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C. C. STE ELE
Savannah
Quando se vive com um monstro, o medo te faz aceitar o inaceitável.
Aprendi a chorar sem emitir um som, a gritar sem abrir a boca. Fiz o
que foi necessário para sobreviver.
Mas, já não valia a pena me salvar. Só a minha filha!
Agora, estamos em fuga e não confio em ninguém, principalmente no
estranho bonito, com os olhos cheios de segredos. Sinto que há algo
muito errado com ele, mas depois que roubou meus beijos... Parece
tão certo!
Grayson
Contrataram-me para apagar o fogo nos olhos dela.
Seu ex-marido me avisou para não confiar nela.
Savannah não era uma donzela em apuros... Mas uma causadora de
problema e sua filha estava em perigo.
Sabia de tudo isto e mesmo assim a desejava! Precisava dela!
Era uma loucura permitir que uma mulher como ela penetrasse nas
paredes que passei minha vida toda construindo.
Precisava me concentrar no trabalho.
Mas, antes de apertar o gatilho, tinha que saber… Se ela realmente
merecia morrer!
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Olivia assentiu.
— Katy. Eu sei.
— Isso mesmo. Você conseguirá! — Savannah beijou o nariz
dela e a ajudou a tirar o casaco.
Olivia assentiu.
— Legal! É como brincar de faz de conta o tempo todo. Eu
gosto dessa brincadeira!
— Bem, vamos dar uma olhada para ter certeza que seu braço
está bem. — Savannah arregaçou a manga da blusa para verificar
o braço.
— Onde dói?
— James Davis?
— Sim.
— Estou ouvindo.
—Por que não usa o sistema judicial para ter sua filha de
volta?
— Parece um pesadelo!
James negou.
— Apenas fotos?
Grayson assentiu.
— Às vezes.
Olivia assentiu.
— A vovó Hill.
— Mamãe?
— Por que não é errado mentir agora? Você disse que era!
— Tudo bem!
— Galochas!
Era infeliz com James desde o início. Ele era horrível com as
duas. Aguentou muito, antes de finalmente fugir. Talvez ele amasse
Olivia, embora não demonstrasse, mas provavelmente nunca amou
Savannah. Ou, talvez, não fosse capaz de amar. E por isso, elas
tiveram que fugir. Uma coisa era ela não se sentir amada, mas não
deixaria que Olivia crescesse assim. Garantiria que James nunca
voltasse a ver Olivia. Mesmo que custasse a sua vida.
— Sim!
Olivia ofegou.
— Que coincidência!
— Sim!
— Prazer em conhecê-la!
— Obrigada!
— As encontrei!
— Bem, quanto tempo levará até que minha filha volte para
casa?
— Gosto da ideia.
Olivia concordou.
— Ok!
— Talvez seja!
— Pode ser.
— Boa.
— O que mais?
— Qual nome?
— Olivia.
— Tudo bem?
Mallory sorriu.
— Estão no recreio, e depois irão almoçar. Este é meu horário
de descanso.
— Ahh, entendi!
— Parecia?
Mallory assentiu.
— Acredito que sim. Mas você deve saber melhor que eu se ela
está se ajustando aqui!
Mallory tomou um gole de café e assentiu.
Mallory assentiu.
— Imaginei.
— Sério?
— Como soube?
— Só me diga quando!
— Por favor.
— O de sempre e arte.
— Desenhei um coelhinho.
— Só preciso ter certeza que Katy fique bem com isso. Não
saio com ninguém desde...
— Enviarei.
— Não sei. Já faz algum tempo que não tento fazer isso.
Grayson riu.
Grayson assentiu.
— O quê?
— Como...?
— Bem, você insinuou mais cedo que seu pai não era bom.
Estava me perguntando o que quis dizer com isso.
— Foi tudo o que conheci. Por toda a minha vida disseram que
eu não era ninguém e que nunca seria nada. Chamavam-me de
burro e me deixavam mal. É um milagre ter chegado até aqui. Ou
terminar a escola. Eles queriam que eu falhasse. Ninguém
apareceu para assistir a minha formatura no ensino médio. Ou a
qualquer coisa na escola. Não estavam envolvidos de forma alguma
com a minha vida, a menos que fosse para conseguir mais cigarros
ou para fazer algum serviço.
