Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia
autorização do(s) autor(es).”
C376a
ABMS.
Anais do Simpósio de Prática de Enegnharia
Geotécnica na Região Centro-Oeste (GEOCENTRO 2017) /
André Luís Brasil Cavalcante, Renato Resende Angelim,
Antônio Luciano Fonceca, organizadores – Goiânia:
Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia
Geotécnica, 2017.
xvii, 854 p.; 21,0 x 29,7 cm.
ISBN 978-85-67950-05-1
Diagramação e Editoração
Arte da Capa
ii
COMISSÃO ORGANIZADORA
Presidente
Comissão Organizadora
Comissão Técnica
iii
Fabiani Maria Dalla Rosa Barbosa (UFMT/UnB)
Gilson de Faria Neves Gitirana Júnior (UFG)
Glacielle Medeiros (ITPAC)
Gregório Luís Silva Araújo (UnB)
Hernán Eduardo Martínez Carvajal (UnB)
Ilço Ribeiro Junior (IFMT)
João Guilherme Rassi (ITPAC)
João Paulo Souza e Silva (UFG)
José Camapum de Carvalho (UnB)
Juan Felix Rodriguez Rebolledo (UnB)
Katherin Rocio Cano Rojas (UnB)
Lílian Ribeiro de Rezende (UFG)
Luan Carlos de Sena Monteiro Ozelim (UnB)
Lucas Parreira de Faria Borges (UnB)
Luis Anselmo da Silva (IFMT)
Luiz Carlos Figueiredo (IFMT)
Manoel Porfírio Cordão Neto (UnB)
Manuelle Santos Góis (UnB)
Márcia Maria dos Anjos Mascarenha (UFG)
Marisaides Goutte Lima (Ginger CEBTP)
Marta Pereira da Luz (PUC-GO/FURNAS)
Mateus Bezerra Alves da Costa (UnB)
Maurício Martines Sales (UFG)
Mylane Viana Hortegal (DNIT)
Newton Moreira de Souza (UnB)
Nicholas Veres Barros (UnB)
Patrícia de Araújo Romão (UFG)
Paulo Augusto Diniz Silva (IFG)
Renata Conciani Nunes (UCB)
iv
Renato Cabral Guimarães (UEG/FURNAS)
Ricardo Mendonça de Moraes (UnB)
Silvana Fava Marchezini (UnB)
Suzana Aparecida da Silva (IFMT)
v
APRESENTAÇÃO
vi
PREFÁCIO
A Comissão Organizadora
vii
SUMÁRIO
Aplicação de Método de Elementos Finitos (Kurt André Pereira Amann & Caique Roberto de Almeida) ..... 2
Análises da Ruptura em Trecho da BR-060 no Município de Alexânia, Goiás, e Condições Após Seis Anos da
Recuperação (Rideci Farias, Tiago Matias Lino, Haroldo Paranhos, Itamar de Souza Bezerra, Ranieri Araújo
(Eduardo Montoya Botero, Patricia Helena dos Santos Martins, Vitor José da Silva Souza) ........................... 15
Estabilização Dos Solos Com Cal: Um Estudo de Caso Dirigido a um Solo Areno-argiloso na Formação
Frango (R.J. Llanque Ayala, J. Camapum de Carvalho, Ana Laura Martínez Hernández) ............................. 77
Análise do Desempenho da Utilização do Ultrapicnômetro na Determinação da Massa Específica dos Grãos
de Solo (Alexia Regine Costa Silva, Gabriel de Sousa Meira, Renato Cabral Guimarães, Emídio Neto de Souza
viii
Análise do Densímetro Não-Nuclear SDG 200 Aplicado a Qualificação de Materiais em Pavimentação
de Macedo, Osvaldo Freitas Neto, Wilson Cartaxo Soares, Roberto Quental Coutinho, Renato Pinto da Cunha) ... 101
Caracterização Geoambiental da Área do Aterro Sanitário de Boa Vista, Roraima (Adriano Frutuoso da
Silva, Rafael Sullyvan Braz da Silva, Silvestre Lopes da Nóbrega, Larissa de Castro Ribeiro) ........................ 107
Caracterização Geotécnica de um Solo Argiloso de Campo Grande/MS (Fernanda Nandes Ribeiro, Kamila
Farias Corrêa de Carvalho, Rafael Ribeiro Polvere, Fabricio Jeronimo Gonzalez Dias, José Otavio Serrão
Andrade Machado, Leilanny Costa Cardoso, Matheus Silva de Oliveira, Ivonne Alejandra Gutierres) ............... 123
Comportamento de Dois Cascalhos Lateríticos Após Compactações Sucessivas (Yokozawa, S. Y., Fernandes,
Belincanta, Juliana Azoia Lukiantchuki, Jeselay Hemetério Cordeiro dos Reis) .......................................... 156
Estudo Comparativo Entre Resultados do SPT e PANDA para Solo Tropical do Município de Aparecida de
Goiânia-GO (Rafael Louza Goulart, Marta Pereira da Luz, Ricardo Moreira Vilhena) ................................. 162
Infiltração, Colapsividade e Absorção dos Estratos Superficiais da Área de Implantação do Setor
Habitacional Jardins Mangueiral no Distrito Federal (Rideci Farias, Haroldo Paranhos, Yngrid Pereira
Nascimento Aquino, Jéssica Azevedo Coelho, José Camapum de Carvalho) ......................................... 181
ix
Influência da Resistência à Tração de Solo Não Saturado em Análise de Estabilidade de Talude (Maria
Fernanda Wamser Barra, Nivalda Aparecida Condé de Oliveira, Juliana Santos Fabre, Tatiana Tavares Rodriguez)
........................................................................................................................... 187
Modelo Didático para Simulação do Fenômeno de Areia Movediça (Sebastião Geraldo Guimarães Junior,
Isabella Magalhães Valadares, Alexandre Borges Fernandes Camozzi, Milton Pereira das Neves Filho, Marcus
Fernandes, Jordan Lopes Albino, Tales Moreira de Oliveira, Leandro Neves Duarte) ................................... 197
Monitoramento da Água Subterrânea para Ensaio de Prova de Carga em Solo Basáltico (Daniel Russi,
Max Valério Rodrigues Barbosa, Max Gabriel Timo Barbosa, André Pacheco de Assis) ............................... 231
Ações Geoambientais de Recuperação em Encostas e Acessos à Linha de Transmissão em 500 KV no Trecho
Localizado nos Municípios de Colinas do Sul e Niquelândia, Estado de Goiás (Rideci Farias, Haroldo
Paranhos, Elson Oliveira de Almeida, Maicon Vitor Oliveira, Erani Bastos, Marcelo de Oliveira, José Augusto de
Cascavel/PR (Robson Keretch, Camila Oltramari, Maycon André de Almeida) ......................................... 257
Análise da Estabilidade de Gabião - Sistemas de Contenções (João Guilherme Rassi Almeida, José Filho
Ferreira Costa, Leandro de Oliveira Chaves, Israel Silveira Barbosa, Samuel Vinicius Soares da Silva, Glacielle
Oliveira, Pedro Cruz de Moura Lima, David Silva de Queiroz) ......................................................... 268
Análise das Soluções de Fundações de Edifícios para Diferentes Perfis Geológico-Geoctécnicos no Município
de Fortaleza (Thiago Moura da Costa Ayres, Carla Beatriz Costa de Araujo, Lara de Oliveira Costa, Laís
x
Análise de Grupo de Estacas Carregadas Lateralmente (Ana Flávia Ferreira Marques, Camila Hikari Harada,
Brasília-DF (Neusa Maria Bezerra Mota, Gabriela de Athayde Duboc Bahia, Gustavo Soares Araújo) .............. 292
Análise e Proposta de Recuperação de um Processo Erosivo de Grandes Dimensões, Localizado no
Município de Planaltina/GO (Rideci Farias, Rhael Maycon Noronha Ribeiro, Haroldo Paranhos, Itamar de Souza
(Henrique Alexandre Rondon, Luiz Carlos de Figueiredo, Ilço Ribeiro Junior) .................................. 352
Comparação Geotécnica Entre Três Tipos de Fundações Profundas: Estudo de Caso – Ponte Ferroviária
(Malena Araújo Campos, Priscila Christiane dos Santos Oliveira, Julián Asdrubal Buriticá García) .................. 359
Comparativo da Capacidade Suporte de Estacas Escavadas sob Ação de Carregamento Axial (Flávio Luiz de
Carvalho, Caio Araujo Marinho, Tales Moreira de Oliveira, Higor Pena Coelho, Túlio Pena da Silva, Douglas
(Alfran Sampaio Moura, José Melchior Filho, Fernando Feitosa Monteiro) ............................................... 371
Desenvolvimento de um Software Acadêmico para Auxiliar na Tomada de Decisão Quanto aos Tipos de
xi
Desenvolvimento de uma Ferramenta Computacional para Estimativa da Capacidade de Carga em Estacas
Hélice Contínua (Alan Henrique Carneiro Brito, Mauro Alexandre Paula de Sousa, Railson Rodrigues da Silva
Nascimento, Vanessa Silva Carvalho, Taís da Silva Costa, Andreia Torres Camargos) ................................. 382
Detection of Seasonal Variations in Rigidity of a Clayey Landslide in Brasilia by Ambient Noise
Interferometry (Preliminary Results) (Yawar Hussain, Gabriel Coutinho Farias, Alexandre Moreno Ferreira,
(Luiz Carlos de Figueiredo, Ilço Ribeiro Junior, Reyder Rodrigues Pires, Silvana Fava Marchezini) ................. 393
Estabilidade de Taludes de Escavação em Mina de Grafita (Thaís Guimarães dos Santos, Ériclis Pimenta
Pedro Henrique Soares da Cunha, Ygor dos Santos Carneiro) ............................................................... 406
Um Estudo de Caso sobre a Aferição da Parcela de Resistência de Atrito Lateral em Fundações Profundas
da Formação Barreiras (Jarleson Andrião, Fernanda Simões Ribeiro Curcio, Priscila Cristina Henke) ............. 417
Fluxo de Água em Meios Porosos Induzido por Acréscimo de Tensões (Nicholas Veres Barros, André Luís
Brasil Cavalcante) 423
Implementação em Planilha Eletrônica de Métodos de Equilíbrio Limite para Análise de Estabilidade de
Taludes (Higor Biondo de Assis, Admir José Giacon Junior, Caio Gorla Nogueira) .................................... 431
Novas Abordagens na Avaliação da Segurança de Taludes de Terra (Lara Batista Ferreira Pereira, Arthur
Duarte Dias, Lais Magalhães Wind, Arlam Carneiro Silva Júnior) ......................................................... 437
Previsão de Esforços e Deslocamento Horizontal em Cortina de Estacas Secantes Estroncadas em Solo
Arenoso do Estado de Goiás (FLEURY, Mateus Porto, COSTA, Rodolpho Marcell Martins Bueno, DIAS, Daniel
(Rafael Felipe de Souza Tavares, Danilo Campos Lopes, Fabrício Tiago Borges) ...................... 451
Projetos de Fundações Submetidas a Carregamentos Transversais com Estacas Inclinadas (Carlos Eduardo
xii
Solução Técnica para um Escorregamento de Taludes – Estudo de Caso (Kabeb Ferraz Louro, Luiz Carlos de
Rideci Farias, Joyce Maria Lucas Silva, Leonardo Ramalho Sales) ........................................................ 520
Avaliação da Influência do Teor de Fibras de Polietileno Tereftalato (PET) nos Parâmetros Ótimos de um
Solo Arenoso (Gabriela Bolini dos Santos, Willian de Brito Giacometti, Naiara Pereira Pradela, Maitê Rocha
Silveira, Paulo César Lodi, Roger Augusto Rodrigues, Caio Gorla Nogueira) ............................................ 526
Avaliação da Resistência Uniaxial de Solo Arenoso pela Inclusão de Fibras de Polietileno Tereftalato (PET)
(Naiara Pereira Pradela, Paulo César Lodi, Maitê Rocha Silveira, Laís Maciel, Roger Augusto Rodrigues,
Distrito Federal (Thamara Silva Barbosa, Lucas Gabriel Lopes da Silva, Rideci de Jesus da Costa Farias) ......... 545
Estudo da Aplicação de Técnicas de Melhoramento de Solo Mole com Foco no Uso do Coproduto KR (Luísa
Braz da Silva Ramos, Caroline Forestti Oliveira, Douglas de Oliveira Joaquim, Vinicius Rocha Poltronieri, Patrício
Eclesielter Batista Moreira, João Luiz Rissardi, Ronaldo Luis dos Santos Izzo, Eduardo Vieira de Goes Rocha) ... 556
Influência do Efeito da Compactação do Solo e da Rigidez do Reforço no Dimensionamento de Estrutura de
Contenção em Solo Reforçado com Geogrelha (Gabriella de Andrade Coni, Catharine Brandão) .............. 563
xiii
Melhoramento de Solos com Cal: Análise por meio de Árvores de Decisão e Regras de Associação (Philippe
Marcus Vinicius Vieira Viana Souza, José Vicente Benevides Ribeiro, Silas Nunes Costa) ............................ 584
GEOTECNIA AMBIENTAL E APLICADA À MINERAÇÃO 590
Análise de Sedimentos Depositados em Bacia de Infiltração (Rafael Salles Pereira, José Camapum de Carvalho,
Andrea Cardona Pérez, Rocio del Carmen Perez Collantes) .................................................... 591
Análise Geoambiental e Normativa para Restrição Construtiva: Caso Setor de Mansões Dom Bosco,
Brasília, Distrito Federal (Anna Luiza Garção de Oliveira , Ana Beatriz Ulhoa Coblachini, Ikaro Toshio Yokpy,
(Tailane Coimbra da Rosa, Marcos de Oliveira Valin Jr, Ilço Ribeiro Junior) ....................................... 614
Influência da Adição de Bentonita no Melhoramento de Solos Tropicais na Utilização de Camadas de Base
de Aterros Sanitários (Ligia Abreu Martins, Yago Guidini da Cunha, Karla Maria Wingler Rebelo) ............... 621
Proposta de Concepção de Ensaio em Coluna para Solos Lateríticos e Saprolíticos (Raquel Martins da Silva,
(Mateus Porto Fleury, Nelson Siqueira Neto, Eder Carlos Guedes dos Santos) ........................................... 634
Utilização de Rejeito de Bauxita na Geotecnia (Débora Louyse Alpes de Melo, Luisa Barbosa Pereira) .......... 640
EROSÃO 646
A Erosão e a Equação de Perda de Solo (USLE/ RUSLE): Uma Revisão Bibliográfica (Jarleson Andrião,
Márcia Maria dos Anjos Mascarenha, Marta Pereira da Luz) ................................................................ 654
Erodibilidade dos Solos Residuais do Complexo Juiz de Fora (Lucas Henrique Vieira, Mateus Lino Leite,
xiv
Estudo de Caso da Instabilização e Ruptura de Encostas na Erosão da Avenida Elmo Serejo,
Taguatinga/Distrito Federal (Mariane Rodrigues da Vitória, Rideci Farias, Haroldo Paranhos,
Ávila Júnior, Átala Rebeca da Silva Ávila, Taís Lara Pio Santos, Fernanda Posch Rios, Giovane Batalione) ....... 673
Sistema de Monitoramento e Análise de Riscos de Deslizamento de Encostas para o Município de Ouro
Preto (Ricardo Cabette Ramos, Marconi Arruda Pereira, Tales Moreira de Oliveira, Heraldo Nunes Pitanga) ...... 679
Vulnerabilidade de Materiais Inconsolidados Quanto à Erodibilidade as Margens da To-455 no Distrito de
Luzimangues – Porto Nacional – TO (Glacielle Fernandes Medeiros, Gustavo Henrique Vieira Ferreira, Wesney
Ferreira da Silva, Jhonathan Morais Resplandes, Rafael Resplandes Rodrigues Junior , Mauro Alexandre Paula de
(Narayana Saniele Massocco, Orlando Martini de Oliveira, Gabriel Bellina Nunes, Rafael A. dos Reis Higashi) ... 693
Análise da Ascensão Capilar de um Solo Arenoso (Jair Arrieta Baldovino, Eclesielter Batista Moreira,
Alexandre Cardoso, Juliana Mazzarolo, Ronaldo Luis dos Santos Izzo) ................................................... 699
Avaliação dos Critérios de Identificação de Solos Colapsíveis no Centro-Oeste (Alexia Regine Costa Silva,
Sabrina Marques Rodrigues, Renato Cabral Guimarães, José Camapum de Carvalho, Manuel Porfírio Cordão
Joyce Maria Lucas Silva, Hellen Evenyn Fonseca da Silva, Lucas Inácio da Silva) ...................................... 710
Correlação entre ensaios SPT e PANDA 2 (Penetrômetro leve de energia variável) em solos tropicais
(Caio Sales Campos, Yanko Batista Llobet, Renato Resende Angelim) ................................................... 717
Estudo Comparativo de Curvas de Retenção da Água no Solo Obtidos com Métodos de Otimização (Aguero-
Oliveira Barros, Alison de Souza Norberto, Analice França Lima Amorim, Tiago Barbosa da Silva) ................ 728
Relação entre a Plasticidade do Solo e o Ponto de Entrada de Ar na Curva Característica de Retenção de
Água (José Camapum de Carvalho, Renato Cabral Guimarães, Sumi Siddiqua, Amin Bigdeli, Priscila Nunes
xv
Desenvolvimento de uma Ferramenta Computacional para Comparação dos Métodos de Dimensionamento
de Pavimentos Asfálticos: Empírico x Mecanicístico (Felipe Aguiar Teixeira Sampaio de Barros, Júlia Leite
de sua Funcionalidade (Rafael Malheiro Santos, Vinícius de Oliveira Kühn) ........................................... 778
Estudo de Mistura Asfáltica Densa Produzida com Agregado Mineral Basáltico Obtido no Estado do
Tocantins (Andira Nurrielli de Oliveira Costa, Janaina Lima de Araújo, João Paulo Souza Silva) .................... 784
Estudo de Mistura Solo Cal com Fragmentos de Borracha (Emanoel Raimundo da Silva Sá Júnior,
Mariana Maia Ribeiro Silva, Celso Luiz dos Santos Romeiro Junior) ........................................................ 797
Influência de Resíduos de Construção e Demolição em um Solo Argiloso para Pavimentação (Eclesielter
Batista Moreira, Jair de Jesús Arrieta Baldovino, João Luiz Rissardi, Alexandre Cardoso, Ronaldo Luis dos Santos
Mesquita, Joaquim Araújo Costa Neto, Joel Carlos Moizinho) .............................................................. 809
Parâmetros de Resistência de Misturas de Solo Laterítico de Brasília com Resíduo de Vidro para
Pavimentação (Douglas Quixabeira Freire, Lucas Gabriel Lopes da Silva, Thamara Silva Barbosa, Renata
Dantas Vieira, Aliryan Chaves de Sousa, Rideci Farias, Haroldo Paranhos) .............................................. 831
Solos Arenosos Lateríticos Amazônicos do Norte do Amapá para Uso em Pavimentação (Eclesielter Batista
Moreira, Jair de Jesús Arrieta Baldovino, João Luiz Rissardi, Alexandre Cardoso, Ronaldo Luis dos Santos Izzo) 837
Uso de Resíduo da Produção do Aço em Camadas de Pavimentação Rodoviária (Thamyres Cardoso de
xvi
Utilização de Misturas de Resíduo de Corte de Rochas Ornamentais, Cascalho Laterítico e Asfalto Fresado
na Pavimentação (Guilherme Barbosa Teixeira, Hiago de Bessa Bezerra, Pedro Augusto Barbosa Borges,
xvii
Desempenho e Segurança
de Obras Geotécnicas
TEMA 1
Análise do Desempenho Geotécnico da Barragem de Enrocamento
com face de Concreto de Itá por meio da Aplicação de Método de
Elementos Finitos
Kurt André Pereira Amann
Centro Universitário FEI, São Bernardo do Campo, Brasil, kpereira@fei.edu
RESUMO: O presente artigo tem por objetivo efetuar análises em termos de deformações na
Barragem de Enrocamento com Face de Concreto (BEFC) de Itá com o intuito de avaliar o
desempenho geomecânico de seu maciço de enrocamento em interação com lajes de concreto armado.
As simulações efetuadas tomam por preceito a execução de modelos em análise por etapas
construtivas e carregamento hidrostático. Apresenta-se, com o intuito de subsidiar as simulações
desenvolvidas, uma breve revisão bibliográfica responsável por abordar aspectos básicos de projeto,
bem como o comportamento mecânico de aterros de enrocamento. Destaca-se a utilização do software
ANSYS, fundamentado no Método dos Elementos Finitos, para o adequado desenvolvimento de
estudos relacionados ao desempenho do sistema geotécnico-estrutural.
De forma geral, Barragens de Enrocamento 2B – Transição de rocha fina processada,
com Face de Concreto apresentam estrutura compactada em camadas de 30 a 50cm
principal constituída por enrocamento zoneado e 3A – Rocha miúda selecionada, compactada em
compactado, haja vista necessidade de camadas de 30 a 50 cm
resistência de solicitações provenientes do nível 3B – Enrocamento compactado em camadas de
do reservatório, além de sua natural finalidade de 80 a 100cm
atuar como barramento para a água ou outro 3C – Enrocamento compactado em camadas de
material. Por outro lado, este tipo de barragem é 150 a 200 cm
caracterizado pela existência de laje de concreto 3D – Enrocamento somente lançado e opcional
situada sobre o talude de montante, atuando
como septo impermeável (COOKE e 2.3 Comportamento geomecânico
SHERARD, 1987).
O plinto, situado entre a fundação e a laje de Fundamentalmente, o comportamento mecânico
concreto da barragem, possui a função de de maciços de enrocamento depende da quebra
controlar o fenômeno da percolação, bem como que ocorre entre os blocos e seus contatos, bem
os gradientes hidráulicos que se desenvolvem na como do rearranjo de materiais rochosos no
fundação (BASSO, 2007). interior do aterro, por conta do acréscimo de
A Figura 1 sintetiza graficamente os principais pressão interna, responsável por provocar
elementos constituintes de uma BEFC. crescimento proporcional dos valores de força de
contato entre as partículas, que tendem a superar
a resistência ao esmagamento de regiões
específicas dos blocos (Cruz et al., 2014). Vale
destacar a existência de dois processos físicos
que ocorrem em BEFCs:
A - Fluência: corresponde ao processo de
acomodação gradativa e progressiva dos blocos
Figura 1. Seção transversal típica de uma BEFC
de rocha e suas partículas em razão de alterações
(Fonte: Basso, 2007)
no arranjo estrutural do maciço.
B - Colapso: fenômeno resultante do
2.2 Zoneamento típico esmagamento das pontas rochosas, que tendem a
perder resistência quando se encontram em
Reconhecidos no meio técnico por constituírem estado submerso.
uma das mais importantes contribuições à Barragens de enrocamento com face de
concepção de BEFCs, os artigos publicados em concreto apresentam duas fases distintas de
1987 por Cooke definiram as funções e solicitações. Primeiramente, observa-se que a
requisitos de diferentes zonas de materiais no construção da barragem impõe carregamentos
maciço de enrocamento de BEFCs. A Figura 3 próprios ao aterro, em virtude do peso
retrata o zoneamento de uma BEFC: proveniente de camadas superiores sobre os
materiais dispostos em regiões inferiores em
termos de cotas. Por outro lado, o enchimento do
reservatório ocasiona carregamento hidrostático
a ser transmitido pela laje de concreto. A Figura
3 exibe a seção deformada ao final da construção
de um maciço de enrocamento.
Figura 2. Zoneamento típico de uma BEFC
(Fonte: Autores, “adaptado de” Cooke, 1987)
Legenda
1A – Solo impermeável
1B – Random - Qualquer tipo de material
impermeável
Figura 3. Abaulamento da seção do maciço ao final da
2A – Transição de rocha fina processada (filtro)
construção (Fonte: Mori, 1999
caracterizada por topografia acidentada e áreas
sujeitas a escoamento e cursos d’agua. A Figura
1 mostra o mapa geral de localização da área
onde ocorreu a ruptura, que fica próximo a 15
km da cidade de Alexânia/GO.
Baciadeinfiltração
Fluxodeágua
ErosãoͲPontoCritico
Montantedanascente
4 ANÁLISES DE ESTABILIDADE DO
TALUDE
Figura 19. Execução da contenção em gabião. Figura 23. Trecho recuperado e finalizado (Lino, 2016).
5 CONCLUSÕES / RECOMENDAÇÕES
2.1 Resíduos da Construção Civil pelos Municípios e pelo Distrito Federal.
propriedades mecânicas dos materiais podem maneiras diferentes de comportamento do
ser determinadas, simulando condições de material, de acordo com nível de deformação
trabalho. imposto, ilustrado na figura 3.
Segundo Hibbeler (2010) a resistência de O primeiro deles é o comportamento elástico
um material está relacionada com sua o qual é caracterizado pela reta da primeira
propensão de suportar um carregamento sem região do gráfico, indicando a
sofrer deformação excessiva ou ruptura. proporcionalidade existente entre tensão e
Essa é uma propriedade característica de deformação.
cada material e pode ser determinada pelo Um material se comporta de maneira elástica
ensaio de compressão. Apesar da possibilidade até o limite de elasticidade, a partir do qual o
de indicar muitas propriedades mecânicas corpo não volta a sua forma original depois que
importantes, esse ensaio é essencialmente uma carga é removida.
utilizado para definir a relação entre a tensão A segunda região da curva representa o
normal média e deformação normal média em escoamento, onde o material, submetido a uma
materiais. tensão superior àquela aplicada na região
Utilizando os dados registrados, pode-se elástica, sofre deformação permanentemente,
determinar a tensão nominal, ou tensão de ou deformação plástica.
engenharia, dividindo a força aplicada P pela Quando o escoamento é finalizado e uma
área original da seção transversal do corpo de nova tensão é aplicada é possível notar um
prova (CP). crescimento da curva até que uma tensão
Pelos resultados coletados no ensaio de máxima seja atingida, chamada de limite de
compressão, é possível calcular vários valores resistência. Esse comportamento é chamado de
da tensão e da deformação correspondentes no endurecimento por deformação.
corpo de prova e, então, construir um gráfico Por fim a estricção, representada pela última
com esses valores e a curva resultante é região do gráfico, mostra a curva alcançando
denominada diagrama tensão-deformação. um valor chamado de tensão de ruptura,
Hibeller (2010) ressalta que dois diagramas causando a quebra do corpo de prova.
tensão-deformação jamais serão idênticos, uma
vez que os resultados do ensaio dependem de
variáveis como taxa de carga utilizada,
imperfeições e composição do material e
temperatura, por exemplo.
realizado o ensaio de compressão axial de
corpos-de-prova cilíndricos moldados de solo-
cimento tanto para a determinação do teor de
cimento para a estabilização do solo quanto
para o controle de qualidade do solo-cimento
na obra.
Em virtude do presente trabalho focar no
comportamento de solo com RCD, não haverá
adição de cimento ao solo, de modo que
adaptações serão necessárias para a realização
do ensaio. Os resultados do ensaio RCS
permitem definir a tensão necessária para o
rompimento do corpo de prova, tensão de
ruptura, decorrente da compressão axial
atuante.
Essa tensão é calculada pela razão entre a
força aplicada e a área da seção transversal do
CP. A resistência a compressão simples de um Figura 4. Mapa de solos do Estado de Goiás, SIEG
solo coesivo pode ser determinada pela NBR (2014).
12770/1992 - Determinação da resistência à
compressão não confinada. Para a amostragem do solo, foi realizada
A norma estabelece os mecanismos para a uma escavação de 1,50 metro em maio de 2017
determinação da resistência à compressão, não na Rua B, 14. Após a retirada, o solo foi
confinada (ou simples), de CPs compostos de embalado em saco plástico para manter a
solos coesivos, por meio do emprego de carga umidade natural e encaminhado ao laboratório
axial. Para a realização do ensaio neste de mecânica dos solos, onde amostras foram
trabalho optou-se pela moldagem de CPs preparadas para secagem e realização dos
compactados. ensaios previstos.
5% acima 22,35% 22,35% 20,35% 20,35% Rosangela Santos e Rodrigo Santos que, em
Assim, avaliou-se o comportamento diversos momentos, representaram apoio
mecânico e suas propriedades químicas e através de palavras e sentimentos de carinho.
físicas do solo em questão quando misturado a
resíduos de construção e demolição, REFERÊNCIAS
comprovando sua viabilidade para fins de
American Society for Testing and Materials (ASTM).
pavimentação. D2488 – 69. (1975) Recommended Practice for
Do gráfico abaixo, o qual mostra as curvas Description of Soils (Visual-Manual Procedure).
de compactação do solo natural com as de solo Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1992)
e RCD, é possível verificar que houve uma NBR 12770/1992. Solo coesivo - Determinação da
diminuição do teor de umidade ótima e resistência à compressão não confinada. Rio de
aumento do peso específico a medida que se Janeiro: ABNT, 4p.
adicionou RCD na mistura. Brasil. (2002) Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA). Resolução CONAMA nº 307, de 5 de
julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e
Gráfico 5 - Compactação solo natural e solo + RCD procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil. Brasil, 2002. 3 p. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/
36_09102008030504.pdf>. Acesso em: 14 mar.
2017.
______.______. (2011) Plano Nacional de Resíduos
Sólidos – Versão preliminar para consulta pública.
Brasília, DF. Disponível em: <
http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_publicacao/
253_publicacao02022012041757.pdf>. Acesso em:
30 abr. 2017.
Callister Jr., W. (2008) Ciência e Engenharia dos
Materiais, uma introdução. 7ª Edição, Ed.
Como conclusões gerais os estudos Guanabara.
realizados com resíduos de construção e Departamento Nacional de Estradas e Rodagem
demolição configuram a possibilidade de reuso (DNER). (1994) DNER-ME 201/94: Solo-cimento
do RCD visando substituir recursos naturais, – compressão axial de corpos de prova cilíndricos.
escassos, diminuir a deposição ilegal de Rio de Janeiro.
resíduos sólidos, e até mesmo melhorar Hibbeler, R. C. (2010) Resistência dos Materiais. 7. Ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall.
propriedades geotécnicas dos materiais usados Lopes, A.; Guidolin, J. (1989) Interpretação de análise
nas obras. de solo: conceitos e aplicações. 2.ed. São Paulo,
A presente pesquisa também pode ANDA. 50p. (Boletim Técnico, 2). Disponível em:
influenciar a reutilização de resíduos de <http://www.anda.org.br/multimidia/boletim_02.pdf
construção e demolição, uma vez que, pelos >. Acesso em: 10 maio 2017.
resultados dos ensaios, percebe-se a melhora Scott Hodd, R. (2006) Análise da Viabilidade Técnica
do comportamento mecânico e estrutural do da Utilização de Resíduos de Construção e
Demolição como Agregado Miúdo Reciclado na
solo quando da incorporação do RCD. Confecção de Blocos de Concreto para
Pavimentação. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS.
AGRADECIMENTOS Departamento de Engenharia Civil. Disponível em:
< http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/
Ao nosso orientador, professor Eduardo 12112/000623333.pdf;sequence=1>. Cesso em 15
Montoya, pela paciência e dedicação expressas maio 2017.
Schwengber, E. R. (2016) Resíduos da Construção
nos diversos momentos de orientação, além de Civil. 2016. 82 f. Trabalho de Conclusão de Curso
representar uma direção consistente e sólida à (Especialização em Direito Ambiental Nacional e
elaboração deste trabalho. À coordenadora e Internacional) – Universidade Federal do Rio
aos demais professores do curso de Engenharia Grande do Sul, Porto Alegre. Disponível em: <
Civil do Centro Universitário IESB, por http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1
transmitirem conhecimentos importantes para 43395/000994532.pdf?sequence=1>. Acesso em: 22
a nossa formação profissional. Em especial à abr. 2017.
Sistema Estadual de Geoinformação (SIEG). (2014)
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
Mapa de solos do Estado de Goiás. Atlas do Estado
de Goiás.
Estabilização Dos Solos Com Cal (Um Estudo de Caso Dirigido a
um Solo Areno-argiloso na Formação Aquidauana)
Marcelo Macedo Costa
UFMS, Aquidauana, Brasil, marcelommc1@hotmail.com
RESUMO: O presente texto tem como objetivo apresentar estudos através de ensaios que tratam da
viabilidade das misturas solo-cal como suporte na pavimentação urbana nas cidades de Aquidauana-
MS e Anastácio-MS com utilização do Latossolo Vermelho-Amarelo. Nos procedimentos
metodológicos foram realizados cinco ensaios de compactação com as seguintes percentagens (2, 3,
5, 7 e 8), mistura do Latossolo Vermelho-Amarelo, expansão 0,19 % e ISC 36,5%. A mistura de 5%
dá a estabilização mecânica necessária e satisfaz a execução da pavimentação de ruas de baixo
tráfego, ficando seu custo um quinto (1/4) a menos sem a utilização do cascalho.
PALAVRAS-CHAVE: Suporte,Estabilização,Pavimentação
em três intervalos estratigráficos, segundo Em se tratando de processos de estabilização
SHNEIDER et al. (1974) a saber: a) o inferior, dos solos e, considerando que a modalidade solo-
caracterizado por conglomerado basal seguido cal goza de boas referências bibliográficas no
de arenitos vermelhos a róseos, médios e meio técnico brasileiro, é de interesse uma breve
grossos, com estratificação cruzada acanalada, citação aos estabilizantes comumente
diamictitos e arenitos esbranquiçados; b) o empregados e aos processos de estabilidade solo-
intervalo médio, de siltitos, folhelhos e arenitos cal, em particular.
finos, vermelhos e róseos, laminados, com
intercalações de diamictito e folhelho cinza- 2.1 Materiais
esverdeado; e c) o intervalo superior, dominado
por arenitos vermelhos com estratificação 2.1.1 A Cal
cruzada.
Complementando estas informações, Cal hidráulica é o aglomerante que resulta da
CORRÊA et al. (1979) divide a Formação calcinação e posterior pulverização por
Aquidauana em três unidades informais, a saber, processos de imersão ou suspensão em água, de
a) a inferior, de arenitos, arcóseo, subarcóseo e calcários argilosos a uma temperatura inferior à
arenitos conglomeráticos mal selecionados, com da fabricação dos cimentos.
seixos de quartzito e gnaisses; b) a unidade Em função de sua composição química, a cal
média, de siltitos e argilitos com intercalações de hidráulica é definida pelo índice de
arenitos e diamictitos; e c) a unidade superior, hidraulicidade de VICAT (I) ou pelo módulo de
composta de arcóseos e arenitos, hidraulicidade (M), que são dados pelas relações
subordinadamente siltitos. Dados palinológicos que se seguem, em que se consideram as
apresentados por DAEMON e QUADROS percentagens em peso de seus elementos
(1970), indicam que a Formação Aquidauana é constituintes:
do Carbonífero Superior (Stephaniano).
Em toda essa área, o clima é bastante variável, ܵ ܱଶ ݈ܣଶ ܱଷ ݁ܨଶ ܱଷ ݁ܨଶ ܱଷ
ܫൌ
mas são os fatores litológicos e geomorfológicos ܱܽܥ ܱ݃ܯ
que respondem pelas diferentes fisionomias
savanícolas observadas. O clima é do tipo ܱܽܥ ܱ݃ܯ
termoxeroquimênico atenuado. A duração do ܯൌ
ܱܵ݅ଶ ܫܣଶ ܱଷ ݁ܨଶ ܱଷ
período seco é 3 a 4 meses e as precipitações de
1000 mm a 1500 mm anuais.
A partir de um perfil de solo característico da
O tempo de pega, não só das cales, mas dos
Formação Aquidauana, pode-se distinguir os
aglomerantes hidráulicos em geral é função do
seguintes horizontes:
índice de hidraulicidade: quanto maior o índice
Horizonte B: Apresenta-se como uma
de hidraulicidade I, tanto mais rápida a pega da
camada bastante espessa, de coloração vermelha
cal, ou do aglomerante.
ou vermelha-amarelada e classificam-se em
Horizonte B latossólico; Horizonte B textural; As matérias-primas para a fabricação das
Horizonte B incipiente; Horizonte grei e cales hidráulicas são os calcários impuros: com
Horizonte esporádico. 20% - 30% de argila e 70% - 80% de calcário
Diante das características de ocorrência de (CaCO3).
solos nesta região, Formação Aquidauana/MS,
esta pesquisa tem como objetivo efetuar um A fabricação da cal hidráulica é realizada nos
estudo de laboratório para averiguar a eficiência mesmos tipos de fornos empregados para a
da estabilização com cal de um solo com obtenção de cal aérea, que tanto podem ser
propriedades areno-argiloso característico do intermitentes como contínuos.
horizonte B. A “American Society for Testing Materials”
(ASTM), em sua designação C 141-67, atualizada
2 REVISÃO DE LITERATURA em 1978, estabelece as seguintes especificações
para os tipos definidos de cal hidráulica:
7 COMENTÁRIOS FINAIS
8 AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo principal avaliar uma estrada não pavimentada localizada
no extremo Oeste da Bahia, no município de Formosa do Rio Preto. Essa avaliação ocorreu através
do levantamento visual de campo e análise laboratórial do solo. Após as análises, foi possivel
classificar o solo em arenoso com porcentagens de material fino (silte e argila). A estrada apresentou
em sua grande parte, graduação uniforme com baixa capacidade de suporte e fraca plasticidade. Outro
aspecto relevante na estrada, está na falta de um sistema drenagem eficente ao longo de toda a sua
extensão.
