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13/03/2023

MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


Redes de Fluidos
SISTEMAS ELECTROMECÂNICOS
Licenciatura em Engenharia Mecânica

Ano letivo de 2022/2023 – Semestre de Verão

LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECÂNICA


REDES DE FLUIDOS

Perdas de Carga Localizadas

Aula 05

Jorge Mendonça e Costa


Professor Coordenador

Área Departamental de Engenharia Mecânica


Secção de Energia e Controlo de Sistemas
jorge.costa@isel.pt
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5º Semestre
6º Ano letivo de 2022/2023 – Semestre de Verão

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Perdas de
Carga
localizadas
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Perdas de carga localizadas


As perdas de carga que ocorrem devido a curvas, tês, válvulas (abertas
total ou parcialmente), equipamentos em linha (filtros, permutadores,
etc.), e outros acidentes são denominadas por perdas localizadas, ou
singulares. A perda de carga, verificada num escoamento, ao atravessar
um acessório, deve-se à turbulência causada por repentinas mudanças
da velocidade e direcção do escoamento no interior do acessório.

O cálculo das perdas de carga localizadas é empírico, sendo os


resultados um pouco imprecisos e até divergentes. Isto deve-se a
dificuldades da medida e à variedade dos acidentes de percurso.

A relevância das perdas de carga localizadas em relação às perdas em


linha tende a aumentar na razão inversa do comprimento da tubagem.
Situações de válvulas parcialmente fechadas, ou de equipamentos
intercalados, conduzem normalmente a valores de perda localizadas
superiores às perdas em linha.

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É corrente considerar que os valores de perda de carga


localizadas começam a ter pouca expressão, comparativamente
às perdas em linha, para comprimentos de tubagem acima dos
1000 diâmetros.
Para comprimentos pequenos as perdas de carga localizadas
poderão ser muito superiores às perdas em linha.

Cálculo das Perdas de Carga Localizadas


Na prática é corrente a utilização de três métodos para o cálculo das
perdas de carga localizadas ou singulares:

•Método dos K, ou método directo;


•Método dos comprimentos equivalentes;
•Método dos dois K.

Na prática é corrente a utilização dos 3


métodos seguintes para o cálculo das perdas
de carga localizadas ou singulares:
MÉTODO DIRECTO

2
h =KV
L 2g

Atendendo à formulação de Darcy


h
K= L = ΔP
V 2g 1 2 ρV 2
2

K é adimensional:
Pode ser definido como perda de energia cinética devido aos constrangimentos
É fortemente influenciado pela geometria da singularidade

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Cálculo das Perdas de Carga Localizadas


Método dos K ou directo
Exemplo Perdas de Carga em Válvulas:

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REDES DE FLUIDOS

Saídas e Entradas Abruptas


• A velocidade do fluido no escoamento num tubo para um
reservatório cai abruptamente até próximo de zero.
• A perda de carga para este caso é igual à energia cinética
dissipada K = 1.

Representação de escoamento na saída e na entrada de condutas

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Entrada Abruta de um Reservatório para


uma conduta
𝒓 0,02 0,06 ≥0,15
𝑫
K 0,28 0,15 0,04

Entrada com (a) tubo para dentro (b) cantos vivos e (c) cantos arredondados

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Expansão abrupta
• Numa expansão abrupta o fluido tem o escoamento de uma
conduta de seção menor para uma outra de seção maior.
• A velocidade cai abruptamente formando-se uma região de
turbulência e recirculação de fluxo a qual provoca uma
perda de carga proporcional à relação das seções dos tubos.
• A perda de carga localizada é determinada pela expressão:
𝑉 𝐷 𝑉
ℎ =𝑘 = 1−
2𝑔 𝐷 2𝑔
Onde V é a velocidade média da conduta menor.
• No caso da expansão total 𝐷 >>> 𝐷 , o valor de k=1, i.e.,
a energia cinética é totalmente perdida em caso de
expansão total.

