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Evangelização
de Adolescentes
Ministério para Crianças e Adolescentes de São Paulo
Cartilha para
Evangelização
de Adolescentes
Ministério para Crianças e Adolescentes de São Paulo
Páginas: 36
ISBN: 978-65-997557-5-0
1ª Edição - 2022
SpirituS
e d i to r a
Que assim seja! Que desça sobre nós o Espírito Santo de Deus e nos dê ousadia
para evangelizar sem medo!
“Quem é você se não levanta e se põe de pé para defender o que acredita? Viva
Cristo Rei!” São José Sanchez Del Rio – mártir aos 14 anos
Introdução........................................................................ 13
O que é a Adolescência?.................................................... 15
Desenvolvimento Espiritual................................................. 19
Grupo de Partilha.............................................................. 31
Introdução
Este material de apoio foi construído com oração, escuta em Deus, partilha com
evangelizadores e estudo. O desejo é que esta cartilha o ajude a levar o Cristo vivo e res-
suscitado a cada adolescente. Que os adolescentes tenham uma experiência com Jesus e
passem a segui-Lo como verdadeiro discípulo.
Este material nasceu diante de uma grande necessidade de evangelização dos ado-
lescentes da atualidade. Visto a escassez de material para evangelização dos adolescentes
dentro dos grupos de oração, surge esta cartilha.
Convidamos o leitor a olhar os adolescentes sob uma ótica diferente, não só como
se a adolescência fosse uma simples fase que vai passar, mas olhar para ele e a adoles-
cência com o auxílio da Virgem Maria. Que nossa Mãe nos ajude a vermos os adolescentes
como Ela viu Jesus na adolescência. E que tenhamos seu auxílio para educá-los com o
amor com que Ela educou Jesus.
Para uma nova geração, uma nova Evangelização!
O que é a
adolescência?
Nos tempos passados, a adolescência seria definida como uma sala de espera do
mundo adulto: os adolescentes brincavam de boneca, carrinhos, soltavam pipa... Hoje, as
atividades oferecidas são muitas e bem diferentes, por isso é preciso estar atentos à nova
geração. É necessário entender que se está em um mundo moderno e tecnológico, pois do
contrário não se consegue alcançar os adolescentes.
Adolescência vem do latim “adolescentia”, que significa período de crescer, de de-
senvolver-se. Trata-se de um período de muitos conflitos interiores e exteriores, uma fase
de muitas crises por conta das constantes mudanças; é como um segundo nascimento
psicológico.
Já a palavra “puberdade” é usada para indicar o início da Adolescência; deriva do
latim “pubertate”, isto é, idade viril; também significa cobrir-se de pelos na região púbica.
Embora a puberdade seja uma experiência basicamente biológica, tem efeitos a outros
níveis: psicológico, intelectual, social e espiritual.
Esta fase, conforme Griffa e Moreno (2012)1 é, inevitavelmente, acompanhada por
sentimentos que influenciam o modo como o adolescente vê a si próprio e como responde
aos outros. Ela não pode ser definida como uma mera fase de adaptação, mas sim como
um período muito importante e decisivo do ciclo vital, em que a pessoa atinge a maturi-
dade e independência psicológica para inserir-se no mundo social sem a interferência da
família. Veremos a seguir o que cada nível contempla.
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Tais mudanças representam uma verdadeira metamorfose, capaz de amedrontar
o adolescente, que teme o novo. Nessa fase fica visível a perda do corpo infantil, pois as
mudanças são bruscas, o que pode provocar perda de confiança no próprio corpo, no do-
mínio de suas funções e estranheza.
De acordo com Nelsen (2015)2, apesar da visível mudança corporal, o mesmo não
acontece com sua personalidade, ou seja, o adolescente tem um corpo adulto, porém sua
personalidade ainda está sendo construída, quer dizer, a mudança do corpo faz com que
o adolescente deixe sua identidade infantil e busque uma maturidade que ele mesmo não
sabe bem qual é. Veremos, a seguir, o reflexo dessa busca.
Estas se definem como nítida busca do “eu”, descoberta de quem eu sou e quem
eu não sou, ou seja, a construção da identidade e personalidade, o que obviamente gera
grandes conflitos interiores e afetivos, confusão e descontrole. Todas essas buscas e mu-
danças resultam num recorrer ao uso de defesas e comportamentos extremos. Os sinto-
mas naturais dessas alterações emocionais são:
Procura de si mesmo;
Tendência grupal;
Rebeldia juvenil;
Tendência à ação;
Separação progressiva dos pais;
Flutuação de humor e estado de ânimo;
Necessidade de fantasiar e intelectualizar;
Crise religiosa, preocupação metafísica e ética;
Evolução do autoerotismo para a heterossexualidade3
Desorientação temporal: as urgências são enormes e os adiamentos irra-
cionais;
Para Griffa e Moreno (2012), quando criança, o indivíduo interpreta ser no mundo
por aquilo que lhe é dado, não tanto pelo que é apropriado. Já na adolescência ele precisa
descobrir o seu novo lugar no mundo para desenvolver-se como pessoa. É uma fase de
ambivalências, vacilações e contradições.
