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R082.23-21/06.12
MAIO 2023
Estudo de Impacte Ambiental do projeto de
ampliação da unidade industrial da
FLEX2000
Volume II – Relatório Síntese
R082.23-21/06.12
MAIO 2023
Instituto do Ambiente e Desenvolvimento | Campus Universitário 3810-193 AVEIRO | tel: 234.400.800 | fax: 234.400.819 | email: sec@idad.ua.pt
Ficha técnica
Nº do Relatório: R082.23-21/06.12
Validação Aprovação
_______________
_______________
(Fernando Leão, Dr.)
(Miguel Coutinho, Doutor)
Secretário Geral
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 7
1.1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO .................................................................................................................................. 7
1.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE ............................................................................................................................ 7
1.3 ENQUADRAMENTO LEGAL ...................................................................................................................................... 7
1.4 IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE LICENCIADORA E DA AUTORIDADE DE AIA .......................................................................... 9
1.5 ANTECEDENTES ................................................................................................................................................. 10
1.5.1 Antecedentes do projeto ..................................................................................................................... 10
1.5.2 Antecedentes do procedimento de AIA ............................................................................................... 11
1.6 METODOLOGIA E ESTRUTURA DO EIA .................................................................................................................... 11
1.6.1 Metodologia Geral .............................................................................................................................. 11
1.6.2 Estrutura.............................................................................................................................................. 12
1.6.3 Equipa Técnica..................................................................................................................................... 14
1.6.4 Período de elaboração do EIA ............................................................................................................. 15
2. LOCALIZAÇÃO DO PROJETO .........................................................................................................................17
2.1 LOCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ............................................................................................................................ 17
2.2 BREVE ENQUADRAMENTO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO .............................................................................. 17
2.3 ÁREAS SENSÍVEIS................................................................................................................................................ 17
2.4 CONFORMIDADE COM OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL E SERVIDÕES CONDICIONANTES .................................. 19
2.4.1 Instrumentos de Gestão Territorial ..................................................................................................... 19
2.4.2 Servidões condicionantes e equipamentos e infraestruturas .............................................................. 20
2.5 RELAÇÃO DO PROJETO COM OUTRO(S) PROJETO(S) DE DESENVOLVIMENTO EXISTENTE(S) OU PROPOSTO(S) NA VIZINHANÇA .... 20
3. DESCRIÇÃO DO PROJETO E DAS ALTERNATIVAS CONSIDERADAS ................................................................21
3.1 OBJETIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJETO ................................................................................................................ 21
3.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ESTABELECIMENTO EXISTENTE ........................................................................................ 22
3.3 DESCRIÇÃO DO PROJETO DE AMPLIAÇÃO ................................................................................................................. 24
3.4 CONSTRUÇÃO DA UNIDADE .................................................................................................................................. 32
3.4.1 Faseamento construtivo ...................................................................................................................... 32
3.4.2 Preparação do terreno e edificação .................................................................................................... 33
3.5 CAPACIDADES INSTALADAS................................................................................................................................... 35
3.6 PRODUTOS ....................................................................................................................................................... 36
3.7 MATÉRIAS-PRIMAS, RECURSOS, EMISSÕES GASOSAS, EFLUENTES LÍQUIDOS E RESÍDUOS GERADOS ...................................... 39
3.7.1 Lista dos principais materiais e energia utilizados ou produzidos....................................................... 39
3.7.2 Lista dos principais tipos de efluentes, resíduos e emissões previsíveis .............................................. 44
3.8 SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS NA ACEÇÃO DO REGIME SEVESO........................................................................................ 59
3.8.1 Identificação das substâncias/alterações ........................................................................................... 59
3.8.2 Condições de armazenagem e medidas de prevenção e de mitigação ............................................... 61
3.8.3 Descrição das atividades de movimentação das substâncias ............................................................. 63
3.8.4 Sistemas de instrumentação e controlo .............................................................................................. 63
3.9 PROJETOS ASSOCIADOS OU COMPLEMENTARES ........................................................................................................ 64
3.10 REGIME DE FUNCIONAMENTO DA UNIDADE ........................................................................................................ 66
3.11 RECURSOS HUMANOS .................................................................................................................................... 67
3.12 VOLUME DE TRÁFEGO GERADO ........................................................................................................................ 67
3.13 ALTERNATIVAS.............................................................................................................................................. 68
3.14 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS E MEDIDAS PREVENTIVAS DO PROJETO ........................................................... 68
3.15 AÇÕES SUSCETÍVEIS DE CAUSAR IMPACTES .......................................................................................................... 69
4. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFETADO PELO PROJETO ........................................................................71
Quadro 1.1- Articulação com os regimes jurídicos de acordo com o Regime Jurídico do Sistema da Indústria
Responsável.
Regime Jurídico Abrangido
Decreto-Lei n.º 152-B/2017de 11 de dezembro, relativo à Avaliação de Projeto abrangido pelo Anexo II, n.º 6
Impacte Ambiental alínea a)
Decreto-Lei n.º 150/2015 de 5 de agosto relativo à Prevenção de Acidentes Enquadrado no Nível Superior de
Graves que envolvam substâncias perigosas (SEVESO) Perigosidade – alteração substancial
Decreto-Lei n.º 127/2013, de 30 de agosto relativo ao regime de emissões
Projeto não abrangido
industriais aplicável à prevenção e ao controlo integrados da poluição
No que respeita em concreto ao regime jurídico da Avaliação de Impacte Ambiental (RJAIA) o qual
justifica a realização do presente EIA, o projeto em avaliação encontra-se enquadrado pelo
Decreto-Lei n.º 152-B/2017, de 11 de dezembro que alterou e republicou o Decreto-Lei n.º 151-
B/2013, de 31 de outubro.
De referir que projeto não se localiza em áreas qualificadas como sensíveis no âmbito do RJAIA
(alínea a) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 152-B/2017, de 11 de dezembro.
Em termos de enquadramento no RJAIA, a ampliação que se pretende realizar ao
estabelecimento industrial existente, tendo em conta que se trata de um estabelecimento de
fabrico de espumas e valorização de resíduos, está prevista no n.º 6 do anexo II do Decreto-Lei n.º
152-B/2017 de 11 de novembro, no caso geral ‘’indústria química’’ alínea a) ‘tratamento de
produtos intermediários e fabrico de produtos químicos’.
1
Aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de agosto, o Sistema de Indústria Responsável vem regular o exercício da atividade
industrial, a instalação e exploração de Zonas Empresariais Responsáveis (ZER), e o processo de acreditação de entidades intervenientes no
âmbito do seu domínio de aplicação.
1.6.2 Estrutura
A estrutura do EIA tem em consideração o previsto no Anexo V do Decreto-Lei n.º 152-B/2017, de
11 de dezembro bem como no módulo X.i da Portaria n.º 399/2015, de 5 de novembro que
2
In ‘’A paisagem na Revisão dos PDM’’ DGOTDU, 2011.
II Antecedentes
IV Plantas de Projeto
V Lista de matérias-primas
VI Recursos Hídricos
VIII Biodiversidade
IX Paisagem
X Património
O Volume IV contém os ‘Elementos Adicionais’ solicitados pela autoridade de AIA à FLEX2000 para
efeitos da conformidade do EIA de acordo com o oficio com referência S016173-202303-
DAIA.DAP DAIA.DAPP.00312.2022. A resposta aos elementos adicionais solicitados, sempre que
relevante, foi incorporada nos restantes volumes do EIA.
Rosa Pinho
Biodiversidade (Flora e Vegetação)
Mestre em Ciências das Zonas Costeiras
Alexandra Passos Silva
Recursos Hídricos Superficiais
Licenciada em Engenharia do Ambiente
Eduardo Anselmo Ferreira da Silva
Professor Catedrático em Geoquímica Ambiental Geologia e geomorfologia
Nuno Durães Recursos Hídricos subterrâneos
Doutor em Geociências
Clara Ribeiro Ambiente Sonoro
Mestre em Poluição Atmosférica Qualidade do Ar
Adelaide Pinto
Património Arqueológico e Arquitetónico
Licenciada em História (ramo arqueologia)
Cristina Robalo
Paisagem
Licenciada em Arquitetura Paisagista
3
De acordo com a Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro que procedeu à reorganização administrativa do território das freguesias.
4
Alterado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro.
Os blocos de espuma podem seguidamente sofrer diferentes tipos de corte, de acordo com o
perfil do produto final. Isto é, podem ser laminados (corte horizontal) nas espessuras pretendidas,
cortados verticalmente para obterem a dimensões necessárias aos cortes subsequentes, ou
cortes especiais, curvilíneos e dimensionais.
Depois das peças de espuma se encontrarem finalizadas em termos de corte, são embaladas em
filme plástico transparente para preservação contra poeiras e humidade.
Alguns produtos, nomeadamente peças de espuma branca, são embalados em plástico preto para
proteção contra raios UV.
Após a etiquetagem e armazenamento, as peças de espuma estão preparadas para expedição.
Na Figura 3.2 sintetiza-se o fluxo básico do processo de fabrico existente.
Este projeto de ampliação das instalações será implementado numa parcela de 20 ha adjacente
ao atual estabelecimento industrial, a qual será ocupada da seguinte forma
Zonas de Cura;
Rampas da Cura;
Nave de Armazenagem de Blocos;
Naves de Corte e Armazenagem de Espumas;
Áreas de Arruamentos e Parqueamento (Pesados e Ligeiros);
Utilidades Industriais (tanques sistema incêndio, outras);
Espaços verdes.
Os processos tecnológicos e os diagramas de fabrico mantêm-se inalterados. Contudo, existirão
mais instalações de cura, corte e embalamento, e mais área de armazenagem a localizar na área
de ampliação, mas que em termos tecnológicos são similares às atualmente existentes. Será
assim aumentada a capacidade de produção e armazenagem da atividade de fabrico e
processamento de espuma e instalada uma nova operação de valorização de resíduos de aparas
de espuma. Na nova parcela não ocorrerá fabrico de espuma.
O projeto de ampliação na nova parcela será implementado de forma faseada tal como consta da
secção 3.4.1. Previamente ao desenvolvimento da ampliação (Fases 1, 2 e 3) será necessário
proceder a algumas alterações construtivas no seio do estabelecimento industrial existente de
No Anexo IV.B do Volume III apresenta-se peça desenhada com implantação do projeto de
ampliação da FLEX2000 (alterações no estabelecimento atual e implantação na nova parcela). Na
Figura seguinte apresenta-se um layout simplificado relativo à implantação do projeto na nova
parcela.
Figura 3.4 – Layout geral do projeto de ampliação na nova parcela adjacente ao estabelecimento atual.
Na Figura seguinte e no Anexo IV.B (Volume III) apresenta-se a localização das principais
alterações realizadas no âmbito da fase 0 na área do estabelecimento atual.
Figura 3.5 – Localização das alterações a realizar no estabelecimento atual (a vermelho)- Fase 0.
Nave 12 (Nave 1
Armazém de blocos 15 323160 21544 21544
– Fase I)
Área de ampliação
Nave 13 (Nave 2
Armazém e corte de blocos 15 285000 19062 19000
Fase I)
Nave industrial de transformação de placas e
Nave 14 (Fase II) 15 285000 19062 19000
coxins (tratamento dimensional de espuma)
Nave industrial de transformação de espuma
Nave 15 (Fase III) 15 527250 35212 35150
em rolo
A instalação envolve um tanque de ativação para ativar a mistura dos reagentes, um reator para
gerar a recuperação do poliol, um tanque de arrefecimento para acondicionamento e filtração do
poliol recuperado e um tanque para armazenar o poliol recuperado. Para além disso serão
necessários alguns equipamentos periféricos, como sistemas de alimentação e dosagem, sistemas
de destilação, sistemas de ventilação e unidades de controlo.
De uma forma sintética:
O processo começa com a moagem dos desperdícios de espuma em pequenos
fragmentos, separando devidamente quaisquer impurezas, como plástico, papel, etc.;
A espuma triturada é adicionada a um tanque com agitação e com controlo de
temperatura contendo poliol poliéter básico;
Ao poliol é adicionado Anidrido Ftálico e a mistura é feita à temperatura ambiente,
durante cerca de 90 minutos;
Posteriormente, é feita a adição de um catalisador Peróxido de Hidrogénio a 50%;
A espuma triturada e o poliol permanecem em agitação contínua durante cerca de duas
horas;
Geradores de vapor 45 55
Caldeira de Fluído Térmico 1 1
Estabelecimento atual
Utilidades
Central Ar Comprimido (compressores RAC) 4 5
Reservatório de CO2 (substituição do atual de
1 1
11 m3 por novo de 20 m3
Empilhador Elétrico 15 30
Armazém Stacker / Porta Paletes 50 100
Balanças 10 20
Pontes Rolantes -- 2
Centro de Corte -- 1
CNC -- 4
Carrosel -- 1
Projeto Fase 1
Linha de Compressão de Blocos e Embalagem -- 2
(Centro de Corte)
Prensa -- 1
Linha Colagem Colchões -- 1
Máquina de Embalar -- 1
Máquina Paletizar -- 1
Área de Ampliação
Máquina Embalar -- 3
Carrosel -- 3
Projeto Fase 2
Linhas Corte Automática -- 3
(Placas e Coxins)
Unidade de Produção de Aglomerado -- 1
Moinhos -- 2
Loopers -- 3
Máquina Embalar -- 3
Armazém Automático -- 1
Projeto Fase 3
(Transformação Espuma Linhas Corte Automático -- 3
Rolo)
Prensa -- 1
Equipamento Produção Espuma Reticulada -- 1
Linha de Flocking -- 1
Na primeira fase será mantida a massa arbórea de 115 466,0 m2. Serão construídos 2 pavilhões e
o anel de circulação em todo o perímetro da área de intervenção. Nesta fase será construída toda
a área destinada ao funcionamento dos transportadores da matéria-prima. Essa área
(20 526,0 m2) a céu aberto, será revestida em pavês ecológico. No final desta fase, o conjunto da
área florestal com a área revestida a pavês corresponde a uma área permeável de 135 992,0 m2.
Na segunda fase a massa arbórea será reduzida em cerca de 24 839,0 m2 para implantar um novo
pavilhão. Mantêm-se a área de pavês ecológico para funcionamento dos transportadores da
matéria-prima. A área total permeável no final desta fase será de 113 546,0 m2.
Na terceira e última fase reduz-se a massa arbórea em mais 41 056,0m2 para implantar o quarto e
último pavilhão. Mantêm-se a área de pavês ecológico para funcionamento dos transportadores
da matéria-prima. No final a área permeável será de 72 018,0 m2 (com cerca de 70% a
corresponder a área florestal).
Desmatação
A área na qual o projeto será implementado é atualmente ocupada por pinhal-bravo sendo o
corte da massa arbórea realizado de acordo com o faseamento proposto. No âmbito dos
trabalhos de desmatação proceder-se-á ao corte do revestimento vegetal existente na área que
será intersetada pela terraplenagem, fase a fase.
Destes trabalhos constam o corte dos pinheiros bem como a remoção dos arbustos presentes no
subcoberto do pinhal. As árvores serão cortadas e aproveitadas para madeira no mercado.
Terraplenagem
Da análise às características topográficas do terreno onde o projeto será implementado verifica-
se que na sua generalidade este apresenta-se aplanado com pequenas variações altimétricas. O
terreno da área de ampliação apresenta uma tendência de caimento natural de nascente para
poente com cotas em geral na ordem dos 15 a 16 m na zona nascente e cotas na ordem dos 11 a
12 m na zona poente. O Anexo IV.C (Volume III) apresenta as cotas e perfis atuais do terreno de
implantação do projeto, a partir dos quais é possível verificar as áreas onde será realizada
escavação e onde serão realizados aterros.
No Anexo IV.E (Volume III) apresenta-se a planta com as cotas finais de implantação do projeto
verificando-se que o edificado ficará à cota de 14,95 m e a plataforma do cais de carga no
extremo poente da parcela ficará à cota 13,85 m.
O planeamento das cotas de implantação do edificado e dos arruamentos foi delineada de forma
a garantir que a movimentação de terras realizada será toda usada dentro dos limites da obra a
construir não sendo necessário recorrer a áreas de empréstimo nem a áreas de depósito, pelo
que em termos de balanço das movimentações de terras prevê-se que este seja nulo.
Construção do edificado
A superestrutura de um armazém de logística é constituída por fundações, pilares e vigas de piso
ou de cobertura.
O material escolhido para a estrutura dos pavilhões será o betão pré-fabricado, considerado o
material mais favorável em termos de impacto ambiental em todas as 4 fases da vida útil dos
3.6 Produtos
A FLEX2000 produz espumas de vários tipos e densidades, com utilizações e mercados alvo
específicos exportando cerca de 66% da produção. Os principais mercados de destino são
Espanha, França, Itália, EUA, Bélgica, Holanda, Alemanha, Arábia Saudita, República Checa,
Marrocos, Israel e Polónia.
Ao longo da sua história, a empresa foi dando ‘vida’ a diversas marcas de espuma, que estão
destinadas a esses mercados e utilizações específicas.
Atual Atual
Produtos (Designação) 2018 2019 2020 Futura
licenciada Efetiva
Espuma flexível 44555 45249 45621 184 (Nota 1) 215 280
Sala cisternas I,
Sala cisternas I,
Isocianatos Líquido 774 2020 Tanque e bidões metal II, III e IV,
II, III
Nave 14
Pré-polímero
Líquido 30 50 IBC Nave 7
(reciclado)
Estabilizadores e
Líquido 20 20 Tanque e IBC Nave 1 e 2
reticulantes
Diluentes, solventes e Tanque, IBC e bidões
Líquido 2,2 2,2 Nave 1 e 2
cargas metálicos
Pigmentos e Tanque, IBC e bidões
Líquido 43 43 Nave 1 e 2
antoioxidantes plástico
Agentes, expansores e
gases (Cloreto de Líquido 57 57 Tanque Sala cisternas I e II
Metileno)
Agente Expansor (CO2) Líquido 8,25 15 Tanque Exterior
3.7.1.2 Energia
No estabelecimento são utilizadas três fontes de energia: elétrica, gás natural e gasóleo (Quadro
3.10).
A empresa é abastecida em regime de média tensão pela Iberdrola, SA, com uma linha aérea de
15 kV sendo a potência elétrica a contratar de 995 kVA. A potência instalada é de 1260 kVA com
dois transformadores 15 kV/400v com potência unitária de 630 kVA.
Com o projeto de ampliação será instalado um novo PT com dois novos transformadores, com as
mesmas caraterísticas e potência do atual passando a potência instalada a ser de 2520 kVA
(variação de +100%).
Quadro 3.10- Energia utilizada no estabelecimento.
