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PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E CURRÍCULO

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
Sumário
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E CURRÍCULO ............................... 1

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5

O que é planejar ...................................................................................... 5

Tipos e Níveis de Planejamento .............................................................. 8

Planejamento Educacional .................................................................... 10

Objetivos do Planejamento Educacional ............................................... 11

Requisitos do Planejamento Educacionais ............................................ 11

Plano nacional de educação (PNE) ....................................................... 13

Planejamento Escola ............................................................................. 17

Planejamento Curricular ........................................................................ 19

Objetivos do Planejamento Curricular ................................................... 20

Requisitos do Planejamento Curricular.................................................. 20

PCNs do Ensino Médio, Ensino Fundamentale Educação Infantil ....... 22

Planejamento de Ensino ........................................................................ 36

Objetivos do Planejamento de Ensino ................................................... 37

Requisitos do Planejamento do Ensino ................................................. 37

Projeto Político-Pedagógico ................................................................. 46

HIERARQUIA E RELACIONAMENTO DOS PLANEJAMENTOS ......... 48

PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO: REVISANDO CONCEITOS PARA


MUDAR CONCEPÇÕES E PRÁTICAS ........................................................... 49

PLANEJAMENTO É .............................................................................. 50

PLANO É ............................................................................................... 52

PROJETO É .......................................................................................... 53

3
PROGRAMA É ...................................................................................... 55

CONSTRUINDO UM CONCEITO DE PARTICIPAÇÃO ........................ 55

CONCLUSAO ........................................................................................ 57

REFERENCIAS ..................................................................................... 58

4
INTRODUÇÃO
Planejamento curricular abrange o planejamento das experiências
vividas pelos alunos em uma escola (PILETTI, 1991).
É o processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar.
É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. Portanto,
essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação
educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das
experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através
dos diversos componentes curriculares (VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
Cada escola deve elaborar seu planejamento de currículo, inserindo todos
os componentes escolares que, direta ou indiretamente, fazem parte do
processo educativo, como diretor, supervisor pedagógico, orientador
educacional e professores. Assim, definirão juntos os objetivos finais, o conteúdo
básico e delinearão os métodos e as estratégias de avaliação.
De acordo com Luckesi (2006, p.112), o planejamento curricular é uma
tarefa multidisciplinar que tem por objetivo a organização de um sistema de
relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos de
conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-
aprendizagem. É, dessa forma, a previsão de todas as atividades que o
educando realiza sob a orientação da escola para atingir os fins da educação.

O que é planejar

O que entendemos por "planejar"? De acordo com o dicionário Aulete, o


verbo planejar significa:

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• Idealizar plano de (edificação); PROJETAR.
• Elaborar plano, programa, roteiro; PROGRAMAR.
• Demonstrar a intenção de; TENCIONAR.
A ação de planejar sempre fez parte da história da humanidade.
Segundo o livro “Planejamento da Educação: um levantamento mundial de
problemas e prospectivas”, que compila “Conferências Promovidas pela
UNESCO” – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura –, sem autoria declarada, (1975, p.3), “[...] há vinte e cinco séculos,
Esparta instituía um sistema educacional com exata adequação a objetivos
militares, sociais e econômicos precisamente definidos." A obra alude,
inclusive, aos escritos de Platão, em “A República”, esclarecendo que o
mesmo “[...] propunha um plano destinado a colocar a escola a serviço da
sociedade." (opus cit., p.4). Cita, também, outros povos e civilizações que
utilizaram de alguma espécie de atividade que, hoje, poderíamos descrever
como planejamento, tais como a China, durante a dinastia dos Han, e o Peru,
dos Incas, além de “muitas outras civilizações” que “tiveram, com maior ou
menor rigor, seus planos de educação.” (opus cit., p.4).
Dentre as inúmeras informações que apresenta, o estudo da
UNESCO confirma que a intensificação do ato de planejar, tal como o
entendemos hoje e que pode ser traduzido como a “[...] definição sistemática
de objetivos e avaliações das diversas alternativas no emprego dos
recursos disponíveis, por meio de técnicas especializadas, visando a
coordenar o desenvolvimento da educação [...]”, (opus cit., p.4), é, na
verdade, de um conceito recente. O texto da UNESCO indica que “[...] a
primeira tentativa sistemática de planejamento educacional remonta a
1923, data do primeiro plano qüinqüenal da URSS." Tece, completando a
referência, que “[...] é incontestável que foi graças ao planejamento que este
país, com 2/3 de sua população ainda de analfabetos em 1913, hoje se
coloca entre as nações de maior desenvolvimento educacional.”. (opus cit.,
p.4). Com base no sucesso russo, as demais nações perceberam o valor de se
preocuparem mais detidamente com as questões envolvendo a educação. Em
pouco tempo, os países mais desenvolvidos lançaram mão de vários planos
educacionais, entre eles a França (1929), os Estados Unidos (1933), a Suíça
(1941) e, até mesmo, Porto Rico (1942).

6
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a necessidade de
investimentos na área educacional tornou-se um fator decisivo para o
desenvolvimento de muitas nações. Consequentemente, o planejamento
educacional foi adotado como regra e como norma e, de certa forma, passou a
fazer parte integrante dos vários planos nacionais. De forma geral, os progressos
no campo do planejamento educacional evoluíram de maneira mais rápida nos
países mais desenvolvidos e industrializados e mais lentamente, e bem mais
tarde, nos países, então, denominados de terceiro mundo. No Brasil, não há uma
data precisa quanto ao uso do termo planejamento. Segundo o economista
Celso Lafer, citado por Padilha (1998, p.99), a primeira experiência de
planejamento governamental no Brasil foi a executada pelo Governo Kubitschek
com o seu Plano de Metas (1956-1961). Ainda segundo Padilha, no âmbito
educacional, em 1961, o governo federal promulga a Lei nº 4.024/61, conhecida
como a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, a
qual “[...] faz pela primeira vez, referência à formulação de um plano
nacional de educação, mas em 1962, elaborou-se um plano que era apenas,
basicamente, um conjunto de metas quantitativas a serem alcançadas num
prazo de 8 anos.” (PADILHA, 1998, p.100).
Portanto, na educação, planejar é imperativo. Segundo Gandin
(2005, p.19-20):
a) Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida;
b) Planejar é organizar a própria ação (de grupo, sobretudo);
c) Planejar é implantar “um processo de intervenção na realidade”;
d) Planejar é agir racionalmente;
e) Planejar é dar certeza e precisão à própria ação (de grupo, sobretudo);
f) Planejar é explicitar os fundamentos da ação do grupo;
g) Planejar é por em ação um conjunto de técnicas para racionalizar a
ação;
h) Planejar é realizar um conjunto orgânico de ações, proposto para
aproximar uma realidade a um ideal;
i) Planejar é realizar o que é importante (essencial) e, além disso,
sobreviver... se isso for essencial (importante).
O planejamento é o recurso organizacional que proporciona a
integração de todos os atores envolvidos na instituição educacional, visando

7
resultados positivos no processo ensino-aprendizagem. Fazer um mapeamento
dos rumos, caminhos e possibilidades que a instituição deseja seguir, tem o
objetivo de evitar situações e/ou decisões improvisadas. É importante ressaltar
que um bom planejamento com a participação e compromisso de todos os
atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem, interfere, sobremaneira,
nos resultados e na qualidade da educação que será oferecida pela instituição.
Libâneo (1994, p.222) afirma que:
"[...] a ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples
preenchimento de formulários para controle administrativo, é, antes, a
atividade consciente da previsão das ações político – pedagógicas, e tendo
como referência permanente às situações didáticas concretas (isto é, a
problemática social, econômica, política e cultural) que envolve a escola,
os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que integram o processo
de ensino."

Tipos e Níveis de Planejamento

Não se pretende, aqui, explorar e esgotar todos os tipos e níveis de


planejamento, mesmo porque, como aponta Gandin (2001, p. 83), é impossível
enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana.
Vamos nos deter, então, nos que são essenciais para a educação:
a) Planejamento Educacional – também denominado Planejamento do
Sistema de Educação, “[...] é o de maior abrangência, correspondendo ao
planejamento que é feito em nível nacional, estadual ou municipal. Incorpora e
reflete as grandes políticas educacionais.” (VASCONCELLOS, 2000, p.95).

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b) Planejamento Escolar ou Planejamento da Escola – atividade que
envolve o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o
funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. "É um processo de
racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a
atividade escolar e a problemática do contexto social." (LIBÂNEO, 1992, p. 221).
c) Planejamento Curricular – é o "[...] processo de tomada de decisões
sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a
vida escolar do aluno. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um
instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com
a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer
ao estudante, através dos diversos componentes curriculares."
(VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
d) Planejamento de Ensino – é o "[...] processo de decisão sobre a
atuação concreta dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico,
envolvendo as ações e situações em constante interações entre professor e
alunos e entre os próprios alunos." (PADILHA, 2001, p. 33).
É importante esclarecer que do planejamento resultará o plano. Ficou
confuso? Vamos esclarecer!
Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo:
o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer.
Para existir plano é necessária a discussão (planejamento) sobre fins e objetivos,
culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse modo é que se
pode responder as questões indicadas acima. Segundo Padilha (2001),
o plano é a "apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas
relativas à ação a realizar." Plano tem a conotação de produto do planejamento.
Ele é na verdade um guia com a função de orientar a prática, é a formalização
do processo de planejar.
Dentro da categoria plano, devemos, ainda, dar uma atenção
especial ao plano global da instituição: o PPP - Projeto Político-Pedagógico que
é também um produto do planejamento. A sua construção deve envolver e
articular todos os que participam da realidade escolar: corpo docente, discente
e comunidade. Segundo Vasconcellos (1995, p.143), "[...] é um instrumento
teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da
escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o

9
que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita
ressignificar a ação de todos os agentes da instituição."

