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20/04/2023

MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA
Redes de Fluidos
SISTEMAS ELECTROMECÂNICOS
REDES
Licenciatura em DE FLUIDOS Mecânica
Engenharia

Ano Lectivo de 2022/2023 – Semestre de Verão

LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA


REDES DE FLUIDOS

Escoamentos com Fluidos Compressíveis

Aula 20

Filipe Rodrigues
Professor Adjunto

Área Departamental de Engenharia Mecânica


Secção de Energia e Controlo de Sistemas
fmrodrigues@dem.isel.ipl.pt
2

5º Semestre
6º Ano Lectivo de 2022/2023 – Semestre de Verão

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REDES DE FLUIDOS

Perda de carga em fluidos compressíveis


• O escoamento de um gás ou vapor em regime
estacionário pode ser descrito por inúmeras
equações, mas nenhuma é universal.
• O efeito do atrito é difícil de quantificar e é a
principal razão pelas variações nas equações do
escoamento.

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REDES DE FLUIDOS

Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação
• A equação geral do escoamento em regime estacionário de um gás num
tubo deriva da equação de Bernoulli;
• A pressão decresce ao longo da conduta na direção do escoamento,
devido à perda de energia (na forma de pressão) para vencer o atrito,
como resultado ocorre um aumento de volume do gás e a sua densidade
decresce;
• Num escoamento estacionário a massa de gás é constante em qualquer
ponto da conduta:

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Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação
• Se a área da secção reta é constante 1 2, pelo que a
equação da continuidade tem o aspeto:

• Como consequência da diminuição da densidade ( ) a


velocidade ( ) de escoamento do gás aumenta e a energia
cinética aumenta;
• Parte da energia total disponível é utilizada para originar
este aumento.

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REDES DE FLUIDOS

Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação
• Como a velocidade varia ao longo do tubo, torna-se necessário considerar
um troço de comprimento elementar:

• Na figura temos uma pressão p à distância x da entrada e uma pressão


p+dp a uma distância x+dx;
• A densidade (ρ) e a velocidade de escoamento (V) variam analogamente6
através do elemento dx.
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Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação

• Se a alteração de densidade dρ ao longo do elemento for


desprezável (ou seja o elemento de gás tem uma densidade
constante), a equação de Bernoulli aplicada a este elemento
fica com o aspeto:

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Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação
• A perda de carga devida ao atrito ao longo do elemento dx
obtém-se pela equação de Darcy:

• Introduzindo este termo na equação de Bernoulli e


simplificando temos:
"
!
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Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação

"

• Estas são as equações gerais aplicadas no escoamento de


um gás em regime estacionário;
• Considerou-se que a variação da energia cinética devida à
alteração de densidade e velocidade é desprezável.
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REDES DE FLUIDOS

Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação
• O estabelecimento da equação geral envolveu um grande
número de simplificações tais como:
– Escoamento em regime estacionário
– Escoamento isotérmico devido à dissipação de calor para a vizinhança
através das paredes da conduta.
– Variações de energia cinética desprezáveis.
– Compressibilidade constante do gás em toda a extensão da conduta.
– Validade do coeficiente de perdas por atrito de Darcy ao longo da
conduta.
– Coeficiente de atrito constante ao longo de todo o comprimento da
conduta.

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Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação
• Uma forma simplificada da equação geral do escoamento de
gases foi desenvolvida para aplicação em sistema de
condutas com escoamento em baixa pressão.
• A simplificação implica a conversão do termo:
→ ⇒

2&'(

#
• Em que é a pressão média do fluido no interior da
conduta. 11

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Equação geral do escoamento


Desenvolvimento da equação
• A pressão p é pressão absoluta.
• Normalmente, em sistemas de baixa pressão as pressões manométricas
têm valores muito reduzidos e as pressões absolutas são iguais a pn, em
que o índice n refere-se às condições standard de pressão e temperatura
ou seja &) * 0,1 -./ e 0) 288 2.
• Se a pressão média pav for considerada igual a pn, T ≅ Tn e Z ≅ 1, a
equação geral do escoamento de fluidos compressíveis pode ser
apresentada na forma:

345
!
Onde: 345
6
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Equação geral do escoamento


Coeficiente de compressibilidade
• O fator de compressibilidade 789 mede o grau da não
idealidade dos gases reais;
• Ele foi introduzido na equação dos gases ideais de forma a
efetuar uma correção na mesma, para se poder aplicar aos
gases reais;
• Assim, a equação de estado dos gases ideais, corrigida pelo
fator de compressibilidade, é dada por:
&: ;08
Onde 8 é o fator de compressibilidade propriamente dito, puramente
empírico. 13

