Você está na página 1de 1

Em 1877 tem início uma das maiores tragédias do Nordeste.

A região, nos anos anteriores, tivera indicies pluviométricos estáveis. E a população foi
surpreendida com a seca que se iniciara em 1877.

Esta seca se estendeu do ano de 1877 até 1879 e assolou uma extensa área da região
Nordeste, mas o local mais afetado foi a província do Ceará. O governo, mal inspirado, como
pelas ideias de André Rebouças que aconselhava a não dar donativos para os flagelados, que
recomendava fazê-lo por meio de uma remuneração em troca de trabalho, somava-se a isso a
falta de estrutura de combate a seca.

O resultado não poderia ter sido mais devastador...

Sem conseguir manterem-se na região interiorana, as famílias mais abastadas imigravam para
regiões litorâneas. As famílias mais pobres tentavam fugir daquele quadro caótico.

Como exemplo a cidade de Fortaleza, que possuía aproximadamente 25 mil moradores,


recebeu mais de 114 mil retirantes, isso segundo números oficiais, que podem ser inferiores.
Contudo muitos não conseguiram chegar ao seu destino, e morriam pelas estradas. Os que
chegavam aos centros urbanos, impressionavam pelo avançado estado de desnutrição.

A economia local entrou em colapso. Além da queda na produção ocorreu a perda dos
rebanhos, tanto para a fome como para as várias doenças. Os senhores de escravos vendiam
seus escravizados para outras regiões do Brasil.

Para completar aquela situação dramática, um surto de varíola atingiu a região no ano de
1878.

O repórter norte-americano Herbert Smith, que estava no Ceará cobrindo a seca para a
Scribner’s Magazine, registrou que, durante aquela seca, provavelmente 500.000 sertanejos
haviam morrido de varíola e fome. Outros autores afirmam, também, que a Grande Seca pode
ter ceifado a vida de mais da metade das 1.754.000 pessoas que residiam na área atingida pela
tragédia. Sendo a Grande Seca a maior catástrofe natural da história do Brasil.

Você também pode gostar