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Comunicações Múltiplas-Entradas-Múltiplas-Saídas em Near-Field para 6G:

Fundamentos, Desafios, Potenciais e Direções Futuras

ABSTRATO
Extremely large-scale antenna array (ELAA) (Conjunto de antenas em escala
extremamente grande) é um características comum de várias tecnologias chaves
candidatas para a sexta geração (6G) de redes móveis, tais como Ultra Massiva
Múltiplas Entradas Múltiplas Saídas (UM-MIMO), Massiva MIMO sem células,
superfície inteligente reconfigurável (RIS) e comunicações em Terahertz. Uma vez que o
número de antenas é muito alto para um ELAA, o campo de radiação eletromagnética
precisa ser modelado para ondas esféricas em Near-Field, que difere do modelo das
convencionais radiações baseadas em ondas planas do massivo MIMO do 5G. Como
resultado, comunicações MIMO em near-field se tornarão essenciais em redes sem fio
6G. Neste artigo, nós sistematicamente investigamos as técnicas de comunicações em
near-field emergentes. Primeiro, apresentamos os fundamentos das comunicações em
near-field e a métrica para se determinar os alcances do near-field em cenários típicos
de comunicação. Em seguida, investigamos estudos recentes específicos para
comunicações em near-field classificando-os em duas categorias: Técnicas que
objetivam os desafios e aquelas que exploram os potenciais das regiões near-field.
Seus princípios, progressos recentes, prós e contras são discutidos. Mais importante,
vários problemas em aberto e a direção das pesquisas futuras são endereçados.
Acreditamos que este artigo vá inspirar mais inovações neste importante tópico de
pesquisas de comunicações MIMO em near-field para o 6G.

INTRODUÇÃO

A sexta geração (6G) de redes móveis estão prometendo empoderar aplicações


que surgem, incluindo vídeos em holograma, réplica digital e por aí vai. Para
conseguirmos realizar tais visões, tremendos esforções em pesquise têm sido feitos
para desenvolver tecnologias que atendam os Indicadores de Performance Chave (Key
Performance Indicators – KPIs) do 6G, que são bastante superiores aos do 5G. Por
exemplo, graças à enorme multiplexação espação e ao ganho devido à formação de
lóbulo (beamforming), UM-MIMO, CF-MIMO são esperados ganhos na ordem de 10
vezes na eficiência espectral do 6G. Além disso, manipulando dinamicamente o
ambiente sem fio através de milhares de antenas, a Superfície Inteligente
Reconfigurável (RIS) traz novas possibilidades para melhores de capacidade cobertura.
Ainda mais, ondas-milimétricas (mmWaves) e UM-MIMO na frequência Terahertz
podem oferecer enormes recursos espectrais para suportar uma melhoria de pico de
taxa de dados de até 100 vezes ( ex, terabits por segundo) nas comunicações móveis
em 6G. Apesar de serem apropriadas para diferentes cenários de aplicações como
vários KPIs, todas as tecnologias acima, incluindo UM-MIMO, CF-MIMO, RIS e
comunicações em THz, dividem uma característica em comum: Todas elas precisam
geralmente de um enorme número de antenas para obter sua performance esperada;
portanto, ELAA são essenciais para essas diferentes tecnologias candidatas para o 6G.
Comparadas com Massivas MIMO, a tecnologia chaves das redes 5G, ELAA para
o 6G não somente significa um aumento expressivo no número de antenas mas
também resulta em uma mudança fundamental das características eletromagnéticas
(EM). O campo de radiação eletromagnética pode geralmente ser dividido em regiões
de campo distante (far-field) e radiação em campo próximo (near-field). Os limites
entres essas duas regiões é determinadas pela distância de Rayleigh, também chamada
de distância de Fraunhofer. A distância de Rayleigh é proporcional ao produto do
quadrado da abertura do conjunto de antenas (array aperture) e a frequência da
portadora. Fora da distância de Rayleigh, consideramos e região de far-field, onde as
ondas eletromagnéticas podem ser aproximadamente modeladas para ondas planas.
Dentro da distância de Rayleigh, a propagação em near-field torna-se dominantes,
onde o campo eletromagnético deve ser precisamente modelado para ondas esféricas.
Uma vez que o número de antes não é muito grande em sistemas de massivas
MIMO no 5G, a distância de Rayleight de até vários metros pode ser ignorada. Então,
as comunicações em 5G existentes são basicamente desenvolvidas em cima das teorias
e técnicas de comunicações para far-field. Entretanto, com o aumento significante do
número de antenas e frequência da portadora nos sistemas 6G futuros, a região near-
field dos ELAA irá se expandir em ordens de magnitude. Por exemplo, uma ELAA de
3200 elementos em 2,4GHz foi desenvolvida no artigo [2]. Como uma conjunto de
antenas de tamanho 2m x 3m, sua distância de Rayleigh é de cerca de 200m, que é
maior do que o raio típico de uma célula 5G. De maneira análoga, comunicações MIMO
em near-field se tornarão componentes essenciais em redes móveis 6G futuras onde os
modelos de propagação esféricos precisam ser considerados e que são, obviamente,
diferentes dos existentes sistemas 5G. Infelizmente, a propagação em near-field
introduz vários novos desafios nos sistemas ELAA, que devem ser identificados e
resolvidos para empoderarmos as comunicações 6G.
Neste artigo, nós sistematicamente investigamos as recentes técnicas de
comunicação em near-field para o 6G. As características chaves deste artigos podem
ser resumidas da seguinte maneira:
- Para começar, as diferenças fundamentais entre comunicações em far-field e
near-field são explicadas. Comparativamente falando, a frente de onda plana consegue
direcionar o sinal de energia para um ângulo físico específico. Por outro lado, as frentes
de onda esféricas do near-field atingem energia focando tanto em ângulo quanto em
distância. Ainda mais, a distância Rayleigh que quantifica o limite entre as regiões far-
field e near-field é introduzida e suas derivações explicadas em detalhes. Baseados
nessas derivações, nós estendemos a clássica distância Rayleigh para canais MIMO
comoum link direto Estação Base(BS)-Equipamento Usuário(EU), para um como
comunicações assistidas por RIS, onde um canal em cascateamento é utilizado para
apresentar os link BS-RIS-EU.
- Adicionalmente, nós investigamos as técnicas de comunicações em near-field
emergentes classificando-as em dois tipos: Técnicas focadas nos desafios e aquelas que
exploram os potenciais das regiões near-field. Por um lado, como a maioria das
técnicas específicas para o far-field sofrem de uma severa perda de performance em
áreas near-field, as primeiras técnicas têm por objetivo compensar essa perda, tais
como estimativa de canal e formação de lóbulo. Por outro lado, o segundo tipo de
estudo tem revelado que a natureza das frentes de onda esféricas do near-field
também podem ser exploradas para prover novas possibilidades para melhorias nas
capacidades. Os princípios, progressos recentes, pros e contras dessas duas categorias
de pesquisa são discutidas em detalhes.

