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Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Apoio à decisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1 Modelos tradicionais de apoio à decisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2 Metodologias multicritério de apoio à decisão (MCDA construtivista) . . . . . . . . . 16
1.2.1 Estruturação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.2.2 Limites geográficos e temporais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.2.3 Histórico do processo de decisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.2.4 Construção do mapa cognitivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Objetivos e valores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Especificar valores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.1 Identificar objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2 Estruturar objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.3 Especificar atributos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3. Avaliar alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.1 Avaliação das ações potenciais – fórmula de agregação aditiva . . . . . . . . . . . . . . 42
Recomendações e desempenho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4. Recomendações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
UNIDADE 1 – MODELOS E METODOLOGIA DE DECISÃO
INTRODUÇÃO
Ao longo da vida, em diversos momentos se faz necessário tomar decisões. Essas decisões
podem ser simples ou complexas, mas todas buscam um objetivo. Não há certeza de que a decisão
tomada é a mais acertada, entretanto, a partir dela, são geradas as consequências.
• onde morar;
• que carreira seguir;
• que emprego escolher;
• para onde viajar;
• em que investir etc.
De uma forma ou de outra, todas essas decisões são complexas e requerem cuidados para
evitar futuros arrependimentos. Quantas pessoas trocaram de emprego e depois perceberam que
o emprego novo era inferior ao anterior? Quantas empresas investiram em um novo produto e esse
produto não teve o retorno esperado? Quantas pessoas decidiram viajar para um destino e tiveram
decepções? Enfim, toda tomada de decisão passa por uma série de fatores que não se controla, ou
seja, pode ou não atingir a expectativa do decisor.
A tomada de decisão também pode envolver outros fatores, conforme Churchill (1990, apud
ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001):
• envolvem incertezas sobre o caminho a seguir, que envolvem alternativas a seguir e que têm
grupos envolvidos;
• há conflitos entre os diversos grupos que podem conter em um determinado problema;
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• existem diferentes relações de poder na tomada de decisão, que podem comprometer o
resultado final;
• há uma grande quantidade de informações, sejam elas quantitativas ou qualitativas que são
importantes no processo decisório;
• apesar de serem em grande quantidade, as informações tendem a ser incompletas; e
• exigem soluções criativas e inéditas.
Assim, por mais que as características sejam similares, as decisões mais complexas são
únicas, ou seja, se modificam dependendo de quem as busca. Por mais que a troca de emprego
seja algo comum no mercado, a tomada de decisão de uma pessoa é diferente de outra pessoa,
pois o resultado é percebido de forma distinta.
Um dos métodos que contribuem para a tomada de decisão trata de modelos quantitativos.
Esses modelos, a partir de uma perspectiva numérica, traduzem em melhor opção aquela que gerar
redução de custo, aumento de receita etc., entretanto, não observam aspectos qualitativos.
Se após os anos 1950 a abordagem quantitativa passou a ser mais utilizada pelas empresas,
destacando nesse cenário a pesquisa operacional, a partir da década de 1980 a abordagem qualitativa
destaca-se pelo crescimento do interesse em sua abordagem. Os aspectos qualitativos estão
diretamente relacionados com fatores ambientais, sociais, organizacionais etc.
Assim, este material busca por meio dos fatores quantitativos e qualitativos a tomada de
decisão. Para isso, utiliza a metodologia multicritério de apoio à decisão (MCDA construtivista). O
objetivo é que ao final desta disciplina seja possível recomendar, a partir dos resultados gerados,
a alternativa que melhor atenda as expectativas dos atores envolvidos em determinado problema
ou oportunidade.
Por citar oportunidade, pressupõe-se que essa metodologia não parte de um problema já
existente, como a maioria das técnicas existentes no mercado, e que não há pretensão de se achar
a solução ótima, mas aquela que mais conseguiu corresponder às expectativas dos atores. Para
facilitar a compreensão, vamos discutir os seguintes aspectos:
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1. Apoio à decisão.
2. Metodologias multicritério.
3. Identificação do contexto decisório.
4. Construção do mapa cognitivo.
5. Análise de mapas cognitivos.
6. Pontos de vista fundamentais.
7. Descritores ou atributos.
8. Funções de valor.
9. Taxas de substituição.
10. Avaliação das ações.
11. Aplicações práticas.
1. APOIO À DECISÃO
Em uma necessidade gerada por uma empresa, é possível utilizar duas abordagens:
Seja por um modelo ou pelo outro, há de se avaliar quais são os problemas existentes, quais as
possíveis oportunidades percebidas, quais métodos podem ser utilizados e qual objetivo desejado.
Assim, gera-se a necessidade de escolher um paradigma científico.
Paradigma científico, segundo Kuhn (1996 apud ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001, p. 16):
Serve para definir como legítimos os problemas e métodos de uma determinada área
de pesquisa. Os praticantes de uma área de pesquisa são guiados pelo paradigma
quanto atuam como cientistas/consultores. Um paradigma definirá tantos os
problemas considerados como pertinentes à resolução pelos praticantes, quanto
as teorias e modelos julgados como válidos para atacar aqueles problemas. Os
pesquisadores empenhados em resolver problemas e/ou criar novas teorias e modelos
estão engajados em fazer ciência normal. Já aqueles pesquisadores envolvidos em
questionar o paradigma vigente e propor um novo paradigma estão envolvidos na
ciência extraordinária.
Os mesmos autores propõem ainda uma analogia ao jogo de xadrez para melhor entender as
questões do paradigma.
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A ciência normal, nesse caso, estaria relacionada em descobrir formas de ganhar o
jogo (resolver o problema), guiada por teorias e modelos que buscam tal objetivo. Ela
está sujeita a seguir as normas do jogo (o paradigma). Portanto, as teorias e modelos
podem lidar somente com as regras permitidas pelo paradigma.
A ciência extraordinária nesse exemplo estaria ligada àqueles que querem propor
novas regras ao jogo de xadrez, visando resolver problemas intrínsecos ao paradigma.
Por exemplo, um dos problemas das normas do jogo é o tempo levado para que um
jogador vença. Diante disso, uma modificação do paradigma foi a inclusão de um
tempo determinado (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001, p. 16) .
Na medida em que existem críticas ao modelo tradicional, as regras devem ser explicadas
ressaltando as diferenças em relação ao novo paradigma proposto. Essas comparações são
necessárias para identificar qual opção pode apresentar mais vantagens para uma situação
determinada: manter-se com as regras atuais ou alterá-las para as novas regras propostas?
Dessa forma, a decisão é tomada com o intuito de fazer ou não algo, não sendo possível expressar
qual é o melhor, apenas sugerir a adoção de uma das alternativas. Os atores têm participação
decisiva nessa decisão.
Os atores são pessoas, um grupo de pessoas ou empresas que fazem parte do contexto decisório.
Por serem distintos, podem ter expectativas diferentes entre si. Esses atores são definidos pela sua
atuação diante do problema apresentado e possuem importância diferenciada.
A decisão então passa por diversas etapas e pela análise de diversos atores, gerando conflitos
ao longo do processo.
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Tabela 1 – Tomada de decisão
Estoque disponível
Fábrica A 67
Fábrica B 55
Total 122
Na situação apresentada na tabela 1, a empresa X precisa entregar os produtos para três clientes
distintos. Os clientes têm necessidades diferentes, entretanto, têm interesse no mesmo produto. A
soma total dos pedidos é de 180 peças e a empresa X possui em seu estoque disponível 122 peças.
Se a empresa adota como premissa a redução de seus custos, qual a quantidade a ser enviada
para cada cliente?
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Outro exemplo muito comum dentro das empresas é a definição da compra de produtos de
terceiros (horizontalização) ou fabricação interna (verticalização). No mercado atual, as empresas
precisam definir suas estratégias e cada uma dessas opções apresenta vantagens e desvantagens.
São elas:
A decisão de qual modelo de negócio utilizar passa pela análise dos fatores citados e, como
consequência, dos custos envolvidos. Nesse sentido, a empresa deve avaliar seu custo fixo e seu
custo variável, tomando assim a melhor decisão. Para isso, apresenta-se o seguinte raciocínio
matemático:
Onde:
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Essa tomada de decisão pode ser percebida no exemplo a seguir:
Uma empresa precisa definir sua estratégia de negócio e depois de várias análises, entende que o
custo deveria ser o diferencial na difícil decisão de fabricar ou comprar de terceiros. Assim, relacionou
seus custos de negócio:
Custo fixo: R$ 0
Nas três situações apresentadas, a empresa busca o entendimento da melhor opção para o seu
negócio, ou seja, reduzir seu custo ao máximo. Nesse sentido, manter-se com a máquina antiga
ainda é a melhor opção.
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Esses problemas de pesquisa operacional envolvem programação linear e não linear. O método
simplex resolve problemas de programação linear. Um problema qualquer de programação linear é
um problema de otimização (isto é, busca pela melhor dentre várias situações, utilizando um critério
preestabelecido de otimalidade), com as seguintes características (BRONSON; NAADIMUTHU, 1997):
Passo I. Identificar as variáveis não conhecidas que serão determinadas para decisão (por
exemplo, x e y ou x1 e x2);
a) Cada calça é vendida por R$ 27,00 e tem como custo R$ 24,00 (R$ 10 de matéria-prima e
R$ 14,00 de mão de obra). São consideradas 2 horas para acabamento e 1 hora de costura
para a produção de 1 calça.
