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Relatório

dos Danos
Materiais e Prejuízos decorrentes de
Desastres Naturais em Santa Catarina

1995 - 2014
Relatório
dos Danos
Materiais e Prejuízos decorrentes de
Desastres Naturais em Santa Catarina

1995 - 2014
Elaborado pelo CEPED UFSC
com o apoio do Banco Mundial
2016
Banco Mundial – Brasília
As opiniões, interpretações e conclusões apresentadas são dos autores e não devem ser atribuídas, de modo algum, ao Banco Mundial, às instituições afiliadas, ao seu Conse-
lho Diretor, ou aos países por eles representados. O Banco Mundial não garante a precisão da informação incluída nesta publicação e não aceita responsabilidade alguma por
qualquer conseqüência de seu uso.
É permitida a reprodução total ou parcial do texto deste documento, desde que citada a fonte.

Organização Priscila Pâmela dos Santos


Rafael Schadeck, Me. Fotos e Imagens
Coordenação Técnica Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres
Fernando Lo Feudo Ferreira, Me. Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina
Supervisão Banco Mundial
Frederico Ferreira Fonseca Pedroso, Dr.
Supervisão CEPED UFSC
Prof. Antônio Edésio Jungles, Dr. U58 Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e

Projeto Gráfico e Ilustrações Pesquisas sobre Desastres.

Carlos Eduardo Peliceli da Silva Relatório dos danos materiais e prejuízos decorrentes de desastres
naturais em Santa Catarina: 1995 - 2014/ Centro Universitário de Estudos e
Geoprocessamento e SIG Pesquisas sobre Desastres [Organização Rafael Schadeck]- Florianópolis:
Roque Sánchez D’Alotto, Dr. CEPED UFSC, 2016.

Equipe Técnica 72p. : il. color.; 29,7 x21 cm.

Camilo Andrade Correno 1. Desastres naturais – Relatório. 2. Santa Catarina. 3. Danos e prejuízos
I. Universidade Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitário de Estu-
Larissa Mazzoli
dos e Pesquisas sobre Desastres. III. Título.
Pablo Gabriel Gayoso Mirrajiz

Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191.

II
Relatório
dos Danos
Materiais e Prejuízos decorrentes de
Desastres Naturais em Santa Catarina

1995 - 2014

III
IV
SUMÁRIO

Apresentação 9 3.2.2 Pecuária 38

1. Introdução e Aspectos Metodológicos 11 3.2.3 Indústria 40

2. Análise dos Danos Materiais 15 3.2.4 Serviços 42

2.1 Habitações Danificadas 16 3.3 Prejuízos Totais 44

2.2 Habitações Destruídas 18 4. Danos e Prejuízos Totais 47

2.3 Danos em Habitações (R$) 20 5. Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre 53

2.4 Danos em Infraestrutura (R$) 22 5.1 Desastres Hidrológicos 56

2.5 Danos Materiais Totais 24 5.2 Desastres Climatológicos 60

3. Análise dos Prejuízos 29 5.3 Desastres Meteorológicos 64

3.1 Prejuízos Públicos 30 5.4 Danos e Prejuízos Totais por Principais Eventos 68

3.2 Prejuízos Privados 32 6. Considerações Finais 71

3.2.1 Agricultura 36

V
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Habitações Danificadas 16 Gráfico 15 – Prejuízos Totais 44

Gráfico 02 – Habitações Destruídas 18 Gráfico 16 – Prejuízos Totais - Registros 46

Gráfico 03 – Danos em Habitações 20 Gráfico 17 – Danos e Prejuízos - Registros 48

Gráfico 04 – Danos em Infraestrutura Pública 22 Gráfico 18 – Danos e Prejuízos Totais 50

Gráfico 05 – Danos Materiais Totais - Registros 24 Gráfico 19 – Registros por Grupo de Desastres 54

Gráfico 06 – Danos Materiais Totais 26 Gráfico 20 – Danos e Prejuízos Totais por Grupo de Desastres 55

Gráfico 07 – Prejuízos Públicos Totais 30 Gráfico 21 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Hidrológicos 56

Gráfico 08 – Prejuízos Privados 32 Gráfico 22 – Danos e Prejuízos Totais – Desastres Hidrológicos 58

Gráfico 09 – Prejuízos Privados por Setor 33 Gráfico 23 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Climatológicos 60

Gráfico 10 – Distribuição dos Prejuízos Privados por Setor (1995-2014) 35 Gráfico 24 – Danos e Prejuízos Totais – Desastres Climatológicos 62

Gráfico 11 – Prejuízos na Agricultura 36 Gráfico 25 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Meteorológicos 64

Gráfico 12 – Prejuízos na Pecuária (1995 – 2014) 38 Gráfico 26 – Danos e Prejuízos Totais – Desastres Meteorológicos 66

Gráfico 13 – Prejuízos na Indústria 40 Gráfico 27 – Registros de Danos e Prejuízos por Tipo de Evento 68

Gráfico 14 – Prejuízos no Setor de Serviços 42 Gráfico 28 – Danos e Prejuízos Totais por Tipo de Evento 69

VI
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Localização do estado de Santa Catarina 12 Figura 12 – Prejuízos no Setor de Serviços por Município (1995 – 2014) 43

Figura 02 – Habitações Danificadas por Município (1995 – 2014) 17 Figura 13 – Prejuízos Totais por Município (1995 – 2014) 45

Figura 03 – Danos Materiais – Habitações Destruídas por Município (1995 – 2014) 19 Figura 14 – Registros de Danos e Prejuízos por Município (1995 – 2014) 49

Figura 04 – Danos em Habitações por Município (1995 – 2014) 21 Figura 15 – Danos e Prejuízos Totais por Município (1995 – 2014) 51

Figura 05 – Danos em Infraestrutura por Município (1995 – 2014) 23 Figura 16 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Hidrológicos (1995 – 2014) 57