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REDES DE FLUIDOS

Coeficiente de compressibilidade
Coeficiente de compressibilidade
• Como o volume é uma função da temperatura e da pressão,
8 será uma função dessas mesmas variáveis, ou seja:
8 8 0, & ;
• O coeficiente de compressibilidade é normalmente
determinado para a pressão média:
pA B pC B
p> 2/3 C
pA pC C

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REDES DE FLUIDOS

Fator de atrito
• A velocidade de escoamento de fluidos compressíveis em
condutas poderá variar de valores muito baixos em sistemas
de baixas pressões (BP) até valores apreciáveis em sistemas
de transmissão de gás a altas pressões (AP);
• Escoamentos com velocidade reduzida têm frequentemente
propriedades de escoamento laminar e quando as
velocidades são elevadas o escoamento é completamente
turbulento;
• Contudo a maioria dos sistemas de distribuição de gás
operam na região parcialmente turbulenta;
• Na região laminar o coeficiente de atrito é função do número
de Reynolds Re e define-se pela relação de Hagen-Poiseuille:
D 15
E
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REDES DE FLUIDOS

Fator de atrito
• Substituindo na equação geral do escoamento obtém-se a
equação de Hagen-Poiseuille para o escoamento laminar;
• No escoamento turbulento o fator de atrito f depende do
número de Reynolds e da rugosidade relativa das paredes do
tubo;
F
• A rugosidade relativa das paredes do tubo é:

• Para condições de escoamento de um gás em regime


estacionário através de uma conduta com um diâmetro
determinado o número de Re é diretamente proporcional ao
caudal de gás em escoamento;
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REDES DE FLUIDOS

Fator de atrito
• De acordo com os trabalhos de Wilson e Ellington (1958) a
região de escoamento turbulento poderá ser separada para
qualquer rugosidade relativa em duas partes:
− Uma para a qual o fator de atrito depende somente do número de
Reynolds (região parcialmente turbulenta) e é determinada pela
equação implícita:


JK E L, M 2300 G ;H G 107

− Outra com o regime turbulento completamente desenvolvido em


que o fator de atrito é independente do número de Reynolds:
M, P
. JK ;H N 107
F 17

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REDES DE FLUIDOS

Fator de atrito
• Nas regiões parcialmente turbulenta e turbulenta o fator de
atrito deverá ser corrigido de forma a introduzir o efeito de
forças adicionais de arrasto devidas a juntas de soldadura,
acessórios, impurezas, ferrugem e incrustações no interior
dos tubos;
• Para proceder a esta correção introduziu-se um fator de
eficiência ξ que varia entre 0,7 e 1,0 para a maioria das
condutas de gás;
• O valor de 1,0 representa uma eficiência ideal ou seja quando
as paredes interiores do tubo são perfeitamente lisas e estão
completamente limpas;
• O valor de 0,8 é utilizado para tubos novos não lisos; 18

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REDES DE FLUIDOS

Fator de atrito
• O valor de 0,7 aplica-se a tubos de aço velhos.

Q
R E J

fideal, representa o fator de atrito determinado pelas expressões


anteriores.

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Número de Reynolds
• Para os fluidos compressíveis a expressão mais apropriada
para o número de Reynolds é:

E
S
• Nos casos dos fluidos compressíveis, e atendendo à equação
de continuidade, é usual, referir o produto da velocidade pela
densidade ao estado normal, então:

E
S
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REDES DE FLUIDOS

Número de Reynolds
• O caudal normal (n) poderá ser apresentado em função do
caudal volúmico, em (TM7n9/ ) e ter-se-á:
r V ×π × D2 r 4 × Q& × ρ n
Q& = V × A = ∴V =
4 π × D × µ × 3600
q&vn ρn
Re = 353,7
106 µ D
• ou em termos de caudal mássico VW 7XY/Z9, e ter-se-á:
m& &
m
Re = 353, 7 ou Re = 353, 7
10 µ D
6
10 υ ρ D
6

Nas expressões acima, considerou-se “n” índice de referência do estado


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normal, i.e., 0 0 º\ e & 1 /]V.

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Equações empíricas
Equação de Lacey
• Esta equação aplica-se a condutas que funcionam com as
pressões manométricas compreendidas de 0 - 75 mbar.