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b) Cada camiseta é vendida por R$ 21,00 e tem como custo R$ 19,00 (R$ 9,00 de matéria-
prima e R$ 10,00 de mão de obra). Considera-se 1 hora para acabamento e 1 hora de
costura para a produção de 1 camiseta.
= 27x1 + 21 x2
b) Custo semanal:
Matéria-prima: 10x1 + 9 x2
Mão de obra: 14 x1 + 10 x2
Max z = 3 x1 + 2 x2
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4. Definição das restrições
1. 100 horas acabamento/semana
2. 80 horas costura/semana
3. Produção máxima de 40 calças
5. Apresentação das restrições
6. Restrição de sinais
7. Formulação matemática
Considerando:
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8. Representação gráfica
Figura 1 – Representação gráfica de uma situação problema para tomada de decisão
x2
100 Restrição de demanda calça
80 Restrição de acabamento
60
40
Restrição de costura
20
x1
20 40 60 80 100
9. Entendimento
a) Para a empresa maximizar seus ganhos semanais, deve vender 20 calças e 60 camisetas,
faturando:
i. Receitas
Calças: 20 × R$ 27 = R$ 540
Camisetas: 60 × R$ 21 = R$1.260
ii. Custos:
Calças: 20 × R$ 24 = R$ 480
Camisetas: 60 × R$ 19 = R$ 1.140
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iii. Resultado:
Por outro lado, a tomada de decisão também passa por métodos qualitativos. Um desses
métodos é a técnica Delphi.
A técnica Delphi, segundo Wanke e Julianelli (2006), é a busca pela estruturação da comunicação
grupal, gerando um conjunto de informações e, a partir disso, a criação de um consenso entre
diferentes especialistas a respeito de algum assunto.
De uma forma geral, a técnica Delphi entende que a opinião coletiva é mais importante que a
opinião individual, gerando assim melhores resultados. O objetivo é agrupar o conhecimento e a
experiência dos diversos especialistas com o intuito de gerar um consenso sobre a previsão e a
tendência de determinado segmento ou abordagem.
Tratamento das
Equipe de Seleção dos informações
coordenação especialistas
Elaboração de
novo questionário
Relatório
Final Após consenso
(independe do número Rodada 2
de rodadas)
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Essa técnica pode ser ainda percebida e utilizada em duas situações:
Tanto o método quantitativo apresentado quanto o qualitativo são importantes recursos para
a tomada de decisão. Entretanto, ambos apresentam vantagens e a junção deles pode alcançar
resultados mais satisfatórios para os atores envolvidos. Se o item custo é importante na geração do
resultado, a opinião dos participantes também é fundamental. Para tentar aproximar essa relação,
as abordagens multicritério e o apoio à decisão construtivista podem ajudar.
A necessidade é a busca pela resposta de algo que vem causando algum problema ou ainda
que denote carência. A oportunidade é, por meio de alguma situação já existente, a possibilidade
de expansão ou integração de algo que contribua na melhoria de determinado serviço, produto etc.
Como há certa discussão sobre esses termos e suas definições, este trabalho utilizará do aspecto
necessidade como o início da análise multicritério.
A partir de uma necessidade, gerada por meio de um problema, necessita-se de uma estruturação
da situação para auxílio na tomada de decisão. Nesse sentido, utiliza-se a metodologia multicritério
de apoio à decisão (MCDA construtivista).
Curiosidade
[...] Por se tratar de um segmento da economia que envolve múltiplos atores (fornecedores,
empregados e consumidor final), com múltiplos objetivos conflitantes, mal definidos e com
características singulares desaconselhando o uso de modelos genéricos, a metodologia multicritério
em apoio à decisão construtivista MCDA-C como surge como um excelente instrumento de
intervenção, dada sua capacidade de contribuir com tais contextos. [...]
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Esse modelo, segundo Ensslin, Montibeller e Noronha (2001); Ensslin (2002); Ensslin et al. (2010);
e Bortoluzzi, Ensslin e Ensslin (2011, apud Ensslin et al., 2012), pode contribuir para:
A escolha desse método passa também pelas perspectivas de resultados que a MCDA pode trazer.
Dentre essas informações possíveis, Dutra (2005, p. 50-51) e Bana e Costa (1993, p. 11) destacam:
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Por fim, a justificativa da escolha do método passa pela análise de Dutra (2005), que comparou
diversas metodologias de análise de desempenho, conforme a tabela 2.
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Nessa pesquisa, o autor analisa sob a perspectiva de cinco critérios estabelecidos na tabela 2
(grau de personalização, grau de ambiguidade, grau de priorização, grau de flexibilidade, grau de
geração do conhecimento e grau de geração do aperfeiçoamento) e confirmou a MCDA como a
ferramenta de avaliação de desempenho mais eficaz por
Concepção
Quais são as inventar, desenvolver,
alternativas? e Analisar ações Avaliação
possíveis
Qual é a melhor
Escolha Recomendação
alternativa?
De uma forma geral, o facilitador, que é o elo entre os decisores, busca aumentar a coerência
para a tomada de decisão e observar as perspectivas de cada ator envolvido. O quadro a seguir
apresenta um comparativo entre os paradigmas racionalista e construtivista.
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Quadro 1 – Comparativo entre paradigmas
Paradigma racionalista
Paradigma construtivista
(pesquisa operacional)
Preferência dos decisores São extraídas pelo analista São construídas pelo facilitador
Dessa forma, após apresentar as principais diferenças entre os modelos, a MCDA define a
estruturação como essencial para a consolidação do modelo e possibilidade de recomendação da
alternativa que melhor apresenta a opinião dos atores.
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1.2.1 Estruturação
Considerando as perspectivas de cada ator, o tipo de situação trata das alternativas geradas e
a distinção entre um problema e uma oportunidade.
As alternativas são simulações de situações para o problema gerado. Para a devida estruturação
de um problema, propõem-se ao menos duas alternativas, que atingirão o mesmo objetivo, entretanto,
desenvolvem-se em caminhos alternados. A figura 4 apresenta essa definição.
- Apresentação da proposta
Alternativa 1
- Considerações acerca da proposta
Alternativa N
A figura 4 apresenta um número de alternativas que depende das necessidades geradas pelos
decisores. Quanto maior o número de alternativas, mais complexa será a análise do modelo. Parte
de uma necessidade ou oportunidade:
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b) Oportunidade está relacionada com algo que tenha possibilidade de melhorar, que pode
trazer algum benefício. Em uma empresa, pode ser caracterizada pela adoção de um novo
produto, pela adoção de práticas que visam aprimorar o atendimento ao cliente etc.
Assim, o objetivo é o fim e as alternativas são os meios para se alcançar um resultado, conforme
apresentado no exemplo a seguir.
Imagine que uma empresa localizada na cidade de São Paulo pretende começar a vender para a
cidade de Sorocaba, no interior do estado de São Paulo. A cidade e suas limítrofes, pela análise
da empresa, pode trazer maior rentabilidade ao seu negócio, gerando assim uma oportunidade.
Entretanto, para entrega de seus produtos, precisa definir qual a melhor rota do caminhão. Assim,
propôs duas alternativas:
1) Fazer a entrega das mercadorias saindo da cidade de São Paulo e seguindo pela rodovia Raposo
Tavares; ou
2) Fazer a entrega das mercadorias saindo da cidade de São Paulo e seguindo pela rodovia Castelo
Branco.
O que pode se observar é que, apesar de tratar-se de uma situação relativamente simples – ir
por uma rodovia ou por outra –, o objetivo final é um só: atender a nova demanda da cidade de
Sorocaba-SP e região. Assim, podem ser observados o tempo de trajeto, o congestionamento, o
valor gasto etc. e ao final, pretende-se gerar uma sugestão da alternativa que se apresentou mais
viável, não necessariamente a solução ótima.
Nível de decisão
O nível de decisão está diretamente com relacionado com sua amplitude. Consideram-se duas
vertentes, projeto ou planejamento estratégico.
O projeto trata de um objetivo que se defina com começo, meio e fim. A continuidade do
objetivo ao final desse projeto o torna um novo projeto ou um processo incorporado à empresa.
Tradicionalmente, tem prazo definido em até cinco anos.
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O planejamento estratégico trata de um objetivo de longo prazo, geralmente acima de cinco
anos, que busca atingir determinado nível de atuação com ações diversas.
