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https://youtu.

be/dMKIq7iqpQs
“Loucura, pavor, medo… O que é o ser humano sem
essas características?”

Oi, eu sou a Nana. A sétima de um grupo de pessoas


feitas apenas para a morte. Matamos, lutamos,
morremos. Com o tempo, você aprende a lidar com
esse sentimento de indiferença.
Quando eu era pequena, eu e mais algumas pessoas
passávamos por treinamentos que arriscavam nossas
próprias vidas, alguns constituíam em sermos jogados
em um ninho de demônios e o objetivo era achar uma
saída. A maioria de nós não conseguia. A morte estava
presente nas nossas vidas desde o início.
Muitos de nós tentavam fugir, mas imediatamente
foram mortos. O medo impossibilitava os outros de
tentarem o mesmo. Mas após anos vivendo com
medo, você se pergunta qual a diferença daquela vida
para a morte, e assim, começa o processo de
aceitação. Apenas obedecem e seguem o ciclo, matar,
lutar, morrer. Todos nós fomos assim por um tempo.
Mas depois da fase de aceitação, começa a vir a
reflexão. Por que lutar por algo sem importância
para nós? Matar por matar, lutar por lutar, morrer
apenas para descansar. E depois da reflexão, revolta.
Porém, o que você faz quando não pode lutar de
volta contra as pessoas que te causaram tanto mal?
Você foge. Você tenta ao máximo se livrar delas, pelo
menos tirá-las de seus arredores.

Uma fuga em massa tinha sido planejada pela Nami. A


ideia era o máximo de gente escapar. Ichi, Ni, San, Shi,
Go, Roku, Nana, Hachi, Kyuu, Juu… Todos nós. A fuga
não foi como esperado e muitos de nós morreram.
Eu fui uma covarde e deixei meus irmãos pra trás.
Naquele dia, eu não fugi com eles e sim os usei como
distração. Por mais que tentassem me convencer, eu
sempre afirmei que não iria, menti pra todos eles. E
com o tempo, a única coisa que restou foi eles
aceitarem minha “decisão”, e no dia da fuga deles, eu
fugi sozinha, os usando como distração sem que eles
soubessem. Enquanto eu corria, somente os gritos
podiam ser escutados. Os gritos de agonia daqueles
que eram como eu, que sofreram como eu e por
isso queriam com tanto afinco ir embora juntos,
como irmãos. E eu os tratei como carne. Eu sabia
que muitos de nós morreriam, e por isso deixei o
medo falar mais alto e me aproveitei disso. Não sei
como eu teria coragem pra olhar eles nos olhos
depois disso. Acho que eles me repudiariam se
soubessem.

Eu fugi.

E agora lá estava eu, na floresta, completamente


sozinha, seguindo sem rumo em busca de qualquer
coisa. Eu fui ingênua de pensar que realmente
passaria despercebida, porque demorou pouco para
virem atrás de mim também. Nos primeiros dias,
alguns sem classe. Eu nunca fui a mais habilidosa, mas
eles não eram nada difíceis de se lidar, bom, sozinhos
não. A quantidade dificulta bastante. Mas eu sobrevivi.
Bom, mais fácil do que matar os sem-classe era
matar pessoas. Depois de um tempo, eu passei a não
ver diferença entre um e outro. Ambos pareciam
sofridos, algumas pessoas pareciam agonizar mais
que os oni e outras clamavam pela lâmina. É… Por mais
que a diferença entre eles fosse mínima para mim,
matar humanos é mais doloroso. Não por golpes.
Depois de dias andando pela floresta me alimentando
apenas de frutos, meu corpo estava exausto. Não
conseguia me manter em pé. Eu morreria ali mesmo
com o primeiro sem-classe que aparecesse, e tinha
aceitado isso. Fechei os olhos e me considerei morta.
E quando abri os olhos, não estava mais lá.

Senti conforto. Um calor e não o frio da floresta.


Um cheiro de comida fresca e não de sangue. Uma
brisa relaxante e não apavorante.

Senti aquilo por alguns minutos de olhos fechados,


uma parte de mim não queria abri-los e perder aquele
sentimento. Fiquei ali por horas, sem pensar em nada,
apenas pela primeira vez relaxando. Aquela foi uma
das sensações mais incríveis que eu já senti. Os
ferimentos não doíam mais e todo aquele sentimento
me fez pensar se eu já não estava no céu.