(AIBA) e o governo do estado, bem como da De acordo com Fontenele (2001), a superfície
Associação Baiana dos Produtores de Algodão de uma estrada não pavimentada sofre mudança
(ABAPA). em um ciclo muito acelerado, de forma que é
Segundo a Associação Baiana de Produtores necessária manutenção nessas vias em um
de Algodão (2016), um grande projeto de período de 1 a 2 anos, ao contrário das rodovias
recuperação das estradas do oeste baiano é a pavimentadas que são planejadas para durarem
Patrulha Mecanizada, criada no ano de 2013 com de 5 a 20 anos.
o intuito de melhorar o transporte de cargas do
Oeste para os principais centros comerciais. O 3 MATERIAIS E MÉTODOS
programa conta até o ano de 2017 com cerca de
1000 km de pavimento recuperado, promovendo 3.1 Escolha da via analisada
ainda a preservação do meio ambiente e
melhorias na drenagem de águas pluviais. A A estrada da Coaceral Sul está localizada no
Figura 1 mostra um trecho de recuperação de município de Formosa do Rio Preto no extremo
estrada da Patrulha Mecanizada. oeste da Bahia, o estudo da via contempla 37 km
de extensão sendo iniciada na interceptação com
a BA-225 e seu final à 2 km da ponte do Rio
Sapão. A estrada não pavimentada serve de
escoamento de grãos para várias fazendas da
região com destino aos principais portos
nacionais. A Figura 2 mostrada a localização da
estrada em estudo e as principais vias em seu
entorno.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 3 – Grande quantidade de buracos na via. Outra patologia encontrada com frequência na
Coaceral Sul, foi o excesso de material de fino
Devido ao estudo ter sido realizado no período evidenciado principalmente com o levantamento
chuvoso da região, foi nítido a grande dificuldade de nuvem de poeira na passagem de caminhões
do escoamento das águas pluviais. Outra pesados, como mostrado na Figura 6. Esse tipo
patologia associada com falta de um sistema de de patologia coloca em risco a segurança dos
drenagem eficiente foi evidenciada em campo na condutores devido a diminuição da visibilidade
formaçao de atoleiros, conforme mostrado nas da pista, além de reduzir a vida útil dos motores
Figuras 12. Além disso essas patologia pode ter dos veículos.
sido causadas pela baixa capacidade de suporte
do subleito em relação ao grande fluxo de
veículos pesado na via.
Foi observado que em 95% da extensão da via Figura 8 - Curvas granulométricas das 10 primeiras
amostras.
foi apresentado pelo menos um tipo de patologia,
em algumas regiões foram avaliados até 4
defeitos ocorridas em um único trecho. Na Figura
7 é apresentado todas as patologias evidenciadas
em campo.
As curvas granulométricas das 20 amostras da Tabela 1– Limites de consistência e massa especifica das
Coaceral Sul foram expostas nas Figuras 8 e 8. 20 amostras da estrada.
Foi observado que a estrada em estudo é Massaespecífica Limitede Limitede Índicede
composta por cerca de 60% de areia média, Amostra
1
(g/cm³)
2,729
liquidez(%)
18,00
plasticidade(%)
14,83
plasticidade(%)
3,17
seguido por cerca de 20% de areia fina e 20% 2
3
2,645
2,701
18,40
15,4
12,00
11,4
6,40
4,00
distribuído entre silte e argila, em seus 37 km de 4
5
2,896
2,768
12,4
16,5
10,4
12,4
2,00
4,1
via. Em virtude do solo ser composto 6
7
2,901
2,930
6,5
14,4
NP
NP
NP
NP
basicamente por areia de pequena dimensão 8 2,986 12 NP NP
9 3,004 13,5 NP NP
associado a grande quantidade de material fino, 10 2,853 14,5 10,99 3,51
apresentado na Tabela 2.
7 1,9012,10
8 1,8810,40
9 2,009,60
10 1,8011,80
Tabela 2– Classificação SUCS e HRB. 11 1,7811,70
Amostra Índicedegrupo ClassificaçãoSUCS ClassificaçãoHRB 12 1,9712,40
1 0 SM AͲ2Ͳ4 13 1,8411,50
2 0 SMͲSC AͲ2Ͳ4 14 1,8211,20
3 0 SMͲSC AͲ2Ͳ4 15 1,8811,00
4 0 SM AͲ2Ͳ4 16 1,829,80
5 0 SMͲSC AͲ2Ͳ4 17 1,899,60
6 0 SM AͲ2Ͳ4
18 1,889,80
7 0 SM AͲ2Ͳ4
19 1,8910,00
8 0 SM AͲ2Ͳ4
20 1,9010,50
9 0 SM AͲ2Ͳ4
10 0 SM AͲ2Ͳ4
11 0 SM AͲ2Ͳ4
12 0 SM AͲ2Ͳ4
13 0 SM AͲ2Ͳ4
14
15
0
0
SM
SM
AͲ2Ͳ4
AͲ2Ͳ4
4.2.5 Indice de Suporte Califórnia.
16 0 SM AͲ2Ͳ4
17 0 SM AͲ2Ͳ4
18 0 SM AͲ2Ͳ4 Os valores do Indice de Suporte California
19
20
0
0
SM
SM
AͲ2Ͳ4
AͲ2Ͳ4 (I.S.C.), são apresentados na Tabela 4 segundo
suas respectivas umidade otima. Foi verificado
valores adequados apenas para material de
De acordo com a Tabela 2, das 20 amostras de
subleito ( 2%), devido a falta de materiais de
solo 17 (85%) foram classificadas como areia
maiores resistências o solo apresentou baixa
siltosa (SM) e 3 (15%) classificadas como areia
capacidade de suporte ao longo dos 20 trechos da
siltosa-argilosa (SM-SC) segundo os parâmetros
estrada, variando o I.S.C de 5 a 14%.
do Sistema de Classificação Unificada. Já para a
Classificação Rodoviária (HRB) 100% das Tabela 4 – I.SC das 20 amostras da Coaceral Sul.
amostras se encaixaram no subgrupo A-2-4 ,
sendo considerado material de predominância
AmostraUmidadeÓtima(%) I.S.C(%)
arenosa , com variadas porcenatgens de material 112,60 8,10
fino (silte e argila) ao longo dos 20 trechos. 214,00 7,00
313,10 5,80
410,20 14,00
4.2.4 Ensaio de Compactação. 513,40 7,80
612,00 10,10
712,10 11,30
Devido a maior coesão do material fino, as 810,40
99,60
9,90
11,00
amostras com maiores porcentagens de silte e 1011,80 10,00
argila apresentaram valores de umidade ótima na 1111,70
1212,40
11,90
11,00
faixa de 12 a 14% enquanto que as amostras com 1311,50 11,00
RESUMO: O presente trabalho visa analisar os efeitos de vibrações causadas por cravações de perfis
metálicos na resistência do concreto em suas idades iniciais. São apresentados valores de velocidade
de partícula utilizados para efeitos de valores limites, e um caso de obra onde foram medidas as
vibrações causadas pela cravação de elementos metálicos, e analisadas as possíveis consequências na
resistência do concreto.
da vibração (horas)
preocupação com alteração nas propriedades 10
9
do concreto devido vibrações são 8
desnecessárias. 7
Bastian (1970 apud Tawfiq 2003) realizou 6
5
cinco estudos e chegou à seguinte conclusão: 4
“Não existem razões para acreditar que 3
2
vibrações devidas à cravação de uma estaca, 1
inclusive durante as horas críticas, de 12 a 14 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
horas, influenciariam no concreto de estacas
Pico de Velocidade de Partícula (mm/s)
escavadas. Portanto, restrições de cravação de
estacas próximas a concretos recém lançados
devem ser baseadas em outros fatores além da Hulshizer and Desai (1984)
Kwan and Lee (1998)
vibração”.
Gamble and Simpson (1985)
Apesar da divergência nas opiniões, muitos
Bryson and Cooley (1985)
pesquisadores concordam que a vibração pode
afetar as propriedades do concreto em suas Figura 05 – Limites de vibração para concreto com
idades iniciais. idade de até 12 horas
A tabela 01 a seguir e seu respectivo gráfico,
indicado na figura 05, apresentam as propostas Entre 12 e 24 horas, o limite de velocidade
de quatro autores quanto ao limite de pico de partícula varia entre 10 e 70mm/s, sendo
velocidade de partícula (ppv) para não causar 35mm/s valor médio. Já para 48 horas, as
danos nas propriedades do concreto, nas velocidades variam entre 25 e 100mm/s, sendo
primeiras 12 horas de idade. 50mm/s um valor médio, conforme tabela 02 e
Nota-se que nestas primeiras 12 horas, os gráfico da figura 06.
autores recomendam um limite de pico de
velocidade de partícula entre 5 e 38,1mm/s.
Olofesson (1998)
Simpson (1985)
Hulshizer and
geofones triaxiais, que são transdutores
Desai (1984)
Gamble and
(1998)
das partículas do terreno (vibrações mecânicas
do solo) em um sinal elétrico, gerado a partir
do deslocamento relativo entre um condutor
12 5,1 5,1 30,0 0,0 38,1 em forma de bobina móvel e um forte imã
24 10,2 50,8 70,0 14,0 50,8 permanente.
48 25,4 50,8 80,0 30,0 100,0 Os geofones foram instalados de maneira a
72 30,5 50,8 100,0 40,0 175,0 formar um “círculo” ao redor da camisa
168 50,8 101,6 125,0 60,0 175,0 metálica, em profundidades diferentes, círculo
este com raio de 2,70m.
Também foram instalados acelerômetros na
Idade do concreto no momento da vibração (horas)
180
168
camisa e no solo.
156 A figura 07 a seguir ilustra a disposição citada
144 acima.
132
120
108
96
84
72
60
48
36
24
12
0 25 50 75 100 125 150 175 200
Pico de Velocidade de Partícula (mm/s)
Figura 07 – Disposição dos elementos para estudo da
vibração no concreto
Gamble and Simpson (1985)
Bryson and Cooley (1985) Tais medições indicaram picos de velocidade
Hulshizer and Desai (1984)
Kwan and Lee (1998)
de partícula no solo de:
Olofesson (1998) x 20mm/s a 1,50m da fonte;
x 6,8mm/s a 3,0m da fonte;
Figura 06 – Limites de vibração para concreto com x 2mm/s a 4,5m da fonte.
idade a partir de 12 horas
Período de vibração:
3.1 Cravação de Camisa Metálica e Análise x Lote 1 – Desde o início da mistura
de seus Efeitos no Concreto (cimento/água) até o tempo que atingiu
4000psi (28MPa) – 21 horas.
Para estudar a influência da vibração induzida
em estacas escavadas na obra, Tawfiq (2003),
4 ESTUDO DE CASO
RESUMO: Um dos principais motivos condicionantes da erosão dos solos é a erodibilidade, que é a
propriedade do solo que expressa a maior ou menor facilidade com que suas partículas são soltas e
transportadas pela ação de um agente erosivo. Com isso, o presente estudo objetivou analisar e
comparar a erodibilidade dos solos em Alexânia - GO e Porto Nacional - TO. Para tanto foram
coletadas amostras e realizados ensaios de caracterização, ensaios de desagregação e de Inderbitzen
destinados à análise da erodibilidade dos materiais e ensaios de pastilha para classificação dos solos
tropicais.
(DEMARCHI; ZIMBACK, 2014). Sherard (1976 apud FÁCIO, 1991) também
Uma das principais causas de degradação do buscou relacionar a resistência dos solos à
solo é a erosão hídrica, que pode ser laminar, erosão com o índice de plasticidade (IP),
linear, ou em anfiteatro. Na erosão laminar o concluindo que solos com IP >15 apresentam
escoamento da água é difuso na vertente, sendo boa resistência, com 6 < IP < 15 média
que a perda de solo é quase imperceptível, por resistência e com IP < 6 baixa resistência.
arrastar de maneira uniforme as camadas mais Todavia Fácio (1991) evidencia que esse
superficiais, que na maior parte dos casos sistema de classificação é incompleto, pois
representam às camadas mais férteis do perfil outros estudos mostram discordância com essas
de solo. Na erosão linear o escoamento da água classificações sugeridas.
ocorre de modo concentrado através de sentidos Gray e Leiser (1989) apud Chuquipiondo
preferenciais, formando incisões na forma de (2007) embasados no Sistema Unificado de
sulcos, ravinas e voçorocas. (MEDEIROS, Classificação dos Solos (SUCS) propõem que
2014). A forma de anfiteatro ocorre geralmente os solos possuem resistência em relação aos
quando a erosão perde a linearidade assumindo processos erosivos, seguindo a ordem do mais
forma mais concentrada levando a queda de erodível ao menos erodível: ML > SM > SC >
blocos oriundos de instabilizações de taludes MH > OL > CL > CH > GM > GP > GW.
(CARVALHO et al., 2006). Mencionam ainda que a erodibilidade é baixa
A erosão hídrica ocorre por meio do em solos bem graduados e alta em areias finas e
desprendimento das partículas de solo que pode siltes uniformes, e que quanto ao teor de argila
ser provocado pelo choque direto das gotas de e a matéria orgânica a relação com os processos
chuva ou pelas águas que escoam na superfície, erosivos é inversa. Outro fator relevante é que
sendo que este escoamento possibilita o geralmente quanto maior o teor de umidade e
transporte das partículas para as áreas em que se menor o índice de vazios, mais resistente o solo
verifica o escoamento concentrado. Uma das será frente aos processos erosivos.
formas de controlar os processos erosivos é O estudo foi realizado em duas áreas, sendo
reduzir a velocidade e o volume de escoamento que a primeira corresponde à alta bacia do
superficial (TOLEDO et al., 2012). ribeirão Barreiro, um dos afluentes do médio
Segundo Bastos (2004) a erodibilidade é um curso do rio das Areias, localizado no
dos principais motivos condicionantes da erosão município de Alexânia – GO, conforme Figura
dos solos, sendo a propriedade do solo que 2a, e a segunda corresponde a um talude
expressa a maior ou menor facilidade com que localizado entre os quilômetros 26 e 27 da
suas partículas são soltas e transportadas pela rodovia TO-455 que liga Porto Nacional –TO
ação de um agente erosivo. Molinero Júnior et ao distrito de Luzimangues – TO, segundo
al. (2011) relaciona a erodibilidade com os Figura 2b. Para a definição de ambas as áreas
limites de consistência, onde os autores consideraram-se à presença expressiva de
dividiram a carta de plasticidade em três zonas processos erosivos, o acesso e a viabilidade de
de erodibilidade, de acordo com a Figura 1. execução dos trabalhos de campo e de ensaios
geotécnicos. Sendo assim procurou-se comparar
a resistência aos processos erosivos dos solos
dos dois estados.
amostra 2.
Através do ensaio de Identificação Expedita
dos Solos, observou-se, conforme a Figura 4,
que a amostra 1 apresentou uma elevada
resistência à penetração do penetrômetro e uma
média contração diametral, sendo assim
classificada preliminarmente como um solo
Figura 5. Massa erodida acumulada no ensaio de
arenoso laterítico ou argiloso laterítico (LA’-
Inderbitzen para a Amostra 1.
LG’). Já à amostra 2 apresentou contração
diametral em seu DN (Diâmetro Nominal) e foi
classificada como solo argiloso não laterítico
(NG’).
4 CONCLUSÕES
valores típicos estimados, como expresso na utiliza-se como resistência a capacidade de
Equação 1. No caso dos parâmetros peso carga da fundação da estrutura (qu), calculada
específico, coesão e ângulo de atrito, o no caso do presente muro, usando a fórmula
coeficiente de variação foi apresentado na geral que considera a excentricidade e a
Tabela 1. inclinação do carregamento. Por sua vez, a
solicitação será dada pela tensão máxima
V desenvolvida na base do muro devido as
v= (1) solicitações (qmax) (MARCHETTI, 2007).
P
N § 6e · Psi x si Pp x p E p y p E v x a
q max ¨1 ¸ (5) FS (8)
B© B¹ Eh ya
4§ N ·
q max ¨ ¸ (6)
3 © B 2e ¹
4 FOSM
3.2 Deslizamento Sobre a Base
De acordo com Assis (2002), o FOSM é
utilizado para obter os momentos (valor
Para evitar que deslocamentos horizontais
esperado e desvio padrão) dos fatores de
excessivos ocorram, ou seja que haja
segurança a partir dos momentos dos
deslizamento do muro sobre a base, utiliza-se o
parâmetros de entrada da função, todos
fator de segurança obtido por meio dos esforços
admitidos como variáveis aleatórias de
de cisalhamento resistentes, mobilizados na
distribuição normal (Xi).
interface entre o solo e o muro, e do esforço
O primeiro momento – valor esperado – dos
gerado pela componente horizontal do empuxo
fatores de segurança é obtido ao se calcular o
(U. S. ARMY CORPS OF ENGINEERS,
fator de segurança, utilizando os próprios
1989).
valores esperados dos parâmetros mecânicos do
A resistência mobilizada será dada pelo
solo, como expresso na Equação 9 (U. S.
somatório de três parcelas: uma que leva em
ARMY CORPS OF ENGINEERS, 1997).
conta a força de atrito entre o solo e a estrutura,
uma que leva em conta a resistência
proporcionada pela coesão e outra que
E>FS @ FS E M , E c , E J (9)
considera a contribuição do empuxo passivo
gerado pela massa de solo na região frontal do Por sua vez, o desvio padrão (ʍ[FS]) é obtido
muro. A solicitação, por sua vez, será dada pela ao se extrair a raiz quadrada da variância. Como
parcela horizontal do empuxo ativo que age no o cálculo da variância envolve a determinação
muro (MARCHETTI, 2007). de uma derivada parcial, cuja obtenção analítica
O fator de segurança contra o deslizamento é pode se tornar difícil, realiza-se uma
dado por Marchetti (2007) pela Equação 7. aproximação numérica com uma variação
incremental ǻX. Ao se substituir a derivada
0,67 N tgM c B E p parcial pela aproximação numérica, obtém-se a
FS (7) Equação 10 (U. S. ARMY CORPS OF
Eh ENGINEERS, 1997).
3.3 Segurança Contra o Tombamento
ª§ FS X 'X E>FS @ · 2 º
A segurança cotra o tombamento do muro é Var>FS @ ¦ ««¨¨ i i
¸¸ VarX i » (10)
'X i »¼
¬© ¹
TEMA 2
Análise da Aplicação de Fundações Rasas a partir de Resultados de
Provas de Carga em Solo de Cascavel-PR
Michele Kaiser Vieira
Centro Universitário Assis Gurgacz, Cascavel, Brasil, michelekvieira@gmail.com
Josiane Radoll
Centro Universitário Assis Gurgacz, Cascavel, Brasil, josiradoll@hotmail.com
RESUMO: As fundações por sapatas são muito utilizadas em solos arenosos, principalmente devido
a sua alta resistencia ao cisalhamento, não sendo possível, porém dizer o mesmo dos solos lateríticos
típicos do interior do Paraná, que apresentam alto teor de argila e, portanto, alta suscetibilidade a
recalques devido a adensamento das camadas superficiais do solo. Partindo deste pressuposto, o
objetivo deste artigo foi determinar a tensão admissível do solo laterítico e colapsível da cidade de
Cascavel/PR e a influência de sua colapsibilidade. Para tanto, foram realizados um total de 6 provas
de carga no solo do Campo Experimental de Engenharia do Centro Universitário da Faculdade Assis
Gurgacz (FAG), sendo 3 no estado natural e 3 com pré-inundação do solo por 24 horas. Obteve-se
como resultados, as tensões admissíveis médias de 28,61 kPa e de 18,73 kPa, para as condições
naturais e pré-inundadas por 24 hrs, respectivamente, além de comprovar o efeito da colapsibilidade
do solo na ruptura, com deslocamentos contínuos na ruptura.
2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 3 METODOLOGIA
Figura 1. Sistemas de prova de carga em placa Todas as provas de carga utilizaram o mesmo
sistema de aquisição de dados e aplicação de
Os resultados da prova de carga em geral são carregamento, a fim de evitar dipersões nos
apresentados em gráficos tensão x recalque. resultados. Foi utilizado uma placa metálica
circular com diâmetro de 0,80m e espessura de
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
25mm, resultando em uma área de 0,50 m² para 3.3 Execução das provas de carga
aplicação do carregamento sobre o solo. Para
gerar o carregamento, utilizou-se um macaco 3.3.1 Provas de Carga em Condições Naturais
hidráulico tipo garrafa, com pistão hidráulico e de Umidade
fuso manual de ajuste, com capacidade para
suportar até 16 tf, verificado e calibrado Para os três ensaios foram executados cavas com
inicialmente em laboratório através de prensa aproximadamente 80 cm no Campo
hidraulica. Experimental de Engenharia da FAG (CEEF).
Para aquisição de dados, utilizou-se uma Os ensaios foram realizados em trincheiras
célula de carga contendo capacidade para 20 tf, escavadas manualmente até a profundidade
interligada a sistema de leitura de dados digital. ensaiada.
Para a leitura dos deslocamentos verticais da Na realização dos ensaios as cargas foram
placa foram utilizados quatro extensômetros aplicadas ao sistema em estágios de 10% da
localizados em quatro pontos diametralmente tensão admissível provável do solo. Em cada
opostos da placa. Foram utilizados estágio de carga, os recalques foram lidos
extensômetros sensíveis a 0,01 mm, com imediatamente após a aplicação desta carga e
capacidade de leitura de até 10 mm, desta forma após os intervalos de tempo sucessivamente
foi preciso zerá-los quando os mesmos se dobrados, sendo 1, 2, 4, 8 e 15 minutos. Aplicou-
aproximavam do deslocamento de 9 mm, visto se novo acréscimo de carga depois de verificado
que a NBR 6489/84 recomenda que o ensaio seja a estabilização dos recalques em até 5% entre as
executado até no mínimo 25 mm de recalque. leituras sucessivas.
Os extensômetros foram fixados em vigas de Os ensaios prosseguiram até que se observou
reação posicionadas em porção de solo que não um recalque total de 25 mm, e a descarga foi
sofria influência do carregamento imposto pela realizada em dois estágios sucessivos de
placa, a fim de evitar alterações na leitura. aproximadamente 50% da carga total, lendo-se
Para todas as provas de carga o sistema de os recalques de imediato e 15 minutos após a
reação consistiu em utilizar contrapesos de grua, descarga.
com aproximadamente 1 tf cada, sobre as viga de Durante os ensaios foram coletadas amostras
reação. Dependendo do tipo de prova de carga e de solo para a identificação do teor de umidade
a capacidade de carga esperada do solo, eram para obter um controle das condições locais, bem
utilizados mais ou menos contrapesos de forma como identificar possíveis influências da
a obter uma reação de pelo menos o dobro da umidade nos ensaios.
carga de ruptura. Uma imagem do sistema Realizou-se um novo carregamento quando
montado, conforme descrito, pode ser visto na verificava-se a estabilização de recalques de pelo
Figura 2. menos 5%, conforme preconiza a NBR 6489/84.
incrementos de carga de no máximo 20% da Tabela 2. Resultados finais dos ensaios com solo natural
carga admissível. Ensaio w ʌ ıult ıadm
(%) (mm) (kPa) (kPa)
PCN1 39,89 53,10 55,22 27,61
PCN2 37,46 57,14 66,24 33,12
PCN3 36,92 58,82 50,21 25,10
10 0 10 20 30 40 50 60
0
Deformação(mm)
20 PCN1 PCI1
30 PCN2 10 PCI2
PCN3 PCI3
40 20
50
30
60
40
70
Figura 4. Curvas tensão x deformação das provas de 50
carga com solo nas condições naturais Figura 5. Curvas tensão x deformação das provas de
carga com solo pré-inundado por 24hrs
Utilizando o critério de Van der Veen (1953),
foram determinadas as tensões de ruptura de Na trincheira onde foi realizada a prova de
todas as provas de carga, considerando uma carga inundada 1 (PCI1), a mangueira que
deformação de 25mm. Já as tensões admissíveis deveria irrigar a vala durante 24 horas foi
foram determinadas através da aplicação de um desligada durante a noite, devido ao fato de a
fator de segurança igual a 2,0 sobre o valor da mesma estar localizada em local com fluxo de
tensão de ruptura. Os resultados são pessoas. Isto fez com que o solo não alcançasse
apresentados na Tabela 2. Sendo“ȡ” a grau de saturação suficiente para que a
deformação máxima na ruptura e “w” o teor de colapsibilidade influenciasse significativamente
umidade no momento do ensaio. sua carga de ruptura. Desta forma a tensão de
ruptura alcançada foi de 50 kPa. Esse valor foi
muito próximo das provas de carga com o solo
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
em condições naturais e apresentou dispersão Tabela 4. Comparativo de resultados das provas de carga
com relação aos demais ensaios com pré- ʌ ıult ıadm Variação
PC (%)
inundação do solo, confirmando a falha na (mm) (kPa) (kPa)
PCN1 53,10 55,22 27,61
saturação. 1 16%
PCI1 46,82 46,35 23,17
Os resultados extraídos das curvas tensão x PCN2 57,14 66,24 33,12
deformação podem ser observados na Tabela 3. 2 42%
PCI2 50,00 38,11 19,05
PCN3 58,82 50,21 25,10
3 27%
Tabela 3. Resultados finais dos ensaios. PCI3 50,00 36,84 18,42
Ensaio ʌ ıult ıadm
(mm) (kPa) (kPa)
PCI1 46,82 46,35 23,17 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
PCI2 25,00 38,11 19,05
PCI3 25,00 36,84 18,42
A realização desta pesquisa teve como principal
objetivo analisar o comportamento das camadas
4.3 Análise Comparativa entre Provas de
superficiais do solo laterítico e colapsível
Carga
existente na cidade de Cascavel-PR, a fim de
comprovar a viabilidade ou não da utilização de
Ao comparar os ensaios com e sem inundação
fundações diretas sobre o solo.
preliminar do solo, verifica-se que este solo
Foi determinada uma tensão admissível
sofreu uma redução na tensão de ruptura média
média, da camada superficial do solo do Campo
de 30%, resultado esse já esperado pelos autores,
Experimetal, de 28,61 kPa, nas condições
conforme apontado por Branco et al (2016), para
naturais e de 18,73 kPa para a condição de pré-
solo de Londrina/PR uma redução de quase 60%.
inundação do solo por 24 hrs (desconsiderando
Para a prova de carga 1 observou-se que o fato
PCI1).
de a vazão ter sido interrompida durante a noite,
Verificou-se redução significativa na
o solo não alcançou grau de saturação suficiente
capacidade de carga do solo umedecido quando
para que houvesse a destruição das ligações entre
comparado à sua condição não-saturada. Para as
as partículas e consequente colapso do solo,
provas de carga 2 e 3 verificou-se redução da
influenciando assim no formato da curva tensão
tensão admissível de 42% e 27%,
x deformação. No entanto, utilizando a
respectivamente, ao comparar com o solo com
extrapolação proposta por Van der Veen (1953)
umidade natural. Já para a prova de carga na cava
foi possível determinar a tensão de ruptura
1, devido a falha no sistema de saturação
estimada para uma deformação de 25mm, tendo
preliminar, a diferença foi somente de 16%.
aproximação com os demais ensaios.
O solo analisado demonstrou características
Na Tabela 4 é apresentado um resumo dos
colapsíveis devido ao fato de ter sofrido
resultados obtidos e a variação determinada entre
deformações excessivas repentinas, sem
as provas de carga executadas na mesma cava.
alteração da tensão, conforme foi verificado
Percebe-se uma menor variação justamente nos
durante a realização dos ensaios. A redução
ensaios realizados na cava 1, justificada pela
significativa na capacidade de carga do solo
falha na saturação verificada antes do ensaio pré-
umedecido também caracteriza o fenômeno do
inundado, que acabou não sendo eficaz e gerou
colapso.
resultados bem próximos ao das condições
Esta pesquisa comprovou a importância de se
naturais.
realizar provas de carga para fundações diretas
considerando, também, a saturação do solo, pois
sua capacidade de carga sofreu drástica redução
devido à colapsibilidade, o que pode ocasionar
em sérios danos devido a recalques excessivos
ou recalques diferenciais, e até mesmo no
colapso da estrutura assentada sobre este solo.
O dimensionamento de sapatas deve ser
realizado considerando a pior situação possível
para a estrutura, ou seja, uma situação onde há
percolação de água no solo durante longos
períodos, e consequentemente quebra das
ligações entre as partículas de solo e brusca
perda de resistência, ocasionando recalques
bruscos.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Análise da Influência das Densidades dos Grãos no Ensaio de
Sedimentação
Andrea Cardona Pérez
Universidade de Brasilia, Brasilia DF, Brasil, andreita-29@hotmail.com
RESUMO: Foi feito um estudo experimental com o objetivo de estabelecer se é necessário considerar
na determinação dos tamanhos de partículas do ensaio de sedimentação, a variação com o tempo de
ensaio da massa especifica dos grãos (Gs) da mistura solo água, em lugar de um valor médio como
tradicionalmente tem sido feito. Para isto se determinou, durante a execução do ensaio, o valor de Gs
ao longo da proveta para 4 amostras ensaiadas: duas amostras coletadas nas profundidades de 1m e
11m de um perfil de intemperismo tropical, e duas amostras de bentonita oriundas dos Estados da
Paraíba e de Minas Gerais. Os resultados mostram que em geral, a variação na granulometria,
considerando os valores mínimos e máximos do Gs encontrados para as misturas solo-água não é
significativa. Porém, se analisados os minerais presentes no solo em separado, é possível constatar a
influência da densidade dos grãos na avaliação do tamanho das partículas presentes no solo.
partículas vai alterando a densidade média para tradicional é que maior o tamanho da partícula
a leitura densimétrica. mais rápido ela cairá (Budhu, 2000). Essa
Além disso, foram efetuados ensaios de raio velocidade de queda é determinada a partir da lei
X nas amostras de 1m e 11m, visando estabelecer de Stokes, na qual é assumida que a partícula é
uma Gs média do solo com base na Gs de cada esférica e que não se apresentam colisões entre
um dos minerais que o compõem, sendo os elas, o que claramente não se cumpre na sua
valores médios obtidos posteriormente totalidade (Das, 2001). A partir da equação de
comparados com os valores determinados velocidade de precipitação se obtém a equação
experimentalmente e usados nas análises para a determinação do diâmetro das partículas,
granulométricas. Com isto pretende-se equação (1).
estabelecer, se poderia estar intervindo no
processo de sedimentação, as densidades dos
30Ș L
minerais que compõem o solo, já que um mesmo D=ඨ ඨ ሺͳሻ
material pode conter minerais com densidade de (Gs-1)ȡw t
5, como o caso da Hematita, ou de 2,3, como é o
caso da Gibbsita. Além de se trabalhar com os D: Diâmetro das partículas
valores experimentais médios se analisou a ߟ: Viscosidade da água
influência na curva granulométrica se o mineral L: Distância de queda das partículas
considerado apresentasse elevada ou pequena t: Tempo de queda
densidade dos grãos. ȡw: Densidade da água
Gs: Densidade dos grãos
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
utilização de permeâmetros de parede flexível Os ensaios de caracterização que foram
para a obtenção do coeficiente de realizados são: granulometria, massa específica
permeabilidade, este trabalho veio avaliar o dos sólidos e limites de Atterberg. Além disto,
desempenho da realização de ensaios de foram feitos ensaios de compactação para
permeabilidade em permeâmetros de parede obtenção da curva de compactação. Os
flexível, utilizando células triaxiais e um resultados dos ensaios podem ser vistos na
esquema de montagem simples, semelhante ao Tabela 1.
do permeâmetro de parede rígida. Para isto
foram executados ensaios em três solos distintos Tabela 1. Resultados dos ensaios de caracterização.
e comparado os resultados encontrados com os Solo
Propriedades
obtidos com o permeâmetro de parede rígida. ETA AE VS
Ȗs (kN/m³) 27,30 29,68 26,23
Tabela 4. Comparação entre os resultados encontrados com os permeâmetros de parede rígida e flexível, para as amostras
indeformadas.
Permeâmetro de parede rígida Permeâmetro de parede flexível
K 1 méd / Variação
Local K 1 (cm/s) K 2 (cm/s)
K 2 méd (%)
1º 2º 3º 1º 2º 3º
ETA 3,55E-04 6,65E-04 6,21E-05 2,22E-04 5,94E-05 1,47E-04 2,52 152%
AE 8,17E-05 9,09E-05 8,63E-05 8,34E-05 7,63E-05 9,41E-05 1,02 2%
VS 2,73E-04 4,12E-04 4,04E-04 6,24E-04 5,96E-04 6,19E-04 0,59 -41%
Através dos resultados de (K) encontrados mais próximos para o solo do Vila Secundino,
com os dois permeâmetros pode-se verificar que pois o solo presente nesta área é um arenoso, no
os dois apresentam resultados bem próximos, qual, por possuir poros maiores e menor
sendo que o permeâmetro de parede rígida, para presença de finos o processo de saturação
o solo do ETA (argiloso), resultou em valores mesmo no permeâmetro de parede rígida é
maiores do que os obtidos no permeâmetro de eficiente. O solo do AE não demostrou
parede flexível, evidenciando uma maior discrepância entre os resultados encontrados
eficácia no processo de saturação com o com os dois permeâmetros, apresentando uma
permeâmetro de parede flexível em solos finos, variação de apenas 2%.
embora a variação média não tenha sido grande,
sendo esta de 152%, o que se tratando de 3.3 Ensaios realizados em corpos de prova
coeficiente de permeabilidade é muito pouco, compactados
pois ao se mediar esta propriedade o mais
relevante é a ordem de grandeza em que se Nos corpos de prova compactados pode-se notar
encontram. algo semelhante ao que acontece com as
No solo da VS os resultados de (K) no amostras retiradas de campo. Na Tabela 5 estão
permeâmetro rígido foram menores do que no os resultados dos ensaios realizados em corpos
flexível, cerca de 41%, podendo ser avaliados de prova compactados para os permeâmetros de
como bem próximos. Estes resultados deram parede rígida e flexível.
Tabela 5. Comparação entre os resultados encontrados com os permeâmetros de parede rígida e flexível, para as amostras
compactadas.
Variação
Permeâmetros de parede Rígida Permeâmetros de parede Flexível
Local K1/K2 (%)
K 1 (cm/s) K 2 (cm/s)
ETA 6,56E-07 2,70E-07 2,43 143%
AE 2,32E-06 2,10E-06 1,11 11%
VS 2,44E-05 2,33E-05 1,05 5%
Pode-se notar que quando compactados há parede flexível, evidenciando, assim como nos
uma redução significativa nos valores dos ensaios executados com amostras indeformadas,
coeficientes (K) para os solos estudados. Esta um aumento de 2,43 vezes o valor de (K). Para
redução deve-se à uma diminuição do índice de os solos do AE e da VS os valores encontrados
vazios e rearranjo das estruturas do solo. pelos dois permeâmetros foram quase que iguais.
Para o solo do ETA observou-se um Logo pode-se contatar uma vantagem ao
coeficiente (K) 143% maior quando executado o executar o ensaio em permeâmetro de parede
ensaio em um permeâmetro de parede rígida do flexível, por promover uma saturação melhor
que quando executado em um permeâmetro de como evidenciada no solo do ETA, comprovado
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
2 MATERIAIS foi utilizado a escória de aciaria. Dispondo da
granulometria apresentada por Oliveira et al.
De acordo com a numeração encontrada na (2016), aplicou-se uma escala de projeto igual a
Figura 1, o aparato para realização dos ensaios 15% aos diâmetros definidos obtendo-se a
consiste em um pórtico de reação (10) onde foi granulometria mostrada na Tabela 1.
instalado um atuador pneumático ou cilindro
pneumático (4), para a aplicação da carga. A
base do pórtico apresenta duas guias, uma a
esquerda e outra à direita, em perfil cantoneira
(1), para servir de apoio à caixa (2) que fica livre
para ser movimentada para frente e para trás. O
controle da carga aplicada é realizado por meio
de registros (6 e 8). O ar comprimido é gerado
por um compressor, em sequência, o filtro de ar
(9), no início do sistema, manômetro de pressão
(7) e cilindro pneumático.
Além dos equipamentos supracitados, foi Idealizou-se uma relação entre a energia de
construído um pórtico metálico. A ele se conecta compactação das estacas RAP modificada,
uma base eletromagnética que possui garras proposta por Oliveira et al (2016), e do Modelo
específicas para se prender o relógio reduzido, em função do peso específico aparente
comparador. Conforme pode ser visto na Figura seco do solo, encontrado no Campo na execução
2. dos protótipos em escala real e outra
O modelo reduzido de fundação do presente desenvolvida especialmente para o modelo
trabalho foi confeccionado por estacas reduzido. Desta forma buscou-se por um novo
compactadas, RAP modificada, de 36 cm de peso específico aparente, visto que para um
comprimento, com 2,25 cm de diâmetro. Para a mesmo tipo de solo, quanto maior o seu peso
sapata, foi selecionada uma placa metálica específico aparente, mais compactado se
circular com 12 cm de diâmetro. O solo de encontra, consequentemente, melhores são suas
sustentação em escala reduzida trata-se de um propriedades de resistência.
material amostrado do campo experimental, Assim, utilizando um recipiente de volume
onde foi realizado um protótipo em escala real. conhecido e uma amostra do solo do campo
Logo, com propriedades geotécnicas conhecidas. experimental, sendo esta seca ao ar e a sombra,
O solo fora compactado no interior da caixa com destorroada e peneirada em peneira de abertura
propriedades pré-determinadas descritas mais igual a 3,7 mm, foram testadas diferentes
adiante. umidades de forma que após a sua compactação
Como agregado para a construção das estacas,
4 Resultados
Figura 7. Gráfico de barras com os erros e análise pelo
teste de Scott-Knott.