Planejamento Educacional

A educação é hoje em dia concebida como fator de mudança, renovação


e progresso. Por tais circunstâncias o planejamento se impõe, neste setor, como
recurso de organização. É o fundamento de toda ação educacional.
Como toda inovação ou mudança vai encontrar resistências o
planejamento é a forma de gerenciar essas mudanças para que sua implantação
se realize com o mínimo de resistências.
A educação, por ser considerada um investimento indispensável à
globalidade desenvolvimentista, passou, nos últimos decênios de nosso século
a merecer maior atenção das autoridades, legisladores e educadores, pelo
menos no mundo desenvolvido.
Amparados em legislação pertinente, foram desencadeados processos
de aceleração, principalmente no que diz respeito à expansão e melhoria da rede
escolar e preparação de recursos humanos.
O planejamento educacional põe em relevo esta área, integrando-a, ao
mesmo tempo, no progresso global do país. Nessa ampla perspectiva
constatamos que planejamento educacional é:
(...) processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e “quais as
maneiras adequadas para chegar lá”, tendo em vista a situação presente e
possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto
as necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto às do indivíduo1.
Processo de abordagem racional e científica dos problemas da educação,
incluindo definição de prioridades e levando em conta a relação entre os diversos
níveis do contexto educacional.

1
COARACY, Joanna. O planejamento como processo. Revista Educação, Ano I, no. 4,
Brasília, 1972. p.79.

10
Objetivos do Planejamento Educacional
São objetivos do planejamento educacional, segundo Joanna Coaracy:
(...) relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o
desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de
cada comunidade, em particular; estabelecer as condições necessárias para o
aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do
sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal,
conteúdo, procedimentos e instrumentos). (COARACY, 1972.p.79)
Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos
meios mais adequados para atingi-los conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna
e externa do sistema.
É condição primordial do processo de planejamento integral da educação
que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de
seus fins essenciais que vão contribuir para a dignificação do homem e para o
desenvolvimento cultural, social e econômico do país.

Requisitos do Planejamento Educacionais


Os requisitos fundamentais do planejamento educacional são:
• aplicação do método científico na investigação da realidade educativa,
cultural, social e econômica do país;
• apreciação objetiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e
longo prazo;
• apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a
fim de assegurar a eficácia das soluções propostas;
• previsão dos fatores mais significativos que intervêm no desenvolvimento do
planejamento;
• continuidade que assegure a ação sistemática para alcançar os fins
propostos;
• coordenação dos serviços da educação, e destes com os demais serviços do
Estado, em todos os níveis da administração pública;
• avaliação periódica dos planos e adaptação constante destes mesmos às
novas necessidades e circunstâncias;

11
• flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou
imprevisíveis;
• trabalho de equipe que garanta uma soma de esforços eficazes e
coordenados;
• formulação e apresentação do plano como iniciativa e esforço nacionais, e
não como esforço de determinadas pessoas, grupos e setores. (COARACY,
1972.p.79)
O planejamento educacional tem como pressupostos básicos2:
• o delineamento da filosofia da Educação do País, evidenciando o valor da
pessoa e da escola na sociedade;
• a aplicação da análise - sistemática e racional - ao processo de
desenvolvimento da educação, buscando torná-lo mais eficiente e passível
de responder com maior precisão às necessidades e objetivos da sociedade.
Podemos, portanto, considerar que o planejamento educacional constitui
a abordagem racional e científica dos problemas da educação, envolvendo o
aprimoramento gradual de conceitos e meios de análise, visando estudar a
eficiência e a produtividade do sistema educacional, em seus múltiplos aspectos.

O Planejamento Educacional, de responsabilidade do estado, é o


mais amplo, geral e abrangente. Tem a duração de 10 anos e prevê a
estruturação e o funcionamento da totalidade do sistema educacional. Determina
as diretrizes da política nacional de educação. Segundo Sant'anna (1986),
o Planejamento Educacional "é um processo contínuo que se preocupa com
o para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a
situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da
educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade,
quanto as do indivíduo." É um processo de abordagem racional e científica dos
problemas da educação, incluindo definição de prioridades e levando em conta
a relação entre os diversos níveis do contexto educacional.
Segundo Coaracy (1972), os objetivos do Planejamento
Educacional são:

2
UNESCO, Seminário Interamericano sobre planejamento integral na educação. Wa-
shington. 1958

12
1. relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o
desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de
cada comunidade, em particular;
2. estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos
fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema educacional
(estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e
instrumentos);
3. alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos
meios mais adequados para atingi-los;
4. conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema.
É condição primordial do processo de planejamento integral da
educação que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam
desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir para a dignificação do
homem e para o desenvolvimento cultural, social e econômico do país.
O PNE - Plano Nacional de Educação é o resultado do
Planejamento Educacional da União. O novo Plano Nacional de
Educação para a próxima década (2011-2020) foi apresentado no dia 15 de
dezembro de 2010, pelo ministro da Educação Fernando Haddad ao presidente
Lula. O projeto de lei descreve, dentre outras coisas, as 20 metas para os
próximos dez anos.

Plano nacional de educação (PNE)

Em 9 de janeiro de 2001, no
governo do então presidente
Fernando Henrique Cardoso, foi
sancionada a Lei nº 10172,
responsável pela aprovação do
Plano Nacional de Educação (PNE).
Tal documento, criado a cada dez
anos, traça diretrizes e metas para a
educação em nosso país, com o
intuito de que estas sejam cumpridas até o fim desse prazo.

13
O primeiro PNE foi elaborado em 1996, para vigorar entre os anos de
2001 a 2010. Além de possuir diversas metas, dificultando o foco em questões
primordiais, estas não eram mensuráveis e não apresentavam, por exemplo,
punições para aqueles que não cumprissem o que foi determinado. Além disso,
algumas questões importantes foram vetadas pela presidência, como o aumento
do Produto Interno Bruto (PIB) direcionado para a educação, em 3%, em razão
das dificuldades econômicas vigentes no segundo mandato do presidente em
exercício; e a responsabilidade pela educação, mesmo a pública, foi colocada
como uma tarefa de todos, descentralizando a responsabilidade do Estado
quanto a isso – embora tal descentralização não tenha ocorrido, por exemplo,
no que tange às decisões, que poderiam ser compartilhadas considerando as
pontuações e vontade dos diversos segmentos sociais do nosso país. Aliás, é
válido frisar que a lei referida no primeiro parágrafo deste artigo foi originada a
partir da pressão social de várias entidades, predominantemente constituídas
por educadores, profissionais da educação, pais de alunos e estudantes.
No que se refere ao novo PNE, que contempla os anos de 2011 a 2020,
seu projeto de lei foi enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de
dezembro de 2010. Este documento é mais sucinto, e também quantificável por
estatísticas, podendo facilitar a sua execução e também fiscalização. Tal fato
também permite com que ele seja discutido nas escolas, aumentando as
chances de seus objetivos serem, de fato, compreendidos e também
alcançados.
➢ Suas diretrizes são as seguintes:

I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais;
IV - melhoria da qualidade do ensino;
V - formação para o trabalho;
VI - promoção da sustentabilidade socioambiental;
VII - promoção humanística, científica e tecnológica do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação
como proporção do produto interno bruto;
IX - valorização dos profissionais da educação;
X - difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão
democrática da educação.

➢ Quanto às metas, são elas:

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• Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de
4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a
atender 50% da população de até 3 anos.
• Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda
população de 6 a 14 anos.
• Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a
população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas
no ensino médio para 85%, nessa faixa etária.
• Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento
escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de
ensino.
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• Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de
idade.
• Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas
públicas de educação básica.

• Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB (Índice de


Desenvolvimento da Educação Básica):
IDEB 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Anos iniciais do ensino fundamental 4,6 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0
Anos finais do ensino fundamental 3,9 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5
Ensino médio 3,7 3,7 4,3 4,7 5,0 5,2
• Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos
de modo a alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as
opulações do campo, da região de menor escolaridade no país e
dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média
entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade
educacional.
• Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos
ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo
absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.

15
• Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação
de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos
anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.
• Meta 11: Duplicar as matrículas da educação profissional técnica
de nível médio, assegurando a qualidade da oferta.
• Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior
para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos,
assegurando a qualidade da oferta.
• Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação
da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação
superior para 75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo
exercício, sendo, do total, 35% doutores.
• Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-
graduação stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60
mil mestres e 25 mil doutores.
• Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que todos os
professores da educação básica possuam formação específica de
nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam.
• Meta 16: Formar 50% dos professores da educação básica em
nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos
formação continuada em sua área de atuação.
• Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim
de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério
com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos
demais profissionais com escolaridade equivalente.
• Meta 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos
de carreira para os profissionais do magistério em todos os
sistemas de ensino.
• Meta 19: Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação

16
comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos
de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar.
• Meta 20: Ampliar progressivamente o investimento público em
educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do produto
interno bruto do país.

