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Valessa Zaigla - IFPI Campus Teresina Central

2. Álgebra: potenciação e radiciação, expressões fracionárias, equações e inequações,


sistemas e matrizes, distâncias, ponto médio, equações da reta e do círculo, retas
especiais.

2. POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO
2.1. Potência de Expoente Natural
Definição: Sejam 𝑎 um número real qualquer e 𝑛 um número natural.
Define-se a potência 𝑛 −ésima do número 𝑎 e indica-se por 𝑎𝑛 da
seguinte forma:

𝑎0 = 1
𝑎𝑛 = 𝑎. 𝑎𝑛−1 , para 𝑛 ≥ 1

Da definição acima, obtemos:


𝑎1 = 𝑎. 𝑎0 = 𝑎. 1 = 𝑎
Observe que, para 𝑛 ≥ 2, 𝑎𝑛 é o produto de 𝑛 fatores iguais a 𝑎:
𝑎𝑛 = ⏟
𝑎 ∙𝑎 ∙𝑎 ∙…∙𝑎
𝑛 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠

O número real 𝑎 é chamado base da potência e o número natural 𝑛 é


chamado expoente da potência.
Exemplos.
a) 30 = (−3)0 = 1
b) 31 = 3; (−3)1 = −3
3 4 3 3 3 3 81
c) (4) = 4 ∙ 4 ∙ 4 ∙ 4 = 256

Observação: Não confunda (−𝑎)𝑛 com −𝑎𝑛 .


Exemplos.
(−2)4 = (−2) ∙ (−2) ∙ (−2) ∙ (−2) = 16
−24 = −(2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 2) = −16

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Quando o expoente for par, a potência 𝑎 𝑛 é sempre um número


positivo.
Exemplos.
a) 24 = 2. 2.2.2 = 16
b) (−2)4 = (−2). (−2). (−2). (−2) = 16
1 2 1 1 1
c) (2) = . =4
2 2

1 2 1 1 1
d) (− 2) = (− 2) . (− 2) = 4
3 3 9
e) (0,3)2 = . = = 0,09
10 10 100

Quando o expoente for ímpar, a potência 𝑎𝑛 é sempre o mesmo sinal


da base.
Exemplos.
a) 35 = 3. 3.3.3.3 = 243
b) (−3)5 = (−3). (−3). (−3). (−3). (−3) = −243
2 3 2 2 2 2.2.2 23 8
c) (3) = 3 ∙ 3 ∙ 3 = 3.3.3 = 33 = 27

2 3 2 2 2 8
d) (− 3) = (− 3) ∙ (− 3) ∙ (− 3) = − 27
1 1 1 1
e) (−0,01)3 = (− 100) ∙ (− 100) ∙ (− 100) = − 1000000 = −0,000001

2.2. Potência de Expoente Inteiro


Definição. Sejam 𝑎 um número real diferente de zero, e 𝑛 um número
natural, define-se:
1
𝑎 −𝑛 =
𝑎𝑛

Exemplos.
1 1
a) 2−2 = 22 = 4
1 −3 1 1
b) (− 5) = 1 3
= 1 = −125
(−5) −125

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Para os números reais 𝑎 e 𝑏 e para os números inteiros 𝑚 e 𝑛 valem


as propriedades:
I. 𝑎𝑚 . 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚+𝑛
𝑎𝑚
II. = 𝑎𝑚−𝑛 (𝑎 ≠ 0)
𝑎𝑛

III. (𝑎 𝑚 )𝑛 = 𝑎𝑚𝑛 .
IV. (𝑎𝑏 )𝑛 = 𝑎𝑛 . 𝑏 𝑛
𝑎 𝑛 𝑎𝑛
V. (𝑏 ) = 𝑏𝑛 (𝑏 ≠ 0)

𝑛
Observação. Não confunda 𝑎𝑚 com (𝑎𝑚 )𝑛 .
Exemplo.
3 3
22 = 2( 2 ) = 28
(22 )3 = 22.3 = 26
Exercício Resolvido 1. Sendo 𝑎𝑏𝑐 ≠ 0, simplifique a expressão:
3
8 −3 8 −4 3
𝑎 −5 𝑏 −2
𝑦 = 2 ∙ 16 ∙𝑎 ∙𝑏 ∙ 𝑐 .( 4 8 )
𝑎 𝑐
SOLUÇÃO.

8 4 )−3 8 −4
(𝑎−5 𝑏 −2 )3
3
𝑦 = 2 ∙ (2 ∙𝑎 ∙𝑏 ∙𝑐 .
(𝑎4 𝑐 8 )3

8 −12 8 −4
𝑎 −15 𝑏 −6
3
𝑦 =2 ∙2 ∙𝑎 ∙𝑏 ∙ 𝑐 . 12 24
𝑎 𝑐
−4 8 −4
𝑐 3 𝑎−15 −6
𝑦=2 ∙𝑎 ∙𝑏 ∙ 24 . 12 𝑏
𝑐 𝑎
𝑦 = 2−4 ∙ 𝑎8 ∙ 𝑏 −10 ∙ 𝑐 −21 . 𝑎−27
𝑦 = 2−4 ∙ 𝑎−19 ∙ 𝑏 −10 ∙ 𝑐 −21
𝟏
𝒚=
𝟏𝟔. 𝒂𝟏𝟗 . 𝒃𝟏𝟎 . 𝒄𝟐𝟏

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2.3. Radiciação
Sejam 𝑎 > 0 um real e 𝑛 ≥ 1 um natural. O único real positivo 𝛼 tal que
𝛼 𝑛 = 𝑎 é indicado por 𝑛√𝑎. Dizemos que 𝛼 é a raiz 𝑛 − é𝑠𝑖𝑚𝑎 (ou de
ordem 𝑛) positiva de 𝑎.
Sejam 𝑎 > 0 e 𝑏 > 0 dois reais, 𝑚, 𝑛 e 𝑝 números inteiros positivos,
seguem as seguintes propriedades:
𝑛 𝑛 𝑛
1. √𝑎 . √𝑏 = √𝑎. 𝑏
𝑛
√𝑎 𝑛 𝑎
2. 𝑛 = √ (𝑏 ≠ 0)
√𝑏 𝑏

𝑚 𝑛
3. ( 𝑛√𝑎) = √𝑎 𝑚
𝑛 𝑛.𝑝
4. √𝑎𝑚 = √𝑎𝑚𝑝
𝑛 𝑚 𝑚𝑛
5. √ √𝑎 = √𝑎
𝑛 𝑛
6. 𝑎 < 𝑏 ⇔ √𝑎 < √𝑏
EXERCÍCIO RESOLVIDO 2. Seja 𝑎 um real qualquer. Mostre que se
𝑛 for ímpar, 𝑛 natural, então existe um único real 𝛼, tal que 𝛼 𝑛 = 𝑎.
SOLUÇÃO.
Se 𝑎 > 0 , existe um único real positivo 𝛼 tal que 𝛼 𝑛 = 𝑎.
Se 𝑎 < 0, existe um único real positivo 𝛽 tal que 𝛽𝑛 = −𝑎 e como 𝑛 é
ímpar, temos:
(−𝛽)𝑛 = 𝑎
Assim, −𝛽 é o único real tal que (−𝛽)𝑛 = 𝑎.
A existência da raiz 𝑛 − é𝑠𝑖𝑚𝑎 do número real 𝑎 é dada pela tabela
abaixo:
𝑛 ímpar 𝑛 par
𝑎>0 Existe uma raiz única Existem duas raízes opostas,
positiva, indicada por 𝑛√𝑎. a positiva indicada por 𝑛√𝑎, e
a negativa indicada por - 𝑛√𝑎.

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𝑎 = 0 Existe uma raiz única, que Existe uma raiz única, que é
é zero. zero.
𝑎<0 Existe uma raiz única Não existe raiz.
negativa, indicada por 𝑛√𝑎.

Note, que se 𝑎 > 0 e 𝑛 é par, o símbolo 𝑛√𝑎 indica apenas a raiz n-


ésima positiva de 𝑎.
EXERCÍCIO RESOLVIDO 3. Calcule:
3
a) √−27
SOLUÇÃO.
3
√−27 = −3, pois, −33 = −27.

4
b) √16
SOLUÇÃO.
4
√16 = 2, pois, 24 = 16
4
(Lembre-se: √16 indica a raiz positiva de ordem 4 de 16).
Observações.
1. No símbolo 𝑛√𝑎, 𝑎 denomina-se radicando e 𝑛 denomina-se índice
da raiz;
2. Se tivermos 𝑎 > 0 e 𝑛 par, o símbolo 𝑛√𝑎 indica apenas a raiz 𝑛 −
é𝑠𝑖𝑚𝑎 positiva de 𝑎 . Nesse caso, se quisermos indicar a raiz n-ésima
𝑛
negativa de 𝑎 usamos o símbolo − √𝑎.
Então √4 = 2 e não √4 = ±2. Observe que −√4 = −2.

3. Quando calculamos a raiz 𝑛 − é𝑠𝑖𝑚𝑎 positiva de 𝑎, 𝑛 par, de um


quadrado perfeito, devemos ter cuidado. Por exemplo,
√5 2 = 5

5
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√(−5)2 = 5

Observe que √𝑥 2 = |𝑥|, para todo 𝑥 real.

2.4. Potência com Expoente Racional


𝑚
Sejam 𝑎 > 0 um real e 𝑟 = ∈ ℚ( 𝑚 ∈ ℤ 𝑒 𝑛 ∈ ℕ∗ . Definimos
𝑛
𝑚 𝑛
𝑎𝑟 = 𝑎 𝑛 = √𝑎𝑚 .
𝑚 𝑛 𝑚
𝑛
Observe que (𝑎 ) = 𝑎𝑚 . Segue da definição que 𝑎 𝑛 = √𝑎𝑚 .
𝑛

EXEMPLO.
1
3
a) 23 = √2
2
5−3 = √5−2
3
b)

Sejam 𝒂 > 𝟎 e 𝒃 > 𝟎 dois reais quaisquer e 𝒓, 𝒔 dois racionais


quaisquer. Das propriedades das potências com expoentes inteiros e
das raízes seguem as seguintes propriedades das potências com
expoentes racionais:
I. 𝑎𝑟 . 𝑎 𝑠 = 𝑎𝑟+𝑠
𝑎𝑟
II. 𝑎𝑠
= 𝑎𝑟−𝑠

III. (𝑎𝑟 )𝑠 = 𝑎𝑟𝑠 .


IV. (𝑎𝑏 )𝑟 = 𝑎𝑟 . 𝑏 𝑟
V. Se 𝑎 > 1 e 𝑟 < 𝑠, então 𝑎𝑟 < 𝑎 𝑠 .
VI. Se 0 < 𝑎 < 1 e 𝑟 < 𝑠, então 𝑎𝑟 > 𝑎 𝑠 .

2.5. POTÊNCIA DE EXPOENTE IRRACIONAL


Dados um número real 𝑎 > 0 e um número irracional 𝛼, podemos
construir, com base nas potências de expoente racional, um único

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número real positivo 𝑎𝛼 que é a potência de base 𝑎 e expoente


irracional 𝛼.
Seja por exemplo a potência 3√2 . Sabendo quais os valores racionais
aproximados por falta ou por excesso de √2, obtemos em
correspondência os valores aproximados por falta ou por excesso de
3 √2 :
𝑨𝟏 𝑨𝟐 𝑩𝟏 𝑩𝟐
1 2 31 32
1,4 1,5 31,4 31,5
1,41 1,42 31,41 31,42
1,414 1,415 31,414 31,415
1,4142 1,4143 31,4142 31,4143
√2 3 √2
Definição: Seja 𝑎 ∈ ℝ, 𝑎 > 0 e 𝛼 um número irracional. Consideremos
os conjuntos:
𝐴1 = {𝑟 ∈ ℚ| 𝑟 < 𝛼} e 𝐴2 = {𝑠 ∈ ℚ| 𝑠 > 𝛼}
Note que:
a) Todo número de 𝐴1 é menor que qualquer número de 𝐴2 .
b) Existem dois racionais 𝑟 e 𝑠 tais que 𝑟 < 𝛼 < 𝑠 e a diferença
𝑠 − 𝑟 é menor que qualquer número positivo e arbitrário.

