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Cadernos

IHUideias
ISSN 1679-0316 (impresso) • ISSN 2448-0304 (online)
ano 18 • nº 293 • vol. 18 • 2020

Mudança de paradigma
pós-crise do coronavírus
Fábio Carlos Rodrigues Alves
Cadernos
IHUideias

Mudança de paradigma
pós-crise do coronavírus
Fábio Carlos Rodrigues Alves
Doutor em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente - Universidade
de Araraquara - UNIARA

ISSN 1679-0316 (impresso) • ISSN 2448-0304 (online)


ano 18 • nº 293 • vol. 18 • 2020
Cadernos IHU ideias é uma publicação quinzenal impressa e digital do Instituto Humanitas Unisinos – IHU
que apresenta artigos produzidos por palestrantes e convidados(as) dos eventos promovidos
pelo Instituto, além de artigos inéditos de pesquisadores em diversas universidades e instituições
de pesquisa. A diversidade transdisciplinar dos temas, abrangendo as mais diferentes áreas do
conhecimento, é a característica essencial desta publicação.

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS


Reitor: Marcelo Fernandes de Aquino, SJ
Vice-reitor: Pedro Gilberto Gomes, SJ

Instituto Humanitas Unisinos


Diretor: Inácio Neutzling, SJ
Gerente administrativo: Nestor Pilz

ihu.unisinos.br

Cadernos IHU ideias


Ano XVIII – Nº 293 – V. 18 – 2020
ISSN 1679-0316 (impresso)
ISSN 2448-0304 (online)

Editor: Prof. Dr. Inácio Neutzling – Unisinos


Conselho editorial: MS Rafael Francisco Hiller; Profa. Dra. Cleusa Maria Andreatta; Prof. Dr. Lucas Henrique da Luz; MS
Marcia Rosane Junges; Profa. Dra. Marilene Maia; Profa. Dra. Susana Rocca.
Conselho científico: Prof. Dr. Adriano Naves de Brito, Unisinos, doutor em Filosofia; Profa. Dra.
Angelica Massuquetti, Unisinos, doutora em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade; Profa. Dra.
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doutor em Psicologia; Prof. Dr. César Sanson, UFRN, doutor em Sociologia; Prof. Dr. Gentil Corazza,
UFRGS, doutor em Economia; Profa. Dra. Suzana Kilpp, Unisinos, doutora em Comunicação.
Responsável técnico: MS. Ricardo de Jesus Machado
Imagem da capa: Lucio Bernardo Jr/Agência Brasília
Revisão: Carla Bigliardi
Editoração: Ricardo Machado
Projeto Gráfico: Impressos Portão

Cadernos IHU ideias / Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Instituto Humanitas Unisinos.
– Ano 1, n. 1 (2003)- . – São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2003- .
v.
Quinzenal (durante o ano letivo).
Publicado também on-line: <http://www.ihu.unisinos.br/cadernos-ihu-ideias>.
Descrição baseada em: Ano 1, n. 1 (2003); última edição consultada: Ano 11, n. 204 (2013).
ISSN 1679-0316
1. Sociologia. 2. Filosofia. 3. Política. I. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Instituto Hu-
manitas Unisinos.
CDU 316
1
32
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ISSN 1679-0316 (impresso)

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Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
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Mudança de paradigma
pós-crise do coronavírus

Changing the post-crisis of the coronavirus paradigm

Resumo

A sociedade mundial enfrenta a crise do coronavírus. Enquanto na


China, epicentro da crise entre fevereiro e março de 2020, começam as
discussões sobre a liberação do contingenciamento de pessoas, arrefe-
cimento das regras de quarentena e isolamento, liberação do comércio,
etc., na Itália, Espanha e Estados Unidos o número de pessoas infecta-
das e vítimas fatais da COVID – 19 começam a superar os números da
China. No Brasil, o Ministro da Saúde se digladia com o Presidente da
República, para tentar manter as regras de isolamento social e quaren-
tena indicadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), enquanto
este último insiste no discurso (por meio das redes sociais) de afrouxa-
mento das regras de isolamento social, conclamando correligionários a
deixar de seguir as determinações do Ministério da Saúde. Nesse con-
texto, começa a surgir na sociedade o entendimento de que haverá um
mundo diferente, uma nova sociedade pós-crise do coronavírus. Essa
nova coletividade, regional e mundial, passará a ser mais solidária, mais
humana, mais preocupada com o desenvolvimento do ser humano do
que com o livre-mercado. Será que haverá uma evolução e caminhare-
mos para essa nova sociedade, diversa da atual? No presente texto
analisamos, pelo menos, quatro grandes crises, a crise do patriarcado,
a crise do meio ambiente, a exploração do homem pelo homem e a crise
da comunicação humana, objetivando se não respostas diretas, indícios
da possibilidade dessa nova sociedade e dos desafios para alcançá-la.
Palavras-chave: coronavírus, patriarcado, meio ambiente, explora-
ção, comunicação.

Abstract

World society is facing the coronavirus crisis. While in China, the


epicenter of the crisis between February and March 2020, discussions
about the liberation of contingency of people, cooling of the quarantine
and isolation rules, liberation of trade, etc., begin in Italy, Spain and the
United States. infected people and fatal victims of COVID - 19 start to ex-
ceed the numbers of China. In Brazil, the Minister of Health struggles with
the President of the Republic, to try to maintain the rules of social isolation
and quarantine indicated by the World Health Organization (WHO), while
the latter insists on the loosening discourse (through social networks) of
the rules of social isolation, calling on supporters to stop following the de-
terminations of the Ministry of Health. In this context, the understanding
begins to emerge in society that there will be a different world, a new soci-
ety after the coronavirus crisis. This new collectivity, regional and global,
will become more solidary, more human, more concerned with the devel-
opment of the human being than with the free market. Will there be an
evolution and will we move towards this new society, different from the
current one? In the present text we analyze at least four major crises, the
crisis of patriarchy, the crisis of the environment, the exploitation of man by
man and the crisis of human communication, aiming at if not direct re-
sponses, indications of the possibility of this new society and the chal-
lenges to achieve it.
Keywords: coronavirus, patriarchy, environment, exploration,
communication.
Mudança de paradigma
pós-crise do coronavírus

Fábio Carlos Rodrigues Alves


Doutor em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente
Universidade de Araraquara - UNIARA

Emergem no senso comum declarações sobre a vida pós-coronaví-


rus (COVID-19). Ainda que estejamos experimentando os efeitos da crise
do coronavírus, e suas nuances, como número de infectados, pessoas
fatalmente atingidas, as crises econômicas e sociais que vêm a reboque,
os indivíduos se esforçam para prever como a sociedade será após ces-
sada a pandemia em cotejo. Muitos acreditam que a sociedade não será
mais a mesma, outros opinam que passaremos a dar valor ao que importa
realmente (às pessoas ao invés dos bens materiais), enquanto alguns
acreditam que se iniciará um novo ciclo na humanidade, quase todos ten-
do como consenso que a sociedade mundial evoluirá a outro patamar.
Não é demais apontar a existência de muitas pessoas que estão no extre-
mo da situação causada pela crise, por exemplo, os profissionais de saú-
de envolvidos no tratamento da população infectada ou as pessoas que
estão mais preocupadas em garantir alimento para sua família em época
de escassez de renda, e não se debruçam sobre o futuro, pois o presente
já lhes é deveras inquietante.
Se a questão é que tipo de sociedade constituiremos após passada
a atual crise, ao direcionarmos o olhar para como estamos tratando da
própria crise (desde a primeira morte oficialmente confirmada, na China
em 09 de janeiro), quais políticas estamos adotando, qual o discurso dos
nossos líderes políticos, qual o posicionamento e atitude das pessoas
frente à crise, teremos indícios de qual sociedade seremos após a atual
7 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

pandemia. A hipótese por nós ventilada, que desenvolveremos neste tex-


to e que poderá inclusive ser refutada, é a de que pode até haver uma
mudança no modo de sentir e pensar das pessoas (não há como ser a
mesma pessoa depois de presenciar tantas mortes de semelhantes), mas
mudanças significativas objetivando a melhoria acentuada na qualidade
de vida das pessoas estão cada vez mais distantes. Na realidade, a hipó-
tese avizinhada é a de que quem despendeu dinheiro na crise (notada-
mente os Estados) ou de quem perdeu dinheiro na crise (corporações,
bancos, acionistas) vai cobrar a fatura.
Nesse diapasão, cumpre-nos salientar pelo menos três graves crises
que afetam o homem contemporâneo, a saber: a crise do patriarcado; a
crise do meio ambiente; a exploração do homem pelo próprio homem.
Essas crises desembocam em diversos outros colapsos, rupturas, confli-
tos entre os homens, como por exemplo, a crise do patriarcado se revela
na pretensa superioridade engendrada pelo homem (gênero homem, va-
lores masculinos) branco, europeizado (estendido também para os Esta-
dos Unidos) sobre a natureza, sobre a mulher. A crise do meio ambiente
é sentida por todos os seres humanos, muito embora, por razões diver-
sas, mas que quase sempre possuem interesses econômicos, seja nega-
da por parte da sociedade. A exploração do homem pelo homem, talvez
para muitos nem seja considerada uma crise, haja vista que o homem
sempre se amparou na escravização, na servidão e na exploração da
força do trabalho alheio para acumular riqueza. Ponto de reflexão, em
apertada síntese: essas três grandes questões da humanidade, quais se-
jam, a dominação do patriarcado, a exploração da natureza e a opressão
sobre outros homens, formam a base do Capitalismo. Este sistema eco-
nômico, que se reinventa (cada vez mais com auxílio do Estado, leia-se
dinheiro) a cada crise econômica, se tornou tão hegemônico no mundo a
ponto de sentimo-lo intrinsecamente ligado à própria ideia de Democra-
cia, esta como regime de governo.
Retrocedendo aos séculos XVIII e XIX, os Estados Unidos, repre-
sentados pela elite colonial, declararam independência em 1776, motiva-
dos pelas políticas ainda mais exasperantes impostas pela Inglaterra, que
enxergava nas Treze Colônias Inglesas uma fonte de financiamento dos
seus interesses. Em outras palavras, a burguesia inglesa, que passava a
conviver com a realeza, explorava o quanto podia suas colônias. Num
lapso temporal não muito distante, em 1789, a burguesia francesa, sob os
auspícios da tríade liberdade, igualdade e fraternidade, se impôs na Fran-
ça. E assim, inspirados por ideais iluministas, tidos como revolucionários,
e tendo a Revolução Industrial como norte, os ideais burgueses pavimen-
taram caminho para o Capitalismo em todo o mundo, ao mesmo tempo
8 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

em que o concretizavam à luz da propriedade privada e da acumulação


de riqueza, sob a dominação da natureza e exploração da força de traba-
lho humana.
Assim, o Estado Moderno foi criado para atender aos interesses da
burguesia, as Constituições Federais dos países foram forjadas sobre
princípios burgueses, como a propriedade privada, a igualdade formal, a
liberdade individual, afastando estrategicamente os ideais de coletivida-
de, de igualdade material e de liberdade plena. A história do Capitalismo
é a história da acumulação de riquezas para poucos, de relativo conforto
social e econômico para alguns e de miséria para muitos. Pensar em uma
nova sociedade pós-crise do coronavírus é repensar, reequilibrar, os di-
reitos sociais, econômicos e políticos, subtraídos de grande parte da po-
pulação pelo modo de vida burguês e capitalista.
Neste texto, lançamos outro desafio a ser superado pela humanida-
de: a crise da comunicação humana. O ser humano não consegue se
comunicar efetivamente, pensando na ideia de emissor – meio – receptor.
E as questões que emperram a comunicação são muitas e de naturezas
múltiplas: preconceitos, ideologias, interesses econômicos divergentes, a
coisificação do ser humano e a personificação da mercadoria, e agrava-
das pelas crises supracitadas (patriarcado, meio ambiente e exploração
do ser humano). Talvez, em apertada síntese, para superarmos as crises
que rondam a sociedade atual, e alcançarmos uma sociedade mais equi-
librada pós-coronavírus, teremos que enfrentar a nossa crise de comuni-
cação, internamente e entre países. A crise da comunicação humana
contribui para a declaração e manutenção de guerras, para a imposição
de tarifas alfandegárias díspares entre países, para a criação de embar-
gos econômicos para alguns países, dentre outras sanções desmedidas,
e, internamente, podemos elencar como consequência dessa crise a falta
de diálogo efetivo, honesto (no que tange a discussões que efetivamente
criem melhor qualidade de vida para as pessoas), entre o Poder Executi-
vo e o Poder Legislativo. Ou seja, como outra faceta do Capitalismo, a
crise da comunicação não afeta necessariamente a acumulação de rique-
za da burguesia (os Bancos quebram recordes de lucros em qualquer
cenário), mas contribui para a perpetuação da pobreza.
Não estamos propondo a implosão do Capitalismo, a priori. Para isso
teríamos que oferecer um sistema econômico que pudesse o substituir,
sem causar mais crises na humanidade, em outras palavras, o Capitalis-
mo, o modo de vida dessa sociedade (leia-se a nossa), está arraigado na
própria ideia de Democracia. As pessoas se amoldaram e estão, de certa
forma, confortáveis vivendo nesse sistema econômico: de forma geral,
vendem a única ferramenta que possuem, qual seja, sua força de trabalho
9 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