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Contração Abrupta
• Neste tipo de elemento, a perda de carga é originada pela
contração das linhas de corrente formando uma “vena
contracta” e regiões de recirculação de fluxo.

Coeficiente de perda de carga para contração e expansão abrupta


• Para determinar a perda de carga com estas relações se
utiliza a velocidade correspondente a seção de menor
diâmetro.

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Expansão e Contração Gradual

Perda de carga em expansão gradual

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Expansão e Contração Gradual


• A expansão gradual é obtida com uma peça de transição
unindo um tubo de menor diâmetro com outro de maior
diâmetro permite uma menor dissipação de energia do que
uma transição abrupta direta entre dois tubos de diferente
diâmetro.
• O coeficiente de perda de carga (K) depende da relação de
diâmetros (𝐷 /𝐷 ) e do ângulo do cone.
• Obtém-se uma perda de carga mínima adotando-se um
ângulo do cone de 7°.

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Contração Gradual
• A perda de carga depende da relação de diâmetros e do
ângulo da contração.

Coeficiente de perda de carga (K) de contração gradual de tubos

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MÉTODO DO COMPRIMENTO EQUIVALENTE


As perdas de carga em singularidades são avaliadas em termos de
um comprimento equivalente de tubo que teria a mesma perda de
carga para o mesmo caudal e com o diâmetro característico da
singularidade.
Deste modo cada acessório de tubagem será substituído por um
comprimento recto do mesmo diâmetro, cuja perda de carga por
atrito seja, portanto, equivalente à perda de carga do acessório.
Estes comprimentos serão adicionados ao comprimento real da
tubagem recta.
Obtém-se então um comprimento total equivalente ao qual se
aplicará as fórmulas gerais de perda de carga linear por atrito.

Leq = KD
L 2 2
h = ƒ eq V = K V logo
L D 2g 2g f

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Método do Comprimento Equivalente


• A tabela abaixo mostra o comprimento equivalente
adimensional (Leq/D) de diversos acessórios.

Perda de carga localizada

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Comprimentos equivalente de perdas localizadas (m)

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Perdas de Carga
Localizadas

Comprimentos
Equivalentes

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Perdas de Carga Localizadas Método dos 2 K

O interesse deste método resulta do facto da maior parte da


literatura apresentar os valores de K sempre relativos a escoamentos
turbulentos. O método dos 2K considera que o coeficiente K não
depende nem da dimensão da tubagem nem da rugosidade do
acessório. É função do nº de Reynolds (em regime laminar e
turbulento) e da geometria do acessório. O método 2K toma estas
considerações em causa através da seguinte equação, que integra as
contribuições laminar e turbulenta:

K = K1 /Re + K (1+ 0,0254/D)


onde
K1 = K para o acessório em que NRe = 1
K = K para um acessório grande, em que NRe = 
D - diâmetro interior da tubagem onde se insere o acessório
Re - NRe em regime laminar
1/D - compensação das diferenças geométricas dos acessórios
K1 e K - obtêm-se de Tabelas

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Perdas de Carga Localizadas Método dos 2 K

K é independente de Re para valores de Re suficientemente elevados


Contudo a experiência mostra que o valor de K tende a aumentar à
medida que Re tende para o valor 1000 e torna-se inversamente
proporcional a Re quando Re toma valores abaixo de 100. Exemplo de
curvas de 1/2", de raio reduzido, onde a expressão de 2K se ajusta
perfeitamente a todos os regimes, neste caso com K1 = 800 e K = 0,40

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Valores de K para o
método de 2 K:

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Comparação dos Métodos


A experiência mostra que o método clássico de um só K, em que cada
acessório tem um comprimento equivalente, é muito fiável para
tubagens de aço de 1" a 8”. Por oposição, para diâmetros maiores, em
aços-liga, pode majorar as perdas de carga da ordem de 1,5 a 3 vezes o
valor correcto, o que originará sobredimensionamento de bombas e
gastos de energia supérfluos. Em regime laminar, pelo contrário, o
método clássico, normalmente sub-dimensiona as perdas de carga.
A variada literatura técnica disponibiliza valores de comprimentos
equivalentes. É necessário contudo ter em atenção que na maior parte
dos casos os valores são dados para diâmetros de 1" a 8" e no
pressuposto de regime perfeitamente turbulento (ex. “Hydraulic
Institute”). Efectivamente, no método clássico, cada comprimento
equivalente tem um factor de atrito associado, visto que Le = KD /, o
que na prática equivale ao método de um só K e portanto é limitativo se
considerarmos os diversos tipos de escoamentos possíveis.
Assim, Crane Co, propõe dois valores de factor de atrito, um para a
tubagem, inerente às condições de escoamento na tubagem () e outro
que será um valor "Standard", t, para cada acessório, estabelecido para
regime turbulento.
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Introdução aos
Problemas de
Perdas de Carga

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Cálculo de Perdas de Carga


Genericamente poder-se-ão equacionar três tipos de problemas
num escoamento turbulento:
Tipo Conhecidos Desconhecidos
1 Q, d, ε, μ hL
2 D, ε, μ, hL Q
3 Q, ε, μ, hL d

Problemas do tipo 1:
 Resolvem-se facilmente através do diagrama de Moody. A equação
de Darcy permite determinar hL.
Problemas do tipo 2 e tipo 3:
 A utilização do diagrama de Moody obriga necessariamente a um
processo iterativo. Nestes casos considera-se à partida uma
velocidade recomendada para o fluido.

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Velocidades (m/s) para início dos cálculos:


Água fria (em geral) 1a3 Gases (BP) 3 a 10
Água quente 2a3 Gases (AP) 15 a 20
Fluidos viscosos 1 a 1,5 Vapor saturado húmido 20 a 40
Aspiração de bombas 0,5 a 1 Vapor saturado seco 30 a 50

Aspiração de fluidos 0,3 a 0,5 Vapor sobreaquecido 40 a 60


viscosos
Oxigénio 3a8

Calcular o Diâmetro teórico interior de um tubo para


obter a velocidade recomendada para o caudal
pretendido:
Q=VA

A=π di2/4

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Diâmetro Diâmetro Diâmetro


exterior (mm) Nominal Nominal
Escolher um Tubo numa (DIN) (ASME)
tabela de Tubagem: 21.3 15 1/2"
26.9 20 3/4"
Os tubos são designados
33.7 25 1"
pelo Diâmetro Nominal, 42.4 32 1 1/4"
em polegadas, ou em 48.3 40 1 1/2"
milímetros, que não 60.3 50 2
corresponde ao 76.1 65 2 1/2"
diâmetro exacto 88.9 80 3"
114.3 100 4"
139.7 125 5"

O diâmetro normalizado 168.3 150 6"


219.1 200 8"
é sempre o exterior.
273 250 10"
323.9 300 12"
355.6 350 14"
406.4 400 16"
457.2 450 18"
508 500 20"

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Espessuras dos
Tubos:
Como há várias espessuras,
selecciona-se uma espessura
média designada por
schedule, que será:
Sch 80 para tubos até 1 ½”;
Sch 40 entre 2 ” e 12”;
Sch 20 acima de 12”.

Com a espessura seleccionada


calcula-se o diâmetro interior
e recalcula-se a velocidade ou
o caudal conforme a situação

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REDES DE FLUIDOS

Linha de Energia e Linha Piezométrica


 Para um escoamento permanente, incompressível, sem atrito e
ao longo de uma linha de corrente, a primeira lei da
termodinâmica é reduzida à equação de Bernoulli. Não há perda
de energia neste tipo de escoamento.

v2 p
Total + +
2∙g p∙g

 A equação de Bernoulli, expressa da forma acima, sugere


uma representação gráfica do nível de energia mecânica de
um escoamento. Cada termo tem dimensões de
comprimento, ou “altura de carga” do fluido em escoamento.