— Que tipo de serviço?
Ela assentiu.
— Todas as noites!
— Acredito que têm sorte, que você não acabou como eles.
Pela primeira vez, não se sentia como uma mãe. Não usava
uma roupa prática, mas uma sexy. Não usava o uniforme de
enfermeira da escola. E não tinha uma só contusão que indicasse
ser uma sobrevivente. Deveria sentir-se feliz por ter sobrevivido,
mas às vezes desejava desesperadamente que, ao invés de ter
conseguido, nunca tivesse passado por nada disso. Estar com
Grayson a fazia se sentir uma mulher, não como alguém que
acabou de sair de uma situação horrível.
— Não sabia que já era tão tarde! Devia ter buscado Olivia há
uma hora. — Correu à procura da bolsa e das chaves.
O sorriso retornou.
— Então, estou ainda mais feliz! Você merece ter essa paz e
Olivia também. Ela estava muito feliz por poder ser chamada por
seu nome de verdade, mesmo que ainda precise chamá-la de Katy
na escola.
— É tão bom poder dizer às pessoas a verdade! — exclamou
Savannah.
Mallory sorriu.
— Tudo que sei é que estou feliz por você ser capaz de confiar
agora. Minha falta de confiança acaba com muitas relações.
Provavelmente por isso ainda estou solteira.
— Talvez!
— De nada!
— James!
— O que é?
Não saíram de sua rua ainda, quando viu um furgão preto sair
atrás dela. Olhou pelo retrovisor, tentando desesperadamente
prestar atenção no que Olivia estava dizendo, assim não a
chatearia.
— Estão bem?
— Sim até agora! — Savannah olhou para a rua. Nenhum
furgão preto à vista. Entregou a mochila para Mallory e ajoelhou
para abraçar Olivia.
— Certo, mamãe!
— Obrigada!
— Vá! E se cuide!
— Eu, hmmm...
— Savannah? — Sussurrou.
— Não!
— Eu vi — disse.
Ele gemeu.
— Sim, estão aqui. Não sei quem James contratou para vir
atrás de nós, mas vou te dizer uma coisa: ninguém é tão cruel
quanto eu. A protegerei com a minha vida, e garantirei que James
nunca toque em Olivia novamente.
— Por que faria isso? Mal nos conhece. Não nos deve nada! E
estou certa de que James te pagou muito bem para fazer o
trabalho.
— É óbvio!
— Por quê?
Grayson riu.
— Não! — exclamou.
— Acredita nisso?
Ele suspirou.
— Olha, estou aqui agora. James sabe onde está. Tem outros
homens atrás de você e de mim. As chances estão seriamente
contra você. Precisa confiar em alguém para te ajudar, seja lá quem
for.
— Tudo bem, então. Acho que está por sua conta. Boa sorte!
— Ele levantou as mãos e ficou parado.
— Alô?
— Sim!
— Obrigada!
— Sim!
Mas agora que ela dormia, não podia tirar os olhos dela. Os
lençóis se movimentaram um pouco e uma parte de seu corpo ficou
exposto. Sua fina camisola não cobria muito. Pôde distinguir as
linhas dos seus seios redondos e as pontas dos mamilos. Sentiu
que ficava duro só de observá-la. Poderia ficar sentado ali por
horas.
Horas depois, Savannah se mexeu. Repentinamente virou e
sentou na cama.
— Olivia? — Murmurou.
— Está a salvo.
— Grayson?
— Sou eu. Você está bem. Olivia está segura. Volte a dormir.
— Grayson?
— Sim?
— Tem certeza?
— Obrigada.
— Quem é?
— Tem identificação?
— Qual o endereço?
— Coisas sexuais.
— Sim.
— Como?
— Bateu nela — disse. — Ela reagiu, então ele bateu com força
no rosto fazendo-a cair, causando um hematoma no ombro e na
bochecha.