física ou intelectual; são (mal) remuneradas e têm ciência disso (são pou-
cos os trabalhadores que conseguem ter acesso a todos os direitos so-
ciais com base apenas em seu salário); consomem o que conseguem
comprar com seus vencimentos salariais, e para outras aquisições se en-
dividam; e estão cada vez mais individualizadas de seus semelhantes,
pois, apesar de vivermos todos nessa grande barca, nos esforçamos (via
redes sociais) em tentar demonstrar que somos diferentes, que adquirir-
mos marcas de produtos diferentes, que temos mais cultura ou que so-
mos mais sofisticados. Entretanto, para uma nova sociedade pós-corona-
vírus, uma sociedade mais livre, justa, solidária, teremos que repensar o
atual estágio do Capitalismo, enfrentar temas ásperos como o grave dis-
tanciamento monetário – econômico entre ricos e pobres, as chamadas
desigualdades sociais e econômicas, que permeiam nossa sociedade
desde a fundação do atual sistema econômico. Talvez regressar às polí-
ticas do Estado do Bem-Estar Social, e deixar de lado o atual Estado de
Exceção de direitos, que insiste em manter pessoas às margens do es-
pectro político.
Como superar a crise do Patriarcado? Antes, porém, de enfrentar
essa questão, vamos contextualizar, com fatos de nossa própria socieda-
de, como age o patriarcado branco e heterossexual. Para tanto, iniciamos
com a narrativa de fatos ocorridos no processo de impeachment da ex-
Presidente Dilma Rousseff, não para analisar o mérito do processo, mas
antes para trazer elementos de ação do patriarcado, no caso o nacional.
Paulo Roberto de Almeida (2008), em seu Pequena lição de Realpo-
litik, traça seu entendimento do significado de referido termo:
A rigor, trata-se de um simples cálculo utilitário, baseado nos interes-
ses primários de um país, um Estado, um indivíduo. Ela tende a con-
siderar os dados do problema e não se deixa guiar por motivações
idealistas, generosas ou “humanitárias” de tal decisão ou ação, mas
apenas e exclusivamente pelo retorno esperado de um determinado
curso de ação, que deve corresponder à maior utilidade ou retornos
possíveis para o seu proponente ou condutor da ação. (ALMEIDA,
2008, p.47).

Dessa forma, na realpolitik as considerações práticas do caso se


sobrepõem às questões ideológicas, nem que para isso o condutor da
ação desconsidere preceitos humanitários básicos. Desse modo, o pa-
triarcado político brasileiro nos ofereceu uma demonstração truanesca da
realpolitik no processo de impeachment de Dilma Rousseff, pois durante
a votação, nossos políticos justificaram seus votos a favor do impeach-
ment com afirmações: “Pela minha família, por Deus, pelos meus, voto
sim”, “Para me reencontrar com a história, voto sim”. Ou seja, implicita-
10 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

mente, ao justificar o voto por sua família, o legislador entende que Dilma
não representa a família brasileira? Ou, ainda, Deus não está com Dilma,
mas com ele? Ao votar sim, “pelos meus”, o legislador não cuida dos seus
interesses? Ou o outro congressista que vota sim para se “reencontrar
com a história”, com a história de quem, do poder patriarcal à frente da
Presidência da República? Ademais, muitos parlamentares carregavam
cartazes com os dizeres: “Tchau Querida!”, e eufóricos, aos risos e se
acotovelando para aparecer nas fotografias, fincavam sua bandeira do
patriarcado, ao passo que despejavam do Palácio do Planalto uma “intru-
sa”, uma mulher que ousou ser Presidente da República. Não obstante,
as informações acima constam de matéria da Revista Carta Capital de 20
de abril de 2016 (referências), mas, já em 18 de abril de 2016 a Revista
Veja trouxe matéria na qual denominava Marcela Temer (casada com o,
naquela época, vice-presidente Michel Temer) como “quase primeira-da-
ma”, e a conclamava como “bela, recatada e do lar”, cravando a ideia
misógina da imposição da beleza feminina como diferencial, da mulher
pudica como virtude e das “prendas do lar” como refúgio feminino.

Figura 01: Marcela Temer, por Bruno Poletti / Folhapress.

Saffioti (2008) ao articular as relações entre o patriarcado e as ques-


tões atinentes a gênero, sexo e o corpo, como condutores da própria mar-
ca cultural que se impõe, pronuncia:
O gênero, socialmente construído, se articula ao sexo, situado na
esfera ontológica orgânica. O pensamento cartesiano separou radi-
calmente o corpo da psique, a emoção da razão, gerando verda-
deiro impasse. Efetivamente, se a cultura dispõe de uma enorme
11 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

capacidade para modelar o corpo, este último é o próprio veículo da


transmissão do acervo cultural acumulado ou, mais simplesmente,
das tradições. (SAFFIOTI, 2008, p.46).

O patriarcado branco e heteronormativo estava a salvo: Michel Te-


mer assume a Presidência, e reintegra a figura da primeira-dama no Bra-
sil. Para se ter uma ideia, a matéria da Revista Veja publicada em 18 de
abril de 2016, uma ode à Marcela Temer, termina assim: “Michel Temer é
um homem de sorte”. Teoricamente, em sua intimidade, vida privada, so-
cial e profissional, Marcela Temer tem o direito de viver como lhe convier,
mas esse direito de ser livre para viver à luz de seus próprios preceitos,
seguindo sua intuição, vontade própria, desejos, sonhos, aspirações, pul-
sões, deve ser garantido a todas as mulheres, independentemente de
beleza (um conceito subjetivo, imposto pela indústria cultural), de recato
ou libertinagem, da profissão escolhida ou de ser ou não uma figura
pública.
Saffioti (2008) concluiu como o patriarcado se arrasta pelos
séculos:
(...) A história como processo, admitindo a utilização do conceito de
gênero para toda a história, como categoria geral, e o conceito de
patriarcado como categoria específica de determinado período, ou
seja, para os seis ou sete milênios mais recentes da história da hu-
manidade. (SAFFIOTI, 2008, p.54).

O processo de impeachment de Dilma Rousseff, notadamente do


gênero feminino, foi marcado pelo respeito? Não para chocar, mas antes
para ilustrar como o patriarcalismo se revela, com a agravante do ódio
que permeia a sociedade, Dilma foi chamada de “vaca” e “arrombada”,
durante os famigerados panelaços que antecederam o impeachment. De
que modo uma sociedade espera ser diferente, ser uma nova sociedade,
com a nobreza de princípios como justiça, solidariedade, igualdade mate-
rial, se não superar o patriarcalismo odioso que segrega, que humilha,
que cancela, que agride e mata mulheres?

Figura 02. Por Eduardo Homem de Carvalho, 2014.


12 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

Podemos elencar outros exemplos de misoginia advindos de agen-


tes políticos. Na realidade são dezenas de casos, mas, a seguir, vamos
trazer a lume dois casos envolvendo o mesmo agente político: o Presi-
dente da República, Jair Bolsonaro. Em junho de 2019, cumprindo deter-
minação judicial, Bolsonaro pediu desculpas à Deputada Federal Maria
do Rosário, via rede social Twitter, devido ao fato de tê-la ofendido em
2014, ao dizer que a referida deputada não merecia ser estuprada, já que
o então Deputado Federal, à época, a considerava “muito feia” e que a
mesma não fazia seu “tipo”. Abaixo segue Nota de Retratação do Presi-
dente Jair Bolsonaro, reproduzida pela Notícias UOL:

Figura 03: Nota de Retratação de Jair Bolsonaro para Maria do


Rosário. Notícias UOL.
13 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

Na retratação Bolsonaro afirma que “aproveito o ensejo para mani-


festar o meu integral e irrestrito respeito às mulheres”, e também que “já
no dia da minha posse como Presidente da República, o protagonismo foi
feminino, tendo a Primeira Dama discursado antes mesmo do Presidente,
com a naturalidade que tratamos essas questões em nossas vidas”. Teria
Bolsonaro se equivocado em 2014, se precipitado em seu debate ideoló-
gico com a Deputada Rosário, e sendo honesto em seu arrependimento
na nota de “retratação” de 2019? Ou, como cantou Cassia Eller, são “pa-
lavras apenas, palavras, palavras, palavra”?
O ano 2020, o mês março, o agente político Bolsonaro. Ao ser inda-
gado sobre o depoimento de Hans River (que trabalhou para uma empre-
sa de disparos de mensagens em massa) na CPI da Fake News e sua
relação como fonte da Jornalista responsável pela matéria que denunciou
a utilização do disparo em massa de mensagens por WattsApp na cam-
panha do Presidente, disse aos risos: “Ela queria um furo. Ela queria dar
um furo a qualquer preço contra mim”. Bolsonaro usa a palavra furo em
duplo sentido, aproveitando do significado de “furo” do jargão jornalístico,
ele diz que a jornalista queria lhe dar o furo, no sentido do orifício por onde
os humanos expelem excrementos, mas também conotando uma região
sexual. Não é preciso nos estendermos nesse ponto, tamanha a ofensa
perpetrada pelo Presidente da República, que se esconde nas sobras do
patriarcado, do sexismo, para ofender a honra e a dignidade de uma mu-
lher, de uma jornalista. Com atitudes como essas, seremos uma nova
sociedade após a crise do coronavírus?
A Constituição Federal de 1988 (CF / 88) traz, insculpida em seu
bojo, logo no artigo 1º, incisos II e III, dois fundamentos essenciais para a
formação e sustentação do Estado Democrático de Direito da República
Federativa do Brasil, quais sejam: a cidadania e a dignidade da pessoa
humana. Já o artigo 3º disciplina os objetivos fundamentais da República
Brasileira: construir uma sociedade livre, justa e solidária (inciso I), erradi-
car a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais (inciso III), e promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade (inciso IV). Nessa toada, o inciso I, do artigo
5º leciona que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”.
Se os agentes políticos que cumprem mandatos eletivos ou que per-
meiam o espetro político com poder de decisão sobre seus afiliados, se a
sociedade empresarial e civil, se debruçarem sobre esses mandamentos
constitucionais já poderemos ter um embrião de uma nova sociedade,
motivados pela superação do coronavírus ou por uma tomada de decisão
interna de cada nacional, ou ambos.
14 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

Para finalizarmos essa etapa do texto, na questão da crise do pa-


triarcado, trazemos um caso atual, ocorrido em março de 2020, que em-
bora possa se encaixar num caso clássico de manifestação do patriarca-
do, vai além e denota uma manifestação da superioridade branca, que
insiste em se considerar ascendente a outros seres humanos, e do racis-
mo que permeia nossa sociedade. O Jornal FSP publicou reportagem, e
a Revista Isto é reproduziu:
O empresário Rodrigo Branco, famoso guia de turismo de celebri-
dades, chegou aos assuntos mais comentados do Twitter após se
envolver em uma polêmica. Ele fez comentários racistas na segun-
da feira (30) contra a apresentadora Maju Coutinho e a participante
Thelma, do Big Brother Brasil 20. As informações são do jornal Folha
de S. Paulo. Por meio de uma live no Instagram, Rodrigo Branco,
participou de uma conversa com a influenciadora digital Ju de Paula
e disse que “torcer por Thelma é racismo”, e que sua torcida existe
apenas porque “ela é negra coitada”. “É a mesma coisa que falo da
Maju Coutinho. Ela é péssima, é horrível. Eu assisti hoje e ela fala
tudo errado. Ela só está lá por causa da cor”, afirmou. “Ela não tem
uma carreira, ela nunca foi repórter de campo, ela fala tudo errado
e eu como diretor de TV, vou te falar, ela lê o TP errado”. (ISTO É).