Os autores Ensslin, Montibeller e Noronha (2001, p. 64) destacam vários tipos de ações, que
tratam das decisões e alternativas durante o processo decisório:
no problema da compra de uma casa para uma família, as ações seriam definidas
como os vários tipos de casas existentes;
caso uma instituição financeira desejasse adotar um modelo para decidir se concederia
ou não recursos aos seus clientes, as ações seriam as diversas pessoas (físicas ou
jurídicas) que desejam candidatar-se ao empréstimo.
um modelo pra a escolha de uma determinada variedade de arroz para plantio teria
as diversas variedades como ações; e
Da mesma forma é o limite temporal que retrata, a partir das perspectivas dos atores, o tempo
para execução do projeto ou do planejamento estratégico. Considera-se também o tempo para
execução das ações ora convencionadas na estruturação do problema ou da oportunidade.
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Atores e decisores
Em uma situação pessoal, percebe-se claramente quem são os decisores. Em uma residência,
por exemplo, uma família composta por pai, mãe e três filhos, a decisão para um determinado
problema está centrada nos pais, facilmente perceptível. Entretanto, em um ambiente empresarial,
nem sempre é simples definir os decisores, pois o contexto decisório pode envolver áreas diversas
de uma empresa e diversos stakeholders. Assim, é primordial considerar para quem o apoio à
decisão será fornecido.
Saiba mais
Em uma faculdade, por exemplo, os stakeholders podem ser desde professores, alunos, passando
pelo banco (que trata de financiamento estudantil), lanchonete (que fornece alimentação aos
frequentadores da instituição) etc.
Para essa identificação, o facilitador, elo entre as empresas ou áreas envolvidas, tem participação
importante e pode ser o responsável por essa tarefa. Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) sugerem
fazer uma lista, junto com o contratante, dos grupos diretamente envolvidos na situação e os que,
apesar de não estarem diretamente envolvidos, têm influência sobre o processo decisório. Ao
identificar os atores, os autores propõem a adoção de um plano, em que:
o eixo das abscissas indica o grau de poder relativo que o ator tem com relação à
decisão a ser tomada; e
o eixo das ordenadas indica o grau de interesse relativo que o ator tem sobre a decisão
a ser tomada. (ENSSLIN, MONTIBELLER; NORONHA, 2001, p. 62).
Por exemplo, uma família, ao decidir comprar uma casa nova, destacou quatro atores: pai, mãe,
filhos e tia. A figura a seguir apresenta essa relação de interesse e poder no contexto decisório.
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Figura 5 – Influência × poder dos atores
Interesse Interesse
na tomada Pai na tomada Pai
de decisão de decisão
Filhos Mãe Filhos Mãe
Tia Tia
Para a devida interpretação da figura 5 (lado esquerdo), quanto mais próximo do canto superior
direito estiver alocado o ator, mais importância ele terá no processo decisório. O contrário também
é verdadeiro: quanto mais próximo do canto inferior esquerdo, menos importância na tomada de
decisão.
Dessa forma, o pai e a mãe são escolhidos como decisores, pois são os que estão mais próximos
do canto superior direito e da reta que define o grau de importância, conforme apresenta a figura
5 ao lado direito.
Apesar dos filhos apresentarem grande grau de interesse na tomada de decisão, não foram
relacionados como decisores, pois há falta de poder na tomada de decisão.
Vale ressaltar que problema não significa necessariamente algo ruim, pode tratar-se de uma
situação em que se busca alternativa para melhorar desempenho ou aprimorar atividades já
existentes. Um histórico sobre dado problema é fundamental para que os diversos atores, apesar
de perspectivas diferentes, tenham entendimento sobre o processo decisório. Assim, o histórico do
processo decisório trata da transcrição de toda situação a que gerou o problema a ser abordado.
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1.2.4 Construção do mapa cognitivo
Cossete e Audet (apud ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001, p. 75) definem um mapa
cognitivo como
Facilitador Decisor
Representações Representações
mentais (t3) discursivas (t2)
L1
Representações t5 Representações
gráficas (t4) mentais (t1)
L2
Contexto
Mapa cognitivo decisional (eventos)
A figura 6 apresenta em seu contexto as linhas L1 e L2. Para que a figura fique mais fácil de
interpretar, os autores simularam um exemplo:
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No momento t3, o facilitador começa a interpretar o que executivo fala, anotando em t4 os
aspectos que mais chamam a sua atenção, gerando um mapa cognitivo. Ao ver o mapa em t5, o
executivo altera e refina sua interpretação sobre o contexto decisório, adicionando elementos, como
por exemplo, a prova do filho na manhã seguinte e a necessidade de que o carro esteja consertado.
Um mapa cognitivo pode ser definido como uma hierarquia de conceitos, relacionados por
ligações de influência entre meios e fins (MONTIBELLER, 2000, apud ENSSLIN; MONTIBELLER;
NORONHA, 2001). Com isso, o decisor cria uma valoração dos aspectos relacionados com o problema
em questão.
Para a construção do mapa cognitivo, é preciso definir um nome que descreva o problema que
será discutido. Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) sugerem ao facilitador escutar as diversas
perspectivas dos atores envolvidos sobre o problema.
Após a definição do nome, sugere-se um brainstorming com o decisor para a identificação dos
elementos primários de avaliação (EPAs) que permitem a criação do mapa. Bana e Costa (apud
ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001) define os EPAs como objetivos, metas, valores dos
decisores, bem como as ações, opções e alternativas, tornando-se a base do mapa cognitivo.
O quadro a seguir apresenta uma série de estratégias que servem para estimular a geração de
um maior número de EPAs.
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Quadro 2 – Estratégias para identificar EPAs
Cada conceito é gerado a partir de um EPA. Entretanto, é necessário criar um oposto psicológico.
Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) citam como importante o polo oposto, pois o conceito só
tem sentido na existência de contrastes entre eles. Em um exemplo para a aquisição de um carro,
o decisor listou os aspectos desejados:
• preço de aquisição;
• consumo;
• potência;
• conforto;
• estabilidade;
A figura a seguir apresenta a construção do conceito pelo elemento primário de avaliação (EPA).
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Figura 7 – Construção de um conceito a partir de um EPA
Na figura 7, foi considerado o EPA pelo preço de aquisição. Nesse EPA, o fator principal é o preço
ser compatível com a renda, logo, o contrário seria o preço de aquisição ser incompatível com a
renda, gerando o polo oposto. Vale ressaltar que nem sempre o polo oposto é o que parece óbvio,
por isso a importância de ser o decisor a apresentar essa informação e não o facilitador. A figura
a seguir apresenta ideias diferentes, apesar de polo idêntico.
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A figura 8 apresenta o possível conflito gerado pela interpretação errada do conceito contrário.
Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) apontam para dois perigos quando os facilitadores assumem
não adotar a prática de perguntar:
Quanto aos fins, sugere-se a utilização do “por quê?”. Por que determinado EPA é importante
para análise? Considerando o exemplo anterior da aquisição do carro, a figura 9 apresenta essa
perspectiva do decisor.
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Quanto aos meios, sugere-se a utilização do “como?”. Como determinado EPA pode atingir
determinado objetivo? Considerando o exemplo anterior da aquisição do carro, a figura 10 apresenta
essa perspectiva do decisor.
Manutenção do carro
ser barata Decisor: “Fazendo com
Meios *** que a manutenção do
Manutenção do carro carro seja barata”
ser cara
Em linhas gerais, o mapa é gerado a partir da ordem de conceitos-meio (na parte inferior da
folha) para os conceitos-fim (parte superior da folha), conforme apresentado nas figuras 9 e 10. Essa
sugestão de formatação colabora com uma interpretação mais precisa do objetivo geral proposto
na resolução do problema.
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Os mapas cognitivos são considerados grafos ou sistema de pontos e cada conceito é considerado
um nó e uma relação de influência é uma ligação. Constituem uma estrutura de “meios-fins”. Conforme
Sampaio (2009, p. 35), “[...] a cadeia de meios-fins estabelece um vínculo entre atributos tangíveis de
um produto e as necessidades individuais e sociais de consumidores, como benefícios e valores”.
Quando os mapas são formados com número elevado de nós, tornando-se extremamente
complexos, Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) sugerem a identificação de características
estruturais que permitam sua análise, considerando:
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OBJETIVOS E VALORES
ESPECIFICAR VALORES
As preferências dos decisores podem ser expressas numericamente como uma forma de gerar
prioridades e desempenho sobre as ações. Essa especificação de valores é criada a partir do ponto de
vista dos decisores e é uma forma de avaliação do impacto de cada situação no contexto decisório.
Os autores citam que muitas vezes os pontos de vista fundamentais podem estar uma mesma
árvore de interesse, ou seja, um ponto de vista que agrupa um conjunto de pontos de vista fundamentais.
Considerando o exemplo da aquisição de um carro, a figura 11 apresenta uma estruturação de
pontos de vista fundamentais.
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2.2 Estruturar objetivos
Com base na figura 11, que trata do conjunto de candidatos a pontos de vista fundamentais, é
necessário que esse conjunto se constitua em uma família de pontos de vista fundamentais (BANA
e COSTA, 1992, apud ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001). Essa família é a base para a
construção do modelo multicritério para a avaliação das ações potenciais.
Exemplo: o facilitador pode sugerir ao decisor imaginar dois veículos e definir pelo melhor veículo.
Se o decisor conseguir definir um veículo como mais adequado, pontos de vista fundamentais
podem não constar na avaliação. Se o decisor não consegue definir o melhor veículo, os pontos de
vista fundamentais podem estar todos relacionados.