Consideremos os conjuntos:
𝐵1 = {𝑎𝑟 | 𝑟 ∈ 𝐴1 } e 𝐵2 = {𝑎 𝑠 | 𝑠 ∈ 𝐴2 }
Se 𝑎 > 1, dizemos que 𝑎𝑟 e 𝑎 𝑠 são aproximações por falta e por
excesso, respectivamente.
Se 0 < 𝑎 < 1, dizemos que 𝑎𝑟 e 𝑎 𝑠 são aproximações por excesso e
por falta, respectivamente.
Exemplos de potência com expoente irracional:

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2√ 2 , 4 √3 , 7 − √2
Observações:
• Se 𝑎 = 0 e 𝛼 é irracional e positivo define-se 0𝛼 = 0.
• Se 𝑎 = 1, então 1𝛼 = 1, ∀ 𝛼 irracional.
• Se 𝑎 < 0 e 𝛼 é irracional e positivo, então o símbolo 𝑎𝛼 não tem
significado. Exemplos: (−2)√2 , (−5)√3 e (−2)√3 não tem significado.
• Se 𝛼 é irracional e negativo, então 0𝛼 não tem significado.
• Para as potências de expoente irracional são válidas as
propriedades para as potências de expoente racional.

2.6. POTÊNCIA DE EXPOENTE REAL


Considerando que já foram definidas anteriormente as potências de
base real 𝑎, 𝑎 > 0 e 𝑏 ∈ ℝ (𝑏 racional ou irracional), então já está
definida a potência 𝑎𝑏 com 𝑎 ∈ ℝ∗+ e 𝑏 ∈ ℝ.
Observações.
1) Toda potência de base real e positiva e expoente real é um
número positivo.
𝑎 > 0 ⇒ 𝑎𝑏 > 0

2) Para as potências de expoente real são válidas as propriedades:


• 𝑎𝑏 . 𝑎𝑐 = 𝑎𝑏+𝑐 (𝑎 ∈ ℝ∗+ , 𝑏 ∈ ℝ 𝑒 𝑐 ∈ ℝ)
𝑎𝑏
• = 𝑎𝑏−𝑐 (𝑎 ∈ ℝ∗+ , 𝑏 ∈ ℝ 𝑒 𝑐 ∈ ℝ)
𝑎𝑐

• (𝑎𝑏 )𝑐 = 𝑎𝑏𝑐 (𝑎 ∈ ℝ∗+ , 𝑏 ∈ ℝ 𝑒 𝑐 ∈ ℝ)


• (𝑎𝑏 )𝑐 = 𝑎𝑐 . 𝑏 𝑐 (𝑎 ∈ ℝ∗+ , 𝑏 ∈ ℝ∗+ 𝑒 𝑐 ∈ ℝ)
𝑎 𝑐 𝑎𝑐
• (𝑏 ) = 𝑏𝑐 (𝑎 ∈ ℝ∗+ , 𝑏 ∈ ℝ∗+ 𝑒 𝑐 ∈ ℝ)

Exercícios.
2𝑛+4 −2.2𝑛
1. Simplifique a expressão , ∀ 𝑛 ∈ ℝ.
2.2𝑛+3

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2. Determine o valor da expressão (2𝑛 + 2𝑛−1 ) (3𝑛 − 3𝑛−1 ), para todo


𝑛.
3. EXPRESSÃO ALGÉBRICA
Uma expressão algébrica, é um número real formado a partir de uma
quantidade finita de variáveis reais possivelmente com o auxílio de
uma ou mais dentre as operações de adição, subtração,
multiplicação, divisão, potenciação e radiciação (sempre que os
resultados tiverem sentido em ℝ), as quais denominamos operações
algébricas. Assim por exemplo,
𝑥 + √𝑦 − 𝑥 2 𝑧 5
+ 3 √𝑥 2 𝑦𝑧 3 − 𝑥 4
𝑦𝑧
É uma expressão algébrica que tem sentido para todos os reais 𝑥, 𝑦, 𝑧
tais que 𝑦 > 0 e 𝑧 ≠ 0.
Dizemos que uma expressão algébrica é um monômio se essa
expressão for um produto de um número real não nulo dado por
potências de expoentes inteiros não negativos de suas variáveis. Por
exemplo, os monômios em 𝑥, 𝑦 são expressões da forma 𝑎𝑥 𝑘 . 𝑦 𝑙 ,
onde 𝑎 ≠ 0 é um real dado (𝑎 é o coeficiente do monômio) e 𝑘, 𝑙 ≥ 0
são números inteiros.
Por exemplo, os monômios em 𝑥, 𝑦 com coeficiente 2 são aqueles da
forma 2,2𝑥, 2𝑦, 2𝑥 2 , 2𝑥𝑦,2𝑥𝑦 3 , …
Uma expressão polinomial ou polinômio é uma soma finita de
monômios, como por exemplo
2 + 3𝑥𝑦 − √5 𝑥 2 𝑦𝑧
Os coeficientes de um polinômio são os coeficientes de seus
monômios.
Para todos os 𝑥, 𝑦 ∈ ℝ, temos as seguintes identidades algébricas:
(a) 𝑥 2 − 𝑦 2 = (𝑥 − 𝑦). (𝑥 + 𝑦)

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(b) (𝑥 + 𝑦)2 = (𝑥 2 + 2𝑥𝑦 + 𝑦 2 )


(c) (𝑥 − 𝑦)2 = (𝑥 2 − 2𝑥𝑦 + 𝑦 2 )
(d) 𝑥 3 − 𝑦 3 = (𝑥 − 𝑦). (𝑥 2 + 𝑥𝑦 + 𝑦 2 )
(e) 𝑥 3 + 𝑦 3 = (𝑥 + 𝑦). (𝑥 2 − 𝑥𝑦 + 𝑦 2 )
(f) (𝑥 + 𝑦)3 = 𝑥 3 + 3𝑥 2 𝑦 + 3𝑥𝑦 2 + 𝑦 3
(g) (𝑥 − 𝑦)3 = 𝑥 3 − 3𝑥 2 𝑦 + 3𝑥𝑦 2 − 𝑦 3
(h) 𝑥 4 − 𝑦 4 = (𝑥 − 𝑦). (𝑥 3 + 𝑥 2 𝑦 + 𝑥𝑦 2 + 𝑥 3 )
(i) 𝑥 𝑛 − 𝑦 𝑛 = (𝑥 − 𝑦). (𝑥 𝑛−1 + 𝑥 𝑛−2 𝑦 + 𝑥 𝑛−3 𝑦 2 + ⋯ +𝑥𝑦 𝑛−2 + 𝑦 𝑛−1 ),
onde 𝑛 ≠ 0 é um número natural.
EXERCÍCIO 3. Encontre o domínio da expressão algébrica √𝑥 − 4 .

3.1. EXPRESSÃO ALGÉBRICA FRACIONÁRIA


Toda expressão fracionária algébrica possui no seu denominador
uma incógnita. Devemos sempre observar as restrições, pois não
podemos ter divisões por zero, por exemplo,
20 61
𝐸= + 4𝑥 (𝑥 ≠ 0)
𝑥

EXERCÍCIO 4. Sejam 𝑥, 𝑦, 𝑧 reais não todos nulos, tais que 𝑥 + 𝑦 +


𝑧 = 0. Explique porque 𝑥𝑦 + 𝑥𝑧 + 𝑦𝑧 ≠ 0 e em seguida calcule os
possíveis valores da expressão
𝑥 2 + 𝑦2 + 𝑧2
𝑥𝑦 + 𝑥𝑧 + 𝑦𝑧
EXERCÍCIO 5. Encontre o domínio das expressões algébricas
fracionárias
𝒙𝟐 −𝟐 2
a) b)
𝒙𝟐 −𝟒 √𝑥+3

3.2. EQUAÇÕES ALGÉBRICAS

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Toda expressão algébrica que possuir uma igualdade em sua


composição será chamada de equação. Observe alguns exemplos:
1. 𝑥+2=7

2. 12𝑥 2 + 16𝑦 + 4𝑎𝑏 = 7

1
3. =3
𝑥

3.2.1. Grau de uma equação


Dizemos que uma equação de uma variável é de grau 1 quando o
maior expoente das suas incógnitas é 1, com coeficiente não nulo.
Uma equação de uma variável possui grau 2 quando o maior
expoente das suas incógnitas é 2, com coeficiente não nulo e assim
por diante.

Em polinômios de duas ou mais variáveis, o grau de um termo é


a soma dos expoentes das variáveis nesse termo; o grau do
polinômio, novamente, é o maior grau. Por exemplo, o polinômio x²y²
+ 3x³ + 4y tem grau 4, o mesmo grau que o termo x²y².

O polinômio 2x²+3y¹ é um polinômio de 2º Grau.

3.2.2. EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU

EXERCÍCIO 6. Qual o número cujo dobro somado com sua quinta


parte é igual a 121?

Definição: Uma equação do primeiro grau na variável 𝑥 é uma


expressão da forma

𝑎𝑥 + 𝑏 = 0

Onde 𝑎 ≠ 0, 𝑏 ∈ ℝ e 𝑥 é um número real a ser encontrado.

