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Método Dos Deslocamentos em Porticos 2D
Método Dos Deslocamentos em Porticos 2D
PORTUGAL
Álvaro F. M. Azevedo
http://www.alvaroazevedo.com
Março 2010
CAPÍTULO 71 (numeração provisória)
71.1 - Simbologia
Tabela 71.1 - Simbologia relativa à análise de pórticos 2D pelo método dos deslocamentos.
P Ponto genérico
r
p Vector posição do ponto P
∆ Deslocamento nodal
θ Rotação nodal
1
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
K Matriz de rigidez
∆T Variação de temperatura
2
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
x2
x′2
α
r x′1
p
x1
O ≡ O'
em que os termos da matriz dependem apenas do ângulo α (ver a Figura 71.1) de acordo
com a seguinte equação
O ângulo α é positivo no sentido directo e tem a sua origem no eixo x1. Sugere-se que o
ângulo α se situe no intervalo [0 , 2π [ ou ]-π , π ] radianos.
x′ = A x (71.3)
3
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
cos α sin α
A =
cos α
(71.4)
− sin α
O referencial (x1, x2) representado na Figura 71.1 designa-se referencial geral, sendo
qualquer um dos que se encontram rodados de um ângulo α designados referenciais
alternativos.
∆ 3 = a3
θ 3 = a6
θ 2 = a5
∆ 2 = a2
∆ 1 = a1 θ1 = a4
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Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
∆ 3 = a2
∆ 2 = a1
θ1 = a3
F2
F3 F1
a2 F2
a3 F3
a1 F1
5
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
x 2g
a 5g a 6g
a 2g
g
a 3g (2) a 4
g
x1g
a 1
(1)
Por convenção, admite-se que a barra representada na Figura 71.6 tem como nó (1)
aquele que apresentar uma numeração global mais baixa.
Na Figura 71.7 encontra-se representada a mesma barra, mas agora com os graus de
liberdade no referencial local (x1l , x2l ) .
6
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
x 2g
x 2l α
a 6l
a 5l
a 4l x1l
a 3l
a 2l α
a1l (2)
x1g
(1)
Nas Figuras 71.8 e 71.9 encontram-se representadas forças generalizadas nodais nos
referenciais geral e local, respectivamente. Estas forças são consideradas como acções
g l
dos nós da estrutura sobre as extremidades da barra (vectores f e f ).
x 2g
f 5g f 6g
f 2g
g
f 3g (2) f 4
g
x1g
f1
(1)
7
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
x 2g
x 2l α
f 6l
f 5l
f 4l x1l
f 2l f 3l
f 1l (2) α
x1g
(1)
a =T a
l g
(71.6)
cos α sin α 0 0 0 0
− sin α cosα 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
T = (71.7)
0 0 0 cosα sin α 0
0 0 0 − sin α cosα 0
0 0 0 0 0 1
8
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
f1 l cosα sin α 0 0 0 0 f1 g
l − sin α g
f2 cos α 0 0 0 0 f2
f3l 0 0 1 0 0 0 f3g
l = g (71.8)
f4 0 0 0 cos α sin α 0 f4
f l 0 0 0 − sin α cos α 0 f g
5l 5g
f 6 0 0 0 0 0 1 f 6
= T f
l g
f (71.9)
= −F + K a
l l l l
f (71.10)
Nesta equação f são as acções do nó sobre a barra (ver a Figura 71.9). O vector − F
l l
l
Os termos da matriz K dependem do comprimento da barra (L), do módulo de Young
do material que a constitui (E ), da área da secção transversal (A) e do momento de
inércia da secção transversal (I ). Este momento de inércia está definido em relação a
um eixo que passa pelo centro de gravidade da secção transversal e é perpendicular ao
9
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
plano (x1g , x2g ) . A matriz de rigidez de uma barra no referencial local é definida com a
seguinte expressão
E A E A
0 0 − 0 0
L 12 E I 6E I
L
12 E I 6 E I
0 0 −
L3 L2 L3 L2
6E I 4E I 6E I 2E I
0 0 − 2
L2
=
l L L L
K (71.11)
E A E A
− 0 0 0 0
L L
0 −
12 E I
−
6E I
0
12 E I 6E I
− 2
L3 L2 L3 L
0 6E I 2E I 6E I 4E I
0 − 2
L2 L L L
= I
T
T T (71.12)
−1
=T
T
T (71.13)
Quando uma matriz verifica esta propriedade, diz-se que a matriz é ortogonal.
−1
Multiplicando ambos os membros da equação (71.9) pela matriz T chega-se a
−1
= T
g l
f f (71.14)
= T
g T l
f f (71.15)
l
Substituindo nesta equação f pelo segundo membro da equação (71.10) obtém-se
10
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
= −T F + T
g T l T l l
f K a (71.16)
l
Substituindo nesta equação a pelo segundo membro da equação (71.6) obtém-se
= −T F + T
g T l T l g
f K T a (71.17)
A equação (71.15) também é válida para a transformação do vector das forças nodais
equivalentes, escrevendo-se
=T
g T l
F F (71.18)
O produto das três matrizes que se encontram no segundo membro da equação (71.17) é
g
designado K , sendo assim
=T
g T l
K K T (71.19)
= −F + K
g g g g
f a (71.20)
As equações (71.10) e (71.20) são análogas, sendo esta última a relação de rigidez da
g
barra no referencial geral (ver as Figuras 71.6 e 71.8). A matriz K é assim a matriz de
rigidez da barra no referencial geral, sendo definida pela equação (71.19).