— Sim.
— Não sei. Mas eu não bati. Foi James, não eu. Jamais
levantei a mão para ela.
— Sim.
— Mesmo assim não ligou para o Serviço de Proteção ao
Menor?
— Não. Se alguém fez isso não fui eu. Devem ter apresentado
por mim.
— Me escute, idiota...
—Não vai ganhar nada com isso. Ele pode estar gravando a
conversa e usá-la contra você. Pode tentar arrancar informações
usando a sua raiva. Não pode fazer coisas assim, Savannah!
Ela rosnou, empurrando seu peito com toda a força. Ele nem
se mexeu. Sequer moveu um pé. Simplesmente colocou a outra
mão na dela.
— O momento certo.
— Não, não ficará! Você não entende. Ele tem muito dinheiro
e conhece muitas pessoas. Nunca me deixará sossegada ou livre.
Fará de tudo para conseguir Olivia. Também te matará se ficar no
caminho. E então, continuará a maltratá-la. E talvez até termine
matando-a. Ele não a quer. Só quer me atormentar, machucá-la,
pois isso é o que mais me dói e James sabe. Vai usá-la para me
pegar.
— Só vai irritá-lo mais e fazer com que ataque com mais força.
Veja como está se prejudicando. Acredita que fugir de novo é a
melhor opção? O serviço de proteção ao menor já está atrás de
você. Está vivendo o tempo todo sob total estresse, e isso está
afetando Olivia. Tem um trabalho aqui e ela também está se
adaptando. Tem amigos que te ajudam. Se for embora, vai ter que
recomeçar e passará por tudo isso de novo. E estará mais distante
de mim.
— Então, acha que devo ficar aqui e esperar que ele venha me
matar? — Sua voz falhou pela incredulidade.
— Não posso!
—Pare com isso agora! Você pode e vai. Não é uma vítima,
Savannah! Chega de agir como uma.
Tentou sair dos braços dele, mas Grayson segurou seu braço
novamente.
— Me solte.
Ela o encarou.
Ela não fez nada, só olhou para ele. Relaxou um pouco, mas
não completamente. Não conseguiria relaxar totalmente enquanto
estivesse em cima dela.
Savannah assentiu.
— Ótimo. Você não pode fugir outra vez. Sei que acha que é o
melhor. Vi o SPM em ação, e você está subestimando-os. Se manter
Olivia com você é o seu principal objetivo, você deve ficar até que
isso seja resolvido. Entendeu?
— Sim, o quê?
— Vai fugir?
— Não.
— Tem certeza?
Mas achava que isso poderia ter sido um erro, pois estava se
aproximando muito dela. E não agia assim normalmente. Grayson
não tinha relacionamentos, e certamente não se apaixonava por
mulheres que fora contratado para matar. Várias vezes fingiu
interesse para conseguir informações. Porém, não tinha
sentimentos envolvidos. Era somente trabalho.
Essa visão não fazia parte da vida de Grayson, pois ele não
era um homem que trabalhava das nove às cinco. Não queria uma
esposa ou família que pudessem ser usadas contra ele, nem
ninguém ligado a ele. Nunca quis uma vida doméstica. Até agora.
Queria isso com Savannah. Tudo isso. E talvez essa fosse a coisa
mais assustadora que já experimentou.
Capítulo 14
— Grayson?
— Savannah...
— Eu sei, mas você ficar aqui é diferente. Não sei o que direi
para Olivia. — Savannah sentia saudade da filha, como se tivesse
passado muito tempo desde a última vez que falou com ela. Mas
não podia arriscar que uma ligação as rastreasse até a casa da
fazenda. Esse lugar deveria continuar seguro caso precisassem
dele de novo.
— Pronta? — perguntou.
— Não. E você?
— Não é estranho?
Grayson gritou.
— Abaixe-se!
— Continue!
—Estou tentando! — O medo e a adrenalina a tomaram.
Continuou abaixada, seguindo em frente. A cabeça rodava e os
dedos estavam brancos.