- Finalmente, vários problemas em aberto e direções de pesquisas futuras para


comunicações em near-field são mostradas. Por exemplo, a melhoria na distância de
Rayleigh considerando várias métricas de comunicações precisam ser analisadas,
espera-se que a inteligência artificial (AI) permita alta performance em transmissões
near-field com baixa complexidade, e comunicações híbridas near- e far- field também
precisam de estudos mais aprofundados.

FUNDAMENTOS DAS COMUNICAÇÕES NEAR-FIELD


Nesta seção, nós primeiramente apresentamos as diferenças entre
comunicações em far-field e near-field. Em seguida, nós identificamos o princípio para
determinar o limite entre as regiões far-field e near-field em vários cenários aplicados.

COMUNICAÇÕES EM FAR-FIELD VERSUS NEAR-FIELD


As características críticas das comunicações em far-field e near-field são
mostradas na figura 1.
Nós consideramos neste caso um cenário de subida de dados (uplink), mas as
discussões neste artigo também são válidas para cenários de descida (downlink). As
Estação Base é equipada como um ELAA. Uma métrica amplamente aceita para
determinar os limites entre as regiões far-field e near-field é a distância Rayleigh,
também chamada de distância Fraunhofer. Quando a distância de comunicações entre
a Estação Base e o Equipamento do Usuário (BS-EU distance) é maior o do que a
distância Rayleigh, o Equipamento do Usuário está localizado na região far-field da
Estação Base. Então, as ondas eletromagnéticas que impingem no Conjunto de Antenas
da Estação Base podem ser modeladas aproximadamente como ondas planas. Em
oposição, quando e distância BS-EU é menor do que distância Rayleigh, o Equipamento
do Usuário está localizado na região near-field da Estação Base. Nesta região, as condas
eletromagnéticas que atingem a Estação Base devem ser precisamente modeladas
como ondas esféricas.
Mais precisamente, a onda plana é uma aproximação em longa distância de
uma onda esférica. Em regiões far-field, a fase das ondas eletromagnéticas podemos
ser elegantemente aproximadas por uma função linear do índice de antena através de
uma expansão em série de Taylor. Esta fase concisa linear forma uma frente de onda
plana relacionada somente ao ângulo de incidência. De maneira semelhante, utilizando
frentes de onda planas, a formação de lóbulo em far-field pode direcionar o raio de
energia para um ponto em um ângulo específico mas em diferentes distâncias, o que
também é chamado de beamsteering (direcionamento de lóbulo), conforme mostrado
na figura da direita em baixo, acima. Infelizmente, esta fase linear concisa falha em
revelar extensivamente a informação de ondas esféricas. Em regiões near-field, a fase
de ondas esféricas devem ser precisamente derivadas baseadas na geometria física,
que é uma função não linear do índice de antena. A informação do ângulo incidente e
da distância em cada caminho entre a Estação Base e o Equipamento do Usuário está
gravada nesta fase não linear. Explorando a informação extra da distância das frentes
de ondas esféricas, a formação de lóbulos em near-field é capaz de focar o raio de
energia em um local específico, onde o foco de energia tanto em ângulo quanto em
distância é alcançável, conforme mostrado na figura esquerda de baixo da figura 1.
Devido a esta propriedade, a formação de lóbulo (beamforming) no near-field é
também chamada de beam focusing (Foco de lóbul).
As diferenças entre frentes de ondas planas em far-field e frentes de ondas
esféricas em near-fiel traz diversos desafios e potenciais para comunicações sem fio,
que serão detalhadas nos cenários seguintes.

