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IHUideias
ISSN 1679-0316 (impresso) • ISSN 2448-0304 (online)
Ano 17 • nº 284 • vol. 17 • 2019

Renda básica em tempos difíceis


Josué Pereira da Silva

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Renda básica em tempos difíceis

Basic income in difficult times

Resumo

O objetivo deste artigo é abordar o tema da renda básica na contemporaneidade


a partir do tensionamento entre a lógica da economia (capitalista) e a lógica do social. A
referida tensão, neste artigo, serve como pano de fundo para a compreensão do verda-
deiro significado de renda básica no contexto de uma sociedade capitalista.
Palavras-chave: Renda básica; Capitalismo; Lógica do social.

Abstract

This paper aims to address the theme of basic income in contemporary times from
the tension between the logic of the (capitalist) economy and the logic of the social. The
tension in this paper serves as a background for understanding the true meaning of basic
income in the context of a capitalist society.
Keywords: Basic income; Capitalism; Social logic.

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Cadernos
IHUideias

Renda básica em tempos difíceis


Josué Pereira da Silva
Unicamp

ISSN 1679-0316 (impresso) • ISSN 2448-0304 (online)


ano 17 • nº 284 • vol. 17 • 2019

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Cadernos IHU ideias é uma publicação quinzenal impressa e digital do Instituto Humanitas Unisinos – IHU que
apresenta artigos produzidos por palestrantes e convidados(as) dos eventos promovidos pelo Instituto, além de artigos
inéditos de pesquisadores em diversas universidades e instituições de pesquisa. A diversidade transdisciplinar dos
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Cadernos IHU ideias


Ano XVII – Nº 284 – V. 17 – 2019
ISSN 1679-0316 (impresso)
ISSN 2448-0304 (online)

Editor: Prof. Dr. Inácio Neutzling – Unisinos


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Revisão: Carla Bigliardi
Editoração: Gustavo Guedes Weber
Impressão: Impressos Portão

Cadernos IHU ideias / Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Instituto Humanitas Unisinos. – Ano 1, n. 1
(2003)- . – São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2003- .
v.
Quinzenal (durante o ano letivo).
Publicado também on-line: <http://www.ihu.unisinos.br/cadernos-ihu-ideias>.
Descrição baseada em: Ano 1, n. 1 (2003); última edição consultada: Ano 11, n. 204 (2013).
ISSN 1679-0316
1. Sociologia. 2. Filosofia. 3. Política. I. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Instituto Humanitas Unisinos.
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32
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Renda básica em tempos difíceis

Josué Pereira da Silva


Unicamp

Introdução

Minha chave para abordar o tema da renda básica nesses tempos


difíceis é a tensão entre a lógica da economia (capitalista) e a lógica do
social, que hoje em dia parece pender para o lado da economia. Essa
tensão, que trato no item I, é um pano de fundo necessário para compre-
ender o verdadeiro significado de renda básica no contexto de uma socie-
dade capitalista.
Para isso, procuro, no item II, definir o que entendo por renda básica,
diferenciando-a de outras formas de transferência direta de renda, seja
em termos conceituais, seja em relação aos experimentos existentes aqui
e em outros países.
Minha apresentação não se limita, no entanto, a abordar a noção de
renda básica; isto é, como indica o título por mim sugerido, devo falar
também, no item III, do difícil contexto em que vivemos atualmente, não
só no Brasil, para o qual recorri à expressão tempos difíceis.
Por fim, após discutir a ideia de renda básica em um contexto que
considero adverso, faço, no item IV, algumas considerações especulati-
vas sobre as perspectivas das propostas de renda básica na atualidade.

Essa percepção de que existe uma tensão de fundo entre economia


e sociedade está presente na obra de diversos autores, embora o voca-
bulário empregado para exprimi-la possa variar entre eles. Em Karl Marx,
por exemplo, ela está presente no que se poderia denominar de tendência
à mercantilização embutida na lógica de expansão da forma mercadoria
para os diversos âmbitos da sociedade (Marx, 1985).

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Podemos percebê-la também em Karl Polanyi, quando ele distingue


as mercadorias genuínas das mercadorias fictícias, usando a última ex-
pressão para se referir ao trabalho, à terra e ao dinheiro, que para ele são
mercadorias apenas em sentido fictício, já que nenhum dos três é produ-
zido para a venda no mercado (Polanyi, 1944, pp. 72-3).
Da mesma forma, Thomas H. Marshall (1967), em suas formulações
sobre o conceito de cidadania, deixa entrever a mesma tensão entre eco-
nomia e sociedade ao contrapor cidadania, entendida como pertencimen-
to igualitário a uma determinada comunidade política, à classe social, cuja
lógica aponta para a relação de desigualdade entre os estratos de uma
mesma sociedade.
Mais recentemente, Gosta Esping-Andersen, ao definir, em um de
seus livros, o Estado de bem-estar social como “social citizenship state”
(Estado da cidadania social), deixa ainda mais evidente essa tensão entre
economia e sociedade (Esping-Andersen, 1985); e, a partir daí, constrói,
em outro livro (Esping-Andersen, 1990), sua tipologia dos sistemas de
bem-estar tendo por base fundamentalmente o grau de dependência que
os direitos de cidadania guardam em relação ao mercado de trabalho.
Para tanto, ele usa o neologismo “decommodification” (que pode ser
traduzido por desmercantilização) para lidar com essa relação de depen-
dência. E, daí, classifica os diferentes modelos de Estado de bem-estar
tendo por base a maior ou menor dependência que os direitos de cidada-
nia da população beneficiária têm em relação à participação dessa popu-
lação no mercado de trabalho. Ele conclui, então, que enquanto no mode-
lo denominado anglo-americano (Inglaterra e Estados Unidos) os direitos
de cidadania dependiam fundamentalmente da participação no mercado
de trabalho, no modelo de bem-estar dos países nórdicos (Dinamarca,
Noruega e Suécia) a maior parte dos direitos de cidadania não dependiam
de participação dos beneficiários no mercado de trabalho.
Por essa razão, Esping-Andersen classificava o primeiro modelo
(anglo-americano) como o mais mercantilizado, enquanto definia o se-
gundo modelo (nórdico) como o menos mercantilizado. O terceiro modelo
da tipologia, o central-europeu (França e Alemanha), ocupava, segundo
sua classificação, uma posição intermediária entre os outros dois mode-
los, porque ele garantia mais direitos desvinculados de participação no
mercado que o modelo anglo-americano, mas sem ir tão longe quanto o
modelo nórdico na desmercantilização das relações sociais, cuja política
distributiva foi a mais radical na ampliação de direitos sociais, sobretudo
os direitos à saúde, à educação e à renda.
Assim, tais políticas de bem-estar social, instituídas principalmente
no período pós-Segunda Guerra Mundial, contribuíram bastante para a

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redução das desigualdades sociais, em especial nos lugares – como os