Planejamento Escola
O ato de planejar está associado à organização de uma determinada
ação. No âmbito das atividades escolares o planejamento é fundamental para o
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e para o bom
funcionamento da escola, pois é imprescindível para orientar a ação educativa
de acordo com as necessidades e possibilidades de cada instituição.
Ao realizar seu planejamento, a escola define qual o tipo de formação vai
oferecer e organiza as etapas do trabalho a ser realizado, o que servirá de eixo
condutor aos professores de diferentes componentes curriculares. O
planejamento também é um momento de reflexão sobre a ação pedagógica e de
tomada de decisões sobre as estratégias que serão utilizadas e quais formas de
avaliação serão aplicadas no decorrer do processo de ensino.
De acordo com Celso Vasconcelos, o planejamento escolar deve ser
estruturado e articulado através de três níveis: o planejamento da escola, o plano
de ensino ou plano curricular e o plano de aula. O planejamento da escola é o
plano integral da instituição composto pelos referenciais que dizem respeito aos
objetivos e metas estabelecidas para cada uma das dimensões de gestão da
escola: pedagógica, administrativa, recursos humanos, recursos financeiros e
resultados educacionais. O plano curricular ou de ensino constitui-se no
referencial com os fundamentos de cada disciplina. Nele devem estar expressos
as expectativas de aprendizagem, os conteúdos previstos e as propostas de
avaliação para cada ano/série. Em coerência com o planejamento da escola e
com o plano de ensino, o plano de aula deve constituir-se na organização
didática do processo de ensino destinado a cada turma, levando em
consideração tanto as defasagens como os conhecimentos prévios dos alunos
de modo a garantir que todos os alunos alcancem os objetivos de aprendizagem
contidos no plano de ensino; contudo, enquanto instrumento personalizado de

17
trabalho deve ser desenvolvido para atingir os objetivos de cada turma em
separado.
Planejar o processo educativo significa, portanto, organizar, racionalizar
e coordenar a ação docente visando à articulação entre os programas
curriculares (oficiais ou de redes privadas), a prática da sala de aula e as
problemáticas inerentes ao contexto social e cultural onde cada instituição está
inserida. Nesse sentido, quanto maior a clareza do docente no que diz respeito
ao conceito de planejamento e ao ato de planejar propriamente dito, maior
liberdade e autonomia serão aplicadas no processo de ensino e aprendizagem.
Logo, a tarefa de ensinar não pode ser concebida como um processo cujos
resultados estão definidos e podem ser pré-determinados como produto de uma
ação mecanizada, pois a sala de aula constitui-se como espaço privilegiado de
negociação, formação do pensamento crítico e de produção de novos sentidos
ao conhecimento formal a partir de situações de aprendizagem previamente
planejadas.
Veja alguns itens importantes para o planejamento escolar:
• As diretrizes quanto à organização e à administração da escola,
• Normas gerais de funcionamento da escola,
• Atividades coletivas do corpo docente,
• O calendário escolar,
• O período de avaliações,
• O conselho de classe,
• As atividades extraclasse,
• O sistema de acompanhamento e aconselhamento dos alunos e o
trabalho com os pais,
• As metas da escola e os passos que precisam ser dados, durante
o ano, para atingi-las,
• Os projetos realizados no ano anterior,
• Os novos projetos que serão desenvolvidos durante o ano,
• Os temas transversais que serão trabalhados e distribuí-los nos
meses,
• Revisar o PPP.

18
Planejamento Curricular
Para posicionar-se ante o sistema educacional e a nova dinâmica de
ensino, o educador é chamado a refletir, num primeiro momento, em torno de
certos elementos que recebem hoje um novo enfoque decorrente do progresso
científico e tecnológico.
Atualmente a escola é vista como o centro da educação sistemática,
integrada na comunidade da qual faz parte. Cabe-lhe oferecer aos alunos
situações que lhes permitam desenvolver suas potencialidades de acordo com
a fase evolutiva em que se situam e com os interesses que os impelem à ação.
A escola atual visa ao preparo de pessoas de mentalidade flexível e
adaptável para enfrentar as rápidas transformações do mundo. Pessoas
que aprendem a aprender e, consequentemente, estejam aptas a continuar
aprendendo sempre.
Portanto, o currículo de hoje deve ser funcional. Deve promover não só a
aprendizagem de conteúdo e habilidades específicas, mas também fornecer
condições favoráveis à aplicação e integração desses conhecimentos. Isto é
viável através da proposição de situações que favoreçam o desenvolvimento das
capacidades do aluno para solucionar problemas, muitos dos quais comuns no
seu dia-a-dia.
A previsão global e sistemática de toda ação a ser desencadeada pela
escola, em consonância com os objetivos educacionais, tendo por foco o aluno,
constitui o planejamento curricular. Portanto este nível de planejamento é relativo
à escola. Através dele são estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o
trabalho. Expressa, por meio dos objetivos gerais a linha filosófica do
estabelecimento.

Planejamento curricular é:
(...) uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto organização de um
sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do
conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-
aprendizagem”.( SARUBBI, 1971.p.34)
Sendo a previsão de todas as atividades que o educando realiza sob a
orientação da escola para atingir os fins da educação.

19
Objetivos do Planejamento Curricular
São objetivos do planejamento curricular:
• ajudar aos membros da comunidade escolar a definir seus objetivos;
• obter maior efetividade no ensino;
• coordenar esforços para aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem;
• propiciar o estabelecimento de um clima estimulante para o desenvolvimento
das tarefas educativas.

Requisitos do Planejamento Curricular


O planejamento curricular deve refletir os melhores meios de cultivar o
desenvolvimento da ação escolar, envolvendo, sempre, todos os elementos
participantes do processo.
Seus elaboradores devem estar alerta para as novas descobertas e para
os novos meios postos ao alcance das escolas. Estes devem ser
minuciosamente analisados para verificar sua real validade naquele âmbito
escolar. Posto isso, fica evidente a necessidade dos organizadores explorarem,
aceitarem, adaptarem, enriquecerem ou mesmo rejeitarem tais inovações. O
planejamento curricular é de complexa elaboração. Requer um contínuo estudo
e uma constante investigação da realidade imediata e dos avanços técnicos,
principalmente na área educacional. Constitui, por suas características, base
vital do trabalho. A dinamização e integração da escola como uma célula viva da
sociedade, que palmilha determinados caminhos conforme a linha filosófica
adotada, é o pressuposto inerente a sua estruturação.
O planejamento curricular constitui, portanto, uma tarefa continua a nível
de escola, em função das crescentes exigências de nosso tempo e dos
processos que tentam acelerar a aprendizagem. Será sempre um desafio a
todos aqueles envolvidos no processo educacional, para busca dos meios mais
adequados à obtenção de maiores resultados.

20
O Planejamento Curricular tem
por objetivo orientar o trabalho
do professor na prática
pedagógica da sala de aula.
Segundo Coll (2004), definir o
currículo a ser desenvolvido em
um ano letivo é uma das tarefas
mais complexas da prática
educativa e de todo o corpo
pedagógico das instituições
De acordo com Sacristán (2000), “[...] planejar o currículo para seu
desenvolvimento em práticas pedagógicas concretas não só exige ordenar seus
componentes para serem aprendidos pelos alunos, mas também prever as
próprias condições do ensino no contexto escolar ou fora dele. A função mais
imediata que os professores devem realizar é a de planejar ou prever a prática
do ensino.”
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), elaborados por
equipes de especialistas ligadas ao Ministério da Educação (MEC), têm por
objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou a
elaboração da proposta curricular dos Estados ou das escolas integrantes dos
sistemas de ensino. Os PCNs são, portanto, uma proposta do MEC para a
eficiência da educação escolar brasileira. São referências a todas as escolas do
país para que elas garantam aos estudantes uma educação básica de qualidade.
Seu objetivo é garantir que crianças e jovens tenham acesso aos conhecimentos
necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos
conscientes, responsáveis e participantes.
Todavia, a escola não deve simplesmente executar o que é
determinado nos PCNs, mas sim, interpretar e operacionalizar essas
determinações, adaptando-as de acordo com os objetivos que quer alcançar,
coerentes com a clientela e de forma que a aprendizagem seja favorecida.
Portanto, o planejamento curricular segundo Turra et al. (1995),
“[...] deve ser funcional. Deve promover não só a aprendizagem de
conteúdo e habilidades específicas, mas também fornecer condições
favoráveis à aplicação e integração desses conhecimentos. Isto é viável

21
através da proposição de situações que favoreçam o desenvolvimento das
capacidades do aluno para solucionar problemas, muitos dos quais
comuns no seu dia-a-dia. A previsão global e sistemática de toda ação a
ser desencadeada pela escola, em consonância com os objetivos
educacionais, tendo por foco o aluno, constitui o planejamento curricular.
Portanto, este nível de planejamento é relativo à escola. Através dele são
estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o trabalho[...].