Exemplo: se o item conforto for mensurável, é possível estabelecer um nível de conforto para
cada carro, permitindo uma escala de avaliação.
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f) Aspecto isolável: o ponto de vista fundamental permite a análise independente de um
aspecto em relação aos demais aspectos do conjunto.
Exemplo: o item conforto é isolável, ou seja, pode ser avaliado sem a necessidade dos demais
aspectos relacionados (segurança, status etc.).
h) Aspecto conciso: a quantidade de aspectos deve ser suficiente para avaliar o problema em
questão
Exemplo: quanto maior o detalhamento, maior o grau de análise, entretanto, deve-se levar em
conta a quantidade de aspectos que consigam auxiliar na tomada de decisão.
i) Aspecto compreensível: o ponto de vista fundamental deve ter seu significado para os
decisores, permitindo a geração de ideias
Não existe um atributo ótimo a ser utilizado para avaliar os pontos de vista fundamentais. É
considerado válido quando for considerado apto para avaliar as ações potenciais. Segundo Ensslin,
Montibeller e Noronha (2001), os atributos são criados para:
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ALTERNATIVAS
3. AVALIAR ALTERNATIVAS
Nessa etapa, será desenvolvida a modelagem dos objetivos fundamentais, atribuindo pesos
e pontuação para cada um dos objetivos, interligando-os. Como se trata de uma modelagem
matemática, Ensslin, Montibeller e Noronha (2001, p. 187) definem essa fase como “um instrumento
para auxiliar os decisores a expressar, de forma numérica, suas preferências”.
Para a construção das funções de valor, pretende-se utilizar a modelagem matemática proposta
pelos autores, que ajuda a avaliar opções comparando-os qualitativamente em termos das suas
diferenças de atratividade em múltiplos critérios.
A função de valor tem o objetivo de gerar uma escala de avaliação. Bodily (1985, apud ENSSLIN;
MONTIBELLER; NORONHA, 2001) citam que variações idênticas de uma mesma grandeza geram
variações diferentes e significativas de atratividade. Dessa forma, sugere-se construir uma função
de valor para adequar as diferenças. A figura a seguir apresenta um exemplo de função de valor.
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A função de valor não traduz a forma que as pessoas julgam suas preferências. Ensslin, Montibeller
e Noronha (2001, p. 190) destacam dois motivos para a utilização da função de valor:
• qualquer forma de obtenção de um parâmetro sobre as preferências dos decisores, tal como uma
função de valor, faz com que tal parâmetro se altere, pois, ele é construído e não descoberto.
• pesquisas na área da tomada de decisão argumentam não existir uma função de valor definida
na mente dos decisores. Normalmente, quando defrontadas com uma decisão, as pessoas
não usam funções numéricas (utilidade ou valor) para avaliar ações. Assim, as ferramentas
como a função de valor fazem o decisor refletir sobre suas preferências de forma quantitativa.
Para a construção de funções de valor, a literatura sugere diversos métodos, tais como:
Esse método, muito utilizado na construção de funções de valor, é formado por um conjunto de
níveis de impacto, ordenados do pior para o melhor. Nas duas extremidades são definidos valores
que servirão de base para a escala (geralmente de 0 a 100).
Os dois níveis considerados como a melhor e o pior resultado são expressos no quadro 3 como
N5 e N1. O carro alemão teve a pontuação 100 por tratar-se da melhor opção e o carro nacional
básico teve pontuação 0 por tratar-se da pior opção.
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0 ___________ ? ___________? __________?____________100
a) b) c) d) e)
Onde:
Percebe-se que nas duas extremidades foram atribuídos itens para expressar a função de valor.
Entretanto, os níveis intermediários também se fazem necessários na mesma relação. Para isso,
é importante saber as diferenças de atratividade. Assim, o facilitador faz a seguinte pergunta ao
decisor: se um carro importado tem um valor de 100 pontos, quantos pontos vale um carro importado
americano? E assim sucessivamente, até que todos os parâmetros estejam preenchidos com valores.
a) b) c) d) e)
Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) destacam como vantagens do método de pontuação direta:
b) Método da bisseção
Esse método, segundo Ensslin, Montibeler e Noronha (2001, p. 192) é especialmente útil quando
os atributos são quantitativos contínuos (por exemplo, tamanho de uma casa em metros quadrados).
É também um método amplamente utilizado, na prática, para a construção de funções de valor.
A diferença desse método é que se aplicam apenas valores ao melhor e pior cenários. A pontuação
segue o mesmo método da pontuação direta (0 para o pior cenário e 100 para o melhor cenário).
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Após essa determinação, o decisor identifica uma posição mediana para refinar a função de valor.
A figura a seguir apresenta essa relação.
100 100
Valor Valor
50 50
Tempo Tempo
0 (min.) 0 (min.)
60 ? 0 60 20 0
Na figura 13 (à esquerda), apresenta-se uma indagação (?), ou seja, o decisor precisa definir
qual o ponto intermediário em termos de atratividade; já a figura à direita apresenta essa relação.
Considerando a figura 13 (à direita), o decisor considerou que o valor atribuído 20 é aquele que
melhor expressa seu julgamento quando comparado com as extremidades (melhor e pior cenários).
Assim, outros pontos podem ser atribuídos até que se obtenha a função de valor para o determinado
ponto de vista fundamental.
Beinat (1995, apud ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001, p. 195) considera que no método
semântico “a função de valor é obtida por meio de comparações par-a-par da diferença da atratividade
entre ações potenciais.” Tais comparações são feitas solicitando que os decisores expressem
qualitativamente, através de uma escala ordinal semântica (com palavras), a intensidade de preferência
de uma ação sobre a outra.
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Um desses métodos é o Macbeth (Measuring attractiveness by a categorical based evaluation
technique), desenvolvido por Bana e Costa e Vansnick (1995) e implementado em software.
O modelo Macbeth é uma metodologia de análise de decisão que ajuda a avaliar alternativas
comparando-as qualitativamente em termos de suas diferenças de atratividade em múltiplos critérios
(BANA e COSTA, 2006, p. 12).
• extrema;
• muito forte;
• forte;
• moderada;
• fraca;
• muito fraca;
• nula.
O software também mede a ponderação de critérios para a tomada de decisão. Essa ponderação
trata de definir o que é mais importante em um problema apresentado, por exemplo, custo ou prazo
de execução. A figura a seguir demonstra o funcionamento do software.
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Figura 15 – Ponderação de critérios Macbeth
A partir das definições dos atributos e a ponderação dos critérios, o software efetua a avaliação
global pelo método aditivo, conforme apresenta a figura a seguir.
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De uma forma geral, Bana e Costa (2006) apresenta uma série de vantagens do uso do software
Macbeth para a tomada de decisão, como pode ser observado na figura a seguir.
• ao contrário dos outros dois métodos, o Macbeth requer transformações matemáticas a partir
dos julgamentos dos decisores;
• quando não há função de valor compatível com o julgamento do decisor, o Macbeth sugere
alternativas para resolver o problema, o que pode causar distorção no resultado; e
• caso o decisor tenha vários níveis de impacto, a exigência de comparações que o sistema
exige torna-se maçante.
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Onde:
v1(a), v2(a), ... , vn(a) = valor parcial da ação a nos critérios 1, 2,..., n
w1 + w2 + w3 + .... + wn = 1
b) O valor das taxas de substituição deve ser maior que 0 e menor do que 1.
c) O valor parcial de uma ação fictícia com impacto no nível bom é igual a 100 em todos os
critérios.
d) O valor parcial de uma ação com impacto no nível neutro é igual a 0 em todos os critérios.
e) O valor global de uma ação aBom com todos os impactos no nível bom é 100.
V(aBom) = 100
f) O valor global de uma ação aNeutro com todos os impactos no nível neutro é 0.
V(aNeutro) = 0
Segundo Ensslin, Montibeller e Noronhal (2001) o que se pretende com essa fórmula é favorecer
a transformação de unidades de atratividade local (medida nos critérios) em unidades de atratividade
global. Com isso, o que se quer é agregar a performance de uma ação nos múltiplos critérios em
uma performance única, a avaliação global da ação.
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Para a avaliação global, necessita-se de duas informações:
Escolha de um carro
Se o item a ser analisado pelo decisor é conforto, por exemplo, ele deve observar qual a pontuação
em relação à escala de valor, assim sugerida:
Ao fazer o mesmo procedimento com os demais atributos, o decisor pode efetuar a avaliação
global, que consiste em validar as alternativas geradas e apresentar as recomendações. Para isso,
utiliza-se a seguinte fórmula:
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Considerando as seguintes escalas (apenas o item conforto foi calculado efetivamente, os
demais foram sugeridos para a formulação do problema):
• custos: v(custos) = 50
• conforto: v(conforto) = 84,8
• status: v(status) = 107,2
• velocidade: v(velocidade) = 100
• segurança: v(segurança) = 39
Aplicando a fórmula:
Na avaliação global, o objetivo escolha de um carro atingiu 54,7 pontos. Ao abordar as alternativas
geradas no modelo, efetua-se o mesmo procedimento de cálculo dessas alternativas e assim
recomenda-se ao decisor aquela que apresentou o melhor resultado global. No exemplo de escolha
de um carro, as alternativas podem estar relacionadas aos modelos de carros para avaliação.
