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RESUMO
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Parte da dissertação intitulada “Sankofa, Políticas Públicas e Interseccionalidade: um estudo sobre
Matilde Ribeiro, uma mulher negra na gestão da SEPPIR (2003 A 2008)”, defendida no contexto do ao
Mestrado Profissional em Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE, da Faculdade
de Educação – FE, da Universidade de Brasília – UnB, em 24 de novembro de 2020, sob a orientação da
Profa Renísia C, Garcia Filice.
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Matilde Ribeiro, revelou-se como opera uma perspectiva coletiva e de
comprometimento que extrapola o cargo de gestora, e que integra as ações públicas às
ações políticas, e impulsiona a atuação de outras mulheres negras ao redor do Brasil. Ou
seja, concluiu-se que, devido a Interseccionalidade compor a crítica ao patriarcado e ser
um conceito que prevê informar, desconfigurar e reconfigurar como os “sistemas
discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de
mulheres, raças, etnias, classes e outras” (CRENSHAW, 2002), ela está ligada aos
objetivos da “analítica da decolonialidade” de Maldonado-Torres (2018). A
decolonialidade informa/forma o poder e o saber, nos levando a compreender como se
dá a decolonialidade do Ser, e que não podemos mais estar submissos(as) às violências
que nos são impostas. E, temos arcabouço teórico e prático para isto - descolonizarmos-
nos.
INTRODUÇÃO
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Tanto a segunda autora tem uma larga experiência na temática racial quanto a mestra que desenvolve a
pesquisa que fundamenta esse texto, ambas participaram da articulação política de coletivos de mulheres
negras brasileiras que visam a elaboração e acompanhamento da operacionalização de políticas de ação
afirmativa. Thanísia, igualmente, atua em meio à coletivos representativos da juventude negra brasileira.
Renísia C. Garcia-Filice é pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) e líder do Grupo
de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e de Gênero
(GEPPHERG), ambos da Universidade de Brasília (UnB), no qual Thânisia Cruz é investigadora, alem de
articuladora na Articulação Nacional de Negras Jovens Feministas (ANJF).
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Thânisia Cruz participou dessa escola. Primeiramente, em 2017, na presença de Angela Davis e Gina
Dent. Na segunda ocasião, em 2018, na presença de Isis Conceição, Kimberlé Crenshaw e outras
professoras negras que escrevem a história decolonial global. Além disso, realizou diálogos com Paulina
Chiziane, quando esteve a trabalho no Festival Latinidades (DF), em 2014, e com Patrícia Hill Collins em
reunião com estudantes negros na Universidade de Brasília (UnB), em novembro de 2016. O que nos
aponta que esse texto é resultado do que acontece, é tomado como ponto de construção científica e, aos
poucos, vai sendo registrado. Esse contato entre mulheres negras ao redor do mundo revisa o passado e
constrói novas possibilidades, como vamos ler nos próximos parágrafos. Assim, não é presunção dizer
que somos nós que construímos a história agora.
temos a pretensão de dar conta da potência do conceito nestas poucas linhas. Fica como
sendo uma sugestão de leitura.
Feitas estas considerações sobre a interseccionalidade e sua potencialidade para
lançar luz sobre percursos e práticas de segmentos e demandantes de políticas públicas
em termos de gênero, raça, classe, geração e outros marcadores sociais, e que compõem
problemas públicos de grande complexidade, posto se comprometerem com a redução
das desigualdades sociais, raciais e de gênero; sentimos a necessidade de situar no
âmbito da colonialidade alguns impeditivos no contexto do reconhecimento destas
assimetrias, seja no campo das públicas, ou não.