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Por exemplo, as seguintes equações são do primeiro grau:

a) 2𝑥 − 3 = 0
b) −4𝑥 + 1 = 0
3
c) 𝑥−𝜋 = 0
2

Para encontrar a solução da equação 𝑎𝑥 + 𝑏 = 0, procedemos do


seguinte modo:

• Somamos −𝑏 a ambos os lados da equação, obtendo

𝑎𝑥 + 𝑏 + (−𝑏 ) = 0 + (−𝑏 ) ⇔ 𝑎𝑥 = −𝑏

• Dividimos os dois lados da equação por 𝑎 ≠ 0, obtemos:

𝑏
𝑥=−
𝑎

𝑏
Assim a solução da equação 𝑎𝑥 + 𝑏 = 0 é 𝑥 = − 𝑎.

EXERCÍCIO 7. Se 𝑥 representa um dígito na base 10 e a soma


𝑥11 + 11𝑥 + 1𝑥1 = 777

quem é 𝑥?
EXERCÍCIO 8. Determine se é possível completar o preenchimento
do tabuleiro abaixo com números naturais de 1 a 9, sem repetição,
de modo que a soma de qualquer linha seja igual a de qualquer
coluna ou diagonal
2 6

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Os quadrados de números com essas propriedades se chamam


quadrados mágicos.

EXERCÍCIO 9. Descubra os valores de 𝑥 de modo que seja possível


completar o preenchimento do quadrado mágico abaixo:

3.3. Sistema de equações lineares


Definição. Uma equação linear nas variáveis 𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 é uma
equação da forma
𝑎1 𝑥1 + 𝑎2 𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏
em que:
• 𝑎1 , 𝑎2 , … , 𝑎𝑛 são números reais diferentes de zero, que recebem
o nome de coeficientes das incógnitas.
• 𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 , são as incógnitas
• b é um número real chamado termo independente (quando
𝑏 = 0, a equação recebe o nome de linear homogênea).
Observação: Em uma equação linear, os expoentes das incógnitas
são iguais a 1 e em cada termo da equação aparece no máximo uma
incógnita.
Exemplos de equações lineares:
• 3𝑥 − 2𝑦 + 4𝑧 = 5 é uma equação linear nas incógnitas 𝑥, 𝑦, 𝑧.
• −2𝑥 + 4𝑦 = 𝑥 − 𝑦 + 4 é uma equação linear nas incógnitas 𝑥, 𝑦.
• 𝑥 + 𝑦 − 3𝑧 − √7𝑡 = 0 (homogênea) é uma equação linear nas
incógnitas 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡.
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As equações a seguir não são lineares:


• 𝑥𝑦 = 8
• 𝑥 2 − 4𝑦 = 3𝑡 − 4
O conjunto de valores:
𝑥1 = 𝛼1 , 𝑥2 = 𝛼2 , 𝑥3 = 𝛼3 , … , 𝑥𝑛 = 𝛼𝑛
é uma solução da equação linear 𝑎1 𝑥1 + 𝑎2 𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏 se a
sentença
𝑎1 𝛼1 + 𝑎2 𝛼2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝛼𝑛 = 𝑏
é verdadeira.
Notação dessa solução: (𝛼1 , 𝛼2 , … , 𝛼𝑛 )
Exemplos:
a) 3𝑥 + 2𝑦 = 18
• O par ordenado (2,6) é uma solução da equação, pois 3.2 +
2.6 = 18.
• O par ordenado (5,1) não é uma solução da equação, pois
3.5 + 2.1 ≠ 18.
b) 3𝑥 + 𝑦 − 2𝑧 = 8
• O terno ordenado (2,4,1) é uma solução da equação, pois
3.2 + 4 − 2.1 = 8.
• O terno ordenado (5, −2,3) não é uma solução da equação,
pois 3.5 + (−2) − 2.3 ≠ 8.
Casos Particulares.
Seja a equação linear a 𝑛 incógnitas: 𝑎1 𝑥1 + 𝑎2 𝑥2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏
1º Caso: 𝒂𝟏 = 𝒂𝟐 = ⋯ = 𝒂𝒏 = 𝒃 = 𝟎
Qualquer conjunto de valores (𝛼1 , 𝛼2 , … , 𝛼𝑛 ) é solução da equação.
2º Caso: 𝒂𝟏 = 𝒂𝟐 = ⋯ = 𝒂𝒏 = 𝟎 e 𝒃 ≠ 𝟎
A equação não admite solução.

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Denomina-se sistema linear m x n o conjunto de 𝒎 equações


lineares e 𝒏 incógnitas, que pode ser representado assim:
𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 + 𝑎13 𝑥3 + ⋯ + 𝑎1𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏1
𝑎21 𝑥1 + 𝑎22 𝑥2 + 𝑎23 𝑥3 + ⋯ + 𝑎2𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏2
𝑎31 𝑥1 + 𝑎32 𝑥2 + 𝑎33 𝑥3 + ⋯ + 𝑎3𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏3
…………………………………………………
{𝑎𝑚1 𝑥1 + 𝑎𝑚2 𝑥2 + 𝑎𝑚3 𝑥3 + ⋯ + 𝑎𝑚𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑚
Onde:
• 𝑥1 , 𝑥2 , 𝑥3 , … , 𝑥𝑛 , são as incógnitas.
• 𝑎𝑖𝑗 , 𝑐𝑜𝑚 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚 e 1 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛, são os coeficientes.
• 𝑏𝑖 , com 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚, são os termos independentes
Observação.
Alguns dos coeficientes 𝑎𝑖𝑗 , 𝑐𝑜𝑚 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑚 e 1 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛 podem ser
zero. Porém, em cada uma das equações do sistema algum
coeficiente é diferente de zero e além disso, cada variável 𝑥𝑗 aparece
em alguma equação com coeficiente distinto de zero.
Observação: O par de índices (𝑖, 𝑗) indica que 𝑎𝑖𝑗 é o coeficiente da
incógnita 𝑥𝑗 na i-ésima equação.
Exemplo: 𝑎32 é o coeficiente de 𝑥2 na 3ª equação.
Exemplos:
2𝑥 − 5𝑦 = 11
a) { é um sistema linear 2x2 (2 equações e 2
3𝑥 + 6𝑦 = 3
incógnitas) nas incógnitas 𝑥 e 𝑦.
𝑥 − 2𝑦 − 𝑧 = 0
b) {2𝑥 − 𝑦 − 𝑧 = −1 é um sistema linear 3x3 (3 equações e 3
𝑥−𝑦+𝑧=8
incógnitas) nas incógnitas 𝑥,𝑦 e 𝑧.
𝑥 + 4𝑦 − 2𝑧 = 1
c) { é um sistema linear 2x3 (2 equações e 3
3𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 6
incógnitas) nas incógnitas 𝑥,𝑦 e 𝑧.

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A solução de um sistema linear é a n-upla de números reais


ordenados (𝛼1 , 𝛼2 , … , 𝛼𝑛 ) que é, simultaneamente, solução de todas
as equações do sistema.
Resolver um sistema linear é determinar todas as suas soluções.
Quando resolvermos um sistema de equações lineares, podem
acontecer três situações:
(a) o sistema tem uma única solução;
(b) o sistema tem uma infinidade de soluções;
(c) o sistema não possui solução.

De forma geral, temos que um dado sistema de equações lineares


pode ser classificado como:
- Sistema Possível (ou Compatível ou Consistente)
• Determinado (SPD): há uma única solução
• Indeterminado (SPI): há infinitas soluções

- Sistema Impossível (ou Incompatível ou Inconsistente) (SI):


não há solução.

Exercício 10. Resolva e classifique os sistemas de equações


lineares:
2𝑥 − 5𝑦 = 11 𝑥 − 2𝑦 − 𝑧 = 0 𝑥 + 2𝑦 = 5
a) { b) { c) {
𝑥 + 2𝑦 = 1 𝑥−𝑦+𝑧=8 3𝑥 + 6𝑦 = 3

3.3.1. Sistema Linear Homogêneo

Os termos independentes são todos nulos.


𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 + 𝑎13 𝑥3 + ⋯ + 𝑎1𝑛 𝑥𝑛 = 0
𝑎21 𝑥1 + 𝑎22 𝑥2 + 𝑎23 𝑥3 + ⋯ + 𝑎2𝑛 𝑥𝑛 = 0
𝑎31 𝑥1 + 𝑎32 𝑥2 + 𝑎33 𝑥3 + ⋯ + 𝑎3𝑛 𝑥𝑛 = 0
…………………………………………………
{𝑎𝑚1 𝑥1 + 𝑎𝑚2 𝑥2 + 𝑎𝑚3 𝑥3 + ⋯ + 𝑎𝑚𝑛 𝑥𝑛 = 0

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Solução trivial: 𝑥1 = 𝑥2 = ⋯ = 𝑥𝑛 = 0.
3.3.2. Sistemas Equivalentes
Dois sistemas lineares 𝑆1 e 𝑆2 são equivalentes quando:
1. 𝑆1 e 𝑆2 possuem o mesmo conjunto solução;
2. 𝑆1 e 𝑆2 são impossíveis.
Notação: 𝑆1 ~𝑆2
Por exemplo, dados os sistemas:
𝑥+𝑦 =3 𝑥+𝑦 =3
𝑆1 = { e 𝑆2 = {
2𝑥 + 3𝑦 = 8 𝑥 + 2𝑦 = 5
verificamos que o par ordenado (𝑥, 𝑦) = (1, 2) satisfaz ambos e é
único. Logo, S1 e S2 são equivalentes: S1 ~ S2.
Propriedades:
a) Trocando de posição as equações de um sistema, obtemos outro
sistema equivalente.
Por exemplo:
𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 1 𝑥−𝑦 = 3
𝑆1 = { 𝑥 − 𝑦 = 3 e 𝑆2 = { 𝑦 + 𝑧 = 2 S1 ~S2
𝑦+𝑧=2 𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 1

b) Multiplicando uma ou mais equações de um sistema por um


número real 𝒌 ≠ 𝟎, obtemos um sistema equivalente ao anterior.
Por exemplo.
𝑥 + 2𝑦 = 3 𝑥 + 2𝑦 = 3
𝑆1 = { e 𝑆2 = { S1 ~S2
𝑥−𝑦=0 3𝑥 − 3𝑦 = 0
c) Adicionando a uma das equações de um sistema o produto de
outra equação desse mesmo sistema por um número k (𝒌 ≠ 𝟎),
obtemos um sistema equivalente ao anterior.
Por exemplo.

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𝑥 + 2𝑦 = 4
Dado 𝑆1 = { , substituindo a equação (II) pela soma do
𝑥−𝑦 =1
produto de (I) por -1 com (II), obtemos:
𝑥 + 2𝑦 = 4
𝑆2 = {
−3𝑦 = −3
S1~S2, pois (𝑥, 𝑦) = (2,1) é solução de ambos os sistemas.