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RECOMENDAÇÕES E DESEMPENHO
4. RECOMENDAÇÕES
Ao concluir a fase de avaliação, as informações são utilizadas na comparação das alternativas
propostas. Ensslin et al. (2010, apud ENSSLIN et al., 2012, p. 183) ressaltam que “traçando o perfil
de impacto é possível comparar o conjunto de ações e a seguir, fornecer subsídios ao decisor para
que este tenha condições de avaliar e selecionar qual estratégia mais adequada a ser tomada”.
Para isso, propõe-se a adoção de um gráfico comparando os diversos itens que compõem o
objetivo, conforme figura a seguir.
20,00
0,00
Custos Conforto Status Velocidade Segurança
Veículo 1 Veículo 2
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Na recomendação das alternativas, o veículo 1 apresentou o melhor resultado global, logo,
deveria ser o escolhido pelo decisor. A tabela a seguir apresenta o resultado final.
RESULTADO GLOBAL
Veículo 1 R$ 63,05
Veículo 2 R$ 55,74
Nesse exemplo, a alternativa que apresenta melhor desempenho é a escolha do carro 1, por ter
alcançado a maior pontuação na avaliação das alternativas.
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O autor cita que uma das possíveis alternativas que pode contribuir para minimizar a concentração
de veículos nos grandes centros, reduzir congestionamentos, emissão de poluentes e custos
operacionais, ao mesmo tempo em que não diminui o nível de serviço proposto ao cliente, está
relacionada na flexibilidade dos veículos de carga e, principalmente, do componente que transporta
as mercadorias, os baús.
Tudo. É no escoamento da produção que está o envolvimento da parte produtiva com a parte
operacional. O que adiantaria produzir se a entrega não é possível? E mais que isso, a engenharia
de produção pode contribuir ainda na concepção de um novo modelo de veículo que ajude na difícil
tarefa de minimizar o impacto da distribuição de produtos nos grandes centros urbanos.
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Assim, o conceito de city logistics traz à tona a necessidade de organização das empresas
empenhadas em distribuir cargas em centros urbanos. O crescimento com a preocupação da
efetividade dos processos contribuiu para que esse conceito fosse difundido, visando o bem-estar
do ambiente urbano (DUTRA, 2004). Alguns modelos produzidos para cooperar nesse processo
são destacados a seguir:
1. O modelo francês: Vert chez vous – cidades de Paris (França) e Toulouse (França)
Esse projeto trata da logística urbana com veículos ambientalmente adequados, combinando
transporte multimodal entre bicicleta e transporte aquaviário.
a) Descrição
Entre as cidades de Paris e Toulouse, uma frota de veículos equipadas com energia elétrica ou gás
está pronta para o processo de distribuição das cargas. Um veículo de transporte fluvial (barcaça)
faz cinco paradas e distribui as entregas via rio Sena. Em cada uma das paradas, uma equipe de
bicicleta recebe e entrega as mercadorias em torno de 1 hora e meia. Após isso, encontra a barcaça
novamente duas paradas adiante. Enquanto isso, a equipe da embarcação faz a roteirização de carga.
b) Benefícios
• redução na emissão de poluentes como CO2 (dióxido de carbono);
• redução na poluição atmosférica;
• redução no barulho e engarrafamentos; e
• benefícios na imagem corporativa.
c) Fatores de sucesso
d) Motivações
Esse tipo de abordagem pode crescer à medida que as restrições aos veículos tradicionais
aumentam. O maior gargalo desse projeto é a ligação rio-cidade, pois o acesso à terra pode ser
demorado e atrasar a entrega. De qualquer maneira, trata-se de um processo com características
distintas, utilizando meios de transporte que apoiam a gestão ambiental. A figura a seguir apresenta
o processo entre a barcaça e o veículo em terra.
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Figura 20 – Barcaça e descarga de mercadorias
A iniciativa logística na cidade de Gotemburgo, na Suécia, tem várias frentes, incluindo a regulação
do centro da cidade e da área comercial, o desenvolvimento de novas infraestruturas, criação de
um centro de consolidação, promoção de uso de veículos não poluentes, a aplicação de soluções
inovadoras, o monitoramento e a coleta de dados em novos veículos e novas tecnologias. As ações
são monitoradas por especialistas em diferentes empresas e instituições do setor público.
a) Descrição
b) Benefícios
• redução na emissão de poluentes como CO2 (dióxido de carbono);
• baixo nível de ruído;
• aceitação pelas partes envolvidas das soluções propostas; e
• utilização ideal da infraestrutura.
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c) Fatores de sucesso
d) Motivações
a) Descrição
O citylog é um tipo de trem sobre rodas que usa um eletrônico e não convencional mecanismo
de eixo. Todos os veículos são semelhantes em sua dirigibilidade. Cada trailer ou baú do veículo é
acionado por um sistema eletrônico que segue a trajetória do primeiro trailer, como um trem, mas
não há um eixo físico que liga os veículos entre eles, porque cada veículo possui sua própria forma
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de propulsão. Cada veículo pode ser acoplado ou desacoplado para o trem muito rapidamente. Isso
é possível para carga ou descarga de mercadorias para uma loja, em que o trailer é desacoplado
na loja, parte para novas entregas e retorna novamente para a retirada do trailer.
A célula de combustível é de hidrogênio. Queda de energia poderá ser evitada e o veículo pode
ser utilizado se necessitar de mais energia. As emissões são somente vapor d’água.
b) Benefícios
c) Fatores de sucesso
A eficiência dos custos apresentados (ativo e combustível) tem sido relevante para o sucesso do
projeto. Além disso, há a perspectiva de utilização em qualquer parte do mundo. A sua originalidade
de célula de combustível de hidrogênio nesse tipo de veículo tem contribuído também para a
participação efetiva das partes interessadas.
Essa aceitação do público e dos atores envolvidos, bem como o aumento da eficiência e da
produtividade nos processos logísticos e a redução de gases de efeito estufa podem ajudar a
melhorar a imagem da empresa que o utiliza, também favorecendo sua aceitação nos negócios.
d) Motivações
A ideia dessa solução logística é produzir um veículo flexível, que respeite o meio ambiente, e
modular, para o transporte de mercadorias principalmente em cidades do interior. Especialmente
em centros urbanos antigos, os veículos de entrega de mercadorias se deparam com muitas ruas
pequenas e crescente restrição de acessos. A prática mais comum antes do EMF era a de caminhões
e veículos particulares tentarem entregar diretamente aos clientes nesses centros urbanos e estes
sofrerem com o excesso de veículos nas vias, além da má qualidade do ar e ruídos.
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e ciclistas, além de terem menor emissão de poluentes. As principais inovações são a célula de
combustível e o eixo eletrônico. Ambos são novos desenvolvimentos no setor de produção de veículos.
De uma forma geral, para que o lote de produção seja efetivado, necessita-se de maior adesão
dos operadores de transporte, das cidades e um trabalho em conjunto com lojas, restaurantes,
estabelecimentos em geral. A figura a seguir apresenta o protótipo desenvolvido.
• tratam de objetivos comuns: resolver ou minimizar o trânsito nos grandes centros urbanos;
• são veículos desenvolvidos para facilitar a movimentação dos produtos em grandes centros
urbanos; e
• ambos são propostas da engenharia de produção com protótipos e produtos acabados.
Percebe-se a dificuldade de escolha por tratar-se de uma decisão subjetiva, ou seja, pode ser ou
não a mais acertada. Nesse sentido, apesar de não garantir a sua efetividade, a análise multicritério
pode ser uma das formas para se conseguir aprimorar a tomada de decisão.
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Dessa forma, para que a aplicação prática da análise multicritério contribua em sua melhor
interpretação, esta disciplina adotará a análise realizada por Barreto (2015) em que foi proposta
a adoção de um veículo denominado Baú Móvel nas atividades de uma empresa varejista. Assim,
são retirados trechos conduzidos com a seguinte perspectiva:
• Uma fábrica, ao desenvolver um novo modelo de veículo que consiste em gerar flexibilidade do
baú, propõe à empresa varejista a sua utilização para testes e, consequentemente, implantação
em larga desse tipo de veículo.
O procedimento para utilização da técnica de abordagem Baú Móvel está disponível no material
complementar desta disciplina.
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5.3 Prazos do projeto
O limite temporal é imediato, pelo crescimento acentuado em número de lojas previsto pela
empresa na área geográfica pesquisada. Aqui se define o tempo para execução, que pode ser em
curto, médio ou longo prazo. Na situação avaliada, imediato parece ser a melhor opção, uma vez
que o gargalo apresentado nas vias urbanas propõe alternativas rápidas para a redução do trânsito.