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Linha de Energia e Linha Piezométrica


 Experiência de Froude (1875)

H1 = H2 = H3 = Cte.
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Energia Total da Água (H)


(com escoamento)

1 Plano de Energia

h1 Linha das
h2 h3 pressões

2 3
Plano de referência

H1 = H2 = H3 = Cte

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Energia Total da Água (H)


(estrangulamento da seção)
V22/2g
V32/2g
1

h1 P2 = h2.
P3 = h3.

2 3

H1 = H2 = H3 = Cte

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Energia Total da Água (H)


com perda de carga
hp 2 V22/2g hp 3
V32/2g
1

h1 P2 = h2.
P3 = h3.

2 3

H1 = H2 + hp2 = H3 + hp3= Cte

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Linha de energia para fluidos


h
reais
p válvula

hp entrada
hp expansão hp redução

hp saída

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Problema 4.1
Um óleo com  = 900 kg/m3 e  = 0,0002 m2/s escoa-se no sentido
ascendente num tubo inclinado. A pressão e a elevação são
conhecidas nas secções 1 e 2, que estão afastadas 10 m.
Considerando um escoamento laminar estacionário.
a) Verifique se o escoamento se dá no sentido ascendente, de 1
para 2.
b) Calcule hf entre 1 e 2.
c) Calcule o caudal Q
d) Determine a velocidade de escoamento (v)
e) Determine o número de Reynolds

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REDES DE FLUIDOS

Problema 4.1

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Problema 4.1
Resolução
a) Verifique se o escoamento se dá no sentido ascendente, de 1
para 2.
 =    = 900 kg/m3  0,0002 m2/s = 0,18 kg/(m.s)
Z2 = L  sen 40⁰ = 6,43 m

HGL1 = z1 + P1/(g) = 0 + 350.000/(9009,81) = 39,65 m


HGL2 = z2 + P2/(g) = 6,43 + 250.000/(9009,81) = 34,75 m

O escoamento dá-se no sentido 1 para 2, i.e., do valor mais elevado


da linha piezométrica (HGL) para o mais baixo.

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Problema 4.1
Resolução
b) Calcule hf entre 1 e 2.

HGL1 = z1 + P1/(g) = 0 + 350.000/(9009,81) = 39,65 m


HGL2 = z2 + P2/(g) = 6,43 + 250.000/(9009,81) = 34,75 m

A perda de carga corresponde à variação da linha de energia

hf = HGL1 – HGL2 = 39,65 m – 34,75 m = 4,9 m

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Problema 4.1
Resolução
c) Calcule o caudal Q
Para se determinar Q utiliza-se a equação de Darcy para
escoamento laminar
A= π d2/4
64 64  Q = π d2/4 .V → V = 4 Q /(π.d2)
f   Q= A . V
Re  Vd

64  L V 2 128 LQ   gd 4  h f
 hf    Q
 Vd d 2 g gd 4 128 L

  900  9,807  0.06 4  4,9


Q  0,0076 m 3 s
128  0,18  10

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Problema 4.1
Resolução
d) Determine a velocidade de escoamento (v)
A velocidade determina-se por = Q/A
Q 0,0076
v   2,7 m s
 r2  0,032

e) Re
O número de Reynolds determina-se por
vd 2,7  0,06
Re    810 :. Re < 2300  Escoamento laminar
 0,0002

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Problema 4.2
A máquina M necessita para um perfeito funcionamento de um caudal de água
de arrefecimento de 4 l/s a uma pressão de 0,5 bar acima da pressão
atmosférica.
O reservatório tem um nível de água mínimo de 8 m acima da máquina.
Verifique a viabilidade da instalação e trace as linhas piezométrica e de carga.
Dados:
Água viscosidade   10 6 m 2 s
Tubo ferro galvanizado Dint=50 mm
8m Kt=0,5 (saída de tanque)
Kv=1 (válvula)
M

50 m 50 m

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Problema 4.2
Resolução
Identificar os pontos singulares

Cálculo da Velocidade Q = v A v = 2,037 m/s


Cálculo do número de Reynolds Re = v D/ = 2,037 x 0,05/10-6 = 105

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Problema 4.2
Resolução
Coeficiente de atrito Diagrama de Moody f=0,027