Será que estava louca? Como podia pensar que estava mais
segura com ele? James podia ter dinheiro e conexões, saber usar
as mãos, mas nunca matou ninguém, que ela soubesse. Quantas
pessoas será que Grayson já matou?
— Uma estimativa.
— Uau, calma — disse.
— O que é isso?
Ele já sabia que estar muito perto dela era um erro. Não
pensou nisso antes? Que ter sentimentos só causaria problemas?
E com certeza, agora ela estava enlouquecendo por ele não ser o
homem de família que ele nunca afirmou ser.
— Entre.
— Dizer para ele que o trabalho está feito. Enviarei uma foto
sua parecendo que está morta e uma de Olivia comigo. Depois o
encontrarei para receber o pagamento e o matarei.
— Simples assim?
—Está falando sério? Depois de tudo o que ele fez com você e
Olivia?
— Não sei.
— Certo.
— Notei.
—Estou fazendo isso por você, para que não se preocupe mais.
—Você mataria por mim! Não por dinheiro, mas para proteger
Olivia e eu, e ainda diz que faria isso só para tornar nossas vidas
melhores.
— Ainda seria para te proteger. — Cobriu a mão dela com a
sua.
—Mas quer ir atrás dele para que não nos encontre primeiro.
E está fazendo isso por mim.
—Verdade.
Ela olhou nos olhos dele e soube que nunca o deixaria fazer
isso. Não poderia viver com a culpa de saber que Grayson cometera
um assassinato por ela. Mas, só de saber que ele faria, que se
preocupava tanto assim com ela e Olivia, a fez se sentir muito bem.
Quase desejou que ele não fosse um amante tão incrível. Seria
mais fácil dizer adeus.
Capítulo 16
— Grayson, espere.
— Fazer o quê?
— Como?
— Sim.
— Sei como fazer meu trabalho sem que me peguem. Fiz isto
muitas vezes.
— Sério?
— Por quê?
— Tive uma ideia. Podemos não saber como conseguir provas,
mas conheço alguém que sabe.
— Então?
— O que aconteceu?
— Como? Falar com ela? Droga, não posso deixar que alguém
do serviço de proteção ao menor a assuste. O que vai acontecer se
ela não entender direito e disser algo errado?
—Você concorda?
—Acredito que Noah saberá que Olivia não está mentindo. São
treinados para averiguar se um pai treinou a criança de alguma
forma.
Certo! O plano reserva que ela não queria usar. Aquele que
concordou, caso tudo desse errado, mas que não achava tão bom
assim. No entanto, se James conseguisse levar Olivia, talvez
mudasse de opinião. Eventualmente se livraria da culpa, se isso
significasse manter Olivia segura e com ela.
Capítulo 17
Grayson riu.
Olivia gritou.
— Sério?
— Já te machucaram?
— Eu acho...
— Eu sei.
— Quem é?
— Oi.— Disse.
— Vou chamar Savannah e Olivia.
— Olivia, um senhor está aqui para falar com você, está bem?
Olivia assentiu.
Grayson estava afastado de Savannah, do outro lado da sala,
para lhes dar um pouco de privacidade.
— Olivia Peale.
— Mamãe.
— Às vezes.
— Às vezes.
— Por quê?
Ela assentiu.
— Papai me machucou.
— Que pessoas?
— Papai.
Mas então, a ficha caiu, e ele entendeu que a falha não era de
Savannah. Olivia também olhou para ele e compreendeu o que isso
representou para Noah. Ele não era a pessoa certa para elas.
Precisavam de um homem estável, e ele não podia dar a vida que
elas mereciam.
— Por quê?
— Como?
— Não!
— Não!
Savannah e Grayson trocaram olhares. O que exatamente ela
escutou e sobre o que estava protestando?
— Qual é o problema?
Ela assentiu.
— Farei, querida.
—Não, você vai deixá-lo sair. Mas ele não pode! Tem que ficar!
Vocês têm que estar aqui para me proteger!
— Que bom.
— Grayson?