3.3.2. Sistemas Escalonados

Dizemos que um sistema, em que existe pelo menos um coeficiente


não-nulo em cada equação, está escalonado se o número de
coeficientes nulos antes do primeiro coeficiente não nulo cresce “da
esquerda para a direita, de equação para equação.
Exemplos de sistemas escalonados:
𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 13
a) 𝑆1 = { 2𝑦 + 𝑧 = 4
3𝑧 = 6

𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 − 𝑡 = 4
b) 𝑆2 = {
𝑧−𝑡 = 5

Para escalonar um sistema adotamos o seguinte procedimento:


a) Fixamos como 1º equação uma das que possuem o coeficiente
da 1º incógnita diferente de zero.
b) Utilizando as propriedades de sistemas equivalentes, anulamos
todos os coeficientes da 1ª incógnita das demais equações.
c) Repetimos o processo com as demais incógnitas, até que o
sistema se torne escalonado.
Vamos então aplicar a técnica do escalonamento, considerando dois
tipos de sistema:

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I. O número de equações é igual ao número de incógnitas (𝒎 =


𝒏)
Seja 𝑆 um sistema na forma escalonada:
𝑎11 𝑥1 + 𝑎12 𝑥2 + 𝑎13 𝑥3 + ⋯ + 𝑎1𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏1
𝑎22 𝑥2 + 𝑎23 𝑥3 + ⋯ + 𝑎2𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏2
𝑆= 𝑎33 𝑥3 + ⋯ + 𝑎3𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏3

{ 𝑎𝑛𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑛

Para obter a solução única do sistema parte-se da 𝑛 − é𝑠𝑖𝑚𝑎


equação, que nos dá o valor de 𝑥𝑛 , por substituição nas equações
anteriores obtemos sucessivamente os valores de
𝑥𝑛−1 , 𝑥𝑛−2 , … , 𝑥3 , 𝑥2 , 𝑥1 .
2𝑥 − 3𝑦 − 𝑧 = 4
Exercício 11. Escalone o sistema { 𝑥 + 2𝑦 + 𝑧 = 3 .
3𝑥 − 𝑦 − 2𝑧 = 1

II. O número de equações é menor que o número de incógnitas.


As incógnitas que não aparecem no começo de nenhuma das
equações de 𝑆 chamadas variáveis livres devem ser passadas para
os segundos membros das equações.
O novo sistema 𝑆′ deve ser considerado como um sistema contendo
apenas as incógnitas que sobraram nos primeiros membros das
equações.
Assim, atribuindo-se à cada variável livre dos segundos membros
das equações, um determinado valor, teremos um sistema 𝑆′ do caso
anterior: possível e determinado.
O sistema 𝑺 é possível indeterminado.
𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 2
Exercício 12. Resolva o sistema { .
𝑦+𝑧 =3

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3.3.3. Classificação e resolução de sistemas escalonados

Para classificar um sistema escalonado, basta observar a última


linha. Mas é preciso está atento, pois a última linha em um sistema
de 𝑛 incógnitas é a enésima linha, que, se não existir deve ser
considerada totalmente nula (0𝑥 + 0𝑦 + 0𝑧 + ⋯ = 0).
Generalizando a última linha se um sistema escalonado:
𝑎𝑛 𝑥𝑛 = 𝑏𝑛
Em que 𝑎𝑛 é o coeficiente, 𝑥𝑛 é a incógnita e 𝑏𝑛 é o termo
independente.
Podemos ter três situações:
• Se 𝑎𝑛 ≠ 0, então a solução é única: sistema possível e
determinado
• Se 𝑎𝑛 = 0 e 𝑏𝑛 = 0, temos infinitas soluções: sistema possível
e indeterminado;
• Se 𝑎𝑛 = 0 e 𝑏𝑛 ≠ 0, então não temos soluções: sistema
impossível

Exercício 13. Escalone, classifique e resolva os sistemas lineares


abaixo:

𝑥 + 3𝑦 + 𝑧 = 0 𝑥 + 2𝑦 + 4𝑧 = 0 𝑥+𝑦+𝑧 =4
a) {3𝑥 − 3𝑦 + 𝑧 = 8 b) { 2𝑥 + 3𝑦 − 𝑧 = 8 c) { 2𝑥 + 𝑦 − 𝑧 = 10
2𝑦 + 𝑧 = 0 𝑥 − 14𝑧 = 0 2𝑥 − 𝑦 − 7𝑧 = 0

Exercício 14. Tenho 156 moedas que pesam ao todo meio quilo e
totalizam R$ 34,00. Sabendo que dentre elas há as de 1 real, que
pesam 10g cada, as de 50 centavos, que pesam 8g cada, e as de 10
centavos, que pesam 2g cada, quantas são as moedas de cada tipo?

3.4. EQUAÇÕES DO SEGUNDO GRAU

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Consideremos a equação do segundo grau

𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 (1)
onde 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são números reais dados e 𝑎 ≠ 0.
O primeiro membro de (1) é chamado trinômio do segundo grau
associado à equação (1), e 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são seus coeficientes.
Exemplos de equações do segundo grau:
a) 𝑥 2 − 5𝑥 + 4 = 0 em que 𝑎 = 1, 𝑏 = −5, 𝑐 = 4
b) −2 𝑥 2 + 3𝑥 − 1 = 0 em que 𝑎 = −2, 𝑏 = 3, 𝑐 = −1
c) 3 𝑥 2 − 4𝑥 = 0 em que 𝑎 = 3, 𝑏 = −4, 𝑐 = 0
d) −𝑥 2 = 0 em que 𝑎 = −1, 𝑏 = 0, 𝑐 = 0

3.4.1. Forma Canônica


Dados 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℝ, com 𝑎 ≠ 0, tem-se
𝑏 2 ∆
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 [(𝑥 + 2𝑎) − 4𝑎2 ] (2)

onde ∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐.
A identidade algébrica (2) é a forma canônica do trinômio do segundo
grau 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐.

3.4.2. Raízes da equação


Sejam 𝑎, 𝑏, 𝑐 reais dados com 𝑎 ≠ 0.
(a) A equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 tem raízes reais se e só se ∆≥ 0.
−𝑏−√∆ −𝑏+√∆
Nesse caso, suas raízes são dadas por e .
2𝑎 2𝑎

(b) Se ∆≥ 0, então a soma 𝑆 e o produto 𝑃 das raízes da equação


𝑏 𝑐
do item (a) são dados por 𝑆 = − 𝑎 e 𝑃 = 𝑎.

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−𝑏±√∆
Observação: Quando ∆≥ 0, a fórmula para as raízes da
2𝑎

equação do segundo grau 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 é conhecida com fórmula


de Bhaskara.
EXERCÍCIO 15. Obtenha uma equação do segundo grau de raízes:
1 3
a) 2 e −3 b) 2 e − 2

3.4.2. 1. Número de raízes


Temos três casos a considerar:
1) ∆> 0
A equação apresentará duas raízes reais distintas, que são:

−𝑏+√∆ −𝑏−√∆
𝑥1 = e 𝑥2 =
2𝑎 2𝑎

2) ∆= 0
A equação apresentará duas raízes reais iguais, que são:
−𝑏
𝑥1 = 𝑥2 =
2𝑎
3) ∆< 0

Como √∆ ∉ ℝ, temos que a equação não apresenta raízes


reais.
156
EXERCÍCIO 16. Encontre todos os reais 𝑥 tais que 𝑥 2 + 𝑥 + 1 = 𝑥 2 +𝑥.

EXERCÍCIO 17. Paulo cercou uma região retangular de área 28𝑚2


com 24 metros de corda. Encontre as dimensões dessa região.
3.5. Equações polinomiais

A equação polinomial de grau 𝑛 é dada por:


𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 𝑥 𝑛−2 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 = 0
onde 𝑎𝑛 ≠ 0, 𝑛 ≥ 1 é inteiro e 𝑎0 , 𝑎1 , … , 𝑎𝑛−2 , 𝑎𝑛−1 , 𝑎𝑛 são números
reais (coeficientes).

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Exemplos:
1. 𝑎𝑥 + 𝑏 = 0, 𝑎 ≠ 0 é uma equação polinomial do 1º grau.
2. 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0, 𝑎 ≠ 0 é uma polinomial polinomial do 2º grau.
3. 3𝑥 7 − 5𝑥 3 + 7𝑥 + 6 = 0 é uma equação polinomial de grau 7.

Para equações polinomiais de graus 𝑛 = 3 ou 4 há fórmulas


construídas em termos dos coeficientes da equação que fornecem as
raízes da mesma.
Para equações polinomiais de grau 𝑛 ≥ 5, o matemático norueguês
Niels H. Abel e o matemático francês Évariste Galois, ambos do
século XIX, provaram que não existe fórmula, construída em termos
dos coeficientes da equação, que forneça as soluções reais da
mesma.

3.5.1. Equações biquadradas


A dedução da solução da equação do segundo grau nos permite
resolver equações de grau mais alto, desde que elas se apresentem
em uma forma que nos permita reduzi-las a uma equação do
segundo grau.
Equações biquadradas são equações do tipo
𝑎𝑥 4 + 𝑏𝑥 2 + 𝑐 = 0
com 𝑎 ≠ 0. A substituição de variável 𝑦 = 𝑥 2 para a equação
biquadrada acima a transforma na equação do segundo grau 𝑎𝑦 2 +
𝑏𝑦 + 𝑐 = 0, para a qual já sabemos encontrar as soluções reais.
Portanto, para cada raiz real não negativa 𝑦 = 𝛼 dessa última
equação, resolvendo a equação 𝑥 2 = 𝛼, obtemos o par de raízes 𝑥 =
±√𝛼 para a equação biquadrada original.
EXERCÍCIO 18. Resolva a equação 𝑥 4 + 5𝑥 2 − 7 = 0.

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3.5.2. Equações bicúbicas

São equações do tipo


𝑎𝑥 6 + 𝑏𝑥 3 + 𝑐 = 0
com 𝑎 ≠ 0. A substituição de variável 𝑦 = 𝑥 3 para a equação acima
a transforma na equação do segundo grau 𝑎𝑦 2 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0, para a
qual já sabemos encontrar as soluções reais.