DISTÂNCIA RAYLEIGH
A premissa mais crucial para comunicações em near-field é quantificar os
limites entre as regiões near-field e far-field (isto é, a distância Rayleigh). Geralemnte, a
distância Rayleigh clássica é proporcional ao quadrado da abertura do conjunto de
antenas e o inverso do comprimento de onda. Sua derivação está exemplificada no
artigo [4]. A fase verdadeira da uma onda eletromagnética que incide em uma antena
de Estação Base deve ser calculada baseada no modelo de onda esférica preciso. Em
cenários far-field, esta fase é geralmente aproximada para sua expansão em série de
Taylor de primeira ordem baseado no modelo de frente de onda plana. Esta
aproximação resulta uma discrepância de fase, que aumenta conforme a distância
diminui. Quando a discrepância em fase máxima entre a Estação Base e o Equipamento
do Usuário atinge π/8, a distância entre o centro do conjunto de antenas da Estação
Base e o centro do Conjunto do Equipamento de Usuário é definido como distância
Rayleigh. De maneira semelhante, Se a distância de comunicação é menor do que a
distância Rayleigh, a discrepância em fase máxima vai ser maior do que π/8. Neste
caso, a aproximação para far-field perde precisão e então precisamos considerar
propagação em near-field.
Baseado nesta definição, os alcances de near-field para sistemas SIMO(Entrada
Única Múltiplas Saídas), MISO(Múltiplas Entradas Saída Única) e comunicações MIMO
podem ser obtidos. Conforme ilustrados na figura 2, o alcance em near-field em
cenários SIMO/MISO é precisamente determinar pela distância Rayleigh clássica, que é
proporcional ao quadrado da abertura do conjunto BS. Para o cenário MIMO, como
usamos ELAA em ambos os lados do link BS-EU, tanto a abertura do conjunto BS
quanto a abertura do conjunto EU contribuem para a distância Rayleigh, isto é, o
alcance near-field é proporcional ao quando da soma da abertura do conjunto BS com
a abertura do conjunto EU.

Interessantemente, nós expandimos ainda mais a distância Rayleigh


convencional derivada de sistemas SIMO/MISO/MIMO para aqueles sistemas de
comunicação auxiliados por RIS, conforme mostrado na figura 2. Diferentemente de
canais SIMO/MISO/MIMO como um link direto entre BS-UE, os canais cascateados BS-
RIS-EU em sistemas RIS compreende os links BS-RIS e RIS-UE. Logo, quando calculamos
a discrepância em fase, as distâncias entre o BS-RIS e a distância entre RIS-EU precisam
ser somadas. Logo, capturar a discrepância máxima de fase de pi/8, o alcance em near-
field de sistemas RIS é determinado pela média harmônica entre a distância BS-RIS e a
distância RIS-EU, conforme mostrado na figura acima. Pode ser ainda inferido da figura
2 que, enquanto qualquer uma dessas duas distâncias for menos do que a distância
Rayleigh, a comunicação auxiliada pelo RIS está operando na área near-field. Logo, é
mais provável que a propagação em near-field ocorra em sistemas RIS>
Como o aumento dramático no número de antenas e frequência da portadora,
o alcance near-field de ELAA aumenta consideravelmente. Por exemplo, recentemente
fabricamos um ELAA de abertura 0,36m na frequência de 28GHz. Se for empregado em
cenários SIMO/MISO, o seu alcance near-field é de cerca de 25 metros. Quando tanto o
transmissor quanto o receptor estão equipados com este conjunto, o alcance near-field
se torna 100m. Mais ainda, se este ELAA trabalha como um RIS como uma distância BS-
RIS de 50 metros, devemos considerar propagação em near-field uma vez que a
distância RIS-EU é menor que 50m. Resumindo, comunicações em near-field são uma
parte indispensável do 6G futuro.

