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Autor: Carlos Correia (https://www.tecnicasdecomposicao.com.br)
MITOS
Abaixo, cito alguns que têm muito a ver com a ideia de harmonização e
que chegam a ser ridículos, idiotas, bobos, sem sentido, e de uma
imaturidade imensa:
“Você precisa ter talento musical para saber harmonizar ou mesmo compor”:
Talento se conquista! Ninguém nasce sabendo. E mesmo aqueles que
aparentemente dizemos que tem o dom musical, também assimilaram ou
perceberam de alguma forma os padrões musicais. Você pode criar sem saber de
técnicas ou teorias. Eu fiz isso aos 8 anos de idade. Mas não posso dizer que foi
somente porque nasci com talento. Não! Foi porque de algum modo eu reconheci
alguns padrões musicais quando escutava atentamente as músicas e então soube
reproduzi-las. E mesmo assim, vinte anos depois, eu procurei aprender a teoria
musical!
“Para a música ficar legal você não pode usar acordes tríades”:
Outra burrice. Há várias e várias músicas que só usam tríades e são lindíssimas. É
claro que quanto maior for a música em tamanho, mais necessidade teremos de
diversificar os acordes, mas só por necessidade! Por exemplo, três músicas
escolhidas como as mais tocadas e celebradas usam nas partes principais tríades:
“As quatro estações de Vivaldi”; “A nona sinfonia de Beethoven” e “Yesterday dos
Beatles”. São apenas alguns exemplos.
“Sua música vai ser valorizada se usar acordes rebuscados com muitas tensões”:
Mesma coisa que no mito anterior... Mais uma burrice... Aprenda que não é o
acorde escolhido que fará sua música se tornar mais interessante, mais complexa,
ou mais badalada. O que torna tudo isso é você saber fazer uma boa melodia e
achar os melhores acordes que se encaixam bem na melodia. E melhores acordes
não tem nada a ver com complexidade, mas sim usar corretamente o acorde que
se encaixa perfeitamente naquela melodia, mesmo que seja um acorde simples!
“Você só deve usar os acordes do estilo musical que você está compondo.”:
Esta é parcialmente uma verdade... Há estilos e subestilos musicais que são
reconhecidos por alguns acordes e disposições destes acordes específicos, tal
como uma assinatura musical. Você precisa usá-los ou saber usá-los para que sua
música se encaixe no estilo. Porém, se você se prender somente nestes
maneirismos musicais, sua música será sempre a mesma do mesmo. Novas ideias
surgem quando exploramos novas possibilidades. Por isso, saiba e aprenda a
utilizar a música a seu favor, e não ficar preso a ela. Os compositores e as bandas
mais reconhecidos no nosso planeta exploraram novas possibilidades e abriram
caminhos para os outros...
“Teoria musical não serve para nada. Só vai te deixar engessado. Só uso o meu
ouvido para compor.”:
Quando ouço algo deste tipo eu tenho que contar até 3!!! Hahaha
Até os meus 28 anos de idade, eu só compus música sem ter tido aulas de
harmonia. Eu compus bastante coisa legal, sim. Só que não conseguia avançar
muito como eu queria. Eu perdia muito tempo procurando os acordes, uma boa
continuação, uma estrutura, etc.... Sentia que faltava algo. E por isso, joguei a
toalha e procurei um curso de harmonia e composição. Fiz aulas particulares,
durante 5 anos ininterruptos, de composição, harmonia, contraponto, etc.. Só
posso dizer uma coisa: como eu me arrependo de não ter procurado isso antes,
ainda quando jovem! Hoje eu estaria muito mais avançado e ter produzido MUITO
MAIS e com QUALIDADE ACIMA DA MÉDIA!!! Todos os grandes compositores
aprenderam teoria de modo formal ou informal.
Hoje em dia, SOU MUITO MAIS COMPLETO, pois eu componho com o meu
OUVIDO e com o meu CÉREBRO.
E você, quais frases de efeito ou bobices você já escutou por aí? Me envie
um email contando elas: carlos.correia@tecnicasdecomposicao.com.br
INTRODUÇÃO
Eu queria ter tido MUITO este livro em minhas mãos naquela época!
Independente do estilo de música que você queira lidar, com este ebook
você saberá o que fazer nos casos mais comuns e então aplicar no estilo
que você queira.
@@@@link do curso@@@
É bom também que você entenda que as músicas que trataremos aqui são
tonais e modais dentro da esfera da escala diatônica.
Damos os nomes dos acordes de acordo com sua nota mais grave,
chamada de nota fundamental, ou nota base.
Acorde de Dó Maior:
@@@@partitura@@@
CAPÍTULO 1
ENTENDENDO A HARMONIZAÇÃO
O que é harmonizar?
Essa é uma questão fundamental. E todo o resto deste livro se guiará pelo
que está escrito aqui.
Isso mesmo.
Acordes de fato não existem na música real. Os acordes são apenas uma
forma simplificada de entendermos o que está acontecendo em um
determinado trecho da música.
À medida que a música vai tocando, esta nuvem vai mudando de cor, ou
vai sendo acrescentada novas cores.
