Você está na página 1de 10

O Pó

Já imaginou alguma vez o quanto uma simples partícula de


poeira pode causar danos à nossa saúde? O pó, quando não
controlado, traz doenças e pode levar até mesmo à morte
muitos humanos. Uma coisa tão minúscula pode trazer consigo
fungos, bactérias, vírus, e outros microorganismos. E pode até
carregar junto a si pequenos insetos que não podemos ver a
olho nu.
Já, o pó químico, aquele que pela maioria é chamado de
droga, a princípio pode levar as pessoas a uma sensação
prazerosa, sensação difícil de ser explicada. Mas, as
conseqüências são terríveis. As piores possíveis, tais como a
destruição de patrimônios inteiros, de famílias e ainda conduzir
as pessoas para um caminho que não tem volta.
Nos dias de hoje, um dos lugares mais infestados por um
tipo de pó, um pouco diferente em tamanho e formato, mas que
causa um estrago tamanho é o Congresso Nacional. Fico por
entender como uma coisa tão pequena e insignificante perante
os milhões de brasileiros pode causar tanto estrago. Afetam a
saúde do trabalhador, gerando conseqüências ainda piores
como desemprego, falta de moradia, falta de educação para as
crianças e outras mais. E, ao contrário de outros tipos de pó,
esse teria que ser o único benéfico a nós brasileiros, cansados
de tanto sofrer. E ainda somos obrigados a inalá-los todos os
dias, pois, ainda não conseguimos uma forma de acabar com
essa poeira. E o pior de tudo é que esse tipo de pó pode ser
visto a olho nu. Vão para onde querem, fazem o que desejam e
poucos tomam a iniciativa para tentar limpar essa sujeira que
causa tantos problemas.
O que nós deveríamos fazer era nos esforçar o máximo,
lutar mais por nossos direitos e cobrar mais dos nossos
governantes. E com uma boa dose de DETERGENTE MORAL
limpar de uma só vez o Congresso e o Senado, antes que nos
tornemos também poeira, carregada pelos ventos do egoísmo,
da ignorância e da covardia.
MÓRBIDA IRONIA DO DESTINO

_ Que barulho é esse?


_ Não sei não.
_ Parece que tem alguém discutindo lá fora.
_ Parece não, tem alguém discutindo.
_ Ainda bem que estamos aqui dentro. Será que estamos seguros de
verdade?
_ Eu não sei com certeza. Pelo menos o doutor disse pra mamãe ter
o máximo de cuidado, não pegar peso, evitar subir escadas, pois,
cada esforço poderia prejudicar a nossa frágil saúde.
_ Você sabe quantos dias faltam?
_ Pelas contas da mamãe faltam trinta e oito dias.
_ Não vejo a hora de botar a cara no mundo. Vou arrumar o maior
berreiro na maternidade pra que a mamãe veja que estou bem.
_ Eu também.
_Como será o mundo lá fora?
_Só sei o que ouço quando a mamãe está no consultório falando
com o doutor.
_ Você ouviu esse barulho de novo.
_ Ouvi. Agora foi mais forte. Por que será que a mamãe está se
mexendo tanto?
_ Não sei, mas será que é papai quem está discutindo com ela?
_Espere. Ouça.
_ Não é o papai. Se a mamãe estivesse em casa não estaríamos
ouvindo mais vozes. Parece que as pessoas estão chorando.
_ Estão mesmo. Estou curioso pra saber o que está acontecendo.
_ Ouça. Alguém está gritando que é um assalto. Agora eu sei que
estamos em um lugar público.
_ Essa pessoa está pedindo para todos se deitarem de barriga no
chão.
_ Mas, se a mamãe deitar assim ela irá nos comprimir e não iremos
sobreviver.
_ Isso é verdade. A mamãe vai nos proteger.
_ Vai mesmo. Ela nos ama muito, mesmo sem termos nascido.
_ Deve ser por isso então que ela este chorando e gemendo.
_ Não. Você está mesmo desligado hoje. Não percebeu que a
mamãe acabou de levar um tiro.
_ Não. Eu não ouvi nada!
_ É uma arma silenciosa.
_ Quer dizer então que não vamos conhecer o mundo?
_ Tudo indica que não. Os batimentos cardíacos da mamãe estão
diminuindo. Estou começando a sentir uma alteração da
temperatura. Acho que não iremos sobreviver.
_ É uma pena, irmão. Queria tanto conhecer o mundo!
_ Eu também, mas pensando bem já não quero mais. Nem se a gente
sobrevivesse.
_ Qual o motivo, irmão?
_ O mundo lá fora é muito complicado. Eu tinha quase certeza que
estava seguro aqui dentro, mas me enganei. As pessoas são tão
más e cruéis que não hesitam em tirar três vidas de uma só vez. É
melhor a gente ir direto para os braços do Pai Celestial. Lá sim
estaremos em plena segurança.
_ Então até mais tarde irmão.
_ Até mais.