Antes da disponibilização no local de gás natural (GN) para produção de energia térmica, era
utilizado gás propano (GPL) existindo para o efeito um depósito com capacidade de 4,48m3. Este
depósito instalado em 2002, teve uma utilização frequente até meados de 2008, ano quem que
foi instalado gás natural fornecido através de posto de regulação e medida (PRM). Embora sem
utilização, manteve-se o sistema de GPL instalado como alternativa ao GN, acabando o sistema
por ser desativado em 2019, com a remoção física do reservatório.
Gás natural (m3) 112 574 102 743 84 633 97 536 114 194 152 346
3.7.1.3 Água
Na instalação é utilizada água proveniente da rede pública e de uma captação subterrânea (furo)
cuja licença (TURH – A001763.2019.RH3) se apresenta no Anexo VI.A (Volume III).
Deve-se salientar que, no ano de 2019, extraordinariamente, não ocorreram consumos efetivos
da água da rede pública. Esta situação foi devido à existência de uma fuga na rede, cuja deteção
foi complexa e demorada, tendo implicado, durante o período dos trabalhos, a suspensão do
abastecimento da água da rede pública6. Devido a esse facto, e à irrealidade dos consumos
registados da água da rede pública, no cálculo dos consumos para a capacidade atual e instalada
utilizaram-se os seguintes pressupostos:
Consumo Anual da Água Rede Pública = Nº de Trabalhadores x 50 lts/hab7 x 240 dias
Os valores apurados foram deduzidos ao consumo da água da captação subterrânea, de modo a
ter uma estimativa mais aproximada dos consumos globais reais. Na capacidade instalada futura,
efetuou-se o mesmo exercício de cálculo, tendo neste caso, devido à previsão de criação de uma
6
Os consumos da água da captação subterrânea também foram afetados por esta fuga, tendo-se registado perdas estimadas de 8% (1215m3) e
12% (1954m3) do total extraído em 2019 e 2020, respetivamente.
7
Apesar de normalmente se usar um fator maior (75 a 100) é conhecida a pouca utilização dos balneários pela população laboral da Flex2000,
muito pelo facto de serem trabalhadores que habitam nas imediações do estabelecimento.
Águas Residuais Equiparadas a Instalações sanitárias, balneários, Coletor municipal seguida de ETAR
Domésticas cantina, higienização (AdRA)
Processo Industrial (produção
aglomerado), purgas caldeiras vapor,
Águas Residuais Industriais rejeitado osmose inversa, lavagens Descarga Solo (Lagoa Infiltração)
pavimentos e infraestruturas
industriais
Águas Pluviais Telhados Solo
Águas Pluviais Potencialmente Pavimentos, parques outras vias de Descarga Solo (Lagoa Infiltração).
Contaminadas circulação TURH - L020886.2021.RH3
Águas pluviais
Na instalação são geradas dois tipos de águas pluviais, cujo tipo e origem não serão alterados com
o projeto de alteração:
águas pluviais não contaminadas, provenientes das coberturas;
águas pluviais potencialmente contaminadas provenientes dos pavimentos e vias de
circulação.
As águas pluviais não contaminadas das coberturas são encaminhadas para caixas de infiltração
no solo, existindo várias por pavilhão. Com o projeto de ampliação o sistema de recolha de
pluviais das coberturas será replicado na área das novas edificações, ou seja, estas águas serão
encaminhadas para um sistema de infiltração no solo existente nos pontos de queda, sendo o
excedente encaminhado por tubagem dedicada para o tanque de reaproveitamento de águas
pluviais (Peça Desenhada no Anexo IV.I do Volume III).
Na área do estabelecimento atual, as águas pluviais potencialmente contaminadas de pavimentos
e vias de circulação são recolhidas em rede independente de águas pluviais, e em parte ligadas a
um separador de hidrocarbonetos. De seguida são encaminhadas para um tanque de 1000 m3 que
constitui uma reserva adicional de água. Os excedentes deste tanque são encaminhados para uma
lagoa de infiltração (descarga no solo). Esta lagoa, com uma área de 272 m2, é servida por um
separador de hidrocarbonetos do tipo lamelar com uma capacidade para tratar um caudal de
ponta de 150l/s. Parte destas águas pluviais (~25%) são reutilizadas em humidificação e lavagens
de pavimentos e na rede de incêndio.
O estabelecimento possui Licença de utilização n.º L020886.2021.RH3) para descarga destas águas
através de lagoa de infiltração (Anexo VI.B no Volume III).
As águas pluviais potencialmente contaminadas são sujeitas a monitorização periódica tal como
estipulado no título de descarga, sendo realizadas análises trimestrais ao efluente (amostras
compostas para 24 h), na caixa de recolha de amostras à saída do separador de hidrocarbonetos.
No Quadro 3.17 apresenta-se os valores médios anuais relativos ao autocontrolo realizado. No
Anexo VI.C do Volume III apresentam-se os boletins analíticos relativos a cada um dos trimestres
do ano 2020.
Quadro 3.17- Dados de autocontrolo das águas pluviais potencialmente contaminadas (média anual).
Parâmetro Unidades 2018 2019 2020 VLE (1)
pH Escala de Sorensen 6,6 5,6 5,7 6.0-9.0
Sólidos Suspensos Totais
mg/L 17,8 10 18,8 60
(SST)
Carência Química de
mg O2/L 75 15 59,3 150
Oxigénio (CQO)
Hidrocarbonetos Totais mg/L 0,05 0,1 0,3 15
Carência Bioquímica de
mg O2/L 22 10 81,0 40
Oxigénio (CBO5) (2)
Azoto Total (2) mg O2/L 0,3 3 3 --
Quadro 3.18- Dados de autocontrolo das águas pluviais potencialmente contaminadas (ano 2020).
Parâmetro Unidades 3/fev 11/mai 3/set 9/nov VLE (1)
Escala de
pH 6,1 5,7 5,4 5,5 6.0-9.0
Sorensen
Sólidos Suspensos Totais
mg/L <10 <10 22 33 60
(SST)
Carência Química de
mg O2/L 140 <15 67 <15 150
Oxigénio (CQO)
Hidrocarbonetos Totais mg/L <0,1 <0,1 0,79 <0,1 15
Carência Bioquímica de
mg O2/L 81 - - - 40
Oxigénio (CBO5)
Azoto Total mg O2/L <3 - - - --
Fósforo Total mg O2/L <0,5 - - - --
Nota (1) Os VLE para descarga de Águas Residuais são os constantes da Licença de Utilização dos Recursos Hídricos
L020886.2021.RH3 (valores do Anexo XVIII do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de agosto). Nota 2 – Monitorização anual para
efeitos de cálculo da TRH, nos termos do DL n.º 97/2008 de 11/06.
No Anexo IV.H (Volume III) apresenta-se peça desenhada com a rede de drenagem águas pluviais
dos pavimentos (potencialmente contaminadas).
Com este projeto, e em particular com a relocalização do PAC (posto de abastecimento e
combustíveis) será reforçada a capacidade de tratamento das águas pluviais potencialmente
contaminadas oriundas da ilha de abastecimento, com a instalação de um sistema autónomo de
recolha e pré-tratamento destas águas. O sistema será constituído por uma caixa de retenção de
areia e separador de hidrocarbonetos do tipo lamelar com a capacidade de depuração de 3l/s. O
efluente tratado será posteriormente encaminhado para o ponto de descarga de águas pluviais já
licenciado (lagoa de infiltração).
De igual modo, e para melhoria do sistema de proteção, as águas pluviais dos pavimentos junto às
naves 3, 4, 5, 6, 7 e 8 serão também encaminhadas para um novo SH antes da descarga no tanque
de 1000m3 . Este separador será similar ao atual, do tipo lamelar com uma capacidade para tratar
um caudal de ponta de 150l/s. O ponto de descarga manter-se-á inalterado (lagoa).
A gestão das águas pluviais a implementar na área de ampliação, será similar à da instalação
atual, ou seja, as águas pluviais potencialmente contaminadas (vias de circulação e pavimentos),
serão encaminhadas para sistemas depuradores de HC e de seguida para um tanque de 2700 m3 ,
que permitirá o seu reaproveitamento, à semelhança do existente, para humidificação e lavagens
de pavimentos e rede de incêndio e rega. O excedente, será encaminhado para uma lagoa de
infiltração com 1800 m2 (60 m de comprimento de base e 30 m de largura de base). A
profundidade será de 1,70m.
O projeto de ampliação implicará um novo ponto de descarga de águas pluviais potencialmente
contaminadas no solo, após pré-tratamento em separadores de hidrocarbonetos. O novo
equipamento depurador, do tipo lamelar como o existente, será constituído por 2 separadores de
hidrocarbonetos com uma capacidade para tratar um caudal de ponta de 200l/s cada, servindo
áreas distintas.
Com o projeto de ampliação não se esperam alterações significativas na qualidade do efluente
descarregado, uma vez que as origens e tipo não sofrerão alterações relevantes. Será, contudo,
Até ao momento, a monitorização das fontes C1F, C2F e C3F era realizada pela FLEXPUR. Com o
presente projeto, a FLEX2000 para a ser responsável pela gestão, operação e monitorização
destas fontes, ainda que partilhadas com a Flexpur.
As fontes C1F e C2F estão associadas a instalações de combustão com potência térmica nominal
superior a 1 000 KW e inferior a 50 000 kW, sendo por essa via consideradas ‘Médias Instalações
de Combustão’ (MIC).
No que concerne à altura das chaminés em sede de desenvolvimento do estudo prévio, não se
efetuou o cálculo de acordo com a Portaria n.º 190- A/2018, que estabelece as regras para o
cálculo de altura de chaminés, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 26.º do Decreto-Lei n.º
39/2018, de 11 de junho, devido ao facto de a área estar sujeita a servidão militar nos termos do
Decreto n.º 11/2014. Nesses termos, e para as novas fontes, aplicou-se a regra de a cota de saída
da chaminé estar 3 m acima da cota máxima do edifício de implantação (obstáculo próximo mais
desfavorável).
Contudo, na sequência do pedido de elementos adicionais por parte da autoridade de AIA,
procedeu-se à realização do estudo de dimensionamento das chaminés o qual se apresenta no
Anexo XII (Volume III).
Tal como consta da informação apresentada no Anexo XII, face à altura atual, as fontes C6 e C7
não carecem de qualquer correção na altura. As fontes C1 F, C2 F, C1, C2, C3, C11, C28, C29, C34 e
C35 deveriam ser aumentadas conforme a correção indicada no estudo.
Tendo em conta as condições da instalação e o tipo de efluentes e as caraterísticas do local,
entende-se, no entanto, justificável a manutenção da sua altura nos valores atuais. A unidade
industrial encontra-se inserida em zona industrial onde o número de obstáculos na área
circundante (raio de 300 metros) é muito reduzido. Sendo que os obstáculos próximos mais
desfavoráveis a todas as fontes são os próprios edifícios da Flex2000. Estes são na sua maioria
edifícios industriais constituídos na sua maioria por equipamentos, onde não existem
trabalhadores em permanência, com exceção das Nave 5 (Corte e Transformação), Nave 7
(Aglomerado/Armazém), naves futuras de Transformação Espuma-Rolo (Fase III) e Corte Blocos.
Além disso, os edifícios são isolados, não apresentando janelas/aberturas ou pontos angulosos
Pode-se observar que as concentrações, em mg/Nm³, dos poluentes medidos em cada fonte
estão todas abaixo dos VLEs estabelecidos. No que respeita aos resultados obtidos para os
caudais mássicos, com a exceção dos resultados das campanhas de 2019, 2020 e 2021 para a
fonte C1, para as restantes fontes os valores obtidos apresentam-se todos abaixo do limiar
mássico mínimo. Saliente-se que a fonte C1 está associada à instalação do início do processo de
produção de espuma e apresentou caudal mássico acima do limiar mássico médio, mas abaixo do
limiar mássico máximo em ambas as campanhas do ano de 2019. Na campanha de 2020, o
mesmo se sucedeu. Já em 2021 o caudal mássico baixou para um valor entre o limiar mássico
mínimo e o médio.
Espera-se no futuro uma melhoria nas emissões de COV associadas à Fonte C1 devido à utilização
do CO2 como agente expansor, em detrimento do cloreto de metileno.
No âmbito do projeto de ampliação as fontes fixas C5 e C9 serão desativadas.
No Quadro seguinte apresenta-se as emissões de poluentes atmosféricos calculadas tendo em
conta as capacidades instaladas.
Quadro 3.21- Emissões de poluentes atmosféricos (Kg/ano).
Capacidade Capacidade Capacidade
Fontes Poluentes (kg/ano)
instalada licenciada licenciada atual instalada futura
Dióxido de Carbono (CO2) 211662,2990 247323,4655 322095,2733
Metano (CH4) 5,2618 6,1483 8,0071
Convencionais
Ao nível das emissões globais, estima-se que a medida de substituição de Cloreto de Metileno na
produção de espuma implique uma redução de cerca de 21% nas emissões de COV das fontes não
convencionais, ou seja, passe de 20,7 t/ano na capacidade licenciada para 16,4 t/ano após
projeto.
As emissões diretas de CO2 atingirão, após projeto, 322,1 ton/ano, o que constitui um incremento
de 52% face à capacidade atualmente licenciada.
Tendo em conta os resultados dos dados de autocontrolo apresentados, no Quadro 3.22 reporta-
se a periodicidade de monitorização que as fontes fixas deverão seguir.
Quadro 3.22- Periodicidade de monitorização das fontes fixas existentes.
Periodicidade de Monitorização
Fonte Próxima
CO NOx COVT SO2, PTS, H2S
Campanha
C1F - 2024
Quinquenal Quinquenal Quinquenal
C2F - 2024
(2024) (2024) (2024)
C3F - 2024
C1 - - Bianual - 2021
Quinquenal
C2 - - - 2024
(2024)
Quinquenal
C3 - - - 2024
(2024)
Exclui-se do âmbito de aplicação do DL39/2018, de acordo com a alínea e) do n. º1 do art. º2
C4
(fornalhas e queimadores das atividades industriais, com uma potência térmica inferior a 1 MW)
Exclui-se do âmbito de aplicação do DL39/2018, de acordo com n.º 8 do art.º 26
(no caso das hottes laboratoriais que não estão sujeitas a VLE, deve a cota máxima das respetivas
C5
chaminés ser sempre superior, em pelo menos um metro, à cota máxima do edifício onde estão
instaladas)
Quinquenal
C6 - - - 2024
(2024)
Quinquenal
C7 - - - 2024
(2024)
Exclui-se do âmbito de aplicação do DL39/2018, de acordo com a alínea e) do n. º1 do art. º2
C8
(fornalhas e queimadores das atividades industriais, com uma potência térmica inferior a 1 MW)
Exclui-se do âmbito de aplicação do DL39/2018, de acordo com a alínea e) do n. º1 do art. º2
C9
(fornalhas e queimadores das atividades industriais, com uma potência térmica inferior a 1 MW)
C31 excluem-se do âmbito de aplicação do DL39/2018, de acordo com alínea a) do nº 2 do art.º 2, que
remete para a alínea z) do art.º nº3
C32 (os geradores de emergência, na aceção da alínea z) do artigo seguinte, sem prejuízo do disposto na
alínea h) do artigo 8.º, indica que deve manter e comunicar um registo do número de horas de
C33 funcionamento dos geradores de emergência)
Quinquenal
C34 - - - 2024
(2024)
Quinquenal
C35 - - - 2024
(2024)
No âmbito do projeto de ampliação será desativada uma hotte laboratorial (Fonte C5) que será
substituída por duas novas hottes laboratoriais (C38 e C39) e a caldeira a gás 2 (C9).
Adicionalmente, serão instaladas 3 novas fontes fixas de emissão associadas ao processo (Quadro
3.23).
Quadro 3.23- Novas fontes fixas propostas.
Código
Altura Combustível Regime de Potência
da Equipamento associado Local
(m) utilizado funcionamento (kWth)
Fonte
C38 8,8 Hotte laboratorial nº1 Novo laboratório 8h/dia
C39 8,5 Hotte laboratorial nº2 Novo laboratório 8h/dia
Exaustão da Unidade de Nave 7
Não
C40 16,3,0 Produção de Espuma (Estabelecimento 16h/dia -
Aplicável
Reciclada atual)
Exaustão da Unidade de Área de
Não
C41 17,0 Produção de Espuma ampliação/Fase 16h/dia -
Aplicável
Reticulada III
Área de
Exaustão da Unidade de Não
C42 17,0 ampliação/Fase 16h/dia -
Recuperação de Poliol Aplicável
II
No quadro seguinte apresenta-se a previsão das emissões para cada uma das novas fontes.
Quadro 3.24- Emissões previsíveis das novas fontes.
Concentração de Poluentes
A previsão das emissões das novas fontes é apresentada sob a forma de concentração. Trata-se
de fontes de exaustão que não utilizam combustível, desconhecendo-se ainda os volumes
mássicos de emissão, razão pela qual os mesmos não se apresentaram, tendo-se optado por
apresentar as concentrações dos poluentes por elas emitidos como sendo inferiores ao que será
exigível legalmente e que deverá ser cumprido. Note-se que só em fase de projeto de execução se
determinarão em concreto quer a dimensão da conduta (secção) quer o tipo e potência de
ventilador a usar, os quais dependerão da localização final do equipamento emissor.
No Anexo IV.J (Volume III) apresenta-se peça desenhada com a localização das fontes fixas de
emissão (atuais e futuras).
De modo a minimizar os impactes das emissões, encontram-se implementadas as seguintes
medidas:
Manutenção preventiva de todos os equipamentos emissores de modo que funcionem
sempre de acordo com as recomendações dos fabricantes;
Afinação periódica dos sistemas de queima de combustível para manutenção da
eficiência térmica e redução das emissões;
Manutenção e substituição periódica dos sistemas de filtragem (aglomerado);
Monitorização periódica das emissões para controlo de qualidade.
Com o projeto de ampliação, para além da manutenção e reforço das medidas enunciadas
anteriormente será aplicada uma ação da qual se esperam resultados bastante positivos ao nível
das emissões de COV associadas às fontes C1, C2 e C3:
Utilização do CO2 como agente expansor no fabrico da espuma, em detrimento do
cloreto de metileno (-21% emissões de COV).
3.7.2.3 Ruído
A atividade gera ruído, existindo um conjunto de fontes de emissões que estão devidamente
identificadas, nomeadamente:
Caldeira Vapor- -potência sonora não disponível devido antiguidade do equipamento;
Corte em Rolo - Loopers - 90 dB(A);
Trituração de Espuma (fabrico de aglomerado) – potência sonora não disponível devido
antiguidade do equipamento);
Apoio (Compressores - 4). – 68dB(A);
Geradores Emergência (2) – 98 dBA(A).