São as notas sendo tocadas é que geram uma força, uma cor
predominante, e que denominamos como sendo um determinado acorde!
Entender isso é fundamental para você ter todas as possibilidades em suas
mãos.
A sua melodia vai se tornar mais interessante quanto mais correta você
conseguir atender as duas premissas anteriores.
E saber também que temos várias possibilidades de escolhas. Não temos
apenas uma única opção. Só que o estilo musical, e o seu entendimento
musical como um todo é que poderá fazer com que você escolha uma
opção do que outra.
Você também terá que diferenciar os acordes mais “fortes” do que aqueles
mais “fracos”.
Isso mesmo. Eles são apenas um reflexo das forças sonoras predominantes
que estão acontecendo em um determinado trecho.
Porém, podemos definir acordes neste trecho. Desde que faça sentido, i.e.,
que o acorde escolhido seja uma representação de fato das forças sonoras
que estão acontecendo neste trecho.
Isso não é tão simples, pois deve entrar alguns conceitos que ainda não
mencionamos. E outros que são vistos em um curso completo de
harmonia, que não é o caso deste ebook.
Se estas novas notas forem mais fortes do que as notas anteriores e não
fizerem parte do acorde anterior, então um novo acorde está aparecendo
ali.
Mas ainda não falamos do que se tratam notas fortes ou fracas.
Agora, vamos colocar sobre este acorde uma melodia usando apenas as
notas do acorde, e estas notas vão ocupar apenas 1 compasso:
Podemos dizer que a melodia acima satisfaz o acorde, pois todas as notas
utilizam as notas do acorde.
Isto é, as notas da melodia dão uma cor mais próxima do nosso acorde de
Dó Maior! Pois as notas da melodia são as mesmas do nosso acorde!
É assim que funciona o que queremos dizer que aquela melodia está em
um determinado acorde.
Se eu fizer uma pequena modificação na melodia anterior, acrescentando
uma pequena nota dessa maneira:
Esta nova nota irá “sujar” a cor do acorde. Só que é uma “sujeira” fraca,
um pequeno borrão, ou um ponto de outra cor no meio de toda a cor do
acorde principal, pois é uma nota “fraca”.
Repare que esta nota ela é rápida, é única naquele trecho, e está cercada
por notas do acorde.
O que fazer?
Por isso, precisamos sempre definir alguns limites para depois irmos
abrindo estes limites. Principalmente, quando se trata de aprender.
Por isso, este exemplo atual será “congelado” por hora. Veremos mais
tarde ele.
Mesmo que fique confuso por enquanto, vou definir aqui os acordes que
estão sendo tocados neste trecho:
A maioria das notas da melodia coincide com o acorde.
Para termos certeza do acorde, teríamos que ter todas as notas tocando
(melodia + acompanhamento). Como no início não tínhamos o
acompanhamento da música, os acordes eram apenas acordes propostos.
Porém se confirmaram quando vimos as notas do acompanhamento.
Isso quer dizer que precisamos saber os acordes que vamos utilizar e
quando e como se dará as mudanças dos acordes (se o acorde vai ocupar
um compasso inteiro, meio compasso, dois compassos, ou alguma outra
proporção).
São 3 limites básicos que vamos utilizar como ponto de partida. Mas à
medida que haja novas necessidades, iremos expandir ou até mesmo
modificar tais limitações.
Lembre-se, na vida real, quando você for harmonizar uma melodia, você
não irá se limitar, mas terá a sua disposição todas as cores que serão
necessárias para satisfazer a melodia. Já que é a melodia que indicará a
você possíveis cores!
Os acordes escolhidos são as cores principais e básicas de qualquer
tonalidade, principalmente no modo maior. Estes 3 acordes contêm todas
as notas da escala diatônica (a que origina os modos maiores e menores).
Vejamos em Dó maior que será sempre a nossa tonalidade de referência
para todos os nossos estudos daqui pra frente:
Grau IV Fá Maior: fá lá dó
Grau I: dó sol mi
Grau V: sol ré si
Grau IV: fá dó lá
Aqui temos que observar que a nota dó é tocada por um período maior do
que as notas de fá e lá, e essa nota começa a querer ser a mais importante
deste compasso.
Isso pode começar a trazer um conflito, uma vez que a nota dó pertence
como nota principal do acorde de Dó Maior!!! É como se naquele
momento o acorde quisesse voltar a ser Dó Maior, e não mais Fá Maior.
Pronto!
Temos uma melodia, que não importa nesse momento ser bonita. Mas que
satisfaz e indica plenamente os acordes que pré-definimos.
E finalmente,
Pronto, você tem melodias criadas que indicam cada acorde.
Então, se você olhar a melodia abaixo, você já terá a visão dos acordes que
satisfazem esta melodia:
Agora que você viu como o acorde e a harmonia estão entrelaçadas pelas
notas comuns a elas, nesse capítulo já começaremos a achar os nossos
acordes a partir de uma melodia.
Fique tranquilo se ainda aparecer alguma dúvida. Mas não se prenda a ela.
Vá assimilando o passo a passo.