Uma outra história

Parecia que tudo aquilo que a gente sonhara não iria


acontecer. Sempre fomos ensinados desde a nossa infância que
a Esperança seria a última a morrer. E por um capricho do
Destino, o qual não sei a razão, ela veio a falecer. Saí então de
minha casa e fui até o velório.
Surpreendi-me quando cheguei, pois, encontrei em um
canto numa conversa desagradável a Ganância, a Mentira, o
Egoísmo, a Corrupção e a maior de todas essas escórias, a
Injustiça. E todos estavam com ares de ironia, zombavam de
todos que ali se encontrava e estavam felizes, pois, tinham
conseguido abafar e sufocar a Esperança, levando-a a morte.
Como pode alguém fazer tal calamidade e ninguém tomar
iniciativa para tentar acabar de uma vez com tais pragas que
assolam a humanidade?
A Discórdia olhou para mim e riu quando me viu chorando.
E chorei mais ainda quando li o epitáfio que dizia: “Aqui jaz a
última dádiva que nos permitia sonhar com dias melhores”.
E partimos então com o féretro para sepultá-lo, enquanto o
Preconceito ficava na retaguarda olhando de longe e um pouco
inquieto. E avisou a todo o grupo de maldade que ali estava que
alguém muito improvável se aproximava.
E os que ouviram, olharam para trás e pensaram que
estavam tendo algum tipo de visão ou sonho. Mas, não
podíamos nem sonhar mais. Só tínhamos pesadelos que
pareciam não ter mais fim. E era um pranto só. A cada passo
que dávamos, os nossos corações doíam mais e mais. E a
Saudade já estava se aproximando para poder nos atormentar,
juntamente com a Solidão.
Mas a maldade ali reunida ficou inquieta demais e pode
perceber o motivo, a razão de tanta inquietude. O que
achávamos ser uma visão abstrata e irreal era o Amor. A
presença dele fez-nos sentir melhor. Já nem parecia que
estávamos em um enterro. E, em uma luta dura, o Amor
expulsou dali toda a maldade que estava a zombar de todos os
simples de coração ali presentes. Mas, seria possível o retorno
de nossa amiga Esperança? Então, com calma, o Amor se
aproximou da urna onde se encontrava a Esperança e com um
toque de seus dedos, ordenou-a que se levantasse
imediatamente. Os nossos olhos se encheram de lágrimas,
porém de satisfação e a alegria acabara de chegar. E o amor se
tornou muito admirado por todas nós, as virtudes que
estávamos ali. E tudo então começou a ficar diferente. Até
mesma eu, a Humildade, comecei a ser mais desejada,
trazendo-me assim felicidade. Jamais teria contado essa
história se o Amor não aparecesse por lá. E essa sua aparição
provou mais uma vez o que ele pode fazer. E ele jamais irá nos
deixar e estará sempre à disposição de todos aqueles que o
almejarem, mesmo aqueles que não o merecem.