Notas: todas as matrizes referidas na equação (71.19) têm seis linhas e seis colunas
(matrizes 6 x 6); o produto matricial que se encontra no segundo membro da equação
(71.19) não é comutativo.
g
A assemblagem das matrizes K das diversas barras na matriz de rigidez da estrutura
( K ) é descrita com base no exemplo da Figura 71.10. Simultaneamente são também
assemblados os vectores de forças envolvidos nas relações de rigidez.
11
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
x 2g
B
2 3
A C
x1g
1
O pórtico plano representado na Figura 71.10 tem três barras (A, B e C ) e quatro nós
(1 a 4).
a11 a12
a10
a5
a6 a8
B a9
a4
a7
A C
a2 a3
a1
12
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
g g
a5 a6
g
a4
(2) g
a2 g
a3
B g
a1 g
(1) g g a5 g
a2 a3 a6
g
a1 g
g a4
a5 g
a6 (1) C (2)
g
a4
A (2) α A = 45 0
g
α B = 135 0
g
a2 a3
g αC = 00
a1
(1)
Fig. 71.12 – Deslocamentos generalizados dos nós das barras, no referencial geral.
13
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
g g
f5 f6
g
f4
(2) g
f2 g
f3
B g
f1 g
(1) g g f5 g
f 2
f3 f6
g
f1 g
g f4
f 5 f6
g
(1) C (2)
g
f4
A
(2)
g g
f2 f3
g
f1
(1)
f 11 f 12
f 10
(2)
B f5 f8
f6 f9
(1) f4 f7
(1) C (2)
A (2)
f2 f3
(1)
f1
Fig. 71.14 – Resultantes das acções dos nós sobre as barras, no referencial geral.
14
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a
7
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a8
a
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a10
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a11
0 0 0 0 0 0 0 0 0 a12
0 0 0 0 0
(71.21)
15
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a
2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a3
B B B
f1 F1 0 0 0 K11 K12B K13B 0 0 0 K14B K15B K16B a4
f 2B F2B 0 0 0 K 21B K 22B K 23B 0 0 0 K 24B K 25B K 26B a5
B B B
f3 F3 0 0 0 K 31 K 32B K 33B 0 0 0 K 34B K 35B K 36B a6
0 = − +
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a
7
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a8
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a
9
f 4B F4B 0 0 0 K 41B K 42B K 43B 0 0 0 K 44B K 45B K 46B a10
B B B
f5 F5 0 0 0 K 51 K 52B K 53B 0 0 0 K 54B K 55B K 56B a11
f 5B F5B 0 0 0 K 61B K 62B K 63B 0 0 0 K 64B K 65B K 66B a12
(71.22)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a
2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a3
C C C C C C C
f1 F1 0 0 0 K 11 K 12 K 13 K 14 K 15 K16C 0 0 0 a4
f 2C F2C 0 0 0 K C
K C
K C
K C
K C
K 26C 0 0 0 a5
C C
21 22 23 24 25
C C C C C
f3 F3 0 0 0 K K K K K K 36C 0 0 0 a6
f C = − F C + 0 0 0
31 32 33 34 35
a
K C
K C
K C
K C
K C
K 46C 0 0 0
C 4
4C 41 42 43 44 45
7
5 F5 0 0 0 0 0 0 a8
C C C C C
f K 51 K 52 K 53 K 54 K 55 K 56C
f C F C 0 0 0 K C
K C
K C
K C
K C
K 66C 0 0 0 a
6 6 61 62 63 64 65 9
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a10
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a11
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 a12
(71.23)
= −F + K
A A A
f a (71.24)
= −F + K
B B B
f a (71.25)
= −F + K
C C C
f a (71.26)
16
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
que é equivalente a
(f A
+ f
B
+ f
C
) = − (F A
+F
B
+F
C
) + (K A
+K
B
+K
C
)a (71.28)
f = f + f + f
A B C
(71.29)
F = F + F + F
A B C
(71.30)
K = K + K + K
A B C
(71.31)
f = −F + K a (71.32)
f1 f1A
f A
2 f2
f3 f3A
A
f4 f4 + f1B + f1C
f5 f A + f B
+ f 2C
5A 2
f6 f + f B
+ f 3C
f = = 6 3
f 4C
f (71.33)
7
f8 f 5C
f
9 f 6C
f10 f 4B
f11 f5B
f12 f 6B
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Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
F1 F1A
F A
2 F2
F3 F3A
A
F4 F4 + F1B + F1C
F5 F A + F2B + F2C
5A
F6 F6 + F3B + F3C
F = = F4C
F (71.34)
7
F8 F5C
F
9 F6C
F10 F4B
F11 F5B
F12 F6B
18
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
De acordo com o que se encontra exposto nesta secção, o significado físico do vector f
é o de resultante das forças que nos diversos nós actuam sobre as barras que a ele estão
ligadas (ver as Figuras 71.13 e 71.14). De um modo semelhante, o vector F é o
somatório de todos os vectores de forças nodais equivalentes a acções sobre as barras,
sendo esta soma efectuada de acordo com a correspondência entre graus de liberdade
expressa na Tabela 71.2. A matriz K definida na equação (71.35) é a matriz de rigidez
da estrutura, sendo a sua assemblagem efectuada também de acordo com a
correspondência entre graus de liberdade indicada na Tabela 71.2.