Aproximou-se querendo deitar ao lado dela na cama.
— Sim?
— Não acho que consigo falar mais sobre isso. — Sua voz
começou a tremer.
— Claro.
— Preciso de você.
Grayson por perto não parecia como trazer alguém para a vida
de Olivia, pois Savannah não estava saindo com ele. Ela dormia e
tinha sentimentos por ele, mas de alguma forma, sem o termo
namoro envolvido, então não considerara sua presença do mesmo
jeito. Agora, parecia que se ele fosse embora, magoaria Olivia. E
isso era a última coisa que gostaria que acontecesse. Era por isso
que decidiu sair com alguém, por alguns meses, antes de
apresentar a Olivia. Não queria que as pessoas entrassem e
saíssem da vida dela constantemente.
Mas agora que o dano estava feito, tentaria fazer com que ele
se encaixasse. As coisas ficavam bem quando Grayson estava por
perto. O passado e o trabalho dele não pareciam afetá-las no
momento. Imaginou como ficaria sabendo que ele foi trabalhar. Ou
como seria vê-lo chegar com o pagamento. O que ela diria quando
as pessoas perguntassem o que seu namorado fazia para viver?
Será que ele sempre tinha um álibi? E sempre tinha a possibilidade
de ser pego e deixá-las para sempre ou por muito tempo. O que ela
diria para Olivia?
Capítulo 20
— Como o quê?
— Desculpe — Disse.
— Mas...
— Daria sua vida por nós, então por que não podemos
renunciar a algo por você?
— Porque nunca te deixaria fazer isso por mim. Não sou digno
desse tipo de sacrifício.
— Eu digo que é.
— E por isso não sou o homem que precisa, pois você teria
que aceitar e ficar bem com isso.
— Mas, e se eu aceitasse?
— Um policial?
— Bem, deixe que se preocupem com isso, não você. Não tem
que salvar o mundo.
— Sei que ele era mau. Machucou muito você e eu não gostava
disso. Ficava assustada. E agora já não sinto medo o tempo todo.
Grayson não lhe faz mal e faz você sorrir. Eu gosto disso. E gosto
de me sentir segura. — Pegou o lápis novamente e recomeçou a
fazer a tarefa.
— Não acho que está tão ruim, agora que limpei o sangue.
Quer ir para o hospital? — perguntou.
— Isso é tudo que precisa saber. Agora sabe que ela disse a
verdade e que Savannah não a fez mentir.
— O que tenho que fazer para demonstrar que foi James quem
a machucou, e não eu?
— Não tenho provas que ele a feriu, mas tenho muitas provas
que ele me machucou — Disse Savannah. Quando Grayson
encontrou o olhar dela, estava trêmula e quase a ponto de chorar.
Por mais que não quisesse olhar, Grayson não resistiu. Foi
até a mesa e pegou as fotos.
— Não.
Grayson assentiu.
— É por isso que sei que a quer morta e não vai parar até que
consiga. Porém, não pude fazer. Quando estava investigando, ficou
muito claro que Savannah não é mais que uma mãe preocupada e
que Olivia a adora. Ela nunca machucaria a filha. Esteve em um
casamento abusivo para dar uma família à filha, e foi embora a
partir do momento que já não era seguro para Olivia. Fugiram
porque estava apavorada com o que ele poderia fazer. Que James
usaria seu dinheiro e influência para mentir e acusá-la de abusar
da filha, e depois a levasse para longe. É dessa maneira que
pessoas abusivas trabalham. Tem que entender. Quando uma
mulher está amedrontada assim, não pode esperar que ela procure
a polícia, pois ela poderia terminar morta por isso.
—Eu estava bem ali quando Savannah disse que foi você
quem atirou. Ele fez muitas perguntas sobre você. Perguntas que
estou certo que você provavelmente não quer que Savannah
responda sinceramente. Se ele acreditar nela, você está fodido.
— Me assegurarei disso.
— Quando? Onde?
Quando desligou, Savannah e Noah estavam observando-o.
— Não me prenderão.