3.5.3. Equações recíprocas de grau 4

São equações polinomiais de grau 4 da forma:


𝑎𝑥 4 + 𝑏𝑥 3 + 𝑐𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑎 = 0
onde 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são reais dados, sendo 𝑎 ≠ 0. O nome recíproca provém
da simetria dos coeficientes da equação.
Inicialmente, 0 não é raiz da equação acima, uma vez que 𝑎 ≠ 0.
Portanto, um número real 𝑥 é raiz da mesma se e somente se, for
raiz de
𝑏 𝑎
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 + 𝑥 + 𝑥 2 = 0,

Equação obtida da equação original dividindo ambos os membros por


𝑥2.
1 1
𝑎 (𝑥 2 + ) + 𝑏 (𝑥 + )+𝑐 =0
𝑥2 𝑥
1
A ideia agora é efetuar a substituição de variável 𝑦 = 𝑥 + 𝑥. Temos:

𝑎(𝑦 2 − 2) + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0
Há entretanto, uma sutileza envolvida na discussão acima: decerto
que toda raiz 𝑥=𝛼 da equação
1
𝑎𝑥 4 + 𝑏𝑥 3 + 𝑐𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑎 = 0 gera a raiz 𝛽 = 𝛼 + 𝛼 da equação

𝑎(𝑦 2 − 2) + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0. Contudo a recíproca não é verdadeira: nem


toda raiz 𝑦 = 𝛽 dessa última equação gera raízes reais 𝑥 = 𝛼 da
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equação recíproca inicial. De fato, uma vez obtida uma raiz real 𝑦 =
𝛽 de 𝑎(𝑦 2 − 2) + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0, a fim de obter as possíveis raízes da
1
equação recíproca temos que resolver a equação 𝑥 + = 𝛽, ou
𝑥

equivalente, 𝑥 2 − 𝛽𝑥 + 1 = 0. Como o discriminante da mesma é


∆= 𝛽2 − 4
Tal equação só terá raízes quando 𝛽2 − 4 ≥ 0, ou seja, quando 𝛽 ≤
−2 ou 𝛽 ≥ 2.
EXERCÍCIO 19. Resolva a equação 2𝑥 4 + 5𝑥 3 + 6𝑥 2 + 5𝑥 + 2 = 0.

3.6. EQUAÇÃO IRRACIONAL


Considere as seguintes equações:

Observe que todas elas apresentam variável ou incógnita no


radicando. Essas equações são irracionais.

Equação irracional é toda equação em que há incógnita sob


um ou mais radicais.

3.6.1. RESOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO IRRACIONAL


A resolução de uma equação irracional deve ser efetuada procurando
transformá-la inicialmente numa equação racional, obtida ao
elevarmos ambos os membros da equação a uma potência
conveniente.
Em seguida, resolvemos a equação racional encontrada e,
finalmente, verificamos se as raízes da equação racional obtidas
podem ou não ser aceitas como raízes da equação irracional dada
(verificar a igualdade).

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É necessária essa verificação, pois, ao elevarmos os dois membros


de uma equação a uma potência, podem aparecer na equação
obtida raízes estranhas à equação dada.

3.6.1.1. Equação √𝒇(𝒙) = 𝒈(𝒙)

Elevamos ambos os membros da equação √𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥) ao


quadrado, obtemos 𝑓(𝑥) = [𝑔(𝑥)]2 .
As duas equações podem ser escritas como:
(1) √𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥) = 0

(2) (√𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)). (√𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)) = 0


Notas.
i) Observe que toda raiz de (1) é raiz da equação (2) porque
anulando-se √𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥), anular-se-á o produto (√𝑓(𝑥) −

𝑔(𝑥)). (√𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥)).


ii) Entretanto, nem toda raiz de (2) é raiz da equação (1),pois, uma
raiz de (2) anula um dos fatores, podendo anular √𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥) sem

anular √𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥).

Portanto, para verificarmos se 𝛼, raiz da equação (2), também é raiz


da equação (1), podemos proceder de dois modos:
1º) Verificar na equação proposta, isto é, substituindo 𝑥 por 𝛼 em (1)
e notando se aparece uma equação verdadeira.
2º) Verificando se 𝑔(𝛼) ≥ 0.
Sendo 𝛼 raiz de (2) e 𝑔(𝛼) ≥ 0 ⇒ 𝛼 também é raiz de (1).
Demonstração.

𝑓 (𝛼) = [𝑔(𝛼)]2 ⇒ (√𝑓(𝛼) − 𝑔(𝛼)) . (√𝑓 (𝛼) + 𝑔(𝛼)) = 0 ⇒

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𝑔(𝛼) = √𝑓(𝛼)
⇒{ 𝑜𝑢
𝑔(𝛼) = −√𝑓(𝛼)

Como 𝑔(𝛼) ≥ 0, resulta que só 𝑔(𝛼) = √𝑓(𝛼 ) é verdadeira, isto é, 𝛼

é raiz da equação √𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥).


Portanto,
√𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥) ⇔ 𝑓 (𝑥) = [𝑔(𝑥)]2 e 𝑔(𝑥) ≥ 0

EXERCÍCIO 20. Resolva, em ℝ, as equações irracionais:


a) √3𝑥 − 2 = 4 b) √𝑥 2 + 𝑥 − 1 + 𝑥 = 2

𝟑
3.6.1.2. Equação √𝒇(𝒙) = 𝒈(𝒙)

3
√𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥) ⇔ 𝑓(𝑥) = [𝑔(𝑥)]3

EXERCÍCIO 21. Resolva, em ℝ, as equações irracionais:


3 3 3
a) √2𝑥 2 − 3𝑥 − 1 = 2𝑥 − 1 b) √𝑥 + 1 − √𝑥 − 6 = 1

4. INEQUAÇÃO IRRACIONAL
Considere as seguintes equações:
√𝑥 + 3 ≤ 2 √3𝑥 2 − 5𝑥 + 2 ≥ 𝑥 √2 + 𝑥 + √𝑥 − 3 < 1
Observe que todas elas apresentam variável ou incógnita no
radicando. Essas inequações são irracionais.

Inequação irracional é toda inequação em que há incógnita


sob um ou mais radicais.

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Observe que, se 𝑎 e 𝑏 são números reais não negativos, então:


𝑎 < 𝑏 ⇔ 𝑎2 < 𝑏 2
𝑎 > 𝑏 ⇔ 𝑎2 > 𝑏 2
Por exemplo, são verdadeiras as implicações:
1<3⇒1<9
√5 > √2 ⇒ 5 > 2
Porém, são falsas as implicações:
−3 < 2 ⇒ 9 < 4
−7 < −3 ⇒ 49 < 9
Teorema: Se 𝑓(𝑥) ≥ 0 e 𝑔(𝑥) ≥ 0, em um conjunto de valores 𝑥 ∈ 𝐴,
𝐴 ⊂ ℝ,então são equivalentes as inequações 𝑓(𝑥) > 𝑔(𝑥) e [𝑓(𝑥)]2 >
[𝑔(𝑥)]2.

4.1. RESOLUÇÃO DE UMA INEQUAÇÃO IRRACIONAL


4.1.1. Inequação √𝒇(𝒙) < 𝒈(𝒙)

1º) Estabelecemos o domínio de validade, ou seja,


𝑓 (𝑥) ≥ 0 e 𝑔(𝑥) > 0 (I)
2º) Elevamos ambos os membros da inequação √𝑓(𝑥) < 𝑔(𝑥) e
resolvemos
𝑓 (𝑥) < [𝑔(𝑥)]2 (𝐼𝐼)
As duas inequações podem ser agrupadas como:
0 ≤ 𝑓 (𝑥) < [𝑔(𝑥)]2 e 𝑔(𝑥) > 0
Portanto,
√𝒇(𝒙) < 𝒈(𝒙) ⇔ 0 ≤ 𝑓 (𝑥) < [𝑔(𝑥)]2 e 𝑔(𝑥) > 0
De forma análoga,

√𝒇(𝒙) ≤ 𝒈(𝒙) ⇔ 0 ≤ 𝑓 (𝑥) ≤ [𝑔(𝑥)]2 e 𝑔(𝑥) ≥ 0

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EXERCÍCIO 22. Resolva, em ℝ, as inequações irracionais:


a) √𝑥 2 − 𝑥 − 2 < 2 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ| − 2 < 𝑥 ≤ −1 𝑜𝑢 2 ≤ 𝑥 < 3}
1+√13
b) 1 + √𝑥 2 − 3𝑥 + 2 ≤ 2𝑥 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ| ≤ 𝑥 ≤ 1 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 2}
6

4.1.2. Inequação √𝒇(𝒙) > 𝒈(𝒙)

1ª parte: Se 𝒈(𝒙) < 𝟎 e 𝒇(𝒙) ≥ 𝟎, a inequação está satisfeita.


2ª parte:
i.Estabelecemos o domínio de validade da inequação, isto é:
𝑓(𝑥) ≥ 0 e 𝑔(𝑥) ≥ 0 (I)

ii.Elevamos ao quadrado a inequação proposta, obtendo:


𝑓 (𝑥) > [𝑔(𝑥)]2 (II)
As duas inequações podem ser agrupadas como:
𝑓 (𝑥) > [𝑔(𝑥)]2 e 𝑔(𝑥) ≥ 0
Portanto,

√𝒇(𝒙) > 𝒈(𝒙)


𝑓 (𝑥) ≥ 0 𝑒 𝑔(𝑥) < 0
⇔{ 𝑜𝑢
𝑓 (𝑥) > [𝑔(𝑥)]2 e 𝑔(𝑥) ≥ 0

De forma análoga,

𝑓(𝑥) ≥ 0 𝑒 𝑔(𝑥) < 0


√𝒇(𝒙) ≥ 𝒈(𝒙) ⇔ { 𝑜𝑢
𝑓 (𝑥) ≥ [𝑔(𝑥)]2 e 𝑔(𝑥) ≥ 0

EXERCÍCIO 23. Resolva, em ℝ, as inequações:


a) √3𝑥 + 7 ≥ 1 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ|𝑥 ≥ −2}
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1
b) √4 − 19𝑥 − 5𝑥 2 ≥ −3 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ| − 4 ≤ 𝑥 ≤ 5}

c) √2𝑥 + 3 ≥ 1 − 𝑥 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ|𝑥 ≥ 2 − √6}

4.1.3. Inequação √𝒇(𝒙) > √𝒈(𝒙)


i.Estabelecemos o domínio de validade da inequação, isto é:
𝑓(𝑥) ≥ 0 e 𝑔(𝑥) ≥ 0 (I)
ii.Elevamos ao quadrado a inequação proposta, obtendo:
𝑓 (𝑥) > 𝑔(𝑥) (II)
As duas inequações podem ser agrupadas como:
𝑓 (𝑥) > 𝑔(𝑥) ≥ 0
Portanto,
√𝒇(𝒙) > √𝒈(𝒙) ⇔ 𝑓(𝑥) > 𝑔(𝑥) ≥ 0
EXERCÍCIO 24. Resolva, em ℝ, as inequações:
a) √−𝑥 2 + 5𝑥 − 6 < √4𝑥 2 + 12𝑥 + 11 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ|2 ≤ 𝑥 ≤ 3}
b) √𝑥 − 1 − √𝑥 − 4 < 3 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ|𝑥 ≥ 4}
5. MATRIZES
5.1. DEFINIÇÃO
Sejam 𝑚 ≥ 1 e 𝑛 ≥ 1 dois números inteiros. Uma matriz real 𝐴, de
ordem m x n é uma tabela de números reais, distribuídos em 𝑚 linhas
e 𝑛 colunas.
Notação:
𝑎11 𝑎12 … 𝑎1𝑛 𝑎11 𝑎12 … 𝑎1𝑛
𝑎21 𝑎22 … 𝑎2𝑛 𝑎21 𝑎22 … 𝑎2𝑛
𝐴 = 𝑎31 𝑎32 … 𝑎3𝑛 ou 𝐴 = 𝑎31 𝑎32 … 𝑎3𝑛
… … … … … … … …
[𝑎𝑚1 𝑎𝑚2 … 𝑎𝑚𝑛 ] (𝑎𝑚1 𝑎𝑚2 … 𝑎𝑚𝑛 )
Essa matriz pode ser indicada por A = [aij ]m x n ou A = (aij )m x n ,

onde 𝑖 ∈ {1, 2, … , 𝑚} e 𝑗 ∈ {1, 2, … , 𝑛}.