países nórdicos – em que elas foram mais ambiciosas.
Em essência, todos esses modelos de bem-estar social se assenta-
vam na articulação, considerada virtuosa por alguns, de crescimento eco-
nômico e pleno emprego da força de trabalho que, gerida pelo Estado,
conseguia satisfazer ao menos parcialmente os principais atores do jogo
político – empresas capitalistas e sindicatos de trabalhadores, garantindo
os lucros dos primeiros e os salários dos trabalhadores, ao mesmo tempo
em que mantinha relativamente pacificado o conflito de classes.
Nessas condições, o Estado, responsável por gerir tal equação, ti-
nha, com o crescimento econômico e o pleno emprego da força de traba-
lho, também garantida uma sólida base de arrecadação de impostos, com
os quais financiava as políticas de bem-estar de modo a atender as ex-
pectativas de seus cidadãos.
A partir da metade da década de 1970, no entanto, as condições
começaram a mudar, com a migração de empresas multinacionais para
países do então chamado terceiro mundo, onde os salários e os impostos
eram mais baixos.
A crise do petróleo na mesma época, com o decorrente aumento de
seus preços, também contribuiu para desestabilizar aquela articulação
política denominada por alguns de “era de ouro do capitalismo” (Marglin e
Schor, 1991), que desaguou naquilo que inicialmente foi definido como
“crise fiscal do Estado” (O’Connor, 1983) e, em seguida, como “crise do
Estado de bem-estar” (Offe, 1984; Habermas, 1973; Gorz, 1983). A tudo
isso se somou, mais tarde, a revolução tecnológica que, poupadora de
trabalho, ajudou a aprofundar o desemprego durante a década de 1980,
tema que desencadeou um intenso debate sobre a crise do trabalho as-
salariado e, mesmo, de uma sociedade que tinha nele seu principal fun-
damento (Silva, 2008, pp. 19-33).
Sem condições de manter o crescimento econômico e o pleno em-
prego da força de trabalho, o Estado de bem-estar entrou em uma crise,
que afetou negativamente as políticas de cidadania, cujos direitos sociais
tornaram-se os alvos prediletos dos ideólogos do neoliberalismo e dos
governos de direita, que, com o fim dos regimes “socialistas” nos países
do Leste, viram o caminho livre para colocar em prática suas políticas
socialmente regressivas.
Passamos, assim, já durante o governo social-liberal de Bill Clinton,
nos Estados Unidos, do welfare ao warfare; ou seja, de uma política de
bem-estar para uma política de guerra contra os direitos sociais.
A ascensão recente de governos conservadores de direita, como o
de Donald Trump, nos Estados Unidos, tornou a situação ainda pior por-

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6 • Josué Pereira da Silva

que, além de manter e até aprofundar as políticas privatistas neoliberais,


acrescentou a ela uma dimensão de populismo reacionário e xenófobo,
relativamente ausente nas vertentes neoliberais pró-globalização.
E isso ocorre não só nos países centrais, onde os trabalhadores ha-
viam conquistado direitos sociais robustos, mas também em países como
o Brasil, onde a conquista de direitos sociais estava ainda em seu limiar
e, por isso, o estrago das políticas regressivas é muito mais danoso.
Em países como o Brasil, marcado por desigualdades bem mais pro-
fundas que nos países capitalistas centrais, as “contrarreformas”, como a
trabalhista (Krein, 2018) e a da Previdência (esta ainda em andamento),
são parte de um processo mais amplo de privatização, cujo objetivo prin-
cipal é ampliar as áreas à disposição do mercado; os efeitos de tais polí-
ticas podem ser devastadores, sobretudo para os setores mais vulnerá-
veis da população. Daí a necessidade de se contrapor a essa lógica
perversa de privilegiar as relações de mercado em prejuízo da
sociedade.

II

A terminologia utilizada pelos diversos autores e em diferentes con-


textos para falar de renda básica é bastante variada. Assim, expressões
como Stakeholder, Renda de base, Renda básica de cidadania, Universal
Grant, Alocação universal, Renda de existência são termos geralmente
similares ao de Renda Básica, uma vez que todas se referem a propostas
de distribuição incondicional de renda.
Mas há também uma variedade de expressões que se referem às
políticas de transferência direta de renda que exigem contrapartidas de
seus beneficiários, como imposto de renda negativo, renda mínima, renda
mínima de inserção, Bolsa Escola e Bolsa Família, entre outras. Aqui,
vale realçar que a principal diferença entre os dois tipos de proposição
refere-se à contraposição entre condicionalidade e incondicionalidade,
tema sobre o qual já escrevi antes (Silva, 2011; 2017).
Por outro lado, devo também mencionar as diferenças específicas
no interior de cada um dos dois grupos principais de proposição: os que
postulam a transferência incondicional e os que exigem alguma condicio-
nalidade. Assim, conforme escrevi acima, no primeiro grupo é possível
ver diferença, por exemplo, entre renda básica e stakeholder: embora as
duas sejam incondicionais, a primeira propõe a distribuição mensal ou
anual de recursos, enquanto a segunda sugere uma única dotação, a qual
o recebedor deve se responsabilizar por administrar (Silva, 2014). No se-
gundo grupo, por sua vez, a renda mínima, conforme a primeira proposta

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de Suplicy (1992), difere do Bolsa Família, na medida em que a primeira


destina-se ao indivíduo enquanto a segunda destina-se ao grupo
familiar.
Portanto, as muitas especificidades, tanto entre os grupos principais
quanto no interior de cada um deles, obrigam o debate a respeito das
propostas e das políticas de transferência de renda a lidar com um ema-
ranhado de termos que, à primeira vista, dificulta a percepção de suas
nuances pelos não iniciados no assunto. Nesta exposição, não pretendo
aprofundar a análise desse emaranhado conceitual, que exigiria muito
espaço e seria de pouca valia em um momento como este.
Devo, no entanto, realçar duas dessas diferenças que, acredito, são
importantes para a compreensão do tema que nos ocupa aqui (Silva,
2014; 2017). A primeira diferença é entre a proposta de renda básica e
aquela denominada stakeholder; a segunda, que a meu ver é mais impor-
tante, se refere ao par condicionalidade versus incondicionalidade.
Começo, então, com uma definição simples de renda básica, recor-
rendo a um de seus principais teóricos, Philippe Van Parijs (2002, p. 195):
“Uma renda básica é uma renda paga por uma comunidade política a to-
dos os seus membros individualmente, independente de sua situação fi-
nanceira ou exigência de trabalho”. Embora essa breve definição não
mencione, é mais ou menos consensual, entre os propositores da renda
básica, que ela deve ser distribuída permanentemente segundo períodos
determinados de tempo – mês, ano etc. – de forma que a pessoa benefi-
ciária a receba ao longo de toda a vida, cabendo ao Estado ou à comuni-
dade política da qual a pessoa beneficiária é membro a responsabilidade
por administrar os recursos a serem periodicamente distribuídos.
Nisto a renda básica difere da dotação conhecida como stakeholder,
proposta por Bruce Ackerman e Anne Alstott,1 segundo a qual as pessoas
beneficiárias receberiam em uma única parcela o montante da dotação,
cabendo doravante a elas próprias a responsabilidade por administrá-lo.
Para os proponentes da renda básica, conforme escrevi em outro lugar,
“mesmo que seja uma dotação incondicional, a stakeholder pode fa-
cilitar a desigualdade, pois depende da capacidade do recebedor de
gerir o dinheiro recebido. Se este último for um bom empreendedor,
pode tirar proveito desta dotação, usando-a como capital inicial e
tornar-se rico; por outro lado, se não o for, pode gastá-lo de forma
imprevidente e continuar na mesma situação de carência anterior à
dotação. Em um ou outro caso, a stakeholder pode contribuir para
aumentar a desigualdade social, em vez de reduzi-la, como se espe-

1 Ackerman e Alstott defendem sua proposição no livro, de autoria dos dois, The Stekeholder
Society, New Haven & London, Yale University Press, 1999.

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8 • Josué Pereira da Silva

ra que ocorrerá com a renda básica, que paga com regularidade a


cada determinado período de tempo não deixará margem, por exem-
plo, para que um recebedor imprevidente gaste-a de uma só vez”
(Silva, 2014, p. 10-11).