Verdades e Mentiras

Pra dizer a verdade, é possível dizer verdades que não


passam de mentiras.
É que por trás de uma aparente verdade pode estar
escondido um baú cheio de mentiras. E o que parece mentira
aos nossos olhos, pode ser uma imensa verdade.
Se a mentira por nós é desprezada e considerada uma
inimiga, pode se tornar a nossa maior aliada, pois quem nesse
mundo consegue viver longe e liberto da maldita hipocrisia?
Sinceramente é possível dizer mentiras que, de tantas vezes
ditas, acabam se tornando verdades. E pra dizer mentiras, não é
preciso esforço algum, pois o termo consciência tranqüila
quase já não existe.
Mas a mentira foi e sempre será uma mentira, mesmo que
esteja disfarçada, para aqueles que zelam por uma boa conduta
e se preocupam com a dignidade e moral. E são esses
elementos que ainda lutam para que tudo que há de
belo e sagrado no mundo não acabem se tornando uma imensa
mentira, ou apenas uma lembrança.

Cansaço
O que pode deixar-nos cansados, atordoados no dia a dia?
Existem vários fatores tais como o trabalho, o trânsito, até
mesmo a falta de ter o que fazer pode nos deixar com os nervos
à flor da pele. Quando estamos com problemas, a tendência é
sempre procurar uma válvula de escape para podermos resolvê-
los. O mesmo acontece quando estamos estressados e,
procuramos um lugar que possa nos deixar tranqüilos, livres de
tudo que nos atormenta. Um lugar silencioso costuma fazer bem
à mente.
Porém existe um outro fator que, de tantas vezes dito, se
torna estressante. É quando ouvimos falar das injustiças
sociais, dos grupos de extermínio, das pessoas faveladas que
são oprimidas pelos traficantes, da fome, da miséria, etc. E há
algo em comum entre esse tipo de cansaço e o nosso cansaço
decorrente de nossas atividades.
Quando esses problemas começam a nos incomodar,
tentamos também, de certa forma, esquecê-los. Ouço
diariamente pessoas nas ruas dizendo que não se interessam
mais por noticiários por causa das coisas horríveis que vêem na
televisão ou até mesmo ouvem nas emissoras de rádio. Por que
essa realidade não muda nunca, por que o governo não agiliza
mais o processo de segurança pública nacional e tenta também
amenizar o problema das diferenças sociais?
A resposta é mais simples do que se imagina. Se ao invés
de ficarmos dependendo dos nossos governantes para resolver
tais questões, por que nós mesmos não tomamos a iniciativa?
Creio que seja bem melhor do que ficarmos em casa, de boa,
assistindo televisão, enquanto milhares e milhares sofrem,
porque simplesmente não obtiveram a mesma sorte e
oportunidade que nós.

FINAL FELIZ

Será que, verdadeiramente, existe um final feliz? Difícil de


acreditar em tal teoria, mas, em um mundo dominado pela
maldade, povos se dividem por causa da ganância, pela falta de
bom senso e ações mais humanitárias, como alguém pode dizer
que existe final feliz?
Pessoas otimistas, que lutam por um mundo com mais
igualdade, caridosas, que pensam e sabem das conseqüências
que um ato desumano pode causar, às vezes passam por curtos
momentos de falsa alegria quando conseguem um pouco de
avanço em suas jornadas.
Mas, nem mesmo esses curtos momentos servem como
alicerce para se dizer e afirmar que, há uma luz de esperança no
fim do túnel. Todos nós somos hipócritas ao comemorarmos os
grandes feitos dos Aliados na perturbada e horrível Segunda
Guerra Mundial, ao libertarem alguns países do domínio dos
Nazistas. Esquecemos muitas vezes as grandes perdas como,
por exemplo, os milhões de soldados russos mortos e que a
história até se esquece de contar, dando mais ênfase aos
milhões de judeus, mortos nos campos de concentração.
Como podemos afirmar que houve um final feliz nessa
desgraça humana? E o que vem a ser então a tal felicidade?
Enquanto as pessoas se concentrarem em suas próprias
teorias, no seu próprio entendimento, tentando resolver
questões como a fome e a miséria, fazendo cada um do seu
jeito, nada vai mudar essa realidade cruel, pois, a verdadeira
solução está em Deus por ser Ele Misericordioso e Bom, ou seja,
a verdadeira felicidade está nos seus ensinamentos. Mas as
pessoas acreditam em tudo nos dias de hoje, menos em Deus.
Para que tanta teoria vã de "Como fazer do mundo um lugar
melhor" se o principal combustível pra fazer com que tudo que
há de bom, funcione, está distante de todos nós. E esse
combustível se chama amor.
De tudo que tenho aprendido uma coisa descobri: a
maioria das pessoas tenta fazer o que é certo, não por que são
realmente boas, mas, sim pra agradar a sociedade e alimentar
seu próprio ego. E vivem num mundo de hipocrisia. E você,
ainda acredita que existe mesmo o tal final feliz?