No que respeita aos compressores estarão confinados no seu funcionamento a uma secção,
afastada dos postos de trabalho, de modo a limitar as emissões, salientando-se que a sua
operação não será contínua. O mesmo acontece com os geradores de emergência.
3.7.2.4 Resíduos
Atualmente, a instalação possui uma atividade de valorização interna de resíduos – R3 (produção
de aglomerado) recebendo, para a mesma operação, resíduos de terceiros para tratamento
(operação de gestão de resíduos). No Quadro seguinte identificam-se os resíduos recebidos e a
sua origem.
Quadro 3.25- Resíduos recebidos na instalação.
Capacidade Capacidade Capacidade
Origem/Resíduo 2018 2019 2020 instalada instalada instalada
licenciada atual futura
Interna
LER 120105 - Aparas de matérias 827 681 790
plástica
630 840 2760
Externa
LER 120105 - Aparas de matérias 3,64 5,02 9,29
plásticas
A FLEX2000 dispõe de um parque de resíduos geral centralizado que serve toda a instalação, não
se prevendo qualquer alteração a este nível no projeto mantendo-se a sua localização e área. Os
resíduos de baterias usadas (código LER 160601*) são armazenados no parque de Resíduos 2
localizado na Nave 6, sendo daí encaminhadas para operador de gestão de resíduos devidamente
licenciado para eliminação, não passando assim pelo Parque de Resíduos Geral.
No Quadro 3.28 apresentam-se as características dos Parques de Resíduos acima mencionados. No
Anexo IV.K (Volume III) apresenta-se Peça Desenhada com a localização dos Parques de Resíduos.
PA2 10 10 10 S N N Baterias
Tanque TK 17 1220
Pmax = atmosférica T = Categoria: H1/ Designada
Desmodur T80 (TDI)
ambiente (26)
Tanque TK 13 24,4
De referir que antes do uso de gás natural, o estabelecimento usava GPL existindo para o efeito
um tanque de armazenamento, o qual entretanto já foi desmantelado.
No Quadro seguinte sintetizam-se as alterações nas capacidades de armazenagem das
substâncias em causa.
No Anexo IV.L do Volume III apresenta-se peça desenhada com a localização das substâncias
abrangidas pelo regime Seveso no estabelecimento, com indicação dos locais de armazenamento do
TDI (n.ºs 1 e 2 da legenda) e do gasóleo (n.º 13 da legenda). No Anexo IV.M (Volume III) apresenta-se
Peça Desenhada com o layout dos diversos tanques de armazenamento nas salas de cisternas (I, II, III e
IV), identificando-se os tanques de armazenamento de TDI (salas III e IV).
A sala de cisternas IV, onde será instalado o tanque TK 17, seguirá a filosofia das salas de cisterna
existentes, isto é, será uma construção hermética de modo a prevenir a libertação para o exterior
de vapores gerados no seu interior originados, por exemplo, num eventual derrame. Neste
mesmo edifício (sala de cisternas IV) será também instalado o novo tanque TK16 com uma
capacidade 1600 toneladas de poliol (substância não abrangida pelo regime de prevenção de
acidentes graves).
As salas de cisternas III e IV formam igualmente uma bacia de retenção impermeabilizada
constituída por um muro em betão. Em caso de derrame, o produto derramado é encaminhado
para duas fossas (uma para receber TDI, outra para receber Poliol, cada uma com uma capacidade
de 27 m3).
Gasóleo
Existirá um posto de abastecimento de combustível para reabastecimento da frota de
equipamentos de movimentação mecânica de cargas. Por questões de segurança, a área do posto
de abastecimento, encontrar-se-á deslocada das áreas de produção e de circulação de outros
veículos e de outros locais onde seja suscetível, em termos da operação normal do
estabelecimento, a aglomeração de um número elevado de pessoas, materiais e veículos.
Os principais riscos associados à existência da utilidade são o derrame de gasóleo por rotura de
mangueira de descarga/envio, reservatório e/ou tubagem de transporte para consumidor com
contaminação de solos e/ou recursos hídricos e, caso esteja presente uma fonte de ignição
suficientemente forte, incêndio do derrame com potenciais efeitos em equipamento e/ou
instalações na envolvente próxima.
No que se refere à armazenagem, esta será efetuada em reservatório instalado em bacia de
retenção com uma capacidade de retenção superior a 10 m3, cumprindo com a exigência de
capacidade para líquidos combustíveis de 2ª categoria nos termos do art.º 5º do Regulamento de
segurança das instalações para armazenagem e tratamento industrial de petróleo bruto, seus
derivados e resíduos, publicado pelo Decreto n.º 36 270, de 9 de maio de 1947;
Os derrames provenientes da área de armazenagem serão recolhidos por caneletes e
encaminhados para uma caixa separadora de hidrocarbonetos passando por uma caixa de
retenção de areias e um separador de hidrocarbonetos. A fase aquosa é encaminhada para a
bacia de infiltração das águas pluviais passando por uma zona de recolha de amostras.
Cais de descarga no interior de um caixão impermeável, sendo muito pouco provável que possa
constituir uma fonte de perigo. O cais de descarga e abastecimento de gasóleo está circundado
em todo o seu perímetro por caleiras de recolha tendo o piso, que é impermeabilizado, uma
pendente para a zona de recolhas.
As salas de cisternas III e IV formam uma bacia de retenção impermeabilizada constituída por um
muro em betão. Em caso de derrame, o produto derramado é encaminhado para duas fossas
(uma para receber TDI, outra para receber Poliol, cada uma com uma capacidade de 27 m3).
O aumento de capacidade de armazenagem destas substâncias é indispensável para a
competitividade e sobrevivência da empresa no mercado internacional, onde se encontra
fortemente empenhada. O TDI é um produto químico essencial para a produção de espuma de
poliuretano. Não é fabricado em Portugal, sendo adquirido na Europa, e transportado em camião
especial, estando muito sujeito a interrupções de fornecimento (via greves de transporte, de
fabricantes, de alfândegas, etc.) e a variações de preço.
É neste contexto que o projeto contempla o aumento da capacidade de armazenagem de
Diisocianato de Tolueno (TDI), que passará das 774 ton para 2020 ton.
De referir que cerca de 62% do movimento de viaturas pesadas com produtos tem como destino
o mercado externo, sendo que 98% do volume de espuma é expedido por via rodoviária e os
restantes 2% em contentor, por via marítima, sobretudo através do porto de Leixões.
Quadro 3.33- Movimentação de viaturas pesadas (veículos/ano).
Capacidade
Capacidade Capacidade
2018 2019 2020 Instalada
instalada atual instalada futura
licenciada
A caracterização do ambiente afetado pelo projeto tem como objetivo estabelecer um ponto de
referência relativamente ao estado atual do ambiente, de forma a permitir a análise dos impactes
do projeto. Neste contexto, os dados e as análises a apresentar devem ser proporcionais à
importância dos potenciais impactes os quais estão associados às ações de projeto relacionadas
com a ampliação da unidade industrial da FLEX2000.
As componentes alvo de caracterização, de acordo com o regime jurídico de AIA em vigor, são as
seguintes:
Clima e alterações climáticas;
Geologia e geomorfologia;
Recursos Hídricos Subterrâneos;
Recursos Hídricos Superficiais;
Qualidade do ar;
Ambiente sonoro;
Solo e uso do solo;
Biodiversidade;
Paisagem;
Património Arqueológico, Arquitetónico e Etnográfico;
População e Saúde Humana.
Figura 4.3 - Médias mensais de insolação em número de horas registadas em Aveiro (Universidade) (1981-
1982, 1984-1985, 1987-1988, 1990-1991).
Na Figura 4.4 apresenta-se a distribuição da direção de vento em Ovar. No período do inverno,
durante 1,1 meses entre 9 de janeiro e 11 de fevereiro e durante 1,7 meses, entre 6 de novembro
e 29 de dezembro, a direção de vento mais frequente é de leste. Entre 11 de fevereiro e 18 de
outubro, o vento mais frequente vem do sector norte, com especial ênfase para vento de NW
durante os meses mais quentes.
Figura 4.7 - Excerto da Carta Geológica de Portugal na escala 1:50.000, Folha 13 C - Ovar (Teixeira & Torre
de Assunção, 1963), com demarcação da área de implantação do atual edificado da Flex2000 (polígono
azul) e do projeto de ampliação da instalação (polígono rosa).
A área de implantação do projeto está situada sobre depósitos de areias dunares (Figura 4.7), ou
seja, materiais não consolidados e bem calibrados (Figura 4.8a), dado que o agente de transporte
é o vento. De notar que nestes sedimentos existe um extenso pinhal, ao qual se associa alguma
vegetação mais rasteira Figura 4.8b), mas que impõem o desenvolvimento de um coberto vegetal
no solo/sedimentos muito incipiente (Figura 4.8c).
4.2.3 Sismicidade
Considerando a divisão territorial em quatro zonas distintas para fins de construção de edifícios e
estruturas de engenharia, sob o ponto de vista da resposta à ação sísmica, estabelecida pelo
Decreto-Lei 235/83 de 31 de maio, a região de Ovar insere-se na zona C (Figura 4.9a), que é a
segunda menos critica no território continental, correspondendo um valor do coeficiente de
sismicidade (α) de 0,7.
De acordo com as intensidades sísmicas máximas observadas até à presente data, o concelho de
Ovar encontra-se abrangido pelas zonas com grau de intensidade máximo VI, na parte mais
interior e litoral norte do concelho, e VII, na maioria da região litoral do concelho (Figura 4.9b;
CMO 2015).
A área de ampliação da FLEX2000, encontra-se situada muito próximo da transição entre as zonas
sísmicas referidas, embora seja mais representativa a zona de grau VII que corresponde a sismos
com um impacto muito forte e danificante, de acordo com a escala de Mercalli Modificada (1956)
e a escala macrossísmica europeia (1998), respetivamente.
Figura 4.9 - (a) Mapa do zonamento do território continental como resposta à ação sísmica (Decreto-Lei
235/83; retirado de www.prociv.pt); (b) Mapa de intensidades sísmicas máximas para Portugal (retirado de
http://esg.pt/seismic-v/portuguese-historical-seismicity/).
Figura 4.10 - Zonamento sísmico para Portugal continental, se acordo com a ação sísmica Tipo 1 e Tipo 2
(Anexo Nacional NA da NP EN 1998-1:2010).
Como expectável, a ação sísmica é também condicionada pela tipologia e condições dos terrenos,
sendo considerados 7 tipos principais de terrenos de acordo com os perfis estratigráficos e, para
os quais, estão definidos diferentes valores de parâmetros com interesse para a caracterização
geotécnica dos terrenos (Quadro 4.1). Considerando a descrição geológica da área de implantação
do projeto da FLEX200 anteriormente apresentada, as formações presentes enquadram-se em
terrenos do Tipo E.
Um outro aspeto de especial relevância em qualquer obra de engenharia está relacionado com a
existência de falhas ativas no local ou nas suas imediações. O documento que sintetiza os dados
da atividade tectónica para o Quaternário é a Carta Neotectónica de Portugal à escala 1:1.000.000
(Cabral & Ribeiro, 1988-1989), cuja escala tem pouco detalhe. Não obstante, é possível verificar
na Figura 4.11, num excerto da referida carta, que o local de implantação do projeto da FLEX2000
se localiza nas imediações de uma falha ativa, entenda-se, falha que registou algum tipo de
atividade nos últimos 2 m.a. (Cabral & Ribeiro, 1989), com uma direção aproximada N-S.
No que se refere à hidrogeologia, são reconhecidas três unidades aquíferas neste sistema,
nomeadamente, um aquífero freático instalado em depósitos de Terraços Fluviais e Praias Antigas do
Plio-Pleistocénico, um aquífero confinado a semi-confinado albergado pelos depósitos de Terraços
Fluviais e Praias Antigas pleistocénicos (base do Quaternário) e um aquífero freático superficial
instalado nas Areias Eólicas e as Aluviões do Holocénico (Almeida et al., 2000; Condesso de Melo &
Marques da Silva, 2008). Para o conjunto das três unidades aquíferas foi estimada entre 200 a
250 hm3/ano (Peixinho de Cristo, 1985) e uma recarga média anual a longo prazo de 225 hm3/ano
(APA, 2016), ou seja, 252 mm/ano tendo em conta a área ocupada pelo mesmo.
No caso em análise, tem particular interesse o aquífero freático superficial. Este aquífero está instalado
em materiais arenosos que lhe conferem grande permeabilidade, apesar dos gradientes de
transmissividade da água serem relativamente moderados (Condesso de Melo & Marques da Silva,
2008). A elevada permeabilidade e a sua localização permitem que a recarga ocorra por infiltração
direta através da precipitação. No entanto, esta posição e características físicas também o tornam mais
vulnerável a contaminações.
Estas captações correspondem a estruturas verticais (furos e poços), com profundidades que variam
entre os 10 m e os 180 m. Das captações existentes na envolvente à FLEX2000 e com licenciamento
ativo, ou seja, as que estão assinaladas para o período 2012-2021 (Figura 4.13), apenas uma
corresponde a um poço (10 m de profundidade), sendo que as restantes são furos, com profundidades
a variarem entre os 80 e os 150 m. É importante salientar que a espessura das areias dunares situa-se
frequentemente em torno dos 10 m (Almeida et al., 2000) e, na zona em análise, estas assentam sobre
o substrato hercínico, isto é, sobre as rochas do Paleozoico. Por conseguinte, a água extraída destas
captações não será do aquífero Quaternário, mas antes das rochas do Paleozoico (Orla Ocidental
Indiferenciado).
No que diz respeito ao uso a que se destinam as captações com licenciamento ativo na região em
análise, este distribui-se pela rega (42,8 %), uso industrial (28,6 %) e uso misto (industrial e rega com
28,6%).
Em termos dos volumes captados, as captações com licenciamento ativo representam um volume de
consumo anual máximo licenciado de 54 180 m3, sendo a rega o setor que possui o maior volume
licenciado de água (considerando as captações destinadas unicamente à rega e ao uso combinado para
rega e indústria) (Figura 4.14).
Figura 4.15- Perímetros de proteção da captações de água subterrânea do polo de captação do Carregal
(Fonte: Portaria n.º 16/2022, de 5 de janeiro).
Verifica-se que a zona de proteção alargada se estende para nordeste da localização dos furos
aproximando-se do perímetro do estabelecimento industrial da FLEX2000. De acordo com a Portaria
n.º 16/2022 de 5 de janeiro, nesta zona de proteção alargada são interditas as seguintes atividades e
instalações:
Com vista a obter uma caracterização mais pormenorizada das águas subterrâneas do local de
implantação do projeto, foi recolhida uma amostra de água para medição dos parâmetros físico-
químicos (pH, condutividade elétrica e temperatura) e para análise química de vários parâmetros
químicos (orgânicos e inorgânicos) e microbiológicos (Boletins analíticos no Anexo VI.E do Volume III). A
amostragem foi efetuada no dia 28 de junho de 2021 num furo localizado no perímetro da FLEX2000
(ilustrado na Figura 4.13 com o n.º 2 de 2012-2021) com licença de Utilização dos Recursos Hídricos –
Captação Subterrânea n.º 450.10.02.02.016464.2016.RH3 (Anexo VI.A do Volume III).
Os valores dos parâmetros determinados em campo são apresentados no Quadro 4.2. Como é possível
verificar, os valores de temperatura e condutividade elétrica respeitam os limiares de qualidade
estabelecidos quer pelo Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Vouga, Mondego e Lis para
avaliação do estado químico das massas de água subterrâneas (APA 2016), quer pelos Decretos-Lei
236/98 e 152/2017 para águas destinadas ao consumo humano. O pH apresenta um valor que se
encontra cerca de uma unidade abaixo dos limiares de qualidade estabelecidos pela legislação (DL n.º
236/98 e DL nº 152/2017) e está praticamente no limite mínimo (ainda assim abaixo uma décima) do
valor mínimo estabelecido no Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Vouga, Mondego e Lis (APA,
2016).
Dos diferentes parâmetros químicos analisados, pode-se constatar que a grande maioria apresenta
valores abaixo dos limites de quantificação dos métodos de análise usados nas respetivas
determinações. Algumas exceções verificam-se para: os metais B, Ba, Cu, Fe, Hg, Mg e Zn; para os
aniões SO42-, Cl- e NO3-; e para o Carbono Orgânico Total. Também os parâmetros microbiológicos
analisados foram todos nulos e, portanto, respeitando os limites de qualidade exigidos para águas
destinadas ao consumo humano (Boletins analíticos no Anexo VI.E no Volume III).
No Quadro 4.3 apenas se apresentam os dados relativos aos parâmetros que ultrapassam os limiares
de concentração estabelecidos (Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Vouga, Mondego e Lis para
avaliação do estado químico das massas de água subterrâneas (APA, 2016), os valores máximos
recomendados do Decreto-Lei n.º 236/98 (Anexo I, classe A1) e/ou valores paramétricos do Anexo I do
Decreto-Lei n.º 152/2017). Verifica-se que apenas o Mn excede ligeiramente os limiares de
concentração recomendados.
Quadro 4.3 - Resultados das análises químicas realizadas.
DL 236/98 DL 152/2017
Parâmetro Unidade Valor Limiar1 Anexo I- A1 Anexo I
VMR VP2
Manganês mg/L 0,0602 - 0,05 0,05
Nota: VMR - Valor Máximo Recomendável; VP - Valor Paramétrico;
1-Valores dos limiares a nível nacional e normas de qualidade estabelecidos no Plano de Gestão da Região Hidrográfica do
Vouga, Mondego e Lis para avaliação do estado químico das massas de água subterrâneas (PGRH, 2016); VMA - Valor máximo
admissível;
2- Valor Paramétrico estabelecido para efeitos de verificação da conformidade da qualidade da água destinada ao consumo
humano fornecida por redes de distribuição, por fontanários não ligados à rede de distribuição, por pontos de entrega, por
camiões ou navios-cisterna, por reservatórios não ligados à rede de distribuição, utilizada numa empresa da indústria alimentar.
A análise do quadro anterior permite verificar que as cargas de Azoto total e Fósforo total provêm
maioritariamente do setor de atividade pecuária e do setor da atividade agrícola. O setor de
atividade industrial, é responsável pelas maiores cargas no que respeita aos parâmetros CQO e
CBO5.
A massa de água Ria de Aveiro-WB5, com o código PT04VOU0514, é uma massa de água de
transição, natural, com tipologia ‘estuário mesotidal homogéneo com descargas irregulares de
rio’, com uma área de massa de água de 21,1455 km2 e com área de bacia de 85,9642 km2. A rede
de monitorização da qualidade desta massa de água é constituída por 2 estações de vigilância.
Nesta rede não se encontra incluída nenhuma estação operacional.