Ora, se a renda básica se diferencia da proposição denominada


stakeholder no que se refere à temporalidade da distribuição dos recursos
à população, é preciso também realçar suas diferenças em relação a pro-
gramas de transferência direta de renda condicionada, como é caso do
Bolsa Família. Nesse caso específico, uma primeira diferença tem a ver
com o destinatário dos recursos: enquanto a renda básica tem como alvo
o indivíduo, o Bolsa Família está voltado para a família. Mas esta última
diferença – indivíduo ou família – já podia ser observada em uma compa-
ração com a proposta original de renda mínima de Suplicy, de 1991, que
se voltava para o indivíduo, embora também fosse, como o Bolsa Família,
uma proposição amarrada a condicionalidades. Entretanto, a segunda e
principal diferença entre renda básica e Bolsa Família refere-se, na verda-
de, à relação entre condicionalidade e incondicionalidade (Silva, 2017).2
Dessas considerações, pode-se concluir que a renda básica se mos-
tra uma proposta mais adequada ao fortalecimento da cidadania e da
dignidade dos beneficiários, porque a distribuição universal, incondicional
e permanente da renda torna-a obrigatoriamente uma política de Estado,
prevenindo sua manipulação pelos governantes do momento. Ademais, a
universalidade e a incondicionalidade contribuem para promover a igual-
dade básica entre os membros de uma comunidade política, sem estig-
matizar seus beneficiários, como ocorre com as políticas compensatórias
focadas nos estratos mais carentes da população como é o caso do Bolsa
Família. Dessa forma, entendo que sua propensão a promover a igualda-
de torna a renda básica uma proposta mais afinada com as políticas de
esquerda, que tradicionalmente se vincula à luta por igualdade social (Sil-
va, 2019).
Isto, evidentemente, não tira o mérito de políticas condicionadas e
focadas como o Bolsa Família. Mas devemos ter muito claro que se trata
de uma política compensatória, com objetivos limitados, a despeito do
alcance que adquiriu – 45 milhões de pessoas – no Brasil durante os go-
vernos do Partido dos Trabalhadores (PT), mesmo que os valores distri-
buídos não tenham chegado a 0,5% (meio por cento) do Produto Interno
Bruto (PIB). Claro que esses valores são insignificantes perto do montan-

2 Além de ter a família como destinatário da renda e se basear em condicionalidades, o Bolsa


Família distingue-se da renda básica também pelo foco nas populações de baixa renda e pelo
tempo de permanência no mesmo, pois há a expectativa de que seus beneficiários encon-
trem, o mais breve possível, “uma porta de saída” do programa, gerando sua própria renda.

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te de recursos direcionados ao que se convencionou chamar de “bolsa


empresário”, pois esta última alcançou, à mesma época, cerca de 3,4%
do PIB (valor sete vezes maior que o destinado anualmente ao Programa
Bolsa Família), conforme informações publicadas no jornal Folha de S.
Paulo, em 16/10/2016.
Não devemos esquecer que o Brasil já tem, desde 2004, uma lei de
renda básica de cidadania (lei nº 10.835, de 8 janeiro de 2004), resultante
de um projeto apresentado pelo então senador Eduardo Matarazzo Supli-
cy. Essa lei foi sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, du-
rante seu primeiro governo, um dia antes de ele sancionar a lei que oficia-
lizou o Programa Bolsa Família (lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004).
Mas, infelizmente, essa lei da renda básica de cidadania, que é em muitos
aspectos pioneira e sobre a qual já escrevi em outro lugar (Silva, 2014,
pp. 101-118), permanece letra morta até o momento.
Apesar de seus limites, no entanto, o Bolsa Família poderia ser um
ponto de partida para se chegar à renda básica de cidadania, como, aliás,
queria Eduardo Suplicy (2006). Seu efeito simbólico seria grande. Mas,
para tanto, precisaria ser generalizada e universalizada para o conjunto
da população, coisa que sequer foi cogitada pelos governos petistas (Sil-
va, 2011; 2014).
Antes de finalizar este item, cabe fazer um esclarecimento sobre in-
condicionalidade. Eu postulo aqui uma ideia de incondicionalidade em
sentido amplo, que possibilite a inversão da prioridade lógica entre mer-
cado e sociedade, já que a única condicionalidade que deve ser exigida
pela renda básica é o pertencimento à sociedade.
Para isso, apoio-me na formulação de Alain Caillé (2000; 2014), deno-
minada por ele incondicionalidade-condicional. A argumentação de Caillé em
defesa da incondicionalidade é bem peculiar se comparada à de outros de-
fensores da renda básica. Em geral, os argumentos mobilizados por esses
últimos estão “limitados a motivações econômicas, como o desemprego es-
trutural e tecnológico” (Silva, 2017, p. 21). Embora não deixe de considerar
tais motivações, Caillé dirige o olhar mais diretamente para o problema do
vínculo social, conforme se pode ver em seu texto citado a seguir:
Antes de mais nada, e por hipótese, quase por tautologia, deve-se
observar que o vínculo social – chamado também de aliança, estar
juntos em vez de viver em separado, confiança – não pode ser gera-
do a não ser com uma dimensão de aposta incondicional, a não ser
com um salto no desconhecido (Caillé, 2000, p. 103).

Sua concepção de incondicionalidade (incondicionalidade condicio-


nal) distingue-se, portanto, do entendimento predominante nos debates

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10 • Josué Pereira da Silva

sobre renda básica, já que nesses últimos raramente a incondicionalidade


apela ao vínculo social. Ademais, na visão de Caillé, o vínculo deve ser
entendido em termos de reciprocidade e não de equivalência, como nos
contratos comerciais. Trata-se, pois, de uma formulação que prioriza a
lógica do social em contraposição à lógica da economia, uma vez que a
incondicionalidade, incrustada no tecido social, apela a um tipo de condi-
cionalidade de fundo que é a própria reprodução do vínculo social.

III

Tendo em vista o que escrevi nos itens anteriores, minha tarefa ago-
ra é discutir as possibilidades de uma proposta de renda básica no con-
texto atual.
O debate contemporâneo sobre renda básica emergiu na década de
1980 e foi certamente influenciado pelo contexto de então, marcado pelas
crises do Estado de bem-estar e do desemprego em massa. As duas cri-
ses, que estavam relacionadas e se alimentavam mutuamente, afetavam
principalmente os países da Europa, até então berço principal dos sistemas
de bem-estar. Foi, portanto, no bojo dessa situação de crise que surgiu com
força o debate sobre o que denominamos aqui renda básica, cujo marco
simbólico é o texto “A Capitalist Road to Communism”, de Robert J. van der
Veen e de Philippe Van Parijs, publicado em 1986 na revista Theory and
Society (volume 15, nº 5), como parte de um dossiê que contava ainda com
comentários críticos de Erik Olin Wright, Alec Nove, Joseph H. Carens,
Johannes Berger, Adam Przeworski e Jon Elster, além de uma réplica dos
próprios Robert van der Veen e Philippe Van Parijs.
O argumento central do texto que desencadeou o debate, conforme
indica seu título, era o de que se poderia transitar do capitalismo direta-
mente ao comunismo, sem passar pelo socialismo. O texto desafiava a
tradicional tese de que o socialismo – definido, segundo os dois autores,
pelo princípio “a cada um segundo suas possibilidades” – era um estágio
intermediário necessário, durante o qual as forças produtivas se desen-
volveriam a ponto de alcançar a abundância que permitiria a distribuição
da riqueza produzida apenas com base no critério “a cada um segundo
suas necessidades”, conforme a definição de comunismo apresentada
pelos mesmos autores; ou seja, uma situação na qual a distribuição seria
feita sem a exigência de contrapartida pelos indivíduos.
Para van der Veen e Van Parijs, aquele estágio de transição não era
mais necessário porque o capitalismo já havia desenvolvido suficiente-
mente as forças produtivas. Com isso, a questão a ser resolvida não era
mais a de impulsionar a produção, mas sim a de distribuir a riqueza já