PCNs do Ensino Médio, Ensino Fundamentale


Educação Infantil
No Brasil, os PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais são diretrizes
elaboradas pelo Governo Federal com o objetivo principal de orientar os
educadores por meio da normatização de alguns fatores fundamentais
concernentes a cada disciplina. Esses parâmetros abrangem tanto a rede
pública, como a rede privada de ensino, conforme o nível de escolaridade dos
alunos. Sua meta é garantir aos educandos o direito de usufruir dos
conhecimentos necessários para o exercício da cidadania. Embora não sejam
obrigatórios, os PCNs servem como norteadores para professores,
coordenadores e diretores, que podem adaptá-los às peculiaridades
locais. Os PCNs nada mais são do que uma referência para a transformação de
objetivos, conteúdos e didática do ensino.

Por abrangerem inúmeros fatores, os Parâmetros Curriculares Nacionais podem


ser utilizados com objetivos distintos, conforme o contexto em que a escola está
inserida. Além disso, a forma como foi estruturado esse documento possibilita
aos profissionais da educação iniciarem a sua leitura por diferentes partes, sem
seguirem uma ordenação. No entanto, com o tempo, os educadores devem
conhecê-lo, na íntegra, para poderem compreendê-lo e se apropriarem de sua
proposta.

Em suma, os Parâmetros Curriculares Nacionais devem fazer parte do cotidiano


da prática pedagógica, sendo transformados continuamente pelo professor. Com
isso, cabe aos PCNs a tarefa de rever objetivos, conteúdos, formas de

22
encaminhamento das atividades, expectativas de aprendizagem, maneiras de
avaliar, além da orientação dos professores para estes elaborarem um
planejamento que possa, de fato, orientar seu o trabalho em sala de aula. Tudo
para posicionar os educadores como agentes essenciais nessa grande
empreitada que é o processo educacional.

➢ Educação infantil

O processo educativo
Baseia pela idade de 0 a 6 anos e se realiza pela:
Formação pessoal: trabalho de identidade e autonomia;
Conhecimento do mundo: construção de linguagens e interações com objetos
de conhecimento, trabalhando movimento, artes visuais, música, linguagem oral
e escrita, natureza e sociedade e matemática.
Segue a determinação da LDB quando a organização por idade, de 0 a 3
anos, creches ou entidades equivalentes, e de 4 a 6 pré-escolas.
Objetivos
Demonstram interação entre o projeto educativo e estabelece quais capacidades
o educando pode desenvolver como resultado do trabalho de ordens físicas,
afetivas,cognitivas, ética, estética, de relação interpessoais e inserção social.

23
Conteúdos

• Conceituais: construção de capacidade de lidar com símbolos,


idéias e representações que darão sentido a sua realidade
estabelecendo uma aproximação com a aprendizagem futura.
• Procedimentais: saber fazer, tomar decisões no percurso do
fazer.
• Atitudinais: socializar, com atitudes de valores e normas, porem
este não depende apenas da instituição, mas de todos
responsáveis.
Conteúdos são selecionados conforme características e
necessidades de cada grupo, de forma que lhes seja
significativos, devem ser trabalhos integrando com a realidade em
diferentes aspectos, porém sem fragmentá-lo.
OrientaçõesDidáticas
Situam intenções e práticas que devem se nortear com:

• Organização do tempo: estruturadas dentro de um tempo


didático, as atividades são agrupadas em modalidades
permanentes, constantes relacionadas com a aprendizagem,
prazer e necessidades básicas de cuidado com a criança, e
seqüências de atividades com conhecimentos específicos em
diferentes graus de dificuldades.
• Projeto de trabalho: conjunto de atividades visando um
conhecimento específico com objetivo de resolver um problema
ou obter um resultado final.
• Organização do espaço e seleção de materiais: usa áreas
internas e externas para desenvolver atividades propostas.
• Observação, registros e avaliação formativa: são instrumentos
de apoio da pratica pedagógica. Podem ser feito por gravações,
fotos, registros. Acompanha, orienta, regula e redireciona o
processo, reorientado a pratica da educação. Portanto é
sistemática com o objetivo de melhorar a ação pedagógica.

24
Objetivos gerais da educação infantil
• Desenvolver uma imagem positiva de si, independente,
confiante e perceber seus limites;
• Descobrir e conhecer seu próprio corpo, limites e valorizar
hábitos de cuidados de saúde e bem estar;
• Estabelecer vínculos afetivos com adultos e crianças, fortalecer
sua auto-estima, possibilitar comunicar o e interação social.
• Estabelecer e ampliar relações sociais, respeitando a
diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
• Observar e explorar atitude de curiosidade percebendo-se
integrante, independente e agente transformador.
• Brincar expressando emoções, sentimentos, pensamentos,
desejos e necessidades;
• Utilizar as diferentes linguagens para expressar idéias,
sentimentos, necessidades e desejos, construindo significados,
enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva.
• Conhecer manifestações culturais, demonstrando interesse,
respeito e participação valorizando diversidade.
Instituição, projeto educativo, condições externa
A proposta curricular vinculada com a realidade da comunidade local,
deve se levar em conta as horas que a criança permanece na instituição, idade
que iniciou na escola, alem da garantia de diversidades. Todo processo
educativo deve ser trabalhado com professore, outros profissionais e técnico.
O ambiente deve ser seguro, tranqüilo e alegre, deve proporcionar
benefícios para o desenvolvimento da aprendizagem, adaptando as
necessidades dos alunos e exigências do conteúdo. para isso o professor
precisa conhecer as necessidades dos alunos, respeitar as particularidades e
auxiliá-los.
A direção da escola deve ser democrática e pluralista, propiciando um
projeto dinâmico, favorecer a formação continuada e atualizações.
O professor deve saber fazer uso do espaço, do material oferecido pela
escola, devem ser seguros, selecionando de acordo com a idade e o interesse
do educando, deixando-os disponíveis ao aluno com fácil acesso. Assim como
a mobília deve ser adequada ao tamanho dos alunos.

25
As organizações em grupos devem envolver vários fatores, como o tempo de
permanência na escola, prever momentos de mais ou menos movimentos,
reflexão, etc.
Os ambientes de cuidados devem estar adequados as faixas etárias,
devem conhecer peculiaridades da criança através do dialogo com a família,
que deve ter parceria com a escola, que devem respeitar suas estruturas, e
preservar o direito da criança no âmbito familiar. Este acolhimento favorece o
dizer não a discriminações e preconceitos.
Na entrada na instituição, deve se ser flexível diante dos problemas de
comportamentos de crianças e familiares deve estabelecer uma relação de
confiança e parceria de cuidados na educação visando o bem estar da criança.
Deve se manter o cuidado com a família. Nos primeiros dias, a presença da
mãe pode ser necessário até que a criança adquira confiança e estima pelo
professor, ajudando-a na sua adaptação. Crianças vindas de famílias
problemáticas devem ter toda atenção e serem ajudadas para minimizar os
problemas. Assim quando a integridade física e mental da criança esta
comprometida, é que se deve encaminhá-lo a instituições especializadas.
O remanejamento entre grupos de crianças deve ser evitado, assim
como a substituição de professores deve ser feita de modo planejado,
preparando a criança para essa situação, como também sua passagem para o
ensino fundamental.
Crianças vindas de famílias problemáticas, devem ser auxiliadas e apenas
quando sua integridade estiver comprometida deve ser encaminhada para
instituições especializadas.

➢ Ensino Fundamental I
Os PCN, voltados ao Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano, foram
divididos em áreas conforme a função instrumental de cada uma, possibilitando
uma integração entre elas. Há os parâmetros para a Língua Portuguesa,
Matemática, Ciências Naturais, Arte, Educação Física, História e Geografia,
todos separados em livros.
Da mesma forma, algumas questões sociais são abordadas, como por
exemplo, ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural,
também separados em livros. Quanto ao modo de incorporação desses temas
no currículo, propõe-se um tratamento transversal, tendência que se manifesta

26
em algumas experiências nacionais e internacionais, em que as questões sociais
se integram na própria concepção teórica das áreas e de seus componentes
curriculares.
Proposta pedagógica
Por terem uma estrutura flexível, os PCN poderão possibilitar
uma proposta pedagógica, voltada às decisões regionais e locais sobre
currículos e sobre programas de transformação da realidade educacional
empreendidos pelas autoridades governamentais, pelas escolas e pelos
professores. Tudo isso com o objetivo de garantir que, respeitadas as
diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas, a educação
possa participar do processo de construção da cidadania, com base na
igualdade de direitos entre os cidadãos .
Fundamentos pedagógicos
Inúmeras são as tendências pedagógicas que são seguidas nas nossas
escolas brasileiras, sendo elas públicas ou privadas. Na maioria das vezes, elas
não aparecem em forma pura, mas com características particulares, mesclando
aspectos de mais de uma linha pedagógica. Podemos identificar a presença de
quatro grandes tendências: a tradicional, a renovada, a tecnicista e as marcadas
centralmente por preocupações sociais e políticas.

