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CÉLULA VEGETAL

NÁDIA SÍLVIA SOMAVILLA


CÉLULA VEGETAL
• unidade estrutural e funcional que constitui o
organismo vegetal

• difere da célula animal pela presença de:


– parede celular
– plastídeos
– vacúolo
lamela média
PAREDE CELULAR parede primária
C parede secundária
plasmodesmos
É
MEMBRANA PLASMÁTICA
L envoltótio nuclear
U PROTOPLASTO
NÚCLEO nucleoplasma
cromatina
nucléolo
L citossol ou hialoplasma
A organelas
delimitadas
plastos
V por duas
membranas
mitocôndrias

E organelas
delimitadas vacúolo
CITOPLASMA
G por uma
membrana
microcorpos

E sistema de
endomembranas
retículo endoplasmático
dictiossomas

T citoesqueleto microtúbulos
filamentos de actina
A ribossomos

L SUBSTÂNCIAS compostos fenólicos, amido, açúcares, antocianinas, cristais,


ERGÁSTICAS lipídios, proteínas, etc...
CÉLULA VEGETAL
poros microcorpos nucleoplasma
nucleares
envelope nuclear nucléolo retículo endoplasmático rugoso
(dupla mitocôndria
membrana) tonoplasto (membrana
vacuolar)
microtúbulos
dictiossomo
microfilamentos
com vesículas

citossol

desmotúbulos

retículo
endoplasmático liso parede
cloroplasto celular

plasmodesmo
parede celular
de células
campo adjacentes
primário de
microscopia eletrônica de transmissão pontoação
lamela vacúolo
média
espaço membrana
intercelular plasmática

Mauseth, 1988
PAREDE CELULAR
• matriz extracelular elaborada que
envolve a célula

• confere forma e rigidez à célula,


evitando a ruptura com a pressão de
turgor

• permite expansão celular

• pode ser primária e secundária


PAREDE CELULAR
• Composição química:
– natureza orgânica:
• celulose, hemiceluloses, pectinas (polissacarídeos)
• proteínas
• lipídios (cutina, suberina e ceras)
• lignina

– natureza inorgânica (sílica, oxalato ou carbonato de


cálcio)
Estrutura da parede celular primária

Microfibrilas de celulose entrelaçadas por hemiceluloses e embebidas em um gel de


pectinas altamente hidratado.
Componentes da parede celular
• Celulose

– Cadeias lineares de
1 4 β D glucano que
formam as microfibrilas
de celulose

– Microfibrilas constituem
20 a 30% do peso seco
em paredes primárias e
40 a 60% em paredes
secundárias de células
do lenho (madeira)
Síntese de celulose pelas rosetas na membrana
plasmática

Taiz e Zeiger, 2009


Componentes polissacarídeos não
celulósicos da parede celular
• Hemiceluloses
– Xiloglucano: cadeias lineares de 1 4 β-D-glicose
• característico de eudicotiledôneas e quase metade das
monocotiledôneas
• ligado por pontes de hidrogênio às microfibrilas de celulose
• em algumas sementes é a principal fonte de carboidratos
Componentes polissacarídeos não
celulósicos da parede celular
• Hemiceluloses
– Glucuronoarabinoxilano: cadeias lineares de 1 4 β-D-xilose
• característico de Poales, Zingiberales, Commelinales e Arecales
• também se ligam por pontes de hidrogênio às microfibrilas de celulose
• Poales tem ligações (1-3)(1-4) β-D-glucano
Componentes polissacarídeos não
celulósicos da parede celular
• Pectinas
– mais diversa quimicamente

– altamente hidrofílicas, formam um gel onde estão inseridas as


celulose-hemiceluloses

– 30-50% do peso seco da parede primária nas eudicotiledôneas


e 2-3% nas monocotiledôneas

– raras em parede secundária

– água que entra na parede por meio das pectinas confere


propriedades plásticas à parede e modula a habilidade da
parede a ser esticada
Síntese e deposição dos componentes estruturais
da parede celular