Figura 06 – Registros de Danos Materiais Totais por Município (1995 – 2014) 25 Figura 17 – Danos e Prejuízos – Desastres Hidrológicos (1995 – 2014) 59

Figura 07 – Danos Materiais Totais por Município em Milhões (R$) (1995 – 2014) 27 Figura 18 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Climatológicos (1995 – 2014) 61

Figura 08 – Prejuízos Públicos Totais por Município (1995 – 2014) 31 Figura 19 – Danos e Prejuízos – Desastres Climatológicos (1995 – 2014) 63

Figura 09 – Prejuízos na Agricultura (1995 – 2014) 37 Figura 20 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Meteorológicos (1995 – 2014) 65

Figura 10 – Prejuízos na Pecuária por Município (1995 – 2014) 39 Figura 21 – Danos e Prejuízos – Desastres Meteorológicos (1995 – 2014) 67

Figura 11 – Prejuízos na Indústria por Município (1995 – 2014) 41

VII
Apresentação

Apresentação

Os desastres naturais ocupam a cada dia maior espaço nas agendas Particularmente em Santa Catarina, os custos totais das inundações de
de governos e sociedade. Os danos e prejuízos que acarretem afetam novembro de 2008 foram estimados em um estudo do Banco Mundial em
o desenvolvimento de comunidades, cidades e até países. Particular- R$ 4.75 bilhões – valor que equivale à cerca 2.67% do PIB estadual. Os
mente no Brasil, a magnitude dos desastres ocorridos nos últimos cinco setores sociais (habitação, saúde, educação e cultura) foram os mais afe-
anos demonstrou que a visão popular de que o país é imune a desastres tados, com perdas e danos estimados em R$ 1,74 bilhão, sendo que, ape-
não se aplica. Tal fato parece ter resultado em um momento de inflexão nas no setor habitacional, os custos associados foram de R$ 1,4 bilhão.
a partir do qual o tema Gestão de Risco de Desastres (GRD) vem cres-
cendo em importância em diferentes níveis no poder público. Deborah
Neste sentido este relatório visa aprofundar os estudos iniciados pelo
Wetzel, então Diretora do Banco Mundial no Brasil, em sua apresenta-
Banco Mundial, promovendo a difusão do conhecimento sobre o tema.
ção dos anais do Fórum Entendendo Risco Brasil 20121, ressaltou a ne-
Ao mesmo tempo, tem por objetivo apresentar dados relativos aos da-
cessidade de se investir na agenda de GRD tendo como base os valores
nos e prejuízos decorrentes de desastres naturais em Santa Catarina
de perdas e danos estimados para os quatro maiores desastres ocorri-
nos últimos 20 anos, organizando informações relevantes aos desafios
dos no país entre 2008 e 2011. Considerando-se os eventos de Santa
que Governo e sociedade catarinense enfrentam na GRD.
Catarina 2008, Pernambuco e Alagoas 2010 e Região Serrana do Rio de
Janeiro em 2011, os prejuízos econômicos foram estimados na ordem
de R$ 15,5 bilhões. De forma mais preocupante, deve-se citar que tais Este Relatório foi desenvolvido por técnicos e pesquisadores do Centro
resultados são parciais tendo em vista a limitação da disponibilidade Universitários de Estudos e Pesquisas sobre Desastres – CEPED UFSC
de dados e impossibilidade prática de avaliação de todos os eventos e consultores do Banco Mundial, por meio de ações de cooperação
registrados em um país. técnica integrantes do Projeto Estratégias de Desenvolvimento Econô-
mico: Análise da Exposição de Santa Catarina sob o enfoque Mudanças
Climáticas e Desastres Naturais, realizado conjuntamente pelo Banco
Mundial e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e
1 UNDERSTANDING Risk: entendendo risco Brasil. Washington: The World Bank, 2012. Sustentável do Governo de Santa Catarina.

9
Apresentação

10
1. Introdução e Aspectos Metodológicos

1. Introdução e Aspectos Metodológicos

O estado de Santa Catarina está situado na Região Sul do Brasil, fazen- O Índice de Desenvolvimento Humano4 – IDH do estado é 0,840, fican-
do divisa ao norte com o estado do Paraná e ao sul com o estado do do atrás somente do Distrito Federal. A capital, Florianópolis, possui o
Rio Grande do Sul. Tem fronteira a oeste com a Argentina e possui uma maior IDH-M entres as demais do país, igual a 0,847, e ocupa o 3º lugar
costa com 531 km banhada pelo Oceano Atlântico. entre todos os municípios brasileiros.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE2, No que tange a desastres naturais, o estado é afetado por uma grande
Santa Catarina tem um território de 95.733,978km², com uma população diversidade de eventos. Existem registros de danos relacionados tanto
estimada em 2015 de 6.819.190 habitantes. a severas estiagens como a grandes inundações e enxurradas. É um
dos estados brasileiros mais atingidos por granizos, vendavais, torna-
dos e deslizamentos.
Com sua economia baseada principalmente na indústria, pecuária e tu-
rismo, ocupa a 6ª posição entre os estados brasileiros, com um PIB de
214,2 bilhões de reais3, e per capita de 32.290 reais em 2013, ocupando Os dados empregados na elaboração deste Relatório são provenientes
a 4ª posição. dos registros de desastres informados pelos municípios ao órgão es-
tadual de Defesa Civil ou à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa
Civil – SEDEC.
Joinville possui o maior PIB em valores nominais entre os municípios
do estado, seguido por Itajaí, Florianópolis, Blumenau e Jaraguá do Sul.