,P L_D
!
com p em mbar; D em mm, L em m; obtém-se Qn em m3/h.
• O valor de ^ a utilizar nesta equação é determinado pela
equação de Unwin´s:

L, LLDD
L, P 22

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REDES DE FLUIDOS

Equações empíricas
Equação Polyflo
• Esta equação é utilizada para redes de média pressão
manométrica a operar entre 0,075 e 7,0 bar.

P, P L_D
!
com p em bar e Qn em m3/h.
• O valor de ^ a utilizar na equação é determinado pela
equação:

, MM6 EL,LP Q
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REDES DE FLUIDOS

Equações empíricas
Equação de Panhandle
• Esta equação aplica-se para pressões que operam com
pressões manométricas superiores a 7,0 bar.

P, P L_D
_D
!!
com p em bar e Qn em m3/h.

• O valor de ^ a utilizar na equação determina-se por:

, 6P EL,LPM Q
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REDES DE FLUIDOS

Expressão para o cálculo de condutas

• A expressão seguinte é muito utilizada para cálculos de


gasodutos de comprimentos longos:

2 2 ƒ LZ Q 2 vn ρ r
p1 - p2 = 17,8
( 100 D )
5

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REDES DE FLUIDOS

Expressão para o cálculo de condutas


Equações de Renouard
• As equações de Renouard são recomendadas pelos serviços técnicos da
empresa Gás de França. Estão perfeitamente confirmadas pela
experimentação.
• Para altas e médias pressões > 50 mbar:

D6, !E` ,6 _D,6

• Onde:
p1 e p2 pressões na origem e na extremidade, absolutas em bar;
S (ou dr) densidade do gás relativamente ao ar;
Leq comprimento do troço (+20% p/ perdas de carga) em m;
Q caudal em m3(st)/h à temperatura de 15º C e 1013 mbar;
D diâmetro da conduta em mm.
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REDES DE FLUIDOS

Expressão para o cálculo de condutas


Equações de Renouard
• Para baixas pressões < 50 mbar:

M. LL ! ,6 _D,6

Onde:
p1 e p2 pressões na origem e na extremidade, absolutas em mbar.
• A equação de Renouard simplificada é válida para os casos em que:
a
 G 150 e;
b
a
 ;H 0 G 2 10d (fórmula de Kowarski)
b

Nota: T e S tem origem nos valores da tabela que se segue.

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REDES DE FLUIDOS

Expressão para o cálculo de condutas


Equações de Renouard
Variáveis Gás Natural Gás Propano
dc 0,57 1,54
S 0,65 1,16
T 22.300 72.000
• A densidade corrigida (dc) é um valor que depende da densidade relativa
do gás (S ou dr) e da viscosidade cinemática sendo dada por:
_i,Ci
0,22
ef g
h
jkb
• T é uma constante cujo valor depende do número de Reynolds ;H
l
nas condições de pressão e temperatura do escoamento. Se se considerar
a viscosidade cinemática hi a 15º C e 1,01325 bar (em stokes, cm2/s),
BmBn a a 28
então: ;H 0 .
lo b b

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REDES DE FLUIDOS

Variações altimétricas, fluidos compressíveis


• Na aplicação das equações de cálculo das perdas de carga,
supõe-se um tubo horizontal;
• Havendo variações altimétricas há que ter em conta a
variação da coluna do gás;
• O principio fundamental da hidrostática traduz o
comportamento de fluidos em repouso quando sujeitos à
ação do campo de gravidade terrestre:

p2 = p1 + ρ gh = p1 + γ h
Onde:
P1 – pressão de entrada;
P2 – pressão de saída. (N/m2 ; Pa)
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h – Altura geométrica (m)

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Variações altimétricas, fluidos compressíveis


• Como o escoamento de gases é feito no estado gasoso, considerando
as pressões como pressões relativas, é imprescindível contabilizar a
variação da pressão atmosférica com a altitude:

p1 − p2 = ( ρ gás − ρ ar ) g ∆h = ( γ gás − γ ar ) ∆h
• Introduzindo então a energia de posição da equação de Bernoulli,
aplicado a duas secções de uma tubagem que transporta um fluido,
traduz em termos analíticos o princípio da conservação da energia e
resulta na fórmula mais geral:
LV 2 ρ
p1 − p2 = f ± gh ( ρ gás − ρ ar )
2D
• A equação permite constatar que a variação de energia (perda)
ocorrida de montante a jusante da tubagem, é devida à variação de
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pressão.

