Jo 13,1-15).
Fazer o mesmo que Jesus significa servir, e aquele que serve exerce um ministério. Tanto
a palavra grega diakonia quanto a palavra latina ministerium querem dizer a mesma coisa: estar
a serviço, servir a exemplo de Cristo, o diácono por excelência.
Ser chamado por Deus para o serviço do altar é um privilégio. É muito mais do que ajudar
o sacerdote a transportar objetos litúrgicos ou executar as funções que lhes são próprias.
Podemos dizer que o coroinha, desde antes até o encerramento da Santa Missa, acompanha,
ajuda e serve o próprio Jesus. Isto por meio de sinais sensíveis, gestos e palavras,
impulsionados por um coração transbordando de amor ao Deus que tanto nos ama e sendo o
Rei dos reis, faz-se Servo. Nós não O vemos com os nossos olhos; mas a fé diz-nos que é
assim.
Cada um deve ir descobrindo sempre mais estas verdades da fé. Se não as descobre,
corre o risco de se cansar de ser um servidor do altar. Mas se as descobre e experimenta, então
vai desejar ser escolhido muitas vezes para servir, e que outros também sirvam, para sentirem a
mesma alegria.
É muito importante que o trabalho como coroinha numa comunidade não poderá limitar-se
ao “ajudar nas Missas”. É importante que se integrem com toda a comunidade; que desenvolvam
realmente um trabalho pastoral, contribuindo para o surgimento de novas lideranças e
incentivando a integração de novos elementos com o grupo. Com o empenho de todos, pode-se
contribuir para promover a união, o amor e a fraternidade. A ajuda mútua caracteriza os
verdadeiros irmãos na fé.
Um bom servidor do altar, sempre que necessário, se coloca a serviço da Igreja e das
coisas de Deus: nas procissões, nas solenidades e em todas as celebrações litúrgicas, sempre
quando se faça necessária a sua presença.
O serviço do altar pode até despertar vocações sacerdotais. É um fato que vocações têm
surgido do grupo de coroinhas, acólitos e cerimoniários.
Por tudo isso, quando formos servir ao altar, além de lembrarmo-nos que somos templos
vivos do Espírito Santo e que devemos nos vestir modestamente, é ideal que mantenhamos uma
vestimenta uniforme, as quais serão discorridas abaixo:
“Quem reza se salva, quem não reza é condenado. Salvar-se sem rezar é dificilíssimo, até
mesmo impossível... Mas rezando, a salvação é certa e facilíssima. Se não orarmos, não temos
desculpas, porque a graça de rezar é dada a todos... Se não nos salvarmos, a culpa será toda
nossa, porque não teremos rezado” (Santo Afonso Maria de Ligório).
É de extrema importância que os servidores do altar tenham uma vida de oração diária.
Porque a oração é o grande meio para alcançarmos de Deus a salvação e todas as graças que
desejamos. Como escreve São Tiago: “Se alguém necessita de sabedoria, peça a Deus, que a
concede fartamente a todos” (Tg 1,5).
Na oração que O próprio Cristo nos ensinou – o Pai Nosso, há um trecho em que diz “o
pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Por hora, entende-se que este „pão‟ é o alimento material,
mas trata-se da oração, do „pão substancial‟. O alimento qual é tão crucial para a vida espiritual
quanto comer e beber são para o corpo.
A oração é tão necessária às nossas vidas, que devemos suplicar a Deus diariamente
que Ele nos dê a graça de alimentarmos nosso espírito através dela, fazendo com que ela nos
fortaleça e nos ajude a não cairmos em tentação.