A tabela 2 apresenta os resultados obtidos para a
carga admissível, obtida empregando-se FS igual
Para o caso da análise gráfica proposta,
a 2 ao método de Van der Veen, para as provas
utilizando o critério de Boston, pode-se extrair
de carga realizadas. Na primeira colona é
suas respectivas tensões resumidas na tabela 4.
apresentado o código da repetição, onde cada
linha representa uma repetição e as demais
J. Camapum de Carvalho
Programa de Pós-Graduação em Geotecnia, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil,
camapumdecarvalho@gmail.com
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de um solo laterítico com reforço
da fibra natural pena de frango. As penas de frango foram utilizadas como reforço no solo nos teores
de 0,25%, 0,50% e 0,75% em peso em relação ao solo seco. Após realizados ensaios de mini-CBR e
tração, analisou-se o potencial deste material como reforço. Verificou-se que as fibras não
influenciam de forma relevante no CBR do solo, no entanto, verifica-se seu grande potencial na
melhoria da resistência à tração. Essa resistência aumenta com o incremento do teor de fibras no solo.
Identifica-se um teor de 0,50% de penas como quantidade ideal no solo, valores inferiores não
apresentam grandes modificações comportamentais.
pelos e penas está centrada no bio-polímero bicos, escamas e penas. Estas estruturas estão
denominado queratina que constitui-se em ligadas por pontes de enxofres sendo que quanto
elemento principal. maior o número de pontes, maior a rigidez da
Sales (2011) estudou o uso do cabelo humano queratina.
verificando altos valores na resistência à tração e Nas penas de frango podem-se, portanto,
melhorando o comportamento do solo. encontrar ambos os tipos de queratina. Segundo
Galán-Marin et al. (2010) utilizaram a fibra a estrutura da pena, a queratina apresenta-se em
natural lã de ovelha. O reforço do solo com este até 95% de concentração (Martínez-Hernández
material permitiu melhorar a resistência à & Velasco-Santos, 2012).
compressão quando combinado com outro
reforço, nesse trabalho, com alginato, 3 MATERIAIS E MÉTODOS
subproduto das algas marinhas.
Montes-Zarazúa et al. (2015) evidenciaram O estudo foi realizado em laboratório utilizando-
uma melhora nas propriedades de um solo se equipamentos convencionais como estufa,
expansivo quando adicionados 3% de fibras de equipamento de mini-compactação e prensa
penas de frango reduzindo a relação de vazios o CBR. Os ensaios foram realizados utilizando-se
que permite um melhor desempenho do solo como material fibras da pena de frango e um solo
como material de fundação. laterítico argiloso coletado à 3m de profundidade
As penas de frango são constituídas por uma no campo experimental do Programa de Pós-
parte central dura denominada raque. Da raque Graduação em Geotecnia da Universidade de
saem filamentos laterais chamados de barbas e Brasília. Foram preparadas misturas das penas
das barbas saem fibrilas denominadas bárbulas. de frango com o solo nas proporções de 0,25%,
Na Figura 1 apresenta-se a estrutura de uma pena 0,50% e 0,75% em peso de penas cortadas em
de frango. comprimentos entre 1,00 cm e 1,50 cm. Foi
utilizada a pena inteira cortada.
Os métodos de ensaio utilizados foram
basicamente: os ensaios de compactação em
equipamento miniatura (DNER-ME 256/94), o
ensaio mini-CBR (DNER-ME 254/97) e os
ensaios necessários à classificação pela
metodologia convencional MCV (DNER-ME
RAQUE 258/94).
O ensaio de tração foi realizado sob os
princípios estabelecidos na norma DNER-ME
BARBA 138/94.
A Tabela 1 apresenta a descrição da
BÁRBULAS composição das doze amostras ensaiadas e os
três tipos de ensaios realizados em laboratório.
Na amostra 1 além de serem feitos os ensaios de
mini-Proctor de compactação, mini-CBR e
tração, foi realizado também o ensaio mini-MCV
para classificação do material.
Figura 1. Estrutura de uma pena de frango.
Tabela 1. Ensaios realizados.
Quanto à queratina, é um material biológico Teor de Pena Ensaios
Amostra Solo Mini mini -
insolúvel presente em bicos, lã, unhas, cabelo, 0,25% 0,50% 0,75%
próctor CBR
Tração
couraças de tartaruga, chifres e penas. 1 puro - - - x x x
Segundo a estrutura interna da queratina, ela 2 99,75% 0,25% - - x x x
3 99,50% - 0,50% - x x x
se classifica em queratina Į e ȕ. A queratina Į se 4 99,25% - - 0,75% x x x
caracteriza por ser flexível e está presente em
cabelos e pelos, e a ȕ formada em laminas, o que Para a obtenção da curva de compactação
leva a maior rigidez, está presente em unhas, partiu-se do solo na umidade natural (w=18,9%)
5.1 Mini-compactação
14,5 36
14,0 31
4,5 150
4,0 140
3,5 130
3,0 120
Pressão (MPa)
2,5 110
2,0 100
1,5 90
1,0 80
0,5 15,50 15,70 15,90 16,10
0,0 Peso específico aparente seco (kN/m3)
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 Solo puro Solo + 0,25% Pena
Penetração (mm) Solo + 0,50% Pena Solo + 0,75% Pena
15,9% 17,7% 18,3%
20,07% 20,7% Figura 6. Resistência à tração máxima.
Figura 4. Curva de mini-CBR solo puro
Objetivando avaliar a contribuição das fibras
A Figura 5 mostra que a adição de fibras ao após a ruptura do solo apresenta-se na Figura 7
80
20
60 0
19,5 20 20,5 21 21,5 22 22,5
40 Umidade (%)
Solo Puro 0,25% Pena 0,50% Penas 0,75% Penas
20
Figura 9. Resistência à tração para 5% de deformabilidade
0 - Umidade (%).
15,50 15,60 15,70 15,80 15,90 16,00 16,10
Peso específico aparente seco (kN/m3)
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Solo puro Solo + 0,25% Pena
Solo + 0,50% Pena Solo + 0,75% Pena
Figura 7. Resistência à tração a 5% de deformabilidade. Verificou-se a partir dos resultados de
compactação obtidos que o incremento no teor
Na Figura 8 apresenta-se a relação resistência de penas gera uma redução do peso específico
à tração – umidade (%) do solo puro e das aparente seco máximo exceto para a mistura com
misturas solo – pena. Confirma-se nessa figura o 0,25% de pena. Constatou-se ainda que a adição
mesmo comportamento já verificado em relação de penas tornou as curvas de compactação
ao peso específico aparente seco, ou seja, pouca menos íngremes. Tanto a suavização das curvas
ou nenhuma influência para 0,25% de pena e como a diminuição do peso específico aparente
melhoria do comportamento a partir da seco podem ser vistos como uma maior
incorporação de 0,50% de pena. resistência do solo à compactação quando da
adição das penas.
180
Em termos de CBR verificou-se uma
170 tendência à diminuição da resistência do solo
160 com a incorporação de pena.
Resistência à Tração (kPa)
RESUMO: Considerando a crescente demanda por metodologias mais atuais e precisas para
determinação de diversos parâmetros geotécnicos, foi realizado um estudo comparativo de duas
metodologias empregadas para a obtenção da massa específica dos grãos, sendo elas: balão
volumétrico (previsto em norma) e ultrapicnômetro, de modo a contribuir com os estudos para
validação do ultrapicnômetro. Foi realizada uma análise estatística (z-score) dos resultados obtidos
para amostras do campo experimental da UnB e de dois programas interlaboratoriais. Os resultados
evidenciaram que o ultrapicnômetro corrobora com a metodologia prevista em norma, tornando
relevante a realização de estudos complementares que buscam validar tal metodologia.
sistemáticos, podendo assim induzir a falsas XXI Programa Interlaboratorial de Ensaios -
análises dos parâmetros de caracterização da Solos (2015), e duas provenientes do XXII
amostra. Recentemente o uso de novas Programa Interlaboratorial de Ensaios - Solos
tecnologias no controle técnico de materiais, (2016). Nessas foram realizados somente os
como, por exemplo, os aparelhos de ensaios com a utilização do ultrapicnômetro,
adensamento e triaxial automatizados, vem uma vez que os ensaios, fazendo-se uso do
ganhando espaço no mercado laboratorial no balão volumétrico, já haviam sido realizados
intuito de otimizar os processos atuais para participação dos interlaboratoriais citados.
existentes. Com o mesmo propósito, há algum A Tabela 1 apresenta o programa de ensaios
tempo, faz-se uso do equipamento denominado realizados, junto à nomenclatura adotada para
ultrapicnômetro para a determinação da massa identificar as amostras utilizadas.
específica de diferentes tipos de materiais,
dentre eles, na construção civil, o cimento. Tabela 1. Programa de Ensaios Realizados.
Aplicar essa nova técnica em solos é um desafio Metodologia
Origem ID.1 Prof.2
no sentido de automatizar processos em NBR 6458 Ultr.3
laboratórios geotécnicos a exemplo do que já A1 2m X X
vem sendo utilizado cotidianamente para alguns A2 4m X X
ensaios especiais. A3 6m X X
Com base no exposto anteriormente, este UnB A4 8m X X
trabalho apresenta um estudo comparativo de A5 10 m X X
duas metodologias empregadas para a A6 12 m X X
determinação da massa específica dos grãos,
I1 - X X
sendo elas: balão volumétrico (previsto em
Inter.
2015
PV nRT (1)
2,85
S md(S) 2,80
Z (3)
IQN(S)
2,75
4 4
3 3
NúmerodosDesvios
2 2
1 1
0 0
Ͳ1 Ͳ1
Ͳ2 Ͳ2
Ͳ3 Ͳ3
Ͳ4 Ͳ4
Utr.
Laboratórios
Figura 4. Z-Score entre laboratórios para ensaio de massa específica dos grãos (2015).
NúmerodosDesvios
2 2
1 1
0 0
Ͳ1 Ͳ1
Ͳ2 Ͳ2
Ͳ3 Ͳ3
Ͳ4 Ͳ4
Utr.
Laboratórios
Figura 5. Z-Score entre laboratórios para ensaio de massa específica dos grãos (2016).
RESUMO: Em engenharia geotécnica a checagem das condições dos materiais em campo são
premissas necessárias para a implantação de obras de terra seguras e duráveis. Desta forma, poder
contar com técnicas ágeis e precisas é tudo que se deseja. Com este foco o SDG 200 foi fabricado
para fornecer dados de umidade e densidade in situ, caracterizando-se como não destrutivo e sem
precauções quanto ao uso, restando algumas dúvidas quanto a sua aplicação para o eficaz controle de
camadas compactadas em rodovias. Para tanto, este estudo visa avaliar sua efeciência aplicando-o a
pavimentos flexíveis de quatro distintos materiais, constituintes de uma pista experimental no
munícipio de Goiânia-GO. Como resultado foi possível identificar sua maior dificuldade quando
aplicado a materiais mais granulares e a necessidade de um estudo laboratorial mais aprofundado.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A importância da obtenção da densidade e do
teor de umidade em projetos geotécnicos é O SDG 200 é um equipamento fabricado pela
notória, fato que embasa a diversidade de ensaios TransTech Systems, Inc., o qual permite a
e metodologias criadas para essas obtenção de medidas de densidade seca e úmida,
determinações, que vão desde os ensaios teor de umidade e grau de compactação a uma
convencionais, tais como frasco de areia e profundidade de 30 cm, aplicável a solos padrões
cilindro biselado, penetrômetros estáticos e da construção civil, naturais ou compactados.
dinâmicos, até equipamentos elétricos e mesmo A Figura 1 apresenta o equipamento e
nucleares. Tal preocupação visa sanar questões seu processo de funcionamento (TransTech
de ordem técnica, tendo em vista principalmente Systems, Inc., 2016; Berney, Mejías-Santiago
a agilidade executiva do ensaio e, assim, and Kyzar, 2013). Destaca-se o fato de ser um
liberação das praças, além de econômicas, ensaio não destrutivo, realizado através do
sociais e ambientais. É nestes quesitos que os simples contato com o solo, uma vez que seu
ensaios in situ têm ganhado cada vez mais método de operação se baseia na espectroscopia
destaque, criados para se agilizar os processos e de impedância elétrica (EIE ou EIS).
minimizar as majorações que tornam os projetos
mais onerosos e trabalhosos que o necessário.
Para tanto, a presente pesquisa se embasou no
estudo do densímetro não nuclear, modelo
SDG 200 (Soil Density Gauge), visando avaliar
a sua aplicabilidade em obras geotécncias e
aplicadas a difentes materiais.
armazenamento, transporte e/ou operação são
eliminadas. Facilitando seu manuseio, uma vez
que não são necessários grandes conhecimentos
e cuidados, quando comparado ao nuclear.
A TransTech limita o uso do SDG 200 ao
intervalo de temperatura de -20° a 40° C e
umidade entre 10% e 90%, sem condensação.
2.1 Calibração
Figura 1. Esquema do SDG 200 (Adaptado de ERDC,
2013)
Para início do ensaio, é necessária uma
O campo elétrico é criado pelos anéis calibração interna, onde, conforme explicitado
componentes do equipamento, o interno atuando na Figura 2 (a), são requeridos detalhes do
como transmissor e o externo como receptor. material a ser estudado, dados obtidos através de
Ocasinando a interação de um campo externo ensaios para obtenção da curva granulométrica
com o momento de dipolo elétrico do solo, (ABNT, 1987), limites de Atterberg (ABNT,
efetuado a um intervalo de frequências entre 2016a; ABNT, 2016b) e de compactação
0,3 MHz e 31 MHz. (Pluta, Hewitt, 2009). (ABNT, 2016d). Ensaios estes necessários para
A interação macroscópica do campo o projeto, portanto, não se tornam um empecilho
eletromagnético em materiais é descrito pelas ou dificuldade a se julgar.
equações de Maxwell, estas levam em
consideração as seguintes propriedades
constitutivas dos materiais: permeabilidade
magnética, permissividade dielétrica e
condutividade elétrica. Sendo a propriedade
dielétrica a resposta eletromagnética
predominante nos solos. Para tanto, a Equação 1
dispõe o cálculo da constante dielétrica aplicada
a solos:
A Figura 5, por sua vez, esquematiza de forma gráfica e resumida o comportamento dessa
21,250
21,100
21,100
22 25
20
Peso Esecífico Seco (kN/m³)
20
20,475
18 16,375
Umidade (%)
14,950 15
13,650
16
4,850
10
14
5
15,403
15,389
15,230
20,215
16,014
16,232
17,129
18,998
12
10 0
Solo Filler Solo Micaxisto Solo Brita Cascalho
Materiais
Figura 5. Resultados de Umidade e Densidade Frente à Média dos Ensaios Convencionais e do SDG 200, Aplicados aos
Materiais em Estudo
pertinentes a cada qual material.
4.3 OffSet Os resultados, como anteriormente
apresentados em relação ao coeficiente de
A Tabela 4 apresenta os offsets obtidos a cada variação, destaca a maior necessidade de
um dos materiais. Como já relatado, este dado é correção frente aos materiais granulares.
relativo à margem de erro a qual o equipamento Corroborando a maior facilidade do
está sujeito, uma vez que propenso à inúmeras equipamento quando aplicado aos finos, uma vez
variáveis, como mineralogia do solo em questão, que obteve-se baixos valores.
alterações nos padrões da água e ar que o
envolve, tendo-se em vista que são consideradas
as condições ideais, possíveis interferências 5 CONCLUSÕES
externas como campos eletromagnéticos de
cabos ou equipamentos próximos, dentre outras. A partir dos dados e análises realizadas foi
possível averiguar a melhor eficiência do
Tabela 4. Offsets equipamento, visando somente calibração
Material w (%) Ȗd (kN/m³) interna, quando aplicado a misturas de materiais
mais finos, gerando uma menor dispersão entre
Filler -0,671 1,222
os resultados e menores offsets. Este fato pode
Solo- Pó de
-4,858 1,688 estar diretamente associado a questão de estes
Micaxisto
Solo Brita -7,450 3,798 proporcionarem uma melhor homogeneização
Cascalho 10,100 -2,435 do material, se assemelhando aos dados de
entrada (calibração interna).
Os dados relativos à umidade deixaram a
Para tanto, tais dados foram obtidos pela
desejar, uma vez que concentrando-se no valor
diferença entre os dados referentes a cada
de 21%, e sendo inviável a alteração controlada
método aplicado, ou seja, a média obtida entre as
desta, para averiguação da sensibilidade do
seis leituras efetuadas com o SDG 200 e a média
equipamento, uma vez que os ensaios foram
entre os quatro ensaios convencionais, ambos
Análise Mecânica da Utilização de Escória de Ferro Silício-
Manganês em Pavimentação Asfáltica
Ana Mara Araujo Torres
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto- MG, Brasil, anamara_araujo100@hotmail.com
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
3. RESULTADOS
(2)
Onde:
N = Vida de Fadiga;
ǻı = Diferença entre as tensões de Figura 4. Módulos de Resiliência das misturas, à 25°C.
Compressão e Tração no centro da amostra;
K, n = constantes determinadas O maior valor médio de MR encontrado foi
experimentalmente, em escalas logarítmicas. para a mistura denominada convencional, com
teor de CAP de 4,5%. Observa-se que para as
misturas de escória, a escória 1, que possui um
maior teor de CAP, 4,8%, apresentou um
maior valor de MR, em relação a mistura
escória 2, com teor de CAP de 4,3%.
Percebe-se, que foram encontrados altos
valores de módulos, indicando que as misturas
em análise possuem uma alta rigidez. Esses
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
altos valores podem ser justificados devido ao Dentre as misturas, não foram apresentadas
baixo teor de projeto encontrado para todas as grandes dispersões de valores de RT, a maior
misturas, uma vez que, há a tendência de que a variação encontrada foi para a mistura
mistura tenha a sua rigidez diminuída com o denominada escória 2. E o maior valor médio
aumento de teor de ligante na mesma. de RT encontrado, 3,23 Mpa, foi para a mistura
É relevante ressaltar que, afirmar que E2, com teor de 4,5% de ligante. As misturas
quanto maior o valor do módulo de resiliência escória 1 e convencional apresentaram os
melhor o desempenho da mistura asfáltica mesmos valores de RT.
pode não ser verdadeiro. As misturas asfálticas Comparando as misturas de escória,
devem possuir flexibilidade suficiente para conforme esperado, o maior valor de RT foi
suportar as solicitações do tráfego e boa encontrado para a mistura escória 2, que possui
resistência a tração para evitar rupturas o menor teor de ligante. Isso deve-se ao fato de
precoces (REIS, 2002). que, uma maior concentração de ligante na
Em estudos referenciados sobre a análise mistura asfáltica tende a torná-la mais flexível,
mecânica das misturas asfálticas com o enfraquecendo o intertravamento entre as
emprego de outros tipos de escória, os MR partículas de agregados pelo aumentando do
encontrados, quando comparados com as afastamento dos grãos, e dessa forma,
misturas desse trabalho, destoaram muito e se diminuindo a resistência a tração estática da
apresentaram bem inferiores. Assim sendo, mistura.
acredita-se que a heterogeneidade dos Para a relação MR/RT, quanto menor essa
agregados da escória possui bastante relação, melhor o comportamento mecânico
relevância e influência direta nos resultados de garantindo uma combinação de boa
MR, uma vez que cada tipo de escória flexibilidade para uma certa resistência à
apresenta propriedades e características tração. Portanto, apresentou-se um melhor
peculiares. comportamento a escória 2, seguida da escória
Para análise da Resistência a Tração, foram 1, resultando que, para esses ensaios, houve
realizados três ensaios para cada mistura, um melhor desempenho das misturas
sendo o resultado médio de RT uma média compostas pelo agregado siderúrgico em
aritmética. Na Tabela 2, estão dispostos esses relação à composta pelo agregado
resultados médios de Resistência a Tração convencional.
Indireta por Compressão Diametral (RT) e Para determinação da Vida de Fadiga das
também a relação MR/RT obtida para todas as misturas, as amostras foram submetidas a um
misturas analisadas. nível de tensão que variou de 40 a 15% do
valor da RT, para as misturas escória 1 e
Tabela 2. Resultados dos ensaios de MR e RT. convencional, e de 35% a 10% para a mistura
RT Módulo de escória 2.
RT A partir das Tabelas 3,4 e 5, observou-se
Mistura Médio Resiliência MR/RT
(MPa)
(MPa) (Mpa) que para as tensões baixas a Mistura 2 tem uma
tendência maior a Vida de Fadiga do que as
2,3
misturas escória 1 e convencional. A boa
C 2,38 2,31 10312 4464
relação apresentada pela mistura escória 2,
2,25
com relação ao módulo de resiliência e a
2,4
E2 3,65 3,23 9885 3060
resistência à tração (MR/RT), foi comprovado
3,64
nesse resultado do ensaio de vida de fadiga.
2,39 Para as altas tensões, a mistura
E1 2,29 2,31 10027 4341 convencional passa a ter uma tendência a uma
2,25 Vida de Fadiga maior em relação as demais.
Ressaltando que que as considerações sobre a
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
Análise Numérica de Radier Estaqueado em Solo Arenoso do
Nordeste do Brasil
Jeandson Willck Nogueira de Macedo
UFRN, Natal, Brasil, jeandson_ufrn@hotmail.com
RESUMO: O presente trabalho tem como principal objetivo modelar fundação em radier
estaqueado, em solo arenoso, e realizar uma análise comparativa quanto ao desempenho de dois
softwares geotécnicos baseados no método dos elementos finitos. Para isso, foram realizadas
modelagens com auxílio do Software Plaxis 3D Foundation, utilizando um banco de dados
disponibilizados por Pezo (2013), que retroanalisou as provas de carga estática realizadas por
Soares (2011), por meio do programa CESAR LCPC 3D. Os resultados destas modelagens foram
confrontados, percebendo-se uma satisfatória aproximação das curvas carga-recalque resultantes de
ambas as plataformas numéricas, para todas as fundações simuladas.
importância na análise do comportamento deste 2.1 Método Poulos, Davis e Randolph (PDR)
tipo de fundação.
Para o desenvolvimento desta pesquisa, Poulos e Davis (1980) apresentaram um modelo
optou-se pelo uso do programa Plaxis 3D tri-linear para descrever o comportamento do
Foundation, e por meio deste foram realizadas radier estaqueado quanto as previsões de carga-
modelagens numéricas de provas de carga recalque, sendo este baseado na consideração da
estática executadas por Soares (2011), em mobilização total das estacas que integram o
fundações nas concepções de radier radier estaqueado. Enquanto Randolph (1994)
estaqueados, grupo de estacas e radiers sugeriu estimar a rigidez do radier estaqueado
isolados, localizadas em região de solo arenoso, por meio da expressão:
na cidade de João Pessoa - PB.
Nestas simulações, foram utilizados os K PG (1 - 2 D RP ) K R
K PR = (1)
parâmetros geotécnicos estimados por Pezo 1 D RP
2
( K R / K PG )
(2013). Estes foram retroanalisados, pelo autor
supracitado, de maneira que o comportamento
tensão-deformação do conjunto solo-fundação Onde:
se aproximasse dos resultados das provas de KPR = rigidez do radier estaqueado;
carga, especialmente no alcance dos recalques KPG = rigidez do grupo de estacas;
correspondentes aos últimos estágios. KR = rigidez do radier isolado;
O objetivo desta pesquisa consiste numa Ƚୖ = coeficiente de interação radier-estaca.
análise comparativa entre a previsão das curvas
carga-recalque resultantes das modelagens no Onde o percentual de carga absorvida e
software Plaxis 3D Foundation em comparação transmitida ao solo pelo radier (X) é dado por:
aos resultados estimados por Pezo (2013), com
auxílio do programa CESAR LCPC. PR K R (1 - D RP )
X = (2)
PT K PG K R (1 2D RP )
0-1 46 37 33 32 31 32 32
1-4 38 31 27 27 26 27 26
4-7 45 37 33 32 31 32 32
7 - 14 34 28 25 24 24 25 24
Figura 1. Valores médios dos NSPT para quatro sondagens 3.3 Parâmetros do concreto armado
(SP1, SP2, SP3 e SP4).
0
comprimento da estaca (L), conforme pode-se
observar na figura 3.b. A configuração adotada -5
satisfaz os limites mínimos sugeridos por Sosa
(2010), para os três tipos de fundações -10
analisados nesta pesquisa. Ressalta-se que nas
-15
regiões onde se tenha as maiores tensões, a
malha foi refinada, de forma a garantir o -20
equilíbrio da análise. (Figura 3.a). EXP NUM.CR.B PEZO
Deslocamento (mm)
Deslocamento (mm)
Ͳ10
-5
Ͳ20
-10 Ͳ30
Ͳ40
-15 Ͳ50
Ͳ60
-20
EXP PENZO NUM.CR.R4 R=0,67
EXP PEZO NUM.CR.R1 R=0,67
Ͳ70
Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500 Ͳ90
EXP PEZO NUM.CR.G1 R=0,67
0
Deslocamento (mm)
Ͳ10
a todos que os demais amigos do curso de
Ͳ20 Engenharia Civil da Universidade Federal do
Ͳ30 Rio Grande do Norte (UFRN).
Ͳ40
Ͳ50
REFERÊNCIAS
Ͳ60
EXP PENZO NUM.CR.G2 R=0,67
De Sanctis, L., Mandolini, A., Russo, G .& Viggiani, C.
(2002). “Some remarks on the optimum design of
Figura 8. Curvas carga-recalque do grupo com duas
piled rafts.” Proc., ASCE Deep Foundations 2002: An
estacas - Plaxis 3D Foundation x CESAR LCPC (Pezo
International Perspective on Theory, Design,
2013) x Experimental (Soares 2011).
Construction,amd Performance.VA,EUA. p.405–425.
Leshchinsky, D. e Perry, E.B. (1987) A Design Procedure
Carga ( kN) for Geotextile Reinforced Walls, Geosynthetics'87,
0 500 1000 1500 2000 2500 IFAI, New Orleans, LA, USA, Vol. 1, p. 95-107.
0 Silva, A.R.L. (1995) Análise de Estabilidadede Aterros
Reforçados Sobre Solos Moles, Dissertação de
Deslocamento (mm)
RESUMO: O aterro de disposição de resíduos sólidos de Boa Vista, capital do estado de Roraima,
caracteriza-se como um aterro controlado, localizado a 1 km do perímetro urbano, e a 150 m de um
Igarapé, afluente do Rio Branco. Este trabalho, tem por objetivo a caracterização geoambiental da
área do aterro, tendo em vista os impactos ambientais no solo e nos corpos hídricos do entorno. Para
tanto, utilizou-se como metodologia informações de mapas geográficos, visitas de campo, e
caracterização geotécnica do subsolo por meio de ensaio de campo e laboratório. Os resultados
obtidos mostraram que o aterro de disposição de resíduos do município de Boa Vista apresenta-se
como uma fonte em potencial de contaminação do solo, da água e do ar em sua área de influencia,
devido a ocorrência falhas quanto à disposição dos resíduos, cobertura das células de resíduos,
revestimento de base e falta de tratamento de chorume; o solo de fundação do aterro caracteriza-se
como areno-argiloso, com valores de permeabilidade e taxa de infiltração superiores aos valores
recomendados para o revestimento de base de um aterro sanitário. Contudo, recomenda-se que sejam
feitos estudos complementares, visando quantificar os impactos gerados, alertando a respeito dos
danos ambientais e riscos à saúde pública.
maiores preocupações ambientais, uma vez que
este percolado normalmente transporta uma série
de compostos químicos e biológicos capazes de
poluir os mananciais de águas superficiais ou
subterrâneas.
A poluição das águas pelo chorume pode
provocar endemias ou intoxicações, se houver a
presença de organismos patogênicos e
substâncias tóxicas em determinadas
concentração acima do limite de tolerância
fisiológica, animal e vegetal (Sisinno, 2000).
Em Boa Vista, Capital do Estado de Roraima,
Região Norte do Brasil, a disposição de resíduos
sólidos urbanos é feita em um aterro controlado,
sem sistema de impermeabilização, drenagem e
tratamento de chorume e gases, o qual fica acerca
de 200 m do Igarapé Wai Grande, afluente direto
do Rio Branco.
Dentro deste contexto, o presente trabalho
teve como objetivo o estudo do subsolo do aterro
de Boa Vista-RR, por meio de ensaios de
caracterização fisica do solo e permeabilidade,
tendo em vista a contaminação do solo e das Figura 1. Localização do aterro de disposição de resíduos
sólidos, Boa Vista-RR.
águas na área de influência do aterro.
Para realização desse trabalho foram
realizadas visitas de campo na área do aterro,
2 MATERIAL E MÉTODO
conforme ilustrado nas Figuras 2, 3 e 4, para
conhecimento da área de estudo, determinação
O estudo foi realizado no principal aterro de
dos pontos de coleta de amostras de solos e
disposição de resíduos sólidos do estado de
chorume e ensaio in situ. Observa-se falhas no
Roraima, onde são dispostos os resíduos do
sistema de disposição dos resíduos, cobertura,
município de Boa Vista. O qual localiza-se no
revestimento de base e tratamento do chorume.
km 494 da BR-174, a 1 km do perímetro urbano,
com uma área de aproximadamente 46 hectares.
O aterro está inserido na micro bacia do
Igarapé Wai Grande, região que apresenta um
maior índice pluviométrico, sendo assim mais
úmida que a capital Boa Vista, o que de certa
forma é desvantajoso, haja vista que a produção
de chorume é intensificada pelo aumento das
chuvas. A hidrografia da região mostra que a
célula principal do aterro está situada cerca de
150 m do Igarapé Wai Grande. A Figura 1
apresenta um mapa de localização do aterro.
(150,0
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
1 INTRODUÇÃO
3 METODOLOGIA
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
REFERÊNCIAS
GEOCENTRO2017,Goiânia/GO,Brasil.
Caracterização Geotécnica do Solo de Planaltina-GO Para Obras
Civis
Wemerson Rodrigues Caixêta
Instituto Federal de Goiás, Formosa, Brasil, wrcaixeta@gmail.com
RESUMO: A elevada concentração populacional na região do Distrito Federal e entorno traz consigo
problemas relacionados à rápida ocupação do solo dessa região. Um exemplo é o município goiano
de Planaltina, o qual apresenta notória carência de obras de infraestrutura urbana, principalmente no
que tange às obras de saneamento básico e de pavimentação das vias. Objetivando-se atender às
necessidades básicas dos projetistas no que diz respeito ao comportamento do solo do município,
além de servir como base para trabalhos futuros acerca do tema, realizou-se nesse trabalho a
caracterização do solo do mesmo, obtendo sua distribuição granulométrica, massa específica e limites
de Atterberg, além da curva de compactação. Os ensaios foram realizados no Laboratório de
Mecânica dos Solos do IFG – Formosa e, de posse dos parâmetros obtidos através dos mesmos, pôde-
se classificar o solo do município como uma argila pouco plástica. Os demais resultados obtidos são
apresentados no decorrer do trabalho.
solos dentro de uma mesma área de estudo,
principalmente em uma país de dimensões
continentais como o Brasil, bem como sua
grande possibilidade de emprego nas obras de
engenharia devido ao fácil acesso, é fácil notar a
necessidade de que se disponha de dados acerca
das características do solo quase que de forma
pontual. O conhecimento do comportamento do
solo ainda em fase de pré-projeto torna possível
a detecção de incompatibilidades no que diz
respeito às exigências do projeto, podendo servir
assim como indicador de viabilidade.
(SACHETTI et al., 2014)
Figura 1. Foto de satélite da área urbana de Planaltina- Conforme Pinto (2006), a principal
GO. Fonte: Google. característica que diferencia os solos é o
tamanho das partículas que os compõem, não
Observada a carência da existência tanto de sendo fácil a sua determinação a olho nu,
obras de infraestrutura quanto de estudos acerca devendo assim ser empregado o ensaio de
do solo da região estudada e conhecida a grande análise granulométrica, que torna possível
variabilidade dos solos do país, bem como a conhecer além das dimensões das partículas os
necessidade do conhecimento de parâmetros seus percentuais existentes na amostra, tornando
referentes ao solo ainda na fase de pré-projeto, possível a classificação do solo de acordo com o
parâmetros esses obtidos através dos ensaios de tamanho dos grãos. Ainda segundo o autor, a
caracterização realizados em laboratório, nesse importância da determinação da granulometria
trabalho realiza-se a caracterização do solo de dos solos reside no fato de que, embora solos de
Planaltina-GO, além da determinação da curva mesma origem apresentem características
de compactação do mesmo, com o objetivo de comuns, frequentemente apresentam dispersões
que estes sirvam como suporte para projetos – ou de constituição.
trabalhos – futuros no município, tanto para Embora de importância inquestionável,
obras de infraestrutura quanto para obras de apenas a distribuição granulométrica de um solo
construção civil. não é suficiente para caracterizar com eficiência
o seu comportamento. Assim, dada a
variabilidade do comportamento físico dos solos
2 IMPORTÂNCIA DA argilosos em função do teor de umidade, faz-se
CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA PARA necessário o conhecimento dos limites de
OBRAS DE INFRAESTRUTURA consistência de Atterberg, a citar: limites de
liquidez (LL) e de plasticidade (LP). O LL e o
Em toda e qualquer obra de engenharia civil, LP representam, respectivamente, os limites
principalmente as que dizem respeito à superior e inferior do intervalo de umidades no
engenharia geotécnica como os cortes e aterros, qual o solo apresenta comportamento plástico,
assim como para obras de construção civil e sendo o índice de plasticidade (IP) representado
infraestrutura, faz-se indispensável o estudo do pela diferença entre os mesmos. Acima do LL o
solo da região de implantação da mesma, a fim solo se comporta como um líquido, com aspecto
de se obter dados acerca do comportamento do de lama, tendo sua resistência ao cisalhamento
solo e consequentemente da viabilidade do praticamente nula. Abaixo do LP o solo é frágil
projeto, aplicando-se para tanto ensaios que e quebradiço. Tais características de plasticidade
determinem parâmetros essenciais tais como sua são ditadas principalmente pela parcela fina dos
granulometria, massa específica, limites de solos, podendo solos que apresentam a mesma
liquidez e de plasticidade, capacidade de carga, porcentagem de argila ter um comportamento
teor de umidade ótimo, dentre outros. diferente, a depender das características
Sabendo-se da grande heterogeneidade dos mineralógicas das amostras. (DAS, 2014;
O ensaio de análise granulométrica conjunta Figura 5. Homogeneização das amostras para ensaios de
LL e LP.
foi realizado de acordo com a ABNT NBR 7181:
2016. Conforme a norma, realizou-se tanto o
O ensaio de compactação foi realizado
ensaio de peneiramento quanto o de
conforme a ABNT NBR 7182: 2016, utilizando-
sedimentação (Figura 4), para o qual o
se o cilindro pequeno e energia normal.
defloculante empregado foi a solução de
Inicialmente adicionou-se água até atingir o teor
hexametafosfato de sódio.
de umidade de 20% – 5% abaixo da umidade
ótima presumível – então procedeu-se com a
realização do ensaio, repetindo-se o mesmo por
quatro vezes com incrementos de umidade de
2%, totalizando cinco pontos. Ressalta-se que o
ensaio foi realizado com reuso do material.
4 RESULTADOS
80,00
assim como de trabalhos referentes à
60,00 caracterização do solo do mesmo, realizou-se tal
caracterização neste trabalho. Ressalta-se que,
40,00 apesar de não representar o foco deste trabalho,
é inegável a importância dos parâmetros
20,00
fornecidos pelos ensaios de sondagem realizados
0,00 em campo, como é o caso do SPT (Standart
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000 Penetration Test), o ensaio de campo mais
Diâmetro da Partícula (mm) difundido no Brasil e que fornece parâmetros de
Figura 6. Curva granulométrica. estado e resistência do solo, além do nível do
lençol freático. Todas essas informações serão
importantes na etapa de pré-projeto das obras do
Tabela 2. Resultado dos ensaios de caracterização. município, pois a análise que contempla todos
Massa específica dos sólidos 2,620 g/cm³ esses parâmetros básicos pode não trazer danos
Limite de Liquidez, LL 50% futuros, gerando uma economia de tempo e
Limite de Plasticidade, LP 31%
Índice de Plasticidade, IP 19%
recursos financeiros.
AGRADECIMENTOS
1,55
Massa específica aparente
1,45
na realização dos ensaios.
1,40
1,35
1,30 REFERÊNCIAS
19 21 23 25 27 29
Teor de umidade (%) Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
(2016a). NBR 6457: Amostras de Solo – Preparação
Figura 7. Curva de compactação. para ensaios de compactação ensaios de
caracterização. Rio de Janeiro. Brasil. 8 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
RESUMO: Com a busca crescente de melhores resultados e de ensaios geotécnicos, este artigo
apresenta a comparação de dois ensaios de caracterização de solos: cisalhamento direto e Torvane.