2 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Estado de Santa Catarina. Disponível


4 PNUD 2011 – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. IDH é um indicador
em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=sc>. Acesso em: 20 de janeiro de 2016.
adotado pelo Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) para mensurar o desen-
3 Contas Regionais do Brasil 2013: Produto Interno Bruto - PIB e participação das Grandes volvimento humano, levando em conta os fatores longevidade, nível educacional e renda. Ele varia de
Regiões e Unidades da Federação. IBGE. Acesso em: 18 de março de 2016. zero a um. Quando está acima de 0,8 é considerado elevado. (www.pnud.org.br)

11
Figura 01 - Localização do estado de Santa Catarina
1. Introdução e Aspectos Metodológicos

No Brasil, até a publicação da Instrução Normativa n. 1, de 24 de agosto a COBRADE.


de 20125, o registro oficial de um desastre poderia ocorrer pela emissão
de três documentos distintos, não obrigatoriamente dependentes: uma
Foram considerados para a construção deste Relatório 52.721 registros,
Notificação Preliminar de Desastre (NOPRED), uma Avaliação de Danos
dos quais 6.464 eram referentes ao estado de Santa Catarina. Dentre
(AVADAN) ou um Decreto Municipal. Após a publicação dessa Instrução
estes, foram identificados aqueles que continham informações sobre
Normativa, o NOPRED e o AVADAN foram substituídos por um único
danos materiais e prejuízos públicos e/ou privados.
documento, o Formulário de Informações do Desastre (FIDE).

A análise seguinte concluiu que os registros anteriores ao ano de 1995


Os documentos que compõem a base do estudo foram obtidos através
eram esparsos e fora de padrão, tendo em vista que os formulários AVA-
de visitas as 26 capitais brasileiras e o Distrito Federal. Todos foram
DANs passaram a ser aplicados de forma mais ampla nos meados da
digitalizados e tiveram seus dados tabulados e consolidados em regis-
década de noventa. Outro fator relevante é que em 1994 houve a alte-
tros, cada um composto por um município, data e tipo de evento que
ração da moeda brasileira para o Real, de forma que a partir de 1995 a
causou o desastre reportado. Esse trabalho foi realizado através de um
moeda de referência é a mesma.
Acordo de Cooperação entre a SEDEC e o CEPED/UFSC, entre os anos
de 2010 e 2012.
Foram ainda retirados os registros relacionados aos desastres tecnoló-
gicos, de forma que foram considerados somente os classificados como
Os registros mais recentes, referentes aos anos de 2013 e 2014 foram
naturais, seguindo a COBRADE.
obtidos através do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres
– S2ID, da SEDEC.
Finalmente, foram retirados da análise os registros que não reportavam
Danos Materiais ou Prejuízos Públicos e/ou Privados. Concluindo esta
Cabe salientar ainda que os registros anteriores à publicação da Ins-
etapa, foram selecionados 2.704 registros nos 20 anos entre 1995 e
trução Normativa n. 1, seguiam a Codificação de Desastres, Ameaças e
2014.
Riscos (CODAR). Após esta data os registros passaram a seguir a Clas-
sificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE). Para a reali-
zação das análises dos dados todos os registros foram convertidos para O passo seguinte foi a análise qualitativa dos valores informados. Todos
os campos tiveram seus valores verificados quanto sua razoabilidade e
coerência.
5 BRASIL. Instrução Normativa Nº. 01, de 24 de agosto de 2012. Estabelece procedimentos
e critérios para a decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública pelos Mu-
nicípios, Estados e pelo Distrito Federal, e para o e conhecimento federal das situações de anormal-
idade decretadas pelos entes federativos e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, Foram ainda verificadas as discrepâncias quando comparada a relação
DF, 24 ago. 2012.

13
1. Introdução e Aspectos Metodológicos

entre os valores e quantitativos informados com valores unitários apro-


ximados de mercado. Quando identificadas diferenças significativas e
não razoáveis, bem como números não condizentes com o porte do
município, esses valores foram desconsiderados.

Caso evidente foi observado no preenchimento dos AVADANs, onde os


campos de danos materiais e prejuízos eram multiplicados por 1.000,
com intuito de simplificar o preenchimento. Porém, quando os respon-
sáveis informavam os valores, estes comumente eram computados a
maior, pois desconsideravam a multiplicação do campo. Constatou-se
que centenas de valores foram preenchidos de forma equivocada. Para
a construção da base de dados esses valores foram divididos por mil e
recomputados nos respectivos campos.

Finalmente, empregando o deflator do PIB, as séries de valores anuais


de danos e prejuízos foram corrigidas para valores de 2014.

14
2. Análise dos Danos Materiais

2. Análise dos Danos Materiais

Os danos materiais dispõem de dados referentes a unidades habita-


cionais, Instalações públicas de saúde, Instalações públicas de ensino,
Instalações públicas prestadoras de outros serviços, Instalações públi-
cas de uso comunitário e obras de infraestrutura pública, identificando
para cada item a quantidade danificada, destruída e o valor, em reais,
relacionado ao dano.

Neste tópico são abordados somente os dados relacionados aos danos


em unidades habitacionais e infraestruturas, em função de sua maior
representatividade frente aos demais.

O somatório dos danos materiais decorrentes de desastres naturais, in-


formados pelos municípios entre 1995 e 2014, é de 5,2 bilhões de reais.

Nos gráficos apresentados nos itens a seguir, o eixo X apresenta as


informações dos registros por ano e a média anual, e no eixo Y são
representadas as unidades habitacionais destruídas e danificadas, ou
os valores dos danos em habitações e em infraestrutura, em milhões
de reais.

15
2. Análise dos Danos Materiais

2.1 Habitações Danificadas Unidades 99.294

$
Os registros das habitações danificadas apresentam que no
ano de 2004 houve o maior número de registro de unida-
des: 99.294. A média anual de habitações danificadas durante o perío-
80.371
do foi de 20.120 unidades, conforme apresentado no Gráfico 01.

Para compreender o elevado número de unidades danificadas em 2004


deve-se lembrar de que no final de março daquele ano a costa do esta-
do, principalmente o extremo sul, foi atingida por ventos que se configu-
raram no único furacão até hoje verificado na costa brasileira, o Furacão
Catarina. Uma grande quantidade de casas teve severos danos em suas
coberturas e estruturas, refletindo nos registros de danos informados 51.941
pelos municípios afetados.
43.066
Em relação a habitações danificadas por município, é possível visuali-
zar na Figura 02 que Joinville, Lages, Itajaí e Criciúma tiveram a maior
quantidade de registros. As maiores recorrências são notadas na região
norte, no baixo Vale do Itajaí e no extremo sul do estado.

