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BACHARELADO EM PSICOLOGIA

ANA THEREZA VEIGA (208768)


GISLENE DA CRUZ BARBOSA (208905)
LIDIANE MACHADO (208953)
MARCOS ROBERTO S. M. DE MOURA (209180)

É HORA DE MUDARMOS DE VIA – AS LIÇÕES DO CORONAVÍRUS

COTIA/SP
2023
ANA THEREZA VEIGA (208768)
GISLENE DA CRUZ BARBOSA (208905)
LIDIANE MACHADO (208953)
MARCOS ROBERTO S. M. DE MOURA (209180)

É HORA DE MUDARMOS DE VIA – AS LIÇÕES DO CORONAVÍRUS

Relatório apresentado para a disciplina de


Neuropsicologia, no curso de Psicologia, da
Faculdade Lusófona de São Paulo – FL-SP.
Prof. Me. Alexandre Marciano da Silva

COTIA/SP
2023
RESENHA

MORIN, Edgar. É hora de mudarmos de via, as lições do coronavírus. Rio


de Janeiro, Editora Bertrand Brasil Ltda, 2020, 97p.

Primeiramente, pode-se pautar que Edgar Morin (1921) é um antropólogo,


sociólogo e filósofo que nasceu na França, judeu de origem sefardita, pesquisador
emérito do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), o maior órgão de
público de pesquisa científica da França e um dos mais importantes do mundo,
formado em Direito, História e Geografia, Morin, atualmente é considerado um dos
principais pensadores contemporâneos além de um dos principais teóricos da
complexidade. O autor propõe a reforma do pensamento através de teorias
apresentadas em suas diversas obras, tendo como principal “La Méthode” (em
português, O método), obra esta constituída por seis volumes, publicados de 1977 a
2004, vale ressaltar que tal obra é considerada uma das maiores obras de
epistemologia disponível. No entanto, na resenha discorrida, trataremos
principalmente sobre o repensar, o modo como o sujeito conduz sua vida e a
sociedade como um todo, na obra “É hora de mudarmos de via”, o autor apresenta
uma análise crítica da atual conjuntura política, econômica e social, destacando a
importância da mudança de paradigma em diversas áreas, sempre com uma
abordagem crítica e propositiva. Edgar Morin traz uma profunda reflexão acerca do
que se pode obter como lições anteriores, pontua os aprendizados diante do
coronavírus, mas principalmente quais as novas vias, deixando assim o convite ao
sujeito repensar suas escolhas e ações em busca de uma sociedade mais justa e
sustentável. Segundo o autor, o pós-coronavírus é tão preocupante quanto a própria
crise, ele poderia ser tanto apocalíptico quanto portador de esperança, muitos
compartilham da mesma opinião de que o mundo de amanhã não será o mesmo de
ontem. Mas como será? Embora suas reflexões sejam pertinentes e de grande
contribuição, é importante ressaltar que sua abordagem pode ser considerada tanto
fantasiosa, quando por exemplo, ele sugere adotar uma visão mais holística e
integrada acerca da atual vivência da humanidade, isso pode ser difícil de se
implementar na prática, já que se vive em uma sociedade voltada para o
individualismo e a competição. Segundo Morin, o coronavírus colocou em evidência
a desigualdade social e a precarização do trabalho das classes denominadas “linha
de frente”, como lixeiros, professores e profissionais da área da saúde, ou seja, não
basta apenas valorizar a ciência e a tecnologia, mas também é preciso buscar
formas de tornar esses recursos acessíveis e de igual acesso para todos. Embora
seja importante valorizar a solidariedade, cooperação e responsabilidade mútua, não
fica claro como esses valores podem ser traduzidos em políticas públicas e em
mudanças efetivas dentro do contexto social e econômico, ao que Morin, levanta
apenas questionamentos sobre as vias de possibilidades que poderiam dar certo.
Além disso, ele está de certa forma subestimando os obstáculos políticos que
podem surgir para a implementação de mudanças profundas (como sugerido por
ele) na sociedade. Muitos interesses econômicos e políticos podem resistir a uma
transformação que possa ameaçar privilégios e poderes. O pós coronavírus vem
permeado por desafios interdependentes os quais estamos intimados a responder,
como por exemplo, a crise sanitária que continua até os dias hoje, acrescida de
uma crise política e econômica com dimensões e vigência ainda não definidas e
mensuradas. Pode-se ainda citar, segundo o autor, a crise no mercado de produção
dos alimentos e a crise social com a diminuição dos empregos e dos postos de
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trabalho. Morin, faz um questionamento sobre uma nova relação com o tempo,
denominado por Morin como desafio existencial. Nesse sentido, o isolamento foi um
período de reclusão, porém foi também um período de reflexão sobre o que se faz
com o tempo produtivo e como gerir as horas de lazer. Vem à tona a questão da
realização pessoal, dos vínculos afetivos, do que é importante, do que é
indispensável e do que vem carregado de futilidade. Nessa perspectiva, o autor
traça três exigências inseparáveis, a renovação política, a reforma do Estado e o
estímulo de sanar a crise global da atualidade. Tais reflexões de Morin, são de suma
importância para compreender o mundo que se habita dando-se conta que, desafios
como o do coronavirus, serão permeados pelas ações humanas, as quais estão
intimamente ligadas a saúde mental dos indivíduos. Desta forma, os profissionais da
área da saúde têm o papel preponderante em contribuir com a mudança de via, a
qual Morin se refere. O de estar a serviço do outro, com ética e cidadania
proporcionando uma melhor qualidade de vida.

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