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Cerimônia de apresentação da Ordem Demolay

em homenagem às mães
- O menino e a mãe -

Escrita por Thiago Paulo Carvalho Silva, Sênior DeMolay do


Capítulo Waldemar Barbosa nº484 da Ordem Demolay para o
Brasil, de Boa Esperança, Minas Gerais, em Abril de 2012.

A ideia inicial desta cerimônia é que seja apresentada por dois


DeMolays, um mais velho e outro mais novo, simbolizando serem eles o
passado e o futuro de um mesmo jovem Demolay. O primeiro é um
demolay recém-iniciado, pré-adolescente, enquanto o segundo já é um
demolay mais experiente, próximo da maioridade. Se estes puderem ser
irmãos de sangue poderá dar uma maior valorização para a cerimônia, mas
caso isso não seja possível, deve-se procurar designar dois DeMolays com
diferença considerável de idade.

Partes exigidas:

- Demolay mais novo (DN)

- Demolay mais velho (DV)

Enfeites exigidos:

Livro Sagrado aberto sobre o Altar


Livros Escolares no canto Nordeste do Altar
Sete Castiçais e velas acesas

Cerimônia de homenagem às mães: O menino e a mãe - Escrita por Thiago Paulo


Carvalho Silva - CID: 47083 - email: tpaulosilva@hotmail.com - Cap. Waldemar Barbosa nº 484
da Ordem Demolay para o Brasil, Boa Esperança, Minas Gerais. Revisão: Ir. Alyssom L. Costa.
O Demolay mais novo encontra-se próximo ao altar, enquanto o
Demolay mais velho aguarda de fora da sala capitular. As luzes são
diminuídas, deixando-se apenas uma leve iluminação.

DN - Já estou aqui nesta jornada há algum tempo. Tive o privilégio de me


tornar um Demolay, e hoje estou no início do meu caminho rumo à
maioridade. Mas há ainda muito que percorrer. Deixei ontem a infância, a
manhã de minha vida, e ainda sem as cicatrizes da vivência, eu poderia
estar caminhando sozinho no escuro.

Mas não, antes mesmo de conhecer esse mundo impuro e cheio de


incertezas, já havia alguém aqui preparando todos os detalhes para que
minha passagem por essa terra pudesse ser a mais segura possível.

E com as dores de um sofrimento inigualável, eu nasci, e desde


aquele primeiro momento, ela me pegou no colo, olhou naqueles olhos
miúdos, cheios de medo, e disse: Meu filho, eu te amo!

Mesmo não compreendendo ainda suas palavras, uma calmaria


tomou conta de mim, e a partir daquele instante, eu vi em seu colo um local
seguro, um refúgio de tudo que pudesse me atingir.

Quando falei “mãe!” pela primeira vez, ela chorou de felicidade.


Quando tentei andar e cai, ela me levantou. Disse não para mim, e aprendi
que nem tudo que queremos nessa vida podemos ter.

Muito antes que a Ordem Demolay me ensinasse a ser um homem


cortês (segura a vela da cortesia) ela já me dava lições, ainda me castiga às
vezes, mas sempre com medo de que seu filho não se torne justo e de bom
caráter.

Com suas mãos sobre as minhas ela me ensinou a rezar (ajoelha de


frente ao altar e coloca ambas as mãos sobre a bíblia sagrada). Um
Cerimônia de homenagem às mães: O menino e a mãe - Escrita por Thiago Paulo
Carvalho Silva - CID: 47083 - email: tpaulosilva@hotmail.com - Cap. Waldemar Barbosa nº 484
da Ordem Demolay para o Brasil, Boa Esperança, Minas Gerais. Revisão: Ir. Alyssom L. Costa.
homem de bem não pode se considerar supremo sobre o si, ele deve
acreditar em um ser superior, e minha mãe sempre temeu que eu me
afastasse de Deus, me tornando impuro e indigno. Por isso me ensinou a
orar e agradecer a Ele por tudo aquilo de bom que recebi, mal sabe ela, que
desde então, o agradeço todas as noites por ter colocado uma linda mãe em
minha vida. (levanta-se)

Com ela estou aprendendo que devo priorizar aquilo que os livros
escolares (segura os livros escolares) têm de mais belo: a educação. Minha
mãe daria a própria vida para que eu pudesse receber a melhor educação
possível, ela doaria um braço se fosse necessário, tudo para que eu possa
ter o que talvez ela não tenha tido quando jovem.