O ensaio de cisalhamento direto, é realizado em laboratório, com amostra indeformada ou
compactada dentro de uma caixa bipartida, já o Torvane pode ser feito tanto em laboratório como in
situ com os mesmos tipos de amostras. Neste trabalho, foram executadas simulações em laboratório
dos dois ensaios com o solo laterítico de Brasília em uma amostra de solo compactado em estado
mole. Por fim verificaram-se eficiência de cada ensaio, analisando suas possíveis aplicações.
O solo foi coletado na Universidade Católica de dependendo da palheta usada, a leitura pode ser
Brasília. Para retirada da amostra a qual se direta. O dispositivo possui três palhetas,
utilizou para a realização dos ensaios, foram listadas a seguir na Tabela 1, cada uma com
descartados os primeiros cem centímetros do oito lâminas posicionadas em ângulo reto. A
solo, devido à grande quantidade de matéria palheta grande possui mais oito lâminas
orgânica presente. Com uma coloração menores adicionais, também pocisionadas em
avermelhada, o solo em questão apresentava ângulo reto assim como mostra a Figura 1.
alta presença de minérios de ferro em sua
composição. Para a realização dos objetivos Tabela 1. Parâmetros das Palhetas do Torvane
deste trabalho, inicialmente foi feita a Palheta Diâmetro (cm)* Multiplicador de
escala
caracterização do solo, determinada pelos Pequena 1,86 2,5
ensaios de: massa específica dos grãos (NBR Média 2,49 1
6508), limite de liquidez (NBR 6459), limite de Grande 4,735 0,2
plasticidade (NBR 7180), compactação para *Os diâmetros tabelados estão corrigidos em
descobrir a umidade ótima (NBR 7182), coesão função dos valores especificados pelos fabricantes.
e ângulo de atrito (ASTM D3080) e a análise
granulométrica (NBR 7181).
A umidade do solo utilizado para a
simulação de um solo mole foi de 37%. Antes
de encontrarmos a umidade ideal para a
realização dos ensaios foram realizadas
simulações com a umidade de 30% que o solo
não atingiu um estado mole e com 40 e 45%
que o solo atingiu um estado de lama.
Foram feitos ensaios de cisalhamento para A amostra utilizada para realizar o ensaio,
avaliar os parâmetros de resistência do solo foi talhada a partir da compactação na umidade
argiloso. A amostra constituída em sua ótima para energia intermediária. Com o auxílio
totalidade de solo. Este ensaio foi feito de modo de um estilete, começa a se talhar a amostra do
65,00
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO
60,00
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000
Discorrendo sobre a comparação dos ensaios de
Diâmetro das partículas (mm) cisalhamento direto e vane test, pode-se notar
Figura 6. Curva granulométrica do Solo. que o ensaio de campo, vane test, tem uma
imprecisão maior, tendo como o ensaio de
3.2 Vane test cisalhamento direto uma precisão de 99,11%.
Fazendo uma comparação mais precisa, o
O ensaio de Torvane foi realizado com a ensaio de torvane teve uma precisão de 85,3%
palheta grande (palheta 0,2) pelas em relação ao resultado do ensaio de
características do solo, e os resultados podem cisalhamento direto. Obteve-se resultados muito
ser encontrados na Tabela 3 a seguir. próximos, levando em consideração uma média
de valores obtidos no vane test, tem-se o valor
Tabela 3. Resultados Torvane (Palheta 0,2).
Posição Valor lido Resultado Valor
de 14,8 Kpa de resistência e de 17,35 kpa para o
(kgf/cm²) x 0,2 Final cisalhamento.
(kgf/cm²) (kPa)
REFERÊNCIAS
Fernandes, P. C.
UnB, Brasília, Brasil, paulocostaf@gmail.com
Camapum de Carvalho, J.
UnB, Brasília, Brasil, camapumdecarvalho@gmail.com
Oliveira, R. B.
Furnas, Goiânia, Brasil, renatoba@furnas.com.br
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar como os solos lateríticos se comportam
peculiarmente quando comparados com os solos não tropicais. A análise foi realizada através de
ensaios de compactações sucessivas com reuso do material, para identificar a fadiga estrutural do solo
depois de uma determinada quantidade de energia. Para compor este documento foram realizados
estudos para verificar internamente a amostra e como aconteceu esta fadiga. Esses estudos foram
realizados por meio de análises granulométricas, análises mineralógicas e microestruturas. Percebeu-
se através de ISC, que o material mais intemperizado sofreu fadiga estrutural e perdeu capacidade de
suporte a partir de uma determinada energia, pois os agregados cimentados que davam resistência ao
material foram destruídos e transformados em partículas menores que dão menos resistência ao
material no ensaio ISC. Foi possível concluir também que o material menos intemperizado não
chegou a entrar em fadiga estrutural, apresentando um comportamento mais semelhante a materiais
não tropicais.
Pressão (kg/cm²)
Intermediário. 55
50
Solo Jd (kN/m3) w (%) 45
40
Amostra Amostra Amostra Amostra 35
1 2 1 2
30
25
Sem reuso 17,83 19,20 13,4 14,60 20
15
1º reuso 18,27 19,04 12,8 14,03 10
5
2º reuso 18,69 18,92 12,2 13,46 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3º reuso 18,87 18,88 11,6 12,90
Penetração (mm)
18,1 Figura 3 Curvas de penetração da amostra 1
17,90
Ȗd (kN/m3)
25
14,60 20
18,2 15
10
5
17,2 0
8 9
10 11 12 13 14 15 16 17 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
w (%) Penetração (mm)
Figura 2 Curva de compactação da amostra 2 Figura 4 Curvas de penetração da amostra 2
Passando (%)
60
e diminuição da umidade de compactação 50
AGRADECIMENTOS
RESUMO: A eficiência demanda soluções criativas para as eventuais crises financeiras que afetam o
orçamento da educação. O estudo de Engenharia quando combinado a teoria com a prática fornece
ao estudante uma grande eficácia no entendimento do conteúdo apresentado em sala de aula.
Entretanto, no ramo das ciências tecnológicas para desenvolver a parte prática é sempre necessário
utilizar equipamentos de laboratório e campo que necessitam de um grande investimento por parte
da Instituição para obtê-los. Desta forma, este artigo apresenta a construção de um permeâmetro
alternativo, de carga constante, com materiais reutilizáveis que são encontrados do nosso dia a dia.
Este dispositivo explica fenômenos referentes às disciplinas de Geotecnia e promovem uma melhor
qualidade no ensino de Engenharia Civil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Goiás, Campus Formosa. O modelo final do dispositivo teve um custo total de cinquenta reais, com
resultados satisfatórios, comprovando assim, que o conhecimento técnico aliado à criatividade é
uma solução bastante satisfatória em tempos difíceis para a pesquisa cientifica no Brasil.
O processo de aprendizagem de engenharia está alcançados.
intimamente relacionado aos recursos didáticos
utilizados pelo corpo docente em aulas 2 MATERIAIS E MÉTODOS
presenciais. Isso leva à busca de diferentes
formas e processos didáticos para que o aluno(a) O permeâmetro de carga constante foi
de engenharia consiga assimilar mais construído no laboratório de Mecânica dos Solos
adequadamente e melhor os conteúdos de cada do Curso de Engenharia Civil, no Instituto
disciplina (BORTOLO e LINHARES 2006). Federal de Goiás - Campus Formosa. O
Para o aprendizado da disciplina de Mecânica equipamento foi construído a partir de materiais
dos Solos, o estudo da influência da água nos reutilizáveis, com prévia pesquisa para que os
solos é um assunto de extrema importância. Com materiais escolhidos satisfizessem o objetivo do
muita frequência, a água ocupa a maior parte ou projeto: baixo custo, resultados satisfatórios e
a totalidade dos vazios do solo. Submetida a um recurso didático eficiente para a melhoria do
diferenças de potenciais, a água se deslocar-se aprendizado.
no seu interior (SOUSA PINTO, 2006). O O permeâmetro foi construído com dois
conhecimento da percolação de água nos solos galões de água mineral de 20 litros, sendo um
possibilita a análise de cálculo das vazões, para reservatório de água e o outro para
análise de recalques, estudo da estabilidade que moldagem e armazenamento do corpo de prova.
está relacionada com as tensões efetivas, enfim, Duas torneiras de filtro para conexão entre os
alguns dos comportamentos que estão ligados galões com espessura diametral de cinco oitavos
aos problemas práticos mais tradicionais quando polegadas. Duas torneiras de pia com meia
se trata de solos. polegada de diâmetro interno funcionando como
Visto isso, buscando tornar o curso de ladrão, sendo que elas foram adaptadas com o
engenharia civil mais didático, são necessários propósito de reduzir a perda de carga. Uma
equipamentos de laboratório. O presente torneira para manter a água no reservatório
trabalho tem como objetivo apresentar o constante, assim tendo um controle de carga e a
desenvolvimento de um dispositivo didático com outra para que pudesse ser feito o cálculo da
uso de materiais de fácil acesso, reutilizáveis e vazão que percola o corpo de prova. Uma
de baixo custo, irá instrumentar a disciplina de mangueira de nível para ligar os dois galões de
Mecânica dos Solos, mais especificamente no meia polegada. Manta geotêxtil Bidim de
estudo da permeabilidade dos solos: o drenagem para proteger, reforçar e separar o
permeâmetro de carga constante. A concepção corpo de prova dos outros materiais.
de se desenvolver um equipamento com
materiais de fácil acesso, reutilizáveis e de baixo 2.1 CONSTRUÇÃO DO EQUIPAMENTO:
custo, está ligada com o objetivo de facilitar a
reprodução do equipamento em outras intuições A seguir uma descrição dos procedimentos
públicas que passam por problemas realizados para a confecção do permeâmetro.
orçamentários devido a grave crise econômica 1) Primeiramente foram confeccionados os
enfrentada pelo Brasil, dificultando assim, a recipientes com o uso de uma segueta e
aquisição de novos equipamentos. de um aparelho de solda. Com a segueta
Para a elaboração do dispositivo, foi feito um foi possível cortar os recipientes de forma
estudo através de referências bibliográficas do que possibilitasse uma maior
funcionamento de um permeâmetro de carga trabalhabilidade dos mesmos. E,
constante para poder chegar a um projeto que posteriormente, com o uso do aparelho de
conciliasse a teoria com os recursos disponíveis. solda foram feitos quatro furos para fixar
Ao concluir a construção do permeâmetro, foram as torneiras, dois para unir os galões, um
realizados testes que proporcionassem a para controle de carga e outro para
comparação com resultados já existentes de aferição de vazão pós percolamento.
outros equipamentos padronizados, buscando
encontrar possíveis erros técnicos e de execução
para aumentar o nível de exatidão dos resultados
2) Após feitos os furos foram anexadas as Com o propósito de separar com exatidão as
torneiras e para unir os galões uma três faixas foi utilizado uma manta geotêxtil
mangueira de nível foi utilizada. Cabe
salientar que no galão que armazena o
corpo de prova a torneira foi anexada na
base no eixo do galão de modo que a
percolação ocorresse de baixo para cima.
2.2 ENSAIO
5 CONCLUSÃO
RESUMO: O ensaio de simples reconhecimento do solo (SPT) é o método mais utilizado no mundo
para determinar parâmetros de resistência do solo usados no dimensionamento de fundações, e devido
ao grande número de fatores que influenciam seus resultados é indispensável a medida de sua
eficiência. O artigo teve como objetivo determinar a eficiência do ensaio SPT através de provas de
carga estática sobre amostrador padrão. Para isso foi usado um sistema constituído por macaco
hidráulico, célula de carga, extensômetros e um sistema de reação com contrapesos de concreto. Os
ensaios foram conduzidos no campo experimental de engenharia da Faculdade Assis Gurgacz (FAG)
em Cascavel/PR. Através das prova de carga realizadas, a eficiência média obtida foi de 44,12% para
três ensaios SPT realizados nas profundidades de 7,60, 7,10 e 6,90 metros.
2 REFERENCIAL TEÓRICO oferecido pelo solo, e consiste na aplicação de
esforços estáticos crescentes à composição,
2.1 Ensaio de sondagem SPT registrando os deslocamentos afim de reproduzir
a curva de carga-deslocamento, de modo que
O procedimento da sondagem SPT é feito em através da área da curva pode-se determinar a
várias etapas distintas, sendo o primeiro passo a energia cinética entregue ao sistema e que é
locação dos furos e quantidades, devendo esta usada para determinação da eficiência do ensaio
marcação ser feita com piquete de madeira ou (NEVES, 2004).
outro material e ter a identificação do furo.
Após definidos os pontos para os ensaios 2.2 Energia no Ensaio SPT
inicia-se o processo de furação, que consiste na
abertura do furo no qual será inserido o O índice de resistência Nspt, corresponde a um
amostrador para ensaio. A sondagem é iniciada dado diretamente relacionado a energia contida
com o trado-concha até atingir a profundidade de no golpe do martelo, a qual é transmitida ao
1 m, para as camadas subsequentes é empregado conjunto de hastes e aplicada na cravação do
o trado helicoidal e para profundidades abaixo amostrador. De forma geral, pode-se deduzir que
do nível d’água é utilizado o trepano com quanto menor a energia disponível em cada
circulação de água. Durante as operações de golpe maior será o valor do Nspt, portanto isso
perfuração, caso a parede do fuste se mostre significa que o valor de Nspt é inversamente
instável, é obrigatória a descida do tubo de proporcional a energia efetivamente transmitida
revestimento até onde se fizer necessário sendo à haste. (BELINCANTA e FERRAZ, 2000).
que o tubo deve ficar a uma distância de no O mecanismo de transferência de energia no
mínimo 50 cm do fundo do furo. SPT está associado ao impacto do martelo sobre
O ensaio de penetração é a próxima etapa, a cabeça-de-bater e a consequente onda
sendo determinado o índice de resistência (Nspt) longitudinal de compressão que se propaga tanto
e feita a coleta de amostras para análise, as quais para baixo ao longo da composição de hastes,
devem ser colhidas por meio do amostrador- quanto para cima no próprio martelo. A
padrão a cada metro a partir de 1 m de transferência de energia ocorre no momento em
profundidade. que a energia potencial do martelo, que é
Para determinar o indice de resistencia Nspt, levantado a uma altura de 75 cm e em seguida
o amostrador deve ser conectado a composição solto em queda livre, se transforma em energia
de cravação e colocado no furo até apoiar cinética no momento anterior ao impacto, e
suavemente no fundo, após esse posicionamento posterior a esse se transforma na energia
é colocado a cabeça de bater e utilizando como dinâmica que é transferida ao conjunto de hastes.
referência o tubo de revestimento marca-se com Ao longo deste processo, considerando as
um giz nas hastes três segmentos de 15 cm perdas, pode-se dizer que somente uma parte da
totalizando um trecho de 45 cm. Em seguida energia que foi transmitida às hastes chegou ao
inicia-se o processo de cravação do amostrador- amostrador e foi aplicada na cravação deste.
padrão até completar os 45cm de penetração por A onda da energia do impacto do martelo é
meio de impactos sucessivos do martelo caindo transmitida em forma de impulsos com durações
livremente a uma altura de 75cm, registrando t, de acordo com a Equação 1, onde L é igual ao
separadamente a quantidade de golpes comprimento do martelo e c é a velocidade de
necessárias para cravação de cada segmente de propagação da onda.
15 cm. O índice de resistência (Nspt) é o
ଶǤ
resultado da soma da quantidade de golpes para ݐൌ (1)
cravação dos últimos 30 cm.
A velocidade do martelo no momento do
2.1 Prova de Carga Estática no SPT impacto, a relação de impedância do martelo e
das hastes, o comprimento da composição e as
A prova de carga estática sobre o amostrador é perdas no impacto são fatores de extrema
usado para obtenção de um valor de resistência influência na intensidade e forma da onda
Onde T é a energia cinética total do sistema; Foram realizadas provas de carga estática no
A caracterização do solo do CEEF foi realizada A realização dos ensaios começou com a
por Zen (2016). Segundo a autora a classificação aplicação de carga em estágios variados, através
do solo, conforme especificado na NBR 7181/16 do macaco hidráulico, sendo que em cada estágio
e de acordo com a curva granulométrica, é de foi feita a leitura dos deslocamentos, pelos
uma argila silto arenosa. Em relação ao sistema relógios comparadores instalados na primeira
unificado (SUCS), é classificado como um solo haste do ensaio SPT, por meio de uma base
argiloso muito compressível (CH), ao passo que magnética articulada. As leituras de cada estágio
no sistema rodoviário (TRB), foi identificado foram feitas até que o deslocamento entre duas
como A-7-6, correspondendo a uma argila leituras consecutivas fosse menor que 0,5 mm.
siltosa medianamente plástica, classificada como Os deslocamentos registrados foram
regular a mau para utilização como subleito. relacionados com o valor da carga aplicada,
Na Tabela 1, pode-se observar os valores medido por uma célula de carga ligada a um
médios dos principais índices físicos sistema de aquisição de dados. O ensaio foi
determinados para a primeira camada de solo realizado até atingir a penetração em valor igual
identificada do CEEF. ao desejado (valor médio da penetração
dinâmica de um golpe do martelo para cravação
Tabela 1. Índices físicos da primeira camada do CEEF
CAMADA 1 dos 30 cm, em ensaio SPT realizado
VALORES MÉDIOS anteriormente a este). A Figura 2 representa a
1 a 9 metros
W (%) 39 montagem de um dos ensaios.
WL (%) 53
WP (%) 38
IP (%) 15
Argila (%) 70,07
Silte (%) 25,26
Areia (%) 4,67
Massa Específica do Sólidos (kN/m³) 26,69
Muito mole
Consistência
a Média
Peso específico natural (kN/m³) 16,68
Índice de vazios (e) 1,22
5 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
adensamento tem por objetivo a determinação Também, a partir das aparas de solo foi
experimental das características do solo que determinado o peso específico real dos grãos de
interessam à determinação dos recalques solo, de acordo com a NBR 6508/84.
provocados pelo adensamento. Sua concepção A caracterização geotécnica do solo do CEEF
corresponde ao estudo de um modelo para a foi realizada por Zen (2016). Segundo a autora a
posterior interpretação do protótipo. classificação do solo, conforme especificado na
Todos os tipos de aparelhos utilizados no NBR 7181/16 e de acordo com a curva
laboratório para a determinação das granulométrica, é de uma argila silto arenosa.
características de adensamento de um solo, Em relação ao sistema unificado (SUCS), é
denominados edômetros, aplicam o princípio classificado como um solo argiloso muito
introduzido por Terzaghi (1943), conhecido compressível (CH), ao passo que no sistema
como princípio da compressão de uma amostra, rodoviário (TRB), foi identificado como A-7-6,
geralmente indeformada, de altura pequena em correspondendo a uma argila siltosa
relação ao diâmetro, confinada lateralmente por medianamente plástica, classificada como
um anel rígido e colocada entre dois discos regular a mau para utilização como subleito.
porosos. Na Tabela 1, pode-se observar os valores
O anel rígido procura reproduzir no médios dos principais índices físicos
laboratório o que ocorre na natureza, onde a determinados para a primeira camada de solo
deformação lateral da massa de solo solicitada identificada do CEEF, que possui
pela obra é impedida pelo restante do maciço aproximadamente 10 metros de espessura.
terroso que a envolve. A carga é aplicada sobre a
pedra porosa superior por meio de um disco Tabela 1. Índices físicos da primeira camada do CEEF
metálico rígido e a compressão é medida com o CAMADA 1
VALORES MÉDIOS
1 a 9 metros
auxílio de um extensômetro (com sensibilidade
W (%) 39
de 0,01 mm). Em geral são aplicados de 8 a 10 LL (%) 53
carregamentos podendo chegar a 2 semanas de LP (%) 38
ensaio. IP (%) 15
Argila (%) 70,07
Silte (%) 25,26
Areia (%) 4,67
3 MATERIAIS E MÉTODOS Massa específica do sólidos (g/cm³) 2,67
Muito mole
Consistência
Os ensaios foram realizados no laboratório de a Média
mecânica dos solos do Centro Universitário da Massa específica natural (g/cm³) 1,67
Faculdade Assis Gurgacz (FAG) em Índice de vazios (e) 1,22
Cascavel/PR.
3.2 Realização do ensaio odométrico
3.1 Coleta de solo e caracterização
Como o solo é considerado um solo mole, foi
As amostras para a realização dos ensaios foram aplicada uma pressão de 2 kPa e, após 5 min do
coletadas por meio de um molde no formato de solo já estabilizado, zerou-se o extensômetro,
um anel com diâmetro de 10 cm e altura de 3 cm. atendendo a NBR 12.007/90. Decorrido esse
No total, foram 3 amostras indeformadas tempo, aplicou-se uma pressão de 10 kPa e,
coletadas em três poços distintos da cota -1,5 m imediatamente após a aplicação da carga, fez-se
do Campo Experimental de Engenharia da FAG a inundação do corpo de prova, atendendo
(CEEF). novamente as especificações da norma. As
Finalmente, em laboratório, foi feita a demais cargas aplicadas foram de 20, 40, 80,
raspagem do solo rente ao topo e base do anel, e 160, 320, 640, 1280 kPa, mantendo-se cada
os restos de solo resultantes da raspagem do pressão pelo período de tempo de 24 horas.
corpo de prova foram acondicionados em 3 Para cada estágio de pressão, fez-se a leitura
cápsulas e levados à estufa para posteriormente do extensômetro da altura do corpo de prova,
determinar o teor de umidade inicial do solo. imediatamente antes do carregamento (tempo
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este artigo apresenta os resultados de ensaios sísmicos crosshole, downhole, dilatômetro
sísmico (SDMT), cone sísmico (SCPT) e SPT sísmico (S-SPT) realizados em um perfil de solo
tropical de Bauru - SP. Resultados similares foram obtidos, demostrando boa concordância nos perfis
de Go versus profundidade determinados pelas diferentes técnicas. Vantagens e desvantagens
referentes a procedimentos de execução e interpretação dessas técnicas são brevemente discutidos.
U : massa espécífica do solo (kg/m³); das ondas sísmicas geradas na superfície e
Vs : velocidade de onda cisalhante (m/s); captadas por um ou mais transdutores sísmicos
posicionados a diferentes profundidades. Na
Este trabalho apresenta e discute os interpretação dos resultados, considera-se que o
procedimentos de execução e interpretação de percurso percorrido entre a fonte e o receptor é
diferentes ensaios sísmicos (crosshole, realizado em trajetória linear.
downhole, cone sísmico, dilatômetro dilatômetro A determinação da velocidade de propagação
sísmico e SPT sísmico). Os ensaios foram da onda cisalhante pode ser realizada por meio
realizados no campo experimental da Unesp de de três métodos: o primeiro tempo de chegada, o
Bauru. Resultados similares de Vs, e cross-over e o cross-correlation. De acordo com
consequentemente Go, foram obtidos por meio Campanella e Stewart (1992), o método cross-
das diferentes técnicas empregadas. correlation supera os demais, pois é menos
afetado por distorções no sinal, conduzindo a
resultados mais consistentes e confiáveis.
2 ENSAIOS SÍSMICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
8
Marron
Avermelhado
12
11
geotécnicos. Neste sentido, os ensaios de cone
10
16
17
sísmico (SCPT), SPT sísmico (S-SPT) e o
SM - SC
12
15
15
dilatômetro sísmico (SDMT) são técnicas
LA'
14
NA' 11
14
interessantes na investigação do subsolo, uma
17
15
vez que permitem obter os perfis de Vs e Go, bem
16
25
30
como as medidas de qc, fs, NSPT, po e p1,
18 18
a)
a) 17 b) c) d)
respectivamente, permitindo uma melhor
b) c) d)
20
NA não encontrado até
a profundidade de 30m
CH1
caracterização geotécnica do subsolo.
DH1
DH2
SCPT1
S-SPT1
SDMT1
SDMT2
AGRADECIMENTOS
Figura 7: Resultados dos ensaios sísmicos realizados no
campo experimental da Unesp de Bauru Os autores agradecem a Fundação de Pesquisa
do Estado de São Paulo – FAPESP (Projeto
Observa-se um progressivo aumento dos 2015/16270-0 e 2010/50650-3), o Conselho
valores de Vs e Go até aproximadamente 12 m, Nacional de Desenvolvimento Científico e
seguido de uma tendência de estabilização, após Tecnológico – CNPq (Projeto 2015/308895 e
esta profundidade. 2012/310867) e a Coordenação de
Os ensaios SCPT, S-SPT e SDMT se mostram Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –
ferramentas interessantes na determinação do CAPES, pelo apoio ao desenvolvimento de suas
perfil de Vs e, consequentemente de Go. Além pesquisas.
disso, apresentam menor custo, quando
comparados aos ensaios crosshole, pois, neste
ensaio, é necessário a preparação dos furos de REFERÊNCIAS
sondagem, como citado anteriormente (Ku et al.,
2013). ABNT NBR 9604 (1986). Abertura de poço e trincheira de
inspeção em solo, com retirada de amostras
deformadas e indeformadas – Procedimentos, 9 p.
ASTM-D4428 (2007). Standard test method for Crosshole
5 CONCLUSÕES seismic testing, 11p.
ASTM-D7400 (2008). Standard test method for Downhole
A velocidade de onda cisalhante (Vs), bem como Seismic Testing, 11p.
o módulo de cisalhamento máximo (Go) tem sido Bang, E.S. e Kim, D.S. (2007). Evaluation of shear wave
velocity profile using SPT based up-hole method. Soil
amplamente empregados em problemas Dynamics and Earthquake Engineering. v. 27, p.741–
geotécnicos. 758.
Campanella, R.G., Robertson, P.K., Gillespie, D. (1986).
Seismic cone penetration test. In - Situ’86. GSP 6.
Antônio Belincanta
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil, abelincanta@uem.br
definidas. aproximada de 18 m. O nível d’água do subsolo
Dentre os ensaios de permeabilidade em encontra-se geralmente na profundidade média
campo, destacam-se os realizados em furos de de 16 m.
sondagem, que são largamente utilizados devido Na Tabela 1 são mostrados os resultados de
a sua praticidade. Esses ensaios podem ser feitos ensaios de caracterização física do solo do local
abaixo ou acima do nível d’água, com carga de ensaio à uma profundidade de 1,60 e 3,20
constante e carga variável. metros feitas por Gutierrez (2005).
Segundo a ABGE (2013), um dos fatores
condicionantes em relação à validade desses Tabela 1. Características Físicas do Solo.
ensaios é o regime de escoamento, que deve ser Características Símbolo e Prof. Prof.
Unidade 1,6m 3,2m
permanente para o uso da maioria das
Peso específico Ȗ (kN/m³) 13,47 12,61
formulações. Abaixo do nível d’água esse Peso espec. seco Ȗd(kN/m³) 10,21 9,60
regime é mais rapidamente atingido, já em Umidade natural w (%) 31,9 31,3
ensaios executados acima do nível de água uma Grau de saturação Sr (%) 49,2 43,9
prévia saturação do solo deve ser feita para que Índice de Vazios e 1,970 2,205
o regime de escoamento seja alcançado . Porosidade Ș (%) 66,3 68,8
Um outro fator a se considerar é a dificuldade
de se determinar o tempo necessário para atingir A camada em análise de solo é classificada
a saturação. Um tempo inadequado pode então como argila siltosa, mas essa classificação
ocasionar erros na interpretação dos resultados e, não retrata fielmente a granulometria do
portanto, no valor da condutividade hidráulica. material, que apesar de constituído
Neste contexto, este trabalho mostra uma essencialmente por argila, apresenta um
análise dos métodos de determinação do comportamento de material granular, quanto a
coeficiente de condutividade hidráulica usando condutividade hidráulica.
ensaios de carga constante e variável em furos de Em relação a micromorfologia desse solo,
sondagem executados com trado manual no solo este é constituído principalmente por
não-saturado da cidade de Maringá/PR. microagregados de formas arredondadas e
subarredondadas, cujo arranjo gera uma elevada
porosidade intermicroagregados, altamente
2 MATERIAIS E MÉTODOS comunicante, possuindo alta capacidade de
retenção de água e teor de umidade natural
2.1 Local elevado. Entretanto, esses elevados valores de
umidade não implicam em um alto grau de
Os ensaios de infiltração e coleta das amostras de saturação, devido ao alto índice de vazios
solo foram feitos no Campo Experimental de (GUTIERREZ, 2005).
Fundações da Universidade Estadual de
Maringá. 2.2 Ensaios de Campo
Segundo publicação apresentada por
Belincanta e Gutierrez (2006), o subsolo dessa 2.2.1 Preparação do Furo
área tem sua camada superficial de solo evoluído
(Latossolo Vermelho férrico), de origem O furo onde foram realizados os ensaios foi
proveniente da alteração de basalto, constituída preparado conforme as especificações do
de argila siltosa porosa, de cor marrom boletim técnico da ABGE de 2013.
avermelhado, com espessura aproximada de 9,5 Para os ensaios de infiltração, foram
m. Ainda conforme Belincanta e Gutierrez utilizados os seguintes equipamentos: a) Trado,
(2006), a camada abaixo da camada superficial composto por peças de aço e cobre, de diâmetro
de solo evoluído é constituída de argila siltosa e igual a 2 ½” (63,5 mm) e altura de 2,50 metros;
silte argilo-arenoso, de cor variegada, com b) tubo para o revestimento: de PVC rígido, com
matriz na tonalidade marrom, roxo ou cinza bolsa, diâmetro de 10 cm e altura de 60 cm; c)
amarelado. Abaixo das duas camadas de solo tubo para realização das leituras: de acrílico,
encontra-se a rocha basáltica, na profundidade diâmetro de 10 cm e altura de 100 cm , graduado
06,0EͲ04
07,0EͲ04
08,0EͲ04
09,0EͲ04
10,0EͲ04
11,0EͲ04
12,0EͲ04
que a obtida no de carga constante do primeiro
método. k carga constante (SOARES et al) (cm/s)
2º Dia - Carga
Constante
08EͲ04
(ZANGAR) 4 CONCLUSÃO
3º Dia - Carga
Constante
(ZANGAR)
Os ensaios realizados em campo tanto com carga
06EͲ04
variável quanto constante apresentaram valores
1º Dia - Carga
Variável
de condutividade hidráulica na mesma ordem de
04EͲ04 (GILG e
GAVARD)
grandeza de 10-4 cm/s.
2º Dia - Carga
Os resultados obtidos através do ensaio com
Variável
(GILG e
carga constante aplicados na formulação de
02EͲ04
GAVARD) Zangar (1953) foram 56% menores em relação
3º Dia - Carga
Variável
ao ensaio com carga variável. Já os resultados
00E+00 (GILG e
GAVARD)
com carga constante aplicados na formulação
0 1 2 3 4 5 apresentada por Soares et al (1996) apresentaram
Tempo de saturação prévia (horas) pouca divergência em comparação ao ensaio
com carga variável, sendo apenas 2% menores.
Figura 3. Permeabilidades obtidas nos ensaios com carga
variável e carga constante (ZANGAR,1953) em relação
Em relação ao tempo de saturação prévia
ao tempo de saturação. necessário, verificou-se que quanto maior o
tempo de saturação, menor é a variabilidade dos
A Figura 4 representa os resultados da dados encontrados, ou seja, com um maior
segunda formulação de carga constante tempo de saturação há uma menor necessidade
(SOARES et al, 1996) quando tabulados de múltiplas coletas de dados.
juntamente com os dados obtidos com o ensaio Dessa forma, em obras de engenharia onde a
de carga variável (GILG e GAVARD,1957). infiltração é o fator mais importante, por
A variabilidade entre os resultados também exemplo em poços de infiltração ou fossas
diminuiu em relação ao tempo de saturação. sépticas, para um dimensionamento a favor da
Através da dispersão dos dados, próximas a reta segurança, indica-se um maior tempo de
de 45º, pode-se notar que os valores entre as saturação prévia para a determinação do
duas formulações foram bastante similares. coeficiente de permeabilidade, ou que a
Nesse caso a permeabilidade obtida no ensaio de determinação seja feita após um dia chuvoso, ou
carga variável foi aproximadamente 2% maior seja, com a maior umidade do solo possível.
que a obtida pela formulação de carga constante.
RESUMO: Neste estudo procurou-se correlacionar os resultados dos métodos de ensaios SPT e
PANDA, utilizando dois diâmetros de ponteiras cônicas: 2 cm² e 4 cm². Foram elencadas as
principais características de cada ensaio, destacando-se as vantagens e desvantagens da utilização
de cada metodologia. As metodologias foram aplicadas em dois pontos distintos, em área localizada
no município de Aparecida de Goiânia - GO, formada por solo tropical estratificado.
Estabeleceram-se perfis comparativos entre os valores do índice de resistência à penetração (NSPT) e
resistência de ponta (qd), constatando-se a maior eficiência do ensaio PANDA com ponta de 4 cm²
na obtenção da resistência do solo, por não apresentar influência do atrito lateral da haste em seus
resultados.
acompanhado da evolução tecnológica dos amostras deformadas do solo, a cada metro de
ensaios de campo, promovendo maior precisão e profundidade, para análise táctil visual, conforme
rapidez na execução e na obtenção de seus NBR 6484 (ABNT, 2001). Estas amostras
resultados (MARQUES; REZENDE e também podem ser direcionadas a laboratórios,
GITIRANA JR., 2014). É neste contexto que para ensaios de caracterização, resistência,
surge a metodologia PANDA, composta por um adensamento e permeabilidade, dentre outros, de
penetrômetro leve de energia variável utilizado forma a obter características complementares ao
na aferição da resistência de solos de maneira solo, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010).
direta, sem a necessidade da aplicação de A obtenção de amostras, a cada metro, permite o
fórmulas empíricas. conhecimento da estratigrafia do terreno, além
Este trabalho apresenta um estudo disso, a sondagem à percussão, onde é realizado o
comparativo entre as metodologias SPT e ensaio SPT, permite a medição do nível d’água,
PANDA, aplicadas a um solo residual tropical. A fatores importantes para a análise geológica e
região adotada para desenvolvimento dos ensaios geotécnica do solo, assim como parâmetros
localiza-se no município de Aparecida de indispensáveis para a escolha do tipo de fundação
Goiânia-GO, nas dependências da Gerência de que melhor atende aos requisitos técnicos
Serviços e Inovação Tecnológica (GST.E) de (capacidade de carga e recalque) e executivos.
Furnas. Procurou-se estabelecer as principais
diferenças entre as duas metodologias, indicando
seus aspectos positivos e negativos, além de
verificar o comportamento da resistência de
ponta (qd) e do índice de resistência à penetração
(NSPT), para diferentes profundidades, analisando
a influência da composição granulométrica do
solo nestes resultados.
metros. São apresentados resumos dos
resultados dos ensaios geotécnicos efetuados e
parâmetros determinados. Em termos de
adensamento foram realizados um total de 6
(seis) ensaios com vistas a verificar um possível
comportamento do solo no estado natural e do
colapso do solo em tensões pré-determinadas.
Tais ensaios foram realizados nas três amostras
de solo coletadas ao longo da área.
Figura 3. Visão micro da área de implantação do Setor
Habitacional Mangueiral.
2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE
EXECUÇÃO DOS ESTUDOS
3 ENSAIOS EXECUTADOS
A área de execução dos estudos localiza-se às
proximidades da DF 463, DF 001 e do Jardim
A campanha de ensaios envolveu ensaios de
Botânico de Brasília, conforme mostram as
campo e ensaios de laboratório. Os ensaios de
Figuras 1, 2 e 3, retiradas do Google Earth.
campo compreenderam infiltração e
identificação táctil-visual dos solos. Já os
ensaios de laboratório compreenderam os
ensaios de granulometria, massa específica
natural do solo, massa específica dos grãos de
solo, cisalhamento direto e adensamento. A
seguir, apresentam-se os ensaios executados.
Figura 9. Parafinamento de amostra indeformada de solo. Figura 13. Vista micro de uma das quadras habitacionais.