= −F + K a
l l l l
f Barra / referencial local 6 equações
= −F + K
g g g g
f a Barra / referencial geral 6 equações
19
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
P11
P12
P10
P5 P8
P6
P9
B P4
P7
A C
P2 P3
P1
Fig. 71.15 – Forças generalizadas exteriores nos nós da estrutura, no referencial geral.
a10
a9
B
a7
A C
a2
a1
20
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
a1
a
2
a3
a4
a5
a6
a = (71.36)
a
7
a8
a
9
a10
a11
a12
R10
R9
B
R7
A C
R2
R1
As reacções nos apoios são agrupadas no seguinte vector, que apresenta componentes
não nulas em correspondência com os graus de liberdade restringidos
21
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
R1
R
2
0
0
0
0
R = (71.37)
R
7
0
R
9
R10
0
0
as forças exteriores que actuam em cada grau de liberdade e que se encontram indicadas
nas Figuras 71.15 e 71.17, verificando-se assim
f = P + R (71.38)
−F + K a = P + R (71.39)
que é equivalente a
K a = F + P + R (71.40)
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Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
a1g a1
g a
a2 2
a3g a
= g = 3
g
Barra A : a (71.41)
a4 a4
a g a5
5g
a6 a6
a1g a4
g a
a2 5
a3g a
= g = 6
g
Barra B : a (71.42)
a4 a10
a g a11
5g
a6 a12
a1g a4
g a
a2 5
a g
a
= 3g = 6
g
Barra C : a (71.43)
a4 a7
a g a8
5g
a6 a9
Em cada barra os deslocamentos dos seus nós no referencial local são calculados com a
equação (71.6), que é aqui reproduzida
a =T a
l g
(71.44)
Na Figura 71.18 encontram-se representados os esforços finais que actuam nos nós da
l
barra, no referencial local ( f ).
23
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
x 2g
x 2l α
f 6l
f 5l
f 4l x1l
f 2l f 3l
f 1l (2) α
x1g
(1)
Após a resolução do sistema de equações (71.40) e após o cálculo dos diversos vectores
l l
a de acordo com o que se encontra descrito na Secção 71.12, as forças f
representadas nas Figuras 71.9 e 71.18 podem ser calculadas com a equação (71.10),
que é a aqui reproduzida
= −F + K a
l l l l
f (71.45)
Esta equação é aplicada independentemente a cada uma das barras que constitui a
estrutura.
l
Na equação (71.45) o vector F corresponde às forças nodais equivalentes a todas as
acções que actuam na barra, e.g., cargas distribuídas, variações de temperatura e cargas
concentradas em pontos interiores da barra.
Na Figura 71.19 encontram-se representados os esforços finais que actuam nos nós da
barra, de acordo com a convenção clássica relativa ao esforço axial (N ), ao esforço
transverso (V ) e ao momento flector (M ).
24
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
x 2g
x 2l α
Md
Nd x1l
Ve (2) Vd α
Me dir.
x1g
(1)
Ne esq.
Ne − f1 l
V l
e f2
Me − f 3l
= l
(α ∈ ] −π 2 ,π 2] ) (71.46)
Nd f4
Vd − f l
5l
M d f 6
A Figura 71.19 e a equação (71.46) apenas são válidas para ângulos α pertencentes ao
intervalo ] -π /2 , π /2 ]. Para os restantes valores do ângulo α é necessário considerar a
situação descrita na Figura 71.20 e a equação (71.47).
25
Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
x1l
x 2g
Ne Me α
Ve
(2)
esq.
Vd x1g
(1) Md
dir.
Nd
x 2l
Ne f 4l
V l
e − f5
Me − f 6l
= l
( α ∈ ]π 2 , 3π 2 ] ) (71.47)
Nd − f1
Vd f l
2l
d
M f3
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Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
BIBLIOGRAFIA
http://www.alvaroazevedo.com/publications/books/Livro_MS_AA_1ed/MS.pdf
http://www.alvaroazevedo.com/publications/books/Livro_MEF_AA_1ed
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Método dos Deslocamentos em Pórticos 2D - Álvaro F. M. Azevedo - Março 2010
ANEXO A
Treliça 2D:
E A E A
L 0 − 0
L
0 0 0 0
K =
l
(72.1)
E A E A
− 0 0
L L
0 0 0 0
cos α sin α 0 0
− sin α cos α 0 0
T = (72.2)
0 0 cos α sin α
0 0 − sin α cosα
28