20.120
15.703
13.752 13.981 10.909
11.657 12.221
11.406 8.081
7.278 7.514
4.764 4.485
2.000 3.048
341 581
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 01 – Habitações Danificadas

16
Figura 02 – Habitações Danificadas por Município (1995 – 2014)
2. Análise dos Danos Materiais

7.154
2.2 Habitações Destruídas

$
Os registros das habitações destruídas apresentam que no Unidades

ano de 2008 foi informado o maior número de unidades,


7.154, que representa 65% do total registrado no período da
análise. A média anual de habitações destruídas durante o período foi
de 551 unidades, conforme apresentado no Gráfico 02.

Este número tão representativo tem relação com os eventos em novem-


bro no Vale do Rio Itajaí, quando ocorreram deslizamentos, fluxos de
lama e detritos, enxurradas e inundações, configurando, possivelmente,
o pior desastre natural da história do estado.

Em relação a danos materiais relacionados a habitações destruídas por


município, é possível visualizar na figura 03 que Blumenau e Gaspar
se destacaram pela quantidade de registros. Também apresentam nú-
meros significativos os maiores municípios do Vale do Itajaí, Norte do
estado e Região Metropolitana de Florianópolis, além dos localizados
no extremo Sul.

1.103

551 493
347 424
281 327 264
208
7 5 9 19 64 41 86 80 7 20 82
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 02 – Habitações Destruídas

18
Figura 03 – Danos Materiais – Habitações Destruídas por Município (1995 – 2014)
2. Análise dos Danos Materiais

2.3 Danos em Habitações (R$) R$ (Milhões)


957,5

$ A soma total de danos em habitações no período foi de 1,8


bilhões de reais, sendo que o ano de 2008 totalizou a maior
soma, alcançando 957,5 milhões de reais, o que representa 55% do to-
tal informado no período. A média de danos em habitações foi de 87,6
milhões de reais, conforme apresentado no Gráfico 03.

No que tange aos danos em habitações relatados por município, é pos-


sível observar na Figura 04 que o município de Blumenau foi o mais
afetado no período, somando um total de 452,6 milhões de reais. Os
valores mais significativos foram observados nos municípios de maior
porte, o que se justifica considerando que são os que possuem maior
população e, consequentemente, mais habitações.

155,9
131,7 138,0

87,6
38,2 41,6
21,2 43,652,7 18,5 30,8 39,3
Média
0,3 0 1,8
14,8 15,5 11,3 22,6 16,2
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 03 – Danos em Habitações

20
Figura 04 – Danos em Habitações por Município (1995 – 2014)
2. Análise dos Danos Materiais

1.376,7
2.4 Danos em Infraestrutura (R$)
R$ (Milhões)

$ A soma total dos danos em infraestrutura pública foi de 3,3


bilhões de reais, sendo que o ano de 2008 totalizou a maior
soma, alcançando aproximadamente 1,4 bilhões de reais, representa
42% do total informado no período.

A média de danos em habitações foi de 164,4 milhões de reais, confor-


me apresentado no Gráfico 04.

Na Figura 05 é possível observar que os municípios com maiores da-


nos em infraestrutura se localizam, principalmente, no Vale do Itajaí e
Região Norte. Itajaí foi o município com maior soma no período, alcan-
çando 578,2 milhões de reais.

412,8

257,1 240,7
237,6

164,4 176,6

72,4 109,4
75,1 68,4
61,0 59,4
39,1 42,4
15,9 23,3 12,7
3,0 0,0 4,7
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 04 – Danos em Infraestrutura Pública

22
Figura 05 – Danos em Infraestrutura por Município (1995 – 2014)
2. Análise dos Danos Materiais

219
2.5 Danos Materiais Totais Registros

O Gráfico$05 apresenta a distribuição anual dos registros,


193
considerando todos os tipos de danos materiais reportados
pelos municípios. Anualmente são, em média, registrados 95 eventos 180
que acarretaram algum tipo de dano.
169

Ao observar o mapa representado na Figura 06 é possível concluir que


os registros de danos materiais são distribuídos com considerável uni-
formidade entre os municípios do estado.
135
130

112 113 113


104
101
95
89

68

40 40
34
30
26

9
3

Gráfico 05 – Danos Materiais Totais - Registros

2000

2005
2006

2009
2002

2008
2003
2004

2007
Média

2001

2010

2012
1995
1996

1999
1998

2013
2014
1997

2011
24
Figura 06 – Registros de Danos Materiais Totais por Município (1995 – 2014)
2. Análise dos Danos Materiais

A média anual de danos materiais totais no período foi de 261,7 mi-


lhões de reais, sendo que foram contabilizados valores em todos os
2.397,4
anos analisados. O maior somatório ocorreu no ano de 2008, com apro-
ximadamente 2,4 bilhões de reais, o que representa 46% do total de 5,2
Milhões (R$)
$
bilhões.

Ao analisar a Figura 07, observa-se que o somatório dos valores de


danos informados no período claramente é mais significativo nos muni-
cípios de maior porte, como Blumenau, Itajaí, Joinville, Jaraguá do Sul,
Lages, Chapecó, entre outros, ao contrário da distribuição mais unifor-
me dos registros.