Depois de muito tempo… Eu abri os olhos.


https://youtu.be/lusYQrlIhTQ
Harue Kataribatsu

Ela foi a primeira coisa que eu vi, ela estava na


frente de uma panela que subia aquele cheiro
maravilhoso. Eu estava em uma cama confortável no
canto da sala, com roupas novas e com os
ferimentos tratados. A casa é extremamente simples
e aconchegante. No outro canto, um altar com
incensos acesos, o cheiro deles se misturava com o
da sopa que estava sendo preparada, uma
combinação estranha, mas prazerosa. Me sentei em
silêncio e fiquei olhando em volta. A senhora me olha e
se assusta, mas também fica em silêncio.

- É… Perdão, não queria assustá-la.

A mesma permanece apenas me encarando, o que me


gera certa estranheza. Ela pega um papel e um
pincel, e escreve que estava tudo bem. Abaixo disso,
seu nome, Harue Katoribatsu.

Assim foi nossa primeira interação. Harue era uma


pessoa gentil, apesar do semblante demonstrar um
pouco diferente. Ela tinha um problema na garganta,
o que a impossibilitava de falar, e por isso, sempre
andava com um pequeno caderno e algo para
escrever. Ela vivia sozinha naquela casinha e me
encontrou na floresta, foi a própria que me trouxe
pra cá e cuidou dos meus ferimentos. Enquanto eu
dormia, ela me trocou, lavou minhas roupas e minha
katana.

Ela me acolheu como nenhuma pessoa tinha feito


antes. Me tratou com carinho e por mais que por
muito tempo eu tenha ficado ao seu lado, nunca me
acostumei com isso. Ela, que não sabia o por que,
sempre achava engraçado. Eu comecei a viver com
ela em sua pequena vila.

Kagoshima

Kagoshima era uma vila pequena, no extremo


Noroeste de Hamatsu. Era uma vila pacífica e
bastante escondida. Eles seguiam diversas tradições
religiosas. Pelo fato da vila ser minúscula, todos se
conheciam. Todos eram tão gentis e tão simples, que
eu fiquei fascinada pelo lugar.

Eu ajudei Harue em tudo que ela precisava,


principalmente trabalhos mais braçais. Considerando
sua idade ela até que era bem fortinha.
Ela sempre parecia muito curiosa sobre meu
passado, mas eu nunca mencionava nada. Com o
tempo, ela desistiu de tentar.

Harue era uma pessoa bastante religiosa, rezava


todos os dias e ao menos uma vez na semana
colocava oferendas no altar da igreja por proteção,
ajuda e às vezes apenas para agradecimento. Com o
tempo, acabei fazendo as mesmas práticas. A
pequena igreja da vila era o lugar onde todos se
reuniam, no centro dela, atrás do altar existia uma
grande árvore. Era impossível pra mim entrar naquele
lugar e não sentir o quão sacro ele era.

Graças a Harue, eu guardei a espada e não toquei


nela por muito tempo. Era uma vida pacata, e eu
gostava daquilo… Porém uma outra parte de mim, por
algum motivo sentia falta das lutas e me dizia que
aquele não era o meu lugar. Eu ignorei essa parte.

Fui uma devota por todo o tempo que fiquei na vila.


Mas após um tempo, ficou impossível fingir que meu
passado não existia.

https://youtu.be/ZKa5LwFgAOA
Era madrugada. O calor da lareira logo
desapareceu e com isso, frio. Ouvi passos do lado de
fora da casa, na mata. Harue parecia assustada.
Eu peguei minha espada e disse que iria checar. Ela
tentou me impedir, mas sem sucesso… Eu saí. Estava
escuro, nem um palmo em minha frente poderia ser
visto, apenas o barulho de insetos e da floresta. Mas
a escuridão logo era abafada por uma presença.

https://youtu.be/Fu_dfw3qPXQ
Aquela presença me deu calafrios. Ela portava uma
katana que parecia sangrar e andava até mim com
um olhar vazio.

- Nana…. Você já fugiu por tempo demais. Está na


hora de terminar com isso. - Ela diz ainda
andando calmamente
- Mas…

Antes de eu falar qualquer coisa, aquela criatura


avança em minha direção. Seus golpes eram muito
mais pesados e rápidos que os meus. Ela usava
habilidades com sangue e seus movimentos pareciam
ser muito bem treinados e precisos como uma exímia
espadachim. Eu não tive chance. Eu morreria. Eu
comecei a correr e ela andava lentamente atrás.
Sem saber pra onde ir eu corri para a igreja. Ela
parou na porta e ficou olhando para o lugar, parecia
bem curiosa. Foi ali que eu percebi que ela não podia
entrar na igreja… Não facilmente. Ela ficou me
olhando por um tempo.