27
Na pedagogia renovada, o centro das atividades escolares é o aluno,
como ser ativo e curioso
A pedagogia tradicional é umaproposta de educação, centrada no
professor, cuja função se define como a de vigiar e aconselhar os alunos, corrigir
e ensinar a matéria. Na pedagogia renovada, o centro da atividade escolar não
é o professor nem os conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como ser ativo
e curioso. O mais importante não é o ensino, mas o processo de aprendizagem.
Já a pedagogia tecnicista valoriza a tecnologia. O professor passa a ser um mero
especialista na aplicação de manuais e sua criatividade fica restrita aos limites
possíveis e estreitos da técnica utilizada. A função do aluno é reduzida a um
indivíduo que reage aos estímulos de forma a corresponder às respostas
esperadas pela escola, para ter êxito e avançar.
Há também duas vertentes pedagógicas, centradas nas preocupações
sociais e políticas. São elas: a pedagogia libertadora e a pedagogia crítico-
social dos conteúdos. Na libertadora, analisam-se os problemas, seus fatores
determinantes e organiza-se uma forma de atuação para que se possa
transformar a realidade social e política. O professor é um coordenador de
atividades que organiza e atua conjuntamente com os alunos. Já a pedagogia

28
crítico-social dos conteúdos entende que não basta ter como conteúdo escolar
as questões sociais atuais, mas que é necessário que se tenha domínio de
conhecimentos, habilidades e capacidades mais amplas para que os alunos
possam interpretar suas experiências de vida e defender seus interesses de
classe.
Planejamento
Além disso, os professores terão mais facilidade de preparar um bom
planejamento que, realmente, possa orientá-los em seu trabalho na sala de aula.
Não somente isso, mas os PCN poderão, de forma eficaz, guiar
os educadores para que estes discutam, em conjunto, sobre as razões que
levam os educandos a obterem maior ou menor êxito nas atividades escolares,
bem como poderão promover discussões de temas educacionais (com contextos
mais significativos) com pais e responsáveis.

Educação de qualidade
No entanto, para que a educação brasileira seja de qualidade, é
imprescindível que os professores tenham sua formação continuada, recebam
salários dignos, participem de planos de carreira, bem como os alunos tenham
livros didáticos de qualidade e contextualizados e recursos multimídia. Da
mesma forma, é necessário que se crie, na escola, condições de aprendizagem
que favoreçam o desenvolvimento da capacidade de aprender.
Escola e cidadania
Por meio dos parâmetros, a prática escolar deve favorecer o
desenvolvimento das habilidades dos alunos para que estes, além de
aprenderem os conteúdos, possam compreender melhor a realidade,
participando, de forma crítica, das relações sociais, políticas e culturais
diversificadas. Isso levará os educandos a exercerem, de forma efetiva,
a cidadania. E é a escola que irá escolher, como objeto de ensino, conteúdos
que estejam ligados às questões sociais, que marcam cada momento histórico,
cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas essenciais para que os
alunos possam exercer seus direitos e deveres.

➢ Ensino Fundamental II

29
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, cabe à escola possibilitar
a educação continuada, oriunda de um planejamento sistemático, para
os educandos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º). Além disso, não se pode
visualizar a educação como algo simplista, mas sim como algo que envolva os
alunos no meio social, político e histórico do país. Tudo isso, sempre buscando
a cidadania, o entendimento dos direitos e deveres de cada um.
Entretanto, a evasão escolar ainda é bastante significativa. Isso pode ser
originado pelo fato de a escola não reconhecer a diversidade da população a ser
atendida, com a consequente diferenciação na demanda. Reconhecer a
diversidade e buscar formas de acolhimento requer, por parte dos educadores e
da comunidade escolar, disponibilidade, informações, discussões, reflexões.
Caso contrário, pode gerar efeitos no plano moral, afetivo e social, podendo
resultar em exclusão social.
Se a escola interagir com os alunos, os pais, enfim, com todos os
envolvidos na vida escolar dos alunos, haverá a possibilidade de se construir
projetos que visam à melhor e mais completa formação de cada aluno. O
relacionamento entre escola e comunidade pode ainda criar ambientes culturais
diversificados que contribuam para o conhecimento e para a aprendizagem do
convívio social. Além disso, é fundamental que a escola assuma a valorização
da cultura de seu próprio grupo, propiciando às crianças e aos jovens
pertencentes aos diferentes grupos sociais o acesso ao saber.
Estrutura organizacional
Os PCN se iniciam com a exposição da concepção da área, para o ensino
fundamental. Em seguida, define os objetivos gerais da área, que expressam
capacidades que os alunos devem desenvolver ao longo da escolaridade
obrigatória, explicitando a contribuição específica dos diferentes âmbitos do
conhecimento.
Seus objetivos e conteúdos estão organizados em quatro ciclos (6º,7º,8º
e 9º), o que evita a excessiva fragmentação de objetivos e conteúdos e torna
possível uma abordagem menos parcelada dos conhecimentos, permitindo as
aproximações sucessivas necessárias para que os alunos se apropriem deles.
Cabe aos professores ministrar esses conteúdos de forma ampla e flexível.
Referencial curricular nacional

30
Cabe aos PCN encontrar respostas a problemas identificados no Ensino
Fundamental II, objetivando uma transformação desse ensino que atenda às
demandas da sociedade brasileira atual. Da mesma forma, devem orientar, de
forma clara e objetiva, o ensino do 6º ao 9º ano, adequando-o aos ideais de
democracia e buscando a melhoria da qualidade do ensino nas escolas
brasileiras. Isso deve ser feito, respeitando as diversidades regionais, culturais e
políticas, existentes no país.
Quanto aos currículos, além de se referirem a programas
de conteúdos de cada disciplina, estes devem ser flexíveis para promover
discussões e reelaborações quando realizados em sala de aula, já que é o
professor que os concretiza.
Abrangência nacional
Tendo como característica principal a abrangência nacional, os PCN
passam a garantir a toda a criança do 6º ao 9º ano o acesso
ao conhecimento elaborado para que ela possa usufruir do exercício da
cidadania. Da mesma forma, possibilita que um aluno de qualquer lugar do
Brasil, do interior ou do litoral, de uma grande cidade ou da zona rural tenha o
direito de aprender, assegurado pelo Estado.
Embora a educação básica seja assegurada por essa instituição, torna-
se necessário garantir aos alunos o acesso ao conjunto dos bens públicos, entre
os quais insere-se o dos conhecimentos socialmente relevantes. Além disso, é
preciso que se valorize a utilização crítica e criativa dos conhecimentos e não
somente um acúmulo de informações e conteúdos. Mesmo porque os PCN não
se apresentam como um currículo mínimo comum ou um conjunto de conteúdos
obrigatórios de ensino.

31
Os professores devem guiar seus alunos para que estes possam
compreender a cidadania como participação social e política
Objetivos
Por meio dos PCN, os professores devem guiar seus alunos para que
estes possam compreender a cidadania como participação social e política,
assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando,
no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças,
respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito . Além disso, os
educadores devem deixar claro a seus educandos que o diálogo é a melhor
forma de mediar conflitos e auxiliar nas decisões coletivas.
Muito importante também é que os alunos valorizem a pluralidade cultural,
posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais,
de classe social, de crenças, de orientação sexual, de etnia ou outras
características individuais e sociais. Além disso, devem confiar em suas
capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e
de inserção social para agir com perseverança na busca de conhecimento e no
exercício da cidadania.
➢ Ensino médio

Coube ao Ministério da Educação promover um projeto de reforma do


Ensino Médio, priorizando as ações na área da educação, com base em uma
política de desenvolvimento social. Isso foi necessário, já que a

32
revolução informática gerou mudanças radicais na área do conhecimento,
estimulada pela incorporação das novas tecnologias.
Dessa forma, a formação do aluno do Ensino Médio passou a ter, como
alvo principal, a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e
a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação.
Por isso, propõe-se aos professores formar alunos que sejam capazes de
pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de
aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização.
Elaboração da reforma
Para a formulação de uma nova concepção do Ensino Médio, seria
fundamental a participação de professores e técnicos de diferentes níveis de
ensino. Assim, a equipe técnica da Secretaria de Educação Média e Tecnológica
e professores convidados de várias universidades do País propuseram a
reorganização curricular em áreas de conhecimento, com o objetivo de facilitar
o desenvolvimento dos conteúdos, em uma perspectiva
de interdisciplinaridade e contextualização.
Os trabalhos de elaboração da reforma foram concluídos em junho de
1997, a partir de uma série de discussões internas que envolveram os dirigentes,
a equipe técnica de coordenação do projeto e os professores universitários.
Todos se embasaram na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, como
principal referência legal, para a formulação das mudanças propostas, já que
estabelece os princípios e finalidades da Educação Nacional.
O Ensino Médio como etapa final da Educação Básica
Como etapa final da Educação Básica, o Ensino Médio deve oferecer, de
forma articulada, uma educação equilibrada, com funções equivalentes para
todos os educandos:
- A formação da pessoa, de maneira a desenvolver valores e
competências necessárias à integração de seu projeto individual ao projeto da
sociedade em que se situa;
- O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crítico;
- A preparação e orientação básica para a sua integração ao mundo do
trabalho, com as competências que garantam seu aprimoramento profissional e

33
permitam acompanhar as mudanças que caracterizam a produção no nosso
tempo;
- O desenvolvimento das competências para continuar aprendendo, de
forma autônoma e crítica, em níveis mais complexos de estudos.

