Você está na página 1de 5

A Fraca Participação da Rapariga no Ensino de ciências.

Sebastião S. Chirrinzane Júnior[1]


 
Resumo
O presente artigo, tem como tema “A Fraca Participação da Rapariga no Ensino de
Ciências”, com objectivo “Compreender os factores que influenciam na fraca participação
da mulher no ensino de ciências”. O número de mulheres nas ciências, é pouco
representativo, seja na pesquisa governamental, indústria/engenharia e no meio
académico. Dentro deste, enfatiza-se que não há incentivo específico para as mulheres
estudarem e ao longo de sua formação ou carreira profissional. A maior parte das
mulheres recebem pouco apoio da sociedade e dependem extensivamente do seu
empenho pessoal e o factor cultural sobre a posição da mulher no lar impede a
socialização aos estudos ou ao ensino em geral.
 
Palavras – chave: Rapariga, Ensino de ciências e Cultura.

Introdução
 
O presente artigo científico, tem como tema “A Fraca Participação da Rapariga no ensino
de ciências”. O número de mulheres nas ciências é pouco representativo, seja na pesquisa
governamental, na indústria ou no meio académico. Na maioria dos países, apenas cerca
de 10% a 12% dos profissionais do campo das ciências, nos últimos 100 anos, são
mulheres. A situação não tem-se alterado significativamente nos últimos anos.
Neste trabalho, enfatiza-se que a percentagem de mulheres no campo de ciências é
pequena desde a admissão na universidade. E este nível baixo de participação se mantém
durante todo o ciclo de estudos, assim como durante o exercício profissional. Não há
incentivo específico para as mulheres estudarem ou trabalharem em ciências (física,
matemática, química, biologia, educação visual ou desenho). Ao longo de sua formação e
de sua carreira profissional, a maior parte das mulheres recebem pouco apoio da
sociedade e dependem extensivamente de seu empenho pessoal.

 
A pesquisa é composta por seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão, e
o artigo para ser um trabalho consumado, abre um espaço da sua abordagem.

Eis os seguintes objectivos do artigo:


 Compreender os factores que influenciam na fraca participação da mulher no curso
de ciências físicas;
 Descobrir a pré – motivação proporcionada às mulheres na sociedade;
 Identificar a conduta passada e actual do factor cultural sobre a posição da mulher
no lar e
 Levantar o número de mulheres que estão no lar, mas frequentando a vida escolar.
O artigo em causa, é fruto de uma pesquisa bibliográfica, fontes internéticas, comunidade
académica em geral e também o método de estudo do caso.

Objectivos
Segundo PILETTI (2004: 80), objectivos “consistem em uma descrição clara dos
resultados que desejamos alcançar com nossa actividade”.
Os objectivos da actividade científica, como os de toda actividade humana, constituem a
representação imaginária, uma meditação dos resultados possíveis a serem logrados
mediante a realização de tarefas concretas.
Eis os objectivos da pesquisa.
 Compreender os factores que influenciam na fraca participação da mulher no
ensino de ciências.
 Descobrir a pré – motivação proporcionada às mulheres na sociedade;
 Identificar a conduta passada e actual do factor cultural sobre a posição da mulher
no lar;
 Levantar o número de mulheres que estão no lar, mas frequentando a vida escolar.
 
Pertinência da Pesquisa
As razões que me levaram a realizar ou elaborar este trabalho, é o facto de que o ensino
de ciências, sempre contou com uma proporção comparativamente baixa de estudantes e
pesquisadores do sexo feminino.

A percentagem de mulheres na física, química, matemática, biologia e educação visual ou


desenho, em quase todos os países, decresce a cada etapa na carreira académica e em
cada nível de promoção no exercício profissional. Em alguns ramos da engenharia e
especialmente na física, o número de mulheres é extremamente reduzido, mesmo no nível
da graduação.

Nos anos passados até actualidade, na graduação de física e matemática, realizadas a


nível nacional (Universidade Pedagógica e Universidade de Eduardo Mondlane), chamou-
me atenção, pelo que havia uma percentagem abaixo de 20%de mulheres. Isso me levou
a investigar as causas desse acontecimento.

Recentemente, um volume considerável de estudo tem sido dedicado ao preconceito de


género nas carreiras científicas, incluindo suas causas e consequências. O problema da
pouca representatividade das mulheres no estudo de ciência e tecnologia é um fenómeno
mundial.

Hipóteses ou Pressupostos
Hipótese é uma proposição antecipada à comprovação de uma realidade existencial. É
uma espécie de pressuposição que antecede a constatação dos factos. Por isso se diz que
as hipóteses de trabalho são formulações provisórias do que se procura conhecer e, em
consequência, são respostas para o problema ou assunto da pesquisa.(TRUJILLO,
1974:132 apud LAKATOS e MARCONI, 2009:137).