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REDES DE FLUIDOS

Variações altimétricas, fluidos compressíveis


onde, as variáveis da eq. acima identificam:
p1, p2 - pressão de entrada e de saída, respetivamente (N/m2 ; Pa)
L - comprimento do tubo entre 1 e 2 (m)
D - diâmetro interior de tubagem (m)
V - velocidade de fluido (m/s)
h – Altura geografica (m)

• O sinal positivo (+) será para tubagens com escoamento ascendente.


• O negativo (-) para tubagens com o escoamento descendente.
• Nos casos dos gases o termo gh (ρ - ρar) fornece resultados
aproximados mas aceitáveis para a maioria das aplicações práticas.

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Expressão para o cálculo de condutas


Cálculo das variações de pressão devidas à altura
• No caso de tubagens com variações de cota significativas, como é o caso das
colunas montantes, há que considerar a variação de pressão decorrente da
diferença de densidade entre o gás e o ar (um gás muito leve como o gás natural
terá tendência a subir pelo efeito da impulsão; pelo contrário, um gás mais denso
que o ar, como o propano, terá tendência a descer devido ao seu peso).
• A contabilização desta componente da variação de pressão do gás torna-se
particularmente importante em instalações de baixa pressão, onde tem uma
expressão muito relevante. Para o seu cálculo, recorre-se normalmente à seguinte
expressão:
∆&q 0,1293 1 g Z
Em que:
∆ph Variação da pressão devido à altura em mbar:
• Negativa se S >1, como para o propano;
• Positiva se S < 1, como para o gás natural.
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h Altura da tubagem na vertical em m.

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REDES DE FLUIDOS

Limitações às Velocidades de Escoamento


1. O efeito de compressibilidade depende da relação entre a
velocidade do gás (V) e a velocidade de propagação das
ondas sonoras no escoamento (Vs),
2. A velocidade máxima ocorrerá no fim do tubo, ou seja, onde
a pressão é mais baixa.
3. Existirá uma pressão crítica e consequentemente uma
velocidade crítica, a partir da qual haverá velocidade sónica e
as inerentes ondas de pressão, ou de choque.
4. A velocidade do escoamento está limitada pela velocidade
de propagação das ondas de pressão, que ocorrem quando
se atinge a velocidade do som no fluido.
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REDES DE FLUIDOS

Limitações às Velocidades de Escoamento


5. Os escoamentos industriais são restringidos a velocidades
subsónicas.
6. No transporte de fluidos em tubagens industriais e domésticas
as velocidades são limitadas por razões de minimização das
perdas de carga e de conforto (nível do ruído), situando-se
entre:
 10 a 20 m/s para os gases;

 1 a 3 m/s para os líquidos.

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REDES DE FLUIDOS

Redes de Ar Comprimido

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Dimensionamento de redes de ar comprimido


• Perdas de pressão admissíveis
– Na prática limitam-se as perdas de pressão nas canalizações,
recomendam-se os seguintes valores:
− Perda máxima de pressão na rede até ao ponto mais afastado: 0,3
bar;
− Canalizações principais: 0,0002 bar/m ou seja 0,02 kPa/m;
− Canalizações secundárias:
 0,08 bar/100 m ou seja 8 kPa/100 m.
− Ramais terminais:
 0,2 bar/100 m ou seja 20 kPa/100 m;
 Mangueiras de ligação a ferramentas: 0,2 bar/50 m ou 20 kPa/50 m.

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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


• Velocidades admissíveis
− Canalizações principais: 6 a 8 m/s
− Ramais: 8 a 10 m/s
− Mangueiras: 15 a 30 m/s
• Critérios de dimensionamento
− Baseado na velocidade aconselhável para o escoamento do
ar;
− Na perda de pressão admissível.

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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


• 1º Método – Baseado na velocidade de escoamento do ar
− Emprega-se para o dimensionamento de ramais secundários com
comprimentos inferiores a 10 m.
− Não se considera a perda de carga, a qual para estas extensões é
desprezável.
1. Determina-se o caudal em m3(n)/min, ou seja de descarga livre.
2. Estabelece-se o valor da velocidade de escoamento que, para os ramais
está compreendida entre 8 e 10 m/s.
3. Calcula-se a relação de compressão R para a pressão no início do troço da
linha:
ps + pabs
R=
pabs
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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


• 1º Método – Baseado na velocidade de escoamento do ar
4. Calcula-se a descarga real par a pressão de serviço p:
1
Qreal = Qnormal ×
R
5. Utiliza-se a tabela com base na velocidade selecionada e no valor do caudal
real Qreal.