Bacia de Infiltração
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Desde o surgimento, essa técnica vem seco, sendo esta ciclagem determinante na
passando por melhoramento contínuo, formação do solo laterítico (CAMAPUM DE
principalmente a instrumentação de raios X. Os CARVALHO et al., 2015).
equipamentos de difração são modernizados
constantemente proporcionando análises mais 2.2 Aspectos Mineralógicos dos Solos
precisas. Além da instrumentação, as técnicas de Tropicais
preparação da amostra também foram
aprimoradas nas últimas décadas. 2.2.1 Mineralogia dos Solos Lateríticos
A preparação pode influenciar os resultados,
principalmente no caso de solos tropicais, De acordo com Nogami e Villibor (1995), os
dependendo do grau de intemperismo, desde a solos superficiais lateríticos apresentam uma
etapa de secagem do solo até a metodologia de mineralogia simples, sendo que o quartzo é um
preparação das lâminas que são utilizadas na mineral encontrado com muita frequência e de
análise. maneira predominante na fração areia desses
Visando avaliar a influência do processo de solos.
preparação de amostras utilizado na difração de Ocorre frequentemente, sobretudo na fração
raios X, nesse trabalho, serão avaliados e pedregulho, a laterita ou concreção laterítica que
comparados os resultados obtidos entre: análise resultam da junção de vários minerais que se
da fração integral e da fração argilosa; método aglomeram. É constituída essencialmente de
do gotejamento e o método de orientação por óxidos hidratados de ferro e de alumínio.
esfregaço; análises nos diferentes tempos de Na fração argila dos solos lateríticos, podem-
coleta de material em sedimentação; análise de se encontrar constituintes minerais, como
amostra em estado natural, saturadas por argilominerais, óxidos e hidróxidos de ferro e
etilenoglicol e calcinadas. alumínio e constituintes orgânicos. O
argilomineral predominante nessa fração é a
caulinita que é o membro da família dos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA argilominerais menos ativos coloidalmente. Os
óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio de
2.1 Solos Tropicais comum presença nos solos tropicais são a
hematita, goethita e gibbsita. Eles possuem
Solo tropical é aquele que, comparado aos solos propriedades cimentantes e contribuem com a
não tropicais, apresenta peculiaridades de cor vermelha e amarela nesses solos (NOGAMI
propriedades e comportamentos em decorrência e VILLIBOR, 1995; CARDOSO, 2002).
da atuação de processos geológicos e
pedológicos, típicos das regiões tropicais 2.2.2 Mineralogia dos Solos Saprolíticos
úmidas. Assim, para que um solo possa ser
considerado tropical, é primordial que ele possua A composição mineralógica dos solos
peculiaridades de interesse geotécnico e não saprolíticos é variada, ao contrário dos solos
apenas tenha sido formado em região de clima lateríticos, podendo ser simples ou
tropical úmido (NOGAMI e VILLIBOR, 1995). extremamente complexa, dependendo do tipo de
Nogami e Villibor (1995) destacaram dentro rocha matriz e do seu grau de intemperização. No
dos solos tropicais duas classes: os solos entanto, é bastante típica a ocorrência de
lateríticos e os solos saprolíticos, mas há que se mineralogia complexa em todas as suas frações
destacar que entre esses dois solos geralmente granulométricas (DELGADO, 2002).
encontra-se presente uma camada de solo de Na fração areia, os solos saprolíticos podem
transição. possuir uma grande variedade de minerais, tais
Nas regiões tropicais, pode-se dizer que como feldspatos, micas, além do quartzo. A
existem apenas duas estações climáticas: seca e constituição da fração silte é da mesma forma
chuvosa. Essa alternância de clima faz com que que na fração areia, muito variada, e também
os solos sofram um processo de lixiviação no pode ocorrer a presença de principalmente
período chuvoso e de ressecamento no período
O Distrito Federal localiza-se no Centro-Oeste A análise difratométrica dos minerais dos solos
do Brasil, com uma área de 5814 km2. É coberto compreende as etapas de preparação, análise e
por um manto de solo resultante de interpretação do difratograma.
intemperismo, principalmente químico, Neste trabalho, foram realizadas análises
associado a processos de lixiviação e laterização integral ou total (contempla as diferentes frações
de idade Terciária/Quaternária (MENDONÇA et granulométricas do solo) e análises da fração
al., 1994). argilosa, sendo que as amostras de solo utilizadas
Segundo Otálvaro (2013) o solo do Distrito foram previamente secas ao ar.
Federal é resultado de condições climáticas Para realização das análises integral as
alternadas entre secas-frias e úmidas-quentes, e amostras foram destorroadas e moídas até
dessa forma nos períodos com condições úmidas obtenção de 100% do material passante na
quentes intensifica-se a perda de sílica e o ganho peneira Nº 200 (0,074 mm). Então, se fez a
na acumulação de óxidos e hidróxidos de ferro e montagem desse material no porta amostras
alumínio. depositando e compactando o pó.
Um alto grau de intemperismo e lixiviação foi A preparação para análises da fração argilosa
responsável pela formação deste solo, o que foi feita por dispersão com hexametafosfato de
conduziu à formação de uma estrutura bastante sódio, agitação e sedimentação. Posteriormente,
porosa com altos índices de vazios fizeram-se coletas de material com a pipeta nos
(GUIMARÃES, 2002). tempos de 1 minuto, 1 hora e 8 horas, sempre
coletando a parte sobrenadante. Com essa
metodologia, buscou avaliar se o material
3 MATERIAIS E MÉTODOS coletado apresentava composição mineralógica
distinta segundo o tempo de coleta, pois o
3.1 Solos Estudados processo de sedimentação se fundamenta no
tamanho, densidade e forma dos grãos do solo
As análises deste trabalho foram realizadas com como um todo, conforme a Lei de Stokes.
solo residual coletado no Campo Experimental Para preparação das lâminas da fração
do Programa de Pós-Graduação em Geotecnia da argilosa para a análise do material coletado da
Universidade de Brasília que se situa no Campus proveta, se utilizou o método do gotejamento e o
Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília-DF. método da orientação por esfregaço.O método
Foram coletadas amostras indeformadas para do gotejamento foi realizado com a deposição do
se evitar possíveis variações das características material coletado em suspensão com a pipeta
estruturais e mineralógicas do solo procedentes diretamente na lâmina e deixando-o secar
da manipulação. Para a coleta das amostras, progressivamente. Nesse método, a orientação se
realizou-se um poço com 12 m de profundidade dá pela ação da sucção natural durante o
e 1,2 m de diâmetro, retirando amostras nas processo de secagem ao ar.
profundidades de 2, 4, 6, 8, 10 e 12 m. As O método da orientação por esfregaço foi
amostras, tomadas de forma cúbica com feito transferindo-se o sobrenadante coletado
dimensões de aproximadamente 30x30x30 cm, com a pipeta para tubos de ensaio e levando-os
foram parafinadas e guardadas em câmara úmida para a centrífuga. A fração argila decantada por
(condições de temperatura estáveis). centrifugação foi espalhada sobre a lâmina de
vidro. Utilizando-se outra lâmina foi feito a
2000
Caulinita
Lin (Counts)
Vermiculita
Gibbsita
Muscovita
4000
Gibbsita
Caulinita
Muscovita
Caulinita
Quartzo
Muscovita
8 horas
Quartzo
1 hora
12m
1 minuto
Lin (Counts)
0
10 m
2000 3 10 20 30 40 50 60
Gibbsita Hematita
8m 2-Theta - Scale
Muscovita
Muscovita
6m
(b) 10 m
Caulinita
4m
Caulinita
2000
Lin (Counts)
2m
Alophana
0 Muscovita
3 10 20 30 40 50 60 70
Mica
2-Theta - Scale
8 horas
874.2016 - profundidade 2 m 877.2016 - profundidade 8 m
875.2016 - profundidade 4 m 878.2016 - profundidade 10 m
1 hora
876.2016 - profundidade 6 m 879.2016 - profundidade 12 m
2-Theta - Scale
Figura 3. Análise da Fração Argila pelo Método
Por esta técnica, devido a composição
Orientado: (a) 2 m e (b) 10 m.
mineralógica identificada, foi possível a
confirmação da evolução intempérica deste
Caulinita
Muscovita
Caulinita
Gibbsita
Gibbsita
dimensões dos argilominerais e sua estrutura
8 horas cristalina mal definida não propiciam a formação
1 hora de reflexões intensas. Dessa forma, é
1 minuto interessante utilizar o método orientado para
0
3 10 20 30 40 50 60
análise da fração argilosa a fim de se evidenciar
2-Theta - Scale os argilominerais através da orientação das
partículas, visto que a maioria dos argilominerais
Muscovita
(b) 10 m
Muscovita
2000
Lin (Counts)
Muscovita
Comparativamente as Figuras 3 e 4 apontam,
Mica
8 horas
que, para as condições de preparação de
1 hora
amostras adotadas, o método de orientação por
1 minuto
0
esfregaço permitiu uma melhor orientação das
3 10 20 30 40 50
partículas. A presença de picos menos intensos e
2-Theta - Scale
Figura 4. Análise da Fração Argila pelo Método do com pior definição nas amostras preparadas por
Gotejamento: (a) 2 m e (b) 10 m. gotejamento é bastante visível em relação ao
argilomineral caulinita que aparece notoriamente
Nas análises realizadas da fração argilosa, menos realçado na técnica de gotejamento. Essa
verificou-se que o mineral quartzo e os demais particularidade foi observada em todas as
minerais primários densos não foram amostras.
identificados e nas profundidades de 2 a 8 m A finalidade de se realizar os tratamentos de
surgiram traços de vermiculita, mineral não saturação por etilenoglicol e calcinação nas
identificado na fração integral. Confirma-se lâminas preparadas com os dois métodos é
então, a importância de se realizar também possibilitar que as informações sejam cruzadas e
análises apenas na fração argila de modo a permitam a identificação mais completa dos
permitir que sobressaiam picos não detectados argilominerais presentes no solo. Por tratamento
na análise da amostra integral. de saturação por etilenoglicol não foi
A densidade dos minerais primários como identificada a presença de argilominerais
anatásio, ilmenita, espinélio, rutilo e quartzo é expansivos no solo estudado.
maior que as densidades dos demais minerais Na Figura 5 se apresenta um difratograma da
presentes nas amostras, e isso explicaria, pelo fração argila de uma amostra a 2 metros de
menos em parte, eles não serem identificados nas profundidade, fazendo-se uso da técnica da
análises ao final da sedimentação, pois segundo orientação por esfregaço para amostra coletada
a Lei de Stokes eles se depositaram na proveta após 8 horas. Observa-se a presença de caulinita
anteriormente aos demais minerais com com pico principal a 7,14 Å, e a gibbsita com
densidade inferior. pico principal a 4,83 Å, ambos minerais não
Verificou-se nos difratogramas que o mineral apresentam mais picos na análise calcinada e na
muscovita não é identificado na análise de 8 análise com saturação por etilenoglicol não
horas de sedimentação para as amostras de 2 a 8 houve alteração em relação à análise natural.
metros de profundidade. Esperava-se que este Verifica-se também a presença da vermiculita
mineral já não ocorrece nos tempos de com pico a 14,21 Å na análise natural
sedimentação 1 minuto e 1 hora por ter permanecendo o mesmo na análise com
densidade maior que a do quartzo. Porém, saturação por etilenoglicol, porém na análise
somente no tempo de sedimentação de 8 horas calcinada o pico colapsa e desloca para
ocorreu sua separação. Isto confirma que a forma aproximadamente 11 Å.
também influencia na sedimentação, visto que a
REFERÊNCIAS
Burgos, J.F. (2016) Influência da Microestrutura no
Comportamento Mecânico dos Solos Tropicais
Naturais e Compactados, Dissertação de Mestrado,
Publicação G.DM-272A/16, Departamento de
Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
Brasília, Brasília, DF, 183 p.
Camapum de Carvalho, J.; Gitirana Jr, G. F. N.; Machado,
S.L.; Mascarenha, M.M.A.; Silva Filho, F.C. (2015)
Solos Não Saturados no Contexto Geotécnico.
Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e
Figura 5. Análise Acumulada da Fração Argila Preparada Engenharia Geotécnica, São Paulo, SP, 759 p.
por Esfraço, coletada após 8 horas. Cardoso, F.B.F. (2002) Propriedades e Comportamento
Mecânico de Solos do Planalto Central brasileiro,
Tese de Doutorado, Publicação G.TD-009A/02,
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental,
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Universidade de Brasília, Brasília, DF, 357 p
Delgado, A. K. C. (2002) Influência da Sucção no
Destaca-se a importância de se fazer Comportamento de um Perfil de Solo Tropical
simultaneamente as análises integral e a da Compactado, Dissertação de Mestrado, Publicação
fração argilosa da amostra para se identificar G.DM-093A/02, Departamento de Engenharia Civil e
Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 200
todos os minerais possíveis presentes no solo. A p.
análise da fração argilosa possibilita a Guimarães, E. M. (1999) Difratometria de raios X -
identificação de minerais que não apresentem Minicurso ministrado no XXVII Congresso Brasileiro
picos evidentes na amostra total devido sua má de Ciências do Solo, Departamento de Mineralogia e
cristalinidade e/ou baixa quantidade. Petrologia, Universidade de Brasília, Brasília, DF,
18 p.
Com os resultados das análises, verificou-se Guimarães, R.C. (2002) Análise das Propriedades e
uma vantagem na utilização do método de Comportamento de um Perfil de Solo Laterítico
orientação por esfregaço em relação ao método Aplicada ao Estudo do Desempenho de Estacas
do gotejamento para fração argila desses solos, Escavadas, Dissertação de Mestrado, Publicação
evidenciado na identificação dos argilominerais, G.DM – 091A/02, Departamento de Engenharia Civil
e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF,
como a caulinita. Desta forma, sugere-se um 183 p.
estudo específico com outras técnicas de Mendonça, A.F., Lima, A., Barros, J.G.C., Cortopassi Jr.,
gotejamento a fim de se estabelecer uma R.; Cortopassi, R. (1994) Critérios Geológicos e
conclusão definitiva sobre o uso ou não deste Geotécnicos para Execução de Sondagens na Área do
procedimento. Distrito Federal, X Congresso Brasileiro de Mecânica
dos Solos e Engenharia de Fundações, ABMS, Foz do
Quanto ao tempo de sedimentação, houve Iguaçu, PR , Vol. 2, p. 389-395.
uma melhor separação dos argilominerais em Nogami, J.S. e Villibor, D.F. (1995) Pavimentação de
tempos maiores (8 horas) em relação aos tempos Baixo Custo em Solos Lateríticos, Ed. Vilibor, São
iniciais (1 minuto e 1 hora). Paulo, SP, 240 p.
Otálvaro, I.F. (2013) Comportamento Hidromecânico de
um Solo Tropical Compactado, Tese de Doutorado,
Publicação G.TD-082/13, Departamento de
AGRADECIMENTOS Engenharia Civil, Universidade de Brasília, Brasília,
DF, 122 p.
Os autores agradecem a Furnas Centrais
Elétricas S.A. Este trabalho apresenta parte do
estudo desenvolvido no Programa de P&D da
ANEEL – projeto intitulado Metodologias e
infraestrutura tecnológica para ampliação da
RESUMO: Nos ensaios laboratoriais, em conformidade com as especificações das normas, utiliza-
se água destilada no umedecimento do solo. Para compactação em campo se faz necessário à
utilização de dados experimentais, realizados em laboratório, corroborando assim a necessidade de
que os seus padrões de execução sejam similares ao da obra. De acordo com a literatura, para a
realização da compactação deve-se observar o tipo de solo, o método de compactação, a quantidade
e qualidade da água, a energia aplicada e a temperatura ambiente. O trabalho foi motivado pela
grande contaminação que vem ocorrendo em cursos d’água e reservatórios no Brasil o que pode
ocasionar grandes diferenças entre a pureza da água usada nos ensaios de laboratório e a utilizada
no umedecimento do solo em campo durante a construção das estruturas de pavimento. Observou-se
para as amostras de solos coletadas em profundidades de 1 m e 5 m, que houve um aumento no peso
específico do solo para amostras com água do córrego quando comparado ao obtido com utilização
de água destilada e água potável.
Por se tratar de um dos aspectos relevantes comparação da pureza da água. Sendo uma
para estabilização dos solos por meio da amostra de água destilada, outra de água
compactação, este artigo tem como objetivo potável proveniente da rede de abastecimento
analisar a influência da pureza da água no público coletada no Laboratório de Geotecnia
processo de compactação de um perfil de solo da UnB e a terceira coletada em córrego
da região metropolitana de Brasília. Segundo poluído por coliformes.
Camapum de Carvalho et al. (2015), Na Tabela 1, observa-se a diferença de pH da
dependendo do tipo de solo, a qualidade da água destilada para a água potável e para a
água pode interferir no comportamento e no proveniente do córrego. A condutividade
resultado da compactação. No caso de solos elétrica (uS/cm) da água destilada se apresenta
profundamente intemperizados, a interação da muito inferior às demais amostras de água,
água com o solo pode gerar desagregação do podendo ter este fator, devido à composição
material quando o pH do conjunto solo-água é química, grande influência na interação água-
alterado passando pelo ponto de carga zero. solo.
Essa particularidade mostra assim, a
importância do presente artigo, pois nem Tabela 1- Análise das águas usadas no estudo.
sempre as características da água usada em Água
Parâmetro
campo são semelhantes à da água que foi usada Destilada Potável Córrego
nos estudos de laboratório. pH 7,0 6,7 6,3
2 METODOLOGIA
A elevada condutividade elétrica da água
Para este estudo foram coletadas amostras em proveniente do córrego se justifica pela
um poço localizado na região da Asa Norte, no presença de coliformes totais e fecais e outros
Campo Experimental do Programa de Pós- compostos químicos comuns no esgoto
Graduação em Geotecnia da Universidade de doméstico. A presença de coliformes na água
Brasília (UnB), Brasília – DF, em duas destilada e na água potável não foi avaliada por
profundidades, 1 m e 5 m, considerando-se tratar-se de água proveniente de abastecimento
assim, solos submetidos a níveis de público e, portanto, em princípio, tratada. A
intemperização distintos. Para avaliar a amostra do córrego apresentou coliformes totais
diferença de comportamento foram utilizadas maiores que 7,3 NMP por 100 ml.
amostras de água com grau de pureza diferente.
Sendo, os tipos de água usadas no estudo, os 3.2 pH das amostras de solos misturados aos
descritos a seguir: água destilada; água potável três fluidos
oriunda da rede de distribuição local; água
proveniente de córrego contaminado por O ensaio de pH do solo foi realizado embasado
coliformes. no Manual da Emprapa. A Tabela 2 apresenta
Por fim, foram realizados ensaios de os resultados de pH em Água e KCl obtidos
verificação da pureza da água e ensaios de pH, para as profundidades de 1m e 5m e os
compactação e CBR para as amostras de solo. resultados de ponto de carga zero (PCZ)
calculados com base nesses resultados
utilizando-se a equação 1 (KENG E UEHARA,
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 1974, apud CAMAPUM DE CARVALHO et
al., 2015). Em ambos os casos, pH em água e
3.1 Propriedades da água KCl, utilizou-se água destilada nos ensaios.
Foram utilizados três tipos de amostras de água PCZ = 2 pHKCl – pHH2O (1)
com qualidades distintas para efeito de
Tabela 2. Resultados de pH dos solos estudados
Profundidade (m) pHH2O pHKCl PCZ O ensaio de compactação Mini-Proctor,
1 5 4,9 4,8 metodologia definida por Nogami e Villibor,
5 5,9 5,4 4,9 consiste em um processo de compactação
laboratorial mais econômico e apropriado aos
Considerando-se os resultados de pH obtidos solos tropicais finos, como é o caso dos solos
para as águas utilizadas (Tabela 1) e os estudados, visto que faz uso de uma quantidade
resultados de PCZ indicados na Tabela 2 menor de amostra do que a compactação
estima-se que apenas para a amostra de solo dinâmica convencional tipo Proctor. A energia
coletada na profundidade de 1 para a qual aplicada em todas as amostras neste estudo
ocorre certa proximidade entre o pH do solo seguindo essa metodologia de ensaio foi a
(5) e aquele correspondente ao ponto de carga intermediária.
zero (4,8) ocorre algum risco de desagregação Como complementação foram realizados
devido ao pH das águas utilizadas. Nesse caso, ensaios de Mini-CBR para verificação de
ao serem adicionadas à amostra de solo as alterações na resistência à penetração. Esses
águas usadas o pH passaria pelo PCZ ensaios foram realizados com o solo na
possibilitando com sua mais fácil umidade ótima de compactação sem o uso de
desagregação. No entanto, apesar das imersão.
diferenças existentes entre os pHs das três A amostra de solo coletada a 1 m de
águas usadas (Tabela 1), a Figura 1 mostra, ao profundidade (Figura 2) apresentou umidades
se analisar os pH das amostras de solo ótimas aproximadamente iguais para os três
misturadas com os três tipos de água, que o pH tipos de água, no entanto, os pesos específicos
das amostras coletadas a 1 m e 5 m de aparentes secos foram distintos. Foi encontrado
profundidade não são muito diferentes entre as um peso específico aparente seco para a água
misturas. Porém, apesar de pequenas as do córrego igual a 16,27 kN/m3, para a água
diferenças, observa-se, Figura 1, que elas são destilada igual a 15,81 kN/m3 e para a água
maiores para a água potável e menores para a potável igual a 15,44 kN/m3. Observa-se que
água proveniente do córrego e que para a tais resultados são coerentes com as
profundidade de 1 m o pH da mistura solo – proximidades entre os valores de Ph mostrados
na Figura 1 e o ponto de carga zero obtido para
água do córrego se aproxima do PCZ
essa profundidade (Tabela 1), ou seja, os
oferecendo assim certo risco de desagregação
maiores valores de peso específico aparente
quanto a esse parâmetro.
seco foram obtidos para as amostras mais
propensas a desagregação em função dos pHs
pHdosolo induzidos pelas águas. Cabe salientar que os
resultados de limite de liquidez e plasticidade
Solo+ÁguadoCórrego Solo+ÁguaPotável apresentados por Carvajal et al. (2005) são
Solo+ÁguaDestilada
muito semelhantes entre amostras naturais e
desagregadas por ação de ultrassom, ou seja, a
4,9 5,1 5 5,7 6 5,9 água presente no interior dos agregados e que
não interfere, em princípio, no comportamento
corresponde à água que passa a atuar no
1M 5M comportamento com as partículas desagregadas,
explicando assim a inexistência de variação nas
Figura 1. pH do solo para as profundidades de 1 m e 5 m.
umidades ótimas obtidas para os três tipos de
água.
3.3 Compactação Mini-Proctor e resultados de Observa-se ainda nessa figura, que o ramo
Mini-CBR seco foi mais íngreme e o ramo úmido mais
suave para a água do córrego enquanto o ramo
seco foi mais suave e o úmido mais íngreme
para a água potável. Sabe-se que solos com valores iguais a 87%, enquanto a amostra com
maior variação de sucção, maior efeito água destilada e potável apresentaram valores
lubrificador da água e maior quebra de próximos entre 9 e 8%. Como os ensaios de
agregados tendem a apresentarem ramos seco Mini-CBR foram realizados na condição não
mais íngremes. O ramo seco mais íngreme saturada, o maior valor desse índice obtido para
obtido para a água do córrego aponta para a o solo misturado à água do córrego pode estar
maior desagregação do solo e o ramo úmido atrelado a uma maior sucção presente no solo
mais suave corrobora com esse entendimento, em função da desagregação que nele teria
pois com a maior desagregação amplia-se o ocorrido, pois com a desagregação tende a
potencial de geração de pressões neutras desaparecerem os macroporos passando a
positivas durante a compactação do solo no sucção a maiores valores ao atuarem em poros
ramo úmido, suavizando sua inclinação. menores.
Diante dessas particularidades, estima-se que
a água do córrego possibilitou uma maior
desagregação do solo durante o processo de
compactação e a água potável uma menor
desagregação, assumindo a água destilada
comportamento intermediário.
Na Figura 2 foram ainda desenhadas as curvas
de saturação considerando-se o peso específico
dos grãos obtido por Guimarães (2002) e a
curva de saturação considerando um peso
específico dos grãos igual a 29,42 kN/m3, valor
esse necessário para que se evitasse a Figura 3 – Mini-CBR para solo de 1 m de profundidade.
interceptação da curva de compactação pela
curva de saturação. Portanto, embora não tenha A amostra de solo coletada a 5 m de
sido determinado, essa análise aponta para duas profundidade, conforme a Figura 4, embora
possibilidades: ou a amostra utilizada no tenha apresentado valores similares de peso
presente estudo apresenta valor de densidade específico aparente seco máximo (16,47
dos grãos superior ao obtido por Guimarães kN/m3) e umidade ótima (21,6%) para a água
(2002), ou elementos e compostos químicos destilada e a água potável. O peso específico
presentes na água do córrego contribuíram para aparente seco máximo foi ligeiramente superior
a elevação da densidade dos grãos do solo. (16,5 kN/m3) e a umidade ótima um pouco
menor (21,2%) ao se utilizar água do córrego.
Pode ser considerado que em relação a amostra
coletada a 1 m de profundidade, a amostra
coletada a 5 m de profundidade foi muito pouco
afetada pelo tipo de água usado fazendo
sobressair a importância de se considerar o
nível de intemperização do sofrido pelo solo
nesse tipo de análise.
importância de se considerar os efeitos do
tratamento dispensado ao solo na fase de
preparação de amostras quando se trabalha com
solos tropicais.
Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
4 CONCLUSÃO Brasília. Brasília, DF, 6p.
Carvajal, H. E. M.; Camapum de Carvalho, J. &
Fernándes, G. (2005). Influência da desagregação nos
A respeito da influência da pureza da água na limites de Atterberg. II Simpósio sobre Solos
estabilização estrutural do solo nas Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste. UFG
profundidades estudadas, pôde-se concluir que – Goiânia. pp. 217-225.
a água do córrego, por apresentar maior Departamento nacional de estradas e rodagem (1994).
DNER – ME 258 – Solos Compactados em
contaminação em relação às demais e alterações equipamento miniatura – Mini-MCV. EMBRAPA.
nas propriedades químicas, provocou um Centro Nacional de Pesquisa de Solos (1997).
aumento de peso específico nas duas amostras Manual de métodos de análise de solo– 2. ed. rev.
analisadas, sendo esse aumento mais atual. – Rio de Janeiro. 212 p.
significativo na amostra coletada a 1 m de Holtz, R.D. & Kovacs, W.D. (1981).An introduction to
geotechnical engineering. PrenticeHall, Eagle wood
profundidade e fruto segundo as discussões Cliffs.
apresentadas de sua maior desagregação. Keng, J.C.W. & Uehara, G. (1974). Chemistry,
Desta forma, pode-se concluir que para uma mineralogy and taxonomy of Oxisols and Ultisols.
maior eficiência da compactação de campo em Proceedings Soil and Crop Science Society of
relação à de laboratório, faz-se necessário Florida, 33: 119-126.
utilizar na compactação água com propriedades Pessoa, F.H.C. (2004). Análises dos solos de Urucu para
Fins de Uso Rodoviário. Dissertação de Mestrado,
químicas similares.
Publicação nº G. DM-117A/04, Departamento de
O estudo colocou ainda em evidência que a Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
influência da qualidade da água na compactação Brasília, Brasília, DF, 151 p.
e comportamento do solo depende do nível de
intemperização que este sofreu. Cabe ainda
destacar que como os Mini-CBRs foram
determinados para a condição não saturada
onde a sucção exerce grande influência é
possível que na condição saturada esse
parâmetro passe por grandes reduções devido à
textura mais fina do solo oriunda da
desagregação.
REFERÊNCIAS
Influência da Resistência à Tração de Solo Não Saturado em
Análise de Estabilidade de Talude
Maria Fernanda Wamser Barra
UFJF, Juiz de Fora, Brasil, fernanda.barra@engenharia.ufjf.br
2 LOCAL DE ESTUDO arenosa no ensaio com defloculante. A curva
granulométrica obtida está representada na
2.1 Localização Figura 2.
Figura 1. Local de estudo (GOOGLE, 2017). Tabela 2. Valores do ensaio de cisalhamento direto
(Modificado de OLIVEIRA JUNIOR, 2016).
2.2 Caracterização Física ࣌࢘ (kPa) ࣎࢘ (kPa)
50 47,1
Os índices físicos referentes ao solo estudado, 50 88,1
obtidos por Oliveira Júnior (2016), encontram-se 100,1 143,1
reunidos na Tabela 1, onde ‘ȡnat’ é o peso 200,3 223,1
específico natural; ‘ȡd’ é o peso específico seco;
‘ȡs’ é o peso específico dos sólidos; ‘e’ é o índice
de vazios e ‘S’ é o grau de saturação. 3 ENSAIOS DE LABORATÓRIO
Tabela 1. Índices Físicos (Modificado de OLIVEIRA
JUNIOR, 2016). 3.1 Ensaio de compressão diametral
ȡnat(g/cm³) ȡd(g/cm³) ȡs(g/cm³) e S(%)
1,70 1,38 2,82 1,05 62,10 Para determinar a resistência à tração, foi
adotada a metodologia proposta por Rodriguez
(2005), com as alterações no procedimento de
O solo apresenta granulometria de argila
moldagem propostas por Fabre (2016). Foram
4 ENVOLTÓRIAS DE RESISTÊNCIA
150
c'=14,5kPa
100 ੮'=47ȗ
50
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: O fenômeno de areia movediça decorre de um fluxo ascendente de água que satura os
grãos de areia, reduzindo o contato entre os grãos. O objetivo deste trabalho foi a elaboração de um
modelo físico que simule de forma didática o fenômeno de areia movediça em escala reduzida. As
metodologias empregadas são de caráter quantitativo e qualitativo, determinadas por meio da
construção de um Permeâmetro de carga constante e um aquário que simule o efeito em escala
reduzida. O aparato desenvolvido para o ensaio teve êxito em sua execução, demonstrando de
forma didática a simulação do efeito em laboratório.
que a areia assuma propriedades de líquido, tal recurso será utilizado, quais os processos
como se tornar móvel. executados e qual é o evento a ser simulado. As
Este fenômeno acontece quando a areia é variáveis são os diferentes tipos de areia e suas
submetida a uma condição de fluxo ascendente distintas permeabilidades. O processo é um
constante, de tal forma que experimente uma fluxo contínuo e ascendente de água. O recurso
tensão específica nula, resultando na resistência por sua vez é o meio por onde a água irá
do solo igual a zero, com isso o equilíbrio dos percolar, neste caso, a coluna de areia. A soma
grãos é rompido fazendo que o solo se encontre de todos estes componentes possibilita a
em uma situação de instabilidade. simulação e favorece o estudo da areia
(CAVALCANTE, 2006). movediça.
Assim, a relevância deste trabalho se dá em A fim de eliminar uma das variáveis foi
estudar e aprimorar o entendimento referente ao desenvolvido um sistema BMA (sistema
fenômeno de areia movediça, apresentando composto de brita malha e areia). Esse sistema,
conceitos e definições que expliquem a independentemente do tipo de areia utilizada, é
ocorrência e o funcionamento do mesmo, capaz de permitir que a permeabilidade
podendo ao final deste processo, confeccionar permaneça na escala de ͳͲିଶ ܿ݉Ȁ ݏsó havendo
um equipamento que simule o fenômeno com o pequenas alterações na escala milimétrica. A
intuito de apresentar as demais pessoas de realização da simulação de areia movediça com
forma tátil visual, seu funcionamento e suas a permeabilidade em uma escala de ͳͲିଶ ܿ݉Ȁݏ
consequências. é uma boa opção uma vez que esta
permeabilidade é uma das mais prováveis para a
ocorrência do fenômeno. Afirmação deduzida
2 METODOLOGIA através do ensaio de permeabilidade e
simulação do efeito em laboratório.
As metodologias empregadas para o artigo são
de caráter quantitativo e qualitativo, para tanto,
foi desenvolvido um equipamento com intuito 4 DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO E
de simular o fenômeno de areia movediça em MATERIAIS
escala reduzida. Para o fim de análise, foram
coletados dados referentes à granulometria dos
grãos de areia, coeficiente de permeabilidade
(K) e observado o percentual de imersão (I)
durante o fenômeno.
3 ESTUDOS INICIAIS
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Com o objetivo de estabelecer uma equação teórica para o cálculo do raio de influência
da tensão radial provocada por uma estaca RAP modificada, utilizou-se de metodologias existente na
bibliografia para o cálculo das tensões no solo devido a uma sobrecarga. Através das metodologias e
artifícios matemáticos utilizadas encontrou-se um raio de influência da ordem de 2 a 2,5 vezes o
diâmetro da estaca analisada para um grupo de situações fictícia.
1.1 Objetivos
ır = P Ȟ (8)
4mgh
ır = Ȟ
D ʌ d²
3 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
Giancarlo Lastoria
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Brasil, g.lastoria@ufms.br
e demolição como reforço de solo residual de local da prova de carga em placa, descrito em
basalto trabalhando com misturas de 25, 50 e 2.4 e os poços de monitoramento de nível
75% de resíduos a fim de obter a máxima d’água descritos em 2.5.
capacidade de suporte e a mínima deformação.
Após ensaios de laboratório, executaram ensaio 30
32
TR-A
mostra que os índices de resistência de um solo
decrescem com o aumento da umidade. SP-01 SP-02
A NBR 6122 (ABNT, 2010) orienta que nos P1 P2
projetos em solos colapsíveis seja considerada a ST-1
possibilidade de encharcamento do solo.
Milititsky et al. (2015) alerta que as E1(30)
variações de umidade não são fáceis de
6.0
P3
controlar, pois a água pode se deslocar
verticalmente ou horizontalmente abaixo das LEGENDA:
SP-01, SP-02 : Sondagem simples reconhecimento
fundações provocando mudanças nos níveis de TR-A : Trincheira de amostragem
P1, P2, P3, P4 : Poços de monitoramento
sucção e também de volume, devido a ST-1 : Sondagem a trado
E1(30): Prova de carga
movimentos alternados de expansão e
compressão. Para os solos colapsíveis, os Figura 1. Área experimental de geotecnia e hidrogeologia
autores alertam que as variações sazonais no
nível do lençol freático (regime de chuvas e 2.2 Investigação do subsolo
presença de vegetação) podem determinar a
ocorrência de patologias. Devido à alta 2.2.1 Sondagem de simples reconhecimento
permeabilidade, os solos porosos superficiais (SPT)
podem ser particularmente colapsíveis, pois a
água das chuvas percorre seus vazios sem Foram executadas duas sondagens de simples
saturá-los. O aumento do teor de umidade até reconhecimento (SP-01 e SP-02). As sondagens
um valor crítico pode levar o solo a perder sua foram conduzidas até a profundidade de 22,10
estrutura de macrovazios por colapso estrutural. m e 20,00 m, respectivamente, seguindo as
prescrições da NBR 6484 (ABNT, 2001). No
momento da execução das sondagens, o nível
2 METODOLOGIA freático encontrava-se em 8,40 e 8,30 m de
profundidade.
2.1 Considerações iniciais
2.2.2 Sondagem a trado
A área experimental de geotecnia e
hidrogeologia encontra-se dentro do Câmpus da Foi executada uma Sondagem a trado (ST-1)
Univesidade Federal de Mato Grosso do Sul com trado de 15 cm de diâmetro, seguindo as
(Figura 1). Foi instalada em 2014 para atender à prescrições da NBR 9603 (ABNT, 1986a). Foi
demanda de estudos e pesquisas na área de conduzida até a profundidade de 4,00 m,
geotecnica e hidrogeologia. retirando amostras a cada metro. As amostras
Compreende uma área de aproximadamente defomadas foram levadas ao Laboratório de
1.000 m². A Figura 1 apresenta Geotecnia para os ensaios de caracterização
esquematicamente o local de cada uma das (análise granulométrica, peso específico dos
investigações do subsolo descritas em 2.2, o grãos de solo e limites de consistência).
10
10
10
Os ensaios de análise granulométrica estão
10
10
10
10
TUBO LISO-1"
TUBO LISO-1"
dispostos nas Figuras 3 e 4, onde,
TUBO LISO-1"
TUBO LISO-1/2"
426
500
respectivamente apresentam-se as curvas
235
323
600
TUBO LISO-1"
TUBO LISO-1"
600
600
1606
1680
TUBO LISO-1"
2015
2075
FILTRO-1/2"
600
600
FILTRO-1/2"
FILTRO-1/2"
600
600
PRÉ
FILTRO
PRÉ
FILTRO-1/2"
FILTRO
FILTRO-1/2"
600
600
PRÉ
PRÉ FILTRO
FILTRO
3 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
A prova de carga em placa de 30 cm, foi Figura 6. Níveis do lençol freático no ano de 2016.
conduzida até a carga de 19,86 kN,
correspondendo a uma tensão de 0,28 MPa e A Figura 7 apresenta o mapa
resultou em um recalque de 29,56 mm. A potenciométrico, o qual indica o fluxo da água
Figura 5 apresenta os resultados em forma de subterrânea.
curva tensão x recalque.
Tensão (MPa)
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35
0
-3
-6
-9
-12
-15
-18
-21
Recalque (mm)
-24
-27
-30
-33
-36
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Neste trabalho será apresentado um estudo do uso da escória de aciaria em colchões
drenantes. Para isto, faz-se necessário o conhecimento de parâmetros geotécnicos tais como: peso
específico, coeficiente de permeabilidade e expansão deste material. A metodologia utilizada foi
experimental. Foram realizados ensaio de permeabilidade, ensaios de expansão e ensaio de queda,
tendo sido encontrados os respectivos parâmetros. A partir dos resultados deste trabalho vê-se que a
escória de aciaria tem grande potencial para substituir os materiais naturais utilizados em colchões
drenantes, visto que esta trará menos danos ambientais e maiores vantagens financeiras com seu uso.