— Pode ser. Mas não confio totalmente em Noah. Ele pode nos
dar as costas ou fazer um relatório que não diga exatamente o que
precisamos. Se ele decidir que estar perto de um assassino não é o
melhor para Olivia, estou certo que vai relatar, inclusive, que
mesmo que você não a tenha maltratado, não significa que não
recomende que Olivia vá para outro lugar.
— Eu?
— Te amo.
— Tem certeza?
— Sério?
— Sim.
Ele a abraçou. O calor e a proximidade do corpo dele a
reconfortaram e a encheram com uma nova paz. Isso era tudo o
que necessitava. Em seus braços, nada poderia machucá-la.
Capítulo 24
— Eu te amo — disse.
— Também te amo.
Virou-se, ficando em cima dela. Grayson olhou para
Savannah, passando os dedos pelo seu cabelo, que caía em volta
do rosto.
Ela resolveu se mover, para que ele pudesse entrar nela. Mas
Grayson também se moveu e continuou a beijá-la. Savannah
envolveu uma perna ao redor dele, se inclinou e o segurou.
Colocou-o em sua abertura e desceu, deixando que ele entrasse
suavemente.
— Obrigada! — exclamou.
— 0—
Isso não podia ser verdade, certo? Seu coração derreteu diante
a expressão nos olhos dele. Tão sincera, tão vulnerável.
— Lamento que não foi amado. Não sei como alguém não
poderia amar você.
— Não sei como alguém poderia lhe fazer mal. É tão gentil e
doce, tão bela e amável. James é louco.
Ele assente.
— Ok...
— E espadas extras.
— Sim!
— Claro! — exclamou.
— Pior?
Assentiu.
— Acredita em Deus?
— Não acredito que seja assim. Acho que só não teve sorte.
— Se foi Deus, então serei grato a Ele todos os dias por você.
E se não, então agradecerei a minha estrela da sorte e espero
nunca ferrar isso.
— Não irá.
— Obrigado.
— Por quê?
— Te amo.
— Também te amo.
— Cala a boca.
Olivia sorriu.
— Por Grayson!
— 0—
— Ok.
Olivia assentiu.
— Mas eu gosto!
— 0—
— Eu sei, e é por isso que saímos. Para que seu pai não
pudesse voltar a machucá-la.
— Eu sei. Mas, mamãe?
— Sim?
— Por que esperamos tanto? Por que não fomos embora logo,
para que ele não nos fizesse mal?
— Bem, porque queria que você ficasse com o seu pai e tivesse
uma família. Tentei evitar que visse que ele me machucava.
— É por isso que quero que ele seja o meu novo pai.
— Achei que seria possível, mas não que fosse tão rápido.
Estou feliz por poder ajudar. Queria ser a pessoa a ajudá-la a se
libertar, como a mulher que ajudou a minha mãe depois de anos
de abuso.
— Estou tão feliz que somos amigas! Obrigada por toda a sua
ajuda — disse dando um sorriso caloroso.
— Sei que tudo dará certo. Tem um homem forte que somente
quer protegê-la. Deveria escutar a maneira como Olivia fala dele.
Como se fosse seu grande herói.
— Sério?
Mallory assentiu.
— Você passou por muito para que isto não funcione. Tudo
ficará no seu devido lugar.
— Sou eu!
— São lindas!
— Ótimo!
— Me tome!
— Doeu?
— Oh, já é tarde!
— Deus, se estiver aí, eu sei que não fui bom, mas isto não é
a meu respeito. Mantenha Savannah e Olivia a salvo hoje. Me ajude
a fazer aquilo que for necessário para que tudo fique melhor para
elas, mesmo que isso signifique ficar longe delas; que eu faça o que
tiver que ser feito. —Levantou e depois ajoelhou novamente.
— Nem eu.
— Está brincando?
— Perdão.
Grayson saiu correndo pela porta sem olhar para trás, com
apenas uma coisa em mente: encontrar Savannah. Agora!
Olhou de novo para o telefone. Ela sabia que ele ligaria assim
que pudesse. Assim que estivesse sozinho, mas até agora nada.