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Cadernos IHU ideias • 11

produzida. E a alocação de uma renda universal e incondicional era, para


eles, a resposta mais plausível.
Vinte anos depois, em 2006, no primeiro número da revista Basic
Income Studies, eles publicam outro texto, também objeto de comentários
de debatedores, cujo título chama a atenção para a semelhança com
aquele mencionado antes: “A Capitalist Road to Global Justice”. Esse títu-
lo, embora algo semelhante ao anterior, deixa evidente uma mudança na
percepção de seus autores: em lugar de comunismo aparece a expressão
justiça global. Sem querer me aprofundar no problema, vale ressaltar que
o novo título aponta para a mudança de contexto entre os dois momentos,
marcada pela queda do muro de Berlim, pelo fim do bloco soviético e pela
intensificação dos processos de globalização.
Em algum sentido, a proposição de uma renda universal e incondi-
cional aparecia também como uma saída tanto para a crise do Estado de
bem-estar que, com a crise fiscal decorrente do estreitamento de sua ba-
se de arrecadação de impostos, via diminuir sua capacidade de atender
às demandas da cidadania, quanto para a crise de desemprego que
transformava uma parcela crescente da população em desempregados
de longa duração ou mesmo permanentes, o que também contribuía para
pressionar o Estado a oferecer mais proteção social.
Diante dessa situação, emergiram entre os participantes do debate
sobre transferência de renda aqueles que viam na proposta uma possível
solução para a crise do Estado de bem-estar. Assim, para alguns, a renda
distribuída – chamada então de substitutiva – poderia substituir outros
direitos sociais até então providos pelo Estado de bem-estar. Felizmente,
porém, essa não foi a posição predominante no debate, mas sim aquela
que pode ser definida como completiva, a qual, em vez de substituir, com-
pletaria os direitos sociais até então conquistados (Milano, 1989).
Desde essa época o debate sobre renda básica se generalizou, al-
cançando diversos países, como testemunha a criação, em 2001, da Re-
de Mundial de Renda Básica (BIEN), sucessora de sua congênere euro-
peia. Juntamente com o debate presenciamos também a proliferação de
experimentos de transferência direta de renda, principalmente condicio-
nais, em diversos países ao redor do mundo.
Nos últimos tempos, porém, a despeito da crescente adesão à ideia
de renda básica, o contexto para sua realização tem se tornado mais ad-
verso. Com o visível esgotamento do projeto neoliberal, sobretudo a partir
da crise de 2008 (Streeck, 2018), esperava-se que pelo menos os gover-
nos alinhados à esquerda do espectro político se voltassem para a recu-
peração das políticas sociais, contrapondo-se às políticas neoliberais.
Mas tais esperanças foram frustradas pelos governos chamados de es-

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12 • Josué Pereira da Silva

querda, que, em vez de tomarem medidas socialmente progressivas, co-


mo taxar as grandes fortunas3 e os dividendos das empresas4, preferiram
aderir às políticas neoliberais, reforçando a lógica das “contrarreformas”
destruidoras de direitos sociais.
Essa situação só se agravou com a emergência recente de governos
conservadores de direita, como o de Donald Trump nos Estados Unidos e
o de Jair Bolsonaro no Brasil. São, sem dúvida, tempos difíceis para pro-
postas como a de renda básica.

IV

A despeito das dificuldades atuais, é bom deixar claro que as princi-


pais demandas por direitos sociais e trabalhistas percorreram longos e
tortuosos caminhos antes de se transformarem em conquistas. Foi assim
com a jornada de trabalho de oito horas, com os sistemas de seguridade
social e, enfim, com os direitos sociais relacionados à saúde e à educação
públicas. Não será diferente com a renda básica, mesmo que o contexto
atual seja desfavorável para sua realização imediata.
Mais importante que o contexto desfavorável, no entanto, é sua cres-
cente divulgação, que alcança cada vez mais parcelas da opinião pública.
Assim, ainda que não seja aceita sem restrições, é visível a ampliação do
alcance dessa ideia em diversos países, conforme se vê na crescente e
diversificada literatura a respeito de renda básica, em sua cada vez maior
presença nas agendas de agrupamentos políticos que a transformam em
proposição de política pública e também na criação de redes nacionais de
renda básica, como a brasileira, que já existe informalmente há algum
tempo e agora (26/4/2019) de se institucionalizar. Isto sem contar o apoio
que a ideia vem recebendo de personalidades como Mark Zuckerberg e
outros do tipo.
Além disso, não se pode perder de vista que os experimentos de
transferência direta de renda, locais ou nacionais, existentes ao redor do
mundo, ainda que grandemente apegados a condicionalidades, ganham
cada vez mais legitimidade social, tornando difícil sua pura e simples eli-
minação por governantes de momento. Aliás, são frequentes as tentativas
de governantes os mais diversos de se apropriar de tais experimentos,
usando a retórica de que pretendem melhorá-los.

3 Para Thomas Piketty, as grandes fortunas, que resultam de patrimônios acumulados por
muito tempo, são em grande medida as responsáveis pelo aumento da desigualdade social,
sobretudo nesses anos de parco crescimento econômico (Piketty, 2013). Ver também Van
Parijs (1996, p. 34-40), sobre outras possíveis formas de financiamento da renda básica.
4 O Brasil é um dos poucos países do mundo que não taxam tais dividendos.

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Cadernos IHU ideias • 13

Mas, por outro lado, isto não pode ser motivo para nos enganarmos,
porque até o momento não é perceptível em nenhum deles, mesmo os
que se dizem de esquerda, o passo decisivo em direção à universalização
e à incondicionalidade, condições necessárias para que a transferência
de renda deixe de ser uma mera política compensatória e se torne uma
verdadeira política de cidadania e, em consequência, se transforme de
fato em um contraponto à desenfreada tendência à mercantilização das
relações sociais.

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14 • Josué Pereira da Silva

Referências bibliográficas:

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Cadernos IHU ideias • 15

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CADERNOS IHU IDEIAS

N. 01 A teoria da justiça de John Rawls – José Nedel N. 37 As concepções teórico-analíticas e as proposições de


N. 02 O feminismo ou os feminismos: Uma leitura das produ- política econômica de Keynes – Fernando Ferrari Filho
ções teóricas – Edla Eggert N. 38 Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil Colonial –
O Serviço Social junto ao Fórum de Mulheres em São Luiz Mott
Leopoldo – Clair Ribeiro Ziebell e Acadêmicas Anemarie N. 39 Malthus e Ricardo: duas visões de economia política e de
Kirsch Deutrich e Magali Beatriz Strauss capitalismo – Gentil Corazza
N. 03 O programa Linha Direta: a sociedade segundo a TV Glo- N. 40 Corpo e Agenda na Revista Feminina – Adriana Braga
bo – Sonia Montaño N. 41 A (anti)filosofia de Karl Marx – Leda Maria Paulani
N. 04 Ernani M. Fiori – Uma Filosofia da Educação Popular – N. 42 Veblen e o Comportamento Humano: uma avaliação
Luiz Gilberto Kronbauer após um século de “A Teoria da Classe Ociosa” –
N. 05 O ruído de guerra e o silêncio de Deus – Manfred Zeuch Leonardo Monteiro Monasterio
N. 06 BRASIL: Entre a Identidade Vazia e a Construção do Novo N. 43 Futebol, Mídia e Sociabilidade. Uma experiência etnográ-
– Renato Janine Ribeiro fica – Édison Luis Gastaldo, Rodrigo Marques Leistner,
N. 07 Mundos televisivos e sentidos identiários na TV – Suzana Ronei Teodoro da Silva e Samuel McGinity
Kilpp N. 44 Genealogia da religião. Ensaio de leitura sistêmica de
N. 08 Simões Lopes Neto e a Invenção do Gaúcho – Márcia Marcel Gauchet. Aplicação à situação atual do mundo –
Lopes Duarte Gérard Donnadieu
N. 09 Oligopólios midiáticos: a televisão contemporânea e as N. 45 A realidade quântica como base da visão de Teilhard de
barreiras à entrada – Valério Cruz Brittos Chardin e uma nova concepção da evolução biológica –
N. 10 Futebol, mídia e sociedade no Brasil: reflexões a partir de Lothar Schäfer
um jogo – Édison Luis Gastaldo N. 46 “Esta terra tem dono”. Disputas de representação sobre
N. 11 Os 100 anos de Theodor Adorno e a Filosofia depois de o passado missioneiro no Rio Grande do Sul: a figura de
Auschwitz – Márcia Tiburi Sepé Tiaraju – Ceres Karam Brum
N. 12 A domesticação do exótico – Paula Caleffi N. 47 O desenvolvimento econômico na visão de Joseph
N. 13 Pomeranas parceiras no caminho da roça: um jeito de Schumpeter – Achyles Barcelos da Costa
fazer Igreja, Teologia e Educação Popular – Edla Eggert N. 48 Religião e elo social. O caso do cristianismo – Gérard
N. 14 Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros: a prática política Donnadieu
no RS – Gunter Axt N. 49 Copérnico e Kepler: como a terra saiu do centro do univer-
N. 15 Medicina social: um instrumento para denúncia – Stela so – Geraldo Monteiro Sigaud
Nazareth Meneghel N. 50 Modernidade e pós-modernidade – luzes e sombras – Evi-
N. 16 Mudanças de significado da tatuagem contemporânea – lázio Teixeira
Débora Krischke Leitão N. 51 Violências: O olhar da saúde coletiva – Élida Azevedo
N. 17 As sete mulheres e as negras sem rosto: ficção, história e Hennington e Stela Nazareth Meneghel
trivialidade – Mário Maestri N. 52 Ética e emoções morais – Thomas Kesselring
N. 18 Um itinenário do pensamento de Edgar Morin – Maria da Juízos ou emoções: de quem é a primazia na moral? –
Conceição de Almeida Adriano Naves de Brito
N. 19 Os donos do Poder, de Raymundo Faoro – Helga Iracema N. 53 Computação Quântica. Desafios para o Século XXI – Fer-
Ladgraf Piccolo nando Haas
N. 20 Sobre técnica e humanismo – Oswaldo Giacóia Junior N. 54 Atividade da sociedade civil relativa ao desarmamento na
N. 21 Construindo novos caminhos para a intervenção societá- Europa e no Brasil – An Vranckx
ria – Lucilda Selli N. 55 Terra habitável: o grande desafio para a humanidade – Gil-
N. 22 Física Quântica: da sua pré-história à discussão sobre o berto Dupas
seu conteúdo essencial – Paulo Henrique Dionísio N. 56 O decrescimento como condição de uma sociedade convi-
N. 23 Atualidade da filosofia moral de Kant, desde a perspectiva vial – Serge Latouche
de sua crítica a um solipsismo prático – Valério Rohden N. 57 A natureza da natureza: auto-organização e caos –
N. 24 Imagens da exclusão no cinema nacional – Miriam Rossini Günter Küppers
N. 25 A estética discursiva da tevê e a (des)configuração da N. 58 Sociedade sustentável e desenvolvimento sustentável:
informação – Nísia Martins do Rosário limites e possibilidades – Hazel Henderson
N. 26 O discurso sobre o voluntariado na Universidade do N. 59 Globalização – mas como? – Karen Gloy
Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – Rosa Maria Serra N. 60 A emergência da nova subjetividade operária: a sociabili-
Bavaresco dade invertida – Cesar Sanson
N. 27 O modo de objetivação jornalística – Beatriz Alcaraz N. 61 Incidente em Antares e a Trajetória de Ficção de Erico
Marocco Veríssimo – Regina Zilberman
N. 28 A cidade afetada pela cultura digital – Paulo Edison Belo N. 62 Três episódios de descoberta científica: da caricatura em-
Reyes pirista a uma outra história – Fernando Lang da Silveira e
N. 29 Prevalência de violência de gênero perpetrada por com- Luiz O. Q. Peduzzi
panheiro: Estudo em um serviço de atenção primária N. 63 Negações e Silenciamentos no discurso acerca da Juven-
à saúde – Porto Alegre, RS – José Fernando Dresch tude – Cátia Andressa da Silva
Kronbauer N. 64 Getúlio e a Gira: a Umbanda em tempos de Estado Novo
N. 30 Getúlio, romance ou biografia? – Juremir Machado da – Artur Cesar Isaia
Silva N. 65 Darcy Ribeiro e o O povo brasileiro: uma alegoria huma-
N. 31 A crise e o êxodo da sociedade salarial – André Gorz nista tropical – Léa Freitas Perez
N. 32 À meia luz: a emergência de uma Teologia Gay – Seus N. 66 Adoecer: Morrer ou Viver? Reflexões sobre a cura e a não
dilemas e possibilidades – André Sidnei Musskopf cura nas reduções jesuítico-guaranis (1609-1675) – Eliane
N. 33 O vampirismo no mundo contemporâneo: algumas consi- Cristina Deckmann Fleck
derações – Marcelo Pizarro Noronha N. 67 Em busca da terceira margem: O olhar de Nelson Pereira
N. 34 O mundo do trabalho em mutação: As reconfigurações e dos Santos na obra de Guimarães Rosa – João Guilherme
seus impactos – Marco Aurélio Santana Barone
N. 35 Adam Smith: filósofo e economista – Ana Maria Bianchi e N. 68 Contingência nas ciências físicas – Fernando Haas
Antonio Tiago Loureiro Araújo dos Santos N. 69 A cosmologia de Newton – Ney Lemke
N. 36 Igreja Universal do Reino de Deus no contexto do emer- N. 70 Física Moderna e o paradoxo de Zenon – Fernando Haas
gente mercado religioso brasileiro: uma análise antropoló- N. 71 O passado e o presente em Os Inconfidentes, de Joaquim
gica – Airton Luiz Jungblut Pedro de Andrade – Miriam de Souza Rossini