Em seguida, viu-se que para a concepção de Tabela 2. Distribuição granulométrica para os ensaios de
um dreno, é necessário garantir uma expansão.
granulometria tal que proteja o dreno contra a Faixa Granulométrica
colmatação e tenha permeabilidade suficiente Tamanho dos
para que a água escoe. grãos (mm) Massa (g)
A partir disso partiu-se para a elaboração dos 0,075 52
ensaios. Primeiramente, foi realizado o ensaio de 2,36 235
queda para se determinar o peso específico dos 4,75 1882
grãos. Em seguida, realizou-se o ensaio de
9,5 2024
permeabilidade tendo como base a normativa
NBR 13292 (ABNT, 1995). No entanto, foi 12,75 1151
necessária a construção de um permeâmetro
devido ao tamanho dos grãos da amostra e fez-se 3.1 Ensaio de queda
algumas modificações na normativa. Por fim
foram feitos ensaio de expansão segundo as O ensaio de queda não possui nenhuma
normas NBR 9895 (ABNT, 1987) e normativa normativa como base. No entanto, este tem como
113 (DNIT, 2009), ambas com modificações intuito a aferição da massa específica da amostra
devido ao tipo do material e tamanho dos grãos em estudo.
da amostra. Este ensaio consiste no lançamento da
amostra de diferentes alturas para que assim
3 ENSAIOS possa se obter o peso específico da mesma.
Para a execução do ensaio, primeiramente,
O material em questão possui grãos em uma se mediu a altura e o diâmetro de um recipiente
extensa faixa granulométrica, sendo que esta cilíndrico, para que se pudesse calcular o volume
varia de grãos de 0,075 mm até grãos maiores que posteriormente. Em seguida, este recipiente foi
50 mm. Visto isso, para a elaboração dos ensaios pesado e foram feitas marcas de alturas com
se fez necessário a determinação de um faixa auxílio de um giz, conforme Figura 1.
granulométrica. Após as marcações e utilizando a amostra
A faixa granulométrica foi definida por separada conforme a Tabela 1, as amostras foram
Marchezini (2016) e está disposta na Tabela 1. lançadas das alturas de 5 cm, 10 cm, 15 cm, 20
Esta faixa granulométrica foi utilizada para os cm e 25 cm, conforme mostrado na Figura 2. Para
ensaios de permeabilidade e ensaio de queda. cada camada de amostra lançada se tentava
Já para o ensaio de expansão se optou por manter uma determinada proporção de peso e
ensaiar apenas grãos menores que 12,5 mm, e a volume.
faixa granulométrica está disposta na Tabela 2.
Tabela 1. Distribuição granulométrica da faixa C1
Faixa Granulométrica
Tamanho dos
Massa (g)
grãos (mm)
50 4952
(a) (b)
37,5 4666 Figura 1. Ensaio de queda: (a) pesagem; (b) marca s
25 7856 utilizadas no ensaio.
19 6962
12,5 2112
4,75 905
2,36 831
0,075 1007
Total 29291
(a) (b)
Figura 2. Ensaio de queda: (a) lançamento da amostra; (b)
Aferição da altura.
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
foi colocado sobre um recipiente com areia, para
Após o lançamento da amostra, esta foi se garantir que este ficasse nivelado (Figura 4a).
acomodada para ficar a mais nivelada possível, e a Se colocou areia em cerca de 15 cm da altura do
amostra foi novamente pesada. Para cada altura permeâmetro. Sobre este material se colocou uma
foram feitos 3 ensaios e se tirou a média dos placa metálica, para que servisse de suporte para
valores, para se obter o peso especifico. amostra. Esta placa foi acoplada abaixo do ponto
É válido ressaltar, que o ensaio de queda além de saída de água, para não influenciar na vazão
de estabelecer o peso específico, ainda traz de saída (Figura 4b). Com um nível se garantiu
parâmetros executivos que podem ser utilizados que este estivesse na horizontal.
em campo, pois simula o lançamento dos grãos Em seguida, os piezômetros foram acoplados e
sobre o solo. Isto, justifica o fato de não ter sido um painel de leitura das cargas também,
incluído o ensaio de compactação nas baterias de conforme mostrado na Figura 3.
ensaios, pois em campo o dreno não é Para se manter a vazão de abastecimento
compactado diretamente. constante durante o ensaio, fez-se necessário a
montagem de um sistema com uma bomba de
3.2 Ensaio de permeabilidade alimentação. Ou seja, a bomba de alimentação
retirava água de um grande reservatório para
Para execução deste ensaio foi utilizada como abastecer o permeâmetro e, este lançava a água
base a norma NBR 13292 (ABNT, 1995). No de saída no reservatório. Com isso, tem-se uma
entanto, esta abrange materiais com grãos de no vazão constante, além do fato de se reutilizar a
máximo 19 mm. Desta forma, algumas modifica- água dos ensaios evitando assim desperdícios
ções se fizeram necessárias. conforme Figura 3.
Primeiramente, foi necessário a confecção de
um permeâmetro com dimensões adequadas para
o tamanho dos grãos. Como descrito na Tabela
1, o maior grão da amostra tem 50 mm de
diâmetro e, segundo a normativa citada
anteriormente, o permeâmetro deve ter diâmetro
interno entre 8 e 12 vezes do diâmetro do maior
grão da amostra. Logo, o diâmetro interno do
(a) (b)
permeâmetro utilizado foi de cerca de 40 cm, a Figura 4. Permeâmetro: (a) recipiente utilizado para o
altura total de 1,10 m e a altura útil, ou seja, a nivelamento; (b) disco metálico de suporte.
altura da amostra para o ensaio foi de 60 cm. O
permeâmetro foi feito com tubo PVC (Figura 3). Ao fim da montagem, se colocou a amostra dentro
No permeâmetro também foram acoplados do permeâmetro, sendo que está possuía altura
piezômetros para a aferição da carga sobre a útil de 60 cm. Então, a amostra foi saturada, ou
amostra, sendo que estes, durante a execução do seja, colocou-se água até que as bolhas de ar se
ensaio, auxiliaram no controle da carga evitando dissipassem e a altura de água começasse a se
assim caídas bruscas e desarranjo nas vazões. manter constante (Figura 5).
Figura 3. Configuração final do permeâmetro, com bomba Figura 5. Amostra sendo saturada.
e piezômetros instalados.
Em seguida, com o uso de um recipiente com
Após a confecção do permeâmetro, se
volume conhecido e de um cronômetro o ensaio
montou o ensaio. O permeâmetro montado
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
foi executado. Ou seja, mediu-se o tempo que se
gastava para se completar um determinado
volume. A carga hidráulica sobre a amostra era
de cerca de 76,5 cm de coluna de água. Por fim,
a temperatura da água no ensaio foi aferida.
(a) (b)
Figura 6. Montagem do corpo de prova: (a) lançamento da
amostra; (b) nivelamento da amostra.
1910,00 Permeabilidade.
1900,00 Volume Tempo k
1890,00 (cm³) (s) (cm/s)
1880,00 930 1,53 0,41
1870,00 930 1,53 0,41
0 5 10 15 20 25 30
895 1,27 0,47
AlturadeQueda(cm)
965 1,64 0,39
Figura 9 – Gráfico da Massa Específica vs Altura de Queda. 946 1,84 0,34
Por meio do gráfico da Figura 9, vê-se que 995 1,58 0,42
conforme aumenta-se a altura de queda da Kmédio (cm/s) 0,41
amostra, a massa específica também aumenta. Kcorrgido (cm/s) 0,36
Este fenômeno é esperado, pois conforme a altura
cresce maior o grau de empacotamento das Tendo em vista o material em questão tem-se que
partículas. o coeficiente de permeabilidade é igual a 3,6.10¹
Além disso, é visto que entre as alturas 10 a cm/s. Este valor é menor do que a permeabilidade
20 cm tem-se uma massa específica utilizada para materiais drenantes, no entanto, é
aproximadamente constante. Visto isto, pode-se maior que a permeabilidade de brita graduada
recomendar que a altura de queda para a simples.
disposição da escória de aciaria nos drenos em É valido ressaltar que esta permeabilidade
deve ser maior na faixa granulométrica usada
para colchão drenantes, pois neste os finos serão
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
desconsiderados, logo a permeabilidade do 1987). Até este dia, a expansão foi de
material tende a aumentar. aproximadamente 0%.
Neste trabalho, se optou por uma faixa mais Observando o resultado até o 11º dia, tem-se
ampla de granulometria para se conhecer melhor que dependendo da umidade a expansão muda,
o material em estudo. ou seja, a expansão depende do teor de água na
amostra inicial. No entanto, a maior expansão
4.3 Resultados e análises do ensaio de expansão. encontrada foi de 0,20%, ou seja, praticamente
desprezível.
Nesta seção serão apresentados os resultados A partir dos dados obtidos em ensaio foi
dos ensaios a luz das normas apresentadas na construído o gráfico mostrado na Figura 11.
Seção 3.3. A partir do gráfico vê-se que para esta
amostra, tem-se uma umidade ótima que é cerca
4.3.1 Resultados e análises segundo a norma de 5%, ou seja, nesta umidade a amostra
NBR 9895 (ABNT, 1987). apresentará a menor expansão, cerca de 0,05%
Expansão (%)
0,15
extensômetro.
0,10
Deste modo a expansão foi calculada
0,05
segundo a equação 2. 0,00
0,00 5,00 10,00 15,00
E =(( Lf – Li)*100) /He (2)
Umidade (%)
Onde, E é a expansão dada em porcentagem, Lf é
a última dada mm, e Li é a primeira leitura feita Figura 11 – Gráfico de Expansão vs Umidade.
dada em mm e He é a altura do copo de prova
dada em mm. 5 CONCLUSÃO
Por meio dos ensaios realizados neste
Também se aferiu a umidade desta amostra. O trabalho foi possível encontrar uma massa
valor encontrado foi de 1,24%. Como a leitura especifica média igual a 1886,65 kg/m³, um
inicial e final foram iguais a expansão neste índice permeabilidade igual a 3,6.10-¹ cm/s e
ensaio foi igual a 0%. Isto pode ter ocorrido uma expansão máxima de 0,20% na umidade
devido ao fato desta norma ter um tempo de 0,41%.
submersão pequeno e por ser uma norma Com isto, pode-se recomendar que a altura de
indicada para solos. lançamento deste material, em campo, deve estar
4.3.2 Resultados e análises da Normativa 113 entre 10 cm e 20 cm, pois nesta faixa a massa
(DNIT, 2009). específica se mantém constante, de tal modo que
os demais parâmetros geotécnicos permanecem
Na Tabela 10 apresenta-se as leituras feitas do constantes.
ensaio durante os 11 primeiros dias. Vale A permeabilidade encontrada é maior que a de
ressaltar que a norma fazer a recomendação de uma brita simplesmente graduada, no entanto é
serem ensaiados 14 dias. menor do que a usada em colchões drenantes. No
A umidade da amostra 1 era 0,41%, da entanto, na faixa escolhida se tem bastante
amostra 2 era 4,73% e da amostra 3 era 10,07%. materiais finos que não são utilizados em drenos.
A expansão foi calculada por meio da Eq. (2), Logo, recomenda-se o ensaio de permeabilidade
sendo que He é igual a 11,8 cm, pois foi
apenas para granulometrias acima de 25 mm, para
descontado 6 cm da altura total do corpo de
que assim o coeficiente de permeabilidade seja
prova, que era de 17,8 cm.
majorado.
Por meio das leituras feitas até o dia 4 é
possível ver que não houve grande expansão.
No que diz respeito a expansão, a máxima
Este fato pode validar o que ocorreu no ensaio de
apresentada é igual a 0,20%, fato que faz o
expansão baseado na norma NBR 9895 (ABNT,
material muito bom para o uso de drenos, pois
não ocorrerá grandes expansões assim não
trazendo danos estruturais para bases e sub-base
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
de pavimentos. Ainda foi estimada uma umidade
ótima de cerca de 5% para se obter uma expansão
praticamente nula.
E válido ressaltar que neste trabalho as
normativas citadas foram utilizadas apenas como
referência e nenhuma foi seguida a rigor.
A escória de aciaria se mostrou um material
com grande potencial para fins de drenagem.
Além de apresentar bons parâmetros geotéc-
nicos, apresenta ganhos ambientais, tais como
uma destinação para a escória de aciaria e o
incentivo ao não uso das pedreiras, além de poder
trazer vantagens econômicas. No entanto, são
necessários estudos de viabilidade deste produto,
além de se garantir que este é um material inerte,
ou seja, não trará mudanças na água que
percolará por ele.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Esse trabalho tem como intuito de analisar o fosfogesso como material para ser
misturado com solo com diferentes teores de fosfogesso para que possa ser utilizado como sub-base
em obras rodoviárias. Para tanto foram feitos ensaios geotécnicos para caracterizar o material
natural e as misturas e também foi feito ensaio de compactação e ISC para saber se haveria um
incremento de resistência do. O fosfogesso foi coletado de uma indústria de fertilizantes em
Catalão-GO. O solo foi retirado de uma jazida utilizada pelo DER-DF que fica próximo a rodovia
DF-435. Foram utilizados os seguintes teores de fosfogesso: sem aditivos (natural), 8%, 15% e
20%. Foi possível observar que ao aumentar o teor de fosfogesso houve aumento da umidade ótima
e redução do peso especifico. No ensaio de ISC, observou-se que a melhor porcentagem de
fosfogesso foi de 15% e que as misturas podem ser utilizadas para sub-base.
2 EXPERIMENTO REALIZADOS tem-se amostras mais uniformes e homogêneas.
Após a realização do ensaio de compactação
O solo utilizado nessa pesquisa é proveniente de foi feito o ensaio de expansão e penetração com
uma jazida do DER-DF que fica localizada ao todos os corpos de prova, o ensaio de expansão
longo da rodovia DF-435 nas proximidades de foi realizado seguindo a norma ABNT NBR
Brazlândia. O fosfogesso foi coletado de uma 9895/1987 – Solo – Indicie Suporte Califórnia
indústria em se encontra em Catalão-GO
3 RESULTADOS E ANÁLISES
2.1 Preparação das amostras
3.1 Análise granulométrica
Foi escavado aproximadamente 200 Kg de
material com ferramentas manuais e colocados A análise granulométrica foi realizada por
em sacos de 50 Kg. A retirada do material foi peneiramento fino, peneiramento grosso e
feita de forma cuidadosa para que ele ficasse o sedimentação. Na Tabela 1 apresenta o resumo
mais homogêneo possível. do resultado da caracterização do material
Após a coleta de todo o material, este foi natural sem o uso do defloculante
levado para o laboratório do UniCEUB da asa
norte, para preparação dos devidos ensaios Tabela 1. Caracterização do solo sem defloculante
MATERIAL % do material
geotécnicos.
As análises feitas por Takeda (1998), no
20,0<Pedregulho
fosfogesso produzido nas indústrias de grosso<60,0 2,1
fertilizantes em São Paulo, mostraram que o
fosfogesso possui um comportamento 6,0<Pedregulho
granulométrico como um silte médio<20,0 17,3
Foram feitos os ensaios de análise
granulométrica que é basicamente a 2,0<Pedregulho fino<6,0 13,5
determinação do tamanho dos diâmetros das
várias partículas que há no solo. O método de 0,6<Areia grossa<2,0 17,0
para analise granulométrica é descrito pela
norma ABNT NBR 7181/84 – Solo – Análise 0,2<Areia média<0,6 22,3
granulométrica que com esse método é possível
obter a curva de distribuição granulométrica e
fazer a classificação do solo a partir dela. 0,06< Areia fina <0,2 17,2
Os limites de Atterberg são os limites de
liquidez e limite de plasticidade que servem
para descrever a consistência de solo granulares 0,002 < Silte < 0,06 10,4
finos com teores de umidade que variam e
também foi realizado o ensaio MCT. Argila < 0,002 0,2
total
A execução do ensaio de compactação foi 97,9
baseada na norma a ABNT NBR 7182/1986 –
Solo – Ensaio de Compactação. Esse ensaio Na Tabela 1 é possível observar que o
normatizado vem com o objetivo de encontrar a material possui uma quantidade expressiva de
relação entre o teor de umidade (w%) e a massa material grosso e uma quantidade grande de
especifica aparente seca (ڜd), quando o solo areai, logo é possível observar que esse material
sofre uma compactação de uma dada energia. é um solo pedregulhoso arenoso.
Os ensaios foram feitos para o solo natural e O resultado da análise granulométrica
com as porcentagens de fosfogesso de 8%, resumido está na Tabela 2. Nessa Tabela 2 é
10%, 15% e 20%. A energia de compactação possível verificar que a quantidade de material
usada foi a intermediária com 26 golpes. Usou- granular continua sendo o mesmo, porém no
se uma máquina de compactação, pois assim material arenoso é possível ver que o tipo de
MassaEspecificaAprenteSeca
0%;16,69
peso especifico aparente seco nas amostras com 16,55
o aumento do teor de mistura de fosfogesso. A 16,5
umidade ótima também sofreu uma tendência 8%;16,05
de queda com o aumento da quantidade de 16
fosfogesso. 20%;
15,5 15,37
CurvasdeCompactação 15
14,5
17,00 0% 8% 15% 20%
0
16,50 % Teor de Fosfogesso (%)
ɶd(KN/m3)
16,00 8
% Figura 3. Peso Específico Aparente Seco x Teor de
15,50 Fosfogesso
15
15,00 %
14,50 20 Ao analisar a Figura 3 é possível observar que
% para mesma umidade que é cerca de 18%, tem-
14,00
se um valor de peso especifico seco maior para
10,0 20,0 30,0
a porcentagem de 15% de fosfogesso que foi de
W(%) 16,55 Kn/m3. Um valor muito próximo do solo
natural em sua umidade ótima.
Figura 2. Curvas de Compactação
24,00
outras porcentagens de 8%, e 20% mostradas
20,00
nessa pesquisa não obtiveram os mesmos
16,00
resultados, quando comparada ao solo sem
12,00
aditivo.
8,00
Observou-se nessa pesquisa que o solo natural
4,00 atende os parâmetros do Manual de
0,00 Pavimentação do DNIT para sub-base e
0 8 15 20
TEORDEFOSFOGESSO(%) subleito, pois possuem um ISC% maior que
20%.
Figura 4. ISC X Teor de Fosfogesso Conclui-se, que as misturas podem ser
aplicadas para sub-base e subleito rodoviários,
Na Figura 5 é possível ver a comparação dos pois para essas finalidades a mistura de 15%
resultados de penetração com as diferentes apresenta os parâmetros mínimos necessários
misturas. Os resultados escolhidos para esse solicitados pelo Manual de Pavimentação do
gráfico foram baseados nos corpos de provas DNIT, que exige um ISC de 20% para a sub-
que obtiveram maiores valores de ISC (%) para base. Para o reforço do subleito, um ISC maior
cada teor de mistura. Ao analisar a figura 5, que de projeto, logo dependendo do projeto é
consegue-se verificar uma tendência de queda possível utilizar como subleito.
nos valores de pressão com o aumento do teor
de fosfogesso, porém é notável que a mistura de
15% se sobressai em relação a todos os AGRADECIMENTOS
resultados novamente, tendo o maior valor de
penetração. Antes de tudo, agradeço a Deus por me
conceder saúde e oportunidade de concluir mais
essa etapa da minha vida.
TEMA 3
A Importância do Controle da Qualidade de Estacas
Pedro Cavalheiro Ribeiro da Silva
Concremat Engenharia e Tecnologia SA, São Paulo, Brasil, pcavalheiro1@gmail.com
2 ENSAIOS EM ESTACAS Para a medição durante o ensaio, monta-se um
sistema composto por deflectômetros com
A seguir serão apresentados os principais ensaios precisão mínima de 0,01 mm e curso apropriado
disponíveis para avaliação da qualidade de (mínimo 30 mm). As cargas aplicadas no topo da
estacas, no que diz respeito a integridade e estaca são controladas através de manômetro
capacidade de carga das mesmas. instalado no sistema de alimentação do macaco
hidráulico ou célula de carga instalada sobre o
2.1 Prova de Carga Estática (PCE) macaco hidráulico.
No resultado dos ensaios tem-se uma curva
Este ensaio tem como objetivo verificar o carga versus deslocamento (recalque), onde
comportamento das estacas previsto em projeto, figuram as anotações feitas no início e fim de
por meio da aplicação de esforços estáticos e do cada estágio de carregamento e
registro de deslocamentos correspondentes. As descarregamento.
principais normas da ABNT relacionadas a este A quantidade de ensaios deve ser definida
ensaio são: NBR 6122/10 – “Projeto e Execução conforme normatização vigente e especificações
de Fundações” e NBR 12131/06 – “Estacas - de projeto, sendo geralmente 1 % das estacas da
Prova de carga estática - Método de ensaio”. obra, arredondando-se para mais.
O ensaio consiste na aplicação de cargas A execução da prova de carga pode ter
crescentes sobre uma estaca, por meio de macaco carregamento lento, rápido ou misto, cujos
hidráulico, reagindo contra um sistema estável estágios de carregamento e critérios de
de reação, com capacidade suficiente para estabilização são definidos na norma NBR
garantir que o ensaio alcance a carga de ensaio 12131/06.
com segurança. Dentre os principais tipos de Na Figura 1 tem-se uma foto de uma
reação, pode-se citar: montagem para a execução de uma PCE.
x “Cargueira”: trata-se de uma plataforma
com peso composto por areia, ferro,
água, entre outros. Este tipo de reação é
pouco utilizado atualmente devido à
dificuldade de realização e ao alto risco
envolvido;
x Estacas de reação: o sistema é composto
por vigas ancoradas às estacas vizinhas,
através de barras roscadas, trabalhando à
tração. Este sistema passou a ser usual
com a evolução das barras roscadas que
suportam cargas cada vez mais elevadas;
x “Capacetes”: este sistema é composto
por uma estrutura metálica ancorada no
terreno através de tirantes. No Brasil este
sistema é mais usual em Provas de Carga
em estacas de grande diâmetro, com Figura 1. Exemplo de Prova de Carga Estática realizada
cargas mais elevadas; com “capacete”. (Fonte: Concremat)
x Célula expansiva: este processo
alternativo foi desenvolvido por um Um aspecto que deve ser verificado se dá nos
brasileiro (Silva, 1986), em que uma casos em que pode ocorrer efeito de atrito
célula é introduzida no fuste da estaca negativo. Nesse caso, as camadas que irão gerar
antes da concretagem. Neste caso a parte atrito negativo oferecerão atrito positivo durante
superior da estaca trabalha à compressão a prova de carga. Assim, a estaca deverá atender
enquanto a parte superior da estaca ao que exige a norma para carga útil somada com
funciona como reação trabalhando à a negativa. (Velloso e Lopes, 2010)
tração.
Os métodos apresentados são atualmente os A execução de prova de carga estática foi do tipo
principais ensaios para avaliação da qualidade de lenta, com carga de ensaio de 263 tf. As cargas
estacas. No entanto, existem outros métodos para são aplicadas conforme descrito em norma NBR
avaliação da qualidade de fundações profundas 12131/06 com incrementos de carga de 20% da
como, por exemplo, Saximeter para carga de trabalho. Abaixo na Tabela 1 apresenta-
monitoramento do martelo e da estaca durante a se o plano de carga utilizado no ensaio, definido
cravação, Gamma-Gamma Logging (GGL) que para o macaco específico do ensaio.
utiliza um emissor radioativo por método cross-
hole, Parallel Inductive Method (PIM) para Tabela 1. Estágios de carregamento.
avaliação de estacas metálicas, entre outros. Estágios Carga (tf) Pressão (kgf/cm²)
(Hussein e Likins, 2005)
1 26,0 23,0
2 52,0 54,0
3 CASO DE OBRA
3 78,0 84,0
4 105,0 114,0
A seguir descreve-se um caso de obra no Brasil, 5 131,0 144,0
no qual a realização de ensaios para avaliação da 6 157,0 190,0
qualidade das estacas foi fundamental para 7 171,0 190,0
garantir um desempenho adequado das 8 184,0 205,0
fundações como elemento estrutural. 9 197,0 220,0
10 210,0 235,0
3.1 Características da Obra 11 223,0 250,0
12 236,0 265,0
A obra em questão está situada na região 13 249,0 280,0
14 263,0 295,0
metropolitana da cidade de São Paulo, onde as
sondagens indicam solo aluvionar arenoso, com
baixa capacidade de suporte, a profundidade de Após o carregamento previsto, a carga foi
aproximadamente 4,0 m de profundidade, com estabilizada durante um período de 12 horas e em
espessuras variáveis. Sob a camada de solo seguida procedeu-se ao descarregamento em 4
encontra-se o maciço rochoso, a estágios, conforme Tabela 2 abaixo:
aproximadamente 5,0 m de profundidade
próximo ao local em estudo.
As fundações da obra são compostas por
Tabela 2. Estágios de descarregamento.
-10
um martelo elétrico pequeno, em um ângulo de
ataque horizontal, garantindo que não sejam
-15 geradas trincas durante este processo. Os sinais
PCE - Ensaio 1 foram registrados e obtida a média para análise
-20
PCE - Ensaio 2 dos resultados.
-25
3.3.2 Resultado do Ensaio PIT
Figura 6. Gráfico carga x deslocamento dos ensaios de
PCE. Foram 267 estacas ensaiadas e a maior parte dos
ensaios apresentaram resultados satisfatórios,
Por meio do gráfico apresentado na Figura 6, indicando estacas íntegras, sem qualquer
é possível notar que no Ensaio 1 a estaca variação de impedância ao longo da
suportou, aproximadamente, 2 vezes sua carga profundidade, conforme é o caso observado na
de projeto, que ocasionou um deslocamento de Figura 7.
3,5 mm. No descarregamento, teve-se um
residual de 1,1mm.
Na mesma figura é possível observar que no
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Figura 9. Exemplo de resultado do ensaio PIT, indicando No presente estudo foram apresentados os
estaca com anomalia. principais métodos utilizados atualmente para
controle de qualidade de fundações profundas.
Estes ensaios que apresentaram redução de São vários os métodos e cada um deles possuem
impedância são condizentes com os resultados características próprias e complementares entre
de PCE’s realizados na obra, que indicaram si.
capacidade de carga inferior ao previsto em O estudo de caso analisado inicialmente
projeto, provavelmente por dano ou redução de indicou, por meio de ensaios de PCE, uma
seção das estacas. deficiência na capacidade de carga em uma das
estacas da obra. Devido a esse resultado
3.2.3 Interpretação do Resultado indesejado, optou-se por realizar ensaios de PIT
no restante das estacas da obra, o que foi possível
A magnitude dos possíveis danos encontrados só identificar mais 8 estacas com anomalia.
pode ser estimada quando a ponta da estaca está Estes resultados deixam evidente a
aparente no sinal. Nesse caso, as amplitudes de importância da realização de ensaios in situ para
reflexão da ponta e do pulso inicial devem ser avaliar a qualidade das estacas como elemento
igualadas e a intensidade da variação de de fundação, podendo assim prevenir futuros
impedância pode ser calculada pelo método imprevistos na obra.
Beta. De maneira simplificada, ȕ é a razão da
variação de impedância Z2 para Z1 (Rausche e
Goble, 1979): AGRADECIMENTOS
RESUMO: Neste artigo investigou-se o efeito das injeções de maciços no projeto e execução de Solo
Grampeado Injetado. Essa investigação deu-se por meio da análise de uma contenção de obra urbana,
de quase 18 m de altura, executada em São Paulo/SP em 2010. A obra, realizada pela Solotrat,
apresentava extensômetros múltiplos como dispositivo de controle de deformações. Com o acesso
aos dados obtidos nos extensômetros, realizou-se simulações numéricas para comparar-se como a
obra se comportaria com e sem o efeito das injeções. Os resultados sugerem que as deformações
irrelevantes obtidas em obra só poderiam ser atingidas em simulações numéricas caso a maior
interação maciço-chumbador fosse considerada. Essa maior interação, quando comparada ao Solo
Grampeado não injetado, é possibilitada pelas injeções de maciço multifásicas da Solotrat.
chumbadores, o aumento da coesão local do que permitem diferenciar o Solo Grampeado
maciço, a diminuição da permeabilidade global Injetado de um Solo Grampeado não injetado, o
da contenção e a homogeneização do solo sendo estudo de caso de uma obra de Solo Grampeado
tratado. Além disso a execução da técnica não Injetado será apresentado, com simulações
envolve grandes equipamentos e atividades que numéricas computacionais.
conturbem as vizinhanças. Detalhes executivos
do Solo Grampeado Injetado podem ser vistos 2 ESTUDO DE CASO – CONTENÇÕES
em Zirlis et al. (2015). DA AVENIDA PUJOL
Não obstante, mesmo após o amplo emprego
bem-sucedido do Solo Grampeado Injetado em Como parte da construção de um edifício
obras urbanas, a premissa de que qualquer obra residencial que requeria 2 pavimentos de
de Solo Grampeado gera deformações garagens, uma contenção em Solo Grampeado
inadmissíveis ainda é difundida. Essa premissa Injetado foi projetada (Hosken, 2010). A fase
advém não só de projetos que não consideram a final de execução da obra pode ser observada na
influência das injeções no comportamento do Figura 2.
maciço sendo contido, mas também de
execuções de contenções em meio urbano por
meio de Solo Grampeado não injetado, em que
há somente o preenchimento de calda de cimento
no espaço anelar (bainha) entre o furo e o grampo
(barra metálica constituinte do chumbador). A
diferença de conceito pode ser entendida na
Figura 1.
Udo Gebrath
State Grid Brazil Holding S.A., Rio de Janeiro, Brasil, udo.gebrath@stategrid.com.br
1 INTRODUÇÃO Depressão do Alto Tocantins. Esses relevos são
sustentados por rochas do embasamento
Geralmente a fase de implantação de um cristalino de idade arqueana e proterozoicas,
empreendimento linear como uma linha de rochas sedimentares e ígneas mesozoicas e
transmissão (LT) de energia elétrica é a que coberturas detrito-lateríticas cenozoicas.
provoca os maiores impactos ao meio ambiente. A região está inserida no Domínio
Para isso, são necessárias ações que produzam Morfoclimático dos Chapadões Tropicais
efeitos práticos e rápidos à recuperação das áreas recobertos por Cerrados e penetrados por
afetadas pela instalação do empreendimento Florestas Galerias que apresenta temperaturas
e(ou) decorrentes da ação da natureza, mas elevadas e períodos de chuva bem definidos. Os
também por questões antrópicas. Nesse meses de verão: dezembro, janeiro e fevereiro
contexto, Adotam-se critérios e dispositivos a são os mais chuvosos, sendo os períodos mais
serem considerados no sentido de recuperar, secos os meses de maio a setembro.
proteger e estabilizar os locais afetados e buscar Verifica-se que as principais restrições
o equilíbrio com as áreas circunvizinhas visando relativas ao meio físico, na Área de Influência
à continuidade da operação e manutenção da LT. Direta (AID), são as serras e escarpas com maior
Para isso, busca-se apresentar um diagnóstico de intensidade no trecho norte. Essas formações
impactos desses empreendimentos, mas também interceptam em alguns trechos transversalmente
procedimentos usuais para tentar devolver às à AID. A Figura 1 apresenta o traçado de
áreas afetadas, as características ambientais localização do empreendimento, na Figura 2
quais eram antes e(ou) adequá-las à nova mostra-se vista geral do relevo típico no trecho
realidade, e necessárias também à operação e norte da linha de transmissão, e na Figura 3
manutenção de uma LT instalada nos Estados de apresenta-se encosta característica, bem como
Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais. escorregamentos naturais ocorrentes, mesmo
sem intervenções antrópicas.
2 CARACTERÍSTICAS E
49°00” 48°30” 48°00” 47°30” 47°00”
SE-Serra da Mesa 2
DF
na Região Administrativa Recanto das Emas no Santo Antônio
Brasília
do Descoberto SE-Samambaia
Valparaíso
ÁREAS DE INFLUÊNCIA
Paracatu
17°30”
Ouvidor Davinópolis
Araguari
Francisco. Composta de áreas dissecadas pelos 49°00” 48°30” 48°00” 47°30” 47°00” 46°30”
5.5 Construção de Gabião com Pedra-de- Figura 12. Consorciamento de gramíneas e leguminosas,
Mão Local associado a biomanta.
Figura 15. Aplicação de biomanta e tela metálica para Técnica desenvolvida em 2009, pelo Geólogo
fixação. Álvaro Rodrigues Santos, é subsidiada na
pulverização de calda fluida de cal com
5.8 Execução de Sistema de Contenção com aglutinantes fixadores sobre as superfícies de
Sacaria solo a serem protegidos (Figuras 19). O grande
trunfo da técnica Cal-Jet é assegurado pela
O sistema com sacaria, denominado por alguns conjunção dos seguintes atributos: bom
como rip-rap, é uma técnica alternativa para
5.10 Semeadura
6 CONCLUSÕES
Segundo o comunicado técnico da Embrapa, nº
105 (2007), o estilosante-campo-grande não Este artigo procurou apresentar os
necessita de preparo prévio do solo, contanto que procedimentos adotados para tentar devolver às
se aumente a quantidade de sementes aplicadas. áreas que sofreram interferências, as
A semeadura ideal deve ter profundidade de 1 a características ambientais quais eram antes e(ou)
3 cm, pois superficialmente ou a profundidades adequá-las à nova realidade, e necessárias
maiores não há bom estabelecimento da planta. também à operação e manutenção de uma linha
A área a ser revegetada possui alta declividade e, de transmissão, e atualmente, ano de 2017, os
seguindo a recomendação do Manual Técnico de processos executivos se encontram em
Recuperação de Áreas Degradadas do IBAMA andamento e os devidos acompanhamento são
(1990) para essas condições utiliza-se a técnica realizados para que publicações futuras possam
de hidrossemeadura e em complemento, a mostrar o comportamento de cada solução
manual (ou a lanço). utilizada.
5.10.1 Hidrossemeadura
AGRADECIMENTOS
Consiste em semear espécies herbáceas em meio
aquo-pastoso, composto por substâncias que A State Grid Brazil Holding S.A., a Dossel
auxiliam na fixação e crescimento das plantas e, Ambiental Consultoria e Projetos Ltda., a
na retenção da umidade. Exige equipamento Reforsolo Engenharia Ltda., MMJ Engenharia
adequado, consistindo em moto-bomba e tanque Ltda., Universidade Católica de Brasília (UCB),
com pás agitadoras, além de uma mangueira ou Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e
canhão para dispersão da mistura (IBAMA, ao Instituto de Ensino Superior Planalto com
1990). contribuições importantes que tornaram possível
a realização deste trabalho.
5.10.2 Semeadura Manual
RESUMO: Apresenta-se, neste trabalho um estudo de caso de uma obra no município de Cuiabá, em
que no desenvolver do projeto de fundações optou-se pelo uso de estacas hélice contínua em
determinados locais da edificação. O estudo consiste na comparação entre as capacidades de carga
determinadas por métodos semi-empíricos tradicionais e um método específico para a estaca hélice
contínua com as cargas de ruptura encontrada em ensaios de prova de carga. Primeiramente, fez-se
investigações geotécnicas por meio de sondagem a percussão SPT (Standard Penetration Test) para
reconhecimento do perfil de solo da obra, determinando assim as correlações empíricas para o método
de cálculo da capacidade de carga axial pelo método de Décourt e Quaresma (1982), Aoki e Velloso
(1975) e Antunes e Cabral (1996). As provas de cargas realizadas em seis estacas do tipo hélice
contínua, forneceram por meio de extrapolação de Van de Veen, a carga de ruptura determinada no
ensaio. Após as análises feitas, chegou-se à conclusão de que mais ensaios de provas de cargas devem
ser feitos para avaliar a carga de ruptura que esgota a ligação esta-solo e determinar assim, novos
correlações empíricas calibradas para o solo do município de Cuiabá.
década de 1990 tornou-se consolidada no país de fundação. Portanto, precisa-se examinar a
com a importação de equipamentos segurança em relação a perda da capacidade de
especializados com maior poder de arranque carga e avaliar os recalques sob as cargas de
para a execução da estaca hélice contínua. Hoje, serviço.
é possível executar uma estaca de até 1200 mm Deste modo, para a determinação da carga
de diâmetro e 32 metros de comprimento, e de admissível deve-se primeiramente determinar a
acordo com a evolução dos equipamentos estas carga de ruptura, também conhecida como
dimensões só tendem a aumentar. capacidade de carga axial.
De acordo com van Impe apud ANJOS A prática mais comum para se determinar a
(2006), as estacas escavadas representam mais capacidade de carga axial é a adoção de métodos
da metade da preferência no mundo. Seu uso tem semi empíricos que se baseiam em ensaios in situ
se estendido, além de estaca de carga, à execução de penetração (CPT e SPT).
de paredes de estacas para contenção de Existem vários métodos de cálculo para a
encostas, pré-furos para estaqueamento com previsão da carga última das fundações
perfis metálicos ou estacas pré-moldadas de profundas. No caso particular da estaca hélice
concreto, objetivando a transposição de camadas contínua, podem ser utilizados alguns métodos
do solo com SPT mais elevado. gerais, aplicáveis a vários tipo de estacas, em que
Atualmente, o emprego de estaca de hélice se destacam os métodos descritos por Aoki e
contínua vem se difundindo no município de Velloso (1975), Deucourt e Quaresma (1978),
Cuiabá, em algumas obras na região, opta-se Velloso (1981) e Teixeira (1996).
pela troca de fundação, dando preferência a este Além de métodos específicos para a
tipo de estaca. Entretanto, nota-se que, muitas determinação da carga última de estacas do tipo
vezes a capacidade de carga da estaca hélice, tais como os métodos de Antunes e
determinada através do dimensionamento semi- Cabral (1996) e de Alonso (1996).
empírico não condiz com a capacidade de carga
determinada na prova de carga, necessitando 2.3 Prova de Carga
assim, de uma análise detalhada.