Esta comparação leva à conclusão que a ocorrência de eventos gerado-


res de danos reportados pelos municípios é bem distribuída no território
do estado, porém estes eventos acarretam maiores danos, em valores
monetários, nos municípios com maior população e, consequentemen-
te, maior volume de ativos

558,5

412,2

287,0 307,3
261,7 249,5 233,7
126,9 129,9
83,8 79,9 78,5 94,7 75,5
37,9 37,1 32,0
3,3 1,3 7,1
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 06 – Danos Materiais Totais

26
Figura 07 – Danos Materiais Totais por Município em Milhões (R$) (1995 – 2014)
2. Análise dos Danos Materiais

28
3. Análise dos Prejuízos

3. Análise dos Prejuízos

Os prejuízos econômicos são classificados em duas categorias: públi-


cos e privados. Segundo a Instrução Normativa Nº 01 de 24 de agosto
de 2012, os prejuízos econômicos públicos são todos os “serviços es-
senciais que foram prejudicados ou interrompidos pelo desastre” . Já
os prejuízos econômicos privados, são relacionados os setores de agri-
cultura, pecuária, indústria, comércio e serviços afetados pelo desastre.

Neste relatório os prejuízos públicos foram analisados de forma conjun-


ta, considerando os relacionados ao setor de saúde, educação, trans-
porte, entre outros. Os prejuízos privados foram analisados conforme
os setores definidos no FIDE: agricultura, pecuária, indústria e serviços.

O somatório dos prejuízos, públicos e privados, decorrentes de desas-


tres naturais informados pelos municípios entre 1995 e 2014 é de 12,5
bilhões de reais.

Nos gráficos apresentados nos itens a seguir, o eixo X apresenta as


informações dos registros por ano e a média anual, e no eixo Y são re-
presentadas os prejuízos por ano em milhões de reais.

29
3. Análise dos Prejuízos

3.1 Prejuízos Públicos


R$ (Milhões) 203,40
$ O somatório dos prejuízos públicos reportados no período,
com valores corrigidos para 2014, é de 1,2 bilhões de reais.
No período analisado o ano de 2014 apresenta o maior somatório de
valores reportados, com o montante de 203,4 milhões de reais. Não
houve registro no ano de 1996, conforme apresenta o Gráfico 07. 160,95

Em relação ao conjunto de prejuízos públicos por município, é possível


visualizar na Figura 08 que todas as regiões do estado apresentam mu-
nicípios com valores significativos. O maior somatório pertence a Blu- 123,38
menau, com o montante de 86,6 milhões de reais. 112,52

98,04

70,54 68,42
64,51
53,23

38,66

20,75 20,97 20,02 21,84


11,42
5,62 6,06 7,54 7,29
0,04 2,67

1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Média

Gráfico 07 – Prejuízos Públicos Totais

30
Figura 08 – Prejuízos Públicos Totais por Município (1995 – 2014)
3. Análise dos Prejuízos
2.773,3
3.2 Prejuízos Privados Milhões

$ A soma total dos prejuízos privados é de 11,3 bilhões de


reais, sendo que o ano de 2008, conforme apresentado no
Gráfico 08, foi o de maior prejuízo representando 24% do total no perío-
do, em função do desastre ocorrido em novembro.

A média anual dos somatórios dos valores informados pelos municípios


é de 566 milhões de reais.
1.797,5

1.436,6

854,1

696,0
566,2
464,7
433,3
422,2
320,2
180,1 155,1 177,5
119,8 140,4
92,9 71,1 95,6
32,9 70,2

Gráfico 08 – Prejuízos Privados

2000

2005
2006

2009
2002

2008
2003
2004

2007
Média

2001

2010

2012
1995
1996

1999
1998

2013
1997

2011
32
Milhões
3. Análise dos Prejuízos

1.800
Ao observar no Gráfico 09 os somatórios segmentados por setor, verifi-
ca-se que os prejuízos na agricultura estão presentes em todos os anos
analisados e possuem os maiores valores, chegando em 2005 a quase
1,6 bilhões de reais. Destaca-se também o somatório dos prejuízos do
$

1.600
setor de serviços no ano de 2008, com valor aproximado de 1,2 bilhões
de reais.

1.400
1.200
1.000
800
600
400
200

Gráfico 09 – Prejuízos Privados por Setor


0
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
AGRICULTURA PECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS

33
3. Análise dos Prejuízos

34
3. Análise dos Prejuízos

Dentre os setores que compõe a análise, o da Agricultura é o mais re-


presentativo, com 67%, seguido do setor de Serviços com 14%, Pecuária
com 10% e Indústria com 9%, conforme apresentado no Gráfico 10. Serviços
$
14%
A seguir estão apresentadas as análises dos dados por setor.

Indústria
9%

Pecuária
10%

Agricultura

67%

Gráfico 10 – Distribuição dos Prejuízos Privados por Setor (1995-2014)

35
3. Análise dos Prejuízos

1589,6
3.2.1 Agricultura
Milhões R$

$
O somatório dos prejuízos na Agricultura reportados no pe-
ríodo, com valores corrigidos para 2014, é de 7,6 bilhões de
reais. No período analisado o ano de 2005 apresenta o maior somatório
1286,0
de valores reportados, com o montante aproximado de 1,6 bilhões de
reais.

Conforme é possível verificar no Gráfico 11 os valores de prejuízos na


agricultura referentes aos anos de 2004 e 2005 totalizam quase 2,9
bilhões de reais, o que representa 38% do montante reportado no pe-
ríodo. Esta elevada representatividade está relaciona aos efeitos da se-
vera estiagem que atingiu mais da metade dos municípios catarinense
neste período.
713,6
685,0
Na Figura 09 é possível observar que os municípios com maiores pre- 656,3
juízos na Agricultura se localizam, principalmente, no Oeste e Norte Ca-
tarinense.

459,0
414,4
380,1 384,7

290,8

143,9 156,3
126,0 137,0 135,1
92,8 111,2
63,2 62,1 61,7
32,9

Gráfico 11 – Prejuízos na Agricultura


Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
36
Figura 09 – Prejuízos na Agricultura (1995 – 2014)
3. Análise dos Prejuízos

3.2.2 Pecuária 294,2

$
O somatório dos prejuízos na Pecuária reportados no pe- Milhões R$

ríodo, com valores corrigidos para 2014, é de 1,1 bilhões de


reais. No período analisado, o ano de 2008 apresenta o maior somató-
rio de valores reportados, com o montante de 294,2 milhões de reais.