- Será covarde de novo, então… Vamos ver por


quanto tempo ficará parada dessa vez, Nana.
Ela saiu andando em direção até minha casa. Eu
congelei. Eu não conseguia me mexer… O sentimento
de incapacidade voltou. Eu não era nada, apenas feita
para ser descartada… E meu erro foi ter me
esquecido disso. Ela voltou arrastando Harue, que não
conseguia gritar. Eu também não conseguia.

- Não fará nada de novo, Nana? Vamos! Lute. Ou a


senhora aqui terá que lutar por você.

Eu estava com tanto medo… Por que eu tenho que


ter tanto medo? Ela jogou Harue para um lado, a
mesma tentou chegar na igreja, mas logo foi cortada
pela lâmina da oni, que trespassou suas costas. Ao
ver isso, não consegui pensar em nada… Apenas
avancei. A oni riu disso e a batalha no meio da vila se
iniciou. Ela brincou comigo. Poderia me matar a
qualquer momento, mas não o fez. Me deixou de
joelhos na frente dela…

- Morra… Eu já me cansei.

Ela fez um corte no meu olho esquerdo, e


movimentou sua lâmina para meu coração… Até que
ouvi um grito.

- GISEI!
E uma pessoa apareceu em minha frente.
Ela chegou com uma enxurrada de pétalas que
jogaram a oni para longe, e ficou parada em minha
frente. As duas ficaram se encarando por um
tempo, a oni me olhou, sorriu e disse.

- Realmente você tem MUITA sorte, Shitai.

Ela tentou correr, mas a mulher na minha frente


era extremamente rápida e começou uma sequência
de golpes. A oni estava agora lutando com tudo. A
mistura de pétalas e sangue se espalhava pela praça
da vila, enquanto o barulho das katanas se chocando
era ensurdecedor. Eu me arrastei até Harue, que
estava com as mãos tremendo, eu segurei suas mãos
e pedi desculpas. Ela com seus últimos esforços,
pegou seu caderno e escreveu “Uma vez, você me
disse que não tinha nome. Kimiko Katoribatsu… Aceite
esse nome, minha querida.”, chorando, eu aceitei. Ela
sorriu e quando me dei conta já estava sem vida.

Olhei para frente e o combate ainda estava rolando,


mas no fim minha salvadora saiu vitoriosa. Mas não
conseguiu matar a oni, que fugiu… Depois do combate,
ela me ajudou. Seu nome era Masami e ela se
apresentou como uma hikari… Naquele momento eu
entendi o porquê de tanto poder. Ela reconheceu
minha força e disse que eu tinha feito bem em
segurar a oni. Ela me perguntou o porque da Oni ter
me chamado daquele jeito, e disse que sabia o que
significava. Ela me informou que alguns dos meus
irmãos sobreviveram… E agora estavam ajudando os
Ryoshi. A um tempo eu já tinha me sentido fora das
correntes do meu pai, mas não imaginava algo assim.

De qualquer forma, eu não podia mais ficar ali e


arriscar os outros moradores da vila… Ao dizer isso,
ela concordou e deixou eu ir com ela.

https://youtu.be/0L3-75WeU0M

Eu fui. Deixando tudo aquilo para trás de novo. Meu


olho se recuperou graças a ajuda da Masami, Eu
comecei a usar um tapa olho, me abdicando da visão
daquele olho em específico para nunca esquecer as
consequências de tentar apagar quem eu sou.
Esquecer machuca as pessoas ao meu redor. Eu sou
uma shitai, eu sou a sétima, uma guerreira. Mas
também sou Kimiko, uma sacerdotisa que foi ensinada
que a sanguinolência não é tudo. Eu acompanhei a
Masami até uma pequena vila que era sede dos
Ryoshi, seu nome era Inari… No caminho ela me disse
que se eu quisesse me tornar uma Ryoshi, teria que
fazer o teste de Kimamoto. Eu já ouvi sobre o teste…
E eu aceitei. Ela falou que providenciaria.
(se possível gostaria de começar a sessão nessa
parte, chegando em Inari com a Masami :P )

PERSONALIDADE:
1. Fala bastante
2. Empolgada
3. Louca por batalhas. Se divertindo com a dor.
4. Gosta muito de relaxar
5. Bipolar
6. Às vezes medrosa
7. Gosta de zoar com a cara dos outros
8. Devota🙏

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