Dentre os ensaios de campo mais utilizados
na engenharia de fundações, destacam-se as
2 CONTEXTUALIZAÇÃO provas de cargas estáticas como um dos mais
importantes. A comprovação da importância
2.1 Estacas hélice contínua dada a este ensaio está na norma técnica
brasileira de projetos de execução de fundações
A estaca hélice contínua é uma estaca de NBR 6122 da ABNT, recentemente revisada. .
concreto moldada in loco, executada por meio de Em seu novo contexto, a norma admite um
trado contínuo e injeção de concreto, sob pressão significativa redução em coeficientes de
controlada, através da haste central do trado segurança a serem adotados em projetos,
simultaneamente a sua retirada. utilizados no cálculo de cargas admissíveis,
desde que tenham sido realizadas,
2.2 Capacidade de Carga axial primeiramente, provas de carga em quantidade
adequada. (FALCONI, 1998)
Um projeto de fundações deve garantir, não A prova de carga tradicional ou estática é um
somente a estabilidade do terreno de suporte mas ensaio do tipo “tensão x deformação” realizado
também o próprio elemento estrutural. Sendo no solo estudado para receber as solicitações, ou
assim, a norma 6122 (1996) estabelece que a em um elemento estrutural de fundação
carga admissível sobre uma estaca ou tubulão construído para a obra ou especialmente para ser
isolado é a força aplicada sobre a mesma testado.
provocando apenas recalques que a construção Os ensaios realizados são utilizados
pode suportar sem inconvenientes e oferecendo, principalmente como verificação de desempenho
simultaneamente, segurança satisfatória contra a de um elemento estrutura de fundação, quanto à
ruptura ou escoamento do solo ou do elemento ruptura e recalques.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
A obra analisada neste trabalho é a construção 3.2 Características geotécnicas do local da obra
do novo Hospital e Pronto-Socorro Municipal de
Cuiabá. O ensaio de investigação geotécnico mais
Segundo dados do INPE (2017), Cuiabá difundido no Brasil é o SPT, assim, o seu uso é
possui um clima tropical úmido, com frequente em métodos semi-empíricos de
temperaturas elevadas e alto índice dimensionamento como demostrados
pluviométrico. A precipitação Anual gira em anteriormente neste trabalho.
torno de 1350mm, com chuvas concentradas Deste modo, o estudo consistiu na análise de
principalmente entre os meses de Setembro e boletins de sondagens para determinação de
Maio, tendo precipitação máxima no mês de resistência e classificação do solo.
janeiro, de aproximadamente 250mm. Cuiabá é Foram realizadas 4 sondagens mistas
considerada uma das regiões mais quentes do (Sondagem rotativa e percussiva) e 24 sondagens
país, com temperatura média mensal de 27ºC nos à percussão (Standard Penetration Test) em toda
meses de outubro a março. a área que compreende a projeção da construção,
A obra é classificada como uma construção de os furos no canteiro foram dispostos conforme o
médio porte, com ocupação de 21 mil metros croqui da figura 15 logo abaixo.
quadrados, localizada na Rua Orivaldo M. de Pela proximidade com as estacas ensaiadas
Souza S/N no bairro Ribeirão do Lipa, próximo neste trabalho, apenas os furos de Sondagem
ao Centro de Eventos do Pantanal, no município SPT 2, SPT 7, SPT 18 SPT 22 E SPT 24 foram
de Cuiabá a 15º 33’24,59” de latitude sul e considerados e estão destacados na figura 2
56º06’24,59” de longitude oeste e que tem como abaixo.
objetivo diminuir a superlotação das demais
unidades de pronto atendimento do município de
Cuiabá.
A fundação deste empreendimento está
concluída e em determinados pontos da obra,
optou-se pelo uso da estaca tipo hélice contínua.
3.3.2 Objetivos
PAE 101 40 5,50 127,2 63,60 Tabela 4. Carga de ruptura das estacas
PAF 103 40 5,50 106 53,00 Estaca Carga de Extrapolação de r²
ruptura Van Der Veen
PF 103 60 7,50 625,6 312,80 (kN) (kN)
PQ 106 60 6,50 508,9 254,45 PAE 101 127,2 153 0,99262
PAF 103 106 - -
PE 107 60 8,50 508,9 254,45 PF 103 625,6 - -
PQ 106 508,9 520 0,99224
PS 120 60 7,50 900 450,00
PE 107 508,9 550 0,99104
PS 120 900 960 0,81226
De acordo com os deslocamentos
correspondentes as cargas aplicadas no ensaio de 4.3 Capacidade de carga pelos métodos semi-
cada estaca, elaborou-se o gráfico carga empíricos
recalque, resumidamente apresentado no gráfico
2 logo abaixo. Com os dados fornecidos pela sondagem a
percussão próximas as estacas ensaiadas, se
Gráfico 2. Curva carga x recalque das estacas obteve um perfil de solo em que foi possível
Carga aplicada (kN) determinar coeficientes de correções para os
0 200 400 600 800 métodos Décourt e Quaresma (1982) e Aoki e
0 Velloso (1975).
Como o tipo de solo encontrado nas camadas
0,5 de sondagem não variam muito, apresentando
1 predominância de solo silto arenoso, estes
coeficientes foram generalizados para todas as
Deslocamento (mm)
1372 1357,17
1231,5
4.3.4 Capacidade de carga da estaca PQ 106
Capacidade de carga (kN)
1036,726
Já nos resultados do dimensionamento da
capacidade de carga da estaca PQ 106 é possível
838,805
notar que em alguns métodos a capacidade de
686
615,75 629,573678,585 carga determinada pela norma NBR 6122:2010 é
518,363 531,557
419,798
477,7 433,535 inferior à capacidade de carga determinada pela
prova de carga.
106 106 106 106 106 Estes resultados são apresentados no gráfico
6.
inferior superior média
O método de Décourt-Quaresma (1982)
Decoúrte Aokie AntuneseCabral(1996) forneceu valores abaixo da carga de ruptura
Quaresma Velloso encontrada no ensaio de prova de carga,
(1982) (1975)
portando mais conservadores.
Provadecarga
Verificou-se também que, novamente, o
Cargaadmissível método Antunes-Cabral (1996) pelo limite
NormaNBR6122:2010 inferior do intervalo dos fatores apresenta
proximidade com os valores determinados pelo
método de Décourt e Quaresma.
4.3.3 Capacidade da carga da estaca PF 103
2122,25
1682,5 1847,0225
1541,09 1426 1346,565 1226,928
1080,6 1012,788
714,406 808,458
1333,135 550 550 550 550 550
1132 1051,805
841,25 770,545 751,532 inferior superior média
580,9 625,944
520
464,369 520 520
500,456 520 520 Decoúrte Aokie AntuneseCabral(1996)
Quaresma Velloso
(1982) (1975)
inferior superior média
Decoúrte Aokie AntuneseCabral(1996) Provadecarga
Quaresma Velloso
(1982) (1975) NormaNBR6122:2010
Cargaadmissível Cargaadmissível
NormaNBR6122:2010
Provadecarga
Devido aos esforços da estrutura computarem
à estaca uma solicitação maior, a carga máxima
4.3.5 Capacidade de carga da estaca PE 107 atingida pelo de ensaio de prova de carga foi de
duas vezes a carga prevista de projeto,
Os resultados dos cálculos para a determinando uma carga de ruptura 1,08 vezes
determinação da capacidade de carga da estaca do que a ensaiada.
PE 107 pelos métodos semi-empíricos são No entanto, é possível inferir do gráfico 7 que
expressos no gráfico 7. a discrepância de valores de capacidade de carga
semi-empírica é muito alta em relação a
capacidade de carga determinada pelo ensaio.
Os valor que mais se aproximou da
capacidade de carga determinada pela prova de
carga foi aquele determinado pelo método
Décourt-Quaresma (1982) seguindo as
especificações da norma NBR 6122:2010 sobre
a porcentagem de carga máxima resistida pela
ponta. E mesmo assim, ainda encontram-se
contrários a segurança.
ALBUQUERQUE, P. J.R. (2001) Estacas escavadas, CONCIANI, W.; SILVA, W. P.; CAMPOS, I. C.
hélice contínua e ômega: estudo do comportamento à O. Características de deformabilidade dos solos
compressão em solo residual diabásio, através de provas saprolíticos da baixada cuiabana através de
de carga instrumentadas em profundidade. 260p. Tese ensaios de campo e laboratório. In:
(Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São. COBRAMSEG, 13., 2006, Curitiba. Anais...
São Paulo. Curitiba: ABMS, 2006. p. 1-6.
ANTUNES, W. R.; TAROZZO, H. (1996). Estacas tipo
hélice contínua. In: HACHICH, W. ; et al. Fundações: DECOURT, L. et al. Fundações: teoria e prática. 2 ed.
teoria e prática. São Paulo: ed. PINI. São Paulo: Editora pini Ltda.,1998. P. 275-276.
Camila Oltramari
Centro Universitário FAG, Cascavel, PR, Brasil, ca_oltramari@hotmail.com
Diante disso, este tema foi escolhido visto a Quando o empuxo lateral é combatido apenas
dificuldade que as construtoras enfrentam em pelo engaste da cortina no solo (ficha), a cortina
escolher a melhor solução na contenção de é dita em balanço. Caso a ficha não seja suficiente
subsolos. para equilibrar o empuxo lateral, pode-se
Atualmente, os edifícios localizados no considerar o uso de tirantes, a fim de providenciar
município de Cascavel/PR estão sendo um suporte lateral adequado (SANTOS, 2013).
executados com cerca de vinte pavimentos, o que Este sistema de contenção tem seu processo
necessita em geral de dois ou mais subsolos. executivo semelhante ao da estaca escavada sem
Desta forma, o presente estudo baseou-se nestas tirante, porém são executados os tirantes nas
informações para sua realização. cotas previstas em projeto em geral entre as
Com isso o presente artigo apresenta o estacas e unidos a partir de viga metálica ou
comparativo de custo entre os quatro sistemas de concreto ao longo da cortina, que tem a função
contenções, sendo elas parede diafragma, cortina de receber a carga da contenção e dissipar nos
de estacas escavadas com trado mecânico com e tirantes.
sem a utilização de tirante e cortina em estacas O uso de tirantes possui como inconveniente
metálicas cravadas com fechamento em placas de o tempo de instalação e, como são instalados
concreto, que são as mais indicadas e com maior além dos limites do terreno, podem influenciar
disponibilidade de equipamentos próximos a as fundações contíguas e necessitam de
região em estudo. autorização dos proprietários dos terrenos
vizinhos para sua execução.
Tanto a viga de coroamento, executada no
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA topo da estaca, quanto a viga de solidarização
intermediaria, executada entre o topo e o fundo
2.1 Parede Diafragma da estaca, são utilizadas nas estacas escavadas,
com ou sem tirantes, dependendo de quais e
A parede diafragma permite executar, ao longo de quantas forem necessárias para sua
todo o perímetro da contenção, uma parede estabilização.
continua de concreto armado, sem provocar Ambas possuem a mesma função, que é a
vibrações ou desconfinar o terreno adjacente distribuição dos esforços ao longo das estacas,
praticamente em qualquer tipo de solo, acima ou podendo servir também de apoio às ancoragens.
abaixo do nível d’água (HACHICH, 1998).
Esta operação se adapta a praticamente 2.3 Estacas metálicas cravadas com
qualquer tipo de terreno, porém possui o preenchimento em placas de concreto
inconveniente de pouca disponibilidade no
mercado e o alto custo de operação. Estacas metálicas cravadas com preenchimento
em placas de concreto são escoramentos
2.2 Cortina de estacas escavadas com trado constituídos por perfis verticais "I" de aço,
mecânico com e sem tirantes cravados ao longo dos planos das faces laterais
antes do início da escavação. A cravação é feita
Executada na superfície do terreno, este tipo de até atingir uma determinada profundidade que
solução possui grande disponibilidade no possa ser contida pelos perfis verticais. As
mercado, rapidez de execução e é bastante pranchas horizontais de concreto recebem o
adotado na execução de contenções em solos empuxo do terreno e o transmitem às abas dos
coesivos, sem presença de matacões e acima do perfis verticais (MANFE, 2013).
nivel d´água. Possui como vantagem a fabricação com
Possui como inconvenientes a necessidade de precisão nas dimensões, execução rápida e
locais planos para locomoção do equipamento de limpa, e como desvantagem transporte até a
execução e o grande acúmulo de solo retirado, obra, estocagem de materiais e espaço para
exigindo remoção constante (REBELLO P. C. Y, execução na obra.
2008).
RESUMO: O Solo apresenta uma grande variação em suas propriedades físicas e mecânicas, as que
estão ligadas ao cisalhamento são fundamentais para a manutenção da estabilidade dos taludes de
solo. O maior objetivo da pesquisa de estabilidade de taludes naturais ou artificiais é a verificação da
condição de segurança determinada através de coeficiente ou fator de segurança. Com isso, foram
caracterizadas as movimentações de massa, contenção de taludes, análises de estabilidade e apresenta
também uma solução adotada para proteção de um talude na Rodovia Federal BR-060, localizado no
município de Varjão-GO.
terrosos em rodovias brasileiras é elevada e gera decorrente de solicitações naturais ou da ação do
grande destruição, necessitando assim, de obras homem (GUIDICINI; NIEBLE, 1984).
emergenciais para repor o estrago ocasionado Segundo Guidicini & Nieble (1984) ao se
pelos mesmos. analisar a estabilidade dos taludes é interessante
atentar para os fatores de instabilização dos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA mesmos. As primeiras análises a serem
realizadas nos taludes são os possíveis fatores de
2.1 Processos Erosivos e Movimentação de instabilidade que poderão atuar ao longo do
Massas em Taludes tempo sobre a sua estrutura. As principais causas
de instabilidade de acordo com Terzaghi (1967)
Ao se estudar os movimentos de massa de solo, são: Causas internas: que são as que atuam
necessita-se, primeiramente, definir o que são reduzindo a resistência interna do material
taludes, que, segundo Caputo (1987), constituinte do talude, sem que haja mudança no
compreende-se como quaisquer superfícies aspecto geométrico; Causas Externas: são
inclinadas que limitam um maciço de terra ou provocadas pelo aumento das tensões de
rocha. Podem ser naturais, que é o caso das cisalhamento, sem que haja a diminuição da
encostas, ou artificiais, como os taludes de cortes resistência que igualando ou superando a
e aterros. resistência intrínseca do solo levam o maciço a
Processos erosivos trata-se da destruição condição de ruptura; Causas Intermediárias: são
da estrutura do solo e sua remoção, sobretudo as que causam os efeitos de agente externos no
pela escoamento superficial das águas, interior do talude.
depositando-o em áreas mais baixas do relevo. Ao se analisar a estabilidade de um
Este processo pode ocorrer tanto em encostas determinado talude procura-se correlacioná-lo
naturais como em taludes de corte e de aterro. com um determinado Coeficiente de Segurança
Podem se apresentar por escoamento laminar, ou Fator de Segurança (FS), que pode ser
lavando a superfície do terreno como um todo, definido de várias maneiras, cada uma
sem formar canais definidos e por escoamento implicando em valores diferentes. Estes
concentrado, formando as ravinas e podendo coeficientes são definidos na relação entre
chegar à configuração de voçorocas, à medida resistência ao cisalhamento do solo (S) e a tensão
que atinge o lençol freático. (DER-SP, 1991) cisalhante atuante (t), conforme Sandroni e
De acordo com Sandroni e Sayão (1994), a Sayão (1994) expõe na Equação 1:
estabilidade ou instabilidade de uma encosta
௦
depende da interação de um conjunto de fatores, ܵܨൌ (1)
௧
sendo estes: Ângulo de repouso, natureza do Sendo que:
material na encosta, quantidade de água FS = fator de segurança;
infiltrada nos materiais, inclinação da encosta e s = resistência ao cisalhamento do solo;
presença de vegetação. t = tensão cisalhante atuante.
2.2 Análises de Estabilidade de Taludes A resistência ao cisalhamento é dada pela
equação 2:
Como se sabe, o maior objetivo da pesquisa de
estabilidade de taludes naturais ou artificiais é a S = c´ + ı .tg ij (2)
verificação da condição de segurança Sendo:
determinada através de coeficiente ou fator de S = tensão cisalhante;
segurança. A estrutura será considerada segura c’ = Coesão (KPa);
somente quando puder suportar as ações a elas ı = Tensão Normal (KPa);
solicitadas durante sua vida útil sem ser ij´= Ângulo de Atrito Interno efetivo;
impedida de desempenhar as funções para as O valor do fator de segurança admissível
quais foram concebidas. Com a análise é definido através das possíveis consequências de
permitido definir a geometria mais adequada ou ruptura, implicando na perda de vidas humanas e
mais econômica para garantir a segurança, econômicas (GEORIO, 2000).
5 CONCLUSÃO
Em linhas gerais, o problema das áreas de dimensões de 25 km x 12 km. Sua idade
risco de deslizamentos, enchentes e inundações magmática é de aproximadamente 550 Ma, com
nas cidades brasileiras podem ser sintetizadas datação por isocrônica Rb/Sr (Sartori e
nos itens: crise econômica e social com solução Kawashita, 1985). Esta unidade foi mapeada na
a longo prazo, política habitacional para baixa escala 1:25.000 (Bitencourt et al., 1998) onde
renda historicamente ineficiente, ineficácia dos dois contrastantes blocos delimitados por
sistemas de controle do uso e ocupação do solo, estruturas tendendo a NW podem ser
inexistência de legislação adequada para as áreas reconhecidos. No norte desta estrutura,
suscetíveis aos riscos mencionados, inexistência leucogranitos (principalmente sienogranitos) são
de apoio técnico para as populações e cultura muito abundantes, particularmente sobre
popular de “morar no plano” (Carvalho et al., topografias altas. Já ao sul das falhas, os
2007). leucogranitos estão praticamente ausentes,
porém granitóides biotita (monzogranitos,
granodioritos e porções diorítica) aparecem
2 OBJETIVOS bastante.
2.3 Perfil 03
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NBR
6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro:
ABNT, 2010.
2 REFERENCIAL TEÓRICO entendimento de todo o sistema de fundação
requer conhecimento não somente sobre a
2.1 Fundações em radier estaqueado interação entre a estaca isolada e o solo em volta,
mas também da influência mútua entre as estacas
O termo radier estaqueado, já definido dentro do grupo mais o radier e o solo.
anteriormente, refere-se, segundo Janda et al. Entretanto, Sales (2000) afirma que a
(2009), ao sistema de fundação no qual ambos os análise do sistema em radier estaqueado não é
componentes estruturais, radier e estaca, feita de forma simples e direta, por se tratar de
interagem entre si e com o solo ao redor para um problema tridimensional, no qual o
suportar as cargas verticais, horizontais e mecanismo de transferência de carga e a resposta
momentos advindos da superestrutura. O sistema carga-recalque apresentam natureza complexa,
diferencia-se do grupo de estacas convencional por envolver diferentes mecanismo de interação
principalmente pelo fato de que nele há contato entre os elementos envolvidos.
direto entre o bloco e o solo, como pode ser visto
na Fig. 1. 2.2 Métodos de Projeto
AGRADECIMENTOS
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo principal uma análise do comportamento carga-
deslocamento de grupos de estacas engastadas em blocos, visando solucionar problemas de
dimensionamentos em fundações submetidas a carregamentos laterais. Foram avaliados fatores
influenciadores do deslocamento, indicados por Poulos e Davis (1980), como o módulo de
elasticidade do solo, o fator de flexibilidade das estacas e a disposição das estacas no bloco. A
resolução do método foi implementada em planilha eletrônica. Por fim foram analisadas a influência
do número de estacas, da geometria do bloco e da variação dos diâmetros no deslocamento e na
divisão de forças em blocos de estacas.
H ȕ (Figura 1) entre a direção do carregamento e a
ȡ= ൬IȡF ൰ (1)
ES .L ΤFȡF linha que une os centros das estacas k e j;
Hk = carregamento na estaca k.
onde: O fator s, que corresponde à distância de
ܫఘி = fator de influência elástica para centro a centro das estacas, e o fator ȕ, que é o
deslocamentos devido à força horizontal ângulo entre a linha que une os centros das
aplicada no topo da estaca com topo engastado, estacas e a linha da direção do carregamento,
fornecido por meio de um ábaco. estão representados na Figura (1). Estes valores,
ܨఘி = razão de fator deslocamento plástico determinados pela geometria do bloco, são de
para estaca engastada, fornecido por meio de um grande significância para as próximas etapas de
ábaco. cálculo.
Poulos (1973a) constata que o fator plástico
(Fȡ) “está em função, primariamente, da
excentricidade relativa da estaca (e/L), do fator
de flexibilidade (Kr) e do nível do carregamento
aplicado, que pode ser convenientemente
expresso por H/Hu, onde Hu é o carregamento
lateral último de ruptura”.
A excentricidade avaliada por Poulos (1973) é
tida como sendo o comprimento da estaca que
está acima do nível do solo. Em exemplos
apresentados por Poulos e Davis (1980), o valor
de Fȡ só é considerado no cálculo de estruturas
Figura 1. Representação dos fatores s e ȕ adaptada de
que apresentam essa excentricidade citada. Poulos e Davis (1980).
Casos nos quais ela não existe, como em
exemplo desenvolvido pelos mesmos autores, Um dos principais problemas no método
considera-se valor unitário para Fȡ. O estudo descrito por Poulos e Davis (1980) para solos
realizado neste trabalho não engloba situações com módulo de elasticidade constante é a não
com excentricidade, por isso a obtenção de tal consideração de sua estrutura como estratificada.
valor não será apresentada. Mas com auxílio de um inclinômetro, Nip e Ng
Para um grupo de estacas, Poulos e (2005) mediram o deslocamento de estacas
Davis (1980) definem que o deslocamento de submetidas a carregamento lateral e por meio da
uma estaca k no grupo é dado, por superposição, análise de resultados foi possível concluir que os
pela equação (2). deslocamentos laterais são mais significativos no
topo das estacas. Portanto, só é necessária a
ۍn ې utilização de um único valor de Es, o do topo da
IȡF ێ൫H . Į ۑ
ȡk = ȡHkj ൯ +Hk ۑ (2) estaca, na equação (2).
Es .L ێ j
ێj=1 ۑ Para obter o valor de ĮȡHkj, é preciso definir o
ۏjk ے fator de flexibilidade (Kr) da estaca.
Ep . Ip
onde: Kr = (3)
ȡk = deslocamento da estaca k do grupo; Es . L4
IȡF = fator de influência para deslocamentos
devido à força horizontal aplicada no topo da onde:
estaca com topo engastado, fornecido por meio Ep = módulo de elasticidade da estaca;
de um ábaco. Ip = momento de inércia da seção da estaca;
Es = módulo de elasticidade do solo; Es = módulo de elasticidade do solo;
Hj = carregamento na estaca j; L = comprimento da estaca.
ĮȡHkj = valor para duas estacas, correspondente
ao espaçamento entre as estacas k e j e o ângulo
Hg = Hj (4)
j=1
ɏ
ɏ ൌ ሾሺͳ ǤሺͳȽͳ͵ ȽͳͶ Ƚͳ ሻ
Ǥ (5)
ሺʹ ǤሺȽͳʹ Ƚͳͷ ሻሿ
IȡF
ȡk = [ሺH1 .(Į21 +Į23 +Į24 +Į26 ሻ
Es .L (6)
+ሺH2 .(1+Į25 ሻ]
RESUMO: Este trabalho apresenta os resultados de duas provas de carga realizadas em estaca tipo
raiz, com 0,41 m de diâmetro, para análise de desempenho das fundações de dois viadutos
rodoviárias 09L e 09W, similares, localizadas em área urbana do plano piloto de Brasília-DF,
conhecido como Trevo de Triagem Norte. Foi realizada a determinação da capacidade de carga e
recalque das estacas, em comparação com a previsão de projeto. Para a realização do trabalho foram
realizadas estimativas de capacidade de carga por meio do método de Van der Veen (1953) e do
método da NBR 6122 (ABNT,2010), com o intuito de analisar a aplicabilidade dos mesmos e
comparação dos resultados obtidos por meio de cada análise. Os resultados mostraram que os
métodos de extrapolação da curva forneceram valores próximos à carga máxima do ensaio. Na
carga de trabalho prevista em projeto para as OAE’s 09L e 09W constaram-se diferenças
significativas em termos de recalque, correspondente a 1,20% e 0,05% do diâmetro da estaca,
respectivamente, e foram de fundamental importância para auxiliar o projetista na tomada de
decisão quanto a adequabilidade do projeto a realidade local.
plano piloto de Brasília-DF, de forma a analisar em se arbitrar um valor de carga de ruptura Qult
o desempenho das suas fundações. e verificar se os pontos da curva carga-recalque
satisfazem ou não a equação 1, (Aviz, 2006):
Recalque (mm)
0,3
Recalque (mm)
20
0,4
30 Bloco+Fuste
y=0,0003xͲ 0,2105
Bloco+Fuste+Ponta R²=0,9998
0,5
40 Plastificação
0,6
50
MédiadosExtensômetros Figura 10. Curva PC2 – 09L – equações dos trechos
Figura 7. Curva carga recalque PC1 – 09W.
Na figura 9 observa-se uma mudança de
comportamento para a estaca na carga de
1371,6 kN enquanto na figura 10 essa mudança
ocorre na carga de 661,9 kN. A partir dessas
cargas o conjunto bloco-fuste-base começa a
trabalhar até a carga de aproximadamente
2226,1 kN para a PC1 e de 1215,8 kN para a
PC2. A partir desses carregamentos o conjunto
solo-estaca indica sinais de plastificação global,
o que não significa necessariamente a ruptura,
Figura 8. Curva carga recalque PC2 – 09L. apenas aponta para a carga a partir da qual os
recalques passam a ser mais significantes.
Nestas figuras observa-se que as estacas da Nas figuras 11 e 12, têm-se os resultados das
OAE’s 09W e 09L apresentaram recalques estimativas de carga de ruptura pelo método de
finais de 42,63 mm, o que corresponde a Van der Veen da PC1 e PC2, respectivamente.
10,40% do diâmetro da estaca e 0,50 mm, o que
corresponde a 0,12% do diâmetro da estaca,
respectivamente. Na carga de trabalho de
1275,3 kN da PC1 a deformação foi de
aproximadamente 4,93 mm, o que corresponde
a 1,20% do diâmetro da estaca, enquanto na
carga de 1275,3 kN da PC2 a deformação foi de
aproximadamente 0,21 mm, o que corresponde
a 0,05% do diâmetro da estaca.
As figuras 9 e 10 apresentam as curvas
carga-recalque indicando as linhas de tendência Figura 11. Resultado PC1– 09W método Van der Veen
e suas equações nos trechos verificados da PC1
e PC2, respectivamente.
Carga (kN)
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
0
y=0,0037xͲ 0,4237
R²=0,9449
10
y=0,0236xͲ 28,524
R²=0,9805
Recalque (mm)
20
30
y=0,0396xͲ 64,007
R²=1
Bloco+Fuste
40
Bloco+Fuste+Ponta
Plastificação
Figura 12. Resultado PC2 – 09L método Van der Veen
50
Figura 9. Curva PC1 – 09W – equações dos trechos Por meio da figura 11 é possível observar que a
Haroldo Paranhos.
UCB / Reforsolo Engenharia / UniCEUB / IesPlan, Brasília, Brasil, reforsolo@gmail.com
RESUMO: O rápido processo de crescimento das áreas urbanas no país, com ocupações e poucos
cuidados ao meio físico, tem ocasionado sérios e numerosos problemas erosivos. Na região central
do Brasil, a situação não é muito diferente, requerendo intervenções urgentes com vistas à
recuperação das áreas degradadas. Nesse contexto, um processo erosivo de grandes dimensões
localizado no município de Planaltina/GO evolui há mais de duas décadas principalmente pelo
avanço da ocupação humana aliado a sistemas de drenagem pouco condizentes com a situação
local, mas também à falta de intervenções adequadas que tem contribuído para a conversão de
encostas com elevado grau de instabilidade e riscos às áreas adjacentes. Assim sendo, este Artigo
busca apresentar uma análise e proposta de recuperação para o processo erosivo em questão com o
objetivo de aproveitamento da área a ser recuperada para o lazer, esporte, educação, entre outros.
1 INTRODUÇÃO PLANALTINA/GO
3 ASPECTOS GERAIS
2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE
3.1 Síntese do Clima da Região Distrito Federal. Assim pela proximidade da
região, a seguir, alguns modelos que tentam
O clima da região, segundo a classificação traduzir o tipo de ocorrência.
climática de Köppen, compreende: clima Costa (1981) estudou sobre erosões na
tropical de savanas, clima tropical de altitudes cidade do Gama (DF) e classificou dois tipos
entre 1.000 e 1.200 metros com temperatura do principais de ocorrência, a erosão laminar e as
mês mais frio inferior a 18°C e meses mais voçorocas. As análises de evolução das erosões,
quente com média superior a 22°C, chuva de classificou o desenvolvimento da erosão em
verão e seca no inverno, e o clima tropical. A quatro fases:
precipitação anual média é da ordem de 1.600 I - na primeira fase ocorre a formação da
mm. Em outubro inicia-se a estação chuvosa, erosão superficial e em sulcos;
em que a ação mecânica das gotas de chuva II - na segunda fase há o aprofundamento em
sobre a superfície do solo ressecado pela seção “V” até atingir a rocha decomposta;
prolongada estação seca pode provocar erosão III - na terceira fase ocorre o
com maior intensidade nas áreas mais desenvolvimento na rocha decomposta com
inclinadas. Nos meses que se seguem, o escavações no sentido horizontal propiciando a
escoamento pluvial passa a atuar mais formação de uma seção em forma de “U”; e
intensamente até o mês de maio, quando as IV - na quarta fase ao nível de base da rocha
chuvas já são escassas. Informações sã, com alargamento de base e surgimento de
predominantes consultadas no sítio da novas erosões nos flancos.
Wikipedia, em julho de 2017. Mortari (1994) propôs um “Modelo
Encaixado” para evolução das erosões no
3.2 Síntese da Vegetação da Região Distrito Federal como sendo fruto dos
condicionantes geológico-geotécnicos e
O bioma cerrado abrange toda a área do
estruturais da região, principalmente da
município, do Distrito Federal, assim como os
orientação, mergulho das camadas dos
Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do
saprólitos e metassedimentos do domínio
Sul, parte do Mato Grosso, Oeste da Bahia e
geológico local. Pelo “Modelo Encaixado”, no
Oeste de Minas Gerais. Nesse bioma são
início do processo erosivo as voçorocas
registradas as ocorrências de vários tipos de
apresentam geralmente a forma em “V” e
vegetação como: cerradão; cerrado típico;
evoluem em profundidade, largura e extensão
cerrado ralo ou campo cerrado; campo sujo -
em função dos condicionantes hídricos e
tem composição florística semelhante a do
características geotécnicas do solo.
cerrado típico e a do cerrado ralo; campo limpo;
O processo evolui até atingir o substrato
mata ciliar; veredas; e, campos rupestres.
rochoso, que na região do Distrito Federal é
3.3 Síntese do Sistema Hidrográfico constituído, em sua maioria de ardósia e
metarritimitos que, face à tectônica atuante,
O sistema hidrográfico do município é apresentam seus estratos bastante inclinados,
caracterizado por cursos d'água que apresentam com mergulho das camadas da ordem de 40º a
características típicas de drenagem de área de 60º.
planalto onde são frequentes os desníveis e os O fluxo d’água ao atingir esse contato, tende
vales encaixados. a se “encaixar” e fluir seguindo
aproximadamente a sua orientação e tendendo a
3.4 Modelo Evolutivo de Erosões para a se aprofundar, acompanhando o próprio
Região mergulho das camadas menos resistentes.
À medida que o encaixe se aprofunda, torna-
Há vários modelos que tentam traduzir os se mais evidenciado, e o material vai ficando
processos evolutivos das erosões para as mais mais resistente, tendendo a estabilizar o fundo
diversas localidades. No Centro-Oeste, diversos da erosão, com o desgaste da base passando a
estudos foram desenvolvidos para a Região do ser considerado um processo de erosão
8 PROJETO PROPOSTO
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo estudar, numericamente, a importância da carga vertical
em fundações de estaca isoladas com carregamentos laterais, usando métodos tensão-deformação 3D
por meio do software DIANA. Os estudos foram feitos, por meio de ferramenta numérica, utilizando
o método dos elementos finitos (MEF). Foram analisadas várias estacas isoladas sujeitas a cargas
combinadas, de mesmo diâmetro, e variando: i) a carga vertical, ii) o comprimento e iii) os parâmetros
do solo. A presença da carga vertical associada à carga horizontal implicou num aumento dos
deslocamentos horizontais, bem como do momento interno gerado na estaca. A redução do módulo
de elasticidade do solo junto com o aumento da carga vertical resultou em aumento do deslocamento
horizontal e do momento interno da peça.
Palavras-chave: Estacas, Cargas combinadas, Carregamento lateral, Método dos elementos finitos
(MEF).
1
Miche, R.J. – Investigation of Piles Subject to Horizontal
Forces. Journal of the School of Engineering, n°. Giza,
Egypt, 1930.
1
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
carga vertical em estacas sujeitas a carga utilizada foi de H=100 kN e de 100 kNm para o
combinadas pode ser negligenciada. momento. Sendo o solo homogêneo em todo o
Poulos e Davis (1980) obtiveram o perfil.
deslocamento horizontal, devido a
carregamentos transversais, em estaca imersa em Tabela 1 – Dados da estacas e do solo.
solo, através da teoria da elasticidade. Esses Parâmetros da Parâmetros do solo
Parâmetros
estacas KR=10-4 KR=1
autores apontam que algumas das vantagens em
Módulo de Es=53333,3 Es=5,33
utilizar o método da teoria da elasticidade são as elasticidade
Ep=25 GPa
3 kPa kPa
possibilidades de aplicação para um grupo de Coeficiente de
estaca e de considerar o solo sendo um meio Ȟp=0,2 Ȟs =0,5 Ȟs=0,5
Poisson
continuo usando parâmetros do solo tais como: Comprimento 25 m
módulo de elasticidade do solo (Es) e coeficiente Largura 1m
de Poisson do solo (Ȟs).
2. VALIDAÇÃO DO USO DO As comparações com os resultados de
SOFTWARE DIANA momento feitas através do software DIANA e os
resultados extraídos do livro de Poulos e Davis
Este item apresenta a validação do software
(1980), considerando apenas força horizontal
DIANA, devido ao momento interno da estaca,
aplicada no topo da estaca, estão apresentadas na
com resultados de análises obtidas na literatura.
Figura 1. Na Figura 2 tem-se as mesmas
O software DIANA é uma potente ferramenta
comparações, mas com apenas momento
baseada nos métodos dos deslocamentos e
aplicado na seção transversal no topo da estaca.
utilizando MEF, possibilitando cálculos
tridimensionais, lineares e não lineares. O Mz/HL
programa foi desenvolvido pela TNO DIANA Ͳ,050 ,050 ,150
BV (2011). 0
Poulos e Davis (1980) estudaram estacas com 0,1
carregamentos transversais. Esses autores 0,2
simularam uma estaca isolada flutuante com o 0,3
topo livre, de geometria retangular, sendo está 0,4
z/L
2
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
Figura 1 – Resultados de momento, por meio do software Broms (1964a2 apud POULOS; DAVIS, 1980),
DIANA e Poulos e Davis (1980), com aplicação somente Pyke e Beikae (1985), sendo esses valores
da carga horizontal.
variando de0,74 a 2 Es/D. Desse modo, a relação
Mz/M entre o Es e o kh, utilizados nas análises ficaram
Ͳ,200 ,000 ,200 ,400 ,600 ,800 1,000 entre 0,74 a 2 Es/D.
0
kh D
O 4 (3)
0,2 4Ep I p
Onde: kh é o coeficiente de elasticidade do
z/L
0,4
solo, Ep – módulo de elasticidade da estaca, Es –
0,6 modulo de elasticidade do solo, Ip – momento de
PouloeDavisKR=1 inercia da estaca, D – diâmetro da estaca e Ȝ –
0,8 PouloseDavisKR=10^Ͳ4 rigidez relativa solo-estaca.
DIANAKR=1
Segundo Hetenyi (1946), para uma estaca ser
1
considerada longa, basta ȜL4. Portanto, usou-se
DIANAKR=10^Ͳ4
ȜL=2 e 6, visando ter uma estaca curta e outra
longa.
Figura 2 – Resultados de momento, por meio do software Os comprimentos (L) das estacas isoladas,
DIANA e Poulos e Davis (1980), com aplicação apenas do
momento. para o solo de módulo de elasticidade (Es) igual
a 5 e 10 MPa, definido pelo ȜL de
Por meio das Figuras 1 e 2, observa-se uma aproximadamente 2 e 6 estão apresentados na
boa aproximação entre resultados de momento Tabela 3.
extraídas do livro de Poulos e Davis (1980) e por
Tabela 3 – Comprimento das estacas definido pelo ȜL.
meio do Software DIANA para um KR=1 e com
uma pequena diferença entre os resultados Módulo de elasticidade ȜL Comprimento (L)
obtidos para KR=10-4. De uma forma geral, pode- 2 5m
se considerar que os resultados foram Es=5 MPa
6 15 m
satisfatórios.