Regime turbulento

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Problema 4.2
Resolução
Cálculo da altura cinética do escoamento: v2/2g = 2,0372/(2 x 9,8)  0,2 m

Cálculo da perda de carga distribuída (fórmula de Darcy)

L v2 50
h f1, 2  h f 3 , 4  f  0 , 027   0,2  5,4 m
D 2g 0 , 05

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Problema 4.2
Resolução
Cálculo das perdas de carga singulares

𝑣 2,037
ℎ =𝐾 = 0,5 𝑥 ≅ 0,1 𝑚
2𝑔 2 𝑥 9,8
𝑣 2,037
ℎ ,
=𝐾 =1𝑥 ≅ 0,2 𝑚
2𝑔 2 𝑥 9,8
Cálculo da linha de carga, ao longo da tubagem:

v 2 P0
H0    z0  0  0  8  8 m  Não satisfaz
2g 
H1  H 0  h f1  8  0,1  7,9 m Possíveis soluções:
• Elevar o reservatório;
H 2  H1  h f1, 2  7,9  5,4  2,5 m
• Instalar uma bomba à saída do
H 3  H 2  h f 2 , 3  2,5  0,2  2,3 m reservatório;
H 4  H 3  h f 3, 4  2,3  5,4  3,1 m • Pressurizar o reservatório;
• aumentar o diâmetro da tubagem

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Problema 4.2
Resolução
Linhas piezométrica e de carga

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Problema 5.1
• Pretende-se que uma bomba com
pressão de saída P1 = 45 psig
envie um caudal de 200 m3/h, para
um reservatório com pressão Pr =
10 psig, através de uma tubagem
com as dimensões indicadas.
• Considere o fluido um líquido com
𝛾 = 9,5 N/dm3 (kN/m3) e
viscosidade  =550 cSt
a) Determine o diâmetro da
tubagem.
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Problema 5.1
Dados:
• Comprimento dos trechos retos de tubo:
𝐿1 = 4 𝑚; 𝐿 = 88 𝑚; 𝐿3 = 75 𝑚; 𝐿4 = 7 𝑚.
• Valor máximo do caudal: 𝑄 = 200 𝑚3/ℎ.
• Cotas de elevação:

𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 1 𝐻1 = 0,85 𝑚;
(𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 2) 𝐻2 = 13,7 𝑚.
• Pressão de saída da bomba: 𝑃1 = 45 𝑝𝑠𝑖(𝑔) ≅
310 𝑘𝑃𝑎.
• Altura máxima do líquido no reservatório: ℎ𝑟 = 9 𝑚.
• Pressão máxima no reservatório: Pr = 10 𝑝𝑠𝑖(𝑔) ≅
69 𝑘𝑃𝑎.
• Peso específico do fluido: 𝛾 = 9,5 𝑁/𝑑𝑚3.

• Viscosidade cinemática: 𝜈 = 550 𝑐𝑆𝑡 [10 6 𝑚2/𝑠]

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Desenho esquemático
Problema 5.1
Pr
hr=9 m Resolução
Z2=13,7m

a) Determinação de 𝑯𝟏, 𝑯𝟐, 𝑷𝟏 𝒆 𝑷𝟐.


7m vertical  𝐻1 = 0,85 𝑚
 𝐻2 = 13,7 𝑚
75 m horizontal
 𝑃1 = 310 𝑘𝑃𝑎
88 m horizontal  𝑃2 = 𝑃 + ℎ × 𝛾
= 69 + 9 × 9,5 = 154,5 𝑘𝑃𝑎
4m vertical

z1=0,85m P1

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REDES DE FLUIDOS

Desenho esquemático
Problema 5.1
Pr
hr=9 m Resolução
Z2=13,7m

b) Cálculo da diferença de energia


7m vertical Equação de Bernoulli, velocidade constante:

75 m horizontal p v 2 𝑃 𝑃
h    cte 𝑧 + − 𝑧 + ≥ℎ
 2g 𝛾 𝛾
88 m horizontal
𝐻 𝐻
P1 310
• Energia no ponto 1 z1    0,85  9,5  34,11 m
4m vertical
P2 154,5 kPa
• Energia no ponto 2z 2 

 13,7 m 
9,5 kN m3
 29,96 m
z1=0,85m P1

• Perda de carga disponível:


𝑯𝟏 – 𝑯𝟐 = 𝟑𝟒, 𝟏𝟏 – 𝟐𝟗, 𝟗𝟔 =
𝟒, 𝟏𝟓 𝒎 50

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REDES DE FLUIDOS

Desenho esquemático
Problema 5.1
Pr
hr=9 m Resolução
Z2=13,7m

c) Determinação do diâmetro provisório do


tubo:
7m vertical
• Arbitrar velocidade 1m/s
75 m horizontal 𝜋𝐷2
𝑄 =𝑉𝐴 → 𝐴=  𝐷 = 266 𝑚𝑚
4
88 m horizontal
• Escolher tubo DN 250 sch 40 Dext=273 mm;
esp = 9,25 mm; Dint=254,5 mm
4m vertical • Velocidade de escoamento v = 1,09 m/s
• Nº de Reynolds Fluidos incompressíveis:
z1=0,85m P1
D V 0,255  1,09
Re    505
 5,5  10 4
 Regime laminar f = 64/Re 51

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Desenho esquemático
Problema 5.1
Pr
hr=9 m Resolução
Z2=13,7m d) Cálculo do comprimento
equivalente:
• Utilizar o método dos comprimentos equivalentes, tubo
DN 250
7m vertical  L = 4+88+75+7=174 m
 2 válvulas cunha 2 X 1,7 = 3,4 m
 1 válvula retenção 1 X 20 = 20 m
75 m horizontal
 4 curvas 90 º 4 X 5,5 = 22 m
 1 entrada 1 X 7,5 = 7,5 m
88 m horizontal
𝐿 = 174 + 3,4 + 20 + 22 + 7,5 = 226,9 𝑚
e) Cálculo da perda de carga
4m vertical v L
Equação de Hagen-Poiseuille:  P  32  P  hl g
D2
z1=0,85m hl  .V  .V 32  5,5  10 4  1,09
P1  32  32   0,03 m / m
L  gD 2 gD 2 9,81  0,2545 2
• Ou seja 3 mca por cada 100 m de comprimento de tubo.
• Perda de carga total =226,9 x 3/100 = 6,85 m.
• Portanto, é maior que a disponível ( 𝐻 = 4,15 𝑚 < 6,8552𝑚).
 passar para diâmetro superior 300 mm e repetir os cálculos

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REDES DE FLUIDOS

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Comprimentos equivalente de perdas localizadas (m)

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REDES DE FLUIDOS

Desenho esquemático
Problema 5.1
Pr
hr=9 m Resolução
Z2=13,7m f) Repetir o cálculo com novo valor de
diâmetro
• Escolher tubo DN300 sch 40
7m vertical
dext=323,9 mm; esp=10,31 mm; dint=303,28 mm
Q = vA  Q = 200 m3/h/3600 (s/h) = 0,055 m3/s
75 m horizontal
 A = πd2/4=0,072 m2  v = 0,77 m/s
• Nº de Reynolds Fluidos incompressíveis
88 m horizontal
𝑅𝑒 = 𝐷 × 𝑉/𝜐 = 303,28 × 10 × 0,77/5,5 × 10
= 424,59
4m vertical
 Regime laminar 𝑓 = 64/𝑅𝑒 = ,
= 0,15
z1=0,85m
Equação de Darcy
P1
L v2
hL  f
d 2g
hL
 0 ,15
0 , 77  2
 0 , 015 m m 54
L 0 , 303  2  9 , 8