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N. 72 Da religião e de juventude: modulações e articulações – N. 108 Trabalho associado e ecologia: vislumbrando um ethos
Léa Freitas Perez solidário, terno e democrático? – Telmo Adams
N. 73 Tradição e ruptura na obra de Guimarães Rosa – Eduardo N. 109 Transumanismo e nanotecnologia molecular – Celso Can-
F. Coutinho dido de Azambuja
N. 74 Raça, nação e classe na historiografia de Moysés Vellinho N. 110 Formação e trabalho em narrativas – Leandro R. Pinheiro
– Mário Maestri N. 111 Autonomia e submissão: o sentido histórico da administra-
N. 75 A Geologia Arqueológica na Unisinos – Carlos Henrique ção – Yeda Crusius no Rio Grande do Sul – Mário Maestri
Nowatzki N. 112 A comunicação paulina e as práticas publicitárias: São
N. 76 Campesinato negro no período pós-abolição: repensando Paulo e o contexto da publicidade e propaganda – Denis
Coronelismo, enxada e voto – Ana Maria Lugão Rios Gerson Simões
N. 77 Progresso: como mito ou ideologia – Gilberto Dupas N. 113 Isto não é uma janela: Flusser, Surrealismo e o jogo contra
N. 78 Michael Aglietta: da Teoria da Regulação à Violência da – Esp. Yentl Delanhesi
Moeda – Octavio A. C. Conceição N. 114 SBT: jogo, televisão e imaginário de azar brasileiro – Sonia
N. 79 Dante de Laytano e o negro no Rio Grande Do Sul – Moa- Montaño
cyr Flores N. 115 Educação cooperativa solidária: perspectivas e limites –
N. 80 Do pré-urbano ao urbano: A cidade missioneira colonial e Carlos Daniel Baioto
seu território – Arno Alvarez Kern N. 116 Humanizar o humano – Roberto Carlos Fávero
N. 81 Entre Canções e versos: alguns caminhos para a leitura N. 117 Quando o mito se torna verdade e a ciência, religião –
e a produção de poemas na sala de aula – Gláucia de Róber Freitas Bachinski
Souza N. 118 Colonizando e descolonizando mentes – Marcelo Dascal
N. 82 Trabalhadores e política nos anos 1950: a ideia de “sindi- N. 119 A espiritualidade como fator de proteção na adolescência
calismo populista” em questão – Marco Aurélio Santana – Luciana F. Marques e Débora D. Dell’Aglio
N. 83 Dimensões normativas da Bioética – Alfredo Culleton e Vi- N. 120 A dimensão coletiva da liderança – Patrícia Martins Fa-
cente de Paulo Barretto gundes Cabral e Nedio Seminotti
N. 84 A Ciência como instrumento de leitura para explicar as N. 121 Nanotecnologia: alguns aspectos éticos e teológicos –
transformações da natureza – Attico Chassot Eduardo R. Cruz
N. 85 Demanda por empresas responsáveis e Ética Concor- N. 122 Direito das minorias e Direito à diferenciação – José Rogé-
rencial: desafios e uma proposta para a gestão da ação rio Lopes
organizada do varejo – Patrícia Almeida Ashley N. 123 Os direitos humanos e as nanotecnologias: em busca de
N. 86 Autonomia na pós-modernidade: um delírio? – Mario Fleig marcos regulatórios – Wilson Engelmann
N. 87 Gauchismo, tradição e Tradicionalismo – Maria Eunice N. 124 Desejo e violência – Rosane de Abreu e Silva
Maciel N. 125 As nanotecnologias no ensino – Solange Binotto Fagan
N. 88 A ética e a crise da modernidade: uma leitura a partir da N. 126 Câmara Cascudo: um historiador católico – Bruna Rafaela de
obra de Henrique C. de Lima Vaz – Marcelo Perine Lima
N. 89 Limites, possibilidades e contradições da formação huma- N. 127 O que o câncer faz com as pessoas? Reflexos na lite-
na na Universidade – Laurício Neumann ratura universal: Leo Tolstoi – Thomas Mann – Alexander
N. 90 Os índios e a História Colonial: lendo Cristina Pompa e Soljenítsin – Philip Roth – Karl-Josef Kuschel
Regina Almeida – Maria Cristina Bohn Martins N. 128 Dignidade da pessoa humana e o direito fundamental à
N. 91 Subjetividade moderna: possibilidades e limites para o identidade genética – Ingo Wolfgang Sarlet e Selma Ro-
cristianismo – Franklin Leopoldo e Silva drigues Petterle
N. 92 Saberes populares produzidos numa escola de comunida- N. 129 Aplicações de caos e complexidade em ciências da vida –
de de catadores: um estudo na perspectiva da Etnomate- Ivan Amaral Guerrini
mática – Daiane Martins Bocasanta N. 130 Nanotecnologia e meio ambiente para uma sociedade
N. 93 A religião na sociedade dos indivíduos: transformações no sustentável – Paulo Roberto Martins
campo religioso brasileiro – Carlos Alberto Steil N. 131 A philía como critério de inteligibilidade da mediação co-
N. 94 Movimento sindical: desafios e perspectivas para os próxi- munitária – Rosa Maria Zaia Borges Abrão
mos anos – Cesar Sanson N. 132 Linguagem, singularidade e atividade de trabalho – Marle-
N. 95 De volta para o futuro: os precursores da nanotecnoci- ne Teixeira e Éderson de Oliveira Cabral
ência – Peter A. Schulz N. 133 A busca pela segurança jurídica na jurisdição e no proces-
N. 96 Vianna Moog como intérprete do Brasil – Enildo de Moura so sob a ótica da teoria dos sistemas sociais de Nicklass
Carvalho Luhmann – Leonardo Grison
N. 97 A paixão de Jacobina: uma leitura cinematográfica – Mari- N. 134 Motores Biomoleculares – Ney Lemke e Luciano
nês Andrea Kunz Hennemann
N. 98 Resiliência: um novo paradigma que desafia as religiões – N. 135 As redes e a construção de espaços sociais na digitaliza-
Susana María Rocca Larrosa ção – Ana Maria Oliveira Rosa
N. 99 Sociabilidades contemporâneas: os jovens na lan house – N. 136 De Marx a Durkheim: Algumas apropriações teóricas para
Vanessa Andrade Pereira o estudo das religiões afro-brasileiras – Rodrigo Marques
N. 100 Autonomia do sujeito moral em Kant – Valerio Rohden Leistner
N. 101 As principais contribuições de Milton Friedman à Teoria N. 137 Redes sociais e enfrentamento do sofrimento psíquico:
Monetária: parte 1 – Roberto Camps Moraes sobre como as pessoas reconstroem suas vidas – Breno
N. 102 Uma leitura das inovações bio(nano)tecnológicas a partir Augusto Souto Maior Fontes
da sociologia da ciência – Adriano Premebida N. 138 As sociedades indígenas e a economia do dom: O caso
N. 103 ECODI – A criação de espaços de convivência digital vir- dos guaranis – Maria Cristina Bohn Martins
tual no contexto dos processos de ensino e aprendizagem N. 139 Nanotecnologia e a criação de novos espaços e novas
em metaverso – Eliane Schlemmer identidades – Marise Borba da Silva
N. 104 As principais contribuições de Milton Friedman à Teoria N. 140 Platão e os Guarani – Beatriz Helena Domingues
Monetária: parte 2 – Roberto Camps Moraes N. 141 Direitos humanos na mídia brasileira – Diego Airoso da
N. 105 Futebol e identidade feminina: um estudo etnográfico Motta
sobre o núcleo de mulheres gremistas – Marcelo Pizarro N. 142 Jornalismo Infantil: Apropriações e Aprendizagens de
Noronha Crianças na Recepção da Revista Recreio – Greyce
N. 106 Justificação e prescrição produzidas pelas Ciências Hu- Vargas
manas: Igualdade e Liberdade nos discursos educacio- N. 143 Derrida e o pensamento da desconstrução: o redimensio-
nais contemporâneos – Paula Corrêa Henning namento do sujeito – Paulo Cesar Duque-Estrada
N. 107 Da civilização do segredo à civilização da exibição: a famí- N. 144 Inclusão e Biopolítica – Maura Corcini Lopes, Kamila Lo-
lia na vitrine – Maria Isabel Barros Bellini ckmann, Morgana Domênica Hattge e Viviane Klaus