Se pretendemos uma nova sociedade pós-crise do coronavírus, uma


sociedade “melhor”, precisamos, urgentemente, começar a tratar as pes-
soas com mais respeito, com mais dignidade, ter mais capricho nas rela-
ções interpessoais e sociais. Não é apenas ter mais tolerância, mas an-
tes, entender majoritariamente que o outro ser humano é tanto ser
humano como nós mesmos. Episódios grotescos, e sutis, de manifesta-
ção do patriarcado, e de seus afluentes, como o sexismo, a misoginia e o
racismo, não podem, evidentemente, fazer parte desta pretensa nova so-
ciedade. Estamos preparados para superar essas mazelas existenciais,
historicamente arraigadas em nossa sociedade?
Nessa toada, passaremos a analisar a crise do meio ambiente, como
obstáculo a uma nova sociedade, esperada após a passagem da pande-
mia do coronavírus. De proêmio trazemos a literalidade do artigo 225 da
CF / 88, como um marco legal para superarmos referida crise:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (CONSTITUI-
ÇÃO FEDERAL, 1988).

Os parágrafos e incisos do artigo 225 da CF / 1988 trazem uma série


de regramentos jurídicos e possibilidades de implementação de políticas
15 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

públicas, objetivando ao Poder Público assegurar a efetividade do direito


ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Não há dúvidas que cum-
prindo as diretrizes do supracitado artigo e seus seguintes iniciaremos
uma nova era no que tange à superação da crise do meio ambiente. Não
é tão simples assim? O meio ambiente é ainda mais complexo? Além da
CF / 88, o país possui uma série de leis que cuidam do meio ambiente,
dos recursos hídricos, dos minerais, dos povos nativos que habitam polos
de conservação ambiental, mas, para citarmos uma Lei neste momento,
elencamos a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que inclusive
estatui em seu artigo 2º: “A PNMA tem por objetivo a preservação, melho-
ria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando asse-
gurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”.
Vamos nos debruçar sobre discursos, práticas e políticas implemen-
tadas nos últimos anos que são verdadeiros exemplos do que não fazer
ao meio ambiente. O rol de procedimentos desrespeitosos ao meio am-
biente é grande: os rompimentos das barragens de mineração em Maria-
na (2015) e Brumadinho (2019), ambas no Estado de Minas Gerais, de-
monstrando uma subfiscalização por parte do Poder Público; o avanço
das queimadas na Amazônia e consequentemente o avanço do gado bo-
vino e da monocultura em áreas de floresta; a sanção presidencial à nova
Lei do Licenciamento Ambiental, aprovada no apagar das luzes do ano de
2019; o contumaz desrespeito a áreas de biodiversidades nacionais, co-
mo o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pantanal, a Caatinga. O Mangue e o
Pampa; os discursos do Ministro do Meio Ambiente e do seu chefe direto,
o Presidente da República, que insistem em sobrepor as políticas econô-
micas à preservação do meio ambiente, se distanciando do diálogo ur-
gente em efetivar políticas públicas que assegurem a preservação do
meio ambiente que nos restou.
A política econômica não pode mais desconsiderar o desenvolvi-
mento sustentável, pois ao fazê-lo estar-se-á decretando o suicídio políti-
co-econômico, haja vista que as nações europeias cada vez mais restrin-
gem seus negócios e a possibilidade de aportes financeiros aos países
que cumprem fielmente as políticas internas e internacionais de preserva-
ção do meio ambiente, como por exemplo o Acordo de Paris. Um estudo
denominado “A ameaça da barganha política para a mitigação climática
no Brasil”, assinado por pesquisadores da Coppe / UFRJ, UFMG e UnB,
e publicado na Nature Climate Change, se inicia de forma emblemática:
Em troca de apoio político, o governo brasileiro sinaliza com o au-
mento do desmatamento a proprietários de terra, colocando em risco
16 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

a contribuição do país para o Acordo de Paris. (VALOR ECONÔMI-


CO, 2020, s/n)

Segue o estudo informando que no pior cenário, ou seja, se o Gover-


no Federal e o Ministério do Meio Ambiente insistirem em políticas de
degradação do meio ambiente, ainda que o discurso seja pela preserva-
ção, o déficit provocado por este recuo ambiental do atual Governo Bolso-
naro, mas iniciado nos Governos Dilma Rousseff e Michel Temer, pode
chegar a US$ 5 trilhões até 2050.
É o quadro em que a governança é fragilizada ao extremo, o desma-
tamento explode e o Brasil tem que comprar créditos de carbono no
exterior para cumprir sua parte no esforço global de reduzir a emis-
são de gases-estufa. (VALOR ECONÔMICO, 2020, s/n ).

O estudo supracitado, publicado em uma das revistas de maior reno-


me na área científica sobre a mudança do clima no mundo, informa que a
barganha política, iniciada no Governo Temer (que para garantir o impea-
chment de Dilma Rousseff e apoio político adotou práticas insalubres ao
meio ambiente), passou por assinatura de medidas provisórias e decretos
que reduziram as exigências para o procedimento de licenciamento am-
biental, e suspenderam a demarcação de terras indígenas, abrindo cami-
nho para os grileiros de terras adentrarem em áreas desmatadas ilegal-
mente. A bancada ruralista no Congresso Nacional não mede esforços
para garantir terras para o agronegócio, que representa boa parte do PIB
brasileiro, mas produz commodities para exportação.
Veja abaixo quais são os 10 produtos mais exportados pelo Brasil em
2019, segundo informações do ComexVis.

Soja: representa 12% no total de exportações para o ano de 2019


(US$ 26 bilhões). A China comprou 79% da soja exportada pelo
Brasil.

Petróleo: Com uma receita de US$ 24 bilhões, a China é a principal


compradora dos “óleos brutos de petróleo”, seguida pelos Estados
Unidos.

Minério de Ferro: receita de US$ 22 bilhões, comprado pela China


como matéria prima na produção do aço.

Celulose: extraído das nossas árvores e madeiras, com receita de


quase oito bilhões.

Milho: Japão, Irã e Vietnã foram nossos principais compradores em


2019, receita de aproximadamente 7,5 bilhões de dólares.
17 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

Carne de Bovino: China e Hong Kong foram os principais comprado-


res em 2019, mas são diversos os destinos de nossa carne bovina.

Carne de Frango: China, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes


estão entre os principais importadores da carne de frango brasileira.

Demais produtos manufaturados: representa US$ 6 bilhões das ex-


portações nacionais.

Farelo de Soja: e resíduos da extração de óleo de soja, receita de


aproximadamente US$ 6 bilhões.

Café: Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão estão entre os maio-


res compradores do café brasileiro. (FAZCOMEX)

Abaixo, quadro resumo das exportações brasileiras em 2019.


(FAZCOMEX)

Figura 04. Quadro Resumo Exportações Brasileiras em 2019.


FAZCOMEX.

Observando a lista dos produtos mais exportados pelo Brasil em


2019, notam-se alguns pontos: dentre os dez produtos mais exportados
em 2019, nove são commodities, ou seja, matérias-primas que serão pro-
cessadas, industrializadas em outros países, para consumo local ou para
serem importadas pelo Brasil. Esse é um ponto nevrálgico da nossa aná-
lise, em relação à degradação – consumo de recursos naturais brasilei-
ros. A soja, a celulose, o milho, as carnes bovina e de frango, o farelo de
soja e o café, ou seja, sete dos dez produtos mais exportados pelo Brasil,
representam a exportação de água. Imagine-se o consumo de água para
produzir todas essas toneladas exportadas desses produtos? Ademais,
imagine-se a quantidade de terras cultiváveis para garantir essa produ-
ção? Não sem motivos o Governo Federal cede à Bancada Ruralista e
aos interesses do agronegócio para a exploração de terras tidas como de
preservação ambiental, à grilagem de terras, ao avanço em terras indíge-
18 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

nas. E não é só isso: dos produtos exportados, a soja, a celulose e o fare-


lo de soja sequer fazem parte da alimentação do brasileiro, a soja por
questões culturais, a celulose por não ser digerível pelo ser humano e o
farelo de soja por ser um subproduto. Não sem razão o leitor pode estar
se perguntando: devasta-se o meio ambiente, consomem-se quantidades
abissais de água, para que alguns proprietários de terras enriqueçam? Ou
ainda, se ao invés de plantar soja (que é exportada para engordar o gado
europeu e estadunidense), o agronegócio cultivasse mais alimentos que
fazem parte da alimentação básica do brasileiro, como o arroz, o feijão, a
carne bovina e de frango, os preços desses itens não reduziriam? Dimi-
nuiríamos a quantidade de pessoas que passam fome no Brasil se nosso
agronegócio se voltasse à produção de alimentos para o mercado
interno?
Para avançarmos em uma sociedade livre, justa e solidária, com me-
nores desigualdades sociais, menos distanciamento econômico e social
entre ricos e pobres, com igualdade de oportunidades, pós-crise do coro-
navírus, será preciso assegurar que o meio ambiente não seja mais de-
gradado do que já foi. Isso implica diminuir o avanço do agronegócio nas
florestas adentro, diminuir as queimadas ilegais nas diversas biodiversi-
dades existentes no país, reduzir a emissão de gases que contribuem
para o efeito estufa e o aquecimento global, respeitar os nativos e, para
ficar somente nestas premissas, garantir alimentação básica a todos os
brasileiros e isso significa dizer que todos os cidadãos residentes no Bra-
sil realizarão pelo menos as três principais refeições, diariamente. É uto-
pia? Nem tanto, se imaginarmos que a nova sociedade que queremos
pós-crise do coronavírus se lastreará no princípio da dignidade da pessoa
humana; no tratamento igual para os iguais e desigual para os desiguais,
contribuindo para a fruição da igualdade material, na fruição dos bens da
vida.
Qual o tamanho do desafio para superar a crise do meio ambiente?
Com a manchete “Grileiros, madeireiros e garimpeiros não fazem Home
Office”, o Neo Mondo, publicado pelo Jornal Estadão, apresenta dados
para nos fazer refletir sobre a grave crise do meio ambiente na Amazônia
e a possibilidade de extinção de grupos inteiros de indígenas afetados
pelo coronavírus.
Na esteira dos impactos econômicos e da insegurança gerada nos
mercados em meio à pandemia global, em apenas três meses o pre-
ço do grama de ouro subiu quase R$ 100,00, passando de R$ 197,54
em dezembro de 2019, para R$ 268,17 no final de março de 2020.
Estamos já testemunhando uma nova corrida ao ouro, que trará con-
19 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

sequências inestimáveis à floresta e a seus povos. (NEO MONDO,


2020, s/n).

A matéria segue, informando que o Governo Bolsonaro contribui pa-


ra a acentuação da quantidade de garimpos, pois atende aos interesses
do setor mineral, liberando a exploração de minérios em terras ocupadas
pelos índios e regularizando garimpos ilegais. O Estado de Exceção bra-
sileiro contribuindo para o negligenciamento da saúde dos povos que cui-
dam das florestas, colocando, mais uma vez, os interesses econômicos à
frente da vida humana.
As crises pelas quais o mundo passa, que no presente texto reduzi-
mos a três, de modo a ter espaço hábil para discussão e contextualiza-
ção, se entrelaçam entre si, ou seja, apesar de serem epistemologica-
mente distintas, de possuírem definições próprias, se encontram, se
completam. Assim, o patriarcado pode ser entendido como um gênero de
dominação, que desemboca, influencia e motiva a degradação do meio
ambiente, e a secular exploração que um tipo de homem (o patriarca,
homem, branco, europeizado) perpetra sobre outros homens. Assim há
que se mencionar os valores masculinos e os valores femininos que po-
dem contribuir para a formação de uma nova sociedade, uma nova era.
O termo “gênero” torna-se, antes, uma maneira de indicar “constru-
ções culturais” – a criação inteiramente social de ideias sobre papéis
adequados aos homens e às mulheres. Trata-se de uma forma de se
referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas
de homens e de mulheres. “Gênero” é, segundo essa definição, uma
categoria social imposta sobre um corpo sexuado. Com a prolifera-
ção dos estudos sobre sexo e sexualidade, “gênero” tornou-se uma
palavra particularmente útil, pois oferece um meio de distinguir a prá-
tica sexual dos papéis sexuais atribuídos às mulheres e aos homens.
(JOAN SCOTT).