A tendência a questionar as autoridades, desconfiar das relações é algo natural,
mas ao mesmo tempo o adolescente tem a necessidade de BUSCAR respostas, e tentar
encontrar o sentido de tudo. Só o ser humano é capaz de questionar sobre seu próprio ser
e o sentido do viver. Questionar-se é essencial para que se possa dar passos em direção
do seu DEVER como pessoa4.
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O adolescente se percebe como diferente dos demais e por isso acaba focando
em si mesmo. É típico expressões como: “se eu estou bem, não importa o outro”; “se eu
gosto tem que ser desse jeito”; “não importa o que os meus pais falam”. Quando ele não
consegue olhar para nada além de si mesmo (egoísmo intenso) e quando não é bem dire-
cionada, essa tendência de voltar-se para si, pode afastá-lo dos valores e do real sentido,
e é quando o adolescente pode se encontrar em um verdadeiro vazio existencial.
Não só isso pode ser a causa deste sentimento, mas existe uma tendência maior,
por conta dos questionamentos e posicionamentos desta fase. É necessário prestar aten-
ção para os sintomas de ansiedade elevada, depressão, grande isolamento, ataques de
raiva, dentre outros comportamentos, porque podem ser sinais de que o adolescente pre-
cise de um auxílio maior para lidar com esses questionamentos.
A vida se torna plena de sentido, quando a pessoa consegue compreender seu
caráter de missão de vida. “Quando se tem na vida algum por quê, qualquer “como” se
pode suportar” (Nietzche)5. Mas para isso o adolescente precisa ir além de si mesmo, para
buscar as respostas dos questionamentos do seu ser e conseguir tomar as decisões com
autonomia.
O adolescente na sociedade6
5 apud Frankl, V. Psicoterapia e Sentido da Vida. São Paulo, Quadrante, 2016, p. 123)
6 Com base em GRIFFA, M. C.; MORENO, J.E. Chaves para a Psicologia do Desenvolvimento: adolescência, vida adulta, velhice.
São Paulo: Paulinas, 2012.
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sa forma. Quando o processo é elaborado de forma saudável acontece uma experiência
de reencontro.
Sendo assim, o que eles precisam é que a compreensão seja o primeiro passo para
que o adulto possa respeitar e acolher esses conflitos internos, que muitas vezes, nem eles
sabem lidar. Mesmo que eles tenham a tendência de buscar admiração por aqueles que
estão de fora (amigos, famosos), é importante manter a relação de acolhimento, para que
ao se questionarem consigam sentir admiração por aqueles que também estão próximos
(pais, família, educadores e evangelizadores).
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Desenvolvimento
espiritual
A fé católica é fundamental para a vida de todos, mas se destaca que na fase da
adolescência, na busca da construção da identidade e personalidade, ela faz total diferen-
ça, pois é uma fase de busca de sentido da vida, de descoberta de valores e de preocu-
pação ética!
Em Gênesis 1,27 a Palavra diz: “Deus criou o homem a sua imagem; criou-o à
imagem de Deus, criou o homem e a mulher”, ou seja, aqui está nossa identidade. Deus
criou então os homens e as mulheres. Tanto o homem quanto a mulher, cada um deles
exatamente como criados, são imagem e semelhança de Deus. A partir dessa verdade
(que é biológica também) se entende que quanto mais se conhece Deus, mais se conhece
e se descobre a si mesmo. O mesmo acontece com o adolescente: quanto mais o levar a
conhecer a Deus, mais se dá condições a ele de formar sua identidade e personalidade
aos moldes de Cristo.
Sendo assim se tem uma grande missão, fazer com que os adolescentes, sejam
discípulos de Jesus, através da evangelização. “Ide, portanto, e fazei que todas as nações
se tornem discípulos, ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei.” (Mateus 28,19-
20). A seguir serão apresentadas algumas situações e ferramentas que auxiliam nesse
caminho de evangelização diante da realidade que se vê dos adolescentes.
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ma de evangelizar, orientando-os sobre suas próprias atitudes, levando
-os a uma reflexão.