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N. 145 Os povos indígenas e a política de saúde mental no Brasil: N. 178 Crime e sociedade estamental no Brasil: De como la ley es
composição simétrica de saberes para a construção do como la serpiente; solo pica a los descalzos – Lenio Luiz
presente – Bianca Sordi Stock Streck
N. 146 Reflexões estruturais sobre o mecanismo de REDD – Ca- N. 179 Um caminho de educação para a paz segundo Rousseau
mila Moreno – Mateus Boldori e Paulo César Nodari
N. 147 O animal como próximo: por uma antropologia dos movi- N. 180 Limites e desafios para os direitos humanos no Brasil:
mentos de defesa dos direitos animais – Caetano Sordi entre o reconhecimento e a concretização – Afonso Maria
N. 148 Avaliação econômica de impactos ambientais: o caso do das Chagas
aterro sanitário em Canoas-RS – Fernanda Schutz N. 181 Apátridas e refugiados: direitos humanos a partir da ética
N. 149 Cidadania, autonomia e renda básica – Josué Pereira da da alteridade – Gustavo Oliveira de Lima Pereira
Silva N. 182 Censo 2010 e religiões:reflexões a partir do novo mapa
N. 150 Imagética e formações religiosas contemporâneas: entre religioso brasileiro – José Rogério Lopes
a performance e a ética – José Rogério Lopes N. 183 A Europa e a ideia de uma economia civil – Stefano Zamagni
N. 151 As reformas político-econômicas pombalinas para a Ama- N. 184 Para um discurso jurídico-penal libertário: a pena como
zônia: e a expulsão dos jesuítas do Grão-Pará e Mara- dispositivo político (ou o direito penal como “discurso-limi-
nhão – Luiz Fernando Medeiros Rodrigues te”) – Augusto Jobim do Amaral
N. 152 Entre a Revolução Mexicana e o Movimento de Chiapas: a N. 185 A identidade e a missão de uma universidade católica na
tese da hegemonia burguesa no México ou “por que voltar atualidade – Stefano Zamagni
ao México 100 anos depois” – Claudia Wasserman N. 186 A hospitalidade frente ao processo de reassentamento soli-
N. 153 Globalização e o pensamento econômico franciscano: dário aos refugiados – Joseane Mariéle Schuck Pinto
Orientação do pensamento econômico franciscano e Cari- N. 187 Os arranjos colaborativos e complementares de ensino,
tas in Veritate – Stefano Zamagni pesquisa e extensão na educação superior brasileira e
N. 154 Ponto de cultura teko arandu: uma experiência de inclu- sua contribuição para um projeto de sociedade sustentá-
são digital indígena na aldeia kaiowá e guarani Te’ýikue no vel no Brasil – Marcelo F. de Aquino
município de Caarapó-MS – Neimar Machado de Sousa, N. 188 Os riscos e as loucuras dos discursos da razão no campo
Antonio Brand e José Francisco Sarmento da prevenção – Luis David Castiel
N. 155 Civilizar a economia: o amor e o lucro após a crise econô- N. 189 Produções tecnológicas e biomédicas e seus efeitos pro-
mica – Stefano Zamagni dutivos e prescritivos nas práticas sociais e de gênero –
N. 156 Intermitências no cotidiano: a clínica como resistência in- Marlene Tamanini
ventiva – Mário Francis Petry Londero e Simone Mainieri N. 190 Ciência e justiça: Considerações em torno da apropriação
Paulon da tecnologia de DNA pelo direito – Claudia Fonseca
N. 157 Democracia, liberdade positiva, desenvolvimento – N. 191 #VEMpraRUA: Outono brasileiro? Leituras – Bruno Lima
Stefano Zamagni Rocha, Carlos Gadea, Giovanni Alves, Giuseppe Cocco,
N. 158 “Passemos para a outra margem”: da homofobia ao res- Luiz Werneck Vianna e Rudá Ricci
peito à diversidade – Omar Lucas Perrout Fortes de Sales N. 192 A ciência em ação de Bruno Latour – Leticia de Luna Freire
N. 159 A ética católica e o espírito do capitalismo – Stefano N. 193 Laboratórios e Extrações: quando um problema técnico
Zamagni se torna uma questão sociotécnica – Rodrigo Ciconet
N. 160 O Slow Food e novos princípios para o mercado – Eriberto Dornelles
Nascente Silveira N. 194 A pessoa na era da biopolítica: autonomia, corpo e subje-
N. 161 O pensamento ético de Henri Bergson: sobre As duas tividade – Heloisa Helena Barboza
fontes da moral e da religião – André Brayner de Farias N. 195 Felicidade e Economia: uma retrospectiva histórica – Pedro
N. 162 O modus operandi das políticas econômicas keynesianas Henrique de Morais Campetti e Tiago Wickstrom Alves
– Fernando Ferrari Filho e Fábio Henrique Bittes Terra N. 196 A colaboração de Jesuítas, Leigos e Leigas nas Universi-
N. 163 Cultura popular tradicional: novas mediações e legitima- dades confiadas à Companhia de Jesus: o diálogo entre
ções culturais de mestres populares paulistas – André humanismo evangélico e humanismo tecnocientífico –
Luiz da Silva Adolfo Nicolás
N. 164 Será o decrescimento a boa nova de Ivan Illich? – Serge N. 197 Brasil: verso e reverso constitucional – Fábio Konder
Latouche Comparato
N. 165 Agostos! A “Crise da Legalidade”: vista da janela do N. 198 Sem-religião no Brasil: Dois estranhos sob o guarda-chu-
Consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre – Carla va – Jorge Claudio Ribeiro
Simone Rodeghero N. 199 Uma ideia de educação segundo Kant: uma possível con-
N. 166 Convivialidade e decrescimento – Serge Latouche tribuição para o século XXI – Felipe Bragagnolo e Paulo
N. 167 O impacto da plantação extensiva de eucalipto nas cultu- César Nodari
ras tradicionais: Estudo de caso de São Luis do Paraitinga N. 200 Aspectos do direito de resistir e a luta socialpor moradia
– Marcelo Henrique Santos Toledo urbana: a experiência da ocupação Raízes da Praia – Na-
N. 168 O decrescimento e o sagrado – Serge Latouche talia Martinuzzi Castilho
N. 169 A busca de um ethos planetário – Leonardo Boff N. 201 Desafios éticos, filosóficos e políticos da biologia sintética
N. 170 O salto mortal de Louk Hulsman e a desinstitucionalização – Jordi Maiso
do ser: um convite ao abolicionismo – Marco Antonio de N. 202 Fim da Política, do Estado e da cidadania? – Roberto Romano
Abreu Scapini N. 203 Constituição Federal e Direitos Sociais: avanços e recuos
N. 171 Sub specie aeternitatis – O uso do conceito de tempo da cidadania – Maria da Glória Gohn
como estratégia pedagógica de religação dos saberes – N. 204 As origens históricas do racionalismo, segundo Feyerabend
Gerson Egas Severo – Miguel Ângelo Flach
N. 172 Theodor Adorno e a frieza burguesa em tempos de tecno- N. 205 Compreensão histórica do regime empresarial-militar
logias digitais – Bruno Pucci brasileiro – Fábio Konder Comparato
N. 173 Técnicas de si nos textos de Michel Foucault: A influência do N. 206 Sociedade tecnológica e a defesa do sujeito: Technological
poder pastoral – João Roberto Barros II society and the defense of the individual – Karla Saraiva
N. 174 Da mônada ao social: A intersubjetividade segundo Levinas – N. 207 Territórios da Paz: Territórios Produtivos? – Giuseppe Cocco
Marcelo Fabri N. 208 Justiça de Transição como Reconhecimento: limites e possi-
N. 175 Um caminho de educação para a paz segundo Hobbes – Lu- bilidades do processo brasileiro – Roberta Camineiro Baggio
cas Mateus Dalsotto e Everaldo Cescon N. 209 As possibilidades da Revolução em Ellul – Jorge
N. 176 Da magnitude e ambivalência à necessária humanização Barrientos-Parra
da tecnociência segundo Hans Jonas – Jelson Roberto de N. 210 A grande política em Nietzsche e a política que vem em
Oliveira Agamben – Márcia Rosane Junges
N. 177 Um caminho de educação para a paz segundo Locke – N. 211 Foucault e a Universidade: Entre o governo dos outros e o
Odair Camati e Paulo César Nodari governo de si mesmo – Sandra Caponi