Relativamente ao problema levantado, serão avançadas 3 hipóteses, consideradas como


sendo as possíveis respostas do problema em causa, que se destacam:

 O factor cultural sobre a posição da mulher no lar impede a socialização aos


cursos complexos.
 A mentalidade emotiva da mulher pode ser um factor desencorajado para a
aderência aos cursos práticos (física, matemática, química, biologia e educação
visual ou desenho).
 A fraca pré – motivação fornecida (incutida) socialmente poderá ser um impulso
negativo para a mulher nas ciências.
 
Metodologias ou Procedimento Metodológico
Todo o processo que visa o alcance de um determinado objectivo carece do emprego de
método como via para a sua consecução.

Segundo (LAKATOS e MARCONI, 2009:44), Método é o “caminho pelo qual se chega a


determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de
modo reflectido e deliberado”.
Para a realização deste projecto de pesquisa, constituem como métodos os seguintes: o
método de procedimento de estudo de caso.
Segundo YIN apud GIL (1999: 73), estudo de caso é “um estudo empírico que investiga
um fenómeno actual dentro do seu contexto da realidade, no qual são utilizados várias
fontes de evidência”.
O que quer dizer que este caso, a investigação pressupõe uma abordagem concreta em
que a investigação procura se inteirar em quais as razões da fraca participação da mulher
no ensino de ciências.O trabalho de campo permitirá ao pesquisador familiarizar-se e viver
a questão dofactor – cultural sobre a posição da mulher no lar que impede a socialização
aos cursos complexos, particularmente aos cursos de física, matemática, química, biologia
e educação visual ou desenho.
 

Tipos de Pesquisa
Para a pesquisa, seleccionou-se a pesquisa qualitativa do tipo descritiva.

Segundo GIL (2002: 90), a pesquisa qualitativa, é caracterizada como sendo uma tentativa
de compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas
pelos entrevistados em lugar de produção de medidas qualitativas ou características
comportamentais.
A escolha da pesquisa qualitativa deveu-se ao facto de esta puder proporcionar uma visão
objectiva dos aspectos implicados à participação da mulher no ensino de ciências.

Resumo Teórico
Cientistas mulheres existem e sempre existiram, mas o reconhecimento de seu trabalho
representados em prémios, melhores postos e salários, deixam a desejar. Trazemos a
marca de séculos de predomínio masculino, de desempenho de coadjuvantes nos
trabalhos de laboratórios, de escolas e de tantos outros locais de actividade científica.

Guerra et al. (2006), fazem referência a algumas cientistas como:

Maria, a Judia (aprox. 273 a.C.) – alquimista que vivia no Egipto e inventou o
processo de banho-maria.
 As pesquisadoras que viviam por trás dos homens por causa dos preconceitos
enfrentados como:
 Anne-Marie Lavoisier (1758-1836)– casada com Antoine Lavoisier. Ela traduzia
os trabalhos do marido do inglês para o francês, acompanhava as experiências,
fazia anotações e ilustrou inúmeras publicações.
 Mileva Maric (1875-1948) –A primeira mulher de Einstein, resolvia os problemas
matemáticos para o marido. Alguns cientistas a consideram co-autora da teoria da
relatividade.
De acordo com física Márcia Cristina Bernardes Barbosa, da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRS), organizadora do primeiro Congresso Mulheres Latino-americanas
nas Ciências Exactas e da Vida, realizado em 2004 no Rio de Janeiro, a vida da cientista
actual é marcada por preconceito e falta de apoio, pouca perspectiva no mercado; dupla
jornada de trabalho e imagem feminina de fragilidade. (BARATA, 2005).

É necessário criar acções afirmativas como ter um percentual de mulheres nos comités
que julgam projectos. Ela disse: “Eu gostaria que todos os processos de julgar as pessoas
não tivessem nome e sobrenome, que não fossem focados na pessoa e nem baseados no
perfil masculino” (BARATA, 2005).

Actualmente, nas aulas defísica, matemática, química, biologia e educação visual ou


desenho é comum as meninas se considerarem menos aptas e até mesmo
desencorajadas a participarem das atividades da aula. Sendo assim, esta pesquisa buscou
analisar as diferenças nas participações de alunos e alunas nas aulas de física,
matemática, química, biologia e educação visual ou desenho, problematizando como
gênero perpassa as aulas e os sujeitos envolvidos.