Grau I: dó sol mi = C
Grau V: sol ré si = G
Grau IV: fá dó lá = F
Toque e experimente!
Exemplo 2:
Simples, né?!
Sim! É bem simples. Ainda mais quando não temos outras notas que
podem nos confundir.
Exemplo 3:
Neste exemplo, temos a nota sol no primeiro compasso, e a nota dó no
segundo compasso, e nenhuma outra nota.
Ora, a nota sol está presente tanto no I grau quanto no V. E a nota dó, está
presente no I grau e no IV.
Realmente, não temos muito como afirmar uma única resposta. Quaisquer
escolhas acima serão válidas!
Todas as 4!
Não temos uma única solução certa. Tudo vai depender do que você deseja
neste trecho.
Exemplo 4:
E agora?
Qual que escolho para o segundo compasso?
Você poderia pensar assim: “ah... o si está apenas borrando nossa cor. Por
isso, vou escolher o I grau!”.
Acontece que o si não é uma nota curta. Além disso, ela não está sendo
“suavizada” por outras notas do I grau, i.e., ela não está se comportando
como uma nota inflexiva (veremos isso mais a frente). E ainda temos que
esta nota forma o par com a próxima nota sol, que ambas fazem parte do V
grau.
Também não! Pois a nota dó não é uma nota curta, e também não está
sendo “suavizada” por outras notas do acorde. Ela está presente ali como
uma nota importante!
Tá bom. Eu disse que não teríamos exemplos para confundir. Mas quis
colocar este exemplo para podermos ir para o nosso próximo capítulo, já
que neste exemplo um único acorde neste compasso não satisfaz estas 3
notas.
DIVIDINDO O COMPASSO
E como eu disse nos primeiros capítulos, cada acorde daria uma cor
diferente...
E não é só em partes iguais que podemos fazer isso. Podemos criar frações
nos compassos.
Por exemplo, podemos dividir o compasso em 2 partes não iguais, sendo
que a primeira parte ocupa 3 tempos, e a segunda parte ocupa apenas 1
tempo:
Ou o inverso:
Caso queira ver vários exemplos das divisões de compassos, entre aqui
nesta página @@@!
Estas divisões são importantes, pois com elas podemos escolher acordes
em cada divisão.
A princípio, a melodia não pede isso. Teríamos que ter uma boa razão para
fazermos a divisão acima em 3 partes.
É claro que podemos fazê-lo, tudo é possível, mas você precisa criar o
acompanhamento, as outras notas, para que realmente seja justificável tal
divisão.
“Não é o que queremos que seja, mas sim o que está ali!”
Ela é importantíssima!
Expliquei que eu queria que fosse aquele acorde para que... então, ele me
interrompeu: “ora, não é isso que está ali na música. Você pode estar
querendo uma coisa, mas as notas que você colocou estão soando outra
coisa!”.
E então completou: “não é o que você quer, mas o que está soando ali!”.
Sim!
Isso indica que nós precisamos controlar o que queremos e não deixar que
a música nos controle.
E controlar supõe que você saiba e entenda o que está fazendo, o que está
soando, achar possíveis soluções e suas consequências!
Sou MUITO grato por aquele momento ímpar que me fez melhorar mais
ainda meus conhecimentos sobre a música.
É o mesmo que dizer que o Sol é um cubo de 6 lados iguais. Você pode
repetir isso mil milhões de vezes, mas isso não tornará o fato do Sol ser
uma quase esfera em se transformar em um cubo... Sinto muito!
É duro isso... Mas é a realidade! E é ótimo que seja assim. Pois, você terá
mais chances de saber controlar a música. Você entenderá muito melhor
sua música.
Mas se você quer satisfazer o seu desejo, então saiba escolher as melhores
opções, as melhores possibilidades, que levarão, como consequência, em
seus desejos!
Por um lado é bom, pois temos mais escolhas. Por outro lado, quanto mais
escolhas, mais possibilidades de escolhermos erradamente...
Só te peço para que não erres em casos que não tenham mais volta...
Na música, na composição, você pode errar, errar e errar, pois você pode
voltar quantas vezes quiser e corrigi-las. Ainda bem!
O importante é você errar no início o máximo que puder, para que depois
não precise errar tanto. É claro que nunca seremos infalíveis.
Veja se agora não fica mais fácil definirmos os acordes em cada parte.
Na primeira parte, em azul, temos as notas si e sol, que pertencem ao V
grau.
Sendo grau I:
Exemplo 2:
A harmonização fica:
Que tal?
Bacana, né?!
Exemplo 3:
Exemplo 4:
Recapitulando:
Então, uma melodia que contenha essas notas satisfará o acorde ré menor.
Veja:
Ou lá menor (Am):
E o si diminuto (Bo):
O princípio é o mesmo.
E da mesma maneira, podemos dividir o compasso e ver se encaixa um
acorde menor:
Por isso, existe a mesma ideia para as notas e graus mais fortes e mais
fracos, se compararmos um com outro.
Não é uma lei intransponível. Mas apenas uma ideia geral que nos guia
para certas possíveis decisões.