DESAFIOS PARA COMUNICAÇÕES NEAR-FIELD


As propagações em near-field causam diversos desafios para as comunicações
sem fio; então métodos de transmissão específicos do 5G para far-field sofrem diversas
perdas de performance em áreas near-field. Tecnologias recentemente desenvolvidas
para resolver estes desafios são discutidos nesta seção.

ESTIMATIVA DE CANAL EM NEAR-FIELD


DESAFIO: Uma estimativa precisa de canal é necessário para se obter o ganho de
performance esperado em uma ELAA. Como o número de canais é geralmente muito
menor do que o número de antenas, métodos de estimativa de canal com baixo “pilot
ovearhead” geralmente geram dicionários adequados para transformar o canal em
uma representação esparsa. Para o dicionário do far-field, cada entrada do dicionário
corresponde a uma onda plana associada com o ângulo de incidência. Idealmente,
cada caminho do far-field pode ser representada por somente uma entrada do
dicionário. Com este dicionário do far-field, a representação do domínio ângulo pode
ser obtida e geralmente é esparsa devido aos caminhos limitados. Logo, treinamento
do lóbulo e métodos de sensoriamento comprimido (CS) são aplicados para estimar
canais far-field com baixa “pilot overhead” precisamente. Entretanto, este dicionário
de ondas planas do far-field erra no verdadeiro canal para ondas esféricas de near-
field. Este erro indica que o um caminho único do near-field deve ser juntamente
descrito por múltiplas entradas do dicionário do far-field. De maneira semelhante, o
canal do domínio angular do near-field não é mais esparso, que inevitavelmente leva à
degradação da precisão da estimativa de canal. Logo, dicionários de near-field
adequados para canais de near-field devem ser cuidadosamente criados.
PROGRESSO RECENTE: Alguns trabalhos recentes tentaram criar dicionários de near-
field utilizando frentes de ondas esféricas. No artigo [6], todo o espaço físico bi-
dimensional é uniformemente divido em múltiplos reticulados. Cada reticulado é
associado um vetor de resposta do conjunto do near-field e todos os vetores formam o
dicionário do near-field. Com este dicionário, o binário de informação ângulo-distância
de cada caminho do near-field é extraído. Portanto, o canal near-field pode ser
estimado por métodos CS com baixo “pilot overhead”. Entretanto, com a redução da
distância BS-EU, a propagação em near-field torna-se preponderante e a informação
referente a distância torna-se cada vez mais crucial.
Logo, podemos conceber a intuição de que os reticulados devem ser espaçados longe
do ELAA, porém densos próximos do ELAA. Se termos isso e mente, o dicionário do
estudo [6] é de uso difícil para obtermos uma performance de estimativa de canal
satisfatória em toda a região near-field. Com esse fim, diminuindo a coerência das
entradas do dicionário do near-field, os autores do artigo [5] matematicamente
provaram esta ideia. (qual seja, o ângulo espacial pode ser uniformemente distribuído,
enquanto a distância espacial deve ser distribuída não uniformemente). Conforme
mostrado na figura 3 abaixo,, quanto menor a distância, mais denso torna-se o
reticulado. Como o auxílio deste dicionário não uniforme, uma representação de canais
esparsas no domínio polar e seus algoritmos baseados em CS são propostos, para
realizar uma estimativa de canal precisa, tanto no near-field quanto no far-field.