O termo aij é chamado termo geral da matriz 𝐴.
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Mm x n (ℝ) indica o conjunto das matrizes reais m x n. Se 𝑚 = 𝑛,


usa-se a notação M n (ℝ). Cada matriz de Mn x n (ℝ) chama-se matriz
quadrada de ordem n.
Exemplos de matrizes:

−1 1/2 −1/2 5 7
𝐴=[ 0 √3 ] ;𝐵=( 5 2 √3)
−2 4 3 x2 −2 −3 6 3x3

5.2. DIAGONAL PRINCIPAL E SECUNDÁRIA


Em uma matriz quadrada A = [aij ] o conjunto de seus
nxn

elementos aij , tais que 𝑖 = 𝑗, chama-se diagonal principal e o conjunto


de seus elementos tais que 𝑖 + 𝑗 = 𝑛 + 1 chama-se diagonal
secundária.
5.3. MATRIZES ESPECIAIS
5.3.1. MATRIZ LINHA

É toda matriz do tipo 1 x n.


Exemplos: 𝐴 = [−1 4]1 x 2 ; 𝐵 = [−1/2 0 −2 3]1 x 4
5.3.2. MATRIZ COLUNA
É toda matriz do tipo m x 1.

3/5
0
Exemplos: 𝐴 = [2] ; 𝐵 = [ √2 ]
3 3x1 −7
−2 4 x 1
5.3.3. MATRIZ NULA
É uma matriz cujos elementos são todos iguais a zero. Será
representada por 𝑂𝑚 x 𝑛 .

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0 0
0 0
Exemplos: 𝑂2 = ( ) ; 𝑂3 x 2 = (0 0).
0 0
0 0
5.3.4. MATRIZ DIAGONAL
É toda matriz quadrada em que os elementos que não pertencem
à diagonal principal são iguais a zero.

Exemplos:
2 0 0
−3 0
( ) ; [0 1 0]
0 2
0 0 3
5.3.5. MATRIZ IDENTIDADE
É toda matriz diagonal em que os elementos da diagonal principal
são iguais a 1.

Notação: 𝐼𝑛 .
Exemplos:
1 0 0 0 0
1 0 0 0 1 0 0 0
1 0
𝐼2 = ( ) ; 𝐼3 = [0 1 0] ; 𝐼5 = 0 0 1 0 0
0 1
0 0 1 0 0 0 1 0
(0 0 0 0 1)
Para a matriz identidade 𝐼𝑛 = [aij ] n tem-se:
1, 𝑠𝑒 𝑖 = 𝑗
aij = {
0, 𝑠𝑒 𝑖 ≠ 𝑗
5.3.6. MATRIZ TRANSPOSTA
Chama-se matriz transposta de 𝐴 à matriz 𝐴𝑡 obtida de 𝐴, trocando-
se “ordenamente” suas linhas por colunas.
Portanto, se A = [aij ]m x n , então:

𝐴𝑡 = [bij ]n x m , onde bij = aji com 𝑖 ∈ {1, 2, … , 𝑚} e 𝑗 ∈ {1, 2, … , 𝑛}.

Exemplo:

32
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0 2
0 −1 −2 𝑡
Se 𝐴 = [ ], então 𝐴 = [−1 1].
2 1 0
−2 0
5.3.7. MATRIZ SIMÉTRICA
Uma matriz quadrada A = [aij ]n x n diz-se simétrica quando

aij = aji , para todo 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑛 e para todo 1 ≤ 𝑗 ≤ 𝑛. Observe que se


𝐴 é simétrica, então 𝐴 = 𝐴𝑡 .
−1/2 5 7
1 −5
Exemplos: [ ]; [ 5 2 √2 ].
−5 2
7 √2 −3
EXERCÍCIO 25. Se 𝐴 = [aij ]3 x 3 é simétrica, em 𝐴, há no máximo,

quantos elementos distintos?

5.4. IGUALDADE DE MATRIZES


As matrizes A = [aij ]m x n e B = [bij ]m x n são iguais se, e

somente se, têm a mesma ordem e os elementos correspondentes


(elementos com índices iguais) são iguais. Ou seja, quando aij = bij ,
para todo 𝑖 ∈ {1, 2, … , 𝑚} e 𝑗 ∈ {1, 2, … , 𝑛}.

Notação: 𝐴 = 𝐵

Exemplo: [2 22 ] = [ 2 4]
3 32 3 9
1 −3 1 7
Contraexemplo: [ ]≠[ ], pois 𝑎12 ≠ 𝑏12 e 𝑎21 ≠ 𝑏21.
7 4 −3 4
5.5- OPERAÇÕES COM MATRIZES
5.5.1- ADIÇÃO
Dadas duas matrizes A = [aij ]m x n e B = [bij ]m x n chama-se

soma A + B a matriz C = [cij ]m x n tal que cij = aij + bij , para todo i ∈

{1, 2, … , m} e para todo j ∈ {1, 2, … , n}.


PROPRIEDADES: Sejam A, B, C ∈ Mm x n (ℝ), temos:

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𝐀 𝟏 ) COMUTATIVA: 𝐀 + 𝐁 = 𝐁 + 𝐀
𝐀 𝟐 ) ASSOCIATIVA: (𝐀 + 𝐁) + 𝐂 = 𝐀 + (𝐁 + 𝐂)
𝐀 𝟑 ) EXISTÊNCIA DO ELEMENTO NEUTRO: Dada uma matriz A,
existe uma matriz X ∈ Mm x n (ℝ), tal que A + X = A.
Demonstração: Se A = [aij ]m x n e X = [xij ]m x n , temos:

aij + xij = aij


xij = 0
Portanto, X é a matriz nula Om x n . Assim,
𝐀 + 𝐎 = 𝐀.

𝐀 𝟒 ) EXISTÊNCIA DO ELEMENTO OPOSTO: Dada uma matriz A,


existe uma matriz X ∈ Mm x n (ℝ), tal que A + X = O.
Demonstração: Se A = [aij ]m x n e X = [xij ]m x n , temos:

aij + xij = 0
xij = −aij
Notação: X = −A
Portanto,
𝐀 + (−𝐀) = 𝐎.

5.5.2- SUBTRAÇÃO
Dadas duas matrizes A = [aij ]m x n e B = [bij ]m x n chama-se

diferença A − B a matriz D = [dij ]m x n tal que dij = aij − bij , para todo

i ∈ {1, 2, … , m}e para todo j ∈ {1, 2, … , n}. Ou seja, define-se:


𝐀 − 𝐁 = 𝐀 + (−𝐁)

2 3 2 −3
Exemplo: A = [ ]eB=[ ]
5 −2 4 2

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2 3 −2 3 0 6
A−B=[ ]+[ ]=[ ]
5 −2 −4 −2 1 −4

5.5.2.1- EQUAÇÃO MATRICIAL 𝐗 + 𝐀 = 𝐁

X+A=B⇔X=B−A

Demonstração:
(⇒)
X+A= B
(X + A) + (−A) = B + (−A)
X + (A + (−A)) = B − A
X+O =B−A
X=B−A
(⇐) Hipótese: X = B − A
Temos:
X + A = (B − A) + A = B + (−A + A) = B + O = B (𝐜.𝐪.𝐝)

5.5.3- MULTIPLICAÇÃO DE UMA MATRIZ POR UM NÚMERO


REAL

Sejam a matriz A = [aij ]m x n e o número real k. Chama-se produto

k. A a matriz B = [bij ]m x n tal que bij = kaij , para todo i ∈ {1, 2, … , m}

e para todo j ∈ {1, 2, … , n}.


Exemplo:
1 7 2 3.1 3.7 3.2 3 21 6
3. [ ]=[ ]=[ ]
5 −1 −2 3.5 3. (−1) 3. (−2) 15 −3 −6

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Propriedades: Sejam A e B matrizes reais de ordem mxn e os


números reais 𝑎 e 𝑏, temos:
1) 1. A = A
2) (−1). A = −A
3) 𝑎. Omxn = Omxn
4) 0. A = Omxn
5) 𝑎(A + B) = 𝑎A + 𝑎B
6) (𝑎 + b)A = 𝑎A + bA
7) 𝑎. (b. A) = (ab). A

MATRIZES ESPECIAIS- CONTINUAÇÃO


8- MATRIZ ANTISSIMÉTRICA:

Uma matriz quadrada A = [aij ]n x n diz-se antissimétrica quando

aij = −aji , para todo i ∈ {1, 2, … , n} e para todo j ∈ {1, 2, … , n}.


Observe que se A é antissimétrica, então At = −A.
Nota: Os elementos que pertencem à diagonal principal são todos
iguais a zero e os elementos colocados simetricamente em relação à
diagonal principal são opostos.
0 −1 2
Exemplo: A = [ 1 0 5]
−2 −5 0

EXERCÍCIO 26. Determine as matrizes X e Y sabendo-se que


1 2 1 0
X+Y = [ ]e X−Y =[ ]
3 4 0 0
EXERCÍCIO 27. Sejam as matrizes 𝐴 e 𝐵, de mesma ordem.
Demonstre que:
(𝐴 + 𝐵)𝑡 = 𝐴𝑡 + 𝐵𝑡

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EXERCÍCIO 28. Determine os números reais 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑥, 𝑦 e 𝑧 para que


a matriz abaixo seja antissimétrica.
𝑎 −2 −𝑧
𝐴 = [𝑥 + 3 𝑏 9]
5 3𝑦 − 9 𝑐

5.5.4- MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES


5.5.4.1- Definição
Consideremos a matriz A = [aij ]m x n e a matriz B = [bjk ] nxp . O

produto AB é a matriz C = [cik ]m x p cujo termo geral é dado por:


n

cik = ai1 . b1k + ai2 . b2k + ai3 . b3k + ⋯ + ain . bnk = ∑ aij bjk
j=1

Para todo i ∈ {1, 2, … , m} e para todo j ∈ {1, 2, … , n}.