Classe da tônica
Classe da dominante
Classe da subdominante
Então vamos colocar os acordes da nossa escala onde eles pertencem nas
classes acima:
Isso significa que na classe tônica temos os graus I, VI e III, onde o grau I é
mais importante, ou tem mais relevância, do que o VI, que por sua vez tem
mais importância, ou relevância, do que o III.
Indica apenas que há uma relação sonora mais adaptável ao sistema tonal,
à escala diatônica, onde foram gerados tais acordes. Isso tem a ver com a
série harmônica e com a evolução musical. Nada mais do que isso.
Ficando assim:
Só que parece haver uma forçação de barra para que isso aconteça. E é
mais lógico usarmos a primeira opção.
Somente acordes tríades da escala diatônica (I, II, III, IV, V, VI e VII);
O compasso dividindo-o em 2 partes iguais (quando possível) ou
não dividindo-o;
Melodias que tenham apenas notas do acorde (sem uso de
inflexões).
Classe SubDominante: IV e II
Exemplo 1:
Dividindo, teríamos:
Exemplo 2:
Compasso 1: fá-lá-dó
E para você treinar, você pode dividir ao meio. Daí você terá na primeira
metade a nota fá, que podem ser os graus IV ou II. E na segunda metade
temos as notas lá e dó, que podem ser os graus IV ou VI.
Compasso 2: ré-fá-mi-dó
Compasso 3: ré-fá-mi-lá
Compasso 4: si-ré-dó-sol
Compasso 5: fá-lá-ré-lá
Compasso 6: dó
Compasso 1: dó
Compasso 2: ré-si-si-sol
Compasso 3: dó-mi
Compasso 4: dó.
Exemplo 4:
Ficando:
Este exemplo foi bem simples. Interessante são as possibilidades surgirem
se você dividir o compasso ao meio. Faça para ver.
Exemplo 5:
Compasso 2: lá-dó-fá-ré
Se, por acaso, você não quisesse usar o III grau neste compasso,
poderíamos dividir o compasso e então usaríamos o I grau e o V grau nesta
ordem.
Compasso 4: dó I, IV ou VI graus
Temos:
Cada vez que você faz mais exercícios, mais você vai ficando rápido em
perceber os acordes. Por isso, comece a criar suas melodias parecidas com
as daqui expostas, e veja os graus possíveis. Faça isto, antes de avançar ao
próximo capítulo.
Compasso 2: ré-lá-dó-mi
ou
Compasso 3: lá-lá-si
Dividindo ao meio:
Compasso 2: si-dó-ré
Este é um caso que temos que dividir em 3 partes contendo cada nota em
separado. Daí termos, respectivamente:
dó: I, IV ou VI graus;
Ficando:
Com relação ao segundo compasso, no próximo capítulo veremos outras
abordagens para tratarmos compassos deste tipo.
EXEMPLO 8:
Compasso 1: dó-lá-sol-si
Compasso 2: dó-ré-mi-fá-sol
Ora, seria até possível fazermos isso, mas não me parece que seja uma
opção tão lógica assim...
E não é mesmo!
Deste grupo todo, podemos destacar as notas dó, mi e sol fazendo parte
de um único conjunto de notas, que em Dó Maior é o nosso I grau. Estas
notas se encontram nos tempos fortes do compasso:
Quando as notas estão sendo tocadas, elas querem mudar a cor. Quando a
nota dó é tocada, ela pinta uma cor. Como dó é uma nota principal da
classe da tônica, ela teria uma preferência na cor como um todo.
O mesmo acontece quando se toca fá e vai para sol. A nota fá tenta borrar,
mas não consegue, pois chega em sol, que novamente faz parte do I grau.
Fá serviu como nota de passagem de mi para sol!!!!
Ficando:
INFLEXÕES
1) Nota de Passagem;
2) Bordadura;
3) Apogiatura;
4) Suspensão;
6) Cromatismo;
7) Resolução Indireta;
8) Escapada;
Estas notas fazem ligações, contornos e servem para dar mais interesse às
nossas melodias, além de suavizar algumas passagens.
Assim, fica bem claro que as notas principais deste compasso são as notas
dó-mi-sol, que pertencem ao acorde de dó maior (I grau).
1) Nota de Passagem
Já no exemplo abaixo, a nota que poderia ser uma nota de passagem dura
mais tempo no compasso se comparada com as outras duas. Então, pode
ser que ela não seja uma nota de passagem, mas que as outras serem
notas inflexivas:
2) Bordadura
Da mesma maneira que as outras notas inflexivas, ela não deve ser
considerada para acharmos o acorde que satisfaz este compasso. Ficando,
então:
@@@@
@@@@@
Ou então:
@@@@@
3) Apogiatura
Essa é uma típica apogiatura, onde ela dura menos do que a nota principal
(dó). No caso acima, podemos considerar os graus I, VI ou IV para
harmonizar este compasso. O mais comum é a apogiatura resolver sobre a
nota fundamental do próximo acorde, mas não é regra!
