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O DESAFIO DE TODOS NA

CONSTRUÇÃO DE CIDADES
AMBIENTALMENTE SEGURAS: A
CONTRIBUIÇÃO DA DEFESA CIVIL
DE SANTOS
DEPARTAMENTO DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL DE SANTOS
VICTOR A. S. VALLE
OUTUBRO/2019
Conteúdo
1 – O que é a Defesa Civil?

2 – Como atua a Defesa Civil?

3 – Qual a legislação referente às ações de Proteção e Defesa Civil?

4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de Santos?

5 – Quais os instrumentos da gestão de risco são utilizados pelo


Município de Santos?
1 – O que é a Defesa Civil?
➢ Definição geral: organização da sociedade para a autodefesa e
melhoria constante da segurança da comunidade

➢ Em Santos: Departamento de Proteção e Defesa Civil é vinculado à


Secretaria Municipal de Segurança e promove, em conjunto com
outras secretarias, a gestão do risco e de desastres no município
2 – Como atua a Defesa Civil?
➢Definições:
◦ Ameaça: evento potencialmente
prejudicial a elementos diversos
◦ Suscetibilidade: potencialidade de
ocorrência de um processo
◦ Vulnerabilidade: exposição de
elementos diversos à ameaça
◦ Desastre: resultado de eventos
adversos sobre elementos
vulneráveis, causando danos
humanos, materiais ou ambientais Desastre natural – Monte Serrat, 1928 (Fonte: FAMS)
2 – Como atua a Defesa Civil?
➢Definições:
◦ Ameaça: evento potencialmente
prejudicial a elementos diversos
◦ Suscetibilidade: potencialidade de
ocorrência de um processo
◦ Vulnerabilidade: exposição de
elementos diversos à ameaça
◦ Desastre: resultado de eventos
adversos sobre elementos
vulneráveis, causando danos
humanos, materiais ou ambientais Desastre tecnológico – Santos, 2015 (Fonte: G1)
2 – Como atua a Defesa Civil?
➢Definições:

◦ Risco = S x V x C, onde:

S: Suscetibilidade

V: Vulnerabilidade

C: Consequência
Timbé do Sul, SC – 1996 (Foto: Kathia Monteiro)

Teresópolis, RJ – 2011 (Foto: Marino Azevedo)


2 – Como atua a Defesa Civil?

ANTES

DURANTE

DEPOIS
3 – Qual a legislação referente às ações de
Proteção e Defesa Civil?
➢ Em âmbito federal:

◦ Lei Federal 12.608/2012 – Política Nacional de Proteção e Defesa Civil

➢ Em âmbito municipal:

◦ Lei Municipal Complementar 1.005/2018 – Plano Diretor de


Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município de Santos
3.1 – Política Nacional de Proteção e Defesa
Civil
➢ Diretrizes:

◦ Atuação articulada entre a União, Estados e Municípios para a redução dos


desastres e apoio às comunidades atingidas

◦ Abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta


e recuperação

◦ Prioridade às ações preventivas relacionadas à minimização dos desastres

◦ Participação da sociedade civil


3.1 – Política Nacional de Proteção e Defesa
Civil
➢ Objetivos:

◦ Reduzir o risco de desastres

◦ Incorporar a redução de risco de desastre e as ações de proteção e defesa civil


entre os elementos da gestão territorial e do planejamento das políticas
setoriais

◦ Promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e


vulnerabilidades, de modo a evitar ou reduzir sua ocorrência
3.1 – Política Nacional de Proteção e Defesa
Civil
➢ Objetivos:

◦ Monitorar eventos causadores de desastres e produzir alertas


antecipados

◦ Desenvolver consciência nacional acerca dos riscos de desastre

◦ Orientar as comunidades a adotar comportamentos de prevenção e


resposta a desastres
3.1 – Política Nacional de Proteção e Defesa
Civil
➢ Competência dos municípios:

◦ Incorporar as ações de proteção e defesa civil no planejamento municipal

◦ Identificar e mapear as áreas de risco de desastres

◦ Promover a fiscalização das áreas de risco de desastre e vedar novas ocupações


nessas áreas

◦ Vistoriar áreas de risco e promover, caso necessário, intervenções preventivas e


evacuação
3.2 – Plano Diretor de Desenvolvimento e
Expansão Urbana do Município de Santos
➢ Capítulo IV: Redução de riscos

◦ As ações de proteção e defesa civil deverão se integrar às políticas de


ordenamento territorial, desenvolvimento urbano, meio ambiente, saúde,
recursos hídricos, mudanças climáticas, educação, ciência e tecnologia e demais
políticas setoriais, com o objetivo de reduzir o risco de desastres, promover a
segurança e minimizar danos
3.2 – Plano Diretor de Desenvolvimento e
Expansão Urbana do Município de Santos
➢ O Plano Diretor também contempla:

◦ Plano Municipal de Redução de Riscos

◦ Plano de Contingência para Ressacas e Inundações

◦ Plano Municipal de Mudanças Climáticas


4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?