Ou seja, o elemento cik , que se encontra em sua i-ésima linha e
em sua k-ésima coluna, é obtido multiplicando-se os elementos da
i-ésima linha de A pelos “ correspondentes” elementos da k-ésima
coluna de B e somando-se os “ produtos parciais” assim obtidos.
Por exemplo:

b11 b12
a11 a12 a13 a14 c11 c12
b b22
[a21 a22 a23 a24 ] . [ 21 ] = [c21 c22 ]
a31 a32 a33 a34 3x4 b31 b32 c31 c32 3x2
b41 b42 4x2
Onde
4

c21 = a21 b11 + a22 b21 + a23 b31 + a24 b41 = ∑ a2j bj1
j=1

Observação:
O produto AB das matrizes A e B existe, se e somente se o número
de colunas de A for igual ao número de linhas de B.

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EXERCÍCIO 29. Calcule o seguinte produto:


1 1 5
1 −1 5 0 2 1 1]
[ ][
2 3 7 1 3 1 2
4 1 3

1 1 0 0
EXERCÍCIO 30. Sendo A = [ ]eB=[ ], determine AB e BA.
0 1 1 1
NOTAS:
1. Há casos em que existe AB e não existe BA. Isto ocorre quando A
é m x n, B é n x p e m ≠ p.
2. Há casos em que existem AB e BA, porém são matrizes de tipos
diferentes. Isto ocorre quando A é m x n B, é n x m e m ≠ n.
3. Mesmo nos casos em que AB e BA são do mesmo tipo, temos
quase sempre AB ≠ BA.
PROPRIEDADES:
M1 ) A multiplicação de matrizes não é comutativa.
Quando A e B são tais que AB = BA, dizemos que A e B comutam.
Notemos que uma condição necessária para A e B comutarem é que
sejam quadradas e de mesma ordem.
M2 ) ASSOCIATIVA: Sejam A = [aij ]m x n , B = [bjk ] nxp , C = [ckr ] pxq ,

temos:
(𝐀. 𝐁). 𝐂 = 𝐀. (𝐁. 𝐂)

3. DISTRIBUTIVA
A. (B + C) = AB + AC
(A + B). C = AC + BC

4. Sejam as matrizes A = [aij ] e B = [bjk ] e o número real k,


mxn nxp

então

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(𝐤. 𝐀)𝐁 = 𝐤(𝐀. 𝐁)


5. Multiplicação pela matriz identidade: Seja a matriz A = [aij ]m x n ,

então
A. In = A = Im . A

6. Multiplicação pela matriz nula: Seja a matriz A, de ordem m x n,


então

Op x m x A = O p x n
A x On x p = O m x p
OBSERVAÇÕES:
1. Se A. B = O não podemos concluir que A = O ou B = O.

1 2 0 0 0 0 0 0 0
Exemplo: [ 1 1 0 ] . [0 0 0 ] = [0 0 0]
−1 4 0 1 4 9 0 0 0

2. Da igualdade AB = AC ou da igualdade BA = CA, não podemos


concluir que B = C, mesmo que A ≠ 0. Ou seja, não vale a lei do
cancelamento.
1 2 0 1 2 3
Exemplo: Sejam A=[ 1 1 0 ] , B = [1 1 −1] e C=
−1 4 0 2 2 2
1 2 3
[1 1 −1], temos:
1 1 1

3 4 1
AB = [2 3 2 ] = AC
3 2 −7

Observe que AB = AC e B ≠ C.

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EXERCÍCIO 31. Sejam as matrizes 𝐴 = [𝑎𝑖𝑗 ]m x n e 𝐵 = [𝑏𝑗𝑘 ]n x p .

(𝐴. 𝐵)𝑡 = 𝐵𝑡 . 𝐴𝑡

5.6- MATRIZ INVERSA


5.6.1- Definição
Uma matriz quadrada de ordem n se diz inversível (não singular)
se, e somente se, existe uma matriz B, de ordem n, tal que 𝐀𝐁 =
𝐁𝐀 = 𝐈𝐧 . Se A não é inversível, dizemos que A é uma matriz singular.
Essa matriz B, caso exista, é única e chama-se inversa de A.
Notação: 𝐁 = 𝐀−𝟏 .
Assim,
𝐀. 𝐀−𝟏 = 𝐀−𝟏 . 𝐀 = 𝐈𝐧

2 0 2 0
Exemplo: Sejam A = ( )eB=( ). Então:
0 1 0 1

1 0 1 0
AB = ( ) e BA = ( )
0 1 0 1

Assim, 𝐁 = 𝐀−𝟏 .

Note que (A−1 )−1 = A.

2 0
EXERCÍCIO 32. Seja a matriz A = ( ), determine A−1 , se
0 1
existir.
5.6.2- A equação matricial 𝐀. 𝐗 = 𝐁

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Seja A uma matriz inversível, então

𝐀𝐗 = 𝐁 ⇔ 𝐗 = 𝐀−𝟏 . 𝐁
Demonstração:

(⇒) Hipótese: AX = B
Se A é inversível, existe A−1, então multiplicando ambos os
membros da equação AX = B por A−1 (à esquerda), temos:
A−1 (AX) = A−1 . B
(A−1 . A) . X = A−1 . B
I. X = A−1 . B
X = A−1 . B
(⇐) Hipótese: X = A−1 . B
Temos:
AX = A(A−1 . B) = (A−1 . A). B = I. B = B

Teorema: Sejam A e B matrizes quadradas de ordem n,


inversíveis, então A.B é inversível e:
(𝐀. 𝐁)−𝟏 = 𝐁 −𝟏 . 𝐀−𝟏
Demonstração:
(AB). (B −1 . A−1 ) = A. (B. B −1 ). A−1 = A. I. A−1 = In
(B −1 . A−1 ). (AB) = B −1 . (A−1 . A). B = B −1 . I. B = In

Conclusão: B −1 . A−1 = (A. B)−1


Teorema: Seja A uma matriz quadrada de ordem n, inversível,
então:
(𝐀𝐭 )−𝟏 = (𝐀−𝟏 )𝐭

41
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Teorema: Seja A uma matriz quadrada de ordem n, inversível e α


um número real não nulo.
1 −1
(αA)−1 = A
α

6. DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS NO PLANO


Dados dois pontos distintos 𝑃1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑃2 = (𝑥2 , 𝑦2 ), do plano
cartesiano, chama-se distância entre eles a medida do segmento de
reta que tem esses dois pontos por extremidades.
̅̅̅̅̅̅̅
1º caso: O segmento 𝑃 1 𝑃2 é paralelo ao eixo 𝑥.

A distância entre 𝑃1 e 𝑃2 é dada pelo módulo


da diferença entre as abscissas, isto é:
𝑑(𝑃1 , 𝑃2 ) = |𝑥1 − 𝑥2 |

̅̅̅̅̅̅̅
2º caso: O segmento 𝑃 1 𝑃2 é paralelo ao eixo 𝑦.

A distância entre 𝑃1 e 𝑃2 é dada pelo módulo


da diferença entre as ordenadas, isto é:
𝑑 (𝑃1 , 𝑃2 ) = |𝑦1 − 𝑦2 |

̅̅̅̅̅̅̅
3º caso: O segmento 𝑃 1 𝑃2 não é paralelo a qualquer um dos eixos

coordenados.
Dados os pontos 𝑃1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑃2 = (𝑥2 , 𝑦2 ), queremos obter a
expressão da distância 𝑑(𝑃1 , 𝑃2 ) em termos das coordenadas de 𝑃1 e
𝑃2 .
Para isso, introduzimos o novo ponto
𝑄 = (𝑥1 , 𝑦2 ).

42
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Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo 𝑃1 𝑃2 𝑄,


temos:
[𝑑(𝑃1 , 𝑃2 )]2 = [𝑑(𝑃2 , 𝑄)]2 + [𝑑(𝑄, 𝑃1 )]2
[𝑑(𝑃1 , 𝑃2 )]2 = (𝑥1 − 𝑥2 )2 + (𝑦1 − 𝑦2 )2
Ou seja,

𝑑 (𝑃1 , 𝑃2 ) = √(𝑥1 − 𝑥2 )2 + (𝑦1 − 𝑦2 )2

EXERCÍCIO 33. Na figura abaixo, 𝑃 é equidistande de 𝐴(1, −1) E


𝐵(2,3). Obtenha as coordenadas de 𝑃.

6.1. PONTO MÉDIO

O ponto médio é o ponto que divide o segmento de reta


exatamente ao meio.

Dados os pontos 𝑃1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑃2 = (𝑥2 , 𝑦2 ), queremos obter


as coordenadas do ponto médio 𝑀 = (𝑥𝑀 , 𝑦𝑀 ) do segmento ̅̅̅̅̅̅
𝑃1 𝑃2 em
termos das coordenadas de 𝑃1 e 𝑃2 .

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Sendo 𝑀 = (𝑥𝑀 , 𝑦𝑀 ), 𝑄1 = (𝑥𝑀 , 𝑦1 ) e 𝑄2 = (𝑥𝑀 , 𝑦2 ), os


triângulos ∆𝑃1 𝑀𝑄1 e ∆𝑃2 𝑀𝑄2 são congruentes (critério 𝐿𝐴𝐴0 ).

Logo,

• 𝑑 (𝑃1 , 𝑄1 ) = 𝑑(𝑃2 , 𝑄2 )

⇔ |𝑥𝑀 − 𝑥1 | = |𝑥𝑀 − 𝑥2 |

⇔ 𝑥𝑀 é o ponto médio entre 𝑥1 e 𝑥2


𝑥1 +𝑥2
⇔ 𝑥𝑀 = 2

• 𝑑 (𝑄1 , 𝑀 ) = 𝑑 (𝑄2 , 𝑀 )

⇔ |𝑦𝑀 − 𝑦1 | = |𝑦𝑀 − 𝑦2 |

⇔ 𝑦𝑀 é o ponto médio entre 𝑦1 e 𝑦2


𝑦1 +𝑦2
⇔ 𝑦𝑀 = 2

Portanto,
𝑥1 + 𝑥2 𝑦1 + 𝑦2
𝑀=( , )
2 2

44
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EXERCÍCIO 34. Seja 𝑅 o retângulo de vértices consecutivos 𝐴𝐵𝐷𝐶


(percorridos no sentido anti-horário). Sabendo que 𝐴 = (−1,1) e
𝐷 = (2,2) são vértices opostos e que 𝑅 tem seus lados paralelos aos
eixos coordenados, determine os vértices 𝐵 e 𝐶. As diagonais se
intersectam ao meio? Em cado afirmativo, determine as coordenadas
do ponto de interseção das diagonais.
7. CONDIÇÃO DE ALINHAMENTO DE TRÊS PONTOS

Para que três pontos distintos estejam alinhados, suas coordenadas


devem obedecer a uma condição que será deduzida coma utilização
da figura abaixo, na qual 𝑃(𝑥, 𝑦), 𝑃1 (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑃2 (𝑥2 , 𝑦2 ) estão na
mesma reta.