DIVISÃO DO RAIO(LÓBULO) NO NEAR-FIELD


DESAFIO: Em sistemas de banda ampla em Terahertz, ELAA podem se deparar com um
fenômeno de divisão do feixo, também conhecido como fenda do feixo e efeito de
ampla banda espacial. Sistemas de formação de lóbulo em THz geralmente empregam
deslocadores de fase semelhantes (Phase Shifters), que colocam em ressonância sinais
de diferentes frequências. Apesar disso, a fase real de uma onda eletromagnética é
consequência do atraso de propagação e do número de onda dependente da
frequência. Como resultado, o atraso na propagação do sinal pode ser compensando
por uma deslocamento da fase de maneira satisfatória somente para sinais em banda
estreita. Erros de fase são introduzidos para outras frequências, causando, portanto, o
efeito de fenda do feixe. Na verdade, o impacto da fenda do feixe em far-field e near-
field também são diferentes.

Em far-field, a fenda do feixe se deve ao fato que feixes de diferentes frequências estão
transmitindo em direção a diferentes ângulos, conforme mostrado na figura abaixa.
Para a fenda do feixe em near-field, entretanto, lóbulos são focados em diferentes
ângulos e várias distâncias devido à fenda das ondas esféricas, conforme mostrado pela
figura a direita da figura abaixo. Tanto as fendas em far-field quanto as fendas em near-
field reduzem severamente a energia do sinal recebido das componentes de frequência
desalinhas com a localização do usuário. Ao longo dos anos, trabalhos intensos foram
propostoso para mitigar a fenda do feixe em far-field sintonizando os deslocadores de
fase dependentes da frequência como frentes de ondas planas através da formação de
feixe baseado em atraso de tempo real (TTD-Based)ao invés de formação de feixa
baseada em deslocamento de fase. Infelizmente, devido à discrepância entre ondas
planas e esféricas, estes esquemas que resolvem o problema da fenda do feixe em far-
field, não funcionam tão bem em near-field, tornando-se um desafio para as
comunicações ELAA em THz.

PROGRESSO ATUAL: Recentemente, alguns esforços foram tentados para superar o


efeito de fenda do feixe em near-field. No estudo [8], uma variante de uma sequência
dependente de tempo é utilizado para desenvolver os deslocamentos de fase para
tornar plano o ganho de foco do feixe através das frequências com sacrifício do ganho
máximo de foco do feixe. Este método podo aliviar um pouco o efeito de fenda do foco
no near-field, mas a eficiência espectral diminui também quando a largura de banda é
muito larga, uma vez que os feixes são ainda gerados por deslocamento de fase. Para
esse fim, um método de Foco de Atraso na Fase (PDF) é proposto em [9] explorando a
formação de lóbulo baseada em TTD. Para ilustrar ainda mais, a ELAA da Estação Base é
primeiramente particionada em vários subcomponentes. O Equipamento do Usuário é
assumido como estando localizado na área far-field de cada pequeno subcomponente
mas ainda dentro da área near-field de todo o ELAA. Então, uma linha TTD é inserida
entre cada subcomponente e a frequência rádio (RF) encadeia a realização de
deslocamentos de fase dependentes da frequência. Finalmente, as variações de fase
dependentes da frequência através dos diferentes subcomponentes induzidos pelas
frentes de onda esféricas são compensadas pela linha TTD inserida. Como resultados,
feixes nas bandas de trabalho são focados na localização alvo do Equipamento do
Usuário.
Em conclusão, a primeira solução segue o princípio da formação de feixe
baseada em deslocamento de fase, que é fácil de implementar, mas a performance
atingida não é satisfatória. O segundo esquema pode quase eliminar o efeito de fenda
do feixe no near-field mas requer a implementação de linhas TTD. Na realidade, apesar
de o lançamento de linhas TTD por fibra ótica terem sido demonstrados no domínio
ótico, este tipo de implementação não é trivial para ser expandida para comunicações
ELAA em THz. Felizmente, avanços recentes em guias de ondas plásmicas baseadas em
grafeno provêm soluções de baixo custo para a implementação de linhas TTD em altas
frequências.

POTENCIAIS PARA COMUNICAÇÕES NEAR-FIELD

Diferente dos trabalho apresentados anteriormente para lidar com a


degradação de performance no near-field, alguns estudos recentes têm
surpreendentemente revelado que as redes 6G podem se beneficiar das propagações
em near-field. Nesta seção, iremos discutir estes estudos explorando os potenciais das
propagações em near-field para aumentar a performance das comunicações.