Os autores sugerem para isso mapear um gráfico envolvendo os atores e seu interesse e grau
de poder na decisão. A formatação desse gráfico passa pelo posicionamento de cada um deles,
em que:
• o eixo das abscissas indica o grau de poder relativo que o ator tem com relação à decisão a
ser tomada;
• o eixo das ordenadas indica o grau de interesse relativo que o ator tem sobre a decisão a ser
tomada.
Quanto mais próximo do canto superior direito estiver alocado o ator, mais importância ele terá
no processo decisório. A figura a seguir apresenta essa relação.
Interesse
na tomada Operacional
de decisão Gerencial
Diretoria
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Assim, o primeiro ator envolvido é o Embarcador, entretanto, separado pelos seguintes grupos:
• Grupos envolvidos:
a) Diretoria, sendo esse o decisor. Com a expansão dos negócios e a maior necessidade de
deslocamento das mercadorias comercializadas, cabe ao corpo diretivo a decisão final.
b) Gerencial, que apresenta a viabilidade técnica (recursos, prazos e custos) para que a
operação se efetive; e
c) Operacional, que trata da execução das atividades ora programadas, no que tange
quesitos de segurança, rapidez e confiabilidade.
Outro ator envolvido é a Transportadora, em que a sua atuação é fundamental para que os
processos sejam cumpridos adequadamente, valendo-se da movimentação dos equipamentos e
todos os seus riscos operacionais (segurança do equipamento e operacionalização de engate e
desengate).
Com isso, o atraso de envio dos produtos para as lojas pode representar perda de venda, principal
indicador de nível de serviço prestado pelo CD. As lojas, ao não terem o produto em sua gôndola,
atribuem ao CD a responsabilidade por essa venda perdida, o que gera atrito entre as áreas envolvidas.
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Nesse cenário, o varejo tem atingido diversas formas de atuação, como retrata Kotler (2009),
destacando:
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Assim, o resultado do comércio varejista brasileiro tem alcançado crescimento nos últimos 12
meses, conforme apresenta a tabela a seguir.
2.1 – Super e -1,0% -1,0% 0,2% -3,0% 10,4% 3,1% 4,1% 3,3%
hipermercados
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7 – Livros, -0,3% -2,6% 1,9% -8,8% -10,9% -3,2% -4,7% -2,1%
jornais, rev. e
papelaria
8 – Outros arts. -0,1% 0,2% 2,4% -3,6% 15,3% 12,4% 10,0% 10,2%
de uso pessoal
Nesse cenário extremamente competitivo, que inclui a aquisição de redes menores por partes
dos grandes varejistas nacionais e internacionais, destaca-se também a alocação de espaços cada
vez mais afastados do centro, atingindo a periferia das cidades, o que traz aspectos positivos ao
consumidor, pois o deslocamento até a sua loja de varejo de preferência é feito de maneira mais
rápida e menos onerosa.
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Quadro 4 – Sazonalidade no varejo
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Livros, jornais, revistas e Multiplicativo (212)(011) Carnaval, Corpus
papelaria Christi, Efeito
Calendário (TD).
De uma forma geral, o IBGE (2014) registra crescimento das vendas no varejo em torno de 5%,
considerando os cinco primeiros meses do ano. Segundo o mesmo órgão, oito das dez atividades
pesquisadas no varejo apresentaram aumento em vendas em maio de 2014, quando comparadas
com o mesmo período do ano anterior.
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x. o segmento de tecidos, vestuário e calçados: apresentou crescimento menos expressivo que
os demais, atingindo 1,9% quando comparados os meses de maio/2014 e maio/2013, atingindo
a 6ª maior taxa do varejo. Entretanto, pode ser considerado um resultado expressivo, pois,
esse segmento apresentava queda em meses anteriores. Por outro lado, a sazonalidade “Dia
das Mães” também contribuiu para o crescimento das vendas, minimizando a retração ao
longo do ano (-0,4%) e aumentando o crescimento nos últimos 12 meses para 1,7% (IBGE,
2014, p. 14).
Caracterizada como uma empresa com forte atuação no cenário varejista brasileiro, o Embarcador
está no segmento há mais de 20 anos, o que o tornou especialista e referência na venda de produtos
diversos. Nesse sentido, seu surgimento está associado à possibilidade de facilitar a compra por
parte do consumidor final, no modelo de autosserviço.
Assim, dentro das diversas atividades do comércio varejista, o Embarcador tem atuação destacada
em produtos alimentícios, artigos de uso pessoal e doméstico, além de tecidos, vestuários e calçados,
entre outros. Essa segmentação ocorreu gradativamente como a sua própria história apresenta ao
longo dos anos de atuação, motivada por aspectos econômicos e políticos acontecidos no Brasil
nesse período.
Se havia uma demanda reprimida por um segmento de negócio varejista, o Embarcador soube
aproveitar e cresceu organicamente. Com o início bastante receoso, a opção de facilidade e preços
acessíveis ao consumidor contribuiu para o surgimento de novas lojas de atendimento. Após
crescimento acentuado ao longo dos anos e diversas mudanças estruturais, a atual configuração
da empresa apresenta o seguinte cenário:
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xvii. perspectivas de negócio para os próximos cinco anos: Crescimento acentuado, com
abertura de novas lojas nas cidades já atuantes e em novos mercados. A linha de produtos
comercializados tende a se manter similar ao atual, diferenciando pelo tipo de mercado
atendido (região). A empresa pretende ainda expandir sua atuação em outros canais de
venda, tais como internet e venda por catálogo, esse último ainda não atuante.
Assim como acontece no setor varejista de uma forma geral, a venda da empresa Embarcador está
concentrada em grande parte no fim do mês, o que pode ocasionar em gargalos para escoamento
dos produtos do armazém até as lojas, pela carência de veículos para transporte, além dos próprios
gargalos internos de acúmulo de mercadorias nos processos de armazenagem e expedição.
Com o crescimento acentuado previsto para os próximos anos, a empresa busca alternativa
no mercado para reduzir seu gargalo logístico, aumentar produtividade e ser mais competitiva. A
diretoria de operações, que engloba as áreas de logística e compras, ao perceber esse gargalo nas
atividades de entrega, busca alternativas para reduzir o impacto das ações sob sua responsabilidade.
Dessa forma, o Baú Móvel pode ser uma das alternativas que contribua no aumento de nível de
serviço ao cliente do CD e pode ainda contribuir em possível redução de custo na cadeia logística.
Assim, foi proposto o Baú Móvel como um possível modelo de operação capaz de otimizar as
atividades da empresa. Para isso, foi realizada uma análise comparativa de desempenho entre
o modelo de operação atual denominado de Baú Tradicional e o Baú Móvel, por meio da análise
multicritério de apoio à decisão (MCDA construtivista).
Os autores caracterizam problema como algo que funciona diferentemente do desejado pelo
decisor. O mapa cognitivo é a representação mental do decisor no momento dos eventos, funcionando
como uma ferramenta de negociação na percepção e interpretação sobre o contexto decisório.
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Para a construção do mapa cognitivo no processo de decisão proposto, o primeiro passo é
definir junto com os atores o problema que irá apoiar a resolução. Assim, sugere-se:
Para a construção do mapa, Osborn (1993, apud ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001)
sugerem um brainstorming para identificação dos elementos primários de avaliação (EPAs). Os
autores, com base em Bana e Costa (1992) definem esses elementos como “objetivos, metas,
valores dos decisores, bem como ações, opções e alternativas. São esses elementos a base para
a construção do mapa cognitivo” (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001, p. 79).
Assim, para obter um EPA deve-se encorajar a criatividade, conforme Camacho e Paulus (1995,
apud ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001):
O quadro a seguir visa identificar os elementos primários de avaliação relacionados por cada
ator envolvido.
5 Produtividade Segurança
6 Receita
7 Competitividade
8 Saúde
Fonte: Barreto (2015).
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A partir de um EPA, deve ser constituído um conceito. Segundo Ensslin, Montibeller e Noronha
(2001), o elemento primário de avaliação é orientado à ação, ou seja, fornece o conceito inicial. Ao
mesmo tempo em que se define a ação, deve-se programar o polo oposto, aquele que é o contrário
da ação que se propõe. O conceito só faz sentido quando há contraste entre dois polos.
Assim, para cada elemento primário de avaliação descrito no quadro 5, se faz necessário atribuir
um conceito, que está diretamente relacionado com seu objetivo central e, ao mesmo tempo, com
um resultado contrário, conforme descrito no quadro a seguir.
Ator Transportadora
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Ator Área operacional
Ator Diretoria
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Quando os atores envolvidos começam a repetir conceitos, expressando a mesma ideia com
outras palavras, deve-se parar a construção do mapa, conforme cita Ensslin, Montibeller e Noronha
(2001). Como consequência das similaridades, aparecerão os enxertos, conforme define Bougon
(1992, apud ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001, p. 104):
Na construção do mapa cognitivo congregado, como define Bougon (1992, apud ENSSLIN;
MONTIBELLER; NORONHA, 2001), o ideal é construir mapas individuais inicialmente e depois
agrupá-los. Esse fator é tido como importante para que não haja pensamento em grupo em um
momento em que o pensamento individual era o previsto. Assim, o quadro a seguir apresenta a
nova configuração com os conceitos enxertados.