Já no exemplo abaixo não são casos tão comuns, mas podemos considerar
as notas em vermelho como apogiaturas:
4) Suspensão
É claro, que no nosso exemplo está bem visível que o compasso 1 temos o
acorde C e no compasso 2, o acorde G. Porém, em alguns casos você é
quem vai ter que considerar se a nota realmente é de suspensão ou não.
5) Antecipação
Por isso é uma antecipação. Sua origem é mais rítmica do que harmônica,
mas influencia em como devemos lidar com a harmonia. E é por isso que
alguns autores não a colocam como inflexão. Porém, como você pode ver,
é quase que uma inversão da suspensão.
6) Cromatismo
7) Resolução Indireta
8) Escapada
No caso da escapada por salto, segundo compasso, pode ser que haja
alguma confusão na decisão. O importante, nesse caso específico, é que
haja um padrão repetitivo para que possamos escolher as notas como
sendo de escapadas por salto. Caso contrário, estas notas vão querer
“brigar” para serem notas de novos acordes, o que pode deixar sua
harmonia muito confusa.
EXEMPLO 1:
EXEMPLO 2:
Compasso 1: a nota lá é uma apogiatura
EXEMPLO 3:
Até agora, vimos apenas como harmonizar acordes tríades, como abaixo:
Vimos que são estas 3 notas, pelo menos uma delas, que devem prevalecer
para que possamos definir este acorde como uma possível harmonização.
Também vimos, no capítulo anterior, que há notas que podem ser tocadas
juntas com estas 3 notas do acorde, mas que não vão influenciar na
harmonização.
Neste caso, a terça menor produziu uma nota fora da nossa escala
diatônica!
Isto é, a nota sib não faz parte da nossa escala de dó maior. E isso
acrescenta um certo problema, pois o que acontece é que notas fora da
escala inicial querem modificar a nossa escala para uma nova tonalidade
ou modo!
Acontece que a nota fora da escala não foi produzida por ser uma sétima
menor (em relação à fundamental), mas sim devido à características
intervalares da nossa escala diatônica.
Veja a seguir:
Podemos também notar nos acordes criados, que alguns, cujas origens (o
acorde tríade original) sendo tríades maiores, tem a função de serem
dominantes secundários, que falarei mais adiante.
Temos esta nova nota acrescentada que também deve ser levada em
consideração agora.
Só que esta nova nota é uma dissonância, e muitas vezes ela deve ser
preparada e resolvida. Mas isso não é lei. Apenas uma sugestão que faz
com que a nota dissonante não “suje” muito a cor predominante.
E é claro, será você que deverá definir o quão salgado e homogêneo você
vai querer deixar sua melodia...
EXEMPLO 1:
As duas abordagens estão corretas! Você pode tratá-las como sendo uma
ou outra!
Sim, fará, mas pode ser que o ritmo harmônico não seja o seu desejado.
Talvez possamos dar uma outra roupagem e termos uma nova sonoridade.
Compasso 4: agora sim! Já temos a nota sib que pertence ao acorde de C7.
Lembrando que este acorde tem uma função de dominante secundária, e
no caso é um V/IV, cujo acorde posterior tem uma tendência de ser o IV
grau. Mas ele não é necessário existir de fato. Poderia ser apenas uma
sinalização, mas daí não ser resolvida em IV, mas em outro acorde.
Assim sendo, talvez o melhor fosse realmente definir este compasso como
sendo do acorde de lá menor, já que todas as notas deste acorde estão
presentes neste compasso. E além de tudo, a nossa nota de sétima menor
do compasso anterior foi resolvida em lá (ver estudo de harmonia).
Já temos uma melodia maior! Isso é bom, pois já facilita uma ideia da
direção da frase (calma, veremos isso mais à frente).
Compasso 1: todas as notas que aparecessem são: ré, fá, lá e dó. Todas
estas notas estão presentes no acorde de Dm7 (grau II7). Ou até podemos
dividir o compasso ao meio e considerarmos a nota dó da segunda parte
como uma nota inflexiva, ficando os acordes Dm e F (na segunda parte).
EXEMPLO 3
Ficando:
É claro que só escutando para você determinar qual sonoridade você irá
desejar.
Mas lembrem-se, as escolhas dos acordes também devem ser consideradas
de acordo com o estilo musical que você estiver fazendo.
EXEMPLO 4:
Compasso 3: temos a nota ré# que resolve em mi, então ela pode ser
considerada uma resolução indireta ou mesmo uma escapada. Tanto faz o
nome, o importante é saber que é uma inflexão. Mais adiante, temos o fá
que faz uma bordadura resolvendo em sol do outro compasso (outro
acorde). Assim, temos que dividir este compasso e considerar Dm e Em (ou
C).
Ficando:
Existem outras possibilidades no exemplo acima?
Sim! Você pode até ter achado outras possibilidades. Sem problemas.
Também não faz sentido ser G7, apesar de termos a nota fá, pois uma
melodia terminar na sétima é algo muito raro, e chama muita atenção
sobre esta nota dissonante, a ponto de até parecer um pouco estranho.
Teste sempre.
Ainda temos acordes que são transformações dos originais (sus2, sus4, ...),
usos de tensões (acordes com nona, décima primeira, ...), e tantos outros.