Taiz e Zeiger, 2009


Estrutura da parede celular primária

lamela
média

parede
celular
pectina
primária
s
hemicelulose
membrana
plasmática
microfibrilas
de celulose
Componentes não celulósicos da
parede celular
• Proteínas estruturais (glicoproteínas)
– variam entre os tipos de células e tecidos

– adicionam resistência mecânica à parede (extensinas)

– α-expansinas: expansão celular

– enzimas: ex. celulase e pectinase degradam a parede


celular (abscisão foliar e formação da placa de perfuração no
xilema)
Componentes não celulósicos da
parede celular
• Água

– 65 a 80% nas paredes primárias

– estado de hidratação é importante na determinação das


propriedades físicas da parede, por exemplo:
• remoção da água torna as paredes rígidas e não extensíveis
Componentes não celulósicos da
parede celular
• Lignina (polímero fenólico)

– confere rigidez e resistência mecânica às paredes celulares


secundárias (raro em paredes primárias); resistente a ataque
microbiano

• Cutina e suberina (polímeros lipídicos)


– atuam na permeabilidade da parede celular primária
– cutina: cutícula (epiderme)
– suberina: súber ou felema
Divisão celular e formação da parede celular primária
Funções da parede celular
• confere rigidez e forma à célula

• previne a ruptura da membrana plasmática pela pressão


de turgor

• contém enzimas envolvidas nos processos metabólicos,


intermediando respostas com o meio externo

• atua na defesa contra bactérias e fungos estimulando a


produção de fitoalexinas (compostos fenólicos, flavonóides,
alcalóides, etc...)
Defesa química: fitoalexinas

Taiz e Zeiger, 2009


Lamela média
• derivada da placa celular

– pectinas

– estabelece-se entre as duas


células filhas

– em MET é mais eletrodensa


que as paredes primárias
(PP) adjacentes
Appezzato da Glória e Carmello-Guerreiro, 2003
PLASMODESMOS
• presentes nas paredes celulares primárias, formados durante a
divisão celular.
• comunicam o citoplasma das células adjacentes (continuidade)
Divisão celular e formação da parede celular primária
PLASMODESMOS

PLASMODESMOS
PLASMODESMOS

Taiz e Zeiger, 2009

Esquema de uma parede celular com um plasmodesma. O poro consiste de uma cavidade central
entre duas constrições estreitas. O desmotúbulo é contínuo com o RE das células adjacentes.
Proteínas revestem a superfície externa do desmotúbulo e a superfície interna da membrana
plasmática; as duas superfícies parecem conectadas por filamentos protéicos, que dividem o
citoplasma que passa pelo poro em microcanais. A dimensão do espaço entre as proteínas controla
as propriedades seletivas dos plasmodesmas.
CAMPOS PRIMÁRIOS DE PONTOAÇÃO
• região da parede celular primária com vários plasmodesmas

Mauseth, 1988
Appezzato da Glória e Carmello-Guerreiro, 2003
Campos primários de pontoação
PAREDE CELULAR SECUNDÁRIA
• depositada internamente à parede celular primária, acrescenta
lignina junto aos polissacarídeos de parede

parede celular
secundária

lamela
média parede celular
primária

adaptado de Evert, 2006


Parede celular secundária

Ruel et al, 2006

As camadas S1, S2 e S3 mostram diferentes orientações das microfibrilas de celulose. A


lignina está inserida na matriz juntamente com as hemiceluloses
Arranjos na deposição da celulose

Intussuscepção: entrelaçado Aposição: ordenado


Parede celular secundária

– elementos traqueais
– esclerênquima
PONTOAÇÃO
• presentes na parede celular secundária na região dos campos
primários de pontoação
• par de pontoação entre duas células

simples areolada areolada semi-areolada


com toro
PAR DE PONTOAÇÃO

areolada com toros em Pinus

semi-areolada entre vaso de xilema e


parênquima
Campo de pontoação primária - pontoação
(primary pit-field) (pit)
Campos primários de pontoação e plasmodesmos