Nesse caleidoscópio, tendo o gênero como categoria empírica e his-


tórica, Maria de Fátima Araújo (2005) ao tratar da obra Elogio da Diferen-
ça de Rosiska Darcy de Oliveira (1993) leciona que os valores são o fun-
damento da diferença entre mulheres e homens, senão vejamos:
As mulheres são diferentes dos homens, porque no centro de sua
existência estão outros valores: a ênfase no relacionamento inter-
pessoal, a atenção e o cuidado com o outro, a proteção da vida, a
valorização da intimidade e do afetivo, a gratuidade das relações. (...)
Daí serem as mulheres mais intuitivas, sensíveis e empáticas. Daí
também vem o terrível sentimento de divisão em que mergulham,
quando, no percurso de acesso ao espaço público, se vêem obri-
gadas a confrontar seu modo de ser com as exigências de sucesso
20 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

no mundo dos homens, marcado por agressividade, competitividade,


objetividade e eficiência. (ARAÚJO, 2005, p.41)

Entendemos que as diferenças apontadas entre mulheres e homens


são, na realidade, valores mais presentes no feminino e ou no masculino,
ou seja, independentemente do gênero, uma mulher pode carregar certos
valores (femininos e masculinos) e da mesma forma o homem. Desse
modo, superar o patriarcado é, em apertada síntese, superar a predomi-
nância de valores masculinos, como a competitividade, a objetividade ex-
trema, e a busca insensata pela eficiência, cedendo espaço a valores fe-
mininos como a solidariedade, a possibilidade de subjetivar as demandas
humanas, e a busca sensata pela eficiência, ou seja, dando ênfase no
relacionamento interpessoal, na atenção, cuidado e empatia com o seme-
lhante, adotando práticas mais intuitivas, sensíveis e solidárias. Para Carl
Gustav Jung, o anima compreendia a dimensão feminina da psique mas-
culina no homem, e o animus, a dimensão masculina na psique feminina
da mulher, e esta dualidade serviria, inclusive, para o sadio desenvolvi-
mento do ser humano. Entretanto, após séculos de dominação dos valo-
res masculinos na humanidade, pode até ser que a ciência e tecnologia
avançaram de modo significativo, para o bem e para o mal (pois o homem
pode utilizar a tecnologia advinda da ciência para o flagelo, um exemplo é
a construção da bomba atômica), mas não houve o devido cuidado, o
devido capricho com o destino de milhões de pessoas, que hoje sofrem
com guerras, migrações, fome, doenças, privações de toda ordem mate-
rial, desemprego, ausência de igualdade de oportunidades, sendo estes
os que vivem à margem de direitos, sobrevivem sob os auspícios de uma
pseudocidadania. Voltando ao cerne do presente texto, não há como
avançar para uma sociedade diferente da atual, pautada pela dignidade
da pessoa humana e respeito às diferenças, deixando milhões de desam-
parados para trás, isto é, essa nova sociedade pretendida pós-crise do
coronavírus, deverá abarcar todos no que tange ao exercício dos direitos
políticos, sociais e econômicos.
Avançando na proposta do texto, trataremos agora da chamada cri-
se da exploração do homem pelo próprio homem: a escravização, a ser-
vidão e a sujeição moderna. Acerca da escravização:
Enquanto o termo escravo reduz o ser humano à mera condição de
mercadoria, como um ser que não decide e não tem consciência
sobre os rumos de sua própria vida, ou seja, age passivamente e
em estado de submissão, o vocábulo escravizado modifica a carga
semântica e denuncia o processo de violência subjacente à perda
de identidade, trazendo à tona um conteúdo de caráter histórico e
social atinente à luta pelo poder de pessoas sobre pessoas, além de
21 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

marcar a arbitrariedade e o abuso da força dos opressores. (DE-LA-


TAILLE, SANTOS, 2020,p.8).

A escravidão do homem pelo próprio homem remonta a milhares de


séculos. Para termos um marco, propusemos uma explanação de Marx
nos textos do Grundrisse, citado por Hobsbawm (1975), acerca da escra-
vidão em Roma.
Tendo sido construída a cidade de Roma e suas terras circunvizi-
nhas, cultivadas por seus cidadãos, as condições da comunidade di-
feriram das que haviam vigorado anteriormente. O objetivo de todas
estas comunidades é a preservação. i.e., a produção de indivíduos
que as constituam como proprietários, i.e., no mesmo modo obje-
tivo de existência que, também, forma o relacionamento recíproco
dos membros e, portanto, forma a própria comunidade. Mas, esta
reprodução é, ao mesmo tempo, necessariamente nova produção e
destruição da velha forma. Por exemplo, quando cada indivíduo deve
possuir uma determinada quantidade de terras, o simples aumento
da população constitui um obstáculo. Para que este seja superado,
deverá desenvolver-se a colonização e isto exigirá guerras de con-
quista. Que conduzirá à escravidão. (MARX, 1975,p.92).

Assim para Marx, o aumento populacional em Roma atrelado à re-


produção econômica da cidade, o desenvolvimento das famílias, levou à
expansão do Estado e ao início da escravização de pessoas. Engels, na
obra A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado (1884)
propõe que no estágio selvagem (fase média) da humanidade a escravi-
dão teria se iniciado.
O desenvolvimento de todos os ramos da produção – criação de ga-
do, agricultura, ofícios manuais domésticos – tornou a força de traba-
lho do homem capaz de produzir mais do que o necessário para sua
manutenção. Ao mesmo tempo, aumentou a soma de trabalho diário
correspondente a cada membro da gens, da comunidade domésti-
ca ou da família isolada. Passou a ser conveniente conseguir mais
força de trabalho, o que se logrou através da guerra; os prisioneiros
foram transformados em escravos. Dadas as condições históricas
gerais de então, a primeira grande divisão do trabalho, ao aumentar
a produtividade deste, e por conseguinte a riqueza, e ao estender o
campo da atividade produtora, tinha que trazer consigo – necessa-
riamente – a escravidão. (...) O constante crescimento da produção,
e com ela da produtividade do trabalho, aumentou o valor da força
de trabalho do homem; a escravidão, ainda em estado nascente e
esporádico na fase anterior, converteu-se em elemento básico do
sistema social. (ENGELS, 1977, p.91).
22 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

Para se ter uma ideia do momento histórico em que Engels propõe o


nascimento da escravidão (fase média do estado selvagem da humanida-
de), seria o período em que o homem começa a incluir os peixes na sua
alimentação e com o uso do fogo, fase anterior ao da invenção do arco e
da flecha. Assim, denota-se que há milhares de séculos a escravidão é
uma constante na formação da sociedade mundial. Já na Idade Média
(século V ao XV), o sistema econômico do Feudalismo criou a figura do
servo, sendo este ligado ao Senhor Feudal, o Senhorio de determinado
Feudo.
Por um lado a circulação de mercadorias colocava para o senhor
feudal, assim como para o servo, a necessidade cada vez maior de
dinheiro. A solução para o senhor era aumentar as pressões sobre o
servo – para incrementar o excedente que poderia ser convertido em
moeda nas mãos do senhor. (ROLNIK, 2017, p.8).

Pós-Idade Média surge o período conhecido como Renascimento e


com ele a era das grandes navegações, onde países europeus subjuga-
vam outros povos, da África, América e Ásia, o que levou à dominação da
natureza e de forma néscia, arbitrária e violenta à escravização dos ne-
gros africanos, utilizados como mão de obra nas colônias para produzir e
manter as lavouras e outras atividades tidas pelos colonizadores como
lucrativas, enriquecendo a Europa à custa de milhares de vidas humanas.
Os proprietários de terras desses países colonizados mantiveram a es-
cravização humana como principal mão de obra nas lavouras, até que
houve a abolição da escravatura, no Brasil em 1888. Abolição que não
garantiu uma vida digna aos escravizados que foram libertos, aliás, no
século XXI a sociedade brasileira ainda está em dívida com os descen-
dentes das pessoas escravizadas no século XIX e anteriores. A escravi-
zação dos negros africanos fincou uma das raízes mais profundas e noci-
vas em nossa sociedade, qual seja, o racismo, que de tão profícuo em
sua disseminação encontra até hoje eco na sociedade, que o recusa, mas
que o pratica de forma contumaz.
A servidão moderna pode ser entendida como o modo de vida da
sociedade atual, onde os trabalhadores se sujeitam a cargas diárias de no
mínimo oito horas de trabalho (sem contar o deslocamento), em troca de
um parco salário, que será revertido em bens de consumo básicos para a
subsistência, e, para os bens de consumo extravagantes o homem se
endividará. É a exploração do homem pelo homem no século XXI. Se ao
trabalhador resta negociar sua força de trabalho em troca de um salário
que poderá garantir pelo menos o mínimo para sua subsistência e a de
sua família, aos proprietários dos meios de produção, empresários, finan-
cistas, resta o acúmulo do excedente produzido, o acúmulo de riqueza.
23 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

No entanto persiste no país trabalho escravo ou trabalho em condi-


ções análogas à escravidão. Vamos trazer dois exemplos: os piaçabais e
os carvoeiros. Os piaçabais da região Amazônica são extensões de flo-
resta onde se encontra a piaçava (fibra utilizada na confecção de vassou-
ras), e na qual os piaçabeiros realizam o extrativismo dessa fibra pelo
sistema do aviamento, também chamado de servidão por dívida. Os pia-
çabeiros recebem alimentação (mercadorias básicas de subsistência, ca-
fé, açúcar, farinha, leite, etc.) e ajuda de custo (créditos que serão cobra-
dos oportunamente) para adentrarem na floresta e realizarem o serviço
da extração da piaçava, e quando fazem o ajuste das contas com os “pa-
trões” (aqueles que adquirem a piaçava coletada para revenda), entre a
piaçava coletada e as mercadorias adquiridas (nas vendas dos patrões) é
comum o piaçabeiros não terem nada para receber e em alguns casos até
ficam em débito com os patrões. É um ciclo interminável – árduo trabalho
na extração da piaçava – crédito de mercadorias – ajuste de contas em
favor dos patrões. Além da exploração da mão de obra, outro problema
recorrente nos piaçabais é o consumo excessivo de álcool, que em algu-
mas regiões é substituído por uma mistura preparada de gasolina com
água (às vezes açúcar), conhecida como “choque-choque”. Sem perspec-
tiva de sair desse ciclo nefasto da extração da piaçava, muitos homens
são levados ao consumo dessa mistura de água com gasolina, e muitos
piaçabeiros morrem em decorrência de problemas pulmonares e outros,
advindos da ingestão de gasolina no corpo humano. Érika de Cássia Oli-
veira Caetano pesquisou sobre o trabalho em carvoarias no município de
Curvelo / MG, e encontrou trabalho precarizado, subumano e crianças na
labuta.
Comumente, nas carvoarias volantes encontramos famílias inteiras
trabalhando com crianças pequenas e adolescentes em idade es-
colar em volta dos fornos artesanais. O agravante da situação é a
forma precarizada e informal de trabalho que muitas vezes remete
a condições análogas ao trabalho escravo. (...) Dentre as carvoarias
volantes, mesmo as que são autorizadas, utilizam-se do mesmo sis-
tema de trabalho subumano e precarizado, com vistas ao aumento
dos lucros na atividade. (CAETANO, 2017, p. 9).