Não haverá nenhuma variação destes acordes com o que já temos vistos
até o momento.
É sempre uma escolha baseada nas notas sendo tocadas e que vão
satisfazer ao máximo um determinado acorde.
Por isso, não será necessário exemplificarmos cada acorde destes para
aprendermos a harmonizar.
Mas, vejamos alguns exemplos só para termos certeza se compreendemos
nossas escolhas:
EXEMPLO 5:
+
Compasso 3: primeira parte é C (tríade aumentada), e a segunda parte é
um acorde sobre Dm com a quinta aumentada (#5), ficando Dm#5. Se você
considerar notas enarmônicas, o lá# seria a nota sib, fazendo com que este
acorde seja Bb. Eu prefiro considerar sendo Dm#5, pois podemos notar um
caminho da nota subindo: sol# (do acorde anterior), depois lá#, depois si
(do próximo acorde do outro compasso)...
Ficando:
Os princípios são os mesmos!
EXEMPLO 6:
Compasso 3: acorde G.
Ficando:
E seu trabalho será perceber quais as notas são as notas estruturais (notas
de apoio) da melodia, e não notas inflexivas. Daí, basta encaixar em algum
acorde específico!
CADÊNCIAS E DIREÇÕES!
Até porque não é apenas uma única característica da música que dá esta
suposta direção da música.
Imagine que você quer viajar para o norte do país. Faria sentido pegar um
avião, ou ir de carro, em direção ao sul?
Não!
A não ser que você vá fazer algo no sul e depois irá se dirigir ao norte. Aí
tudo bem! Fora isso, seria perda de tempo, de esforço físico, e outras
perdas.
É como se cada frase, cada tema musical, cada trecho da música quisesse ir
para um determinado destino. E o importante é você entender e sacar qual
é este destino?
Ele subiu naquele cavalo que dava quase duas vezes a sua altura (um certo
exagero aqui...), e começou a dar os primeiros passos.
Não era o meu amigo que estava fazendo o cavalo andar! O cavalo andava
e botava as rédeas na direção que o cavalo andou... O cavalo ia para a
direita e ele tratava logo de colocar as rédeas para a direita. O cavalo
virava à esquerda, e nosso amigo colocava então para a esquerda!
Caímos no chão com muitas boas risadas. E isso foi palco de muitas
brincadeiras ao longo daquela estadia maravilhosa na fazenda.
Mas o que aprendi ali é que precisamos domar o cavalo. Se você quer
andar de cavalo, você é quem deve dizer a direção e a velocidade do
cavalo, e não ao contrário.
É você quem precisa estipular essa direção. Ou pelo menos, entender para
onde a música quer ir.
Sei que ainda parece abstrato isso de dizer “para onde sua música está
indo?”. Sei que não está totalmente claro.
E também sei que no final do capítulo você ainda restará muitas dúvidas.
Relaxa. Calma.
Isso é NORMAL.
Não ache que sairá em um capítulo apenas entender tudo sobre direção
musical.
Por isso, meu conselho não é você se prender nas dúvidas. Não se prenda a
elas.
E o que precisamos captar como ponto principal neste livro é a matéria que
chamamos de cadências musicais. Pois é ela uma das responsáveis sobre a
direção da música.
É claro que não é a única. E nem daria para formularmos aqui todas as
nuances da música que se destina a direção musical. Até porque este
próprio conceito é abstrato demais por si só...
Também não é objetivo final explicar o que são cadências neste livro. E se
você não fez nenhum curso ainda de harmonia, como venho dizendo, você
ainda pode encontrar boas referências sobre ela.
Você pode aprender no meu curso, ou mesmo neste vídeo aqui que eu fiz
sobre cadências! Vale a pena assistir. Depois, continue aqui.
CADÊNCIA PERFEITA:
V–I
Acima, temos uma representação de que haveriam alguns compassos
antes dos acordes finais V e I. Não sabemos quantos compassos antes, e
nem sabemos se a música termina ali ou se realmente ela irá continuar.
Significa que toda a melodia antes foi sendo conduzida para vir um acorde
dominante e chegar na tônica (I grau). Ou seja, a direção foi ir para a tônica
da música através da cadência perfeita.
Pelo menos, até ali sabemos que foi para a tônica. Mas não sabemos se até
chegar ali o que ocorreu, e também o que ocorrerá após ali.
Mas nada impediu que antes você tivesse tido outros destinos, ou se ainda
irá para tantos outros destinos. OK?!
Dito isto. Vamos colocar em prática o que isso quer dizer, e o que significa
para nós em termos de harmonizar uma melodia.
Porém, se ali naquele momento você sente que é uma cadência, um final
de frase, por exemplo, um destino bem definido. Pode ser que você queira
que seja uma cadência perfeita. Daí, nossa escolha natural será o acorde
G7!!!
Ali temos a nota sol soando, o que pode ser o acorde G (V grau), ou mesmo
o I grau.
A princípio, você deve tocar um e outro para saber, mas se eu tivesse que
escolher, eu escolheria o I grau, pois o compasso posterior (o penúltimo) já
é o V grau, então, porque manter por muito tempo o V grau? Isso pode
deixar monótono, ou até perder a força da cadência. Mas é apenas uma
forte sugestão, e não uma regra!