Pressão

Tudo que é feito sob pressão parece ter um resultado


melhor. A vida nos coloca em determinadas situações que,
parece que não iremos conseguir passar por algumas
dificuldades. Mas quando se manifestam fatores básicos, tais
como a vontade de vencer, a necessidade de sobrevivência ou
até mesmo atingir um determinado objetivo, para sustentar o
ego, as coisas tomam um rumo diferente e de certa forma,
obtemos sucesso.
Mas, uma decisão precipitada por causa da maldita
ganância pode frustrar todos os nossos sonhos, os nossos alvos
a serem atingidos se tornam mais distantes e, em conseqüência
disso, obstáculos mais difíceis aparecem. E tudo isso pode
gerar desânimo e nos enfraquecer.
Uma coisa tenho aprendido no meu dia a dia.
Determinadas situações não são resolvidas por faltar um fator
que pressione as pessoas para que elas tenham um pouco mais
de garra e vontade. As questões sociais são um exemplo. O que
pode realmente pressionar as pessoas para que elas possam
lutar com mais gana contra a corrupção que afronta o nosso
país e que domina uma parte dos nossos políticos? É uma
pergunta difícil de responder, mas, existem algumas idéias que
podem dar certo e uma eficaz que se chama união.
Se não fosse a união do povo brasileiro, até os dias de hoje
estaríamos sob o domínio da Ditadura Militar. O ex-presidente
Fernando Collor não seria deposto do cargo. Não sou nenhum
professor de história do Brasil, mas, a imprensa está aí para
mostrar e expor mais detalhes.
Resumindo, todos nós temos livre arbítrio. Acho que
deveria haver sim um fator de pressão para que as pessoas
pudessem fazer o bem ao seu semelhante, já que a justiça daqui
é muito falha e não nos dá essa garantia.
Utopia

Desanimado todos os dias por causa da onda de violência


que atormentava a minha cidade, um determinado dia em que a
minha mente não conseguia se lembrar de momentos bons, saí
e tomei um ônibus sem direção e viajei horas e horas até chegar
numa cidade de porte médio que chamou a minha atenção.
Quando desci do ônibus, fiquei surpreso com as boas
vindas. Caminhando na cidade, pude perceber que havia algo ali
diferente. A igualdade social me surpreendeu, não havia favelas,
a cidade era extremamente limpa e organizada, todos os
habitantes dali eram cultos e muito educados, havia guardas
nas ruas, mas desarmados e só controlavam o trânsito. Não vi
nenhum presídio ou cadeia pública. As pessoas que ali residiam
não tinham uma vida de rico, mas trabalhavam e estavam
satisfeitos com os seus salários.
Por ver tanta coisa boa reunida em um só lugar, fiquei
curioso e comecei a perguntar para todos que ali residiam,
como conseguiram tais façanhas.
Todas me respondiam que aquela cidade já tinha sido
muito problemática, mas de uma hora para outra tudo começou
a mudar. Os traficantes que ali residiam resolveram fazer um
acordo com policiais corruptos, assaltantes, seqüestradores,
políticos gananciosos, e se entregaram. E em troca, optaram
por penas alternativas, evitando assim mais corrupção e gastos.
Parte do dinheiro que iria ser gasto pela justiça para o
julgamento de tais, foi aplicado em obras para transformar as
favelas e bairros pobres e esquecidos em bairros de verdade.
Outra parte do dinheiro foi investida na área de emprego, saúde,
educação e cultura. Já estava quase sem palavras para
expressar tanta alegria por ter encontrado um lugar assim. E
caminhando pela praça central, ouvi um som como se fosse um
tiro de arma de fogo. Minha perna começou a doer, doer, mas
não havia sangue. E doía tanto, tanto que, desmaiei.
Quando acordei, estava em um leito do hospital da minha
cidade e meu irmão estava do meu lado. Perguntei a ele o que
havia acontecido. Ele me respondeu que, enquanto eu dormia
tranqüilo na minha casa, uma bala perdida atingiu a minha
perna. Então pude compreender que tudo aquilo não passava de
um sonho.
E a conclusão que cheguei foi que, muitas pessoas assim
como eu, também sonham com um mundo melhor e mais justo,
mas esse mundo só existe mesmo nos nossos sonhos, pois a
realidade é bem mais cruel do que a gente imagina.