Na Figura 10 observa-se que os municípios com maiores prejuízos na


Pecuária se localizam, principalmente, no Oeste Catarinense, com al-
guns registros significativos no Vale do Itajaí.
181,9

157,6

118,5

87,2

56,6 60,0
48,8
38,3
34,1
28,3
16,1 16,3 19,5
13,3
4,9 7,5 3,9
0,1 0 1,4
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 12 – Prejuízos na Pecuária (1995 – 2014)

38
Figura 10 – Prejuízos na Pecuária por Município (1995 – 2014)
3. Análise dos Prejuízos

632,6
3.2.3 Indústria
Milhões R$

$
O somatório dos prejuízos na Indústria reportados no perío-
do, com valores corrigidos para 2014, é de 1.046,8 milhões
de reais. No período analisado, o ano de 2008 apresenta o maior soma-
tório de valores informados, com o montante de 632,6 milhões de reais,
o que representa 60% do valor total reportado no período.

Na Figura 11 é possível observar que os municípios com maiores prejuí-


zos se localizam no Norte Catarinense e Vale do Rio Itajaí, com desta-
que para os municípios de Jaraguá do Sul, Blumenau e Gaspar.

232,8

100,2

52,3
27,9
9,3 7,7 4,612,7 9,4 1,1
0 0 2,5 0,0 1,8 0,1 0,5 0,3 2,5 1,0

Gráfico 13 – Prejuízos na Indústria

2000

2005
2006

2009
2002

2008
2003
2004

2007
Média

2001

2010

2012
1995
1996

1999
1998

2013
2014
1997

2011
40
Figura 11 – Prejuízos na Indústria por Município (1995 – 2014)
3. Análise dos Prejuízos
1132,9
3.2.4 Serviços
Milhões R$

$
O somatório dos prejuízos no setor de Serviços reportados
no período, com valores corrigidos para 2014, é de 1,5 bi-
lhões de reais. No período analisado o ano de 2008 apresenta o maior
somatório de valores informados, com o montante de 1.132,9 milhões de
reais, o que representa 73% do valor total reportado no período.

Na Figura 12 observa-se que os municípios com maiores prejuízos se


localizam no Norte Catarinense e Vale do Rio Itajaí, com destaque para
os municípios de Itajaí, Blumenau e Gaspar.

212,3

77,2 65,4
10,9 25,0 43,6
6,9
22,7
0 0 0,5 1,1 2,4 6,8 3,1 1,3 1,5 4,63,2 0,6
Gráfico 14 – Prejuízos no Setor de Serviços

2000

2005
2006

2009
2002

2008
2003
2004

2007
Média

2001

2010

2012
1995
1996

1999
1998

2013
2014
1997

2011
42
Figura 12 – Prejuízos no Setor de Serviços por Município (1995 – 2014)
3. Análise dos Prejuízos

3.3 Prejuízos Totais 245


Registros
234
$ A soma total dos prejuízos foi de 12,4 bilhões de reais, sen-
219
do que o ano de 2008, conforme apresentado no Gráfico 15,
foi o de maior prejuízo representando 24% do total no período. A média
anual de prejuízos totais no período foi de 619 milhões de reais. 198
194 194
192

Cabe destacar os valores reportados em 2004 e 2005, que alcançam


montante de 3,4 bilhões de reais, o que representa 27% do total dos
prejuízos informados, relacionado a um período de severa estiagem no
estado.
140

Na Figura 13 é possível verificar que os municípios que reportaram


117
maiores prejuízos se localizam no Vale do Itajaí. Diversos municípios do
Oeste catarinense também apresentam valores significativos, ligados 102
99
principalmente aos prejuízos na Agricultura.
89 89

76
70
61
50
43

25
15
11
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 15 – Prejuízos Totais

44
Figura 13 – Prejuízos Totais por Município (1995 – 2014)
3. Análise dos Prejuízos

O Gráfico 16 apresenta a distribuição anual dos registros, considerando


todos os tipos de prejuízos, públicos e privados, reportados pelos muni-
Milhões R$
cípios. Anualmente são, em média, registrados 117 eventos que acarre- 2.934
taram algum tipo de prejuízo. $

1.866

1.535

1.195

893

707
619
504 535
472 444

245
175 146 185
99 92 12291 117
33

1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Média

Gráfico 16 – Prejuízos Totais - Registros

46
4. Danos e Prejuízos Totais

4. Danos e Prejuízos Totais


$ $$ $ $

Com intuito de avaliar o valor total de perdas decorrentes de desastres zos. Todavia, mesmo nesse caso, a documentação levantada aponta que o
naturais no estado, neste item é apresentada a análise considerando município decretou situação de emergência no período, porém só foi pos-
a soma dos danos e prejuízos, em valores monetários, e a distribuição sível verificar dados sobre danos humanos ou a informação da decretação.
anual dos registros que contém danos materiais e/ou prejuízos. O valor
total de perdas decorrentes de desastres naturais em Santa Catarina
entre 1995 e 2014 é de 17,6 bilhões de reais, reportadas pelos municí-
pios em um total de 2.704 registros.

O Gráfico 17 apresenta a distribuição dos registros por ano, onde é pos-


sível observar que em todo o período estudado foram reportados danos
materiais ou prejuízo causado por desastres naturais. A média anual é
de 135 registros.

Ao considerar a quantidade de registros é possível observar na Figura


14 que há uma distribuição relativamente homogênea entre os municí-
pios. As cores mais escuras refletem, apesar de tênue, uma maior inci-
dência de registros reportados pelos municípios localizados no Oeste
Catarinense e no extremo sul do estado.