— Noah, me ajude.
Mas não esperava realmente que ele fizesse algo. Não podia
vê-lo, mas suspeitava que estivesse chorando agora, escondido
debaixo da cama.
— Quem?
O policial assentiu.
— Foi horrível!
— Eu... Eu...
— Estava no apartamento quando derrubaram a porta?
Noah assentiu.
— Isto não faz parte das funções do meu cargo no SPM. Não
lido com a violência. Não gosto! Sou pacifista. Também não acredito
em guerra.
— O quê?
— Ok. E?
— Pensei que devia saber.
— Estou certo que fez tudo o que pôde. Agradeço a sua ajuda.
Me avise se lembrar de algo mais ou descobrir algo. Tenho que
procurar Savannah e Olivia. Espero que ambas estejam vivas.
— Por favor, me mate! Não faça mal a ela. Não pode lhe fazer
mal.
Parou de rir.
Não pôde evitar se sentir aliviado. Não era Savannah. Não era
Olivia. Mesmo a morte de Mallory o atingiria com mais força. E se
sentiu terrível porque ficou aliviado. Essas pessoas gentis não
mereciam isto, e ali estava ele, presenciando sua comovente cena
final, e tudo em que pensava era dar graças a Deus.
— Não... Sei.
Ele concordou.
Assentiu.
— Está preparado?
— Sim. — Sussurrou.
Grayson assentiu.
— Ou sequestrá-la?
— Ambos.
— Que hotel?
— Oak... Side.
Ele assentiu.
— Grandes... Planos.
James riu.
— Oh, estou contando com isso. De fato, isso faz parte do meu
plano. Uma coisa é incriminar você pela morte de Olivia. Mas por
que não incriminar os dois? Se deixar um vivo, ficará uma brecha
para que a verdade venha à tona. Deste modo, ambos serão
criminosos, e ninguém os ouvirá. Ficarão na prisão por anos e
anos, pagando pelo que me fizeram.
Só não sabia qual seria o tipo de hotel que não notaria uma
mulher e uma menina sendo carregadas inconscientes. Será que
James tinha algum tipo de sociedade no hotel? Conhecia as
pessoas e as tinha no bolso?
Não tinha nada que Savannah pudesse fazer para parar isso.
Essa era a verdade. Talvez Grayson viesse, talvez não. Talvez ele as
salvasse ou não. Os momentos felizes que viveu com ele e Olivia
terminaram. Foi um sonho e agora estava vivendo um pesadelo.
Tinha falhado mais uma vez, permitindo que James ganhasse
novamente. Nunca foi capaz de proteger Olivia, e agora nem mesmo
era capaz de mantê-la viva. A vida de Olivia terminaria junto com
a de Savannah também. E não tinha nada que pudesse fazer para
impedi-lo.
Assim, ela não veria o que ele estava prestes a fazer, ou o que
qualquer outra pessoa fizesse. Olivia já tinha visto muito. Essa
pobre menina precisaria de anos de terapia para superar tudo o
que passou. Grayson sabia muito bem disso.
— Estamos perdendo-a!
— Não, não, ela passou por muito para que isso aconteça.
Espere! — Grayson pegou o telefone. Havia uma pessoa que
poderia ajudá-lo.
Mallory assentiu.
— Boa ideia.
Agora focaria no fato que ela estava viva, Olivia e ele estavam.
E isso era o mais importante.
Capítulo 34
Olhou-o, implorando.
— Desculpe, mas não sei. O seu caso foi registrado como uma
overdose e elas apareceram. Normalmente isso acontece quando
um dos pais tem problemas com drogas. Já os vi em ação.
— Obrigada — agradeceu.
Ela estava tão grata que poderia abraçá-lo. Mas bem na hora
que o enfermeiro estava terminando, Noah entrou no quarto. Se
apresentou e apertou a mão das pessoas do grupo que a
interrogava.
— Ei!
— Bem, acredito que não seja uma boa ideia, pois seu corpo
passou por muita coisa.