Localização do Município de Santos no Estado de São Paulo (Google Earth)


Delimitação do Município de Santos (Google Earth)
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

2. Hidrológicos

3. Meteorológicos
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

1.1 Movimentos de massa

◦ Deslizamentos de solo e/ou rocha


Deslizamento de solo e rocha (Rodovia Mogi-Bertioga - Bertioga)
Deslizamento de solo (Morro Caneleira)
Deslizamento de solo e rocha (Morro Caneleira)
Deslizamento de solo e rocha (Morro Santa Terezinha)
Deslizamento de rocha (Área Continental)
Deslizamento de rocha (Área Continental)
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

1.1 Movimentos de massa

◦ Deslizamentos de solo e/ou rocha

◦ Queda, tombamento e rolamento de blocos


Queda de blocos (Rua São Caetano– Morro Fontana)
Rolamento de blocos (Morro Santa Maria)
Queda de blocos (Rua Visconde de Embaré – Morro Pacheco)
Queda de blocos (Rua Visconde de Embaré – Morro Pacheco)
Queda de blocos (Rua São Bernardo – Morro Jabaquara)
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

1.1 Movimentos de massa

◦ Deslizamentos de solo e/ou rocha

◦ Queda, tombamento e rolamento de blocos

◦ Corridas de massa
Timbé do Sul, SC – 1996 (Foto: Kathia Monteiro)
Danos devido à corrida de massa (Captação do Rio Pilões - Cubatão)
Danos devido à corrida de massa (Captação do Rio Pilões - Cubatão)
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

1.1 Movimentos de massa

1.2 Erosão

◦ Fluvial
Erosão fluvial (Caruara – Área Continental)
Erosão fluvial (Caruara – Área Continental)
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

1.1 Movimentos de massa

1.2 Erosão

◦ Fluvial

◦ Costeira
Erosão costeira (Ponta da Praia)
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

2. Hidrológicos

2.1 Enxurradas
Danos causados por enxurrada (Morro Santa Maria)
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

2. Hidrológicos

2.1 Enxurradas

2.2 Inundações
Inundação no Bairro Caruara – Área Continental
Inundação no Bairro Caruara – Área Continental
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

2. Hidrológicos

2.1 Enxurradas

2.2 Inundações

2.3 Alagamentos
Alagamento – Marapé
Alagamento na entrada de Santos
Alagamento nos bairros Chico de Paula e Saboó
Alagamento na Av. Jovino de Mello – Zona Noroeste
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

2. Hidrológicos

3. Meteorológicos

3.1 Tempestades (chuvas intensas, raios, vendavais)


Danos devido à chuva intensa do dia 10/02/2018

Canal 3 - Santos

Shopping em Praia Grande


Queda de árvores devido a ventania do dia 27/10/2017

Marapé

Macuco
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
➢ Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade)

▪ Fenômenos naturais:

1. Geológicos

2. Hidrológicos

3. Meteorológicos

3.1 Tempestades (chuvas intensas, raios, vendavais)

3.2 Ressacas
Ressaca em 21/08/2016
Ressaca em 21/08/2016
Obra piloto para erosão na Ponta da Praia

Fonte: Folha de São Paulo


4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
▪ Fenômenos tecnológicos:

◦ Relacionados a produtos perigosos: extravasamento, contaminação da água,


transporte de produtos
Guarujá - 2016

Cubatão - 2017
4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
▪ Fenômenos tecnológicos:

◦ Relacionados a produtos perigosos: extravasamento, contaminação da água,


transporte de produtos

◦ Relacionados a incêndios urbanos: em indústrias, aglomerados residenciais


Incêndio no Caminho São Sebastião - 2018

Incêndio na Ultracargo - 2015


4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
▪ Fenômenos tecnológicos:

◦ Relacionados a produtos perigosos: extravasamento, contaminação da água,


transporte de produtos

◦ Relacionados a incêndios urbanos: em indústrias, aglomerados residenciais

◦ Relacionados a obras civis: colapso de edificações


Colapso de estrutura - Cinema São José (2010)

Queda de marquise – Gonzaga (2018)


4 – Quais fenômenos ameaçam o Município de
Santos?
▪ Fenômenos tecnológicos:

◦ Relacionados a produtos perigosos: extravasamento, contaminação da água,


transporte de produtos

◦ Relacionados a incêndios urbanos: em indústrias, aglomerados residenciais

◦ Relacionados a obras civis: colapso de edificações

◦ Relacionados a transporte de passageiros e cargas não perigosas: transporte


rodoviário, ferroviário, aéreo, marítimo, aquaviário
Queda de aeronave – Boqueirão (2014)
5 – Quais os instrumentos da gestão de risco são
utilizados pelo Município de Santos?
➢ Mapas e cartas: carta de suscetibilidades, mapa de risco, carta geotécnica
➢ Sistemas de monitoramento: pluviômetros, radares meteorológicos, estações
meteorológicas e oceanográficas, câmeras de vigilância
➢ Planos de contingência e de redução de riscos: Plano Preventivo de Defesa
Civil, Plano de Contingência para Ressacas e Inundações, Plano Municipal de
Redução de Riscos, entre outros
➢Programas preventivos: Defesa Civil na Escola, Núcleos de Proteção e Defesa
Civil - NUPDECs
5.1 – Cartas e Mapas
Carta de suscetibilidades a movimentos gravitacionais de massa e inundações (IPT e CPRM, 2014)
5.1 – Cartas e Mapas
Cartas das áreas suscetíveis a enchentes e inundações (Plano de Contingência para
Ressacas e Inundações, 2017)
5.1 – Cartas e Mapas
Mapeamento do risco associado a deslizamentos em encosta (PMRR)
5.1 – Cartas e Mapas
Mapeamento do risco associado a deslizamentos em encosta (PMRR)
5.1 – Cartas e Mapas
Carta Geotécnica dos Morros de Santos e São Vicente (1979)
5.1 – Cartas e Mapas
Carta Geotécnica dos Morros de Santos e São Vicente (1979)
5.2 – Sistemas de monitoramento
Rede Pluviométrica
5.2 – Sistemas de monitoramento
Rede Pluviométrica
5.2 – Sistemas de monitoramento
Radar Meteorológico
5.2 – Sistemas de monitoramento
Estações Meteorológicas
5.2 – Sistemas de monitoramento
Previsão Meteorológica
5.2 – Sistemas de monitoramento
Estações Oceanográficas
5.3 – Planos de Contingência e de Redução de
Riscos
➢ Plano Municipal de Redução de Riscos - PMRR

◦ Elaborado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo – IPT em 2012

◦ Inclui o mapeamento das áreas de risco a deslizamentos, recomendações de


obras para a redução do risco de desastres e a remoção de moradias e
reassentamento de famílias
5.3 – Planos de Contingência e de Redução de
Riscos
➢ Plano Municipal de Redução de Riscos

23 Áreas, 114 setores de risco e 10.832 moradias mapeadas.


- 27 setores de risco MUITO ALTO-R4 (1104 moradias)
- 46 setores de risco ALTO-R3 (3096 moradias)
- 39 setores de risco MÉDIO-R2 (6490moradias)
- 02 setores de risco BAIXO-R1 (142 moradias)
5.3 – Planos de Contingência e de Redução de
Riscos
➢ Plano de Contingência para Ressacas e Inundações:

◦ Instituído pelo Decreto 7.804/2017

◦ Envolve diferentes níveis de operação (observação, atenção e alerta) de acordo


com: (1) velocidade do vento do quadrante sul, (2) altura das ondas do
quadrante sul e (3) elevação da maré

◦ Cada setor participante tem sua competência de acordo com o nível de


operação
5.3 – Planos de Contingência e de Redução de
Riscos
➢ Plano Preventivo de Defesa Civil - PPDC

◦ Operado todos os anos, entre dezembro e abril – meses chuvosos

◦ Envolve diferentes níveis de operação (observação, atenção, alerta e alerta


máximo) de acordo com: (1) acumulado pluviométrico, (2) previsão
meteorológica e (3) vistorias de campo

◦ Cada setor participante tem sua competência de acordo com o nível de


operação
5.3 – Planos de Contingência e de Redução de
Riscos
➢ Plano Preventivo de Defesa Civil - PPDC

◦ Plano de convivência com o risco de deslizamento

◦ Medidas devem ser tomadas anteriormente à deflagração de deslizamentos

◦ É necessário prever as condições favoráveis aos deslizamento, por meio do


monitoramento do acumulado de chuva, previsão meteorológica e
observações de campo
Observações de campo

Deslizamento circular Deslizamento planar


Fase de preparação do PPDC
5.3 – Planos de Contingência e de Redução de
Riscos
➢ Planos para desastres tecnológicos no Porto de Santos

◦ Plano de Emergência Individual – PEI

◦ Plano de Área do Porto de Santos e Região – PAPS

◦ Plano Integrado de Emergência – PIE

◦ Plano de Ajuda Mútua – PAM


5.4 – Programas Preventivos
➢ Seção de Programas Preventivos da Defesa Civil

➢ Defesa Civil na Escola

◦ Palestras e cartilhas para crianças nas escolas municipais

◦ Temas de proteção e defesa civil

➢ Núcleos de Proteção e Defesa Civil - NUPDEC

◦ Treinamento para voluntários nas comunidades

◦ Parte essencial da Defesa Civil


OBRIGADO!
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