Por outro lado, como há EPAs que visam os mesmos objetivos entre os atores, definem-se como
os conceitos essenciais e controláveis aqueles fatores que expressam os objetivos comuns. Em
um mapa cognitivo de grupo, que envolve três empresas com objetivos distintos, as similaridades
permitem a agregação dos conceitos.
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c) Qualidade: diretamente relacionada com treinamentos e o equipamento disponibilizado
para a operação.
d) Custo: diretamente relacionado com a redução de custo na cadeia, seja pela redução de
mão de obra (motorista ou na operação do CD), seja pela quantidade de veículos.
Uma vez definido o problema do grupo, via geração de conceitos, o mapa cognitivo pode ser
construído abordando os interesses mútuos dos atores. Belton (1990, apud ENSSLIN; MONTIBELLER;
NORONHA, 2001) cita o modelo de árvore. Essa estrutura define que um critério complexo deve
ser dividido em critérios mais fáceis de serem mensurados. O critério de nível superior é definido
pela ramificação dos critérios inferiores. A figura a seguir apresenta o mapa cognitivo congregado.
Adotar normas de
saúde (29)
Vale ressaltar que a numeração expressa abaixo de cada conceito na figura 24 foi representada
anteriormente no quadro 7, atribuída para cada ator envolvido um item. Uma vez que os itens
concentram-se nos mesmos conceitos, significa que houve similaridade nas percepções dos atores.
Os conceitos enxertados posteriormente também constam no mapa cognitivo, gerando a integração
entre os todos os conceitos.
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Assim, conforme Ensslin, Montibeller e Noronhal (2001, p. 130), o enquadramento consiste em
determinar, em cada ramo do mapa cognitivo:
xxiv. onde estão localizados os conceitos que expressam ideias relacionadas aos objetivos
estratégicos dos decisores;
xxv. onde estão localizados os conceitos que expressam ideias relacionadas às ações
potenciais disponíveis no contexto decisório;
xxvi. em busca nos sentidos fins-meios e meios-fins do ramo, localizar aqueles conceitos que
expressam um ponto de vista ao mesmo tempo essencial e controlável naquele contexto
decisório.
a) Ramo B1: para o conceito essencial e controlável Segurança, foram relacionadas seis
ramificações possíveis, conforme apresenta o quadro a seguir.
Quadro 8 – Ramificações – conceito Segurança
25 Ter lucro
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Item Conceito Item Conceito
25 Ter lucro
25 Ter lucro
Fonte: Barreto (2015).
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a) Ramo B2: para o conceito essencial e controlável Nível de serviço, foram relacionadas
quatro ramificações conforme apresenta o quadro a seguir.
25 Ter lucro
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Item Conceito Item Conceito
25 Ter lucro
Fonte: Barreto (2015).
c) Ramo B3: para o conceito essencial e controlável Qualidade, foi relacionada uma
ramificação, conforme apresenta o quadro a seguir.
Quadro 10 – Ramificação – conceito Qualidade
Item Conceito
27 Fazer treinamento
25 Ter lucro
d) Ramo B4: para o conceito essencial e controlável Custo, foi relacionada uma ramificação,
conforme apresenta o quadro a seguir.
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Quadro 11 – Ramificação – conceito Custo
Item Conceito
6 Reduzir custo
25 Ter lucro
Observa-se que todas as ramificações são direcionadas ao item 25 (quadro 11), que é ter lucro,
objetivo comum dos atores envolvidos e representado como objetivo macro na figura 24. Com as
ramificações apresentadas, o próximo passo é a análise do mapa cognitivo, abordado a seguir.
Com base nas relações meios/fins, é possível interpretar o mapa para compreender as relações
existentes entre os meios disponíveis aos decisores e os fins que se pretende alcançar (ENSSLIN;
MONTIBELLER; NORONHA, 2001). A figura a seguir apresenta essa relação e a hierarquia dos
objetivos fundamentais.
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Figura 25 – Definição de estrutura hierárquica
Ter lucro
Segurança Nível de Qualidade Custo
serviço operacional
Quantidade Quantidade
Números de Previsto de pedidos de baús
ocorrências realizado solicitados atendidos/quantidade Previsto - realizado
atendidos de baús solicitados
De uma forma geral, o atributo pode ser considerado como a representação do desempenho
do objetivo-fim e deve ser de entendimento idêntico aos atores. Ensslin, Montibeller e Noronha
(2001) afirmam que o significado do atributo deve ser o menos ambíguo possível, evitando diversas
interpretações. Assim, segundo os autores, os atributos são construídos para:
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Os atributos gerados na figura 25 buscam o entendimento e a mensuração dos objetivos-fim
propostos. A sua utilização baseia-se no atributo direto que, segundo Ensslin, Montibeller e Noronha
(2001, p. 147) é “aquele que possui uma forma de medida numérica intrínseca”. Os atributos estão
assim classificados:
Outro aspecto importante na análise multicritério é a taxa de substituição, que sugere um trade
off, ou seja, a perda de desempenho de um determinado item é suprida pelo aumento de desempenho
de outro. Segundo Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) as taxas de substituição são necessárias
porque nem sempre uma ação é melhor em todos os critérios que outra. Assim, pode-se agregar
valor às diversas dimensões propostas.
Para efeito deste trabalho, considera-se a agregação aditiva, em que há ponderação de cada
critério pela sua taxa de substituição (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001). Além disso, os
autores ratificam a citação de Watson e Buede (1987) em que as taxas de substituição devem ser
obtidas, de preferência, de baixo para cima, ou seja, partindo dos níveis hierárquicos inferiores até
os superiores. A figura a seguir apresenta a taxa de substituição para a análise multicritério.
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Figura 26 – Taxa de substituição
A taxa em que foi submetido cada nível passa pela interpolação linear, ou seja, uma linha que
se ajusta a dois pontos. Para isso, foi estabelecida uma escala de pontuação para os dois níveis:
Para maior aderência dos dados, sugere-se a interpretação de baixo para cima. Dessa forma, a
pontuação foi definida primeiramente no nível 2, conforme apresenta a tabela a seguir.
Quantidade 2 70 41%
170
Custo
160
Fonte: Barreto (2015).
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A ponderação das escalas será utilizada na avaliação das alternativas, tornando-se essencial na
tomada de decisão. Após a escala do nível 2, propõe-se a escala de nível 1, retratando os objetivos
fundamentais, conforme apresenta a tabela a seguir.
Custo 2 80 30%
Segurança 3 40 16%
Qualidade 4 30 12%
Operacional
250
Fonte: Barreto (2015).
Vale ressaltar que os itens Prazo (Horas) e Quantidade foram transformados em um item
denominado Nível de Serviço e os itens Custo de Transporte e Custo de Mão de obra foram
transformados em um item denominado Custo. O novo peso é a representação pela pontuação
distribuída entre as ações.
Uma vez definida a avaliação local em todos os critérios e subcritérios do modelo, é necessário
analisar os pontos fortes e fracos de cada ação. Belton (1990, apud ENSSLIN; MONTIBELLER;
NORONHA, 2001) classifica como perfil de impacto, ou seja, uma melhor avaliação da performance
de uma ação potencial. A tabela a seguir apresenta essa relação classificando entre melhor e pior
cenário, além do neutro, que trata da não alteração do resultado. Como as alternativas tratam da
utilização do Baú Móvel ou a manutenção do veículo tradicional, o neutro representa a não alteração
do resultado, independentemente da técnica de abordagem utilizada.
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Tabela 7 – Definição de parâmetros objetivos fundamentais
Item Informações
Segurança (número de 0 15 5
ocorrências)
Pontuação - Segurança
100 100
80
60
50
40
30
20
0 0
0 4 10 15
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Segurança (número de Pontuação Ocorrências
ocorrências)
Cenário 1 50 4
Cenário 2 30 10
Pior cenário 0 15
Matriz 209
Fonte: Barreto (2015).
80 80
60
50
40 40
20
0
0
6 18 36 72 120
Cenário 1 80 18
Cenário 2 50 36
Cenário 3 40 72
Matriz 416
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Figura 29 – Pontuação – objetivo quantidade
Pontuação - Quantidade
100,00%
100
80
70
60
40
30
20
0
0
100,00% 80,00% 50,00% 0,00%
Cenário 1 70 80,00%
Cenário 2 30 50,00%
Matriz 202,3
80
70
60
40
20 20
0
0
100% 80% 50% 0%
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Qualidade Operacional Pontuação Atendimento
Cenário 1 70 80%
Cenário 2 20 50%
Pior cenário 0 0%
Matriz 192,3
80
60
50
40
20
10
0
0
-20,00% -15,00% -5,00% -0,00%
Cenário 1 50 -15,00%
Cenário 2 10 -5,00%
Matriz 159,6
Fonte: Barreto (2015).
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Figura 32 – Pontuação – objetivo Custo mão de obra
80
60
50
40
20
10
0 0
-8,00% -8,00% -0,00% -5,00%
Cenário 1 50 -8,00%
Cenário 2 10 0,00%
Matriz 159,87
Fonte: Barreto (2015).