Pontoação
MEMBRANA PLASMÁTICA (MP)
• modelo mosaico-fluído
• semipermeável e seletiva
• unidade de membrana

carboidratos

bicamada
lipídica

Taiz e Zeiger, 2009


MEMBRANA PLASMÁTICA
• microscopia eletrônica de transmissão
• duas camadas escuras intercaladas por uma clara

Evert, 2006
MEMBRANA PLASMÁTICA - funções
• coordena a síntese das
microfibrilas de celulose
para a formação da parede
celular
• presença de complexos
enzimáticos celulose-
sintase (rosetas)
MEMBRANA PLASMÁTICA - funções

• controle da entrada e saída de substâncias da célula


• difusão simples
• transporte passivo ou ativo através de proteínas (carreadoras ou canal)
MEMBRANA PLASMÁTICA - funções
• controle da entrada e saída de substâncias da célula
• transporte por vesículas
• endocitose e exocitose

Appezzato da Glória e Carmello-Guerreiro, 2003


MEMBRANA PLASMÁTICA - funções
• recebe e traduz os sinais hormonais e do ambiente
envolvidos principalmente no controle do crescimento
e diferenciação cellular
COMPLEXO DE GOLGI
• ou dictiossomos, aparelho de Golgi
• uma unidade de membrana em cada cisterna e vesícula

lúmen

cisternas
COMPLEXO DE GOLGI - funções
• síntese dos compostos não celulósicos da parede celular (pectinas e
hemiceluloses)
• síntese de outras substâncias nas células secretoras
• as vesículas reciclam as membranas plasmática e do tonoplasto
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO (RE)
• formado por uma unidade de membrana dobrada (cisternas ou túbulos)

LISO RUGOSO COM RIBOSSOMOS

RE rugoso
mitocôndria interior do RE liso ribossomo vesícula
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO- funções
• funciona como um sistema de comunicação dentro da célula
• via de troca de material entre o núcleo e o citoplasma de células
adjacentes (via plasmodesmas)

• RE rugoso: síntese protéica (ribossomos)

• RE liso: síntese lipídica

• retira excesso de Ca2+ do citossol

• sintetiza as proteínas da parede celular


RIBOSSOMOS
• Encontrados no RE rugoso, citoplasma celular e membrana externa do
envelope nuclear, mitocôndrias e plastídeos
• compõem-se de proteína e RNA ribossômico (RNAr) e destituídos de
membrana - duas subunidades
• síntese protéica
polirribossomos
(atividade metabólica elevada)
VACÚOLO
• delimitado por uma unidade de membrana - tonoplasto
• ocupa considerável volume da célula (90% em células parenquimáticas
diferenciadas)
• são multifuncionais
célula meristemática

célula diferenciada

vacúolo
parede membrana
citoplasma celular plasmática
vacúolo

• vacúolo mantém a
turgidez da célula e a
ganho de
rigidez do tecido água

perda de
água

célula túrgida vacúolo


citoplasma afastado da
parede celula
VACÚOLO - funções
• expansão celular

vacúolo
VACÚOLO - funções
• regula o pH da célula (bomba de prótons – H+ATPase) e mantém o controle
osmótico

• armazena e mobiliza substâncias:


• metabolismo ácido das crassuláceas (MAC OU CAM): armazena os ácidos
orgânicos produzidos à noite e libera de dia (pH 3,5 noturno e pH 6,0 diurno)

vacúolo
VACÚOLO - funções
• armazena e mobiliza substâncias

vacúolo

Ricinus communis L. - frutos, semente e grãos de aleurona (reserva de proteína)


VACÚOLO - funções
• deposição de pigmentos antocianinas (vermelho escuro, azul,
escarlate, púrpura ou violeta) e betalaínas (vermelho ou amarelo)
• retira substâncias tóxicas do citoplasma

antocianina

vacúolo

tanino
VACÚOLO - funções
• autofagia de organelas celulares por enzimas hidrolíticas ou
oxidativas ou de macromoléculas (vacúolos líticos)
PLASTOS OU PLASTÍDEOS
• organelas semiautônomas derivadas de cianobactérias (endossimbiose
com as células ancestrais)
• contém genoma próprio e se autoduplicam (fissão binária)
• possuem 2 unidades de membrana, estroma (matriz) e tilacóides