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N. 212 Verdade e História: arqueologia de uma relação – José N. 252 A Justiça, Verdade e Memória: Comissão Estadual da
D’Assunção Barros Verdade – Carlos Frederico Guazzelli
N. 213 A Relevante Herança Social do Pe. Amstad SJ – José N. 253 Reflexões sobre os espaços urbanos contemporâneos:
Odelso Schneider quais as nossas cidades? – Vinícius Nicastro Honesko
N. 214 Sobre o dispositivo. Foucault, Agamben, Deleuze – Sandro N. 254 Ubuntu como ética africana, humanista e inclusiva – Je-
Chignola an-Bosco Kakozi Kashindi
N. 215 Repensar os Direitos Humanos no Horizonte da Liberta- N. 255 Mobilização e ocupações dos espaços físicos e virtuais:
ção – Alejandro Rosillo Martínez possibilidades e limites da reinvenção da política nas
N. 216 A realidade complexa da tecnologia – Alberto Cupani metrópoles – Marcelo Castañeda
N. 217 A Arte da Ciência e a Ciência da Arte: Uma abordagem a N. 256 Indicadores de Bem-Estar Humano para Povos Tradicio-
partir de Paul Feyerabend – Hans Georg Flickinger nais: O caso de uma comunidade indígena na fronteira
N. 218 O ser humano na idade da técnica – Humberto Galimberti da Amazônia Brasileira – Luiz Felipe Barbosa Lacerda e
N. 219 A Racionalidade Contextualizada em Feyerabend e Luis Eduardo Acosta Muñoz
suas Implicações Éticas: Um Paralelo com Alasdair N. 257 Cerrado. O laboratório antropológico ameaçado pela
MacIntyre – Halina Macedo Leal desterritorialização – Altair Sales Barbosa
N. 220 O Marquês de Pombal e a Invenção do Brasil – José Eduar- N. 258 O impensado como potência e a desativação das máqui-
do Franco nas de poder – Rodrigo Karmy Bolton
N. 221 Neurofuturos para sociedades de controle – Timothy Lenoir N. 259 Identidade de Esquerda ou Pragmatismo Radical? –
N. 222 O poder judiciário no Brasil – Fábio Konder Comparato Moysés Pinto Neto
N. 223 Os marcos e as ferramentas éticas das tecnologias de N. 260 Itinerários versados: redes e identizações nas periferias
gestão – Jesús Conill Sancho de Porto Alegre? – Leandro Rogério Pinheiro
N. 224 O restabelecimento da Companhia de Jesus no extremo sul do N. 261 Fugindo para a frente: limites da reinvenção da política
Brasil (1842-1867) – Luiz Fernando Medeiros Rodrigues no Brasil contemporâneo – Henrique Costa
N. 225 O grande desafio dos indígenas nos países andinos: seus N. 262 As sociabilidades virtuais glocalizadas na metrópole:
direitos sobre os recursos naturais – Xavier Albó experiências do ativismo cibernético do grupo Direitos
N. 226 Justiça e perdão – Xabier Etxeberria Mauleon Urbanos no Recife – Breno Augusto Souto Maior Fontes
N. 227 Paraguai: primeira vigilância massiva norte-americana e e Davi Barboza Cavalcanti
a descoberta do Arquivo do Terror (Operação Condor) – N. 263 Seis hipóteses para ler a conjuntura brasileira – Sauro Bellezza
Martín Almada N. 264 Saúde e igualdade: a relevância do Sistema Único de
N. 228 A vida, o trabalho, a linguagem. Biopolítica e biocapitalis- Saúde (SUS) – Stela N. Meneghel
mo – Sandro Chignola N. 265 Economia política aristotélica: cuidando da casa, cuidan-
N. 229 Um olhar biopolítico sobre a bioética – Anna Quintanas Feixas do do comum – Armando de Melo Lisboa
N. 230 Biopoder e a constituição étnico-racial das populações: N. 266 Contribuições da teoria biopolítica para a reflexão sobre
Racialismo, eugenia e a gestão biopolítica da mestiçagem os direitos humanos – Aline Albuquerque
no Brasil – Gustavo da Silva Kern N. 267 O que resta da ditadura? Estado democrático de direito
N. 231 Bioética e biopolítica na perspectiva hermenêutica: uma e exceção no Brasil – Giuseppe Tosi
ética do cuidado da vida – Jesús Conill Sancho N. 268 Contato e improvisação: O que pode querer dizer auto-
N. 232 Migrantes por necessidade: o caso dos senegaleses no Norte nomia? – Alana Moraes de Souza
do Rio Grande do Sul – Dirceu Benincá e Vânia Aguiar Pinheiro N. 269 A perversão da política moderna: a apropriação de con-
N. 233 Capitalismo biocognitivo e trabalho: desafios à saúde e ceitos teológicos pela máquina governamental do Oci-
segurança – Elsa Cristine Bevian dente – Osiel Lourenço de Carvalho
N. 234 O capital no século xxi e sua aplicabilidade à realidade brasi- N. 270 O campo de concentração: Um marco para a (bio) políti-
leira – Róber Iturriet Avila & João Batista Santos Conceição ca moderna – Viviane Zarembski Braga
N. 271 O que caminhar ensina sobre o bem-viver? Thoreau e o
N. 235 Biopolítica, raça e nação no Brasil (1870-1945) – Mozart
apelo da natureza – Flavio Williges
Linhares da Silva
N. 272 Interfaces da morte no imaginário da cultura popular me-
N. 236 Economias Biopolíticas da Dívida – Michael A. Peters
xicana – Rafael Lopez Villasenor
N. 237 Paul Feyerabend e Contra o Método: Quarenta Anos do
N. 273 Poder, persuasão e novos domínios da(s) identidade(s)
Início de uma Provocação – Halina Macedo Leal
diante do(s) fundamentalismo(s) religioso(s) na contempo-
N. 238 O trabalho nos frigoríficos: escravidão local e global? –
raneidade brasileira – Celso Gabatz
Leandro Inácio Walter
N. 274 Tarefa da esquerda permanece a mesma: barrar o ca-
N. 239 Brasil: A dialética da dissimulação – Fábio Konder Comparato ráter predatório automático do capitalismo – Acauam
N. 240 O irrepresentável – Homero Santiago Oliveira
N. 241 O poder pastoral, as artes de governo e o estado moderno N. 275 Tendências econômicas do mundo contemporâneo – Ales-
– Castor Bartolomé Ruiz sandra Smerilli
N. 242 Uma crise de sentido, ou seja, de direção – Stefano Zamagni N. 276 Uma crítica filosófica à teoria da Sociedade do Espetáculo
N. 243 Diagnóstico Socioterritorial entre o chão e a gestão – Dirce em Guy Debord – Atilio Machado Peppe
Koga N. 277 O Modelo atual de Capitalismo e suas formas de Captura
N. 244 A função-educador na perspectiva da biopolítica e da gover- da Subjetividade e de Exploração Social – José Roque
namentalidade neoliberal – Alexandre Filordi de Carvalho Junges
N. 245 Esquecer o neoliberalismo: aceleracionismo como terceiro N. 278 Da esperança ao ódio: Juventude, política e pobreza do
espírito do capitalismo – Moysés da Fontoura Pinto Neto lulismo ao bolsonarismo – Rosana Pinheiro-Machado e
N. 246 O conceito de subsunção do trabalho ao capital: rumo à Lucia Mury Scalco
subsunção da vida no capitalismo biocognitivo – Andrea N. 279 O mal-estar na cultura medicamentalizada – Luis David
Fumagalli Castiel
N. 247 Educação, indivíduo e biopolítica: A crise do governamen- N. 280 Mistérios da economia (divina) e do ministério (angélico).
to – Dora Lilia Marín-Díaz Quando a teologia fornece um paradigma para a filosofia
N. 248 Reinvenção do espaço público e político: o individualismo política e esta retroage à teologia – Alain Gignac
atual e a possibilidade de uma democracia – Roberto Romano N. 281 A Campanha da Legalidade e a radicalização do PTB na
N. 249 Jesuítas em campo: a Companhia de Jesus e a questão década de 1960. Reflexos no contexto atual – Mário José
agrária no tempo do CLACIAS (1966-1980) – Iraneidson Maestri Filho
Santos Costa N. 282 A filosofia moral de Adam Smith face às leituras redu-
N. 250 A Liberdade Vigiada: Sobre Privacidade, Anonimato e Vigilan- cionistas de sua obra: ensaio sobre os fundamentos do
tismo com a Internet – Pedro Antonio Dourado de Rezende indivíduo egoísta contemporâneo – Angela Ganem
N. 251 Políticas Públicas, Capitalismo Contemporâneo e os horizon- N. 283 Vai, malandra. O despertar ontológico do planeta fome –
tes de uma Democracia Estrangeira – Francini Lube Guizardi Armando de Melo Lisboa

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Josué Pereira da Silva. É bacharel em Ciências Econômicas pela
Universidade de São Paulo – USP, mestre em História pela Uni-
versidade Estadual de Campinas – Unicamp e doutor em Socio-
logia pela New School for Social Research, Nova Iorque, Estados
Unidos. Atua como professor na Unicamp. Desde 2011 coordena,
junto com Sílvio Camargo, o grupo de pesquisa Teoria Crítica e
Sociologia.

Algumas obras do autor


DA SILVA, JOSUÉ PEREIRA. De que lado estás, Ariel? Reconhecimento e redistribuição
na teoria da emancipação de Boaventura de Sousa Santos. Revista Política e Socie-
dade, v. 17, p. 88-117, 2019.
_______. O que é crítico na sociologia crítica? Revista Brasileira de Ciências Sociais
(Online), v. 32, p. 1-18, 2017
_______. Marcuse e o conceito de trabalho. Ideias (UNICAMP), v. 8, p. 21-42, 2017.
_______. Nota crítica sobre (in) condicionalidade. Revista Brasileira de Sociologia, v. 5,
p. 5-29, 2017.

Outras contribuições do autor


DA SILVA, JOSUÉ PEREIRA. A renda básica universal como resposta à radicalização
do capitalismo. Entrevista especial publicada por Revista IHU On-Line, em 25 de abril de
2019. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/588584
_____. O desafio de compreender e buscar uma renda básica. Entrevista especial pu-
blicada por Revista IHU On-Line, em 29 de abril de 2017. Disponível em: http://www.ihu.
unisinos.br/159-noticias/entrevistas/566818
_____. Renda básica: uma proposta que permite desfrutar da igualdade. Entrevista es-
pecial publicada por Revista IHU On-Line, em 05 de junho de 2015. Disponível em: http://
www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/532017
_____. Cidadania, autonomia e renda básica. Cadernos IHU ideias (UNISINOS), 2011.

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