Percebeu que quando temos uma direção, as nossas opções já começam a
ter um foco mais objetivo em nossas escolhas?
IV – V – I
II – V – I
IV – I64 – V- I
II – I64 – V – I
V/V –V – I
Vejamos na prática.
EXEMPLO 1:
... – I64 – V- I
Assim sendo, vamos ver se podemos usar antes alguns destes graus: II, IV
ou V/V.
Voltando...
C – Dm – G7 – C – Dm – C/B – G7 – C
C – Dm – G7 – C – D7 – C/B – G7 – C
C – Dm – G7 – Am – Dm – C/B – G7 – C
C – Dm – G7 – Am – D7 – C/B – G7 – C
Só cuidado para não destoar muito do que veio antes, pois o ouvinte
sempre espera a “mesma coisa”. E uma mudança mais brusca pode deixar
o ouvinte “decepcionado”.
Compasso 6 – I grau
Compasso 5 – parte 1: temos a nota fá# ali. É uma nota fora da nossa
escala diatônica inicial. Mas podemos usar com o acorde V/V, ou até
mesmo um acorde de sétima diminuta: Vo/V (fá#-lá-dó-mib).
Já podemos voltar aos compassos iniciais, mas sempre de olho que vamos
chegar naquela sequência de cadência.
Fiquei com esta escolha (nada impede de você ter escolhida outra):
CADÊNCIA DOMINANTE:
I–V
I64 – V
II – I64 – V
II – V
IV – I64 – V
IV – V
EXEMPLO 3:
Compasso 5:
Agora, podemos voltar aos compassos iniciais, mas sempre mirando para a
continuidade...
Compasso 2:
Parte 1: II grau
Parte 2: V grau
Compasso 3: I grau
Temos então:
Creio que você já entendeu muito bem a questão da direção harmônica, e
como devemos levar ela em consideração na hora de harmonizarmos
nossa melodia.
Vimos aqui as cadências perfeitas e dominantes, mas você pode muito bem
fazer diversos exemplos com relação a outros tipos de cadências.
Como também existem outras formas que indicam que a melodia está indo
para uma determinada direção, e não só é indicado pelas cadências.
Vamos então?
CAPÍTULO 13
Você pode estipular que uma das linhas melódicas (a voz principal) seja a
melodia principal, e que as outras vozes sejam o acompanhamento, tendo
uma voz principal e seus acompanhamentos.
Não adianta nada estipularmos um acorde que valha para uma melódica,
mas que não atende a outra linha melódica. Isso é um contra senso, além
de criar uma espécie de conflitos sonoros.
É como alguém que empurra um objeto para um lado, e outro para o outro
lado, tendo uma resultante que não é nem para o primeiro lado e nem
para o segundo lado...
Por isso, quando já temos outras vozes definidas na nossa música, temos
que levar em consideração todas elas na hora de estipularmos o acorde.
Mas também podemos tocar uma por vez, como num arpejo:
Só que definimos que ali existe um acorde (um resumo sonoro) que
chamamos por um determinado nome.
Agora, podemos ter várias notas sendo tocadas ao mesmo tempo e mesmo
assim isso expressar um determinado acorde específico.
No caso anterior, as vozes estão separadas, isto é, uma com hastes para
cima, e outra para baixo.
Veja o que acontece quando temos 2 vozes sendo tocadas abaixo. Quais
acordes serão possíveis?
EXEMPLO 1
Compasso 1:
Veja:
Ambos fazem parte do I grau, como já dito antes. Nada muda neste
exemplo. Por isso, teremos o grau I para este compasso.
Compasso 2:
EXEMPLO 2:
Compasso 1:
Olhando apenas para a voz 1, teremos o I grau (onde a nota fá é uma nota
de passagem).
Isso não significa que podemos usar o I ou o III grau no compasso. Não
mesmo!!!!
O que precisamos é olhar para as notas que estão tocando ao mesmo
tempo, principalmente dividir o bloco quando há uma mudança:
Vai ficar pelo bom gosto de quem estiver fazendo a música. E ver se é soa
melhor colocando a mudança de acorde no meio do compasso, ou na parte
final do compasso.
Vamos seguir.
Compasso 2:
Por isso, não podemos ver as vozes em separados (apesar de servir como
uma orientação inicial). Mas devemos ver as notas juntas e saber onde há a
mudança:
Compasso 3:
A voz 1 pode gerar algumas interpretações, pois quem dali de fato são
notas do acorde e quais são inflexivas?
Ora, não é simples a resposta. Pois como as notas são mais rápidas se
comparadas com a nota de baixo (sol), e seguem em sequência, por graus
conjuntos, talvez o melhor seja ver as notas quais se repetem, quais fazem
parte da nossa escala, quais notas tem mais afinidade com a nota sol
(lembrando, a nota sol está presente nos graus I, V e III, sendo mais
importante se considerarmos os graus I e V do que III).