MELHORIA NA CAPACIDADE COM UM ÚNICO USUÁRIO


POTENCIAL: O ganho espacial em multiplexação das comunicações MIMO aumenta
consideravelmente com a transição das regiões far-field para as regiões near-field. Nas
comunicações far-field MIMO, o canal da Linha de Visada (LoS) pode ser representado
por uma matrix de ordem 1, onde os Graus de Liberdade Espaciais (DoFs) são muito
limitados. Em contraste, os canais near-field de Linha de Visada (LoS) podem ser
derivados das relações geométricas em modelos de propagações esféricas. A ordem
aumentada indica melhoria significativas nos Graus de Liberdade Espaciais na região
near-field. Precisamente, baseados na expansão da Função de Onda Esferoidal Prolato,
é provado no estudo [10] que os graus de liberdade espaciais no near-field são
proporcionais ao produto das aberturas do conjuntos de antenas da Estação Base e do
Equipamento do Usuário e inversamente proporcionais a distância entre eles. Esta
conclusão é ainda mais confirmada pelos vetores meticulosamente desenvolvidos para
o foco do feixe os conjuntos BS e UE. Como mostrado na figura 5 abaixo, os graus de
liberdade aumentam de 1 para 20 quando a distância BS-EU diminui de 350m para
10m. Graças ao número maior de Graus de Liberdade, os caminhos em Linha de Visada
no near-field podem transmitir simultaneamente múltiplos fluxos de dados por
precodificação MIMO, em oposição àquele de ordem 1 da Linha de Visada em far-field
que suporta somente um fluxo de dados. Os Graus de Liberdade aumentados podem
ser explorados como uma ganho multiplexado adicionar, que oferece uma nova
possibilidade de melhoria significativa na capacidade.
Recentemente, algumas novas arquiteturas de pré-codificação foram propostas
para alavancar estes Graus de Liberdade extras em near-field para melhoria da
capacidade MIMO. Primeiro, Precodificação em Função da Distância (Distance-aware
precoding) foi desenvolvida no estudo [12]. Ao contrário de sistemas de pré-
codificação híbridos com um número limitado e fixo de cadeias de rádio frequência, a
arquitetura DARP pode flexibilizar o ajuste no número de cadeias de Radiofrequência
para corresponder aos Graus de Liberdade em função da distância, que são
conseguidos instalando-se uma rede de seleção para configurar cada cadeia de
radiofrequência como ativa ou inativa. Por exemplo, na região far-field, somente uma
cadeia de radiofrequência é ativada para a transmissão. Quando a distância de
comunicação vai caindo para 10 – 20m, cerca de 20 cadeias de radiofrequência
ativadas são o suficiente para se adaptar aos Graus de Liberdade, conforme mostrado
na figura 5. Fazendo isso, o número de fluxos de dados transmitidos iguala-se
dinamicamente aos graus de liberdade. Simulações demonstram que DAP podem
aumentar significativamente a eficiência espectral, enquanto sua eficiência energética
é comparável à pré-codificação híbrida. Para evitar o uso de cadeias de
radiofrequências extras, um outro esforço para estudar os potenciais Ganhos de
Multiplexação Espacial em áreas near-field é a precodificação Amplamente Espaçado
Multi-Sub-Conjunto (WSMS).Nesta arquitetura, o os subconjuntos são largamente
espaçados para aumentar a abertura do conjunto de antenas, artificialmente criando
uma ampliação da região near-field. Comparada à precodificação híbrida clássica, o
número de subconjuntos e o espaçamento desses subconjuntos deve ser
adicionalmente desenvolvidos na arquitetura WSMS. Com essa finalidade, no estudo
[13] foi primeiro assume uma propagação de ondas planas dentro de cada subconjunto
e propagação esférica através deferentes subconjuntos, similar ao estudo [9]. Então, no
estudo [13] conjuntamente otimizou o número de subconjuntos, seu espaçamento, e a
matrix de precodificação para maximizar a taxa alcançada. Simulações demonstram
que WSMS pode atingir aproximadamente 200% a mais de eficiência espectral do que
sistemas clássicos de precodificação.
MELHORIA NA CAPACIDADE COM VÁRIOS USUÁRIOS
POTENCIAL: A propagação em near-field também é capaz de melhorar a capacidade de
comunicações multiusuário (MU). Para aumentar a eficiência espectral em
comunicações UM-MIMO, Acessos Múltiplos Divididos por Espaços (SDMA) é
amplamente considerado para distinguir usuários através de feixes espaciais ortogonais
ou quase-ortogonais. Então, múltiplos usuários podem compartilhar os mesmo
recursos de tempo e frequência. Para SDMA em far-field, a utilização de
Direcionamento de Feixe para gerar feixes com frentes de ondas planares pode
distinguir usuários em diferentes ângulos. Uma contrapartida é que usuários
localizados em ângulos similares irão interferir severamente um com o outro, e
portanto não poderão simultaneamente acessa a rede através de SDMA no far-field.
Com sorte, foco de feixe near-field possui a capacidade de focar a energia no domínio
conjunto de ângulo-distância. Logo, SDMA no near-field pode gerar focos com frentes
de ondas esféricas para simultaneamente servir usuários localizados em ângulos
simulares, porém em distâncias diferentes, conforme mostrado na figura abaixo. A
informação da distância das frentes de ondas esféricas suprem uma nova dimensão
utilizável para acesso multiusuários, então, SDMA no near-field pode também ser
chamado de Acesso Múltiplo por Divisão de Localidade (LDMA).
PROGRESSOS RECENTES: Tomando vantagem das capacidades de formação de lóbulos,
os autores do estudo [14] estudaram a transmissão multiusuários em near-field
considerando uma precodificação totalmente digital, precodificação híbrida e
Metasuperfície Reconfigurável Transmissível (RMS). Otimizando-se a taxa de soma em
sistemas multi-usuários através da alternância de otimizações, todas as arquiteturas de
codificação podem naturalmente gerar feixes com frentes de ondas esféricas para
distinguir usuários em ângulos iguais mas diferentes distâncias. O resultado das
simulações demonstram que a propagação em near-field tem o potencial de aumentar
a capacidade multiusuários.