O artigo 6º da CF / 88 traz os direitos sociais dos cidadãos, tais como


o direito à saúde, à educação, à alimentação, à moradia, ao transporte, ao
lazer, a proteção à maternidade e à infância, sendo sucedido pelo artigo
7º que trata dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais. Partindo da
base salarial nacional, o salário mínimo, não é crível de veracidade que
um trabalhador (ainda que na família trabalhem mais de uma pessoa),
possa garantir a si e à sua família acesso a todos os direitos sociais, me-
24 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

diante referido pagamento. O Estado poderia suplementar essa diferença,


dispondo serviços públicos de qualidade, o que nem sempre ocorre. Des-
se modo, uma sociedade que se pense diferente da atual, deverá imple-
mentar condições para que todas as pessoas tenham acesso aos direitos
sociais com a qualidade devida, somente assim, poderá vislumbrar-se o
atingimento de outro direito: o direito à felicidade.
Superadas as análises e contextualizações propostas, passaremos
ao estudo de uma crise não tanto propalada, mas que entendemos pos-
suir efeitos deletérios para a sociedade como um todo: a crise da comuni-
cação humana.
A crise da comunicação abarca alguns fenômenos específicos: as
tensões criadas pelos líderes de alguns países, como o Presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, que extrapola o campo de uma comuni-
cação objetiva em alguns embates que cria com outros países, como por
exemplo, o caso do muro na fronteira com o México, os embates econô-
micos com a China, os conflitos políticos com a Rússia ou com Cuba; no
Brasil o Presidente da República, Jair Bolsonaro, também abusa do poder
em que está investido, causando crises cíclicas, como no episódio do
coronavírus, em que insiste no discurso contra a política do confinamento,
em que pese ser a referida política indicada pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) e referendada pela maioria dos médicos e especialistas
infectologistas. As fake news, que ganharam força nas eleições presiden-
ciais de 2018 no Brasil, e, segundo alguns especialistas na área, ajuda-
ram a confundir o eleitor e a eleger o Presidente Bolsonaro; sendo que
atualmente há uma forte corrente de fake news, mormente na rede mun-
dial de computadores, quase sempre propaladas por pessoas em defesa
de interesses político-partidários. A cultura do cancelamento (acompa-
nhada da detração pública), outro fenômeno advindo da crise da comuni-
cação humana, que fomenta o ódio contra um “inimigo de ocasião”, via
redes sociais e Internet, no qual alguém é cancelado ou por ter emitido
uma opinião contrária à maioria da rede, ou por ter realizado algo conde-
nável por alguns. A política do cancelamento, por vezes, se baseia em
algum fato típico (considerado infração penal), mas nesses casos a legis-
lação penal existe para processar e julgar o acusado, por meio do devido
processo legal, contraditório e ampla defesa (princípios previstos na CF /
88), e punir o acusado – vítima do cancelamento pode configurar uma
dupla punição. Para adentrar na questão sobre a crise da comunicação
humana, acreditamos que ao desenvolver os fenômenos supracitados,
quais sejam, o excesso, o jogo dúbio de alguns políticos – quando da
criação de tensões desnecessárias entre pessoas e entre países –, as
25 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

fake news e a política do cancelamento, estaremos contribuindo para o


debate e para incrementar o presente texto.
Os Estados Unidos de Donald Trump são mestres quando o assunto
é criar tensões com outros países: em uma ação orquestrada no Iraque,
os Estados Unidos mataram um dos generais mais respeitados do Irã
(Revista Exame, janeiro de 2020); com a China os Estados Unidos passa-
ram o ano de 2019 criando tensões políticas e econômicas, mas em 2020
as críticas passaram a ser sobre o coronavírus, chamado por Trump de
“vírus chinês” (Revista Veja, março de 2020). Jair Bolsonaro, em março
de 2020, portanto três meses após o aparecimento dos primeiros casos
de coronavírus no mundo, afirmou (G1, março de 2020): “Obviamente
temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender,
muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a
grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo”, iniciando uma tensão
com governadores, prefeitos, e com a mídia. Durante o mês de março de
2020, Bolsonaro continuou estarrecendo até mesmo sua base aliada,
com discursos contra o contingenciamento, atacando governadores e a
mídia, e seu próprio Ministro da Saúde. Em 25 de março de 2020, em
pronunciamento, Bolsonaro criticou o fechamento de escolas (medida de
contingenciamento contra a expansão do coronavírus), atacou governa-
dores e atacou a mídia (Folha de Londrina, março de 2020). Assim, os
exemplos são inúmeros, dos Estados Unidos com Donald Trump e apoia-
dores, no Brasil com Bolsonaro, seus filhos e o Gabinete do Ódio (como
é chamado o grupo formado por três servidores ligados a Carlos Bolsona-
ro (filho do Presidente da República), vereador do Rio de Janeiro, gabine-
te este que fica no mesmo andar no qual Jair Bolsonaro despacha, no
Palácio do Planalto), na criação de tensões e fake news. Destaca-se a
recente tensão criada com a China, baseada numa “fake news”, no qual
Eduardo Bolsonaro (outro filho do Presidente da República), seguindo os
Estados Unidos, passou a publicar nas redes sociais que o coronavírus
advinha da China, nomeando-o como o “vírus chinês”.
26 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

Figura 05. Manifestantes queimam bandeira dos EUA após ata-


que no Iraque: tensão pode afetar qualquer sentimento positivo
sobre economia global. Nazanin Tabatabaee / Reuters.

Nessa toada, as tensões criadas pelos líderes de países sobre ou-


tros países são um mal a ser tratado, pois muitas vezes atingem a popu-
lação da nação atacada. O Presidente russo Vladimir Putin possui históri-
co quando o assunto é criar tensão com os Estados Unidos, ficando
notório, nos últimos anos, a interferência russa, ou possibilidade desta,
nas eleições do país norte-americano. Em matéria publicada em setem-
bro de 2019, restou claro pelas declarações de homem identificado como
agente da CIA, mas que também havia trabalhado para o Governo Russo,
que o “próprio presidente russo havia orquestrado a interferência de Mos-
cou nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos”, à favor de
Donald Trump. Referidos líderes mundiais, citamos três e alguns casos
de tensões criadas e fake news propaladas, contribuem para desinformar
as populações dos países vitimados, e, em casos mais graves podem
trazer prejuízos efetivos diretos, como nos casos de propagações de fake
news e criação de tensões políticas acerca do coronavírus (covid-19), um
tema que se não levado a sério pode dizimar mais seres humanos do que
o previsto pela letalidade do referido vírus.
Outro elemento da crise da comunicação é a cultura do cancelamen-
to advinda das redes sociais, no qual determinado indivíduo é “cancelado”
por outros internautas, por ter proferido uma opinião que os desagrada-
ram, ou mesmo por ter cometido um fato típico (considerado infração pe-
nal). O Tribunal das Redes Sociais seleciona o caso, emite opiniões, acu-
sa, julga e “cancela” o indivíduo, ou seja, assume todas as características
27 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

de um Tribunal de Exceção. Para ficarmos num caso recente, relacionado


ao coronavírus: o cantor Léo Santana se envolveu em uma polêmica no
início de abril de 2020, ao propor e divulgar nas redes sociais, que a de-
pender do número de pessoas que assistirem a exibição sua com trans-
missão ao vivo, ele converterá em cestas básicas destinadas às vítimas
do coronavírus. Quanto mais pessoas assistindo, mas cestas básicas ele
doaria. Não vamos enfrentar o mérito do método por ele utilizado na dis-
tribuição das cestas básicas, o marketing por assim dizer, mas antes ex-
por o caso, como um exemplo da política do cancelamento, um discípulo
da atual crise na comunicação humana. Alguns internautas criticaram
muito o método do cantor, ao dizerem, “A pessoa querer trocar views em
live pra doar sexta básica é o fim dos tempos mesmo viu”, escreveu, des-
sa forma, um usuário da rede social Twitter. Léo Santana reagiu dizendo
que ninguém tem obrigação de ajudar os outros. Estava criada a polêmica
que pedia o boicote à live do cantor e o “cancelamento” do mesmo: “Aju-
dar alguém, pra se promover, não é decente. Ajude por ajudar sem espe-
rar nada em troca. O cancelamento do Léo Santana é necessário”, defen-
dia outro usuário do Twitter. Desse modo, a cultura, a política do
cancelamento vem avançando e criando raízes na rede mundial de com-
putadores, por meio das redes sociais. Em que pese a Internet ter dado
voz a todos aqueles que possuem uma aparelho com acesso à rede mun-
dial de computadores (precisa de dinheiro para adquirir o aparelho eletrô-
nico e manter sinal da Internet), e isso ter criado um amálgama para dis-
cussão de assuntos relevantes para a sociedade, ter dado voz aos
excluídos, as fake news, as tensões nas redes com a discussão polariza-
da da política (direita x esquerda, Bolsonaro x Lula, etc.), e a cultura do
cancelamento estão se sedimentando na Internet por meio das redes so-
ciais. Se vamos propor uma sociedade diversa da atual, se estamos nes-
se caminho, precisamos diminuir ou mesmo extinguir as tensões despro-
porcionais ou com intenção de confundir as pessoas; sermos o mais
próximos da verdade possível, contribuindo para a cessação das fake
news, e tomarmos o devido cuidado com a cultura do cancelamento, haja
vista que a “cura” para uma possível arbitrariedade divulgada nas redes
sociais não pode eliminar o “cancelado”, sob pena de não restar seres
humanos em um curto espaço de tempo.
Noam Chomsky (2020) articula como o mundo atual se encontra
e quais posições poderá tomar para superar as atuais crises, inclusive a
do coronavírus, para seguir adiante com os sonhos de uma humanidade
mais justa.
Não é errado pensar que o sistema neoliberal selvagem pode ser
reinstalado por autoproclamados liberais por forte violência do Esta-
28 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

do, um pesadelo que pode vir. Mas é necessário a possibilidade de


que as pessoas se organizem, se tornem engajados para um mundo
muito melhor, que também enfrentará os enormes problemas que
estamos lidando. Problema da guerra nuclear que está mais próximo
do que nunca esteve, o problema da catástrofe ambiental do qual
pode não haver retorno uma vez que chegamos em tal estágio e
não está em uma distância tão grande, a menos que nós arranjemos
decisivamente. Então é um momento crítico da história humana não
apenas por causa do coronavírus, mas deve nos trazer a consciên-
cia das profundas falhas, de forma mais profunda, as características
disfuncionais de todo sistema socioeconômico. Pode ser um sinal
de alerta em uma lição para nos prevenir de uma explosão, mas
pensando sobre isso e como essas vai nos levar a mais crises pio-
res que essas com um preço extra a se pagar. (NOAM CHOMSKY,
2020, s/n).

Há uma obra cinematográfica que sintetiza, por vezes sutilmente,


por vezes declaradamente, as crises criadas e experimentadas pelos ho-
mens: La Isla Mínima (Pecados Antigos, Longas Sombras, 2014), de Al-
berto Rodríguez. Francisco Franco, que havia assumido o poder ditatorial
em 1936, acabara de falecer, em 1975, ou seja, aproximadamente 40
anos de um estado militar extremamente repressivo (patriarcado). Ocorre
que após quatro décadas de uma forma de governo autoritária, o pequeno
povoado onde se passa a história (ambientada na década de 1980), guar-
da profundas características do antigo regime, mesmo num país redemo-
cratizado. Assim, com o sumiço de duas garotas (menores de idade), po-
liciais da capital Madri são convocados para elucidar os crimes. Logo no
início das investigações, o espectador sente a atmosfera patriarcal e mi-
sógina, de quase aversão às mulheres: as garotas mortas, vítimas de
crimes brutais, são culpadas pela própria morte, pois, segundo os mora-
dores, eram “garotas fáceis”, ou seja, naquele velho jargão sexista: “tive-
ram o que mereceram”. O próprio pai das garotas, a priori, não contribuiu
com as investigações, e neste personagem (um trabalhador rural que luta
para sobreviver, acossado por grandes proprietários de terras que que-
rem desalojá-los a si e à sua família), é centrada outra questão que, al-
gum dia, deveremos enfrentar de forma honesta: o tráfico de drogas. Pois
bem. O filme segue nas cenas das investigações, um dos policiais res-
ponsáveis pela investigação é acusado (surgem fotografias provando) de
ser um dos agentes mais eficientes da polícia franquista, conhecido como
“o corvo” e tendo na sua lista mais de cem torturas objetivando confissões
de “inimigos” do regime. A crise do meio ambiente também é retratada,
ainda que em segundo plano e por imagens da região, com espaços pan-
tanosos e desérticos convivendo com grandes plantações de monocultu-
29 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

ra. É dessas plantações que emerge a crise da exploração do homem


pelo homem, pois os grandes latifundiários precisam dos pequenos pro-
dutores de terras e de trabalhadores rurais para a época das colheitas,
mas os salários pagos são ínfimos e já vêm com a ameaça: “quem não
quiser trabalhar, não trabalhe”. A colheita sempre é realizada, pois o di-
nheiro pago, ainda que desproporcional ao árduo trabalho e aos lucros
dos “patrões”, serve para subsidiar a alimentação dos trabalhadores e
suas famílias por algum tempo. A crise da comunicação humana pode ser
interpretada de algumas formas no decorrer do filme: preliminarmente pe-
la dificuldade dos investigadores em conseguir informações acerca dos
crimes (no decorrer das investigações, a morte de outra garota é levada
ao conhecimento dos policiais), pois a população local não confia na du-
pla de policiais de Madri, chegando a atrapalhar as investigações; outro
elemento da crise da comunicação, trabalhada na obra pelo binômio De-
mocracia (novo regime) versus Ditadura (regime antigo), é levada ao ex-
tremo pelos dois policiais: o policial de mais idade, representando o velho
regime, utiliza de táticas de tortura e intimidação de testemunhas de fatos
ligados aos crimes, e o policial de idade mais nova, representando o novo
regime, tenta, ao mesmo tempo, entender seu colega e suas atitudes
mais violentas de investigação e apurar os crimes. Em algumas cenas o
policial mais novo encarna as atitudes do velho regime, adotando práticas
mais violentas para “arrancar” (extrair) informações de testemunhas, sen-
do interpelado pelo policial mais velho, que tenta se ajustar aos valores
democráticos presentes no novo regime. Todas essas situações críticas
carreadas por um problema corolário: a possível corrupção do chefe das
investigações, acusado de tentar proteger pessoas investigadas, mas de
grande influência na localidade, como um poderoso latifundiário, em que
pesem indícios de exploração sexual de meninas, aparenta ser um bas-
tião da moralidade do povoado, se sustentando na hipótese de ser um
grande empregador da região. Enfim, uma obra cinematográfica de fôle-
go, da qual trouxemos alguns elementos (patriarcado, misoginia, aversão
às mulheres; crise do meio ambiente; exploração de trabalhadores; difi-
culdade de comunicação entre pessoas de ideologias diversas), objeti-
vando contextualizar as crises que analisamos no presente texto.
Nesse caleidoscópio crítico, para alcançarmos uma sociedade dife-
rente da atual quando da “superação” da crise do coronavírus, é salutar
superarmos também as crises do patriarcado, do meio ambiente, da ex-
ploração do homem pelo próprio homem e a chamada crise da comunica-
ção humana. Com a superação da crise do patriarcado, iniciaremos uma
nova fase em que valores femininos como a solidariedade, a afetividade,
o cuidado, a escuta ativa, estarão presentes nas nossas relações íntimas,
30 • Fábio Carlos Rodrigues Alves