Parte 2:
Aqui já começa a complicar um pouco, uma vez que temos na voz 1 uma
subida de fá-fá#-sol, e na voz 2 as notas lá e si.
Há várias soluções. Para cada uma escolha, que são diversas, teremos mais
e mais possibilidades...
Então, nesses casos, o melhor é primeiro ver se das notas que soam ao
mesmo tempo, já daria para determinar um determinado acorde, ou pelo
menos um acorde daqueles “mais fortes”!
EXEMPLO 3:
Este é um trecho de uma música minha. Sim! É uma música real.
Além disso, temos a segunda voz na clave de Fá, ao invés da de Sol que
vimos até agora.
Antes de vermos compasso por compasso, uma dica que dou é que as
vozes das extremidades (a voz mais grave e a voz mais aguda) da música
são as que mais determinam a “cor” do acorde. Isto é, prestar atenção
primeira nas vozes extremas é uma dica que dou para começarmos a
entender com as melhores opções de acordes ali.
E, por incrível que pareça, devemos começar pelas notas mais GRAVES!!!
Isso mesmo. As notas mais graves têm uma força maior para definir a cor
do acorde, isto se deve por conta dos harmônicos que as notas geram.
É esta ordem que eu faço quando quero determinar os acordes que estão
rolando ali na música. O baixo geralmente é o ponto principal para isso.
Depois, vamos à melodia superior, ou a melodia mais audível na música. E
só levamos em conta o miolo mais como um desempate!
Compasso 1:
Compasso 2:
Compasso 3:
No baixo: mi-mi-ré-dó. A nota ré é claramente uma nota de passagem.
Temos então a possibilidade de termos o I grau ou o VI grau aqui. Vejamos
então a melodia.
A primeira parte toca mi e mi, o que abre muito o leque e não temos
nenhuma conclusão sobre isso. Podendo ser I grau ou VI grau na segunda
inversão, i.e., Am/E. Não é tão comum termos o sexto grau na segunda
inversão. Mas não seria nenhum problema.
Compasso 4:
Eu senti uma necessidade de ter um acorde ali. Foi minha intuição pedindo
um acorde. A essas alterações chamamos de rearmonizações, onde
falaremos em um outro capítulo mais a frente.
EXEMPLO 4:
Compasso 1:
Opção 1.
Opção 2.
Se considerarmos todas as notas presentes, teríamos duas interpretações:
Depende!
Seguindo...
Compasso 2:
Compasso 3:
Bem, podemos reparar olhando o compasso anterior que é mais uma nota
de passagem, já que vem do ré, depois ré#, e que resolve em mi.
MODULAÇÕES
Daí você diz que a partir do terceiro compasso sua melodia estaria em Sol
Maior. Mas na própria melodia não aparece nenhuma nota fá# nem antes
e nem depois.
Então, como afirmar que houve uma modulação para Sol Maior se na
própria melodia não aparece nenhum fá# (que é a nota característica da
mudança de tonalidade)?
Então... Não há nada ainda que diferencie ou que faça a segunda parte da
melodia estar em Sol Maior!!!!
Não é simplesmente querendo que uma melodia esteja em uma
determinada tonalidade que ela estará.
Não é a nossa vontade! Mas o que estiver soando ali, demonstrando estar
em outra tonalidade.
Sim. Temos um acorde agora que usa o fá#. Mas será que foi o suficiente
para haver uma modulação?
Pois ela pode ser apenas um acorde de dominante secundário, sem ter
havido modulação!
Aquela das importâncias dos graus que vimos no capítulo 7 – Uso dos
Acordes da Escala.
MODULAÇÕES DEFINITIVAS
Se você está em uma tonalidade e vai para uma nova tonalidade e não sai
dela, dizemos que temos uma modulação definitiva.
0m 1m30s 4m20s
Música 2:
0m 2m00s 2m40s
Música 3:
Dizemos que a modulação para Sol Maior foi definitiva, mesmo que ela não
continue até o final.
Pois o que temos que ver é que a modulação naquele trecho não foi
temporária a ponto de ser apenas de passagem... Mas ela fixou ali por um
tempo em Sol Maior, e depois foi para outra tonalidade, no caso, retornou
para Dó Maior.
É como se você fosse viajar. Você saiu do Rio de Janeiro e foi para São
Paulo, ficou uns dias por lá, e retornou para o Rio.
Agora que já entendemos este princípio, outra ideia que faz com que a
modulação seja definitiva está no fato de que a nota base da tonalidade
seja de fato tocada para sentirmos que é ela a tonalidade.
Quando você modula de Dó Maior para Sol Maior, a nota sol, ou o acorde
de I grau, que é o acorde de sol maior, deve ser tocada de modo que
podemos reconhecer como a tonalidade em questão. Caso contrário, a
tonalidade não foi fixada.
Imagine que você modulasse para Sol Maior, mas nunca tocou a nota sol
ou o acorde de I grau! Ficaremos com uma sensação de que falta algo, de
que a tonalidade não foi realmente fixada! É como uma modulação
errante... Vaga... Não fixada.
EXEMPLO 1:
CAPÍTULO 15
REARMONIZAÇÕES