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TRANSDISCIPLINARIDADE
Resumo
1
Aluna regular da quarta turma do Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias, da
Universidade Estadual de Goiás-UEG. reginayn@hotmail.com
2
Aluno regular da terceira turma do Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologia-MIELT
da Universidade Estadual de Goiás/ UEG. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás -
FAPEG. Edital número06/2014 de 16 de Abril de 2014. marcosviniciusguimaraesdepaula@outlook.com
3
Doutor em Educação. Vice-coordenador do Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologia -
MIELT-UEG/GO. Professor dedicação exclusiva e produtividade da Universidade Estadual de Goiás-UEG.
Orientador dos mestrandos Regina Célia da Cunha e Marcos Vinícius Guimarães de Paula. suanno@uol.com.br
ISSN 2176-1396
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Introdução
Ausubel (2000) revela que as crianças recebem “formação de conceitos” que são
abstrações feitas nos primeiros anos de vida, assim na idade escolar, geralmente, as crianças já
possuem um conjunto adequado de conceitos. Neste momento na maior parte os conceitos são
adquiridos mediante “assimilação”. Resumindo quatro características da “assimilação” dos
conceitos:
1) O conhecimento novo interage com algum conhecimento prévio, gerando um novo
conhecimento significativo para o aprendiz e o conhecimento prévio adquire novos
significados, fica mais elaborado e ampliado, assim sendo um subsunçor para outros
conhecimentos.
2) A fase de retenção, organiza-se durante algum tempo, o conhecimento adquirido
reproduz e é utilizado no âmbito de suas características, independente do subsunçor que lhe
deu significado em um processo de interação cognitiva.
3) O novo conhecimento que foi aprendido significativamente no entanto pode ter início
um processo de obliteração, no qual seria um esquecimento residual anterior. Isso quer dizer
que a estrutura cognitiva pode ser alterada, ampliada.
4) A assimilação obliteradora pode também não levar a um esquecimento total, sendo
parte natural da aprendizagem, modifica o subsunçor. Ela permanece dentro do subsunçor de
forma ampliada e possibilita a reaprendizagem.
nem com ideias subordinadas, nem com as superordenadas, mas com conhecimentos amplos,
gerais de conteúdo relevante existente na estrutura cognitiva.
Na aprendizagem significativa os conteúdos devem ser programados pelo princípio da
“diferenciação progressiva” ou seja, as ideias mais gerais do tema proposto devem ocorrer no
início, para serem progressivamente diferenciadas depois. Ausubel (2000) também chama
atenção para o princípio da “reconciliação integrativa” que é a consequência em traçar
similaridades e diferenças entre ideias correlatas em contextos diferentes.
A teoria Ausubeliana, como as outras Piagetiana, Vygotskyana, trazem referências
sobre a aprendizagem e não o ensino. Despertam elementos na forma de aprender, assim
revelando a importância do professor como o grande condutor dessa arte de ensinar,
utilizando o conhecimento teórico a favor da sua aplicabilidade na preparação de atividades
que facilitem o processo de ensino. A teoria também abre visões para o entendimento que a
participação do aprendiz é primordial para a efetivação da aprendizagem. Porém o que se
torna mais especial, seria a compreensão da forma de aprender. Os estágios, desafios que são
lançados para os aprendizes e como as informações são incorporadas, assimiladas,
modificadas revelando um estado consciente dos níveis de realidade processual ou seja, a
exploração desse estágios cognitivos acarretam em transformações que modificam realidades
nas diversas dimensões e referências que o conhecimento possa alcançar.
que é do professor. Concretiza seu conhecimento por meio de estruturas que o mapa
conceitual permite, ou seja, palavras que se organizam dando movimentos para a significação
do conhecimento. Saberes prévios que vão sendo ampliados, transformados, construindo e
reconstruindo, acrescentando e reconfigurando. Tal como dizem Novak e Gowin (1984),
mapas conceituais possibilitam trocas entre professores e alunos, negociando significados, já
que assumem representações explícitas dos conceitos, dos pensamentos, do raciocínio e
proposições que o sujeito possui.
O professor por sua vez consegue permear pelo raciocínio do aluno, entendendo de
quais maneiras cognitivas, emocionais, históricas o aluno utilizou ao desenvolver seu
conhecimento e consegue também incorporar visões que antes não foram percebidas pelo
próprio professor, gerando novos conhecimentos pra si próprio também. O ambiente
proporciona conhecer o outro na visão a qual ele possui, contribui para uma aproximação
maior entre aluno-professor-conhecimento-ambiente. Mapas conceituais com uma visão
humanista de Novak(2000), revelam um eixo vertical central, no qual percebe o ser que
aprende, a aprendizagem significativa e a evolução humana subjacente a esta aprendizagem.