Os PCN orientam os professores, buscando novas abordagens e


metodologias
A organização do Ensino Médio
A reforma curricular do Ensino Médio dividiu o conhecimento escolar em
áreas, uma vez que entende os conhecimentos cada vez mais imbricados aos
conhecedores, seja no campo técnico-científico, seja no âmbito do cotidiano da
vida social.
A organização em três áreas – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias,
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e
suas Tecnologias – tem como base a reunião daqueles conhecimentos que
compartilham objetos de estudo.
Com a reforma no Ensino Médio, o currículo passou a contemplar a
realização de atividades nos três domínios da ação humana: a vida em
sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva, integrando homens e

34
mulheres no mundo das relações políticas, do trabalho e da simbolização
subjetiva. Com isso, surgiram quatro eixos estruturais da educação na sociedade
contemporânea:
Aprender a conhecer
Deve-se priorizar o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento,
compreendendo a complexidade do mundo, condição necessária para viver
dignamente, para desenvolver possibilidades pessoais e profissionais, para se
comunicar. Esse saber favorece o desenvolvimento da curiosidade intelectual,
estimula o senso crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição da
autonomia na capacidade de discernir.
Aprender a fazer
Na medida em que criam as condições necessárias para o enfrentamento
das novas situações que se colocam, surgem novas habilidades e aptidões.
Além disso, deve-se privilegiar a aplicação da teoria na prática e enriquecer a
vivência da ciência na tecnologia e destas no social, o que faz com que surja
uma significação especial no desenvolvimento da sociedade contemporânea.
Aprender a viver
O mais importante é aprender a viver juntos, desenvolvendo o
conhecimento do outro e a percepção das interdependências, de modo a permitir
a realização de projetos comuns ou a gestão inteligente dos conflitos inevitáveis
por meio do diálogo.
Aprender a ser
Deve-se preparar o indivíduo para elaborar pensamentos autônomos e
críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir
por si mesmo, frente às diferentes circunstâncias da vida. Além disso, deve-se
exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação
para desenvolver os seus talentos e permanecer, tanto quanto possível, dono do
seu próprio destino.
Aprimore seus conhecimentos acessando os Cursos CPT da
área Metodologia de Ensino, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas.

35
Planejamento de Ensino
Alicerçado nas linhas-mestras de ação da escola, isto é, no planejamento
curricular, surge, em nível mais específico, o planejamento de ensino. Este é a
tradução, em termos mais próximos e concretos, da ação que ficou configurada
a nível de escola. Indica a atividade direcional, metódica e sistematizada que
será empreendida pelo professor junto a seus alunos, em busca de propósitos
definidos.
O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve
participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade
para atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino-
aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de que este
possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam
suas possibilidades e necessidades.
O planejamento, neste, caso, envolve a previsão de resultados
desejáveis, assim como também os meios necessários para alcançá-los.
A responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu
ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade de seu planejamento.
Às vezes, o plano é elaborado somente por um professor; outras vezes,
no entanto, vários professores compartilham a responsabilidade de sua
elaboração. Neste último caso temos o planejamento de ensino cooperativo.
Este, por sua natureza, resulta de uma atividade de grupo, isto é, os
professores (às vezes, auxiliados por especialistas) congregam esforços para
juntos estabelecerem linhas comuns de ação, com vistas a resultados
semelhantes e bastante válidos para a clientela atendida.
Planejando, executando e avaliando juntos, esses professores
desenvolvem habilidades necessárias à vida em comum com os colegas. Isso
proporciona, entre outros aspectos, crescimento profissional, ajustamento às
mudanças, exercício da autodisciplina, responsabilidade e união a nível de
decisões conjuntas.
Inúmeras são as conceituações sobre planejamento de ensino
encontradas nos diferentes autores consultados. No entanto, consideramos as
seguintes:

36
Planejamento de ensino é:
(...) previsão inteligente e bem calculada de todas as etapas do trabalho
escolar que envolvem as atividades docentes e discentes, de modo a tornar o
ensino seguro, econômico e eficiente”.( MATTOS, 1968.p.140) previsão das
situação específicas do professor com a classe (CAPPELLETTI, 1972.p.10)
Processo de tomada de decisões bem informadas que visam à
racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-
aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior
produtividade.

Objetivos do Planejamento de Ensino


São objetivos do planejamento de ensino:
• racionalizar as atividades educativas;
• assegurar um ensino efetivo e econômico;
• conduzir os alunos ao alcance dos objetivos;
• verificar a marcha do processo educativo.

Requisitos do Planejamento do Ensino


Por maior complexidade que envolva a organização da escola, é
indispensável ter sempre bem presente que a interação professor-aluno é o
suporte estrutural, cuja dinâmica concretiza ao fenômeno educativo. Portanto, o
planejamento de ensino deve ser alicerçado neste pressuposto básico.
O professor, ao planejar o trabalho, deve estar familiarizado com o que
pode pôr em prática, de maneira que possa selecionar o que é melhor,
adaptando tudo isso às necessidades e interesses de seus alunos. Na maioria
das situações, o professor dependerá de seus próprios recursos para elaborar
seus planos de trabalho. Por isso, deverá estar bem informado dos requisitos
técnicos para que possa planejar, independentemente, sem dificuldades.
Ainda temos a considerar que as condições de trabalho diferem de escola
para escola, tendo sempre que adaptar seus projetos às circunstâncias e
exigências do meio.
Considerando que o ensino é o guia das situações de aprendizagem e
que ajuda os estudantes a alcançarem os resultados desejados, a ação de

37
planejá-lo é predominantemente importante para incrementar a eficiência da
ação a ser desencadeada no âmbito escolar.
O professor, durante o período (ano ou semestre) letivo, pode organizar
três tipos de planos de ensino. Por ordem de abrangência, vai:
• delinear, globalmente, toda a ação a ser empreendida (Plano de Curso);
• disciplinar partes da ação pretendida no plano global (Plano de Unidade);
• especificar as realizações diárias para a concretização dos planos anteriores
(Plano de Aula).
• Pelo significativo apoio que o planejamento empresta à atividade do
professor e alunos, é considerado etapa obrigatória de todo o trabalho
docente.
• O planejamento tende a prevenir as vacilações do professor, oferecendo
maior segurança na consecução dos objetivos previstos, bem como na
verificação da qualidade do ensino que está sendo orientado pelo mestre e
pela escola.

O Planejamento de Ensino é a especificação do planejamento


curricular. É desenvolvido, basicamente, a partir da ação do professor e compete
a ele definir os objetivos a serem alcançados, desde seu programa de trabalho
até eventuais e necessárias mudanças de rumo. Cabe ao professor,
também, definir os objetivos a serem alcançados, o conteúdo da matéria, as
estratégias de ensino e de avaliação e agir de forma a obter um retorno de seus
alunos no sentido de redirecionar sua matéria. O Planejamento de Ensino não
pode ser visto como uma atividade estanque. Segundo Turra et al. (1995),
"[...] o professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe
que deve participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de
complexidade para atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no
processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno,
a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão
significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades. O
planejamento, neste caso, envolve a previsão de resultados desejáveis,
assim como também os meios necessários para alcançá-los. A
responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu

38
ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade de seu
planejamento."
➢ O Planejamento de Ensino deve prever:

1. objetivos específicos estabelecidos a partir dos objetivos educacionais;


2. conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos no sentido
determinado pelos objetivos;
3. procedimentos e recursos de ensino que estimulam, orientam e
promovem as atividades de aprendizagem;
4. procedimentos de avaliação que possibilitem a verificação, a
qualificação e a apreciação qualitativa dos objetivos propostos, cumprindo pelo
menos a função pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle no processo
educacional.
O resultado desse planejamento é o plano de ensino, um roteiro
organizado das unidades didáticas para um ano, um semestre ou um bimestre.
Esse plano deve conter: ementa da disciplina, justificativa da disciplina em
relação ao objetivos gerais da escola e do curso, objetivos gerais, objetivos
específicos, conteúdo (com a divisão temática de cada unidade), tempo provável
(número de aulas do período de abrangência do plano), desenvolvimento
metodológico (métodos e técnicas pedagógicas específicas da disciplina),
recursos tecnológicos, formas de avaliação e referencial teórico (livros,
documentos, sites etc). Do plano de ensino resultará, ainda, o plano de
aula, onde o professor vai especificar as realizações diárias para a concretização
dos planos anteriores.
Segue exemplo de algumas formas de planos:

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Projeto Político-Pedagógico
Desde a promulgação da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996,
toda escola precisa ter um Projeto Político-
Pedagógico, o PPP. Esse documento deve
explicitar as características que gestores,
professores, funcionários, pais e alunos pretendem
construir na unidade e qual a formação querem para