A rede de monitorização de vigilância, tal como estipulado no anexo V da DQA, tem como
objetivo completar e validar o processo de avaliação do impacto descrito no Anexo II, conceber
futuros programas de monitorização, avaliar, a longo prazo, as alterações condições naturais, e as
alterações resultantes do alargamento da atividade antropogénica.
De acordo com o especificado na Ficha de Caracterização de Massa de Água Superficial (APA
2016) a massa de água Ria de Aveiro-WB5 apresenta estado global ‘Inferior a Bom’. O estado
global da massa de água provém da conjugação do estado químico e do estado ecológico que, no
caso presente, estão identificados, respetivamente, como ‘Bom’ e ‘Medíocre’. O nível de
confiança na atribuição do estado global atrás referido é ‘Elevado’, quer para o estado químico
quer para o estado ecológico.
A massa de água Ria de Aveiro-WB5 apresenta estado ‘Bom’ quanto aos elementos
hidromorfológicos e físico-químicos gerais, ‘Medíocre’ para os elementos biológicos sendo os
peixes o parâmetro a recuperar. O seu estado é ‘Desconhecido’ quanto aos poluentes específicos.
Quadro 4.5- Pressões significativas por setor de atividade ma massa de água Ria de Aveiro-WB5 (APA,
2016).
Cargas (Kg/ano)
Sector Pressão significativa
CBO5 CQO Ntotal Ptotal
4.5 Qualidade do Ar
4.5.1 Metodologia
A caracterização da situação de referência é realizada com base na caracterização das condições
de dispersão de poluentes atmosféricos da região, na caracterização das fontes e das emissões
dos principais poluentes atmosféricos, na identificação dos recetores sensíveis que possam ser
afetados pelas emissões atmosféricas do projeto e, finalmente, na avaliação da qualidade do ar
atual através da análise dos valores medidos nas estações de monitorização mais próximas da
área em estudo.
8
Transporte de uma propriedade da atmosfera devido ao movimento do ar (por exemplo, advecção de temperatura).
Quadro 4.6- Emissões de poluentes atmosféricos geradas no concelho de Ovar em 2019 (Fonte: APA, 2021).
Peso das emissões de Ovar
Poluente Concelho de Ovar Portugal
em relação a Portugal
Figura 4.19 - Contribuição dos diferentes setores económicos para a emissão de NOX, SOX, COVNM, PM2.5,
PM10 e CO no concelho de Ovar (Fonte: APA, 2021).
Figura 4.21 - Contribuição dos diferentes setores económicos para a emissão de gases com efeito de estufa
(GEE) no concelho de Ovar (Fonte: APA, 2021).
De salientar que neste concelho se localizam grandes fontes industriais emissoras de poluentes
atmosféricos, sendo que as emissões de poluentes atmosféricas se encontram incluídas no
inventário anteriormente apresentado.
As fontes emissoras selecionadas são fontes inseridas na Diretiva PCIP, possuidoras de Licença
Ambiental (LA) e com reporte no Protocolo PRTR (“Registo de Emissões e Transferências de
Poluentes”). O Regulamento PRTR prevê a aplicação do Protocolo PRTR e abrange as atividades
enumeradas no anexo I da Diretiva IPPC. Neste sentido, os estabelecimentos que é oportuno
referir individualmente e que se encontram no interior de um raio de 8 km em torno da
FLEX2000, dizem respeito aos setores:
O volume de tráfego gerado pelo atual funcionamento da unidade pode variar de acordo com
diversos fatores de otimização logística (tamanho de carga/descarga). Há ainda de considerar os
veículos ligeiros afetos aos trabalhadores da FLEX2000.
Assim para os veículos ligeiros, dado que não se conhece o modo de transporte e a distancia
média percorrida diariamente por cada trabalhador, considerou-se que cada um dos
trabalhadores tem o seu próprio veículo e que se deslocada para FLEX2000 num raio de 10 km
(ida e volta = 20 km) e período de laboração médio de 240 dias por ano.
Para o cálculo das emissões associadas ao tráfego de veículos pesados por ano consideraram-se
os valores referentes à capacidade instalada licenciada (Quadro 3.32 e Quadro 3.33).
Como, também nesta situação, não se conhece a distancia média percorrida diariamente por cada
veículo pesado foram assumidos os seguintes pressupostos:
Quadro 4.7 - Classes Euro para Veículos ligeiros, a partir do ano de construção dos veículos, para o distrito
de Aveiro, ano base de 2018. (Fonte: ASF, 2019)
Classe segundo ano de
%
construção
EURO 3 69
EURO 4 19
EURO 5 3
EURO 6 10
Os valores referentes à classe EURO 3 contêm outras classes (como EURO 2, EURO 1, etc.), mas
como não existe discretização do número de veículos por ano (apenas veículos com mais de 10
anos) optou-se por colocar todos estes veículos na categoria EURO 3. De referir, que para os
veículos pesados se consideraram os fatores de emissão referentes a EURO 3, dado que, segundo
o INE, a idade média dos veículos pesados em Portugal ronda os 18 anos.
Assim, considerando o tráfego anual anteriormente referido, as estatísticas anteriormente
referidas e os fatores de emissão do inventário de emissões Europeu, calcularam-se as emissões
apresentadas no Quadro 4.8.
Quadro 4.8- Emissões de poluentes atmosféricos geradas pelo volume de tráfego, para a situação atual.
Poluente Emissões (t/ano)
CO 0,99
COVNM 0,32
NOX 2,05
PM10 0,07
No PDM da Câmara Municipal de Ovar, a área onde se localizam os recetores sensíveis mais
próximos encontra-se classificada como zona mista. Assim, para efeitos de verificação do valor
limite de exposição, aplicam-se aos recetores sensíveis os valores limite de Lden e Ln apresentados
no Quadro 4.9.
De salientar que, no interior das zonas industriais (local onde se insere a unidade atualmente
existente) não existem limites para os níveis sonoros nem classificação de zonamento acústico.
Zonas Mista ≤ 65 ≤ 55
De acordo com o Artigo 13º - Atividades Ruidosas Permanentes do Decreto-Lei n.º 9/2007 de 17
de Janeiro, a diferença entre o valor do nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, LAeq, do
ruído ambiente determinado durante a ocorrência do ruído particular da atividade ou atividades
em avaliação e o valor do nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, LAeq, do ruído
ambiente a que se exclui aquele ruído ou ruídos particulares, designado por ruído residual, não
1 63 62 55 55
1 5 1 0
Figura 4.27- Extrato do Mapa de Ruído do Concelho de Ovar – Situação Existente 2012 – Indicador Ln.
4.7.1 Enquadramento
O solo constitui um recurso vital com vasto leque de funções constituindo a base para a produção
de alimentos e matérias primas, reciclagem e armazenamento de nutrientes, filtragem e efeito
tampão relativamente à proteção das águas subterrâneas, suporte e habitat de muitos seres
vivos, sumidouro de carbono global.
A proteção/valorização destas funções estão consagradas na Lei n.º 31/2014 de 30 de maio
(alterada pela Lei n.º 74/2017 de 16 de agosto), que estabelece as bases gerais da política pública
de solos, de ordenamento do território e de urbanismo que estipula como fins da política pública
de solos, entre outros (Artigo 2º):
Valorizar as potencialidades do solo, salvaguardando a sua qualidade e a realização das
suas funções ambientais, económicas, sociais e culturais, enquanto suporte físico e de
enquadramento cultural para as pessoas e suas atividades, fonte de matérias -primas e
de produção de biomassa, reservatório de carbono e reserva de biodiversidade;
Aumentar a resiliência do território aos efeitos decorrentes de fenómenos climáticos
extremos, combater os efeitos da erosão, minimizar a emissão de gases com efeito de
estufa e aumentar a eficiência energética e carbónica;
Evitar a contaminação do solo, eliminando ou minorando os efeitos de substâncias
poluentes, a fim de garantir a salvaguarda da saúde humana e do ambiente;
Salvaguardar e valorizar a identidade do território nacional, promovendo a integração
das suas diversidades e da qualidade de vida das populações;
Contudo os solos estão sujeitos a pressões crescentes resultantes direta ou indiretamente das
atividades humanas. Estas pressões originam a degradação do solo ou, até, a sua desertificação
pelo que a capacidade do solo para fornecer serviços ecossistémicos (produção de alimentos,
reserva de biodiversidade. regulador de gases, água e nutrientes) está sob pressão.
A impermeabilização, compactação, salinização, erosão, diminuição da matéria orgânica e a
contaminação no solo reduzem a sua resiliência e a sua capacidade para absorver as mudanças a
que está sujeito, acarretando consequências ao nível da sua estrutura, qualidade e fertilidade.
9
http://siniamb.apambiente.pt
10
https://www.drapc.gov.pt/base/documentos/carta_solos_aveiro.htm
11
http://mapas.dgterritorio.pt
Figura 4.28- Aspeto dos solos locais (regossolos psamíticos), formados por areias de dunas e praticamente
sem horizonte orgânico (O).
12
COM(2006)231
4.8.1 PNPOT
O PNPOT, aprovado pela Lei n.º 99/2019, de 5 de setembro, constitui o referencial territorial
orientador na definição da Estratégia Portugal 2030, bem como para a elaboração do Programa
Nacional de Investimentos 2030, no âmbito do qual serão concretizados os projetos estruturantes
4.8.2 PROF-CL
O Programa Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral (PROF-CL) foi revisto e
aprovado pela Portaria n.º 56/2019, de 11 de fevereiro. Trata-se de um instrumento de política
setorial de âmbito nacional, nos termos estabelecidos pela Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, na sua
redação atual, e desenvolvido pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 15 de maio, que definem para os
espaços florestais o quadro estratégico, as diretrizes de enquadramento e as normas específicas
quanto ao uso, ocupação, utilização e ordenamento florestal, à escala regional, por forma a
De acordo com o artigo 80.º os ‘espaços de atividades económicas’ são ‘áreas específicas de
ocupação industrial, de armazenagem e de serviços existentes, sem prejuízo da possibilidade de
novas instalações industriais ou de outros usos, nomeadamente comerciais, de equipamento e
serviços, os quais apenas se poderão instalar em parcelas autónomas das instalações industriais e
desde que daí não resultem condições de incompatibilidade nos termos do artigo 22.º’.
Figura 4.39- Extrato da Planta de Condicionantes – Reserva Agrícola Nacional, do PDM de Ovar
Risco de incêndio
Ao nível do risco de incêndio, a área de implantação da ampliação da FLEX2000, está classificada
como risco de incêndio médio (Figura 4.41).
De acordo com o artigo 25.º do regulamento do PDM, a construção de edificações para habitação,
comércio, serviços e indústria fora das áreas edificadas consolidadas é proibida nos terrenos
classificados no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) com risco de
incêndio das classes alta ou muito alta, sem prejuízo das infraestruturas definidas nas Redes de
Defesa da Floresta Contra Incêndios (RDFCI). Para efeito de aplicação do Decreto-Lei n.º
124/2006, de 28 de junho, na redação em vigor, considera-se que o perímetro urbano
corresponde às áreas edificadas consolidadas definidas nos termos deste regime, indicadas na
Planta de Ordenamento — Áreas Edificadas Consolidadas.
De salientar, que até a data, o PMDFCI não se encontra aprovado. Contudo, atendendo à ‘Planta
de Condicionantes - Risco de Incêndio’, o risco de incêndio na área de implantação da ampliação
da FLEX2000 e sua envolvente está classificada por um risco de incêndio médio.
De acordo com o artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, na redação em vigor, ‘a
classificação e qualificação do solo definidas no âmbito dos instrumentos de gestão territorial
vinculativos dos particulares devem considerar a cartografia de perigosidade de incêndio rural
definida em PMDFCI a integrar, obrigatoriamente, na planta de condicionantes dos planos
municipais e intermunicipais de ordenamento do território’.
A construção de novos edifícios ou a ampliação de edifícios existentes apenas são permitidas fora
das áreas edificadas consolidadas, nas áreas classificadas na cartografia de perigosidade de
incêndio rural definida em PMDFCI como de média, baixa e muito baixa perigosidade, desde que
se cumpram, cumulativamente, os seguintes condicionalismos (ponto 3 do artigo 16.º do Decreto-
Lei n.º 124/2006):
a. Garantir, na sua implantação no terreno, a distância à estrema da propriedade de uma
faixa de proteção nunca inferior a 50 m, quando confinantes com terrenos ocupados
com floresta, matos ou pastagens naturais, ou a dimensão definida no PMDFCI
respetivo, quando inseridas, ou confinantes com outras ocupações;
b. Adotar medidas relativas à contenção de possíveis fontes de ignição de incêndios no
edifício e nos respetivos acessos;
c. Existência de parecer vinculativo do ICNF, solicitado pela câmara municipal.
Contudo esses condicionalismos não se aplicam às edificações que se localizem dentro das áreas
previstas nos n.ºs 10 e 13 do Artigo 15º, ou seja: aglomerados populacionais, parques de
Outras Condicionantes
No que concerne às restantes condicionantes, nomeadamente, servidões administrativas
constata-se que a área de implantação da FLEX2000 e respetiva ampliação estão abrangidas pela
‘Servidão militar aeronáutica da base aeronaval do Norte de Portugal (Ovar) presentemente
denominada ‘Aeródromo de Manobra n.º 1 (AM1)’.
A área de ampliação alvo da presente avaliação está ainda inserida no ‘Perímetro Florestal -
Dunas de Ovar (Figura 4.42).
A área do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, está submetida a Regime Florestal Parcial desde
1920, por força dos Decretos de 24 de dezembro de 1901 e de 1903 (e demais legislação
complementar), estando sob a gestão direta do Instituto da Conservação da Natureza e das
Florestas (ICNF), diretamente sob a tutela do Departamento da Conservação da Natureza e das
Florestas do Centro.
O ‘Perímetro Florestal’ compreende o conjunto de disposições destinadas não só à criação,
exploração e conservação da riqueza silvícola, sob o ponto de vista da economia nacional, mas
também o revestimento florestal dos terrenos cuja arborização seja de utilidade pública, e
conveniente ou necessária para o bom regime das águas e defesa das várzeas, para a valorização
das planícies áridas e benefício do clima, ou para a fixação e conservação do solo, nas montanhas,
e das areias no litoral marítimo.
Relativamente à ‘servidão militar aeronáutica AM1’, esta encontra-se formalizada pelo
Decreto n.º 11/2014, de 14 de abril. A área de ampliação da FLEX2000, encontra-se abrangida
pela ‘Servidão Militar Terrestre - 2.ª zona de proteção’.
Na 2ª zona de proteção, estão sujeitas a autorização as seguintes atividades:
a. Trabalhos de levantamento topográfico, fotográfico ou hidrográfico;
b. Plantação de árvores e arbustos constituindo bosques ou matas;
c. Sobrevoos de aviões, balões ou outras aeronaves a altitudes inferiores a 1 000 m;
d. Construções decorrentes de operações urbanísticas;
e. Outros trabalhos ou atividades que possam inequivocamente prejudicar a segurança
da organização ou das instalações, ou a execução das missões que competem à Força
Aérea.
Estão dispensadas da autorização as obras de conservação de edificações já existentes.
A servidão militar estabelece zonas de superfície de desobstrução, para efeitos de controlo da
altura dos obstáculos fixos ou móveis nela existentes, constituída por zonas cujas cotas limites.
Neste âmbito, a área de ampliação da FLEX2000 está abrangida pelo Zona D que estipula uma
altura limite de 58,4 m e pelo corredor de acesso H2, que fixa uma altura limite de 167,07 m.
Quadrículas Anfíbios
Loureiro et al. 2010. Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.
10 km X 10 km Répteis
Bencatel et al. (2017). Atlas de mamíferos de Portugal. Quadrículas
Rainho L. et al (2013). Atlas dos morcegos de Portugal Continental 10 km X 10 km
A área de estudo é constituída pelo local de implantação do projeto e pela área envolvente
(250 m) ao local de implantação do projeto.
O local de implantação do projeto corresponde à área de intervenção direta, ou seja, é nessa área
que ocorrerão as principais ações associadas à construção e funcionamento do projeto. A área
envolvente consiste numa área que não será intervencionada mas que permite complementar o
enquadramento ecológico do local, podendo, face à proximidade do projeto, vir a ser afetada pelo
funcionamento do mesmo.
Tendo em conta que no local de implantação do projeto não se identifica qualquer linha de água o
trabalho de campo realizado não contemplou a prospeção da ictiofauna no terreno. Assim, os
grupos de fauna alvo da presente caracterização foram os anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Com base na informação recolhida foram elaboradas listagens das espécies presentes na área de
estudo as quais se apresentam no Anexo VIII do Volume III. Estas listagens incluem as espécies
cuja ocorrência foi confirmada no decorrer dos trabalhos de campo e as espécies que, não tendo
13
https://sig.icnf.pt/portal/home/item.html?id=3aefff2169744f9184e9f951cd2a4f2b, 22 de junho de 2021
14 https://sig.icnf.pt/portal/home/item.html?id=54e9945bc9ba47ddb60a8aa9a04a25d1, 22 de junho de 2021.
15 Consulta efetuada em 23 de junho de 2021
Quadro 4.13- Critérios de definição dos tipos de ocorrência considerados para as espécies de fauna
inventariadas para a área de estudo.
Ocorrência
Potencial Confirmada
A recolha e tratamento da informação tem como objetivo global determinar o valor e importância
da área de estudo no contexto da conservação da biodiversidade pelo que existe aqui um foco em
relação às espécies e habitats com especial interesse conservacionista. Para o efeito, consideram-
se espécies com interesse conservacionista aquelas que possuem estatuto de ameaça segundo o
livro vermelho dos vertebrados de Portugal (Cabral et al, 2006) ou segundo a lista vermelha da
flora vascular de Portugal Continental (Carapeto et al, 2020)), as protegidas por legislação
específica, as constantes no Anexo II e/ou IV da Diretiva Habitats e as constantes do Anexo I da
Diretiva Aves).
Pretende-se assim inferir acerca do valor e importância dos biótopos presentes na área de
implantação do projeto e delimitar, caso existam, áreas de interesse conservacionista (habitats
naturais ou seminaturais do Anexo I da Diretiva Habitats e/ou áreas que concentrem espécies
com especial valor conservacionista).
O levantamento de campo abrangeu amostragens de flora e fauna em todos os biótopos
presentes no local de implantação do projeto.
Prospeção no período diurno através do levantamento de troncos ao longo dos transeptos. A área foi
Anfíbios propsetada de forma a detetar locais detentores de maior humidade nomeadamente eventuais
depressões dunares com nível freatico superficial, favoráveis à presença/reprodução deste grupo
Transeptos a pé para identificação de exemplares expostos ao sol em locais mais solarengos. Procedeu-
Répteis
se ao levantamento de troncos para identificação de exemplares potencialmente abrigados
Pontos de escuta com a duração de 5 minutos (raio de 25 m) com contabilização dos indivíduos
Aves detetados. Transeptos a pé para identificação visual e auditiva das espécies presentes (sem
contabilização).