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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


Exemplo Prático
• Num ramal com 9 m de comprimento circula 3,5 m3(n)/min de
ar à pressão de 7 bar. Qual o diâmetro aconselhado para a
velocidade de escoamento não ultrapassar 8 m/s.
• Resolução:
7 +1
– Relação de compressão: R = =8
1
1
– Caudal real: Q real = 3, 5 × = 0, 437 m 3 (n) / min
8

– Da tabela seleciona-se o tubo DN 32, para o ramal.


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Caudal de ar comprimido real escoado em m3/minuto, em


função da velocidade de escoamento e do diâmetro.
Ø Velocidade de escoamento m.s-1
mm 5 6 7 8 9 10
10 0,036 0,044 0,061 0,059 0,066 0,073

12 0,058 0,070 0,082 0,093 0,105 0,117

20 0,103 0,123 0,144 0,164 0,185 0,206

25 0,167 0,200 0,234 0,267 0,300 0,334

32 0,289 0,347 0,405 0,463 0,521 0,578

38 0,393 0,472 0,551 0,630 0,709 0,787

50 0,650 0,780 0,910 1,040 1,170 1,300

65 0,930 1,110 1,300 1,480 1,670 1,850

80 1,430 1,720 2,000 2,290 2,580 2,860

100 2,460 2,950 3,440 3,930 4,420 4,910

150 5,590 6,710 7,830 8,950 10,070 11,180

200 9,680 11,620 11,560 15,490 17,430 19,360


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250 15,260 18,310 21,370 24,420 27,470 30,520

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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


• 2º Método – Considerando a perda de carga
− 1º Processo
 Determina-se o diâmetro dos tubos em função da velocidade e da
descarga e calcula-se por fórmulas apropriadas a perda de carga;
 Verifica-se se o valor calculado é inferior ao limite aconselhado.

− 2º Processo
 Fixa-se o limite para a perda de carga e calcula-se o diâmetro
correspondente.
 Adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior.

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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


Fórmula clássica pela perda de carga
• O ar ao circular no interior dos tubos sofre uma perda de pressão devido
ao atrito e às mudanças de direção;
• A perda de pressão depende do comprimento do tubo e das grandezas
que aparecem na fórmula clássica:
2 × 10 −5
hf = × L × ρ × g × α ×V 2
Onde: D
hf = Perda de pressão manométrica em bar;
L = Comprimento do tubo em m. Corresponde à soma do comprimento real com
o comprimento equivalente;
ρ = massa específica do ar comprimido à temperatura e pressão de serviço. Valor
da tabela;
V = velocidade de escoamento do ar em m/s;
D = diâmetro do tubo em metros; 1, 294 × 10 −5
α = coeficiente α = 5 ,07 × 10 −4 + 43

D
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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


Fórmula clássica pela perda de carga
• A equação quando escrita em função do caudal em m3/s,
transforma-se em:
Q2 × L× ρ × g
h f = 3 , 25 × 10 −5
×α ×
D5
• Esta equação é suficientemente exata para aplicações
industriais e também é muito usada.

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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


Q 1,85 × L
Equação Atlas Copco h f = 82970 ×
D5 × p i
L× Q2
Equação de Worthington h f = 82600 ×
R × D5
hf = bar;
Q = m3(n)/min (descarga livre);
L = Comprimento total (real + equivalente) em m;
D = diâmetro interior em mm;
pi = pressão absoluta inicial em bar;
R = Relação de compressão para a pressão de serviço

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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de
ar comprimido
Exercícios Práticos

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20/04/2023

LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA


REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


Problema 8.1
• Calcule a perda de carga numa linha de ar comprimido com:
– Diâmetro DN 38;
– 100 m de comprimento total (real + equivalente);
– Em que se escoam um caudal de 3,5 m3(n)/min e;
– Que está comprimido a 7 bar;
– Sendo a temperatura de serviço de 20º C.