46
quem ali estuda. Elaborar um plano pode ajudar a equipe escolar e a
comunidade a enxergar como transformar sua realidade cotidiana em algo
melhor. Se for bem planejado, o documento pode gerar mudanças no modo de
agir de todos os atores envolvidos no processo educacional e na comunidade.
Quando todos enxergam de forma clara qual é o foco de trabalho da instituição
e participam do processo de construção do PPP, o resultado é uma verdadeira
parceria que contribuirá, positivamente, em todo o processo ensino-
aprendizagem.
O processo de elaboração e implantação do projeto político-
pedagógico é complexo e alguns aspectos básicos devem estar presentes na
elaboração do mesmo. Antes de mais nada, é preciso que todos conheçam bem
a realidade da comunidade em que se inserem para, em seguida, estabelecer o
plano de intenções - um pano de fundo para o desenvolvimento da proposta. Na
prática, a comunidade escolar deve começar respondendo à seguinte questão:
por que e para que existe esse espaço educativo? Uma vez que isso esteja claro
para todos, é preciso olhar para os outros três braços do projeto. São eles:
A proposta curricular- Estabelecer o que e como se ensina, as formas
de avaliação da aprendizagem, a organização do tempo e o uso do espaço na
escola, entre outros pontos.
A formação dos professores - A maneira como a equipe vai se organizar
para cumprir as necessidades originadas pelas intenções educativas.
A gestão administrativa - Que tem como função principal viabilizar o que
for necessário para que os demais pontos funcionem dentro da construção da
"escola que se quer".
Assim, é importante que o projeto preveja aspectos relativos aos
valores que se deseja instituir na escola, ao currículo e à organização,
relacionando o que se propõe na teoria com a forma de fazê-lo na prática - sem
esquecer, é claro, de prever os prazos para tal. Além disso, um mecanismo de
avaliação de processos tem de ser criado, revendo as estratégias estabelecidas
para uma eventual re-elaboração de metas e ideais. Indo além, o projeto tem
como desafio transformar o papel da escola na comunidade. Em vez de só
atender às demandas da população - sejam elas atitudinais ou conteudistas - e
aos preceitos e às metas de aprendizagem colocados pelo governo, ela passa a
sugerir aos alunos uma maneira de "ler" o mundo.

47
A elaboração do projeto pedagógico deve ser pautada em
estratégias que deem voz a todos os atores da comunidade escolar:
funcionários, pais, professores e alunos. Essa mobilização é tarefa, por
excelência, do diretor. Mas não existe uma única forma de orientar esse
processo. Ele pode se dar no âmbito do Conselho Escolar, em que os diferentes
segmentos da comunidade estão representados, e também pode ser conduzido
de outras maneiras - como a participação individual, grupal ou plenária. A
finalização do documento também pode ocorrer de forma democrática - mas é
fundamental que um grupo especialista nas questões pedagógicas se
responsabilize pela redação final para oferecer um padrão de qualidade às
propostas. É importante garantir que o projeto tenha objetivos pontuais e
estabeleça metas permanentes para médio e longo prazos.
Importante: O PPP não deve ser confundido com o Planejamento Escolar.
Embora os dois contenham características semelhantes, há diferença na
duração: o Planejamento Escolar é um plano de ações a curto prazo (para o ano
letivo), enquanto que o PPP estabelece metas para um período de 3 a 5 anos.

HIERARQUIA E RELACIONAMENTO DOS


PLANEJAMENTOS

Na esfera educacional o processo de planejamento ocorre em diversos


níveis, segundo a magnitude da ação que se tem em vista realizar.
O planejamento educacional é o mais amplo, geral e abrangente. Prevê a
estruturação e o funcionamento da totalidade dos sistemas educacionais.
Determina as diretrizes da política nacional de educação.
A seguir, temos o planejamento curricular, que está intimamente
relacionado às prioridades assentadas no planejamento educacional. sua função
é traduzir, em termos mais próximos e concretos, as linhas-mestras de ação
delineadas no planejamento imediatamente superior, através de seus objetivos
e metas. Constitui o esquema normativo que serve de base para definir e
particularizar a linha de ação proposta pela escola. Permite a interrelação entre
a escola e a comunidade.

48
Logo após, temos o planejamento de ensino, que parte sempre de pontos
referenciais estabelecidos no planejamento curricular. Temos, em essência,
neste tipo de planejamento, dimensões:
• filosófica, que explicita os objetivos da escola;
• psicológica, que indica a fase de desenvolvimento do aluno, suas
possibilidades e interesses;
• social, que expressa as características do contexto sócio-econômico-cultural
do aluno e suas exigências.
Este detalhamento é feito tendo em vista o processo ensino-
aprendizagem. Assim, chegamos ao nível mais elementar e próximo da ação
educativa. É através dele que, em relação ao aluno:
• prevemos mudanças comportamentais e aprendizagem de elementos
básicos;
• propomos aprendizagens a partir de experiências anteriores e de suas reais
possibilidades;
• estimulamos a integração das diversas áreas de estudo.
Como vemos, o planejamento tem níveis distintos de abrangência; no
entanto, cada nível tem bem definido e delimitado o seu universo. Sabemos que
um nível particulariza - um ou vários - aspectos delineados no nível antecedente,
especificando com maior precisão as decisões tomadas em relação a
determinados eventos da ação educativa.
A linha de relacionamento se evidencia, então, através de escalões de
complexidade decrescente, exigindo sempre um alto grau de coerência e
subordinação na determinação dos objetivos almejados.

PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO: REVISANDO


CONCEITOS PARA MUDAR CONCEPÇÕES E
PRÁTICAS
O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de
transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda
pessoa. Em nosso dia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que
necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são

49
delineadas em etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto
de nossa rotina. Entretanto, para a realização de atividades que não estão
inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o
que desejamos. As ideias que envolvem o planejamento são amplamente
discutidas nos dias atuais, mas um dos complicadores para o exercício da prática
de planejar parece ser a compreensão de conceitos e o uso adequado dos
mesmos. Assim sendo, o objetivo deste texto é procurar explicitar o significado
básico de termos, tais como planejamento, plano, programa, projeto, plano
estratégico plano operacional, e outros, visando a dar espaço para que o leitor
possa estabelecer as relações entre eles, a partir de experiências pessoais e
profissionais. Cabe ressaltar que, neste breve texto, não se pretende abordar
todos os níveis de planejamento, mesmo porque, como aponta Gandin (2001, p.
83),
é impossível enumerar todos tipos e níveis de planejamento necessários
à atividade humana. Sobretudo porque, sendo a pessoa humana condenada,
por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre
ensaiando processos de transformar suas idéias em realidade. Embora não o
faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura
básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a propor ações e
atitudes para transformá-la.”

PLANEJAMENTO É
➢ Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre
recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas,
instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras
atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão,
de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de
necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e
recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos,
em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das
avaliações (PADILHA, 2001, p. 30).
➢ Planejar, em sentido amplo, é um processo que "visa a dar respostas a
um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua
superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e

50
prevendo necessariamente o futuro", mas considerando as condições do
presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os
pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e
com quem se planeja. (idem, 2001, p. 63). Planejar é uma atividade que
está dentro da educação, visto que esta tem como características
básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos
que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação
educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação.
Planejar e avaliar andam de mãos dadas.
➢ Planejamento Educacional é "processo contínuo que se preocupa com
o 'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar lá', tendo
em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o
desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da
sociedade, quanto as do indivíduo" (PARRA apud SANT'ANNA et al,
1995, p. 14). Para Vasconcellos (1995, p. 53), "o planejamento do
Sistema de Educação é o de maior abrangência (entre os níveis do
planejamento na educação escolar), correspondendo ao planejamento
que é feito em nível nacional, estadual e municipal", incorporando as
políticas educacionais.
➢ Planejamento Curricular é o "processo de tomada de decisões sobre a
dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a
vida escolar do aluno". Portanto, essa modalidade de planejar constitui
um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a
preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem
que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos
componentes curriculares (VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
➢ Planejamento de Ensino é o processo de decisão sobre atuação
concreta dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico,
envolvendo as ações e situações, em constante interações entre
professor e alunos e entre os próprios alunos (PADILHA, 2001, p. 33).
Na opinião de Sant'Anna et al (1995, p. 19), esse nível de planejamento
trata do "processo de tomada de decisões bem informadas que visem à
racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação de
ensino-aprendizagem".

51
➢ Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o
processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento
e a proposta pedagógica da instituição. "É um processo de
racionalização, organização e coordenação da ação docente,
articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social"
(LIBÂNEO, 1992, p. 221).
➢ Planejamento Político-Social tem como preocupação fundamental
responder as questões "para quê", "para quem" e também com "o quê".
A preocupação central é definir fins, buscar conceber visões
globalizantes e de eficácia; serve para situações de crise e em que a
proposta é de transformação, em médio prazo e/ou longo prazo. "Tem o
plano e o programa como expressão maior" (GANDIN, 1994, p. 55).
➢ No Planejamento Operacional, a preocupação é responder as perguntas
"o quê", "como" e "com quê", tratando prioritariamente dos meios.
Abarca cada aspecto isoladamente e enfatiza a técnica, os instrumentos,
centralizando-se na eficiência e na busca da manutenção do
funcionamento. Tem sua expressão nos programas e, mais
especificamente, nos projetos, sendo sobretudo tarefa de
administradores, onde a ênfase é o presente, momento de execução
para solucionar problemas (idem.).

PLANO É
➢ Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo: o
que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem
fazer. Para existir plano é necessária a discussão sobre fins e objetivos,
culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse modo é
que se pode responder as questões indicadas acima. O plano é a
"apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas
relativas à ação a realizar" (FERREIRA apud PADILHA, 2001, p. 36).
Plano tem a conotação de produto do planejamento. Plano é um guia
e tem a função de orientar a prática, partindo da própria prática e,
portanto, não pode ser um documento rígido e absoluto. Ele é a
formalização dos diferentes momentos do processo de planejar que, por
sua vez, envolve desafios e contradições (FUSARI, op. cit.).