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REDES DE FLUIDOS

Desenho esquemático

Pr
hr=9 m Problema 5.1
Z2=13,7m Resolução
• Vamos utilizar o método dos comprimentos equivalentes,
tubo DN 300
7m vertical  L = 88+75+4+7=174
 2 válvulas cunha 2 X 2,1 = 4,2 m
 1 válvula retenção 1 X 24 = 24 m
75 m horizontal
 4 curvas 90 º 4 X 6,1 = 24,4 m
 1 entrada 1X9 =9m
88 m horizontal
𝐿 = 174 + 4,2 + 24 + 24,4 + 9 = 235,6 𝑚
Perda de carga unitária
4m vertical
ℎ = 235,6 × 0,015 𝑚/𝑚 = 3,53 𝑚
z1=0,85m P1  Menor que a disponível ( 𝐻 = 4,15 𝑚 > 3,53 𝑚).
Portanto considera-se esta solução suficientemente
aproximada
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Comprimentos equivalente de perdas localizadas (m)

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REDES DE FLUIDOS

Problema 5.2
• Considere três condutas dispostas em série, em que a perda
de pressão total entre as suas extremidades é de PA – PB = 150
kPa, e o respetivo desnível geométrico zA – zB = 5 m.
• Calcule o caudal em escoamento, considerando que o fluido é
água com as seguintes propriedades físicas:
 = 1.000 kg/m3 e  = 1,02  10-6 m2/s

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REDES DE FLUIDOS

• E as condutas têm as seguintes dimensões e características:

Conduta L [m] D [cm]  [mm] /D

1 100 8 0,24 0,003

2 150 6 0,12 0,002

3 80 4 0,20 0,005
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REDES DE FLUIDOS

Problema 5.2
Resolução
• A perda de carga total ao longo do sistema é de:

PA  PB 150.000 Pa
 hA  B   z A  zB   5 m  20,3 m
g 1.000 kg m3  9,81 m s 2
• Pela equação da continuidade as velocidades relacionam-se por:

d 12 16 d12
V2  V1  V1 e V3  V1  4V1
d 22 9 d 32
V2 d 2 4
Re 2  Re1  Re1 e Re 3  2 Re1
V1d1 3

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REDES DE FLUIDOS

Problema 5.2
𝐿 100 𝐿 80
Resolução 𝑑 𝑓 =
0,08
𝑓 𝐿
𝑑
𝑓𝑉 =
150
0,06
𝑓
16
9 𝑑
𝑓𝑉 =
0,04
𝑓 4

• Desprezando as perdas de carga localizadas e substituindo valores na equação


(regra 2) resulta:
V12  
2
 16  V12
h A B 
2 g 
1.250 f1  2.500  f 2  2.000  4 2 f 3 
9  20,3  1.250 f1  7.900 f 2  32.000 f3 
 2g
• Começa-se por estimar os fatores de atrito no diagrama de Moody, com base nos
valores da rugosidade relativa /d e considerando um regime turbulento
completamente desenvolvido como:
f1 = 0,0262 f2 = 0,0234 f3 = 0,0304

• Substituindo na equação anterior resulta:


V12  2 g  20,3 33  185  973  V1  0,58 m s
60

60
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REDES DE FLUIDOS

Problema 5.2 V2 d 2 4
Re 2  Re1  Re1 e Re 3  2 Re1
Resolução V1d1 3

• Determinando-se os números de Reynolds como:


Re1  45.400 Re2 = 60.500 Re3 = 90.800
• Com os números de Reynolds determinam-se novos valores para os fatores de
atrito no diagrama de Moody:
f1 = 0,0288 f2 = 0,0260 f3 = 0,0314

• Substituindo os novos valores dos factores de atrito na equação anterior resulta:

V1 = 0,565 m/s
1
Q   d12 V1  2,84  103 m 3 s
4
10,2 m h 
3

• Uma segunda iteração conduziria ao valor de: Q = 10,22 m3/h

d 12 16 d12
V2  V  V1
2 1
e V3  V1  4V1
d2 9 d 32 61

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MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA


Redes de Fluidos
SISTEMAS ELECTROMECÂNICOS
Licenciatura em Engenharia Mecânica

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Ano letivo de 2022/2023 – Semestre de Verão

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