DIREÇÃO DAS PESQUISAS FUTURAS


Nesta seção , a direção de várias futuras pesquisas para comunicações em near-field
são abordadas.

TEORIA DA COMUNICAÇÃO EM NEAR-FIELD


AUMENTO DA DISTÂNCIA RAYLEIGH: Como um parâmetro amplamente aceito para
quantificação das distância near-field, a distância de Rayleigh é obtida em termos da
discrepância de fase. Para métricas de comunicação diretamente afetadas pela
discrepância de fase, tais como acurácia na estimativa de canal, a distância de Rayleigh
pode com boa acurácia capturar a degradação dessas métricas quando aplicamos
esquemas de transmissão far-field em regiões near-field. Pelo contrário, algumas
métricas são diretamente influenciadas por outros fatores diferentes da discrepância
de fase; por exemplo, capacidade é determinada pelo ganho de formação de feixe e o
rank do canal. De maneira similar, a distância clássica de Rayleigh provavelmente não
pode capturar a perda de performance dessas métricas tão bem. Para esse fim,
diversos estudos recentes se aventuraram em aumentar a distância clássica de Rayleigh
em termo de algumas métricas de comunicações vitais. Por exemplo, uma distância
Rayleigh efetiva (ERD) é derivada no estudo [9] para descrever a acurácia da perda de
ganho em formação de feixe e perda de capacidade. Apesar disso, ERD só é válida em
comunicações MISO, enquanto mais discussões devem ser feitas para melhorar a
distância de Rayleigh em cenários mais práticos sob mais métricas gerais
TECNOLOGIAS DE TRANSMISSÃO EM NEAR-FIELD
COMUNICAÇÕES EM NEAR-FIELD AUXILIADAS POR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:
Diferentemente das comunicações em far-field, a transmissão de algoritmos para
comunicações near-field são mais complexas. Para especificar, uma vez que reticulados
extras no domínio da distância são necessários, conforme mencionados anteriormente,
o tamanho dos dicionários em near-field é geralmente muito maior do que os
dicionários em far-field, levando a estimativas de canal de alta complexidade e
formação de feixe. Ainda mais, as características de fase não lineares das ondas
esféricas torna o desenvolvimento de treinamento de feixe em near-field e os
algoritimos de precodificação mais complexos do que aqueles para far-field. Métodos
de transmissão baseados em Inteligência Artificial prometem tratar desses problemas
uma vez que eles podem se aproveitar das características de ambientes em near-field
através de redes neurais não lineares. Atualmente, há diversos trabalhos elaborados
em transmissões no far-field com base em IA, enquanto transmissões em near-field
com base em IA ainda não foram bem estudadas.

COMUNICAÇÕES EM NEAR-FIELD AUXILIADAS POR AIDED: Comparadas as


comunicações MIMO, a propagação em near-field se torna ainda mais dominantes e
complexa em sistemas auxiliados por RIS. Em comunicações MIMO, baseada em
modelos de propagações esféricas, as ondas eletromagnéticas formam superfícies
esféricas em mesma fase no receptor. Por outro lado, em sistemas auxiliados por RIS, a
fase das ondas eletromagnéticas recebidas é acumulado pelo atraso na propagação
entre os links BE-RIS e a RIS-EU. Com base na relação de geometria, as superfícies de
mesma fase tornam-se elipses no alcance near-field, ao invés de esféricas. Da mesma
forma, a pesquisa em formação Foco de Faixo, estimação de canal e técnicas de
múltiplos acessos levam em consideração essa propriedade de elipses de mesma fase
requeridas para comunicações em near-field auxiliadas por RIS.