Ferramenta: promover roda de conversa (meninos; meninas; os dois
juntos); com profissionais; escritores; oficina de cinema sobre vida de
santos; visitas a seminários, casas religiosas, despertando o vocacional;
promover dia de desapego; dia de bondade.
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Aos pais e familiares
Ensinar que são livres e responsáveis: algo que é próprio do ser humano
como essência. É uma fase em que eles precisam ter consciência das
suas obrigações e responsabilidades, mas ao mesmo tempo são livres
para escolherem quais são os caminhos que querem seguir. Toda escolha
possui uma consequência e não necessariamente é punitiva, mas sim
com a visão de que por um caminho ele irá intensificar a melhor versão
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de si mesmo e por outro pode ter a direção contrária disso. É muito im-
portante que os pais tragam essas reflexões para que a partir daí o ado-
lescente desenvolva a autonomia para refletir por conta própria.
Ser gentil e firme, sem ser passivo e nem autoritário: gentileza é impor-
tante para demonstrar respeito por eles e a firmeza para mostrar respeito
pelos pais. À medida que os filhos crescem é necessário esclarecer quais
são os motivos daquelas exigências e atividades, transmitindo o amor, ca-
rinho, através da fala, mas também o cuidado com a firmeza necessária
em muitos momentos. Explicar tudo é ESSENCIAL. Frases como: “Porque
eu sou seu pai (ou mãe)”, para justificar as ordens trazem mais conflito
e raiva no adolescente.
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Como iniciar o grupinho de
oração para adolescentes?
Ressalta-se que o grupo de oração para Adolescentes nasce de um grupo de oração
para adultos. Os evangelizadores de crianças e adolescentes estão a serviço de Deus den-
tro do Grupo de Oração; sendo assim, o Grupinho de Oração para Adolescentes funciona
da mesma forma que o grupinho de oração para as crianças, porém com a linguagem
voltada para suas especificidades.
Enfatiza-se que em ambos os grupinhos, para crianças e para adolescentes, quem
conduz é o evangelizador do Ministério para as Crianças e Adolescentes, pois este conhe-
ce as particularidades da evangelização para cada faixa de idade. Abaixo destacam-se as
principais orientações para a criação de um Grupinho de Oração para Adolescentes:
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Estrutura de um grupinho de
oração para adolescentes
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Estrutura de retiro
para adolescentes
Atenção! O Encontro para Adolescentes só deverá ser realizado se for possível
manter um efetivo pastoreio pós-encontro. Do contrário será apenas mais um encontro na
vida deles. Nossa missão não é viver de encontros, mas criar oportunidades para que eles
mantenham viva sua experiência com Deus. Por isso a grande importância dos Grupinhos
de Oração e Grupos de partilha para os Adolescentes.
Passos
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O local precisa ter capacidade para acolher a quantidade de adolescentes, lem-
brando que a quantidade máxima é de 100 adolescentes.
As equipes de trabalho são de suma importância: são elas que tornarão o encontro
possível segundo a vontade de Deus. Portanto são fundamentais o empenho e dedicação
de todos antes, durante e pós-encontro. Lembrando que toda organização é de total res-
ponsabilidade do Ministério para as Crianças e Adolescentes, de acordo com sua instân-
cia, podendo contar com a ajuda dos outros ministérios.
São evangelizadores que vão dirigir o encontro e que não estarão nas equipes dos
adolescentes.
Equipes de serviço
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OBS: A participação de servos de outros ministérios dispostos a servir e viver a
unidade é fundamental.
A maioria dos adolescentes não trabalha e quem paga a sua inscrição para o en-
contro são os pais. Visando a participação do maior número de adolescentes, caso seja
necessário, sugere-se algumas ações que podem ajudar a diminuir o valor da inscrição e
não acarretam prejuízo financeiro.
Bazar da pechincha;
Manhãs de venda de sobremesas;
Venda de sorvetes, água, entre outros.
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Grupo de partilha
Objetivo
Objetivo específico
Levar os adolescentes ao encontro pessoal com Jesus Cristo, por meio da Palavra
de Deus, oração, dinâmica, brincadeiras, roda de conversa, e outras ferramentas, e que
desperte neles o desejo de santidade a ponto de experimentar que é possível ser santo nos
dias atuais.
Onde realizar
Algumas considerações
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Temas a serem trabalhados
Os temas para cada encontro precisam estar fundamentados no querigma, que tem
por finalidade levar o adolescente ao encontro pessoal com Jesus Cristo e dar condições
para que ele viva a santidade no seu dia a dia.
Estrutura do encontro
Desenvolvimento
Partilha
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Referências
GOMIDE P. I. C. Pais Presentes Pais Ausentes regras e limites. Rio de Janeiro: Vozes,
2004.
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