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REDES DE FLUIDOS

Problema 8.1
1ª Solução – Equação Geral
 D = 0,038 m
3,5 VB 7~9⁄V•~
 Q = 3,5 m3(n)/min tn|'}
8 •/‚ 60 ƒ⁄V•~
0,00728 VB ⁄ƒ
 p = 7 bar (8 bar(a))
• A velocidade de escoamento determina-se por:
4 t 4 7,28 10_B
: 6,42 m/s
u vC u 0,038C

ρ0º C;1 bar = 1,2922 kg/m3


8 1,2922 273,15
9,632 kg/VB
293,15 1 48

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Problema 8.1
1ª Solução – Equação Geral
1,294 × 10 −5 1,294 × 10 −5
α = 5 ,07 × 10 −4 + = 5 ,07 × 10 −4 + = 8,475 × 10 −4
D 0 ,038
Q2 × L× ρ × g
Aplicando a equação geral: h f = 3,25 × 10 −5 × α ×
D5
0 , 00728 2 × 100 × 9, 632 × 9, 81
h f = 3, 25 × 10 −5 × 8, 475 × 10 −4 × = 0 , 174 bar
0 , 038 5

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Problema 8.1
2ª Solução – Equação Atlas Copco
Q 1,85 × L 3,5 1 ,85 × 100
h f = 82970 × = 82970 × = 0 ,133 bar
D5 × p i 38 5 × 8

3ª Solução – Equação Worthington


L × Q2 100 × 3,5 2
h f = 82600 × = 82600 × = 0,160 bar
R × D5 8 × 38 5

∴ Os resultados são bastante aproximados.

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REDES DE FLUIDOS

Dimensionamento de redes de ar comprimido


Problema 8.2
• Determinar a perda de pressão numa canalização com 200
m e um diâmetro de 100 mm, por onde se escoa um caudal
de 35 m3(n)/min, à pressão de 7 bar manométrica e
temperatura de 30º C.

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REDES DE FLUIDOS

Problema 8.2
Resolução
• À pressão de 7 bar, o caudal de ar é de:
&A :A 1
:C 35 4,37 VB ⁄V•~ 0,073 VB ⁄ƒ
&C 8
1,294 × 10 −5 1, 294 × 10 −5
α = 5 ,07 × 10 −4 + = 5 ,07 × 10 −4 + = 6 , 36 × 10 −4
D 0 ,10
ρ0º C;1 bar = 1,2922 kg/m3
8 1,2922 273,15
ρ30º C;8 bar= 303,15 1
9,31 X Y⁄VB

Q2 × L× ρ × g 0 , 073 2 × 200 × 9, 31 × 9, 81
h f = 3,25 × 10 −5 × α × = 3, 25 × 10 −5 × 6 , 36 × 10 −4 × = 0, 201 bar
D5 0 , 10 5
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2º Processo
• Cálculo do diâmetro uma vez fixada a perda de carga
admissível

Q2 × L × ρ × g
D = 5 3,25 × 10 −5 × α ×
hf

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Dimensionamento de redes de ar comprimido


Problema 8.3
• Um ramal com 150 m de extensão total (real + equivalente)
alimenta a ar comprimido à pressão manométrica de 6 bar e
com uma temperatura de 30ºC, 12 máquinas que consomem
cada uma 2 m3(n)/min de ar em simultâneo.
• Se as perdas aceitáveis por fugas de ar representam 5% e as
de atrito 0,12 bar.
– Qual deverá ser o diâmetro do ramal?
– Determine o novo valor da perda de carga.

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REDES DE FLUIDOS

Problema 8.3
Resolução
• O caudal de ar à pressão de 6 bar manométrico é de:
5
t 12 2 1 25,2 VB 7~9/V•~
100

• Caudal total de ar livre por minuto (2):


1 1
td|'} t 25,2 3,6 VB ⁄V•~ 0,06 VB /ƒ
7 7

• Considerando uma velocidade de V = 8 m/s determina-se um


diâmetro:
4 t 4 0,06
v 0,097 V
u : u 8 55

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REDES DE FLUIDOS

Problema 8.3
Resolução

• Considera-se o diâmetro comercial de 102,3 mm donde se


determina α:
1,294 × 10 −5 1,294 × 10 −5
α = 5 ,07 × 10 −4 + = 5 ,07 × 10 −4 + = 6 ,33 × 10 −4
D 0 ,1023

7 1,2922 273,15
ρ30º C;7 bar = 8,150 X Y⁄VB
303,15 1
Q2 × L× ρ × g
h f = 3,25 × 10 −5 × α ×
D5
0 , 06 2 × 150 × 8, 150 × 9, 81
= 3, 25 × 10 −5 × 6 , 33 × 10 −4 × = 0 , 079 bar 56
0 , 1023 5

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20/04/2023

MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


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SISTEMAS ELECTROMECÂNICOS
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Engenharia

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Ano Lectivo de 2022/2023 – Semestre de Verão

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