sociais e econômicas. Superando, ou pelo menos, começando a superar,


a crise do meio ambiente, deixaremos de degradar e utilizar de forma
desmedida os recursos naturais, concedendo um lapso temporal para que
a própria natureza se cure das feridas causadas pelo ser humano, voltan-
do-nos seriamente para o desenvolvimento sustentável, preservação do
meio ambiente, respeito aos nativos que ocupem áreas protegidas. Com
a discussão do atual sistema socioeconômico, que deixa alguns poucos
ricos e milhões na linha da miséria, passaremos e entender que somente
garantindo direitos sociais basilares (alimentação, educação, saúde, se-
gurança, trabalho digno, moradia, lazer, etc.), para todos, sem exceção,
poderemos caminhar juntos em busca de uma sociedade mais justa, soli-
dária e livre. E uma nova sociedade para surgir e permanecer precisará
do apoio de toda a sociedade civil, das entidades de classe, dos empre-
sários e financistas, e do Estado por meio dos agentes políticos e colabo-
radores públicos, num diálogo honesto e solidário, pelo qual traçaremos
as metas para esse novo porvir, e as políticas de inclusão de todos a esse
novo paradigma social e econômico. Se não vamos superar o Capitalis-
mo, então podemos melhorá-lo.

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FIGURAS

Figura 01: Marcela Temer, por Bruno Poletti / Folhapress.