Com exceção de Capivari de Baixo, todos os municípios reportaram em


pelo menos um registro valores relacionados a danos materiais ou prejuí-

47
4. Danos e Prejuízos Totais

258

Registros 244
243 242

221
216 214

157

135

118 116 117


113

98
91

74
62

48
37

22
13
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 17 – Danos e Prejuízos - Registros

48
Figura 14 – Registros de Danos e Prejuízos por Município (1995 – 2014)
4. Danos e Prejuízos Totais

O Gráfico 18 apresenta o valor total distribuído ao longo dos vinte anos


R$ (milhões) 5.332

$ $$ $ $
estudados. É possível observar que existem picos anuais mais significa-
tivos do que os verificados na distribuição dos registros, apresentada
no gráfico anterior.

Estes picos anuais coincidem com os desastres de maior magnitude


ocorridos no estado: os deslizamentos e inundações de novembro de
2008; a estiagem de 2004 e 2005; as inundações no Vale do Itapocu e
o granizo e tempestades nas regiões Oeste e Serrana em 2014; o Fura-
cão Catarina em 2004; e as inundações no Vale do Itajaí em setembro
de 2011.

A Figura 15 apresenta a distribuição do somatório dos danos e prejuízos


por município. Neste caso a distribuição não é homogênea e apresenta
uma tendência onde os valores mais significativos coincidem com os
maiores municípios do estado.
1.996
1.784
Esta tendência segue na análise individual dos danos materiais e prejuí- 1.607
zos: a ocorrência de eventos geradores de danos reportados pelos mu-
nicípios é bem distribuída no território do estado, porém estes eventos
acarretam, na maior parte dos casos, perdas mais significativas nos mu- 1.093
1.020
nicípios com maior população e volume de ativos, em valores absolutos. 881
791 744 677
504
425
328 260
254 241
102 34 99 160171

1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Média

Gráfico 18 – Danos e Prejuízos Totais

50
Figura 15 – Danos e Prejuízos Totais por Município (1995 – 2014)
4. Danos e Prejuízos Totais

52
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Para a análise neste relatório os desastres naturais foram divididos em No grupo Climatológico se enquadram as seguintes tipologias: Ondas
cinco grupos, de acordo com as características dos eventos adversos de Calor, Ondas de Frio – Friagem, Ondas de Frio – Geadas, Estiagem
causadores dos danos e prejuízos: Hidrológico, Meteorológico, Climato- e Seca.
lógico, Geológico e Biológico. Em Santa Catarina, os grupos com valo-
res mais significativos são os três primeiros, analisados a seguir.
Por fim, as tipologias agrupadas como Meteorológicas são: Ciclones -
Ventos Costeiros (Mobilidade de Dunas), Ciclones - Marés de Tempes-
No grupo Hidrológico foram agrupados os seguintes eventos: Inunda- tade (Ressacas), Frentes Frias/Zonas de Convergência, Tornados, Tem-
ções, Enxurradas, Alagamentos, Tempestade Local/Convectiva - Chuvas pestade de Raios, Granizo e Vendaval.
Intensas e os relacionados a Movimentos de Massa, como os desliza-
mentos e fluxos de lama e detritos.
O Gráfico 19 apresenta a relação entre esses grupos quanto ao número
de registros realizados pelos municípios. O valor representado como
“Outros” se refere aos registros de eventos Geológicos e Biológicos.

53
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

OUTROS
11, 0,4%
METEOROLÓGICOS

564, 20,9%

CLIMATOLÓGICOS
855, 31,6% HIDROLÓGICOS
1274, 47,1%

Gráfico 19 - Registros por Grupo de Desastres

54
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Com relação à tipologia dos desastres, podemos observar que os de OUTROS


natureza hidrológica, ou seja, aqueles relacionados ao excesso de chu-
va correspondem a 47,1% dos 2.704 registros contabilizados. METEOROLÓGICOS 21,6, 0,1%
1.630, 9,2%
Assim como na relação entre a quantidade de registros, os desastres
de natureza hidrológica se apresentam como os mais significativos. Os
danos e prejuízos totais ocasionados por estes alcançaram aproximada-
mente 9,8 bilhões de reais, que representam 56% do valor total de 17,6
bilhões.

CLIMATOLÓGICOS
6.197, 35,0% HIDROLÓGICOS
9.863, 55,7%

Gráfico 20 – Danos e Prejuízos Totais por Grupo de Desastres

55
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

5.1 Desastres Hidrológicos

$
Os gráficos e figuras apresentadas neste item reúnem os da-
dos de danos materiais e de prejuízos relacionados à ocor- Registros 179
rência de desastres classificados como hidrológicos.
162

Com a média anual de 64 registros de danos e prejuízos reportados


pelos municípios, a maior incidência é verificada nas regiões Norte, Vale 140
do Itajaí, Grande Florianópolis e Sul do Estado, conforme é possível ve- 134
rificar na Figura 16.
118

103

68
64
55
49 48
42
39
30
26 27
21
15
8
5 5

Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 21- Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Hidrológicos

56
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Figura 16 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Hidrológicos (1995 – 2014) 57


5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

O maior somatório anual é verificado em 2008 totalizando 4,9 bilhões


R$ (Milhões) 4.905
de reais. Este valor representa praticamente 50% do total de aproxima-
damente 9,8 bilhões reportados pelos municípios entre 1995 e 2014.
$
Conforme é possível visualizar na Figura 17, os municípios que conta-
bilizaram as maiores perdas relacionadas ao excesso de chuva estão
localizados na Região Norte e no Vale do Itajaí.

1.121
870

561
489 467
390
187 135 188 161 183
102 112 120 115
26 82 20 15 17

1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Média

Gráfico 22- Danos e Prejuízos Totais – Desastres Hidrológicos

58
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Figura 17 –Danos e Prejuízos – Desastres Hidrológicos (1995 – 2014) 59


5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

5.2 Desastres Climatológicos

Os gráficos e figuras apresentadas neste item reúnem os dados de da-


nos materiais e de prejuízos relacionados à ocorrência de desastres
186
classificados como climatológicos. Registros

A média anual é de 43 registros de danos e prejuízos reportados pelos


municípios. Destacam-se os anos de 2004 e 2005, quando o estado foi
afetado por uma forte estiagem. Os registros se concentram principal-
142
mente na Região Oeste, fundamentalmente ligada à produção agrícola
e à pecuária. 128

83

71

48
43 45
37
29
25
15 15
7 8 9
1 3 3
0 0
Média
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Gráfico 23 - Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Climatológicos

60
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Figura 18 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Climatológicos (1995 – 2014) 61


5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Os maiores somatórios anuais são verificados em 2004 e 2005, totali-


zando aproximadamente 2,9 bilhões de reais. Este valor representa 47% R$ (Milhões) 1.787
do total aproximado de 6,2 bilhões reportados pelos municípios entre
1995 e 2014. $
Seguindo a tendência verificada na distribuição dos registros realizados
pelos municípios, é possível observar na Figura 19 que a Região Oeste
sofreu as maiores perdas.