— Disse-me o quê?
— Foi atingido?
— Obrigado.
— Polícia! Abram!
— Grayson Butler?
Era difícil ouvi-la chamando por ele. Olhou para trás, vendo
que Savannah a abraçava. Olivia estendeu a mão para ele,
desviando o olhar.
— Não!
Levou a mão até ele, junto com a de Olivia e Grayson saiu do
apartamento, engasgando com as lágrimas. Não choraria na frente
desses policiais. De maneira nenhuma! Respirou fundo pensando
em James.
Bem, tudo que Grayson podia fazer agora era pensar nos
desafios que teria pela frente, montar seu caso, e esperar que, se
alguém foi enviado para matar Savannah, já a teria matado.
— Oh!
— Bem, ainda tenho que juntar mais provas, mas acredito que
tenho algo sobre James.
— Como a máfia?
— Sim
— Como?
— Bem, ajudará a caracterizar ainda mais a legítima defesa.
Podemos provar que todos os homens que Grayson matou,
trabalhavam para James. Pode contar com os princípios da
legítima defesa para liberá-lo.
— Como?
— Agora que sei que ele está preso, irei à polícia com as provas
que tenho. Informarei sobre a prova que está faltando e que estou
esperando, que é uma evidência fotográfica de um posto de
gasolina próximo que mostra James e seus homens armados. Com
sorte, será o suficiente para que eles liberem uma fiança, em vez
de mantê-lo preso até o julgamento, porque ele cometeu um crime
violento.
— Ok, gostei disso. — E, então, ele poderia sair logo que fosse
decidida a fiança. Do contrário, passariam meses até o julgamento
e, quem sabe, com que frequência conseguiria visitá-lo, nesse caso.
— Vamos, Grayson.
— Novas provas?
— Fale com o seu advogado. Não posso falar muito sobre isso.
— Grayson — disse.
— Oi! — Que ele fazia aqui? Entre todas as pessoas, Noah era
a última que esperaria encontrar aqui.
— Você...
— Como...
— Chegarei lá. — Noah explicou o que tinha descoberto, à
respeito da família de James, e a conexão dele com a máfia, o que
justificava o uso da violência excessiva de Grayson.
Noah assentiu.
— Funcionou? Obrigada!
— Ótimo!
— Mas como...
— É linda! — Sussurrou.
— E tão grande.
— Gostou?
— Sim!
— Te amo!
Explicou ao corretor que pagariam o preço anunciado em
dinheiro, e que queriam mudar o mais rápido possível. O corretor
retornaria à ligação depois de falar com os donos, mas Grayson
não estava preocupado. Quem não aceitaria uma oferta, pelo preço
anunciado, e em dinheiro, sem ter que tratar com bancos?
— Fazer o quê?
Ela assentiu.
— Vá em frente.
Ela assentiu.
— Poderia nos dizer agora como era James Davis, seu ex-
marido? Nos explicar por que acha que Grayson agiu em legítima
defesa?
Mas, com o seu passado e tudo o que fez, não teria como
ganhar essa. Tinha que enfrentar a realidade. O advogado disse a
Grayson que ele precisava ouvir o veredicto, e ficar calmo. Quem
queria um cliente apavorado nas mãos? Matou James e outros
homens, e tinha um histórico de homicídio. Estariam loucos se não
o declarassem culpado. Se declararia culpado se estivesse entre os
jurados.
Ele já tinha dito isso pelo menos uma dúzia de vezes, desde
que saíram do tribunal.
— Só se estivéssemos casados.
— Case comigo.
Ela riu.
— Sim! Sim! — Ela cobriu o rosto dele com beijos e ele pensou
que, nesse momento, a vida não poderia ser melhor.
— Perfeito!
— Eu também! — E depois.
— Ele é um guarda-costas.
— O quê?
— E eu também.
— Já tem força.
A vida era doce! E, em um mês, seria ainda mais. Não fez nada
para merecer essa vida, mas passaria cada dia, pelo resto de seu
tempo, se assegurando que fosse digno dela.
Fim!
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