Figura 02. Por Eduardo Homem de Carvalho, 2014.
Figura 03: Nota de Retratação de Jair Bolsonaro para Maria do Rosário. Notícias
UOL.
Figura 04. Quadro Resumo Exportações Brasileiras em 2019. FAZCOMEX.
Figura 05. Manifestantes queimam bandeira dos EUA após ataque no Iraque: ten-
são pode afetar qualquer sentimento positivo sobre economia global. Nazanin Ta-
batabaee / Reuters.
Fábio Carlos Rodrigues Alves possui graduação em Di-
reito pela Universidade de Araraquara - UNIARA (2011),
mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
pela Universidade de Araraquara - UNIARA (2014), douto-
rado em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente pela
Universidade de Araraquara - UNIARA (2019).
CADERNOS IHU IDEIAS N. 36 Igreja Universal do Reino de Deus no contexto do emer-
gente mercado religioso brasileiro: uma análise antropoló-
N. 01 A teoria da justiça de John Rawls – José Nedel gica – Airton Luiz Jungblut
N. 02 O feminismo ou os feminismos: Uma leitura das produ- N. 37 As concepções teórico-analíticas e as proposições de
ções teóricas – Edla Eggert política econômica de Keynes – Fernando Ferrari Filho
O Serviço Social junto ao Fórum de Mulheres em São N. 38 Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil Colonial –
Leopoldo – Clair Ribeiro Ziebell e Acadêmicas Anemarie Luiz Mott
Kirsch Deutrich e Magali Beatriz Strauss N. 39 Malthus e Ricardo: duas visões de economia política e de
N. 03 O programa Linha Direta: a sociedade segundo a TV Glo- capitalismo – Gentil Corazza
bo – Sonia Montaño N. 40 Corpo e Agenda na Revista Feminina – Adriana Braga
N. 04 Ernani M. Fiori – Uma Filosofia da Educação Popular – N. 41 A (anti)filosofia de Karl Marx – Leda Maria Paulani
Luiz Gilberto Kronbauer N. 42 Veblen e o Comportamento Humano: uma avaliação
N. 05 O ruído de guerra e o silêncio de Deus – Manfred Zeuch após um século de “A Teoria da Classe Ociosa” –
N. 06 BRASIL: Entre a Identidade Vazia e a Construção do Novo Leonardo Monteiro Monasterio
– Renato Janine Ribeiro N. 43 Futebol, Mídia e Sociabilidade. Uma experiência etnográ-
N. 07 Mundos televisivos e sentidos identiários na TV – Suzana fica – Édison Luis Gastaldo, Rodrigo Marques Leistner,
Kilpp Ronei Teodoro da Silva e Samuel McGinity
N. 08 Simões Lopes Neto e a Invenção do Gaúcho – Márcia N. 44 Genealogia da religião. Ensaio de leitura sistêmica de
Lopes Duarte Marcel Gauchet. Aplicação à situação atual do mundo –
N. 09 Oligopólios midiáticos: a televisão contemporânea e as Gérard Donnadieu
barreiras à entrada – Valério Cruz Brittos N. 45 A realidade quântica como base da visão de Teilhard de
N. 10 Futebol, mídia e sociedade no Brasil: reflexões a partir de Chardin e uma nova concepção da evolução biológica –
um jogo – Édison Luis Gastaldo Lothar Schäfer
N. 11 Os 100 anos de Theodor Adorno e a Filosofia depois de N. 46 “Esta terra tem dono”. Disputas de representação sobre
Auschwitz – Márcia Tiburi o passado missioneiro no Rio Grande do Sul: a figura de
N. 12 A domesticação do exótico – Paula Caleffi Sepé Tiaraju – Ceres Karam Brum
N. 13 Pomeranas parceiras no caminho da roça: um jeito de N. 47 O desenvolvimento econômico na visão de Joseph
fazer Igreja, Teologia e Educação Popular – Edla Eggert Schumpeter – Achyles Barcelos da Costa
N. 14 Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros: a prática política N. 48 Religião e elo social. O caso do cristianismo – Gérard
no RS – Gunter Axt Donnadieu
N. 15 Medicina social: um instrumento para denúncia – Stela N. 49 Copérnico e Kepler: como a terra saiu do centro do univer-
Nazareth Meneghel so – Geraldo Monteiro Sigaud
N. 16 Mudanças de significado da tatuagem contemporânea – N. 50 Modernidade e pós-modernidade – luzes e sombras – Evi-
Débora Krischke Leitão lázio Teixeira
N. 17 As sete mulheres e as negras sem rosto: ficção, história e N. 51 Violências: O olhar da saúde coletiva – Élida Azevedo
trivialidade – Mário Maestri Hennington e Stela Nazareth Meneghel
N. 18 Um itinenário do pensamento de Edgar Morin – Maria da N. 52 Ética e emoções morais – Thomas Kesselring
Conceição de Almeida Juízos ou emoções: de quem é a primazia na moral? –
N. 19 Os donos do Poder, de Raymundo Faoro – Helga Iracema Adriano Naves de Brito
Ladgraf Piccolo N. 53 Computação Quântica. Desafios para o Século XXI – Fer-
N. 20 Sobre técnica e humanismo – Oswaldo Giacóia Junior nando Haas
N. 21 Construindo novos caminhos para a intervenção societá- N. 54 Atividade da sociedade civil relativa ao desarmamento na
ria – Lucilda Selli Europa e no Brasil – An Vranckx
N. 22 Física Quântica: da sua pré-história à discussão sobre o N. 55 Terra habitável: o grande desafio para a humanidade – Gil-
seu conteúdo essencial – Paulo Henrique Dionísio berto Dupas
N. 23 Atualidade da filosofia moral de Kant, desde a perspectiva N. 56 O decrescimento como condição de uma sociedade convi-
de sua crítica a um solipsismo prático – Valério Rohden vial – Serge Latouche
N. 24 Imagens da exclusão no cinema nacional – Miriam Rossini N. 57 A natureza da natureza: auto-organização e caos –
N. 25 A estética discursiva da tevê e a (des)configuração da Günter Küppers
informação – Nísia Martins do Rosário N. 58 Sociedade sustentável e desenvolvimento sustentável:
N. 26 O discurso sobre o voluntariado na Universidade do limites e possibilidades – Hazel Henderson
Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – Rosa Maria Serra N. 59 Globalização – mas como? – Karen Gloy
Bavaresco N. 60 A emergência da nova subjetividade operária: a sociabili-
N. 27 O modo de objetivação jornalística – Beatriz Alcaraz dade invertida – Cesar Sanson
Marocco N. 61 Incidente em Antares e a Trajetória de Ficção de Erico
N. 28 A cidade afetada pela cultura digital – Paulo Edison Belo Veríssimo – Regina Zilberman
Reyes N. 62 Três episódios de descoberta científica: da caricatura em-
N. 29 Prevalência de violência de gênero perpetrada por com- pirista a uma outra história – Fernando Lang da Silveira e
panheiro: Estudo em um serviço de atenção primária Luiz O. Q. Peduzzi
à saúde – Porto Alegre, RS – José Fernando Dresch N. 63 Negações e Silenciamentos no discurso acerca da Juven-
Kronbauer tude – Cátia Andressa da Silva
N. 30 Getúlio, romance ou biografia? – Juremir Machado da N. 64 Getúlio e a Gira: a Umbanda em tempos de Estado Novo
Silva – Artur Cesar Isaia
N. 31 A crise e o êxodo da sociedade salarial – André Gorz N. 65 Darcy Ribeiro e o O povo brasileiro: uma alegoria huma-
N. 32 À meia luz: a emergência de uma Teologia Gay – Seus nista tropical – Léa Freitas Perez
dilemas e possibilidades – André Sidnei Musskopf N. 66 Adoecer: Morrer ou Viver? Reflexões sobre a cura e a não
N. 33 O vampirismo no mundo contemporâneo: algumas consi- cura nas reduções jesuítico-guaranis (1609-1675) – Eliane
derações – Marcelo Pizarro Noronha Cristina Deckmann Fleck
N. 34 O mundo do trabalho em mutação: As reconfigurações e N. 67 Em busca da terceira margem: O olhar de Nelson Pereira
seus impactos – Marco Aurélio Santana dos Santos na obra de Guimarães Rosa – João Guilherme
N. 35 Adam Smith: filósofo e economista – Ana Maria Bianchi e Barone
Antonio Tiago Loureiro Araújo dos Santos N. 68 Contingência nas ciências físicas – Fernando Haas
N. 69 A cosmologia de Newton – Ney Lemke
N. 70 Física Moderna e o paradoxo de Zenon – Fernando Haas N. 106 Justificação e prescrição produzidas pelas Ciências Hu-
N. 71 O passado e o presente em Os Inconfidentes, de Joaquim manas: Igualdade e Liberdade nos discursos educacionais
Pedro de Andrade – Miriam de Souza Rossini contemporâneos – Paula Corrêa Henning
N. 72 Da religião e de juventude: modulações e articulações – N. 107 Da civilização do segredo à civilização da exibição: a famí-
Léa Freitas Perez lia na vitrine – Maria Isabel Barros Bellini
N. 73 Tradição e ruptura na obra de Guimarães Rosa – Eduardo N. 108 Trabalho associado e ecologia: vislumbrando um ethos
F. Coutinho solidário, terno e democrático? – Telmo Adams
N. 74 Raça, nação e classe na historiografia de Moysés Vellinho – N. 109 Transumanismo e nanotecnologia molecular – Celso Can-
Mário Maestri dido de Azambuja
N. 75 A Geologia Arqueológica na Unisinos – Carlos Henrique N. 110 Formação e trabalho em narrativas – Leandro R. Pinheiro
Nowatzki N. 111 Autonomia e submissão: o sentido histórico da administra-
N. 76 Campesinato negro no período pós-abolição: repensando ção – Yeda Crusius no Rio Grande do Sul – Mário Maestri
Coronelismo, enxada e voto – Ana Maria Lugão Rios N. 112 A comunicação paulina e as práticas publicitárias: São
N. 77 Progresso: como mito ou ideologia – Gilberto Dupas Paulo e o contexto da publicidade e propaganda – Denis
N. 78 Michael Aglietta: da Teoria da Regulação à Violência da Mo- Gerson Simões
eda – Octavio A. C. Conceição N. 113 Isto não é uma janela: Flusser, Surrealismo e o jogo contra
N. 79 Dante de Laytano e o negro no Rio Grande Do Sul – Mo- – Esp. Yentl Delanhesi
acyr Flores N. 114 SBT: jogo, televisão e imaginário de azar brasileiro – Sonia
N. 80 Do pré-urbano ao urbano: A cidade missioneira colonial e Montaño
seu território – Arno Alvarez Kern N. 115 Educação cooperativa solidária: perspectivas e limites –
N. 81 Entre Canções e versos: alguns caminhos para a leitura e Carlos Daniel Baioto
a produção de poemas na sala de aula – Gláucia de Souza N. 116 Humanizar o humano – Roberto Carlos Fávero
N. 82 Trabalhadores e política nos anos 1950: a ideia de “sindi- N. 117 Quando o mito se torna verdade e a ciência, religião – Ró-
calismo populista” em questão – Marco Aurélio Santana ber Freitas Bachinski
N. 83 Dimensões normativas da Bioética – Alfredo Culleton e Vi- N. 118 Colonizando e descolonizando mentes – Marcelo Dascal
cente de Paulo Barretto N. 119 A espiritualidade como fator de proteção na adolescência
N. 84 A Ciência como instrumento de leitura para explicar as – Luciana F. Marques e Débora D. Dell’Aglio
transformações da natureza – Attico Chassot N. 120 A dimensão coletiva da liderança – Patrícia Martins Fagun-
N. 85 Demanda por empresas responsáveis e Ética Concor- des Cabral e Nedio Seminotti
rencial: desafios e uma proposta para a gestão da ação N. 121 Nanotecnologia: alguns aspectos éticos e teológicos –
organizada do varejo – Patrícia Almeida Ashley Eduardo R. Cruz
N. 86 Autonomia na pós-modernidade: um delírio? – Mario Fleig N. 122 Direito das minorias e Direito à diferenciação – José Rogé-
N. 87 Gauchismo, tradição e Tradicionalismo – Maria Eunice rio Lopes
Maciel N. 123 Os direitos humanos e as nanotecnologias: em busca de
N. 88 A ética e a crise da modernidade: uma leitura a partir da marcos regulatórios – Wilson Engelmann
obra de Henrique C. de Lima Vaz – Marcelo Perine N. 124 Desejo e violência – Rosane de Abreu e Silva
N. 89 Limites, possibilidades e contradições da formação huma- N. 125 As nanotecnologias no ensino – Solange Binotto Fagan
na na Universidade – Laurício Neumann N. 126 Câmara Cascudo: um historiador católico – Bruna Rafaela de
N. 90 Os índios e a História Colonial: lendo Cristina Pompa e Lima
Regina Almeida – Maria Cristina Bohn Martins N. 127 O que o câncer faz com as pessoas? Reflexos na literatura
N. 91 Subjetividade moderna: possibilidades e limites para o universal: Leo Tolstoi – Thomas Mann – Alexander Solje-
cristianismo – Franklin Leopoldo e Silva nítsin – Philip Roth – Karl-Josef Kuschel
N. 92 Saberes populares produzidos numa escola de comunida- N. 128 Dignidade da pessoa humana e o direito fundamental à
de de catadores: um estudo na perspectiva da Etnomate- identidade genética – Ingo Wolfgang Sarlet e Selma Rodri-
mática – Daiane Martins Bocasanta gues Petterle
N. 93 A religião na sociedade dos indivíduos: transformações no N. 129 Aplicações de caos e complexidade em ciências da vida –
campo religioso brasileiro – Carlos Alberto Steil Ivan Amaral Guerrini
N. 94 Movimento sindical: desafios e perspectivas para os próxi- N. 130 Nanotecnologia e meio ambiente para uma sociedade sus-
mos anos – Cesar Sanson tentável – Paulo Roberto Martins
N. 95 De volta para o futuro: os precursores da nanotecnoci- N. 131 A philía como critério de inteligibilidade da mediação comu-
ência – Peter A. Schulz nitária – Rosa Maria Zaia Borges Abrão
N. 96 Vianna Moog como intérprete do Brasil – Enildo de Moura N. 132 Linguagem, singularidade e atividade de trabalho – Marle-
Carvalho ne Teixeira e Éderson de Oliveira Cabral
N. 97 A paixão de Jacobina: uma leitura cinematográfica – Mari- N. 133 A busca pela segurança jurídica na jurisdição e no proces-
nês Andrea Kunz so sob a ótica da teoria dos sistemas sociais de Nicklass
N. 98 Resiliência: um novo paradigma que desafia as religiões – Luhmann – Leonardo Grison
Susana María Rocca Larrosa N. 134 Motores Biomoleculares – Ney Lemke e Luciano
N. 99 Sociabilidades contemporâneas: os jovens na lan house – Hennemann
Vanessa Andrade Pereira N. 135 As redes e a construção de espaços sociais na digitaliza-
N. 100 Autonomia do sujeito moral em Kant – Valerio Rohden ção – Ana Maria Oliveira Rosa
N. 101 As principais contribuições de Milton Friedman à Teoria N. 136 De Marx a Durkheim: Algumas apropriações teóricas para
Monetária: parte 1 – Roberto Camps Moraes o estudo das religiões afro-brasileiras – Rodrigo Marques
N. 102 Uma leitura das inovações bio(nano)tecnológicas a partir Leistner
da sociologia da ciência – Adriano Premebida N. 137 Redes sociais e enfrentamento do sofrimento psíquico:
N. 103 ECODI – A criação de espaços de convivência digital vir- sobre como as pessoas reconstroem suas vidas – Breno
tual no contexto dos processos de ensino e aprendizagem Augusto Souto Maior Fontes
em metaverso – Eliane Schlemmer N. 138 As sociedades indígenas e a economia do dom: O caso
N. 104 As principais contribuições de Milton Friedman à Teoria dos guaranis – Maria Cristina Bohn Martins
Monetária: parte 2 – Roberto Camps Moraes N. 139 Nanotecnologia e a criação de novos espaços e novas
N. 105 Futebol e identidade feminina: um estudo etnográfico identidades – Marise Borba da Silva
sobre o núcleo de mulheres gremistas – Marcelo Pizarro N. 140 Platão e os Guarani – Beatriz Helena Domingues
Noronha N. 141 Direitos humanos na mídia brasileira – Diego Airoso da
Motta
N. 142 Jornalismo Infantil: Apropriações e Aprendizagens de N. 173 Técnicas de si nos textos de Michel Foucault: A influência do
Crianças na Recepção da Revista Recreio – Greyce poder pastoral – João Roberto Barros II
Vargas N. 174 Da mônada ao social: A intersubjetividade segundo Levinas –
N. 143 Derrida e o pensamento da desconstrução: o redimensio- Marcelo Fabri
namento do sujeito – Paulo Cesar Duque-Estrada N. 175 Um caminho de educação para a paz segundo Hobbes – Lu-
N. 144 Inclusão e Biopolítica – Maura Corcini Lopes, Kamila Lock- cas Mateus Dalsotto e Everaldo Cescon
mann, Morgana Domênica Hattge e Viviane Klaus N. 176 Da magnitude e ambivalência à necessária humanização
N. 145 Os povos indígenas e a política de saúde mental no Brasil: da tecnociência segundo Hans Jonas – Jelson Roberto de
composição simétrica de saberes para a construção do Oliveira
presente – Bianca Sordi Stock N. 177 Um caminho de educação para a paz segundo Locke –