Transeptos a pé para observação direta, identificação de indícios de presença (pegadas, tocas, dejetos) e
Mamíferos
identificação de eventuais abrigos.
Áreas classificadas
No âmbito do presente estudo procedeu-se à identificação das áreas classificadas incorporadas
no sistema nacional de áreas classificadas (SNAC) presentes na área envolvente. Ao abrigo do
Decreto-lei n.º 142/2008, de 24 de julho, o SNAC engloba a rede nacional de áreas protegidas, as
áreas classificadas que integram a Rede Natura 2000 e as demais áreas classificadas ao abrigo de
compromissos internacionais assumidos pelo Estado Português. Para verificação do
enquadramento da área de estudo relativamente ao SNAC consultou-se o sítio da internet do
Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF)16.
16
https://geocatalogo.icnf.pt/catalogo.html.
17
Diploma de classificação: Decreto-Lei n.º 384-B/99, de 23 de setembro.
18
Diploma de classificação: Decreto Regulamentar n.º 1/2020, de 16 de março..
Área de amostragem 1
Pinhal com sub-bosque arbustivo média
a alto dominado por Corema album e
Stauracanthus genistoides
Área de amostragem 2
Pinhal com sub-bosque arbustivo baixo a
médio dominado por Corema album e
Stauracanthus genistoides. A baixa altura da
vegetação deve-se presumivelmente ao
corte na faixa de gestão de combustível.
Área de amostragem 3
Pinhal com sub-bosque arbustivo baixo
dominado por Calluna vulgaris, Corema
album, Erica umbelata.
Área de amostragem 4
Pinhal com sub-bosque arbustivo médio
a alto dominado por Calluna vulgaris,
Corema album, Erica umbelata e Ulex
europaeus
Área de amostragem 5
Pinhal com sub-bosque arbustivo médio
a alto dominado por Corema album e
Erica umbelata.
Área de amostragem 6
Pinhal com sub-bosque arbustivo baixo e
de muito baixa densidade onde a espécie
mais abundante é Stauracanthus
genistoides.
Área de amostragem 7
Pinhal com sub-bosque arbustivo denso
médio a alto dominado por Calluna
vulgaris, Corema album e Ulex europaeus.
Área de amostragem 8
Pinhal com sub-bosque arbustivo denso
e baixo dominado por Calluna vulgaris.
Área de amostragem 9
Pinhal com sub-bosque arbustivo denso
médio a alto dominado por Calluna
vulgaris e Corema album.
Área de amostragem 10
Pinhal com sub-bosque arbustivo denso
e baixo dominado por Calluna vulgaris.
Área de amostragem 11
Pinhal com sub-bosque arbustivo denso
médio a alto dominado por Calluna
vulgaris, Corema album e Erica umbellata.
Área de amostragem 12
Pinhal com sub-bosque arbustivo escasso
e de baixa altura onde as espécies mais
abundantes são Calluna vulgaris e
Corema album. A baixa altura da vegetação
deve-se ao corte na faixa de gestão de
combustível.
Área de amostragem 13
Pinhal com sub-bosque arbustivo escasso
e de baixa altura onde a espécie
arbustiva mais abundante é Corema
album. A baixa altura da vegetação deve-se
ao corte na faixa de gestão de combustível.
Neste local ocorrem mais de 10 espécies
herbáceas essencialmente de características
ruderais. Esta situação deve-se ao facto do
local se localizar muito próximo de um
caminho confluente com a zona industrial.
É também neste local que ocorre o maior
número de espécies invasoras (4 espécies) o
que reflete uma forte alteração das
caracteristicas do local.
Área de amostragem 14
Pinhal com sub-bosque arbustivo denso
médio a alto dominado por Calluna
vulgaris, Corema album e Stauracanthus
genistoides.
Área de amostragem 15
Pinhal a resinagem com sub-bosque
arbustivo denso médio a alto dominado
por Corema album e Ulex europaeus.
Área de amostragem 16
Pinhal a resinagem com sub-bosque
arbustivo médio a alto dominado por
Calluna vulgaris, Corema album e
Stauracanthus genistoides.
Área de amostragem 17
Pinhal com sub-bosque arbustivo denso,
médio a alto dominado por Calluna
vulgaris, Corema album e Stauracanthus
genistoides.
Área de amostragem 18
Pinhal com sub-bosque arbustivo baixo e
pouco denso sendo Calluna vulgaris e
Ulex europaeus as espécies com maior
abundância.
Figura 4.48- Abundâncias das espécies mais comuns no interior da área de implantação do projeto.
Figura 4.49- Delimitação das parcelas do perímetro florestal na área de implantação do projeto (Fonte: PFG
das dunas de Ovar, ICNF & CMO, 2016).
4.9.5 Fauna
A comunidade faunística presente na área de estudo é composta por espécies comuns à
generalidade da região onde se insere, nomeadamente espécies florestais características de
pinhais dunares litorais e espécies em geral bem adaptadas a meios antropogeneizados.
No Anexo VIII do Volume III apresentam-se as listas de espécies dos diversos grupos faunísticos
inventariados. No total, tendo em conta os dados oriundos dos levantamentos de campo
realizados e das pesquisas bibliográficas efetuadas, na área de estudo ocorrerão 64 espécies de
vertebrados das quais 59 estarão presentes na área de implantação direta do projeto (Quadro
4.16). Não ocorrem espécies exclusivas do local de implantação do projeto, ou seja todas as
espécies referenciadas para o local de implantação direta do projeto também ocorrem na área
envolvente. Este equilíbrio entre a presença de espécies no seio da área de implantação do
projeto e na área envolvente deve-se ao facto do biótopo em causa (pinhal) apresentar uma
grande extensão na região. As espécies que se diferenciam entre ambas as áreas são as espécies
que evitam povoamentos florestais contínuos e que estão adaptadas à presença humana
Quadro 4.16- Informação síntese relativa aos grupos faunísticos presentes na área de estudo.
Área de estudo Local implantação do projeto
Grupo
faunístico
Confirmado Potencial Total Confirmado Potencial Total
Anfíbios 0 6 6 0 6 6
Répteis 0 5 5 0 5 5
Aves 22 20 42 20 20 40
Mamíferos 2 9 11 2 6 8
As aves constituem o grupo faunístico mais abundante, com 42 espécies referenciadas para a área
de estudo, 22 das quais foram confirmadas no decurso do levantamento de campo. Predominam
as espécies de passeriformes florestais e/ou bem adaptadas à presença humana nomeadamente
a áreas urbanas, industriais e proximidade de caminhos (áreas com algum grau de
perturbação/presença diária de pessoas).
Para determinação de abundâncias das espécies de aves, realizaram-se contagens com recurso a
pontos de escuta (com limite de distância de 25 m). Nos Quadros seguintes apresenta-se
informação relativa às contagens realizadas em junho de 2021. O trabalho de campo realizado
confirma a presença de um número reduzido de indivíduos por espécie.
Quadro 4.17- Abundância das espécies de aves identificadas com base nos pontos de escuta no interior do
ponto (até aos 25 m).
Área implantação do projeto Área envolvente
Espécie
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Columba palumbus
Dendrocopus major
Troglodytes 1 1 1
Erithacus rubecula
Saxicola torquatus 2
Turdus merula
Phoenicurus ochruros 1
Sylvia atricapilla
Phylloscopus ibericus
Regulus ignicapilla
Lophophanes cristatus 5 2
Periparus ater 2 2
Parus major 2
Certhia brachydactyla
Fringilla coelebs 1 1 1
Serinus serinus
Carduelis chloris 1
Dendrocopus major 1
Troglodytes troglodytes 1 1
Erithacus rubecula 1 1 1
Saxicola torquatus
Turdus merula 1
Phoenicurus ochruros
Sylvia atricapilla 1
Phylloscopus ibericus 1
Regulus ignicapilla 2 2
Lophophanes cristatus 2 2
Periparus ater 2
Parus major 1
Certhia brachydactyla 1
Fringilla coelebs 2 3 2 1 1 1 2 2 4 2
Serinus serinus 1
Carduelis chloris
Observa-se uma reduzida diversidade quer de espécies quer de abundância de indivíduos por
espécie. Em 30% dos pontos de escuta não foi identificada qualquer espécie no interior da área
de censo (<25m). No conjunto dos pontos de escuta realizados foi confirmada a presença de 17
espécies de aves (77% do total de espécies de aves confirmado na área de estudo). Apenas 5
espécies confirmadas na área de estudo não foram identificadas através dos pontos de escuta
realizados sendo que a maior parte são espécies não características do biótopo florestal
nomeadamente: Apus apus, Hirundo rustica, Passer domesticus, Motacilla alba.
Figura 4.50- Representatividade de espécies com interesse conservacionista na área de estudo face a
Portugal Continental.
Área do projeto
Espécie LVVP DH DA Análise
envolvente
Área
Anfíbios
Ocorre na generalidade do território continental sendo uma
espécie flexível do ponto de vista ecológico frequentando
uma elevada diversidade de biótopos desde que próximos
de corpos de água adequados à sua reprodução (charcos,
tanques, rios de pequeno caudal). Fora da época
reprodutora apresenta hábitos terrestres, especialmente
Tritão-marmorado durante a noite.
(Triturus LC IV × × Constituem ameaças à espécie a destruição de charcos
marmoratus) temporários, a expansão urbanística, a predação por
espécies invasoras (lagostim-da-Louisiana, perca-sol).
Face à inexistência de corpos de água no local de
implantação do projeto, a presença desta espécie deverá ser
pouco provável neste local podendo ocorrer sobretudo
durante o período em que não se encontra dependente das
massas de água para se reproduzirem.
Sapinho-de-unha-
negra Face à inexistência de corpos de água permanentes na área
LC IV × ×
de estudo, estas espécies de anfíbios serão aí pouco comuns.
(Pelobates cultripes)
Deverão utilizar depressões húmidas existentes na área
florestal envolvente aquando dos meses de maior
pluviosidade (onde se reproduzirão) em que o nível freático
de encontra mais próximo da superfície, e a partir das quais
Sapo-corredor
LC IV × × dispersarão pela área envolvente
(Bufo calamita)
Ocorrência potencial no biótopo florestal
Répteis
Espécie ‘Vulnerável’ que constitui um endemismo ibero-
atlântico que ocorre sobretudo na orla litoral a Sul do rio
Douro ocupando, entre outros, os pinhais do sistema litoral
arenoso com coberto arbustivo dunar. É frequente nesta
zona da Beira Litoral (Loureiro et al. 2010). Nesta zona de
Lagartixa de distribuição as alterações climáticas globais poderão a
Carbonell (Podarcis VU × × médio-longo prazo levar à extinção local das populações
carbonelli) devido à previsível quebra no limite inferior de tolerância
climática (em termos relativos de humidade e temperatura)
que, aparentemente explica a persistência regressiva e
fragmentada desta espécie na região.
Ocorrência potencial no biótopo florestal
Espécie recente para a ciência que corresponde ao
morfotipo 2 anteriormente atribuído a Podarcis hispanica.
Apesar de não oficialmente incluída na Diretiva Habitats
Lagartixa-ibérica assume-se essa possibilidade (anexo IV da DH) na medida
NE IV × × em que Podarcis hispanica está inserida nesse anexo. Ocorre
(Podarcis virescens)
na generalidade do território nacional a sul do Douro. A
profunda intervenção humana em amplas zonas do
território poderá eventualmente, à semelhança do que se
prevê para Podarcis hispanica, provocar a extinção local de
Área do projeto
Espécie LVVP DH DA Análise
envolvente
Área
algumas populações
Tem potencial para ocorrer na generalidade da área de
estudo.
Aves
Espécie estival frequente na generalidade do território
nacional continental. Sem estatuto de ameaça mas
constante do Anexo I da Diretiva Habitats.
É muito comum na zona envolvente à Ria de Aveiro/Baixo
Vouga onde ocorre uma das mais importantes populações a
Milhafre-preto nível nacional.
LC I × ×
(Milvus migrans) Foi realizada uma prospeção de ninhos de rapinas nas copas
do pinhal da área de implantação do projeto não tendo sido
identificado qualquer ninho. Apesar de não ter sido
observado na área de estudo a espécie ocorre nas
imediações.
Ocorrência potencial na área de estudo.
Espécie residente com distribuição preferencial a norte do
rio Tejo onde tem como habitat preferencial povoamentos
de pinheiro-bravo e bosques e bosquetes de folhosas
autóctones. Por vezes também ocorre em eucaliptais. O
estatuto de ‘vulnerável’ justifica-se pelo facto de possuir uma
população nacional reduzida.
Tem como principal ameaça os incêndios florestais que
Açor
VU × × destroem vastas áreas de pinhal e a reconversão de pinhal
(Accipiter gentilis) para eucaliptal.
Tratando-se de uma ave de rapina, que assim possui
territórios mais ou menos vastos considera-se de ocorrência
potencial no biótopo florestal.
Foi realizada uma prospeção de ninhos de rapinas nas copas
do pinhal da área de implantação do projeto não tendo sido
identificado qualquer ninho.
Estival nidificante sobretudo na região norte e centro, tem
como habitat áreas de arvoredo disperso com clareiras e
áreas marginais de bosques de folhosas ou coníferas.
Noitibó
Tem como principais fatores de ameaça a densificação das
Caprimulgus VU I × ×
áreas de povoamentos extremes de eucalipto, a
europaeus intensificação agrícola com o uso de agroquímicos e os
atropelamentos em rodovias.
Ocorrência potencial no biótopo florestal.
Espécie residente frequente na generalidade do território
nacional continental. Tem como biótopos preferenciais as
Cotovia-dos-bosques áreas florestais pouco densas em mosaico com áreas
LC I × × abertas. Apesar de inscrita no Anexo I da, em Portugal
(Lullula arborea)
continental é uma espécie comum.
Presença confirmada no biótopo florestal.
Área do projeto
Espécie LVVP DH DA Análise
envolvente
Área
Espécie residente frequente na generalidade do território
nacional continental. Tem como biótopo preferencial
matagais densos surgindo também com frequência em áreas
de pinhal e por vezes de eucaliptal desde que o sub-bosque
Toutinegra-do-mato seja constituído por áreas de matagal que lhe forneça
LC I © ©
condições de abrigo e reprodução. Apesar de inscrita no
(Sylvia undata)
Anexo I da Diretiva Aves, em Portugal é uma espécie
comum.
Ocorrência potencial no biótopo florestal, sobretudo nos
locais com vegetação arbustiva mais densa.
Mamíferos
Quadro 4.21- Espécies de flora exótica invasora identificadas na área de implantação do projeto.
Gravidade do foco de
Espécie Nível de risco (1)
invasão na área
A espécie acácia-de-espigas é a que ocorre com maior frequência na área de estudo, embora com
um reduzido número de indivíduos. De acordo com o levantamento realizado no conjunto de
estações de amostragem, o índice de abundância em geral é ‘r’ ou ‘+’. Note-se, no entanto, que
nesta região de areias dunares, a acácia-de-espigas se apresenta com focos de invasão muito
intensos nomeadamente no sub-bosque do pinhal. Desse ponto de vista, a área de estudo ainda
se encontra bem preservada.
A erva-das-pampas foi identificada em 4 das 18 áreas de amostragem existindo em cada uma
deles apenas um exemplar de pequenas dimensões. Trata-se assim de um foco de invasão
considerado baixo na área mas que, tendo em atenção as características da espécie, terá uma
tendência de aumentar significativamente o foco de invasão.
Na área de implantação do projeto, o chorão-das-areias e a avoadinha apenas foram identificadas
num pequena área adjacente a um arruamento da zona industrial. Trata-se no entanto de
espécies comuns na generalidade da área envolvente.
Da interpretação dos fatores fisiográficos acima mencionados e da análise das respetivas cartas
verifica-se que a área de estudo se insere numa área de relevos de planície dunar de altimetria
suave, inferior a 20 m e declives muito suaves, inferiores a 2% na sua maioria. A área de estudo
21 Citado por Sant`Anna Dionísio, em “Guia de Portugal”, Vol.III, Tomo I, in “Contributos para a Identificação e
A UEVP2: Relevo de vale aberto com ocupação agrícola e urbana, ocupa na área de estudo uma
área muito reduzida (18 % - 688 ha). Caracteriza-se por uma paisagem fisiográfica de relevos
suaves, na classe de altimetria inferior a 20 m, com alguma área entre os 20 m e os 40 m e
residualmente, a Este, a classe de 40 m a 60 m. Na UEVP2 e na extrema da área de estudo,
quadrante Este a Sul, ocorrem as únicas linhas de água, a da Ribeira de Cáster e seus afluentes,
Ribeira de São João e Ribeira de Ribeira da Senhora da Graça, todas caracterizadas por se
inserirem em vale aberto, consequência da morfologia do terreno e marginadas por galeria
ripícola. Estes dois fatores influem fortemente na diversidade de declives que se encontram nesta
UEVP2, com declives mais elevados, entre 8 a 16% e > 16%, nas zonas de altimetria superior e nas
zonas adjacentes às linhas de água. Toda a restante área encontra-se na área de relevos < 20 m, e
repartida entre declives < 2% e entre 2% a 8%. Relativamente ao espaço construído, este abrange
parte do tecido urbano da cidade de Ovar, e habitações em meio rural, que se dispõem
linearmente às vias secundárias que irradiam do centro da cidade de Ovar para a periferia. Nesta
UEVP2 encontram-se as linhas de água, em contexto fisiográfico de planícies aluvionares, onde se
pratica o uso agrícola.
Concluindo, esta UEVP2 não tem uma leitura visual relevante pelas características do seu relevo
aplanado, ou seja, de características marcadamente horizontais, fruto de uma baixa altimetria
maioritariamente de 20 m, e declives maioritariamente <2%. É o uso do solo, em algumas
subunidades de paisagem que introduz verticalidade a esta paisagem, tais como algum
povoamento florestal monocultural e tecido urbano. Os atributos fisiográficos mais uma vez não
são expressivos.
Na área da UEVP2 – “Relevo de vale aberto com ocupação agrícola e urbana” identifica-se a
ocorrência das seguintes subunidades de paisagem (SUP) (Carta nº 7 no Anexo IX do Volume III):
SUP 2 – Aglomerados urbanos: na área de estudo está presente núcleo urbano, o da
cidade de Ovar, o antigo e o novo, casas de 1 a 2 pisos, por vezes com terreno na
envolvente alinhadas nas vias secundárias de Ovar para a periferia;
SUP 6 – Povoamentos Florestais: floresta de eucalipto;
SUP 7 – Linhas de água com galeria ripícola: vale do rio Cáster e afluentes;
SUP 8 – Vale aberto com uso agrícola: na envolvente das povoações circundantes a
Ovar.