Estou bem na fita

Quando estava reunido com a galera em um churrasco,


rodízio de pizza, ou até mesmo em um almoço familiar, ele
aparecia.
Imaginem só o cara: cento e vinte e cinco quilos de pura
gordura para um pouco mais de um metro e sessenta, narigudo,
careca, e ainda comia que nem elefante. Não tinha muito boa
aparência, mas um coração de ouro, uma personalidade forte,
tão forte que ninguém conseguia o convencer a mudar de
atitude, tipo fazer um regime, entrar em uma academia, etc.
Apesar de tudo, era também muito engraçado e soltava
umas estórias, zombando de si mesmo, da sua condição. Mas,
todos não deixavam de insistir para que ele pudesse mudar de
atitude e se cuidasse melhor.
Um certo dia, alguém tocou no assunto de regime com ele.
Ele abaixou a cabeça, ficou um pouco triste, mas com um
sorriso nos lábios e certo tom de ironia respondeu que estava
muito bem na fita.
Todos que ali se encontravam fizeram um silêncio
absoluto, sem nenhum ar de riso, pois, o que faz realmente a
diferença nas pessoas são as virtudes, o caráter e não a
aparência. E essas qualidades ele tinha de sobra. E quem
éramos nós para poder julga-lo?
Eu já estava convencido disso, mas perguntei a ele em que
se baseava para afirmar tais palavras. Ele me respondeu com
um tom de ironia que estava bem na fita, não porque todos nós
o achávamos um cara legal, educado, engraçado, pois, éramos
seus melhores amigos e a sociedade não tinha a mesma visão
que nós. Todos o olhavam com ar de desprezo e de ironia por
ser ele muito gordo. Por isso então ele assumiu que realmente
estava muito bem na fita. Na fita métrica, é claro. E foi um riso
só de todos por alguns minutos.
O silêncio

Podemos escrever milhares de livros sobre esse assunto.


É tanta coisa, tanta opinião sobre o silêncio que, se fôssemos
discutir tal assunto, passaríamos o resto de nossas vidas e
mesmo assim não seria suficiente.
O silêncio é visto pela sociedade como um mal e como um
bem ao mesmo tempo. Como um bem, milhões de pessoas
foram salvas por causa do silêncio. O silêncio é um eterno
paradoxo. Na idade média, chamada por muitos de “Idade negra
da Igreja”, vidas eram salvas por causa do silêncio absoluto
sobre os assuntos da inquisição, e isso acabou criando uma
rede de corrupção desde os mais elevados sacerdotes até os
menores. O exemplo disso é o poder financeiro do Vaticano.
Mas, se alguém resolvesse abrir a boca e protestar, a fogueira
estaria pronta para tais. Será que o silêncio é a melhor saída
para situações que colocam em risco as nossas vidas?
Em qualquer exército do mundo, o silêncio é muito
valorizado, sem criar um efeito contrário ou negativo. Nos dias
de hoje, principalmente em nosso país, o nosso silêncio se
tornou um fortíssimo aliado daqueles que promovem injustiças.
E conseqüentemente, a cada dia que passa menos justiça é
feita. Traficantes tomam conta de favelas inteiras, policiais
militares e civis cometem atrocidades e ninguém tem a
coragem de denunciar, em muitos casos. Políticos sabem como
ninguém aproveitar desse silêncio. Os telejornais nos mostram
isso diariamente. Será que essa realidade nunca irá mudar?
Será que continuaremos ser covardes? Quisera eu que todos
fizessem valer a frase popular “botar a boca no trombone”. As
coisas seriam bem diferentes.

Você também pode gostar