Ainda sobre aperfeiçoamento, ele pode existir também por meio da análise entre dois ou mais
conceitos. Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) afirmam que é interessante comparar perfis de
impacto para descobrir em que eixo uma ação pode ser superior à outra e assim avaliar melhor o
cenário em questão.
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Nessa pesquisa, as ações que têm relação direta entre elas são as relacionadas com custo.
O custo de mão de obra e o custo de transporte são similares, mas diferentes na ação. Assim, é
importante comparar esses dois cenários como apresenta a figura a seguir.
10,00%
5,00%
0,00%
100 50 10 0
-5,00%
-10,00%
-15,00%
-20,00%
-25,00%
Por meio da representação da figura 33, é possível observar as vantagens de cada ação,
aumentando o grau de conhecimento. Nesse sentido, a perspectiva de redução de custo com
transporte é maior que a de mão de obra. Isso pode ser explicado porque a implantação do Baú
Móvel pode diminuir a quantidade de veículos, logo, diminui também o custo sobre esse serviço
para a empresa Embarcador. Por outro lado, o custo de mão de obra (área de armazenagem) pode
não ser reduzido, dependendo da tomada de decisão dos gestores.
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Assim, a avaliação é o próximo passo desse estudo. Vale ressaltar que as alternativas propostas
estão assim discriminadas:
1. Baú móvel: esse método visa dar maior dinamismo à operação, uma vez que deixa disponível
o baú para carregamento, dispensando a necessidade de veículo e seu retorno para o centro
de distribuição. Esse dinamismo pode representar para a área operacional maior efetividade
nos processos, reduzindo custos na cadeia.
2. Veículo tradicional: esse método está consolidado dentro da empresa, não exigindo
readequação e treinamento constantes da operação. Nesse método também o risco de
acidentes pode ser em menor escala, uma vez que não há engate e desengate do baú, fixo
no veículo, exigindo baixo manuseio do equipamento.
xxxv) o desempenho local da alternativa, obtido por meio dos atributos e suas
respectivas funções de valor; e
xxxvi) as taxas de substituição do modelo.
Os objetivos Prazo (Horas) e Quantidade foram transformados, a partir das taxas de substituição,
em um único objetivo, denominado Nível de Serviço. O mesmo aconteceu com os objetivos Custo
de Transporte e Custo de Mão de Obra, transformados em objetivo Custo. As taxas de substituição
ficaram assim discriminadas, conforme apresentado anteriormente:
Esse agrupamento é sugerido por Ensslin, Montibeller e Noronha (2001), pois pode facilitar a
escolha da melhor alternativa. Além disso, trata de ações similares, o que contribui na redução dos
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itens de avaliação. Assim, para cada uma das ações foi gerada uma pontuação com o intuito de
sugerir a melhor opção de negócio: desenvolver o Baú Móvel ou manter-se com o veículo tradicional.
Para isso, foi atribuído um peso para cada uma das alternativas. Esse peso está relacionado
com os cenários apresentados para cada uma das ações, conforme a tabela a seguir.
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Diante da nova configuração, com a criação das ações Nível de serviço e Custo, a figura a seguir
apresenta o resultado da pontuação das ações por alternativa.
80,00 75,88
70,00
60,00
52,35 50,00 50,00 50,00
50,00
40,00
30,00
30,00
20,00
10,00 10,00
10,00
0,00
Nível de Serviço Custo Segurança Qualidade Operacional
Para que isso se efetive, a ponderação é feita pela taxa de substituição já retratada neste trabalho.
A fórmula, denominada de Log em referência à atividade logística, é assim expressa:
V(log)= W1.V1 (A1) + W2.V2 (A1) + W3.v3 (A1) + W4.V4 (A1) + Wn.Vn (A1)
Em que:
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v = valor parcial da ação nas ações;
Dessa forma, propõe-se a equação da agregação aditiva para cada uma das alternativas.
Veículo Tradicional: (52,35 × 0,40) + (10 × 0,32) + (50 × 0,16) + (10 × 0,16) = 37,64 pontos; e
Baú Móvel: (75,88 × 0,40)+ (50 × 0,32) + (30 × 0,16) + (50 × 0,16) = 57,15 pontos.
Como Ensslin, Montibeller e Noronha (2001) sugerem, o objetivo da análise multicritério não é
fornecer a solução ótima, mas sim aumentar a perspectiva das alternativas sobre os problemas
existentes. Assim, surgem conflitos na tomada de decisão do decisor.
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Esses conflitos são retratados na literatura por Goodwin e Wright (1991, apud ENSSLIN;
MONTIBELLER; NORONHA, 2001) quando os autores citam diversos fatores que contribuem para
que os decisores não utilizem apenas o modelo formal para a tomada de decisão, como trata a
análise multicritério:
xxxix. O problema é muito complexo e grande que torna a decisão mais difícil. Os decisores,
nessa situação, não se sentem capazes de tomar a decisão apenas com base em uma
análise multicritério ou utilizar outros modelos diferentes do sugerido por essa metodologia.
xl. Um critério que deveria estar relacionado pode não estar representado no modelo.
Assim, mesmo que os decisores saibam que uma alternativa é melhor que a outra, o resultado
da análise não reflete isso. Vale ressaltar que nesse caso houve uma falha na estruturação
do trabalho.
xli. Alguns dos parâmetros utilizados para determinar as taxas de substituição, funções de
valor, descritores, níveis de impacto etc, podem não ser aceitos como um dado válido para
os decisores na tomada de decisão. Assim, um determinado dado ou ação pode prejudicar
outra ação. Para isso, o facilitador deve saber antecipadamente os paradigmas que esse
tipo de metodologia pode exercer e, além disso, verificar as informações fornecidas pelos
decisores para garantir sua coerência.
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CONCLUSÃO
A análise multicritério (MCDA construtivista) é uma abordagem que visa, por meio dos métodos
qualitativo e quantitativo, contribuir na tomada de decisão.
A tomada de decisão é sempre uma difícil tarefa para um gestor. A MCDA busca auxiliar o gestor
nesse processo. Para isso, envolve todas as partes interessadas no problema em questão.
• a aceitação das partes interessadas no modelo, o que pode demorar bastante tempo;
• a definição e a aceitação do decisor no processo e o entendimento da importância dos demais
atores no processo decisório; e
• a utilização da recomendação a partir dos resultados gerados.
No exemplo exposto neste trabalho, a aplicação da MCDA em uma empresa varejista, sugerida
por uma fábrica com o seu novo modelo de veículo trouxe a comparação com um método tradicional
já consolidado na empresa. Apesar dos resultados apontarem para a aplicação da nova técnica de
abordagem, a empresa varejista não o disseminou em seus processos.
Essa tomada de decisão da empresa varejista poderia apresentar a MCDA como um método
bastante efetivo para o auxílio à decisão, entretanto, ainda com pouca aceitação quanto aos
resultados gerados.
Apesar de tratar-se de apenas um caso retratado neste trabalho, a aplicação do método vem
sendo expandida em outras empresas e países e ainda passa, conforme retratado neste trabalho,
por ajustes para a sua adequada utilização.
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GLOSSÁRIO
xlv) City logistics: conceito difundido principalmente na Europa que consiste em
otimizar as atividades de logística dentro do contexto urbano por meio das ações público-
privadas e sistemas de informações diversos. Fonte: elaborado pelo autor.
REFERÊNCIAS
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v. 618, 1993.
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recursos: conceitos e casos. Palestra. Fortaleza: Companhia de Água e Esgoto do Ceará – Cagece,
2006. Disponível em: <http://web.ist.utl.pt/carlosbana/bin/help/papers/CAGECE23_3_06CarlosBanaeCosta.
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BANA E COSTA, C. A.; VANSNICK, J. C. Uma nova abordagem ao problema da construção de uma
função de valor cardinal: MACBETH. Investigação Operacional, v. 15, p. 15-35, 1995.
BANA E COSTA, C. A. et al. Decision support systems in action: integrated application in a multicriteria
decision aid process. European Journal of Operational Research, v. 113, n. 2, p. 315-335, 1999.
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__________. Vert chez vous, an urban logistics with 100% environmentally friendly vehicles, and
offering multimodal transport combining bicycle and river transport. 2014a. Disponível em: <http://
www.bestfact.net/wp-content/uploads/2014/02/Bestfact_Quick_Info_GreenLogistics_VertChezVous.pdf>. Acesso
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BRONSON, R.; NAADIMUTHU, G. Operations Research. 2. ed. Nova York: McGraw-Hill, 1997.
ENSSLIN, L.; MONTIBELLER, G. N.; NORONHA, S. M. Apoio à Decisão: metodologias para estruturação
de problemas e avaliação multicritério de alternativas. Florianópolis: Insular, 2001.
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KOTLER, P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar o mercado. São Paulo:
Ediouro, 2009.
RAVINDRAN, A., PHILLIPS, D. T.; SOLBERG, J. J. Operations Research, Principles and Practice. 2.
ed. Nova York: John Wiley,1987.
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