Quanto a infraestruturas ferroviárias e rodoviárias nesta UEVP2 destaca-se a Linha ferroviária do
Norte e a EN109, ambas muito próximas uma à outra, com orientação N/S, situando-se na
extrema Este da área de estudo.
De seguida apresenta-se algumas representativas de cada uma das SUP da UEPV2.
Quadro 4.26- Descrição dos atributos que contribuem para a qualidade visual da paisagem da área em
estudo.
Valoração
Tipologia
Atributos
Atributos Baixa Média Elevada
1 - Aglomerado industrial 1
2 - Aglomerados urbanos 1
3 - Povoamentos Florestais
(pinheiro bravo sobre 3
dunas)
4 - Plano de Água da Ria de
Atributos 3
SUP Aveiro
humanizados:
5 - Faixa litoral dunar e
3
Oceano Atlântico
6- Povoamentos Florestais
1
(eucalipto)
7 - Linhas de água com
3
galeria ripícola
8 - Vale aberto com uso
2
agrícola
Tendo como base os métodos mais objetivos e interpretação técnica e cientifica adquirida para a
caracterização da qualidade visual, valorando os diferentes atributos e procedendo ao seu
somatório resultou a ‘Carta de Qualidade Visual da Paisagem’ (Carta n.º 8 no Anexo IX do Volume
III).
Pela análise da carta de Qualidade Visual da Paisagem, é possível concluir que as áreas de elevada
qualidade visual (5%) são pontuais e localizam-se na zona da faixa litoral dunar e braço da ria de
Aveiro. As zonas identificadas com baixa qualidade visual, abrangem na sua maioria as áreas de
aglomerados urbanos e industrial, e representam cerca de 37% da área de estudo. As áreas de
média qualidade visual são aquelas com maior representatividade na área de estudo (57%) e
apresentam uma distribuição na paisagem relacionada com o uso florestal.
A capacidade de absorção visual da paisagem (CVP) é uma medida para verificar a maior ou
menor capacidade da UEVP de suportar o impacte visual. A CVP está estritamente relacionada
com a visibilidade, que por sua vez está dependente da morfologia do território e
desconsiderando a ocupação do solo, a qual exerce uma influência no grau de exposição das
componentes da paisagem aos observadores sensíveis. No entanto, pretende-se que a avaliação
da frequência de observação seja independente do uso do solo.
A capacidade de absorção visual indica a capacidade que uma paisagem tem para absorver
visualmente modificações ou alterações ao seu uso, sem prejudicar a sua qualidade visual.
Quando a paisagem possui baixa capacidade de absorção, diz-se que é visualmente mais
vulnerável. Na determinação da Capacidade de Absorção da Paisagem foram utilizados
indicadores de acessibilidade visual. Não foram escolhidos pontos na zona industrial, uma vez que
fazem parte da área onde esta industria se localiza. Foram assim escolhidos pontos potenciais de
observação, permanentes e temporários, representativos da presença humana no território em
análise (aglomerados urbanos, vias ferroviárias e rodoviárias e aeródromo), e para cada ponto
potencial de observação foi gerada a sua bacia visual (raio de 3 km e 360º de ângulo de visão) à
altura média de um observador (1,60 m). Os pontos selecionados, a partir dos quais foram
elaboradas as respetivas bacias visuais, encontram-se assinalados na Carta n.º 9 – Capacidade de
Absorção Visual da Paisagem (Anexo IX do Volume III). A carta da Capacidade de Absorção Visual
foi, assim, obtida por cruzamento dos potenciais pontos de observação com o relevo da área
estudada (modelada e representada em Modelo Digital do Terreno (MDT)), considerando-se a
situação mais desfavorável (sem vegetação). O resultado para cada célula/pixel do MDT traduz a
informação/somatório do número de bacias visuais que se sobrepõem/intersectam nesse mesmo
ponto. A carta expressa, assim, graficamente para cada pixel, de quantos pontos de observação o
mesmo é visível, e essa informação é que determina se essa área está visualmente muito ou
Observadores Temporários
A área de projeto, de acordo com a interpretação da Carta de Absorção Visual da Paisagem tem
visualização apenas numa faixa da área de ampliação. Recorde-se que esta cartografia foi
elaborada com a situação menos favorável, ou seja, sem contar com o uso do solo.
Os “trabalhadores residentes” nas industrias adjacentes ao lote da FLEX2000, são efetivamente os
que terão visualizações diárias sobre esta área. Mas estes estão dentro do tecido urbano
industrial.
Assim, da análise da carta de Capacidade de Absorção Visual da Paisagem (Carta n.º 9 no Anexo IX
do Volume III) é possível concluir que58% da área de estudo possui uma elevada capacidade para
absorver novos elementos na paisagem. Na restante área de estudo a capacidade de absorção visual da
paisagem é baixa a média (32% e 10%, respetivamente). Tal facto, é decorrente desta paisagem ser
fortemente humanizada mas ainda assim existir um forte domínio dos povoamentos florestais na
paisagem, concretamente na zona entre a faixa dunar e a zona industrial de Ovar.
Por último, a avaliação da sensibilidade visual da paisagem (SVP) traduz-se na capacidade que a
paisagem tem em acolher alterações à sua estrutura, sem alterar a sua qualidade visual,
resultando da conjugação da QVP com a CAVP. A SVP (Carta nº 10 no Anexo VIII do Volume III), é
tanto mais elevada quanto mais elevada for a QVP e quanto mais baixa a CAVP. No Quadro 4.30
apresenta-se a matriz para obtenção da SVP.
Da análise da carta de sensibilidade visual da paisagem (Carta n.º 10 no Anexo IX do Volume III),
elaborada de acordo com a metodologia descrita, as áreas de classes muito elevada e baixa, são
Relativamente à área de projeto da FLEX2000 a área das atuais instalações tem baixa
sensibilidade visual da paisagem. Em relação à área de ampliação, e apesar de toda a área
integrar a mesma SUP3, a diferença é que existe um troço da EN327 que se desenvolve próximo a
essa área e que, considerado o cenário mais desfavorável - sem vegetação, permite a visualização
para a mesma. Contudo, tendo em conta o uso do solo atualmente existente, nas imagens
seguintes apresenta-se a visibilidade para o estabelecimento atual da FLEX2000 e para a área de
ampliação a partir das vias rodoviárias mais próximas.
Figura 4.62- Localização dos pontos de visibilidade cujas imagens se apresentam nas Figuras seguintes.
Figura 4.64- Visibilidade para a área do estabelecimento atual a partir do ponto 2 localizado 150 m a
sudeste.
Figura 4.65- Visibilidade para a área do estabelecimento atual a partir do ponto 3 localizado na via de
acesso direto ao estabelecimento.
Prospeção Arqueológica
Os trabalhos de campo iniciaram-se pela observação da paisagem envolvente, permitindo o
enquadramento espacial da área do projeto e o tipo de impacte associado.
A totalidade da área em estudo, corresponde a uma extensa área de pinhal, atravessado por
alguns caminhos, com um coberto vegetal rasteiro, mais ou menos denso. A topografia do terreno
facilitou a realização dos trabalhos de prospeção, no entanto a cobertura vegetal condicionou a
observação do solo, ocorrendo assim áreas onde a visibilidade do solo, foi classificada como
reduzida.
A prospeção arqueológica desenvolvida não levou à identificação de qualquer ocorrência
patrimonial.
4.12.1 Metodologia
A área de implantação da FLEX2000, localiza-se a cerca de 2 km a noroeste da cidade de Ovar, e a
poente da Zona Industrial de Ovar.
A inserção ao nível da divisão administrativa do território é a seguinte:
Região Centro (NUT II);
Sub-região ‘Região Aveiro’ (NUT III);
Concelho de Ovar;
União das freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã.
Pretende-se conhecer a população nas vertentes sociais e económicas que caracterizam a área,
direta ou indiretamente afetadas pelo projeto de ampliação da FLEX2000. Esta caracterização é
fundamental para a compreensão e explicitação das características e dinâmicas do ambiente
humano suscetíveis de serem afetadas pelo projeto em avaliação.
A análise adotada para este estudo tem por base os dados do INE e IEFP, nomeadamente,
recenseamentos gerais da população de 2001, 2011 e resultados provisórios de 2021 disponíveis,
e estatísticas de desemprego de 2020, sendo realizada, sempre que possível, à escala da freguesia
e do concelho, efetuando-se igualmente, quando pertinente, um enquadramento à escala da
região de Aveiro.
Na definição da área de estudo consideram-se duas escalas de análise:
A escala sub-regional (Região de Aveiro) – em que a caracterização da situação atual se
centra num conjunto de dimensões, cuja análise desagregada permite, por um lado,
obter elementos relevantes para o enquadramento e contextualização da área mais
restrita de intervenção do projeto e, por outro lado, perspetivar os impactes que a
existência e funcionamento do projeto poderá proporcionar no contexto concelhio. As
dimensões analisadas são as seguintes:
o Povoamento e sistema urbano;
o Estrutura demográfica;
o Emprego;
o Poder de compra;
o Acessibilidades e mobilidade.
Escala local a qual corresponde à área de intervenção direta do projeto e sua envolvente
próxima, na qual se farão sentir os impactes diretos e alguns dos impactes indiretos
mais relevantes sobre a população e a sua vivência quotidiana, tendo em conta a
ocupação e uso do território.
Ao nível da saúde humana, a caracterização é realizada com base num conjunto de indicadores
constantes do Perfil Local de Saúde que, no âmbito do presente estudo, se considera serem os mais
adequados.
Os Perfis Locais de Saúde foram desenvolvidos no âmbito dos Observatórios Regionais de Saúde dos
Departamentos de Saúde Pública das cinco Administrações Regionais de Saúde de Portugal
Continental. O município de Ovar, no qual o projeto se localiza, insere-se no Agrupamento de Centros
de Saúde (ACeS) do Baixo Vouga.
Ovar 372,2
Em 2011, a maioria da população residente no concelho (64,5 %) residia em lugares com menos
de 2 mil habitantes, exceituando-se a cidade de Ovar que concentrava 19,9% população residente
e com características claramente urbanas (Quadro 4.33).
A concentração da população na cidade de Ovar, não é alheia à concentração da maioria dos
equipamentos e serviços de nível superior, das unidades industriais e também devido à
proximidade dos principais eixos de acessibilidades com destaque para a EN 109 e A29.
Quadro 4.33- Distribuição percentual da população residente segundo a dimensão dos lugares (2011).
Unidade 10.000 a
Até 1.999 2.000 a 4.999 5.000 a 9.999 >= 100.000
Isolados 99.999
territorial habitantes habitantes habitantes habitantes
habitantes
Região de Aveiro 1,4 61,5 15,0 1,4 20,7 0,0
Região de Aveiro 364 973 370 394 367 455 1,5 -0,8 0,7
4.12.4 Emprego
Em 2011, a taxa de atividade no concelho Ovar (50,1%), era superior à média dos concelhos da
região de Aveiro (48,7%). Na década censitária de 2001-2011 observou-se uma alteração
importante na dinâmica económica das unidades territoriais em análise, devido à diminuição da
taxa de atividade (Quadro 4.36).
Quadro 4.36- População economicamente ativa, taxas de atividade e desemprego (2001 e 2011).
Desempregada 2011
Taxa de Taxa de
atividade desemprego Empregada Procura 1º Procura de
Unidade Territorial Total
2011 emprego novo emprego
2001 2011 2001 2011 N.º N.º % N.º %
Região de Aveiro 49,2 48,7 5,2 12,8 159 862 20 416 3 609 17,7 16 807 82,3
Ovar 51,4 50,1 6,4 14,8 23 646 4 132 688 16,7 3 444 83,3
União de freguesias 51,3 49,5 6,7 14,0 12 670 2 058 327 15,9 1 731 84,1
Fonte: (INE, 2001, 2011);
Esta constatação é transversal às unidades territoriais em análise, tendo todas registado uma
redução considerável no índice de renovação da população ativa, face a 2001.
Relativamente à população residente ativa empregada por sector de atividade, observa-se, em
2011, que o setor terciário é o setor que mais população emprega, seguido do setor secundário,
situação inversa ao que se observada em 2001, quer no concelho de Ovar quer na união de
freguesias (Figura 4.67). Em 2011, o setor terciário empregava mais de metade da população ativa
de todas as unidades territoriais analisadas. O setor secundário apresentava um maior peso na
empregabilidade da população ativa do concelho de Ovar (40,6%), sendo superior à registada
para a média dos concelhos que integram a região de Aveiro (38,0%).
Ao nível do setor primário a empregabilidade é diminuta, representando sensivelmente 1% da
população ativa do concelho de Ovar e união de freguesias.
Figura 4.67- População residente ativa empregada em 2001 e 2011, segundo os sectores de atividade.
Figura 4.68- Variação da população ativa entre 2001 e 2011, por sector de atividade.
Analisando a distribuição da população empregada pelos ramos de atividade que integram os três
sectores de atividade (Figura 4.69), observa-se que, em 2011, a indústria transformadora (C) e o
comércio por grosso e a retalho (G) foram os ramos de atividade de maior empregabilidade no
concelho de Ovar, empregando um total de 51,9% da população ativa. Este cenário é o espelho da
empregabilidade na região de Aveiro, observando-se um cenário semelhante na união de
freguesias.
De destacar, a importância da indústria transformadora, como o ramo de maior empregabilidade
em todas unidades territoriais analisadas, empregando 30% ou mais da população ativa.
Figura 4.69- População ativa empregada, segundo a classificação das atividades económicas (CAE-
Rev.3)(2011).
Relativamente, à evolução dos gastos com os colaboradores, a FLEX2000 tem vindo a aumentar o
valor médio por colaborador de acordo com a Figura abaixo.
Na região em análise a rede fundamental de estradas apresenta um perfil transversal de 2x2 vias,
com separador central. Contudo, em alguns dos troços apresentam perfis superiores. Na A1, no troço
Sta. Maria da Feira - Porto, o perfil transversal é de 2x4 vias e no troço Sta. Maria da Feira - Estarreja o
perfil transversal é de 2x3 vias. A A1 e a A29 são vias que apresentam um bom estado de conservação
do pavimento betuminoso e são de elevada capacidade, dado que foram dimensionadas para um nível
de serviço B, isto é, asseguram correntes de tráfego estáveis e permitem uma razoável circulação aos
condutores.
A EN109 e a EN223 integram a rede complementar de estradas, e tem como função assegurar a
ligação entre a rede nacional fundamental e os centros urbanos de influência concelhia ou supra
concelhia.
Figura 4.75 - População residente nas subsecções estatísticas em torno da FLEX2000, em 2021.
De salientar, que a unidade industrial da FLEX2000 se situa numa subsecção onde residem 9
habitantes, em edifícios que se encontram próximo do aglomerado populacional do Furadouro a
mais de 2 km do local de implantação do projeto.
Figura 4.76- Evolução da taxa de mortalidade infantil (/1000 nados vivos), 1996-2015 (média anual por
triénios) (Fonte: ACeS Baixo Vouga, 2016).
Figura 4.77- Mortalidade proporcional por grandes grupos de causas de morte no triénio 2012-2014 para
todas as idades e ambos os sexos (Fonte: ACeS Baixo Vouga, 2016).
Na morbilidade nos Cuidados de Saúde Primários, medida pela proporção de inscritos com
diagnóstico ativo de ICPC-2 (Classificação Internacional de Cuidados de Saúde Primários),
destacam-se os problemas: de alterações do metabolismo dos lípidos e hipertensão (acima dos
20% em ambos os sexos), perturbações depressivas (proporção três vezes superior nas mulheres),
obesidade e diabetes (Figura 4.78).
Figura 4.78- Proporção de inscritos (%) por diagnóstico ativo no ACeS Baixo Vouga, por sexo (dezembro
2015) (Fonte: ACeS Baixo Vouga, 2016)
O projeto de ampliação da unidade industrial insere-se em parte dos talhões 78 e 79 cuja idade
aproximada será, atualmente de cerca de 70 anos (ICNF & CMO, 2016).
O PGF define um plano de cortes culturais que se aplica a toda a área do Perímetro Florestal,
sendo estabelecidas 5 áreas distintas de ‘cortes culturais’. A cada ano será alvo de corte cultural
uma das áreas estabelecidas, devendo cada uma destas ser percorrida de cinco em cinco anos.
A totalidade dos talhões 78 e 79, bem como vários outros talhões adjacentes, serão alvo de cortes
culturais entre o período de (2018 a 2023) (ICNF & CMO, 2016).
Local do projeto
Solos e uso do
Sem alteração significativa
solo
Área envolvente
Fase de Construção
Fase de Funcionamento
Desativação
Reduzida
Refere-se à grandeza em escala espacial (extensão) e temporal (duração) e é
Magnitude Moderada
obtida de acordo com a matriz apresentada no Quadro 5.3.
Elevada
Elevada PS S MS MS
Moderada I PS S MS
Reduzida I I PS S
Após a descrição e avaliação da significância dos impactes apresenta-se uma síntese dos impactes
do projeto.
É ainda apresentada uma avaliação dos efeitos cumulativos do projeto tendo em conta as
alterações causadas pelo projeto em combinação com outras ações humanas, passadas,
presentes ou futuras. Trata-se de impactes de natureza aditiva, iterativa, sinergética ou irregular
(imprevisível), gerados por ações que individualmente possam ser insignificantes, mas
coletivamente significativas que se acumulam no espaço e no tempo.
Sistema de transportes
O funcionamento de qualquer unidade industrial está dependente de um sistema de transportes
que possibilite a deslocação diária dos trabalhadores desde a residência até ao local de trabalho,
e vice-versa, assim como o abastecimento das matérias-primas necessárias à produção e o
posterior escoamento para o mercado dos produtos.
Com a implementação do projeto de ampliação da FLEX2000, o número total de trabalhadores
aumentará em 139 pessoas, passando de 246 para 385. Desconhece-se o modo de transporte e a
distância média percorrida diariamente por cada trabalhador. Porém, desenvolveu-se uma
abordagem conservativa na estimativa das emissões de CO2 provocadas pelo transporte dos
trabalhadores:
Energia
A produção industrial da FLEX2000 é sustentada pelo consumo de energia elétrica (força motriz e
iluminação) e pelo consumo de gás natural (para produção de vapor e água quente sanitária). O
projeto em avaliação prevê a instalação de uma Unidade de Produção para Auto-Consumo (UPAC)
fotovoltaica, a qual deverá assegurar cerca de 25% do consumo de energia elétrica.
