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CIEL3 - Análise Resultados 2T22 - escrita por Raul Rodrigues Mariano

Lucro líquido forte, com participação de não recorrente


A Cielo apresentou no 2T22 um lucro líquido recorrente de R$383 milhões, um resultado forte,
fundamentado por uma dinâmica positiva para os take rates (ganho obtido com cada transação),
expansão do yield de receita (aumento de 0,04 pp t/t, ficando em 0,71%) - dos quais foram possíveis
graças ao reajustes de preços feitos principalmente em Abril - e um volume transacionado expressivo.
O yield foi parcialmente compensado pelo segmento de Grandes Contas (considerado menos
rentável), que subiu 20 bps 2T22. Um fator a ser destacado aqui é a participação que a venda das
operações da Merchant-e (braço de soluções de pagamentos da Cielo nos EUA) teve no lucro contábil
(dos R$ 635 milhões de Lucro Líquido, R$ 282 milhões foram provenientes desta venda).

Volume expressivo e eficiência operacional


O volume transacionado foi recorde no 2T22, com R$ 221 bilhões capturados pela Cielo Brasil
(aumento de 11,45% t/t e de 33,8% comparado com o 2T21). Este TPV histórico justifica também a
receita líquida da Cielo Brasil, que ficou em R$ 1,568 bilhão (+34% ano a ano). Além disso, os bons
resultados de receita permitiram um crescimento do EBITDA e das margens quando comparado com
o 1T21 (Margem EBITDA de 28% no 2T22, aumento de 5,1pp t/t), que se sustentam não somente
pelo volume e yield positivos, mas também pelo ganho de eficiência na relação gastos vs inflação. O
ratio de gastos normalizados atingiu o patamar histórico de 0,32%, reiterando a eficiência na
adquirência, com um crescimento total de gastos normalizados de 3,4% do 1S21 para o 1S22,
significativamente abaixo da inflação acumulada.

Controle de custos
Um dos desafios recentes do segmento de adquirência foi o processo de aumento dos custos de
funding (captação de recursos para antecipar o fluxo de pagamentos a lojistas) decorrente da alta da
Selic, que pressionou as empresas do setor a reprecificar suas taxas. A Cielo fez este movimento de
aumento de take rate, e visto que teve uma gestão de despesas eficiente, alcançou ganhos
significativos, que pode ser observado no aumento de 115,7% do Resultado Recorrente sobre o 1T22.

Lucro Líquido do primeiro e segundo trimestres de 2021 e 2022 (em R$ Milhões)

Pode-se observar uma recuperação da geração de lucro líquido da companhia.


Pontos para se atentar no futuro:
● Acompanhar como se dará a resiliência corporativa da Cielo frente ao ambiente competitivo
do segmento de adquirência, com ênfase para a gestão de custos;
● Como será a participação de Grandes Contas no mix e se haverá perspectivas de ajustes
futuros de preços, com foco nos efeitos para o yield;
● Observar progressão do TPV e evolução dos rendimentos, focalizando na expectativa de lucro
líquido para o final de 2022.

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