COMUNICAÇÕES FAR- E NEAR-FIELD HÍBRIDAS


Em sistemas práticos, ambientes de comunicações geralmente existem tanto com
componentes de sinal em far-field quanto em componentes near-field. Primeiro, em
sistemas de multiusuários como canais de múltiplos caminhos, alguns usuários e
dispersos podem estar longe da Estação Base enquanto outros estão localizados na
região near-field da Estação Base, o que constitui um cenário de comunicação híbrido
near- e far-field. Adicionalmente, vale a pena mencionarmos que a distância Rayleigh é
proporcional a frequência. Então, em uma banda ultra ampla ou sistema de frequência
que varia como uma amplitude grande frequências, seu alcance near-field varia
dramaticamente ao longo da largura de banda. As chances são de que os componentes
de sinal em baixas frequência possam operar nas regiões far-field, enquanto aqueles de
alta frequência como distâncias Rayleigh maiores estejam propagando em áreas near-
field, que também contribuem para comunicações híbridas. Consequentemente, os
fatores acima tornam as comunicações em áreas híbridas práticas e cruciais nas futuras
redes 6G. Então, técnicas de transmissões híbridas que lidam tanto com os
componentes de sinal em far-field e near-field merecem um estudo aprofundado.
EFEITO NÃO ESTACIONÁRIO ESPACIAL EM COMUNICAÇÕES NEAR-FIELD.
Com exceção de propagações near-field, o efeito não estacionário espacial é outra
características fundamental das ELAA comparadas as redes maciças MIMO do 5G, onde
diferentes usuários e dispersores são visíveis para diferentes porções do ELAA. Este
efeito leva ao fato de que somente para da ELAA pode receber as ondas
eletromagnéticas esféricas irradiadas pelo usuário ou dispersor. A potência angular
espectral e potência recebida média rapidamente varia sobre um ELAA. Recentemente,
têm sido feitos trabalhos intensos para lidar com o efeito não estacionário e
propagação near-field simultaneamente. Entretanto, o impacto do não-estacionário em
outras comunicações near-field emergentes ainda não foi bem estudada, tais como
sistemas auxiliados por RIS e comunicações híbridas

DESENVOLVIMENTO DE HARDWARE
Para verificar a efetividade das tecnologias de transmissão near-field,
desenvolvimentos em hardware em experimentos em ambientes abertos são de
grande importância. Por exemplo, para aliviar o efeito da fenda do feixe em near-field,
linhas TTD precisam ser meticulosamente designadas no domínio do THz. O
desenvolvimento de hardware do WSMS e arquiteturas DSP são de valia para se
explorar os Graus de Liberdade espacial em near-field. Além disso, implementar essas
técnicas ainda precisa de vencer questões de hardware que dificultam, incluindo falta
de equilíbrio de fase/quadratura, amplificadores de frequência de baixa eficiência em
altas frequências e assim por diante. Todos esses desafios devem ser cuidadosamente
resolvidos para implementarmos as comunicações em near-field no 6G.

CONCLUSÕES
Com a evolução das Maciças MIMO para ELAA, a propagação em near-field como
frentes de ondas esféricos se tornam indispensáveis em redes 6G, onde a propagação
convencional em far-field com frentes de ondas planas não é mais válida. Neste artigo,
revelamos que a propagação em near-field é uma faca de dois gumes(isso é, traz
potenciais e desafios para as comunicações 6G). Primeiro introduzimos a propriedade
de fase não linear das ondas esféricas e explicamos a derivação do alcance do near-
field em termos da discrepância de fase. Em seguida discutimos os desafios técnicos da
estimativa de canal bem como a fenda no feixe causada pela propagação em near-field
e apresentamos as soluções recentes. Adicionalmente, alguns trabalhos relevantes que
exploram as capacidades das ondas esféricas de aumentar a capacidade foram
investigadas. Várias direções de pesquisas futuras para comunicações near-field, tais
como a melhoria na distância de Rayleigh e transmissões híbridas também foram
tratadas, que são esperados que inspirem mais inovações para as comunicações MIMO
em near-field no 6G

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