O aumento da capacidade instalada da FLEX2000 provocará um acréscimo no consumo anual de
energia elétrica de 3 346 para 5 226 MWh. Antecipa-se que a instalação da UPAC fotovoltaica
permitirá a produção de cerca 1 300 MWh/ano. Assim, e apesar desta produção interna, conclui-
se que haverá um aumento no consumo de energia elétrica produzida no exterior da unidade
industrial. Tendo como base de cálculo, um fator de emissão23 de 0,257 ton CO2eq/MWh,
correspondente à média móvel dos últimos 5 anos (2016-2020) para Portugal Continental,
conclui-se que haverá um aumento anual de 147,4 ton CO2eq devido ao consumo de energia
elétrica.
No que diz respeito à quantificação da carga de gases fluorados com efeito de estufa presente nos
comutadores elétricos dos painéis fotovoltaicos a instalar na UPAC (usualmente o hexafluoreto
de enxofre, SF6), uma vez que o projeto em análise se encontra em fase de estudo prévio (não
tendo o projeto fotovoltaico ainda sido desenvolvido na medida em que ainda não foi realizada
consulta ao mercado), não é possível identificar e apresentar dados de carga nem estimar as
emissões passíveis de ocorrer.
É, no entanto, de salientar que a carga de SF6 presente neste tipo de equipamentos é reduzida, e
que os equipamentos são estanques e por isso sem fugas de SF6, pelo que dificilmente ocorrerão
fugas deste gás. Não obstante, durante as operações de exploração e manutenção dos painéis
fotovoltaicos, poderão ocorrer, acidentalmente, danos nos disjuntores com libertação de SF6,
pelo que existe um potencial risco (com probabilidade baixa, mas com uma severidade média)
que deve ser valorizado. Este gás, nas condições normais de pressão e temperatura, é um gás não
inflamável, incolor, inodoro, não venoso, quimicamente instável e funciona em circuito fechado.
22
https://apambiente.pt/sites/default/files/_Clima/Inventarios/20221025NIR2022JulyCorrigendum.pdf
23 https://apambiente.pt/sites/default/files/_Clima/Inventarios/2022FEGEEEletricidade.pdf
Coberto vegetal
O sequestro de carbono consiste no processo de remoção do dióxido de carbono da atmosfera.
Tal processo ocorre naturalmente nas florestas através da fotossíntese. O sequestro de carbono
pode ser entendido como uma emissão de sentido negativo.
A capacidade de sequestro de carbono pela floresta é a quantidade de CO2 que é fixado pela
vegetação e que pode ser acumulado a longo prazo no ecossistema (biomassa perene, matéria
orgânica do solo). À quantidade de CO2 fixado pelas plantas através da fotossíntese
(Produtividade Primária Bruta), é necessário descontar a respiração das plantas resultando na
Produtividade Primária Líquida (PPL). Finalmente, após subtrair a respiração dos organismos
heterotróficos, que na floresta é representada essencialmente pelos microrganismos do solo,
24
https://apambiente.pt/sites/default/files/_Clima/CELE/Tabelas_Fatores_Calculo/tabela_PCI_FE_FO_2013.pdf
Balanço de carbono
A adição das emissões associadas ao transporte das matérias primas e dos produtos, do consumo
de energia e da perda da capacidade de sequestro revelam que da implementação deste projeto
poderá resultar um acréscimo anual de emissões de GEE próximo de 4,30 kton CO2eq. De notar
que este balanço não considerada as emissões de gases fluorados, que apesar de se encontrarem
em pequenas quantidades nos equipamentos de climatização e nos comutadores elétricos dos
painéis fotovoltaicos, apresentam um elevado potencial de aquecimento global.
A Figura 5.1 permite visualizar os contributos das várias temáticas abordadas no balanço de
carbono. Observa-se que quase três quartos das emissões de CO2eq resultam do transporte das
matérias-primas e dos produtos. Considera-se este impacte como não minimizável dado
depender de opções tecnológicas de operadores logísticos, externos à FLEX2000.
O balanço de carbono deve ser completado com a redução de emissões esperadas com a
alteração do tipo de agente expansor. No final, e no horizonte temporal de três anos antecipa-se
uma redução na emissão anual de GEE de cerca 2,34 kt CO2eq (4,30-6,64).
25
Pereira da Silva: Balanço de Dióxido de Carbono em Áreas Urbanas: Emissão e Sequestro, Departamento de Ambiente e
Ordenamento, Universidade de Aveiro, 2010.
5.3.1 Metodologia
A análise dos impactes e riscos ambientais na componente geológica é efetuada tendo em
atenção, principalmente, a hipótese de destruição do património ou recursos geológicos
existentes, sendo também consideradas as alterações introduzidas a nível geomorfológico e
geotécnico. Neste sentido, o grau de intensidade de natureza negativa dos impactes na geologia é
atribuído da seguinte forma:
Intensidade muito baixa – Quando não é reconhecido na área património/recurso
geológico com relevância museológica ou económica. Quando o volume escavado é
inferior a 25.000 m3 e/ou se verifica conservação parcial das formas de relevo naturais
ou afetação pouco sensível numa área já previamente artificializada. Quando o risco de
instabilidade do terreno é nulo ou residual face às características geológicas (tipo de
formação rochosa e/ou grau de alteração) e geotécnicas do terreno (atitude e
preenchimento das fraturas);
Intensidade baixa – Quando o risco de destruição do património/recurso geológico na
área do projeto atinge áreas mínimas (<10 %) e insignificantes face à distribuição e
abundância deste mesmo património. Quando o volume escavado está compreendido
entre 25.000 m3 e 100.000 m3 e/ou ocorre destruição de formas de relevo naturais com
alturas de escavação ou aterro inferiores a 8 m ou quando ocorre afetação sensível
numa área já previamente artificializada (alturas de escavação ou aterro superiores a
8 m numa extensão linear de mais de 500 m). Quando o risco de instabilidade do
terreno é reduzido face às características geológicas (tipo de formação rochosa e/ou
grau de alteração) e geotécnicas do terreno (atitude e preenchimento das fraturas);
Intensidade média - Quando o risco de destruição do património geológico atinge áreas
importantes no local do projeto (10-30 %) face à distribuição e abundância deste mesmo
património. Quando o volume escavado está compreendido entre 100.000 m3 e
500 000 m3 e/ou ocorre destruição de formas de relevo naturais com alturas de
escavação ou aterro superiores a 8 m numa extensão linear de mais de 500 m. Quando o
Consumo de água/afetação da
Funcionamento Moderada Muito baixa Insignificante
disponibilidade do recurso
Risco de contaminação das
Moderada Baixa Pouco significativo
águas subterrâneas
Quadro 5.8- Emissões de poluentes atmosféricos geradas pelo volume de tráfego, para a situação futura.
Emissões (t/ano)
Poluente
Situação Atual Situação Futura
CO 0,99 1,45
COVNM 0,32 0,42
NOX 2,05 2,79
PM10 0,07 0,10
Quadro 5.10- Níveis sonoros gerados por operações e equipamentos e atenuação com a distância à fonte.
LAeq (dB(A))
Atividades
até 50 m 100 m 1000 m
Movimentação de terras e escavação 72-75 (30 m) 62-65 40
Cilindro betuminoso 70-75 (20 m) 56-61 42-39
Cilindro betuminoso vibratório 80 (20 m) 66 44
Martelo pneumático 80-84 (20 m) 66-70 44-48
Fontes: U.S. Department of Transportation, 2006 - Construction Noise Handbook. Research and Innovative
Technology Administration. John A. Volpe National Transportation Systems Center. Environmental Measurement
and Modeling Division, Acoustics Facility. Cambridge, MA 02142
OSHA , 2003 - Kim Nipko, Charlie Shields. OSHA's Approach to Noise Exposure in Construction
European Agency for Safety and Health at Work, 2005 – Noise in Figures. Risk Observatory
Sendo assim, o ruído associado à construção poderá afetar de forma significativa apenas as zonas
da imediata vizinhança ao local de implantação da obra. Os recetores sensíveis mais próximos
localizam-se a cerca de 1 km, prevendo-se que os níveis sonoros não excedam os valores de 65
dB(A).
Não estando prevista a solicitação uma licença especial de ruído, não existem limites sonoros na
legislação definidos para este tipo de operações. Salienta-se que deverá ser respeitado o Artigo
14º - Atividades Ruidosas Temporárias do Regulamento Geral do Ruído (descrito na metodologia
de avaliação de impactes).
Em suma, prevê-se que os recetores sensíveis não sejam afetados pelas atividades ruidosas afetas
às obras de construção civil previstas, pelo que as operações associadas à fase de construção
provocarão um impacte negativo, direto, certo, temporário, restrito, com magnitude reduzida e
de muito baixa intensidade, não se prevendo incumprimento legislativo, pelo que no global o
impacte da fase de construção é insignificante.
Quadro 5.13- Avaliação dos impactes do projeto sobre as funções do ecossistema de REN ‘Dunas Costeiras
Interiores’.
Função: Continuidade dos sistemas dunares no que respeita aos aspetos geológicos, morfológicos,
ecológicos e paisagísticos
O projeto será implantado no extremo nascente do sistema dunar de Ovar correspondente aos depósitos
sedimentares detríticos do Cenozóico. Apesar de implantado em depósitos de areias dunares está na
adjacência da extensa área urbanizada que corresponde à zona industrial de Ovar pelo que, apesar de
‘entrar’ no sistema dunar, não interfere de forma significativa com a sua continuidade, nomeadamente
geológica, ecológica ou paisagística. Ocorrerá, fruto das operações de terraplenagem, uma
descontinuidade morfológica nomeadamente por efeitos das operações de escavação e aterro que
‘cortarão’ o relevo natural, mas que face às cotas em causa também não será significativa.
As dunas costeiras são importantes reservatórios de biodiversidade, sobretudo florística, pelas condições
edafo-climáticas que as caracterizam. Esta situação é particularmente relevante nas dunas costeiras
litorais.
Na área de implantação do projeto, correspondente a uma duna costeira interior arborizada, não se
identificaram elementos de biodiversidade particularmente distintivos da generalidade da área do
perímetro florestal das dunas de Ovar.
Ocorrerá no entanto a supressão de cerca de 15 ha de vegetação adaptada a estes sistemas dunares. Em
termos de biodiversidade o impacte será pouco significativo (Capítulo 4.10). Na presente área os serviços
de ecossistema associados à biodiversidade que será suprimida serão sobretudo o aprovisionamento
(madeira, resina) e a regulação climática.
Tendo em conta o afastamento do projeto à linha de preia-mar (a cerca de 2,5 km), em zona de duna
costeira interior, não existe o risco do projeto afetar a segurança de pessoas e bens na medida em que o
mesmo não interfere com o sistema dunar litoral/linha de costa, ou seja, o projeto não tem potencial
para interferir com a ‘prevenção e redução do risco’ nomeadamente em cenários de fenómenos
extremos.
Quadro 5.14- Avaliação dos impactes do projeto sobre as funções do ecossitema de REN ‘Áreas estratégicas
de infiltração e recarga de aquíferos’.
Função: Garantir a manutenção dos recursos hídricos renováveis disponíveis e o aproveitamento
sustentável dos recursos hídricos subterrâneos
A área de implantação do projeto corresponde a uma área de máxima infiltração. Atualmente toda a
precipitação se infiltra no solo. A artificialização de uma parte significativa da parcela contribuirá para a
geração de um elevado volume de águas pluviais. Contudo, o projeto, nomeadamente a rede de coleta
de pluviais, foi delineada de forma a que as águas oriundas da precipitação sejam encaminhadas para o
solo no seio da própria parcela contribuindo assim para manter a recarga do aquífero.
Uma parte das águas pluviais recolhidas será armazenada num tanque para ser utilizada na rega e na
rede de combate a incêndios. Contudo, trata-se de um volume que não será significativo e que não
constituirá qualquer risco para a manutenção dos recursos hídricos disponíveis. Estima-se que a redução
da recarga aquífera no sistema quaternário de Aveiro seja de apenas 0,011% (conforme capítulo 5.4.2).
Função: Prevenir e reduzir os efeitos dos riscos de cheias e inundações, de seca extrema e de
contaminação e sobrexploração dos aquíferos
A artificialização da área não promove quaisquer riscos de cheias ou inundações - as águas pluviais
geradas continuarão a ser infiltradas na área da parcela intervencionada evitando-se a sua descarga
noutros locais exteriores com eventuais consequências de cheia nesses locais.
A questão da ‘contaminação’ foi já analisada ao abrigo do objetivo ‘proteção da qualidade da água’
Quanto à sobre-exploração dos aquíferos, o projeto de ampliação fomentará um incremento do
consumo de água captada no furo atualmente existente em 6044 m3/ano. Tal como analisado no
Capítulo 5.4 esse impacte será insignificante.
Função: Prevenir e reduzir o risco de intrusão salina, no caso dos aquíferos costeiros e estuarinos
O projeto não interfere com este objetivo. O local de implantação do projeto encontra-se a cerca de
2,5 km da linha de preia-mar. O movimento de terras será superficial não ocorrendo escavações a grande
profundidade que provoquem alterações nos escoamentos subterrâneos.
O projeto não interfere com este objetivo. A natureza geológica em presença é diferente.
Função: Assegurar condições naturais de receção e máxima infiltração das águas pluviais nas cabeceiras
das bacias hidrográficas e contribuir para a redução do escoamento e da erosão superficial
O projeto não interfere com este objetivo. Na área em causa não ocorrem cabeceiras de linhas de água.
Não ocorrerá escoamento superficial. Não ocorrerá erosão superficial.
Não obstante a avaliação acima realizada é de referir que o projeto em causa, ao abrigo do regime
de regularização extraordinário das atividades económicas (RERAE) obteve decisão favorável
condicionada pelo que deverá ser promovida a redefinição dos limites da REN na área em causa
em conformidade.
5.10 Biodiversidade
5.10.1 Metodologia
A avaliação da importância dos impactes é realizada com base no grau de afetação da fauna e
flora locais, considerando para o efeito o seu valor conservacionista determinado na situação de
referência. Para tal, teve-se em consideração essencialmente o valor e funcionalidade dos
diversos habitats e a importância da área para a conservação dos habitats e populações de
espécies com interesse conservacionista (ameaçadas e/ou constantes nas Diretivas Aves e/ou
Habitats).
5.10.2.2 Fauna
Na fase de construção os principais impactes da obra sobre a fauna encontram-se associados às
seguintes ações:
Desmatação;
Movimentação de terras (escavação e aterros);
Movimentação de máquinas na área de intervenção;
Infraestruturação e edificação;
Presença dos operários afetos às atividades construtivas.
As etapas relacionadas com a preparação do terreno, nomeadamente no que se relaciona com a
desmatação e a subsequente movimentação de terras, provocam a destruição de habitat, morte de
indivíduos que estão alojados nos seus abrigos (enterrados/abrigados em galerias no solo), sobretudo
espécies de menores dimensões e com menor capacidade de mobilidade que encontram abrigo
ao nível do solo e que não conseguirão fugir a tempo (herpetofauna e micromamíferos). As aves e os
mamíferos de maior porte tenderão a afastar-se de imediato procurando abrigo no biótopo
florestal contíguo da área envolvente.
Pouco
Destruição da flora/vegetação Moderada Baixa
significativo
Pouco
Destruição de habitat da fauna Moderada Baixa
Construção significativo
Pouco
Mortalidade de espécimes Moderada Baixa
significativo
5.11 Paisagem
Figura 5.4- Visibilidade para a área de ampliação a partir do ponto 1 localizado 450 m a sul da área de
ampliação.
A ampliação da FLEX2000 será realizada de modo faseado, em 3 fases, pelo que a desmatação será
igualmente realizada em fases. A desmatação irá modificar muito o espaço da área de implantação do
projeto, dado que este é totalmente coberto por uma massa arbórea de pinheiro-bravo o qual será
gradualmente substituído pelos elementos construídos descritos no Capítulo 3. A desmatação ocorre
em 75% da área dos 200 000 ha.
Na área desmatada serão realizadas terraplanagens as quais irão modificar muito pouco o relevo da
área de implantação do projeto, uma vez que atualmente o mesmo é aplanado, oscilando entre a cota
17,50 m no limite superior NE do perímetro do terreno de ampliação (próximo rotunda da R. Família
Malaquias) e a cota altimétrica de 12,00 m no limite superior NW. No limite inferior NE da propriedade
a cota altimétrica é de 14,50 m, progredindo no sentido do limite inferior NW da propriedade para a
cota mínima de 13,00 m. Analisando esta morfologia, a proposta de intervenção de modelação, foi a de
encontrar uma cota média, e regularizar o terreno de forma a que aterro e escavação se anulassem. A
altura de aterro mais elevada é de 2,45 m, e a de escavação 2,86 m, sabendo que estas são as cotas
mais elevadas, e pontuais na área de 20 ha da área de propriedade. A média de altura com terras de
aterro e de escavação é de cerca de 1,50 m. São assim esperadas movimentações de terras ligeiras, não
comprometendo a qualidade visual do local, devido ao acima mencionado.
O volume de terras de aterro e escavação anulam-se, evidenciando modelações ligeiras do terreno,
possíveis de visualizar nos perfis longitudinais e transversais do projeto.
No âmbito das operações de terraplenagem ocorrerá o aumento da circulação de veículos pesados
associados ao transporte e deposição de terras apenas dentro da área de ampliação, e consequente
diminuição de visibilidade provocada pelo aumento de poeiras no ar, nomeadamente no período de
menor precipitação. Esta situação não será tão intensa pelo facto da remoção, transporte e deposição
das terras ser efetuado dentro do perímetro de ampliação e pela presença de uma envolvente de
pinheiro-bravo adulto, capaz de deter as poeiras que muito dificilmente serão visíveis a partir das vias
envolventes.
Após a preparação do terreno dar-se-á inicio à infraestruturação e à construção do edificado com uma
altura de 15 m. No entanto, mais uma vez, considerando a envolvente ocupada pelo povoamento de
pinheiro-bravo adulto com altura superior a 15 m a visualização para esta área em obra, encontra-se
minimizada.
5.12.1Metodologia
Com base no estudo de caracterização realizado é estabelecido o potencial patrimonial da área de
incidência do Projeto, que contribuiu para definir eventuais áreas de maior sensibilidade e
determinar o grau de risco considerando a presença/ausência de vestígios arqueológicos.
A intensidade do impacte é determinada a partir de uma valoração dos elementos patrimoniais
estipulada de acordo com os seguintes critérios:
Potencial científico.
Significado histórico-cultural.
Interesse público.
Raridade / singularidade.
Antiguidade.
Dimensão / monumentalidade.
Padrão estético.
Estado de conservação.
Inserção paisagística.