Proplastídeo

vacúolo

• classificam-se pela presença ou


ausência de pigmento ou com o
tipo de substância acumulada
CLOROPLASTOS
• contém pigmento clorofila e carotenóides
• fotossíntese:
• reações fotoquímicas (membrana dos tilacóides)
• oxidação da água (lume dos tilacóides)
• rubisco - redução do carbono (estroma)

vacúolo
CROMOPLASTOS
• pigmentos carotenóides
• importantes no processo de atração de polinizadores e dispersores

cromoplastos de pimentão cromoplastos da cenoura e do tomate

vacúolo

cromoplastos do tomate
LEUCOPLASTOS elaioplastos - lipídeos

• não contém pigmentos,


armazenam substâncias

amiloplastos - amido

proteínoplastos - proteínas

vacúolo
MITOCÔNDRIAS
• simbiose de bactérias aeróbicas com ancestrais dos eucariotos atuais
• contém seu próprio genoma e se autoduplicam (fissão binária)
• 2 unidades de membrana

membrana interna
membrana
externa

cristas vacúolo

matrix
MITOCÔNDRIAS - funções
• sítios de respiração aeróbica celular e principal fonte de energia imediata
(ATP)

Taiz e Zeiger, 2009


vacúolo
PEROXISSOMOS (microcorpos)
• uma membrana lipoprotéica que envolve conteúdo granular protéico
• função de formar e quebrar moléculas de peróxido de hidrogênio e liberar
O2 e água.
• juntamente com cloroplasto e mitocôndria participa da fotorrespiração

vacúolo
GLIOXISSOMOS (microcorpos)
• uma membrana lipoprotéica
• função de converter moléculas de lipídios em carboidratos no endosperma
ou cotilédone de sementes em germinação (ciclo do glioxilato), pode se
converter em peroxissomo.

vacúolo
CITOESQUELETO
• rede tridimensional de proteínas filamentosas (microtúbulos e microfilamentos)
• orientação na deposição da celulose na parede celular e expansão celular
• movimento das organelas citoplasmáticas, mitose e citocinese

uma cadeia
polipeptídica

subunidade
de tubulina

vacúolo

subunidade de actina
parte de um parte de um
microtúbulo microfilamento
CITOPLASMA
• citossol ou matriz citoplasmática ou hialoplasma
• água, proteínas, carboidratos, lipídios, íons e metabólitos secundários
• todas as organelas e estruturas descritas anteriormente (menos parede
celular e núcleo)
• ciclose (gasto de energia e envolve os microfilamentos)
NÚCLEO
• umas das partes mais evidentes na célula vegetal
• componentes:

envelope
nuclear
cromatina

nucléolo

retículo
endoplasmático

poro
nuclear
ribossomo
NÚCLEO - funções
• determina a produção de RNA e moléculas de proteínas (quais e quando)

regula o metabolismo celular

• repositório da maioria da informação


genética da célula (genoma nuclear)
responsável pela regulação do
metabolismo, crescimento e
diferenciação da célula.
Bibliografia citada
• Appezzato-da-Glória, B. e Carmello-Guerreiro, S.
2006. Anatomia vegetal. UFV, Viçosa
• Evert, R.F. 2007. Esau’s plant anatomy:
meristems, cells, and tissues of the plant body:
their structure, function, and development. John
Wiley & Sons, New Jersey.
• Mauseth, J. 1988. Plant anatomy. Benjamin &
Cummings, Menlo Park.
• Raven, P.H.; Evert, R.F. e Eichorn, S.E. 2001.
Biologia vegetal. 6ed. Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro.
• Taiz, L.; Zeiger, E. 2009. Fisiologia Vegetal. 4ed.
Porto. Alegre: Artmed.

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