1.083

782
703

393 374
309 316

212
173
94 78
64
26 38 19
0 4 17 8 0

1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Média

Gráfico 24 - Danos e Prejuízos Totais – Desastres Climatológicos

62
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Figura 19 – Danos e Prejuízos – Desastres Climatológicos (1995 – 2014) 63


5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

5.3 Desastres Meteorológicos

Os gráficos e figuras apresentadas neste item reúnem os dados de da-


nos materiais e de prejuízos relacionados à ocorrência de desastres
classificados como meteorológicos.
62
Registros 60
Com uma média anual de 28 registros de danos e prejuízos reportados
pelos municípios, a ocorrência destes eventos, apesar de irregular, não
apresenta grandes picos em anos específicos, ao contrário dos grupos
apresentados nos itens anteriores. Quanto à distribuição ao longo do 49
território do estado, também não se apresentam de forma concentrada 47
45
em nenhuma das regiões.
39 38
35
31
28
27
25
21
19
17 17

12

7 8
4
1

2000

2005
2006

2009
2002

2008
2003
2004

2007
Média

2001

2010

2012
1995
1996

1999
1998

2013
2014
1997

2011
Gráfico 25 - Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Meteorológicos

64
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

65
Figura 20 – Registros de Danos e Prejuízos – Desastres Meteorológicos (1995 – 2014)
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

O maior somatório anual é verificado em 2004, totalizando 537 milhões


537
de reais. Este valor está relacionado à ocorrência do Furação Catarina R$ (Milhões)
e representa 33% do total aproximado de 1,7 bilhões reportados pelos
municípios entre 1995 e 2014.

A ocorrência do furacão resultou ainda em uma maior concentração dos


$
danos e prejuízos na Região Sul do estado, conforme ilustra a Figura 21.
Nesta é possível observar ainda outros valores significativos em municí-
pios distribuídos ao longo do estado.

126
116 112 110 106
89 94
83 77

46 49 49
40 36
28 27
8
0 4 0
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Média

Gráfico 26 - Danos e Prejuízos Totais – Desastres Meteorológicos

66
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Figura 21 – Danos e Prejuízos – Desastres Meteorológicos (1995 – 2014) 67


5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

5.4 Danos e Prejuízos Totais


por Principais Eventos
OUTROS
Observando de forma conjunta todas as tipologias que compõe os 228,
grupos descritos anteriormente, pode-se verificar no Gráfico 27 que a GRANIZO 8% ENXURRADA
maior parte dos registros diz respeito a enxurradas, com 907 registros 230,
que representam 34% do total. 907,
8% 34%

INUNDAÇÃO
258,
10%

VENDAVAL
277,
10%

ESTIAGEM
804,
30%

Gráfico 27 – Registros de Danos e Prejuízos por Tipo de Evento

68
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

Seguindo a mesma tendência, as perdas relacionadas à ocorrência de


enxurradas são as mais significativas, totalizando 7,8 bilhões de reais,
que representam 44% do total de 17,6 bilhões de reais, conforme apre-
sentado no Gráfico 28.
OUTROS
GRANIZO 1.257, 7% ENXURRADA
500, 3% 7.806, 44%
VENDAVAL
617, 3%
INUNDAÇÃO
1.687,
10%

ESTIAGEM
5.845, 33%
Gráfico 28 – Danos e Prejuízos Totais por Tipo de Evento

69
5 Danos e Prejuízos Totais por Tipologia do Desastre

70
6. Considerações Finais

6. Considerações Finais

As análises aqui apresentadas demonstram que o estado é atingido considerando que os valores são baseados nas estimativas dos muni-
por eventos naturais de origens diversas, com registros relevantes re- cípios e que, por outro lado, há lacunas de informações nos registros,
lacionados ao excesso e falta de chuva, mas também aos de evolução são valores que podem direcionar estratégias para a Gestão de Risco
súbita, como vendavais, granizo, tornados e, inclusive, o único furacão de Desastres no estado, possibilitando a análise do risco de forma es-
registrado na costa brasileira. tratificada, tanto considerando os setores da economia afetados como
os aspectos geográficos e políticos do estado.
No período entre 1995 e 2014 os municípios catarinenses registraram
algum tipo de dano material ou prejuízos decorrentes de desastres na- Por fim, considerando o caráter exploratório desta pesquisa, os orga-
turais em 2.704 documentos identificados pela pesquisa, empregados nizadores deste Relatório abrem espaço para a contribuição de outros
na confecção deste Relatório. órgãos e instituições, nas esferas municipais e estadual, pública ou pri-
vada, visando à complementação e aprimoramento das informações e
das análises aqui apresentadas.
Os registros mais comuns são relacionados aos eventos decorrentes
do excesso de chuva, com destaque para aqueles identificados como
enxurradas pelos municípios, com 907 ocorrências. Destacam-se tam-
bém os prejuízos decorrentes dos períodos de estiagem e seca, fun-
damentalmente registrados na Região Oeste do estado, somando 823
ocorrências.

O total de danos e prejuízos para o período da pesquisa é de 17,6 bi-


lhões de reais, com valores corrigidos para 2014. A perda anual média é
de 881 milhões de reais, representando 0,4% do PIB do estado. Mesmo

71

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