Mas o tempo é cruel, é covarde, e a cada segundo passado no relógio,


aumenta uma agonia no coração de minha mãe, pois logo sentirá uma dor
tão terrível quanto aquela que sentiu no parto, no momento em que eu
seguir sozinho para o mundo e deixá-la...

(Neste momento o demolay mais novo que estava apresentando deixa


a sala capitular com as luzes diminuídas ao máximo e o demolay mais
velho entra, ao mesmo tempo em que as luzes aumentam, voltando à
claridade inicial)

DV - E eu caminhei, a passos retos e firmes, pelo sul, e hoje estou cada


vez mais próximo da maioridade. Aprendi muito durante todo esse tempo
com a Ordem e com minha mãe.

As sete virtudes representadas por essas velas diante de vocês, não


foram passadas a mim apenas pela Ordem Demolay. Não, minha mãe não
mediu esforços em minha educação, e sem saber, ajudou-me a absorver os
belos princípios que estas virtudes têm em si.

Cerimônia de homenagem às mães: O menino e a mãe - Escrita por Thiago Paulo


Carvalho Silva - CID: 47083 - email: tpaulosilva@hotmail.com - Cap. Waldemar Barbosa nº 484
da Ordem Demolay para o Brasil, Boa Esperança, Minas Gerais. Revisão: Ir. Alyssom L. Costa.
(A cada virtude mencionada ele vai segurando o candelabro
correspondente)

O patriotismo: Lembro-me que me repreendia quando jogava lixo na


rua ou estragava um bem público, hoje voto com consciência e já até me
alistei ao exército, e estou pronto para dar minha vida ao país caso seja
necessário.

A pureza: Eu já não tenho aquela pureza de um menino, minha mãe,


mas sempre terei na sua imagem e nos valores que me passou, um estímulo
para me afastar de tudo que é sujo e desrespeitoso.

A fidelidade, o companheirismo e a cortesia: Três virtudes que com o


tempo aprendi espelhando em você e em suas repetidas lições, além da
Reverencia Pelas Coisas Sagradas, que como dito, fui apresentado
primeiramente pela minha mãe, e graças a esta virtude, tenho no pai
Celestial toda minha fé.

Por fim me vejo diante desta vela, a primeira virtude da Ordem


Demolay. O que ela representa pra mim? E porque ela parece tão brilhante
neste dia de hoje?

Essa chama é a representação de um amor, que aquece a


humanidade, ela é como o sol, que com seu calor gerou toda vida na terra, e
não bastando sua função, tão importante, nos presenteia todos os dias com
uma beleza imensurável, do amanhecer ao por do sol.

É assim que vejo o Amor Filial, uma virtude fundamental para o meu
existir e ao mesmo tempo magnífica em sua beleza e valor.

Mãe, me tornei o que sou hoje graças a você! Desculpe-me pelos


erros e pelas brigas sem sentido, é da natureza do homem não dar valor
naquilo que lhe é mais importante.

Cerimônia de homenagem às mães: O menino e a mãe - Escrita por Thiago Paulo


Carvalho Silva - CID: 47083 - email: tpaulosilva@hotmail.com - Cap. Waldemar Barbosa nº 484
da Ordem Demolay para o Brasil, Boa Esperança, Minas Gerais. Revisão: Ir. Alyssom L. Costa.
Talvez eu não tenha me tornado aquilo que você sempre sonhou, mas
se sou algo nesta vida é graças ao seu incentivo e empenho.

Os anos me fizeram crescer minha mãe!

(O Demolay mais novo entra na sala capitular)

DN - Mas ainda tenho em mim aquele olhar de uma criança!

(Ambos vão se movimentando lentamente até estarem frente a frente


um do outro em uma posição próxima ao assento de sua mãe(s))

DV - O tempo me fez maduro.

DN - Mas nunca é tarde para pedir um colo!

DV - Entenda como um paradoxo.

DN - Como dois reflexos de uma mesma imagem.

DV - Pode me olhar como homem.

DN - Ou como um menino.

(Vão caminhando em direção de sua(s) mãe(s) para que a última


frase seja feita de frente a ela(s))

DV - Mas uma coisa jamais irá mudar...

DN - Meu amor por você!

DN e DV - EU TE AMO MÃE!

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Carvalho Silva - CID: 47083 - email: tpaulosilva@hotmail.com - Cap. Waldemar Barbosa nº 484
da Ordem Demolay para o Brasil, Boa Esperança, Minas Gerais. Revisão: Ir. Alyssom L. Costa.

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