O tratamento desigual a profissionais do sexo feminino, em todos os níveis, tem-se


mostrado um dado da realidade, em quase todos os países. A disparidade de género no
meio profissional é associada parcialmente ao papel biológico e às responsabilidades da
mulher como mãe, mas se deve principalmente a concepções tradicionais, que atribuem à
mulher o papel fundamental da maternidade e das tarefas domésticas, e ao homem o
papel de provedor do sustento da família.(GEERTZ, Clifford. 1989)

Entre as diversas esferas profissionais, a ausência das mulheres parece especialmente


notável na ciência e na tecnologia, particularmente nos campos das ciências físicas e na
engenharia, e as mulheres que optam pelo estudo na área das ciências frequentemente
acabam assumindo aquelas ocupações consideradas menos desafiadoras. As mulheres
estão sub-representadas na física, matemática, química, biologia e educação visual ou
desenho.

De todas as ciências, a física é uma área na qual o aumento do número de mulheres tem
sido particularmente lento. Muitas jovens com grande potencial intelectual não têm a
oportunidade de estudar física ou de se preparar para uma carreira nessa área. Outras são
deliberadamente desencorajadas. (WENETZ, Ileana; STIGGER, Marco Paulo. 2006).

A situação, contudo, é ainda mais grave. Muitas das mulheres que iniciam o curso de
ciências, acabam por desistir. Uma proporção maior de mulheres que de homens
abandona a física, matemática, química, biologia e educação visual ou desenho em cada
estágio da carreira.

Nos últimos anos, a questão da sub-representação das mulheres nas ciências, tem sido
objecto de uma ampla discussão, em todo o mundo. A natureza e magnitude do problema
variam entre os países. No entanto, é marcantemente recorrente ao facto que a
percentagem de mulheres na física, em quase todos os países, decresce a cada etapa da
carreira académica e em cada nível de promoção no exercício profissional.
Considerações Finais
 
O presente artigo preconiza de várias observações, o autor da pesquisa e a sociedade em
geral, tendo colhido conhecimento sobre a fraca participação da mulher no ensino de
ciências, chega-se a uma conclusão segundo a qual, esse factor acrescenta-se no facto de
o período da maternidade coincidir com o período de independência como cientista. Na
maior parte dos países, a idade em que a mulher tem que conseguir um emprego e firmar-
se como cientista é a mesma idade em que se preocupa em ter os seus filhos.

Nesse sentido, na opinião do pesquisador, para que mais mulheres optem por uma
carreira em física, matemática, química, biologia, desenho ou educação visual, é preciso
estarmos atentos desde o início de sua trajectória de estudo. Durante a pesquisa,
percebeu-se que as mulheres se sentem mais inspiradas a explorar a matemática, as
ciências, a engenharia e a tecnologia quando compreendem como esses campos podem
ser aplicados para tornar o mundo melhor.

Mas, para tanto, é necessário mais que uma ideologia amorfa. São necessários modelos,
exemplos concretos, actividades práticas, professores apaixonados e apoio entusiástico. E
preciso mais professoras mulheres, a servir como modelo para encorajar um número maior
de jovens mulheres a escolher as ciências (física, matemática, química, biologia, desenho
ou educação visual) como carreira profissional.
Com um pouco de perseverança, as mulheres deixarão de ver a física, matemática,
química, biologia, desenho ou educação visual como uma "área masculina", e passarão a
considerá-las como uma plataforma concreta sobre a qual construir seu futuro. Acredita-
se, de fato, que as mulheres, enquanto grupo, não necessitam de tratamento especial,
senão de oportunidades iguais.

Bibliografia
BARATA, Germana. Mulheres são maioria na educação, mas não chegam ao topo na
carreira                profissional. Cienc. Cult., São Paulo, v. 57, n. 3, set. 2005.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989.
GIL, António Carlos. Como Elaborar Projectos de Pesquisa, 2ª ed. São Paulo editora,
1999.
GIL, António Carlos. Como Elaborar Projectos de Pesquisa, 4ª ed. São Paulo, atlas, 2002.
GUERRA, Graziella; ROSSI, Joice Cristina; PILEGGI, Mônica. Ciência, substantivo
feminino.             São Paulo: CLA, 2006.
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho
Científico:                Procedimentos Básicos, Pesquisa Bibliográfica, Projecto e Relatório,
Publicação e   Trabalhos Científicos, 4ª Revista e Ampliada, São Paulo, Atlas, 1992.
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Panejamento e Execução
de           Pesquisas: Amostragens e Técnicas de Pesquisas, Elaboração, Análise e
Interpretação de           Dados, 5ª ed. São Paulo: Atlas 2002.
PILETTI, Claudino. Didáctica Geral, Editora Ática, 23ª ed. São Paulo, 2004.

WENETZ, Ileana; STIGGER, Marco Paulo. A Construção do Gênero no Espaço Escolar:


RevistaMovimento. Porto Alegre, 2006.
[1]Estudante de Física com Habilitações a Matemática/electrónica, 4º ano, 2016
Email: sebasjunior.chirrinzane@hotmail.com

Cell: 824951500 

Você também pode gostar