N. 146 Reflexões estruturais sobre o mecanismo de REDD – Ca- Odair Camati e Paulo César Nodari
mila Moreno N. 178 Crime e sociedade estamental no Brasil: De como la ley es
N. 147 O animal como próximo: por uma antropologia dos movi- como la serpiente; solo pica a los descalzos – Lenio Luiz
mentos de defesa dos direitos animais – Caetano Sordi Streck
N. 148 Avaliação econômica de impactos ambientais: o caso do N. 179 Um caminho de educação para a paz segundo Rousseau
aterro sanitário em Canoas-RS – Fernanda Schutz – Mateus Boldori e Paulo César Nodari
N. 149 Cidadania, autonomia e renda básica – Josué Pereira da N. 180 Limites e desafios para os direitos humanos no Brasil:
Silva entre o reconhecimento e a concretização – Afonso Maria
N. 150 Imagética e formações religiosas contemporâneas: entre a das Chagas
performance e a ética – José Rogério Lopes N. 181 Apátridas e refugiados: direitos humanos a partir da ética
N. 151 As reformas político-econômicas pombalinas para a Ama- da alteridade – Gustavo Oliveira de Lima Pereira
zônia: e a expulsão dos jesuítas do Grão-Pará e Maranhão N. 182 Censo 2010 e religiões:reflexões a partir do novo mapa
– Luiz Fernando Medeiros Rodrigues religioso brasileiro – José Rogério Lopes
N. 152 Entre a Revolução Mexicana e o Movimento de Chiapas: a N. 183 A Europa e a ideia de uma economia civil – Stefano Zamagni
tese da hegemonia burguesa no México ou “por que voltar N. 184 Para um discurso jurídico-penal libertário: a pena como
ao México 100 anos depois” – Claudia Wasserman dispositivo político (ou o direito penal como “discurso-
N. 153 Globalização e o pensamento econômico franciscano: limite”) – Augusto Jobim do Amaral
Orientação do pensamento econômico franciscano e Ca- N. 185 A identidade e a missão de uma universidade católica na
ritas in Veritate – Stefano Zamagni atualidade – Stefano Zamagni
N. 154 Ponto de cultura teko arandu: uma experiência de inclusão N. 186 A hospitalidade frente ao processo de reassentamento soli-
digital indígena na aldeia kaiowá e guarani Te’ýikue no dário aos refugiados – Joseane Mariéle Schuck Pinto
município de Caarapó-MS – Neimar Machado de Sousa, N. 187 Os arranjos colaborativos e complementares de ensino,
Antonio Brand e José Francisco Sarmento pesquisa e extensão na educação superior brasileira e sua
N. 155 Civilizar a economia: o amor e o lucro após a crise econô- contribuição para um projeto de sociedade sustentável no
mica – Stefano Zamagni Brasil – Marcelo F. de Aquino
N. 156 Intermitências no cotidiano: a clínica como resistência in- N. 188 Os riscos e as loucuras dos discursos da razão no campo
ventiva – Mário Francis Petry Londero e Simone Mainieri da prevenção – Luis David Castiel
Paulon N. 189 Produções tecnológicas e biomédicas e seus efeitos pro-
N. 157 Democracia, liberdade positiva, desenvolvimento – dutivos e prescritivos nas práticas sociais e de gênero –
Stefano Zamagni Marlene Tamanini
N. 158 “Passemos para a outra margem”: da homofobia ao respei- N. 190 Ciência e justiça: Considerações em torno da apropriação
to à diversidade – Omar Lucas Perrout Fortes de Sales da tecnologia de DNA pelo direito – Claudia Fonseca
N. 159 A ética católica e o espírito do capitalismo – Stefano N. 191 #VEMpraRUA: Outono brasileiro? Leituras – Bruno Lima
Zamagni Rocha, Carlos Gadea, Giovanni Alves, Giuseppe Cocco,
N. 160 O Slow Food e novos princípios para o mercado – Eriberto Luiz Werneck Vianna e Rudá Ricci
Nascente Silveira N. 192 A ciência em ação de Bruno Latour – Leticia de Luna Freire
N. 161 O pensamento ético de Henri Bergson: sobre As duas fon- N. 193 Laboratórios e Extrações: quando um problema técnico se
tes da moral e da religião – André Brayner de Farias torna uma questão sociotécnica – Rodrigo Ciconet Dornelles
N. 162 O modus operandi das políticas econômicas keynesianas N. 194 A pessoa na era da biopolítica: autonomia, corpo e subjeti-
– Fernando Ferrari Filho e Fábio Henrique Bittes Terra vidade – Heloisa Helena Barboza
N. 163 Cultura popular tradicional: novas mediações e legitima- N. 195 Felicidade e Economia: uma retrospectiva histórica – Pedro
ções culturais de mestres populares paulistas – André Luiz Henrique de Morais Campetti e Tiago Wickstrom Alves
da Silva N. 196 A colaboração de Jesuítas, Leigos e Leigas nas Universi-
N. 164 Será o decrescimento a boa nova de Ivan Illich? – Serge dades confiadas à Companhia de Jesus: o diálogo entre
Latouche humanismo evangélico e humanismo tecnocientífico –
N. 165 Agostos! A “Crise da Legalidade”: vista da janela do Con- Adolfo Nicolás
sulado dos Estados Unidos em Porto Alegre – Carla Simo- N. 197 Brasil: verso e reverso constitucional – Fábio Konder
ne Rodeghero Comparato
N. 166 Convivialidade e decrescimento – Serge Latouche N. 198 Sem-religião no Brasil: Dois estranhos sob o guarda-chuva
N. 167 O impacto da plantação extensiva de eucalipto nas cultu- – Jorge Claudio Ribeiro
ras tradicionais: Estudo de caso de São Luis do Paraitinga N. 199 Uma ideia de educação segundo Kant: uma possível con-
– Marcelo Henrique Santos Toledo tribuição para o século XXI – Felipe Bragagnolo e Paulo
N. 168 O decrescimento e o sagrado – Serge Latouche César Nodari
N. 169 A busca de um ethos planetário – Leonardo Boff N. 200 Aspectos do direito de resistir e a luta socialpor moradia
N. 170 O salto mortal de Louk Hulsman e a desinstitucionalização urbana: a experiência da ocupação Raízes da Praia – Na-
do ser: um convite ao abolicionismo – Marco Antonio de talia Martinuzzi Castilho
Abreu Scapini N. 201 Desafios éticos, filosóficos e políticos da biologia sintética
N. 171 Sub specie aeternitatis – O uso do conceito de tempo – Jordi Maiso
como estratégia pedagógica de religação dos saberes – N. 202 Fim da Política, do Estado e da cidadania? – Roberto Romano
Gerson Egas Severo N. 203 Constituição Federal e Direitos Sociais: avanços e recuos
N. 172 Theodor Adorno e a frieza burguesa em tempos de tecno- da cidadania – Maria da Glória Gohn
logias digitais – Bruno Pucci N. 204 As origens históricas do racionalismo, segundo Feyerabend
– Miguel Ângelo Flach
N. 205 Compreensão histórica do regime empresarial-militar N. 245 Esquecer o neoliberalismo: aceleracionismo como terceiro
brasileiro – Fábio Konder Comparato espírito do capitalismo – Moysés da Fontoura Pinto Neto
N. 206 Sociedade tecnológica e a defesa do sujeito: Technological N. 246 O conceito de subsunção do trabalho ao capital: rumo à
society and the defense of the individual – Karla Saraiva subsunção da vida no capitalismo biocognitivo – Andrea
N. 207 Territórios da Paz: Territórios Produtivos? – Giuseppe Cocco Fumagalli
N. 208 Justiça de Transição como Reconhecimento: limites e possibi- N. 247 Educação, indivíduo e biopolítica: A crise do governamento –
lidades do processo brasileiro – Roberta Camineiro Baggio Dora Lilia Marín-Díaz
N. 209 As possibilidades da Revolução em Ellul – Jorge N. 248 Reinvenção do espaço público e político: o individualismo
Barrientos-Parra atual e a possibilidade de uma democracia – Roberto Romano
N. 210 A grande política em Nietzsche e a política que vem em N. 249 Jesuítas em campo: a Companhia de Jesus e a questão agrá-
Agamben – Márcia Rosane Junges ria no tempo do CLACIAS (1966-1980) – Iraneidson Santos
N. 211 Foucault e a Universidade: Entre o governo dos outros e o Costa
governo de si mesmo – Sandra Caponi N. 250 A Liberdade Vigiada: Sobre Privacidade, Anonimato e
N. 212 Verdade e História: arqueologia de uma relação – José Vigilantismo com a Internet – Pedro Antonio Dourado de
D’Assunção Barros Rezende
N. 213 A Relevante Herança Social do Pe. Amstad SJ – José N. 251 Políticas Públicas, Capitalismo Contemporâneo e os horizon-
Odelso Schneider tes de uma Democracia Estrangeira – Francini Lube Guizardi
N. 214 Sobre o dispositivo. Foucault, Agamben, Deleuze – Sandro N. 252 A Justiça, Verdade e Memória: Comissão Estadual da Verda-
Chignola de – Carlos Frederico Guazzelli
N. 215 Repensar os Direitos Humanos no Horizonte da Libertação – N. 253 Reflexões sobre os espaços urbanos
Alejandro Rosillo Martínez contemporâneos:
N. 216 A realidade complexa da tecnologia – Alberto Cupani quais as nossas cidades? – Vinícius Nicastro Honesko
N. 217 A Arte da Ciência e a Ciência da Arte: Uma abordagem a partir N. 254 Ubuntu como ética africana, humanista e inclusiva
de Paul Feyerabend – Hans Georg Flickinger – Jean-Bosco Kakozi Kashindi
N. 218 O ser humano na idade da técnica – Humberto Galimberti N. 255 Mobilização e ocupações dos espaços físicos e
N. 219 A Racionalidade Contextualizada em Feyerabend e virtuais: possibilidades e limites da reinvenção da
suas Implicações Éticas: Um Paralelo com Alasdair política nas metrópoles – Marcelo Castañeda
MacIntyre – Halina Macedo Leal N. 256 Indicadores de Bem-Estar Humano para Povos
N. 220 O Marquês de Pombal e a Invenção do Brasil – José Eduardo Tradicionais: O caso de uma comunidade indí-
Franco gena na fronteira da Amazônia Brasileira – Luiz
N. 221 Neurofuturos para sociedades de controle – Timothy Lenoir Felipe Barbosa Lacerda e Luis Eduardo Acosta Muñoz
N. 222 O poder judiciário no Brasil – Fábio Konder Comparato N. 257 Cerrado. O laboratório antropológico ameaçado
N. 223 Os marcos e as ferramentas éticas das tecnologias de gestão pela desterritorialização – Altair Sales Barbosa
– Jesús Conill Sancho N. 258 O impensado como potência e a desativação
N. 224 O restabelecimento da Companhia de Jesus no extremo sul das máquinas de poder – Rodrigo Karmy Bolton
do Brasil (1842-1867) – Luiz Fernando Medeiros Rodrigues N. 259 Identidade de Esquerda ou Pragmatismo Radi-
N. 225 O grande desafio dos indígenas nos países andinos: seus cal? – Moysés Pinto Neto
direitos sobre os recursos naturais – Xavier Albó N. 260 Itinerários versados: redes e identizações nas
N. 226 Justiça e perdão – Xabier Etxeberria Mauleon periferias de Porto Alegre? – Leandro Rogério
N. 227 Paraguai: primeira vigilância massiva norte-americana e a Pinheiro
descoberta do Arquivo do Terror (Operação Condor) – Martín N. 261 Fugindo para a frente: limites da reinvenção da
Almada política no Brasil contemporâneo – Henrique Costa
N. 228 A vida, o trabalho, a linguagem. Biopolítica e biocapitalismo – N. 262 As sociabilidades virtuais glocalizadas na me-
Sandro Chignola trópole: experiências do ativismo cibernético do
N. 229 Um olhar biopolítico sobre a bioética – Anna Quintanas Feixas grupo Direitos Urbanos no Recife – Breno Augusto
N. 230 Biopoder e a constituição étnico-racial das populações: Racia- Souto Maior Fontes e Davi Barboza Cavalcanti
lismo, eugenia e a gestão biopolítica da mestiçagem no Brasil N. 263 Seis hipóteses para ler a conjuntura brasileira –
– Gustavo da Silva Kern Sauro Bellezza
N. 231 Bioética e biopolítica na perspectiva hermenêutica: uma ética N. 264 Saúde e igualdade: a relevância do Sistema
do cuidado da vida – Jesús Conill Sancho Único de Saúde (SUS) – Stela N. Meneghel
N. 232 Migrantes por necessidade: o caso dos senegaleses no N. 265 Economia política aristotélica: cuidando da ca-
Norte do Rio Grande do Sul – Dirceu Benincá e Vânia Aguiar sa, cuidando do comum – Armando de Melo Lisboa
Pinheiro N. 266 Contribuições da teoria biopolítica para a refle-
N. 233 Capitalismo biocognitivo e trabalho: desafios à saúde e segu- xão sobre os direitos humanos – Aline Albuquerque
rança – Elsa Cristine Bevian N. 267 O que resta da ditadura? Estado democrático de
N. 234 O capital no século xxi e sua aplicabilidade à realidade brasi- direito e exceção no Brasil – Giuseppe Tosi
leira – Róber Iturriet Avila & João Batista Santos Conceição N. 268 Contato e improvisação: O que pode querer di-
N. 235 Biopolítica, raça e nação no Brasil (1870-1945) – Mozart Li- zer autonomia? – Alana Moraes de Souza
nhares da Silva N. 269 A perversão da política moderna: a apropriação
N. 236 Economias Biopolíticas da Dívida – Michael A. Peters de conceitos teológicos pela máquina governa-
N. 237 Paul Feyerabend e Contra o Método: Quarenta Anos do Início mental do Ocidente – Osiel Lourenço de Carvalho
de uma Provocação – Halina Macedo Leal N. 270 O campo de concentração: Um marco para a
N. 238 O trabalho nos frigoríficos: escravidão local e global? – Lean- (bio) política moderna – Viviane Zarembski Braga
dro Inácio Walter N. 271 O que caminhar ensina sobre o bem-viver? Tho-
N. 239 Brasil: A dialética da dissimulação – Fábio Konder Comparato reau e o apelo da natureza – Flavio Williges
N. 240 O irrepresentável – Homero Santiago N. 272 Interfaces da morte no imaginário da cultura po-
N. 241 O poder pastoral, as artes de governo e o estado moderno – pular mexicana – Rafael Lopez Villasenor
Castor Bartolomé Ruiz N. 273 Poder, persuasão e novos domínios da(s)
identidade(s) diante do(s) fundamentalismo(s)
N. 242 Uma crise de sentido, ou seja, de direção – Stefano Zamagni
religioso(s) na contemporaneidade brasileira –
N. 243 Diagnóstico Socioterritorial entre o chão e a gestão – Dirce
Celso Gabatz
Koga
N. 274 Tarefa da esquerda permanece a mesma: barrar
N. 244 A função-educador na perspectiva da biopolítica e da gover-
o caráter predatório automático do capitalismo –
namentalidade neoliberal – Alexandre Filordi de Carvalho
Acauam Oliveira
N. 275 Tendências econômicas do mundo contemporâ- N. 283 Vai, malandra. O despertar ontológico do plane-
neo – Alessandra Smerilli ta fome – Armando de Melo Lisboa
N. 276 Uma crítica filosófica à teoria da Sociedade do N. 284 Renda básica em tempos difíceis – Josué Pereira
Espetáculo em Guy Debord – Atilio Machado Peppe da Silva
N. 277 O Modelo atual de Capitalismo e suas formas N. 285 Isabelle Stengers No tempo das catástrofes.
de Captura da Subjetividade e de Exploração Quinze questões e um artifício sobre a obras –
Social – José Roque Junges Ricardo de Jesus Machado
N. 278 Da esperança ao ódio: Juventude, política e N. 286 O “velho capitalismo” e seu fôlego para domina-
pobreza do lulismo ao bolsonarismo – Rosana ção do tempo e do espaço – Luiz Gonzaga Belluzzo
Pinheiro-Machado e Lucia Mury Scalco N. 287 A tecnologia na vida cotidiana e nas instituições:
N. 279 O mal-estar na cultura medicamentalizada – Luis Heidegger, Agamben e Sloterdijk – Itamar Soares
David Castiel Veiga
N. 280 Mistérios da economia (divina) e do ministério N. 288 Para arejar a cúpula do judiciário – Fábio Konder
(angélico). Comparato
Quando a teologia fornece um paradigma para a N. 289 A Nova Previdência via de transformação es-
filosofia política e esta retroage à teologia – Alain trutural da seguridade social brasileira – Mari-
Gignac linda Marques Fernandes
N. 281 A Campanha da Legalidade e a radicalização do N. 290 A Universidade em busca de um novo tempo –
PTB na década de 1960. Reflexos no contexto Prof. Dr. Pe. Pedro Gilberto Gomes
atual – Mário José Maestri Filho N. 291 Tributação, políticas públicas e propostas fiscais
N. 282 A filosofia moral de Adam Smith face às leituras do novo governo – Róber Iturriet Avila e Mário Lúcio
reducionistas de sua obra: ensaio sobre os fun- Pedrosa Gomes Martins
damentos do indivíduo egoísta contemporâneo N. 292 As identidades Chiquitanas em perigo nas fron-
– Angela Ganem teiras – Aloir Pacini

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