52
➢ Plano Nacional de Educação é "onde se reflete toda a política
educacional de um povo, inserido no contexto histórico, que é
desenvolvida a longo, médio ou curto prazo" (MEEGOLLA; SANT'ANNA,
1993, p. 48).
➢ Plano Escolar é onde são registrados os resultados do planejamento da
educação escolar. "É o documento mais global; expressa orientações
gerais que sintetizam, de um lado, as ligações do projeto pedagógico da
escola com os planos de ensino propriamente ditos" (LIBÂNEO, 1993,
p. 225).
➢ Plano de Curso é a organização de um conjunto de matérias que vão ser
ensinadas e desenvolvidas em uma instituição educacional, durante o
período de duração de um curso. Segundo Vasconcellos (1995, p. 117),
esse tipo de plano é a "sistematização da proposta geral de trabalho do
professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada
realidade".
➢ Plano de Ensino "é o plano de disciplinas, de unidades e experiências
propostas pela escola, professores, alunos ou pela comunidade". Situa-
se no nível bem mais específico e concreto em relação aos outros
planos, pois define e operacionaliza toda a ação escolar existente no
plano curricular da escola. (SANT'ANNA, 1993, p. 49).

PROJETO É
➢ Projeto é também um documento produto do planejamento porque nele
são registradas as decisões mais concretas de propostas futuristas.
Trata-se de uma tendência natural e intencional do ser humano. Como
o próprio nome indica, projetar é lançar para a frente, dando sempre a
idéia de mudança, de movimento. Projeto representa o laço entre o
presente e o futuro, sendo ele a marca da passagem do presente para o
futuro. Na opinião de Gadotti (apud Veiga, 2001, p. 18). Todo projeto
supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar
significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se,
atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade em
função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que
o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa

53
frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos
de ação possível, comprometendo seus atores e autores.
➢ Projeto Pedagógico, segundo Vasconcellos (1995) é um instrumento
teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano
da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada,
orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de
trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os agentes da
instituição (p.143). Para Veiga (2001, p. 11) o projeto pedagógico
deve apresentar as seguintes características:
• "ser processo participativo de decisões;
• preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho
pedagógico que desvele os conflitos e as contradições;
• explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na
solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à
participação de todos no projeto comum e coletivo;
• conter opções explícitas na direção de superar problemas no
decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade
específica;
• explicitar o compromisso com a formação do cidadão.
• nascer da própria realidade , tendo como suporte a explicitação
das causas dos problemas e das situações nas quais tais
problemas aparecem;
• ser exeqüível e prever as condições necessárias ao
desenvolvimento e à avaliação;
• ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade
da escola;
• ser construído continuamente, pois como produto, é também
processo".
➢ Projeto Político-Pedagógico da escola precisa ser entendido como uma
maneira de situar-se num horizonte de possibilidades, a partir de
respostas a perguntas tais como: "que educação se quer, que tipo de
cidadão se deseja e para que projeto de sociedade?" (GADOTTI, 1994,
P. 42). Dissociar a tarefa pedagógica do aspecto político é difícil, visto que

54
o "educador é político enquanto educador, e o político é educador pelo
próprio fato de ser político" (GADOTTI, FREIRE, GUIMARÃES, 2000, pp.
25-26). Falar da construção do projeto pedagógico é falar de
planejamento no contexto de um processo participativo, onde o passo
inicial é a elaboração do marco referencial, sendo este a luz que deverá
iluminar o fazer das demais etapas. Alguns autores que tratam do
planejamento, como por exemplo Moacir Gadotti, falam simplesmente em
referencial, mas outros, como Danilo Gandin, distinguem nele três
marcos: situacional, doutrinal e operativo.

PROGRAMA É
➢ Padilha (2001), citando Bierrenbach, explica que um programa é
"constituído de um ou mais projetos de determinados órgãos ou setores,
num período de tempo definido" (p. 42). Gandin (1995) complementa
dizendo que o programa, dentro de um plano, é o espaço onde são
registradas as propostas de ação do planejador, visando a aproximar a
realidade existente da realidade desejada. Desse modo, na elaboração
de um programa é necessário considerar quatro dimensões: "a das ações
concretas a realizar, a das orientações para toda a ação (atitudes,
comportamentos), a das determinações gerais e a das atividades
permanentes" (GANDIN, 1993, p. 36 e 1995, p. 104).

CONSTRUINDO UM CONCEITO DE
PARTICIPAÇÃO
A preocupação com a melhoria da qualidade da Educação levantou a
necessidade de descentralização e democratização da gestão escolar e,
consequentemente, participação tornou-se um conceito nuclear. Como aponta
Lück et al. (1998), "o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a
idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando
situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agir sobre elas em conjunto"
(p.15). De acordo com a etimologia da palavra, participação origina-se do
latim "participatio" (pars + in + actio) que significa ter parte na ação. Para ter

55
parte na ação é necessário ter acesso ao agir e às decisões que orientam o agir.
"Executar uma ação não significa ter parte, ou seja, responsabilidade sobre a
ação. E só será sujeito da ação quem puder decidir sobre ela" (BENINCÁ, 1995,
p. 14). Para Lück et al. (1998) a participação tem como característica
fundamental a força de atuação consciente, pela qual os membros de uma
unidade social (de um grupo, de uma equipe) reconhecem e assumem seu poder
de exercer influência na determinação da dinâmica, da cultura da unidade social,
a partir da competência e vontade de compreender, decidir e agir em
conjunto. Trabalhar em conjunto, no sentido de formação de grupo, requer
compreensão dos processos grupais para desenvolver competências que
permitam realmente aprender com o outro e construir de forma participativa.
Para Pichin-Rivière (1991) grupo é um "conjunto restrito de pessoas
ligadas entre si por constantes de espaço e tempo, articuladas por sua mútua
representação interna interatuando através de complexos mecanismos de
assunção e atribuição de papéis, que se propõe de forma explícita ou implícita
uma tarefa que constitui sua finalidade" (pp. 65-66). O que se diz explícito é
justamente o observável, o concreto, mas abaixo dele está o que é implícito. Este
é constituído de medos básicos (diante de mudanças, ora alternativas
transformadoras ora resistência à mudança). Pichon-Rivière (ibdem) diz que a
resistência à mudança é consequência dos medos básicos que são o "medo à
perda" das estruturas existentes e "medo do ataque" frente às novas situações,
nas quais a pessoa se sente insegura por falta de instrumentação. A partir
desses breves comentários, pode-se compreender a importância do tão
divulgado "momento de sensibilização" na implementação de planos, programas
e projetos. Sensibilidade é "qualidade de ser sensível, faculdade de sentir,
propriedade do organismo vivo de perceber as modificações do meio externo e
interno e de reagir a elas de maneira adequada" (FERREIRA, s/d). Sensibilizar,
portanto, é provocar e tornar a pessoa sensível; fazer com que ela participe de
alguma coisa de forma inteira. Por outro lado, lembra Pichon-Riviére (1991) que
"um grupo obtém uma adaptação ativa à realidade quando adquire insight,
quando se torna consciente de certos aspectos de sua estrutura dinâmica. Em
um grupo operativo, cada sujeito conhece e desempenha seu papel específico,
de acordo com as leis da complementaridade" (p. 53). Com diz Libâneo
(2001), a participação é fundamental por garantir a gestão democrática da

56
escola, pois é assim que todos os envolvidos no processo educacional da
instituição estarão presentes, tanto nas decisões e construções de propostas
(planos, programas, projetos, ações, eventos) como no processo de
implementação, acompanhamento e avaliação. Finalizando, cabe perguntar:
como estamos trabalhando, no sentido do desenvolvimento de grupos
operativos, onde cada sujeito, com sua subjetividade, possa contribuir na
reconstrução de uma escola de que precisamos?

CONCLUSAO

O currículo tem intenções diversas, pois ele pode incluir ou excluir as


pessoas dentro de uma trajetória escolar. Desse modo, não há como exercermos
nossas práticas educacionais sem ter um currículo pré-estabelecido, uma vez
que ele é a concretização do plano cultural da educação.
Assim, o currículo está ligado ao planejamento escolar, pois este é a
organização metodológica dos conteúdos que serão desenvolvidos na sala de
aula. Por isso, o professor deve planejar sempre suas aulas para que haja uma
relação entre ele, o aluno e o objeto do conhecimento.
Dessa forma, o professor deverá mudar o paradigma pedagógico,
planejando suas aulas voltadas à realidade e necessidade dos educandos, para
que de fato haja reflexão e conhecimento dos conteúdos que estão sendo
discutidos em aula.
A discussão na área curricular é uma compreensão dialética, situada em
um contexto mais amplo que é o planejamento das aulas do professor, que fará
a diferença na construção do conhecimento do educando. Assim, o currículo
precisa ser revisitado o tempo todo para fortalecer a gestão democrática da
escola e garantir qualidade social da educação, bem como transmitir
conhecimentos.

57
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