Os triângulos 𝑃𝐷𝑃1 e 𝑃1 𝐸𝑃2 são semelhantes. Portanto,


𝑃1 𝐷 𝑃𝐷
=
𝑃2 𝐸 𝑃1 𝐸
𝑦1 − 𝑦 𝑦2 − 𝑦1
=
𝑥1 − 𝑥 𝑥2 − 𝑥1
Desenvolvendo, obtemos:
(𝑦1 − 𝑦). (𝑥2 − 𝑥1 ) − (𝑦2 − 𝑦1 ). (𝑥1 − 𝑥) = 0
(𝑦1 − 𝑦2 )𝑥 + (𝑥2 − 𝑥1 )𝑦 + (𝑥1 𝑦2 − 𝑥2 𝑦1 ) = 0
Esta última igualdade pode ser escrita sob a forma de determinante:
𝑥 𝑦 1
|𝑥1 𝑦1 1| = 0
𝑥2 𝑦2 1

45
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7.1 EQUAÇÕES DA RETA


7.1.1. EQUAÇÃO GERAL DA RETA

A toda reta 𝑟 do plano cartesiano está associado, uma equação do


tipo 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0, em que 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são números reais, com 𝑎 e 𝑏
não nulos simultaneamente, e 𝑥 e 𝑦 são as coordenadas de um
ponto 𝑃(𝑥, 𝑦) genérico de 𝑟. Costuma-se escrever:
𝑟: 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0
que é chamada equação geral da reta 𝑟.
EXERCÍCIO 35. Encontre uma equação geral da reta que passa
pelos pontos (−1,2) e (2,3).
7.1.2. EQUAÇÃO REDUZIDA DA RETA

Sejam 𝑟 a reta cuja medida do ângulo de inclinação 𝛼 e 𝑃 (𝑥, 𝑦) um


ponto genérico de 𝑟. A reta 𝑟 intersecta o eixo das ordenadas em um
ponto 𝑄 cuja abscissa é nula, isto é, 𝑄 (0, 𝑛).

O coeficiente angular da reta 𝑟 é dado por 𝑚 = 𝑡𝑔𝛼, isto é:


𝑦−𝑛
𝑚=
𝑥
Ou seja,
𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑛
Essa última expressão é chamada equação reduzida da reta 𝑟, na
qual:
𝑚 é o coeficiente angular de 𝑟.

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𝑛 é o coeficiente linear de 𝑟.
𝑥 e 𝑦 são as coordenadas de um ponto qualquer de 𝑟.
Observações.
• Se a reta é horizontal, ela forma ângulo nulo com o eixo das
abscissas, assim, 𝑚 = 0 e a equação reduzida da reta torna-se
simplesmente 𝑦 = 𝑛.
• Se a reta é vertical, ela forma ângulo reto com o eixo das
abscissas; como não existe 𝑡𝑔900, não se definie o coeficiente
angular de 𝑟 e assim, é impossível escrever a forma reduzida
da equação de qualquer reta vertical.

EXERCÍCIO 36. Escreva a equação reduzida de cada reta


representada abaixo.
a) b)

➢ PARALELISMO
Duas retas paralelas distintas formam com o eixo das abscissas
ângulos congruentes; assim, se ambas não são verticais, seus
coeficientes angulares são iguais.
Observe a figura abaixo, que mostra duas retas paralelas não
verticais.

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Temos:

No caso de 𝑟1 e 𝑟2 serem verticais, 𝑟1 // 𝑟2 , embora não existam 𝑚1 e


𝑚2 .
EXERCÍCIO 37. Determine a posicão relativa entre as retas 𝑟 e 𝑠 de
equações 𝑟: 𝑦 = 3𝑥 − 2 e 𝑠: 6𝑥 − 2𝑦 + 5 = 0.
EXERCÍCIO 38. Para que valores reais de 𝑘 as retas 𝑟: 3𝑥 − 2𝑦 + 5 =
0 e 𝑠: 𝑘𝑥 − 𝑦 + 1 = 0 são concorrentes?
➢ PERPENDICULARIDADE
Na figura abaixo, as retas 𝑟, de inclinação 𝛼𝑟 e 𝑠 de inclinação 𝛼𝑠 são
perpendiculares.

Vamos procurar uma relação entre seus coeficientes angulares.


𝛼𝑠 = 𝛼𝑟 + 90°
𝑡𝑔𝛼𝑠 = 𝑡𝑔(𝛼𝑟 + 90° )
𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑟 + 90° ) 𝑐𝑜𝑠𝛼𝑟 1
𝑡𝑔𝛼𝑠 = = = −
cos(𝛼𝑟 + 90° ) −𝑠𝑒𝑛𝛼𝑟 𝑡𝑔 𝛼𝑟
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Assim,
𝑡𝑔 𝛼𝑟 . 𝑡𝑔 𝛼𝑠 = −1
Ou seja,
𝒎𝒓 . 𝒎𝒔 = −𝟏
Se as retas 𝑟 e 𝑠 são perpendiculares entre si, então 𝒎𝒓 . 𝒎𝒔 = −𝟏.
EXERCÍCIO 39. Obtenha a equação reduzida da reta que passa por
(2, −3) e é perpendicular a 2𝑥 − 5𝑦 − 11 = 0.

7.1.3. FORMA SEGMENTÁRIA DA RETA

Seja 𝑟 uma reta que intersecta os eixos coordenados nos pontos


𝑃(𝑝, 0) e 𝑄(0, 𝑞), com 𝑝 e q distintos.
Seja 𝐺 (𝑥, 𝑦) um ponto genérico de 𝑟. A equação de 𝑟 pode ser obtida
a partir da condição de alinhamento de 𝑃, 𝑄 e 𝐺:
𝑝 0 1
|0 𝑞 1| = 0
𝑥 𝑦 1
𝑝𝑞 − 𝑞𝑥 − 𝑝𝑦 = 0 ⟹ 𝑞𝑥 + 𝑝𝑦 = 𝑝𝑞
Como 𝑝 e 𝑞 não são nulos (senão 𝑃 e 𝑄 coincidiriam), podemos dividir
os dois membros da equação acima por 𝑝. 𝑞:
𝑞𝑥 𝑝𝑦 𝑝𝑞
+ =
𝑝𝑞 𝑝𝑞 𝑝𝑞
Ou seja,
𝒙 𝒚
+ =𝟏
𝒑 𝒒
A equação obtida é chamada equação segmentária da reta 𝑟.
EXERCÍCIO 40. Seja 𝑟 a reta representada no gráfico. Determine:

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a) a equação segmentária de 𝑟.
b) uma equação geral de 𝑟.
7.1.4. FORMA PARAMÉTRICA DA RETA

As equações geral, reduzida e segmentária relacionam diretamente


entre si as coordenadas (𝑥, 𝑦) de um ponto genérico da reta. Há outra
alternativa para estabelecer a equação de uma reta 𝑟, que é
expressando cada uma das coordenadas (𝑥 e 𝑦) dos pontos de 𝑟 em
função de uma terceira variável denominada parâmetro.
EXEMPLO. Os pontos de uma reta 𝑟 satisfazem as equações
𝑥 = 1 + 𝑡 e 𝑦 = 3 − 2𝑡, com 𝑡 ∈ ℝ. Vamos representar graficamente
a reta 𝑟 e obter sua equação geral.
Façamos o parâmetro 𝑡 variar em ℝ , a fim de obter alguns pontos de
𝑟:

A equação geral de 𝑟 pode ser obtida tomando-se dois pontos


quaisquer acima e estabelecendo a condição de alinhamento de três
pontos.

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𝑥 𝑦 1
|0 5 1| = 0
1 3 1
5𝑥 + 𝑦 − 5 − 3𝑥 = 0
Ou seja, a equação geral da reta 𝑟, é:
2𝑥 + 𝑦 − 5 = 0
As equações 𝑥 = 1 + 𝑡 e 𝑦 = 3 − 2𝑡, em que 𝑡 ∈ ℝ, são exemplos de
equações paramétricas da reta 𝑟.
EXERCÍCIO 41. Escreva a forma geral, a reduzida e a segmentária
da reta dada por 𝑥 = 2𝑡 − 1 e 𝑦 = 2 − 3𝑡, 𝑡 ∈ ℝ.

8. EQUAÇÕES DA CIRCUNFERÊNCIA
8.1. EQUAÇÃO REDUZIDA DA CIRCUNFERÊNCIA

Dados o ponto 𝐴 = (𝑎, 𝑏) e o número real 𝑟 > 0, a circunferência 𝐶


de centro 𝐴 e raio 𝑟 é o conjunto dos pontos do plano situados à
distância 𝑟 do ponto 𝐴.
Assim, o ponto 𝑃(𝑥, 𝑦) pertence a 𝐶, se e somente se,
𝑑 (𝐴, 𝑃) = 𝑟
√(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑦 − 𝑏)2 = 𝑟
Portanto,
(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑦 − 𝑏)2 = 𝑟 2

É a equação reduzida da circunferência, em que:


• 𝑎 e 𝑏 são as coordenadas do centro 𝐴 da circunferência;
• 𝑟 é a medida do raio da circunferência
• 𝑥 e 𝑦 são as coordenadas de um ponto genérico 𝑃.

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Em particular, a equação da circunferência de raio 𝑟 e centro na


origem é:
𝑥 2 + 𝑦2 = 𝑟 2
EXERCÍCIO 42. Escreva a equação reduzida da circuferência:
a) Centro na origem e raio de medida 4.
b) Centro 𝐶(3, −2) e raio de medida √7.

EQUAÇÃO GERAL DA CIRCUNFERÊNCIA


A partir da equação reduzida de uma circunferência
(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑦 − 𝑏)2 = 𝑟 2
Podemos desenvolver os produtos notáveis e obter uma equação
equivalente.
Temos:
𝑥 2 − 2𝑎𝑥 + 𝑎2 + 𝑦 2 − 2𝑏𝑦 + 𝑏 2 − 𝑟 2 = 0
Agrupando os termos convenientemente, obtemos
𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 − 𝟐𝒂𝒙 − 𝟐𝒃𝒚 + 𝒂𝟐 + 𝒚𝟐 − 𝒓𝟐 = 𝟎
A equação destacada é conhecida como equação geral da
circunferência, com centro (𝑎, 𝑏) e raio de medida 𝑟.

EXERCÍCIO 43. Determine o centro e o raio do círculo dado pela


equação
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𝑥 2 + 𝑦 2 − 4𝑥 + 6𝑦 = 0.

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