A partir destes critérios, foram definidos os seguintes três patamares de valor atribuíveis que se
traduzem na intensidade do impacte caso ocorra:
Reduzido: contempla as ocorrências com fracos indícios de valor patrimonial, elementos de
valor etnográfico muito frequentes e os sítios arqueológicos definidos por achados isolados
ou os sítios escavados nos quais foi verificado um interesse muito limitado;
Médio: atribuído a sítios e estruturas com grandes potencialidades de revelar pertinência
científica, sem que tenham sido alvo de investigação profunda e a vestígios de vias de
comunicação enquanto estruturantes do povoamento;
Elevado: atribuído ao património classificado, ao património construído de valor
arquitectónico e etnográfico e os sítios arqueológicos únicos.
Para avaliar os potenciais impactes do Projeto, para além do valor atribuído aos elementos
patrimoniais, que determinam a magnitude do impacte são ainda consideradas as distâncias
relativamente aos limites do projeto definindo a probabilidade de ocorrência dos impactes, a qual
é tanto maior quanto menor for a distância.
Definiu-se assim uma matriz de avaliação de impactes tendo por base estes parâmetros e as
seguintes escalas de gradação:
Magnitude do Impacte:
o Valor patrimonial reduzido - reduzido (1);
o Valor patrimonial médio - média (3);
o Valor patrimonial elevado - elevada (5).
Saúde humana
Relativamente aos potenciais efeitos do projeto sobre a saúde humana, o screening realizado tem
em consideração, entre outros, as ações de projeto suscetíveis de afetar a saúde humana bem
como a localização dos recetores sensíveis face ao projeto, nomeadamente, as habitações na
envolvente à área de implantação.
Tendo por base a metodologia acima apresentada e tendo em conta as características territoriais
da área de estudo (amplamente descritas nos vários descritores do capítulo da caracterização da
situação atual - Capítulo 4), na área de influência do projeto poderão antecipar-se potenciais
alterações com repercussões na saúde ambiental e determinantes sociais, associadas a:
Acidentes;
Exposição a substâncias potencialmente perigosas.
A área de implantação da ampliação da FLEX2000, ocorre sobre uma área de características rurais,
onde existe maioritariamente floresta de pinheiro-bravo. De destacar, a nascente da área de
implantação do projeto, a ocupação industrial e a ausência de aglomerados populacionais,
encontrando-se o mais próximo (cidade de Ovar) a cerca a mais de 1 km de distância.
No âmbito do processo construtivo, as áreas de saúde ambiental potencialmente afetadas
relacionam-se com:
Pouco
Alteração geomorfológica Terraplenagens Permanente Moderada Baixa
significativo
Risco de contaminação das Circulação de
Temporário Reduzida Baixa Insignificante
águas subterrâneas veículos pesados
Terraplenagens
Alteração dos níveis de
Circulação de Temporário Reduzida Muito Baixa Insignificante
qualidade do ar
veículos pesados
Terraplenagens
Alteração dos níveis sonoros Circulação de Temporário Reduzida Baixa Insignificante
veículos pesados
Destruição das características
Terraplenagens
morfológicas/aptidão dos Permanente Moderada Média Significativo
Pavimentação
solos/artificialização
Circulação de
Contaminação de solos Temporário Reduzida Muito Baixa Insignificante
veículos pesados
Pouco
Destruição da flora/vegetação Desmatação Permanente Moderada Baixa
significativo
Pouco
Destruição de habitat da fauna Desmatação Permanente Moderada Baixa
significativo
Deposição de poeiras sobre a
Temporário Reduzida Muito baixa Insignificante
vegetação
Desmatação,
Terraplenagens, Pouco
Mortalidade de espécimes Temporário Moderada Baixa
Circulação de significativo
Perturbação sobre as veículos pesados
Temporário Reduzida Baixa Insignificante
espécies/efeito de exclusão
Na fase de funcionamento não ocorrem impactes negativos significativos. Ao nível dos impactes
positivos destacam-se os impactes significativos a muito significativos associados à promoção de
um elevado número de postos de trabalho e à dinamização da atividade económica. Refere-se
ainda o impacte positivo pouco significativo associado às alterações climáticas na medida em que
se prevê uma diminuição global das emissões de gases com efeito de estufa.
No Quadro 5.20 apresenta-se uma síntese dos impactes associados à fase de funcionamento.
Quadro 5.20- Síntese dos impactes decorrentes da ampliação da unidade industrial da FLEX2000 – fase de
funcionamento.
Impacte Atividade Duração Magnitude Intensidade Significância
Funcionamento da Pouco
Alterações Climáticas Permanente Elevada Muito Baixa
instalação significativo
Perturbação/efeito de
exclusão/alteração de Pouco
Permanente Moderada Baixa
comportamentos sobre as significativo
espécies de fauna
Mortalidade de espécimes Circulação de Pouco
Permanente Moderada Baixa
(atropelamento/colisão) veículos significativo
Presença da Pouco
Alteração paisagística Permanente Moderado Baixa
instalação significativo
Circulação de Pouco
Perturbações na mobilidade Permanente Moderada Baixa
veículos Significativo
Legenda de cores:
Impactes positivos insignificantes Impactes negativos insignificantes
Impactes positivos pouco significativos Impactes negativos pouco significativos
Impactes positivos significativos Impactes negativos significativos
Impactes positivos muito significativos Impactes negativos muito significativos
Na fase de desativação as operações que é possível antecipar não introduzem impactes na área
de estudo para além dos já identificados na fase de construção e de funcionamento, mas com
muito menor intensidade e significância, sobretudo tendo em consideração que o edificado e
partes da infraestruturação poderá vir a ser ocupada por outras atividades industriais.
No presente capítulo apresenta-se uma síntese da análise realizada no contexto do projeto de alteração
tendo em consideração o enquadramento da FLEX2000 no regime de prevenção de acidentes graves.
Tal como referido anteriormente, a FLEX2000 encontra-se abrangida pelo regime de prevenção de
acidentes graves envolvendo substâncias perigosas (Diretiva Seveso), implicando que o procedimento
de avaliação da compatibilidade de localização é integrado no procedimento de avaliação de impacte
ambiental (artigo 45, DL n.º 152-B/2017 e artigo 9 do DL n.º 150/2015).
No Anexo XI do Volume III apresenta-se o Formulário de Avaliação da Compatibilidade de
Localização com informação detalhada relativa à análise que de seguida se apresenta.
O estudo relativo à análise de risco no contexto SEVESO incidiu sobre:
A instalação de um novo tanque de TDI, com uma capacidade de 1220 toneladas, em edifício
próprio a instalar e respetivo cais de descarga;
A instalação de um novo tanque de TDI, com uma capacidade de 24,4 toneladas, no edifício
existente, junto de outros tanques;
A eliminação do posto de abastecimento de gasóleo atual e respetivo tanque subterrâneo;
A instalação de um novo posto de abastecimento de gasóleo num outro local e com um
tanque aéreo de 17,1 toneladas;
A eliminação do reservatório de GPL;
Alimentação do estabelecimento através de um PRM de gás natural da rede pública.
Tanque TK 17 1220
Desmodur T80 Pmax = atmosférica T Categoria: H1/ Designada
(TDI) = ambiente (26)
Tanque TK 13 24,4
Derrame de TDI
Colapso de cisterna abastecedora de TDI Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Rotura (100 mm) de cisterna abastecedora de
Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
TDI
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Rotura (100 mm) de cisterna abastecedora de
Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
TDI
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Rotura total do braço de descarga de TDI Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Rotura parcial (10%) do braço de descarga de
Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
TDI
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Colapso do tanque TK 17 (TDI) Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Rotura (100 mm) do tanque TK 17 (TDI) Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Rotura (10 mm) do tanque TK 17 (TDI) Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Rotura total de tubagem de envio de TDI para o
Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
processo (Φ < 75 mm)
Dispersão de TDI
Derrame de TDI
Rotura parcial (10%) de tubagem de envio de
Vaporização de TDI Formação de nuvem tóxica
TDI para o processo (Φ < 75 mm)
Dispersão de TDI
Derrame de gasóleo Formação Contaminação de recursos hídricos
Rotura catastrófica de reservatório de gasóleo
de atmosfera inflamável Incêndio de derrame
Derrame de gasóleo Formação Contaminação de recursos hídricos
Rotura 100 mm de reservatório de gasóleo
de atmosfera inflamável Incêndio de derrame
Derrame de gasóleo Formação Contaminação de recursos hídricos
Rotura 10 mm de reservatório de gasóleo
de atmosfera inflamável Incêndio de derrame
Rotura (100 mm) de reservatório de gasóleo (P = 1,20E- Derrame sem ignição (P = 1,09E-05/ano)
G
05/ano). Incêndio de derrame (P = 1,08E-06/ano).
Rotura (10 mm) de reservatório de gasóleo (P = 1,00E- Derrame sem ignição (P = 9,10E-05/ano);
H
04/ano). Incêndio de derrame (P = 9,00E-06/ano).
6.6 Modelação dos cenários e alcances dos efeitos letais e dos efeitos irreversíveis
Para os cenários identificados no Quadro anterior procedeu-se à modelação recorrendo aos modelos
matemáticos incluídos no package Effects 11.4.0, desenvolvido pela GEXCON (Holanda), utilizando os
valores de sobrepressão, radiação térmica e toxicidade indicados no quadro seguinte. Na modelação
dos cenários foram consideradas as condições meteorológicas mais frequentes na área de implantação
do projeto e um tempo de libertação da substância perigosa de 10 ou 60 minutos, consoante o cenário
e os sistemas de segurança associados a cada um deles. No Anexo XI do Volume III encontram-se
disponíveis as condições adotadas na modelação e os relatórios das modelações.
Quadro 6.5- Limiares dos efeitos dos acidentes.
Limiar da possibilidade de ocorrência
Limiar da possibilidade de ocorrência
de efeitos irreversíveis na saúde
de letalidade
humana
Dose tóxica AEGL 3* (60 min) AEGL 2* (60 min)
Radiação térmica
7 kW/m2 5 kW/m2
(Exposição de 30 s)
50% Limite Inferior de
Inflamabilidade -
Inflamabilidade (LII)
Sobrepressão 0,14 bar 0,05 bar
* AEGL: Acute Exposure Guideline Levels, Environment Protection Agency, EUA. No caso de não existir AEGL para a substância em
causa, poderá optar-se pelo uso de ERPG (Emergency Response Planning Guidelines, American Industrial Hygiene Association, EUA).
As figuras seguintes representam as áreas potencialmente afetadas pelos efeitos correspondentes aos
efeitos irreversíveis (Figura 6.1) e aos efeitos letais (Figura 6.2) dos cenários considerados cujas
referências (A a J) constam do Quadro anterior.
Figura 6.2- Áreas potencialmente afetadas pelo limiar de efeitos letais irreversíveis (Cenários referenciados
no Quadro 6.7).
26
IAIA – International Association for Impact Assessment / IEA - Institute of Environmental Assessment 1999 Environmental Impact Assessment
Best Practice Principles. Fargo, USA: International Association for Impact Assessment (disponível em www.iaia.org). Tradução portuguesa
disponível em www.redeimpactos.org.
7.1.2 Pré-construção
No período que antecede o início das obras propriamente ditas devem ser implementadas as
seguintes medidas:
Divulgar o cronograma de execução da obra às populações da área envolvente ao
projeto (através da União de Freguesia). A informação disponibilizada deve incluir o
objetivo, as principais ações a realizar, a respetiva calendarização (início e fim previsível
da obra) e contactos (telefónico, email) do responsável da obra para obtenção de
esclarecimentos de dúvidas e envio de eventuais reclamações por parte da população.
Esta divulgação poderá ser realizada através de documento informativo (cartaz,
folhetos) a disponibilizar na Junta de Freguesia e na Câmara Municipal;
Implementar um mecanismo de atendimento ao público para esclarecimento de dúvidas
e atendimento de eventuais reclamações recebidas no decurso da obra;
Realizar ações de formação/sensibilização ambiental para os trabalhadores e
encarregados envolvidos na obra, relativas às normas e cuidados a ter no decorrer dos
trabalhos, às ações suscetíveis de causarem impactes e às medidas de minimização a
implementar, designadamente normas e cuidados a ter no decurso dos trabalhos. Estas
7.1.3 Construção
As medidas propostas para implementar na fase de construção encontram-se organizadas de
acordo com a ação de projeto suscetível de causar impacte, facilitando desta forma a sua
implementação no terreno. Estas medidas devem ser incorporadas no Programa de
Acompanhamento Ambiental de Obra. As ações consideradas para efeitos de implementação das
medidas são:
Desmatação;
Terraplenagens: escavação e aterro;
Circulação de máquinas e veículos;
Estaleiro;
Gestão de resíduos.
Para além das medidas que se podem organizar em função da atividade desenvolvida propõe-se
um conjunto de medidas que são transversais ao desenvolvimento da obra e que se denominam
por medidas de caráter geral bem como as medidas correspondentes à fase final de obra onde se
incluirá a limpeza da área e a implementação do projeto de integração paisagística.
Medidas de caráter geral
Como medidas de minimização de carácter geral apontam-se as seguintes:
Assegurar a manutenção da limitação da área afeta ao projeto, garantindo que não
ocorre qualquer afetação de solos e vegetação fora da área de intervenção;
Os trabalhos de construção na área de ampliação devem decorrer apenas no período
diurno, das 8 às 20 horas em dias úteis;
Nos períodos secos e ventosos deve proceder-se à aspersão regular e controlada de
água nas zonas de trabalho não pavimentadas onde ocorre mobilização de terras e
circulação de veículos pesados;
Garantir a presença em obra unicamente de equipamentos que apresentem
homologação acústica nos termos da legislação aplicável e que se encontrem em bom
estado de conservação/manutenção;
Desmatação
A desmatação deve ser limitada às zonas estritamente indispensáveis para a execução
da obra, tendo em conta o faseamento e as áreas de espaços verdes propostos;
Considerando que no local de ampliação ocorrem algumas espécies de flora invasora
(sobretudo Acacia longifolia) todos os restos de vegetação provenientes da desmatação
(juntamente com as ramadas provenientes do abate dos pinheiros) devem ser trituradas
no local (no seio da parcela) e transportadas por camião com a carga acondicionada e
coberta para valorização em central de biomassa;
Gestão de Resíduos
Os resíduos são uma vertente que ao nível da fase de construção não deverão ser menosprezados
pois caso sejam geridos incorretamente poderão influenciar a qualidade do ambiente local. A fim
de garantir uma boa gestão de resíduos gerados no estaleiro e na frente de obra, sugere-se o
seguinte conjunto de medidas:
Proceder a uma correta gestão dos resíduos produzidos, no que respeita ao seu
armazenamento temporário e destino final, com base num Plano de Gestão de Resíduos
a integrar no PAAO, assegurando que são tratados, valorizados ou eliminados em
instalações devidamente licenciadas/autorizadas para o efeito. O armazenamento
temporário deverá ser feito em recipientes próprios e em local apropriado no estaleiro,
devendo ser prevista a contenção/retenção de eventuais escorrências derrames;
7.1.4 Funcionamento
Para a fase de funcionamento propõem-se as seguintes medidas:
Proceder ao controlo de espécies de flora invasora nomeadamente de Cortaderia selloana,
Acacia longifolia e outras que entretanto possam surgir nas áreas dos espaços verdes. O
controlo deve ser realizado tendo em consideração as orientações constantes da
plataforma ‘invasoras.pt’.
Proceder a uma correta gestão dos resíduos produzidos, no que respeita ao seu
armazenamento temporário e destino final, com base num Plano de Gestão de Resíduos,
assegurando que são tratados, valorizados ou eliminados em instalações devidamente
licenciadas/autorizadas para o efeito. O armazenamento temporário deverá ser feito em
recipientes próprios e em local devidamente impermeabilizado, devendo ser prevista a
contenção/retenção de eventuais escorrências derrames;
No caso de acidente e libertação de substâncias no pavimento, devem ser tomadas
medidas imediatas para a sua retirada/limpeza/contenção antes da sua entrada na rede de
pluviais pelo que deve ser garantida a existência e operacionalidade de kits de
derrames/material absorvente adequado em todos os locais onde existe manuseamento de
substâncias perigosas. Os resíduos resultantes da limpeza devem ser temporariamente
Desenvolver projeto de intervenção e gestão dos Preservar a essência dos valores naturais Solos e uso do solo
espaços verdes persentes Biodiversidade
Desmatação
Previne destruição de flora/vegetação e Solos e Uso de Solo
A desmatação deve ser limitada às zonas
respetivos Habitats nas áreas exteriores Biodiversidade
estritamente indispensáveis para a execução da obra
ao local do projeto. Paisagem
Todos os restos de vegetação provenientes da
desmatação (juntamente com as ramadas
Previne a invasão de áreas exteriores ao
provenientes do abate dos pinheiros) devem ser
local de implantação do projeto por
trituradas no local (no seio da parcela) e Biodiversidade
espécies exóticas invasoras presente no
transportadas por camião com a carga
local.
acondicionada e coberta para valorização em central
de biomassa
Terraplenagens: escavação e aterro
Deve ser garantida a recolha periódica dos resíduos Facilita a gestão do espaço no estaleiro
produzidos assegurando destino final adequado a prevenindo situações de risco associadas
cada um dos resíduos recolhidos de acordo com as ao excessivo armazenamento temporário
disposições legais aplicáveis de resíduos
Fase final de execução das obras
Restabelece boas condições de
Assegurar que o acesso utilizado na fase de obra
circulação nos caminhos utilizados pela População
apresenta adequadas condições de circulação
obra
Proceder à limpeza de todos os locais Assegura o escoamento normal nos
intervencionados, assegurando a desobstrução e elementos de drenagem prevenindo
Risco
limpeza de todos os elementos hidráulicos de potenciais situações de
drenagem que possam ter sido afetados pelas obras entupimento/inundação
Nas zonas de enquadramento paisagístico/espaços Previne a expansão de espécies invasoras
verdes deve ser efetuado o controlo de espécies na área potenciando a biodiversidade Biodiversidade
exóticas invasoras local
i) Parâmetros a monitorizar
No campo:
o pH, temperatura (T), Condutividade Elétrica (CE), nível freático dos piezómetros.
Em laboratório:
o cádmio, cobre, crómio, chumbo, níquel, ferro, zinco, Hidrocarbonetos de petróleo
C10-C40, óleos e gorduras, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP),
Tetracloroeteno e Tricloroeteno.
v) Critérios de avaliação
Os critérios de avaliação dos resultados obtidos serão os estabelecidos nos DL 83/2011, de 20 de
junho, no DL nº 236/98 de 1 de agosto, no DL nº 103/2010, de 24 de setembro e, no DL nº
218/2015 de 7 de outubro.