Porém é preciso entender que o aluno é um agente ativo no seu conhecimento. Gowin
e Novak (1984) abrem a possibilidade sobre a internalização do conteúdo ou não. A captação
de significados é condição prévia para aprendizagem significativa, mas fica na dependência
do sujeito em internaliza-la ou não, embora possa ter captado o significado. Essa caraterística
também é ressaltada por Maturana (2001), as mudanças acontecem para um conservação da
sua própria organização. A forma então como entende-se o mundo e a realidade enquanto
seres humanos e observadores, portanto fica a critério do aprendiz em mudar ou não sua
estrutura cognitiva. Ter significância, então, depende da auto-organização do sujeito, na
medida em que alimenta e retroalimenta seus interesses.
A aprendizagem significativa proposta por Ausubel (1982), entende que quando o
sujeito não consegue ligar o conhecimento com algo que é seu, não traz significância, torna-se
reprodução. Ao passo que se ao contrario ele consegue fazer ligações com algo que é dele,
como um conhecimento prévio, torna-se assim significativo. Portanto para Ausubel, Novak e
Hanesian (1980) o processo na aprendizagem é muito mais valioso do que o conteúdo em si.
Como a ciência evolui rapidamente, o conhecimento vai tornando obsoleto, então os
estudantes deveriam conhecer o processo e como desenvolve o raciocínio, a reflexões acerca
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das questões apresentadas e não limitar-se ao conteúdo, mas ampliando e voltando essa
ampliação para sua aplicabilidade.
Com essa visão, aprender passa ser responsabilidade do aluno, o traz participante de
sua aprendizagem. May (1973) afirma que a condição de ser ativo amplia e aprofunda a
consciência, sendo ela atribuidora de significados aos objetos que rodeiam o indivíduo. E a
intencionalidade dá significado a experiência e possibilita ser o sujeito que somos e o mundo
que compreendemos.
sistematizar informações. O aluno toma consciência de seus próprios processos mentais e tem
a possibilidade de controlá-los gradativamente (STEDILE, 2003).
Portanto educação na ideia de Novak (1980) é uma somatória de experiências
cognitivas, afetivas, psicomotoras que contribuem para o “empowerment” “engrandecimento”
do sujeito para atuar no seu dia a dia. A interação pessoal entre alunos, professores é
fundamental na construção do conhecimento, a dialogicidade consolida o conhecimento. A
aprendizagem para Moraes e Torre (2004) seria um fenômeno de grande complexidade
envolvendo múltiplas dimensões do sujeito envolvendo também o processo de ser e estar no
mundo. O grande desafio do professor estaria em: manter o diálogo permanente, propondo
desafios, situações –problemas, reflexões, criando conexões entre o conhecimento adquirido e
o que e onde pretende-se chegar.
conceitos, alcançando diferentes concepções, reportando não só para o ser profissional, mas o
ser individual e coletivo.
Fomenta-se então a participação ativa do aluno, instigando iniciativas para um
despertar curioso e crítico frente aos conteúdos escolares. A criticidade favorece uma
desenvoltura no conhecimento no qual aproxima da realidade do sujeito. Ativa conexões entre
conhecimento intelectual, pessoal, emocional, criativo, oferecendo oportunidades de exercitar
capacitações e habilidades.
A proposta do uso dos mapas conceituais como mediação do conhecimento promove
um ampliar, representando visualmente ideias oriundas das relações que o indivíduo obteve
no seu caminhar no processo de aprendizagem. Percebe-se o uso criativo da ferramenta, em
que o conhecimento acontece em momentos diferentes e complexos ao ultrapassar para um
alcance maior nos níveis de realidade, respeitando o ritmo de aprendizagem do aluno bem
como seus interesses, considerando diferenças individuais, assim como expectativas e
necessidades. Reporta a ideia de organização em rede com uma intencionalidade de criar uma
visão sistêmica, recursiva, dialógica, retroativa, hologramática do tema em questão. Assim é
positivo seu objetivo didático em promover ambientes transdisciplinares.
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D.P. The acquisition and retention of knowledge: a cognitive view. Dordrecht:
Kluwer Academic Publishers,2000. 210p.
NICOLESCU, Basarab. Ciência, sentido & evolução: a cosmologia de Jacob Boehme. São
Paulo. Attar. 1995.
NOVAK, J.D. Uma teoria da educação. São Paulo: Pioneira. Trad. de M.A. Moreira,1980.
NOVAK, J.D. Aprender, criar e utilizar o conhecimento. Mapas conceituais como
ferramentas de facilitação nas escolas e empresas. Lisboa, Plátano Edições Técnicas, 2000.
NOVAK, J.D. e GOWIN, D.B. Aprender a aprender. 1ª ed. em português. Lisboa: Plátano
Edições Técnicas, 1984.
ONTORIA, A. Mapas conceituais: uma técnica para aprender. São Paulo: Loyola, 2005.