2 4m
Es=10 MPa
3. DEFINIÇÃO DAS CARGAS E 6 12 m
COMPRIMENTO DAS ESTACAS
Em todas as modelagens feitas adotou-se para
As variações das cargas verticais aplicadas nas as estacas diâmetro de 500 mm, módulo de
análises para obter os resultados deste trabalho elasticidade Ep de 25 GPa e coeficiente de
estão expostas na Tabela 2. Poisson (Ȟp) igual a 0,2. O solo foi considerado
homogêneo com coeficiente de Poisson do solo
Tabela 2 – Variação das cargas verticais e momentos. (Ȟs) igual a 0,3 e módulo de elasticidade variando
Carga horizontal (H) Carga vertical (P) de 5 MPa a 10 MPa, conforme
90 kN 0 kN Tabela .
20 x H=1800 kN
Tabela 4 – Parâmetros da estaca e do solo.
A rigidez relativa solo-estaca (Ȝ) – parâmetro Parâmetros Estaca Solo
utilizado para definir se a estaca é longa ou não, Diâmetro D=500 mm Não se aplica
segundo Hetenyi (1946), é usado em solução que Módulo de Ep=25 GPa Es= 5 e 10 MPa
utiliza o coeficiente de reação horizontal do solo elasticidade
(kh) como parâmetro de entrada, conforme Coeficiente de Ȟp=0,2 Ȟs =0,3
Poisson
Equação 3. Vários autores sugeriram relações
entre o Es e o kh, tais como: Terzaghi (1955),
2
Broms. B.B. Lateral resistance of piles in cohesive soil.
JSMFD, ASCE. V 90, n. SM2, p. 27-65, 1964a.
3
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
4. CARACTERISTICAS DAS MALHAS 5.1 Comparação entre ES de 5 e 10 MPa
UTILIZADAS
As Figuras 3 e 4 apresentam os resultados de
Os estudos foram feitos utilizando uma malha de momento e deslocamento respectivamente das
domínio de 2L na direção horizontal e vertical, análises das estacas com comprimento de L= 4 e
sendo o ponto de início localizado no eixo do 5 m e módulo de elasticidade Es=5 e 10 MPa para
topo da estaca. momento e deslocamento respectivamente. Vale
As características da malha, com quantidades lembrar que ambos os comprimentos foram
de elementos e nós utilizados nas análises feitas definidos para ȜL=2.
com o solo de módulo de elasticidade igual a 5
Momento (kNm)
MPa, estão dispostas da Tabela e para o módulo 0 10 20 30 40 50 60 70
de elasticidade igual a 10 MPa estão na Tabela 6. 0
Profundidade (m)
L=5 m L=15 m 2
2
estaca
Tipo de elemento Pentaedro Pentaedro
da estaca 3
Tipo de elemento Pentaedro e Pentaedro e
do solo Hexaédrico Hexaédrico 4
5. ANÁLISE PARAMÉTRICA
5
As análises paramétricas foram feitas por meio L=5m;P=0kN;Es=5MPa
das comparações dos resultados obtidos pelo L=5m;P=1800kN;Es=5MPa
Software DIANA, variando a carga vertical,
entre as análises realizadas com módulo de L=4m;P=0kN;Es=10MPa
4
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
Figura 4 – Deslocamento obtido no DIANA – D=500 mm Deslocamento (mm)
e H=90 kN, Es=5 e 10 MPa. Ͳ2 0 2 4 6 8 10 12
0
Por meio das Figuras 3 e 4, observou-se que, 1
mesmo quando a estaca tem o mesmo valor de 2
ȜL, os pontos de rotação são diferentes. Os 3
acréscimos de momentos e deslocamentos
Profundidade (m)
4
horizontais – devido à carga vertical – são 5
6
maiores em estacas inseridas em solo com menor
7
módulo de elasticidade, ou seja, solo mais 8
deformável. 9
As Figuras 5 e 6 demonstram os resultados de 10
momento e deslocamento respectivamente 11 L=15m;P=0kN;Es=5MPa
obtidos para estacas de ȜL=6 e comprimentos de 12 L=15m;P=1800kN;Es=5MPa
L=12 m, com Es =10 MPa, e de L=15 m, com 13
L=12m;P=0kN;Es=10MPa
14
módulo de elasticidade Es=5 MPa. As cargas são L=12m;P=1800kN;Es=10MPa
15
as mesmas em ambas as análises. Figura 6 – Deslocamento horizontal obtido no DIANA –
Momento (kNm) D=500 mm e H=90 kN, Es=5 e 10 MPa.
Ͳ10 0 10 20 30 40 50 60 70 80
0 Analisando as Figuras 5 e 6, nota-se que,
1 diferentemente das estacas curtas, as estacas
2 longas têm pontos de giro que se localiza
3 aproximadamente a 6m de profundidade, ou seja,
4 independentemente do comprimento da estaca e
5 de módulo de elasticidade do solo, os pontos de
Profundidade (m)
6
giro ficaram próximos. Outro aspecto que se nota
7
por meio dessas figuras é que, quando o solo é
8
mais deformável, o acréscimo do momento
9
interno e do deslocamento horizontal das estacas,
10
11
devido o acréscimo da carga vertical, são
12 L=15m;P=0kN;Es=5MPa maiores.
13 L=15m;P=1800kN;Es=5MPa Nas Figuras 7 e 8 foram plotadas as
14 L=12m;P=0kN;Es=10MPa comparações relativas referentes aos pontos
15 L=12m;P=1800kN;Es=10MPa máximo obtidos em cada análise, para estacas de
comprimentos L=4 e 12 m, com módulos de
Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi
elasticidade Es=10 MPa e L=5 e 15 m, para
encontrado no documento. – Momento obtido no
DIANA – D=500 mm e H=90 kN, Es=5 e 10 MPa. estacas com módulo de elasticidade Es=5 MPa.
Esses valores em percentual foram obtidos com
a divisão do valor máximo encontrado nas
análises com carga vertical 1800 kN pelo valor
máximo encontrado na análise com carga de
P=0, referentes às estacas de comprimentos
iguais.
5
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
6
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
Mechanics and Foundations Division. ASCE. v 86, p.
63-91.
Poulos, H. G.; Davis, E. H. (1980). Pile Foundation
Analysis and Design. Copyringt, 357p.
Pyke, R.; Beikae, M. (1984). A new solution for the
resistance of single piles to lateral loading,
Laterally Loaded Deep Foundations: analysis and
performance, J. A. Langer, E. T.
Mosley and C. D. Thompson, Editors. Philadelphia:
ASTM STP 835, p. 3-20.
Terzaghi, K. (1955) Evaluation of Coefficients of
Subgrade Reaction. Géotechnique. Londres, v 5, p.
297-326.
TNO. DIANA: (2011). Finite Element Analysis – User’s
Manual FX+ for DIANA. Release 9.4.4. 1. ed. The
Netherlands: TNO DIANA, 294 p.
7
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
Análise Paramétrica de Projeto de Contenção em Cortina de
Estacas com Grampos
Maria Beatriz Toniol
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Brasil, beatriztoniol@gmail.com
com a inserção de elementos estruturais, que injeção faseada da calda para execução do
apresentam rigidez distinta daquela apresentada bulbo de selagem, para posteriormente realizar
pelo paramento (RANZINI, NEGRO Jr., 1998). a protensão, no caso de tirantes (BRITO, 1999).
Essas estruturas devem satisfazer, a três Para o dimensionamento dessas estruturas,
condições: a segurança contra o deslizamento e Costa Nunes (1987) propõe um método de
o tombamento, a pressão do solo contra a base cálculo no qual considera o efeito da pressão de
deve ser igual ou menor do que a pressão injeção diretamente sobre o valor do atrito
admissível do solo e a deformação não deve ser lateral do bulbo, definindo-se a carga limite da
excessiva. Além disso, o desempenho ancoragem. Para a determinação da resistência
favorável de uma contenção depende de sua ao cisalhamento, o mesmo autor admite uma
estabilidade externa e interna serem satisfeitas pressão residual de injeção estimada em 50% da
(TERZAGHI; PECK; MESRI, 1996). pressão de injeção aplicada, baseada no critério
de ruptura de Mohr-Coulomb.
2.2 Cortinas de Estacas Espaçadas
Peso (kg)
Observou-se, entretanto, que o 8,00 mínimo
deslocamento da estrutura apresentou-se 6,00 Espaçamento
excessivo em algumas situações. Isso ocorreu, 4,00 médio
para dois subsolos, nas 36 primeiras 2,00
0,00 Espaçamento
simulações, as quais apresentam diâmetros de máximo
0,35 0,40 0,50
0,35 m e 0,40 m e combinou-se os solos 1 e 2.
Diâmetro das estacas (m)
Também, nas análises com três subsolos, com a
combinação de solos menos resistentes e
Figura 1. Gráfico de peso da armadura (dois subsolos).
variações das estacas de diâmetros de 0,30 m e
0,40 m. Portanto, essas análises foram
O resultado esperado é que, com o aumento do
descartadas como soluções viáveis à contenção.
espaçamento entre as estacas, mantendo as
mesmas características geométricas e
4. 2 Análises Inviáveis
geotécnicas, tenha-se o aumento do peso das
armaduras. No entanto, para algumas situações,
Outras situações tornaram-se inviáveis à
pequenos esforços resultaram em armadura
execução, a partir das avaliações relacionadas
mínima. Por esse fato, com o aumento do
ao dimensionamento estrutural. Para dois
espaçamento, tinham-se menos estacas e,
subsolos, os resultados das simulações
consequentemente, menor peso de armadura.
correspondentes à combinação dos solos 1 e 2,
Para a ilustração das simulações com três
que apresentam estacas de diâmetros de 0,50 m,
subsolos, a Figura 2 apresenta os melhores
com espaçamentos entre as mesmas de 1,25 m e
resultados de peso de armadura por metro
1,50 m, solicitaram elevadas cargas no grampo,
quadrado de escavação.
o que o faz incapaz de sustentar as deformações
do maciço de solo durante a fase de execução.
Para três subsolos, algumas análises também 35,00
apresentaram resultados insatisfatórios quanto à 30,00
carga no grampo. São elas: todas com duas 25,00 Espaçamento
Peso (kg)
RESUMO: O presente trabalho tem o objetivo avaliar a estabilidade do talude de montante de uma
barragem de terra no estado do Ceará durante sua fase final de construção utilizando metodologias
determinísticas e probabilísticas. Proporcionando um melhor entendimento da análise probabilística
na avaliação de risco em barragens de terra. Verifica-se que a probabilidade de falha obtida pelos
métodos de FOSM e Monte Carlo apresentaram valores concordantes. O estudo ainda mostrou que a
metodologia probabilística auxilia no cálculo da probabilidade intrínseca nos projetos de engenharia,
contrapondo à falsa ideia que altos FS implicam em projetos mais seguros.
2 ESTABILIDADE DE TALUDES termos de prejuízos materiais, como no que
concerne perdas de vidas humanas. No caso
2.1 Métodos determinísticos específico das obras de barragens, o Corpo de
Engenheiros do Exército Americano (USACE,
Segundo Soares (1996), o enfoque 2003) sugere os valores mínimos para os fatores
determinístico nos métodos de estudo utilizados de segurança a serem adotados em cada etapa do
para análise da estabilidade de taludes consiste projeto das barragens, conforme é indicado na
em selecionar valores adequados para as Tabela 1.
variáveis dominantes e calcular seus fatores de
segurança correspondentes a diversas situações Tabela 1. Fatores de segurança para taludes de barragens
Fluxo
de solicitação.
Tipos de Final de Permanente Rebaixamento
Taludes Construção de longo Rápido
De acordo com Brito (2003), Fellenius prazo
apresentou o Método das Fatias em 1936, no Taludes
Segundo Congresso de Grandes Barragens de
realizado em Washington. Esse método foi Barragens
, diques, 1,3 1,5 1,0 - 1,2
desenvolvido pela Comissão Sueca de Geotecnia aterros e
e melhorado por Fellenius. O método admite taludes de
uma superfície de ruptura circular e consiste em escavação
dividir a massa acima da superfície de ruptura
em fatias verticais, assumindo-se que as forças 2.2 Métodos probabilísticos
resultantes nos lados opostos de cada fatia são
iguais e em sentidos opostos atuando numa Fenton e Griffiths (2008) relatam que a
mesma linha paralela à base da fatia. Para variabilidade inerente aos solos e rochas sugere
resolver o problema, algumas hipóteses que os sistemas geotécnicos são altamente
simplificadoras são necessárias. O método de suscetíveis a interpretações estatísticas. Na
Bishop, tem como hipótese que a resultante das abordagem estatística, a entrada das
forças entre as fatias é horizontal. O fator de características do solo é feita em termos de
segurança é dado pela a seguinte equação: médias e variâncias, levando a estimativas de
probabilidade de falha (PF) e índice de
confiabilidade (E). Este tipo de análise é baseada
(1) em alguns princípios dos métodos
determinísticos (equilíbrio limite), mas sua
maior vantagem é que podem ser quantificadas
(2) as incertezas inerentes.
Tabela 5. Resultados das simulações Monte Carlo Das análises probabilísticas realizadas, conclui-
se que não existe uma diferença significativa
Número de
E [F] V[F] FSmin FSmax E entre as probabilidades de falha obtidas pelos
Simulações
métodos de FOSM e Monte Carlo. O estudo
1000 1,43 0,141 1,064 1,848 3,08 indica que o método de FOSM é aceitável para a
10000 1,43 0,141 1,021 1,867 3,05 prática, devido à sua simplicidade de cálculo e à
100000 1,43 0,141 0,984 1,902 3,05 obtenção de informações adicionais
1000000 1,43 0,141 0,989 1,898 3,04 (porcentagens de cada parâmetro na variância do
fator de segurança). Segundo a metodologia de
Ao observar a evolução dos valores das FOSM, os parâmetros que apresentaram maior
estatísticas (média, desvio padrão, probabilidade influência na estabilidade do talude de montante
de falha etc.) e a forma da distribuição de analisado foram a coesão e o ângulo de atrito do
probabilidade com a evolução do número de solo do maciço.
simulações, percebe-se a não ocorrência das
variações destes valores com o aumento do A partir das análises determinísticas e
número de simulações, aceitando-se o resultado probabilísticas, percebe-se que o fator de
da simulação de Monte Carlo. Verificando-se segurança estimado por métodos determinísticos
pode apresentar uma análise de estabilidade
um índice de confiabilidade (E) de 3,05 e uma
equivocada. Assim, o fator de segurança
probabilidade de falha na ordem de 1,14 x 10-3.
RESUMO: Este trabalho apresenta a ruptura no ano de 2011 em um talude de corte rodoviário com
extensão aproximada de 100m, às margens da BR-060 no trecho urbano do município de Guapó/GO.
Realizaram-se incursões a campo para verificação das condições geotécnicas, coleta de amostras de
solo, ensaios em laboratório, análises de estabilidades dos taludes e a consequente proposição de
estabilização de estrutura de contenção em gabiões com altura de 6,0 m, retaludamento sobre o muro
e plantio de grama com vistas à proteção contra erosão superficial. A solução adotada para contenção
do trecho avariado se mostrou vantajosa sob o aspecto econômico diante de outras soluções, e a
simplicidade executiva proporcionou celeridade ao processo executivo, permitindo a execução em
pleno período chuvoso. Procedeu-se à visita, no início de 2017, ao local em que ocorreu a intervenção,
e constatou-se que as obras implantadas estão condizentes com o funcionamento esperado.
Figura 1. Localização do município de Guapó/GO em
relação a capital Goiânia/GO.
3 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DA
ÁREA
(1)
Sendo:
6 EXECUÇÃO DA SOLUÇÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Diversos fatores podem desencadear o movimento de massa de taludes e levar a prejuízos,
sejam eles financeiros ou perdas de vidas humanas. Em períodos chuvosos, eventos envolvendo
movimentos de massa são mais comuns de acontecerem, pois, o solo encontra-se saturado,
diminuindo assim sua resistência ao cisalhamento. Dentre esses fenômenos, está o caso em que a
vazão de rios e riachos está cheia e, por apresentarem muitas vezes traços erosivos em suas margens,
a ação da água acaba levando porções de solo até seus leitos, provocando o assoreamento e tornando
os taludes das margens desses cursos d’água instáveis. Por estes motivos, motivou-se o estudo da
estabilidade dos taludes das margens do Riacho Camaragibe, localizado no Município de
Camaragibe-PE, para avaliar a possibilidade de vir assorear o riacho em épocas de chuvas fortes,
assim como uma movimentação inadequada de solo que poderia causar danos nas edificações
próximas. Tais taludes possuem altura variando entre 0,5 m e 2,0 m e apresentam traços erosivos
formados pelos solapamentos e desmonte de material terroso ocasionados no período chuvoso, em
que a vazão do curso d’água está cheia. O estudo analisou a estabilidade de três seções do riacho com
a utilização do software SLOPE/W (do GeoSlope Internacional 2012), por meio de dados obtidos em
sondagens SPT em seis pontos ao longo das margens, da topografia local (inclinação, altura e
comprimento das margens) e de informações sobre os parâmetros geotécnicos dos solos presentes na
região, obtidos dentro da bibliografia técnica local. Os resultados dos valores dos fatores de segurança
(FS) mostraram instabilidade dos taludes nas três seções analisadas, sendo necessário recorrer a
métodos de estabilização. Como obra de intervenção sugerida no estudo, está a aplicação da estrutura
de contenção do tipo revestimento em gabião, que permitirá a existência de conexão hidráulica entre
o aquífero e o curso d’água, além de garantir segurança satisfatória do ponto de vista de estabilidade.
PALAVRAS-CHAVE: Estabilidade de taludes, Investigação geológico-geotécnica, Fator de
segurança.
(a)
(b)
(d)
(a)
(e)
(b)
(f)
Figura 4 a-e. Perfis de sondagens do solo – a. furo 1; b.
furo 2; c. furo 3; d. furo 4; e. furo 5; f. furo 6.
(c)
Morgenstern-Price 1,462
Spencer 1,463
Bishop 1,462
Janbu 1,432
Ordinary 1,434
Morgenstern-Price 1,027
Spencer 1,028
Bishop Simp. 1,027
Janbu 1,019
Ordinary 1,019
A Tabela 6 apresenta os valores de FSmín para Figura 9. FSmín pelo Método de Janbu na Seção 03 –
o talude da Seção 02 – lado B, o qual apresentou Lado A.
o menor fator de segurança para Método de
Janbu e Ordinary com valor de 0,889 (Figura 8), Tabela 7. FSmín para cada método na Seção 03 – Lado
que segundo DNIT (2010), o talude encontra-se A.
instável.
Método de Análise FSmín
REFERÊNCIAS
Figura 10. FSmín pelo método de Janbu na Seção 03 – Bandeira, A. P., Coutinho, R. Q., Alheiros, M. M. (2009).
Lado B. Importância da Caracterização Geológico-Geotécnica
e da Chuva para Gerenciamento de Áreas de Riscos.
Tabela 8. FSmín para cada método na Seção 3 – Lado B. V COBRAE. Anais, São Paulo-SP, 10p.
Bishop, A.W. (1955). The Use of the Slip Circle in the
Método de Análise FSmín Stability Analysis of Slopes. Geotechnique, Vol.5,
No.1, pp.7-17.
Morgenstern -Price 0,991 Carmignani, L.; Fiori, A. P. (2009). Fundamentos de
Spencer 0,991 Mecânica dos Solos e das Rochas: aplicações na
Bishop Simp. 0,991 estabilidade de taludes. 2ª ed. rev. e ampl. – Curitiba:
Janbu 0,977 Ed. UFPR.
Ordinary 1,022 CPRM (2005). Diagnóstico do Município de Matriz de
Camaragibe. Projeto Cadastro de Fontes de
Abastecimento por Água Subterrânea. Pernambuco,
Basil.
Pode-se observar com esses resultados que os DNIT (2010). Manual de implantação básica de rodovia.
valores de FSmín apresentaram-se abaixo de 1,5 Manual de implantação básica de rodovia. 3ª ed. Rio
para todas as seções, apresentando-se instáveis de Janeiro, Brasil.
segundo os critérios do DNIT (2010). Fellenius, W. (1927). Erdstatische Berechnungen mit
É notável também que os resultados dos Reibung und Kohasion. Ernst, Berlin.
Filho, O. A., Virgili, J. C. (1998). Estabilidade de Taludes.
métodos de Morgnester-Price, Spencer e Bishop In: Oliveira, A. M. S.; Brito, S. N. A. de. Geologia de
Simplificado tendenciaram para os mesmos Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de
resultados em todas as seções. O Método de Geologia de Engenharia.
Janbu apresentou o menor fator de segurança Gusmão Filho, J. A. (1998). Fundações: Do conhecimento
para todas as seções. Já o Método Ordinary geológico à prática da engenharia. Ed. Universitária
UFPE, Recife-PE, 345p.
apresentou oscilação de resultados para a Seção Janbu, N. (1968). Slope Stability Computations. Soil
02, em ambos os lados apresentou valores iguais Mechanics and Foundation Engineering Report.
aos do Método de Janbu, sendo estes os valores Technical University of Norway, Trondheim.
de FSmín das seções, mas na Seção 3 apresentou Marangon, M. (2017). Estabilidade de Taludes. Tópicos
valores superiores aos demais métodos. em Geotecnia e Obras de Terra. Minas Gerais. UFJF.
2006. Disponível em: <
http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/togot_Unid04
EstabilidadeTaludes01.pdf > Acesso em: 11 de Julho
5 CONCLUSÕES de 2017.
Morgenstern, N.R. e Price, V.E. (1965). The analysis of
O estudo acerca da estabilidade de taludes torna- the stability of general slip surface. Geotechnique
15(1), 79-93.
se cada vez mais necessário, de modo a Spencer, E. (1967). A Method of Analysis of the Stability
solucionar os problemas relacionados aos of Embankments Assuming Parallet Interslice Forces.
episódios de instabilidade, que podem causar Geotechnique, Vol.17, No.1, pp.11-26.
valores médios das sondagens ou, até mesmo, a ܭǤ ܰ ܷ
utilização da sondagem que apresenta os piores ൌ Ǥ ܣ ሺȽǤ Ǥ Ǥ ȟሻ (2)
ଵ ܨଶ
valores de NSPT. Assim, o presente trabalho tem ଵ
REFERÊNCIAS
4 CONCLUSÕES
Amann, K.A.P. (2010). Metodologia Semiempírica
O estudo mostrou que a estimativa da capacidade Unificada para a Estimativa da Capacidade de Carga
de Estacas. 2010. 430 f. Tese (Doutorado) - Curso de
de carga a partir de métodos semi-empíricos Engenharia Civil, Escola Politécnica da Universidade
baseados no índice de resistência a penetração de São Paulo, São Paulo.
(NSPT) apresenta uma variabilidade, Ang, A.H.-S. e Tang, W.H. (1975). Probability Concepts
razoalvemente, significativa para um solo com in Engineering Planning and Design, Vol. 1, Basic
elevada resistência. Verificou-se que as maiores Principles, John Wiley, New York.
Aoki, N. e Velloso, D.A. (1975). An Approximate Method
discrepâncias nos valores de NSPT ocorreram nas to Estimate the Bearing Capacity of Piles. In: V PAN
profundidades superficiais (até 2 m) e em AMERICAN CSMFE, 5, Buenos Aires. Proceeding.
profundidades intermediárias (entre 12 e 14 m). Buenos Aires. v. 1, p. 367-376.
Ao avaliar a capacidade de carga das estacas Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2010). 6122:
raiz a partir de valores médios de NSPT, prática Projeto e Execução de Fundações. Rio de Janeiro:
Moderna. 91 p.
adotada de forma habitual em projetos de Assis, A.P., Espósito, T.J., Gardoni, M.G. e Silva,
fundações profundas no Brasil, observou-se uma P.D.E.A. (2001). Métodos Estatísticos Aplicados à
superestimação da capacidade de carga última da Geotecnia. Publicação G.AP–002/01, Depart mento de
estaca quando comparada a capacidade de carga Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
determinada pelos ensaios de prova de carga sem Brasília, Brasília, DF, 177 p.
Cabral, D.A. (1986). O uso da estaca raiz como fundação
avaliar a variabilidade do ensaio. Já de obras normais. In: CBMSEF, 8., Porto
considerando a variabilidade de ± 20% da Alegre. Anais.... Porto Alegre, 1986. v. 6, p. 71 - 82.
determinação da capacidade de carga da estaca Décourt, L. (1996). A Ruptura de Fundações Avaliada
pelo ensaio de prova de carga, as estimativas com Base no Conceito de Rigidez. SEFE lll, São Paulo,
pelos métodos semi-empíricos utilizando valores vol. 1.
Fellenius, B.H. (1980). The analysis of results from routine
médios de NSPT se tornaram aceitáveis, ou seja, a pile load tests. Gr. Eng. London, 13(6): 19–31.
favor da segurança. Harr, M.E. (1984). Reliability-based design in civil
Os cenários analisados mostraram que ao engineering. Henry M. Shaw Lecture, Dept. of Civil
utilizar valores médios de NSPT acrescidos de um Engineering, North Carolina State University, Raleigh,
desvio padrão, ocorreu uma superestimação da N.C.
Kulhawy, F.H. (1992). On the Evaluation of Soil
capacidade de carga da estaca, mesmo levando Properties. ASCE Geotech. Spec. Publ. No. 31,
em consideração a variabilidade do ensaio de 95-115.
prova de carga. Ao passo que no cenário onde Monteiro, P.F. (1997). Capacidade de Carga de Estaca:
adotaram-se valores médios de NSPT com Método de Aoki-Velloso. São Paulo: Franki Ltda.
descréscimo de um desvio padrão, a capacidade Monteiro, F.F. (2016). Desenvolvimento de uma proposta
para o controle executivo de estaca raiz. 2016. 115 f.
de carga foi subestimada, levando em Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil,
consideração ou não a variabilidade do ensaio Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
de prova carga. Ramirez, R.G. e Reis, J. H .C. (2016). Segurança e
A partir das análises realizadas, observou-se Confiabilidade em Estruturas de Contenção: Estudo de
que a utilização da estatística para uma análise Caso. Revista Geotecnia. V. 138, p. 37 - 60.
da capacidade de carga de uma estaca pode ser
uma opção auxiliar à adoção de um fator de
segurança de 2, como habitualmente é efetuado
em projetos de fundações profundas, otimizando
os custos e as soluções adotadas em projeto.
Por estas e outras razões expostas neste (1998) a deflagração das instabilizações de
trabalho é que se procedeu o estudo de campo taludes e encostas é controlada por uma cadeia
exploratório na região, cujos resultados das de eventos, muitas vezes de caráter cíclico, que
avaliações mitigadoras serão apresentados e tem sua origem com a formação da própria rocha
discutidos posteriormente. e toda sua história geológica e geomorfológica
subsequente, como movimentos tectônicos,
2 OBJETIVO intemperismo, erosão, ação antrópica, etc.
Guidicini e Nieble (1984) distingue os
Avaliar os atuais mecanismos de mitigação de agentes deflagradores em:
movimentos de massa aplicados para a -predisponentes: Condições geológicas,
prevenção de deslizamentos e estabilização de geométricas e climática-hidrológicas em função
áreas de risco valendo-se de estudo de campo apenas de condições naturais, não atuando qualquer
explanatório na Rodovia dos Tamoios, forma de ação antrópica
Caraguatatuba – SP, no trecho de Serra. -efetivos: Elementos diretamente responsáveis pelo
desencadeamento do movimento de massa,
incluindo-se a ação antrópica, podendo ser
preparatório ou imediato (chuva intensa, terremoto,
3 METODOLOGIA vento, etc.)
De acordo com Tominaga et al. (2009),
Inicialmente, foi desenvolvida revisão escorregamento de solos e/ou rochas, ocorrem
bibliográfica sobre os tipos de movimentação de geralmente associados a eventos pluviométricos
massa, agentes causadores, consequências, intensos e prolongados durante os períodos
medidas usuais para prevenção, bem como a chuvosos, que, na região tropical brasileira,
análise da eficiência das referidas medidas. corresponde ao verão, especificamente nos
Feito isso, foi realizado estudo de campo meses que iniciam o ano.
explanatório para caracterizações in situ dos
métodos de contenção utilizados na Rodovia dos 4.3 Ações mitigadoras
Tamoios (SP-099), no trecho de Serra
compreendido entre o km 68 e o km 81. Ações mitigadoras dos movimentos de massa
incluem todas as atividades que objetivam
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA amenizar as consequências ou mesmo evitar a
ocorrência dos movimentos de massa. Cerri et al.
4.1 Movimentos de Massa (2007) apresenta algumas tipologias de
intervenções focadas na redução de riscos:
Consonante com a definição proposta por Tipo de Descrição
Montoya (2013), os movimentos de massa Intervenção
compreendem os processos geológicos exógenos Correspondem a serviços
que envolvem mobilização de material rochoso manuais e/ou utilizando
Serviços de
e/ou terroso em direção a partes mais baixas por equipamentos de pequeno porte
limpeza e
para remoção de resíduos e
ação da gravidade. recuperação
recuperação de sistemas de
Os movimentos de massa, segundo Filho drenagem existentes.
(1992), são classificados em rastejo (creep),
Obras de
escorregamentos (slides), quedas (falls) e drenagem
corridas (flows). Implantação de sistemas
superficial,
drenantes superficias, como:
proteção
4.2 Agentes deflagradores canaletas, caixas de transição e
vegetal
escadas d’água. Inclui também
(gramíneas) e
proteção de taludes com
Os agentes deflagradores dos movimentos de desmonte de
gramíneas.
massa são fatores que induzem o dinamismo dos blocos e
diversos fenômenos anteriormente listados. matacões
De acordo com Augusto Filho e Virgili
do tipo hélice contínua, e da necessidade de realizou-se a comparação entre o valor real
obter-se resultados mais próximos da realidade, (prova de carga) e o valor estimado (métodos de
o presente estudo busca realizar a calibração dos previsão). Para tanto, analisou-se os resultados
coeficientes empíricos utilizados nas equações de cinco provas de carga estáticas executadas
semi-empíricas em uma obra executada no pelo método de cargas rápidas.
município de Cuiabá/MT. As estacas ensaiadas são escavadas do tipo
hélice contínua, com comprimento variando
entre 5,5 a 8,5 metros e diâmetros de 40 e 60 cm.
2 OBJETIVOS
K Np n
(D K N L )
4 PROVA DE CARGA R
F1
Ap U ¦
1 F2
'L (1)
ª § N SPT · º
Qult «U L ¨
1¸ E 10 » N P C D AP (2)
A Figura 1 apresenta os resultados de três
sondagens realizadas no local da obra.
¬« © 3 ¹ ¼»
Onde:
N SPT : número de golpes médio ao longo do fuste
da estaca 3 N 50;
N P : média dos três valores de SPT em torno da
ponta (1,0 m acima e 1,0 m abaixo);
D e E : coeficientes empíricos de tipo da estaca
e solo, respectivamente para a ponta e atrito
2,4
2,2
2,0
1,8 Umax
1,6 Ufinal
1,4 Ue
U mm
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
PAF103 PF 103 PAE101 PE 107 PQ 106
Estacas
Figura 2. Curva carga versus recalque. Figura 3. Comparação dos recalques medido e estimados.
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo comparar geotecnicamente três tipos de fundações
profundas utilizadas comumente em pontes e viadutos, a estaca escavada, estaca raiz e tubulão, a ser
executada em um perfil de solo silte arenoso. Trata-se de um estudo de caso de um projeto de
fundação de uma ponte ferroviária no estado da Bahia, Brasil. A análise baseou-se na comparação dos
resultados obtidos através de métodos empíricos amplamente utilizados para determinação da
capacidade de carga de Aoki e Velloso e Decourt e Quaresma, e os métodos analíticos de Terzaghi e
Vesic. Realizou-se também o cálculo do estaqueamento ideal a partir do método de Schiel, onde se
determinaram os esforços em cada uma das estacas do grupo de fundação. Por fim, determinou-se a
profundidade necessária para cada elemento, onde se verificou grande variabilidade nos resultados, o
que faz com que seja difícil escolher a melhor alternativa de solução e o método executivo.
constituinte da infraestrutura. normalmente essa pressão é adicionada a ar
comprimido resultando numa argamassa mais
adensada.
2 FUNDAÇÃO EM PONTES As estacas raiz podem ser empregadas em
diferentes situações onde os demais tipos de
Segundo Caputo (2014) a fundação de uma estacas não podem ser executados, como
ponte é definida por um elemento que suporta (JOPPERT JR, 2013):
com estabilidade a edificação estrutural, suas
cargas atuantes, cargas permanentes e cargas x Locais em que não possa receber grandes
verticais. Em geral, as pontes são construídas vibrações;
em terrenos onde os solos estão submersos em x Por possuírem equipamentos de pequeno
água, sendo estes classificados como porte em geral, pode ser executada em
sedimentar, saturado, ou na maioria dos casos, ambientes restritos;
solos arenosos, onde apresenta grande x Podem ser executadas em diversas
suscetibilidade a erosão devido à inclinações e no sentido vertical.
movimentação de água.
Contudo, a fundação de uma ponte deve 2.1.2 Estaca escavada
assegurar em sua utilização, as exigências
mínimas de funcionalidade, vida útil e Denomina-se estaca escavada, aquela onde há
segurança da edificação. A funcionalidade está retirada do material escavado. Esse sistema
ligada à inibição de deslocamentos. A vida útil possui vantagens quanto às restrições de
precisa ser no mínimo, igual à da estrutura que execução, pois pode ser realizada praticamente
a sustenta. E a segurança deve garantir as em qualquer tipo de solo, com ausência ou
condições de ruptura sugeridas pelas normas presença de nível d’água e não possui vibração
técnicas vigentes, tanto no solo que irá recebê- na sua execução (JOPPERT JR, 2013).
la, quanto nos elementos estruturais que a Durante o processo de escavação as paredes
compõem (GUSMÃO, 2008). do fuste, podem não ser suportadas, e o apoio
para que não ocorra o estrangulamento do
2.1 Fundações profundas fuste, pode ser previsto com a utilização de
revestimento de camisa metálica que pode ser
Knappett e Graig (2014), afirmam que a recuperável ou não, camisa de concreto ou por
profundidade do solo ou rocha com boa fluido estabilizante (lama bentonítica)
resistência é fundamental na hora da escolha da (VELLOSO e LOPES, 2010).
fundação. Pois somente através dessa grandeza
é possível atingir a resistência necessária para 2.1.3 Tubulão
os esforços recebidos e dar a estrutura um
recalque admissível. Dessa maneira as É um tipo de fundação profunda que se
fundações comumente utilizadas em pontes são diferencia das estacas pelo seu processo
as do tipo profundas por estabelecer maior executivo, pois em sua execução há descida de
resistência comparada à fundação superficial. operário na base, seja para finalizar a geometria
2.1.1 Estaca raiz da escavação ou para finalizar limpeza do
mesmo. Possibilitando a verificação do solo de
De acordo com Joppert Jr (2013), a estaca raiz apoio, do comprimento de escavação, do
caracteriza-se por ser um tipo de estaca diâmetro do fuste e da base (VELLOSO e
moldada no local, por meio de injeções de LOPES, 2010).
argamassa ou calda de cimento sobre pressão,
originadas da estrutura às estacas, podendo o
3 CAPACIDADE DE CARGA DO SOLO mesmo ser constituído por estacas verticais,
estacas inclinadas ou por ambas.
A carga vertical total que a ponte resistirá, Abreu (2014 apud CUNHA, 1996), aponta
consiste no somatório de cargas permanentes e que os métodos de Schiel e Nökkentved
cargas verticais móveis. As cargas permanentes desprezam aos empuxos laterais do solo,
são compostas pelo peso próprio da estrutura e de considerando as estacas como hastes bi
todas as sobrecargas fixas. E as cargas verticais rotuladas e que a deformação do bloco de
coroamento é desprezada diante das
móveis são as cargas provenientes de
deformações das estacas, supondo-se o
carregamentos que passam pela ponte, como comportamento elástico do estaqueamento.
automóveis, trens, pedestre entre outros. Portanto, Existem outros métodos que determinam os
deve-se levar em consideração todas as esforços axiais em estacas e os componentes de
combinações cabíveis dentre os diferentes tipos um estaqueamento, entre esses, o método do
de carregamentos previstos pelas normas professor Schiel (1957), sobressai-se pelo
estruturais para poder definir e projetar a tratamento matricial, proporcionando
estrutura adequada (ALONSO, 2012). resultados satisfatórios, quando as estacas
Apesar das fundações profundas possuírem possuem grandes comprimentos e são apoiadas
em substratos pouco rígidos.
diferentes métodos executivos, que também
implica em processos de cálculos diferentes. Elas 4.1 Método de Schiel (1957)
podem ser tratadas de maneira semelhantes, pois
o princípio de funcionamento é o mesmo De acordo com Barros (2009 apud SCHIEL,
(GUSMÃO, 2008). 1957) o avanço tecnológico permitiu o
A capacidade de carga para as fundações desenvolvimento de programas computacionais
que facilitam a análise do bloco de
profundas de pontes pode ser calculada pelos
estaqueamento, tendo como destaque o método
métodos empíricos de Aoki e Velloso e Decourt e de Schiel. Método simples, que reduz
Quaresma, baseado nos resultados dos ensaios de significativamente o número de incógnitas,
sondagem a percussão padrão (SPT) e pelos desconsiderando a ação do solo e permitindo a
métodos analíticos analisados por Terzaghi e análise do carregamento de estacas. Sendo
Vesic, que depende fator dos parâmetros de resumido nas seguintes hipóteses:
resistência do solo, coesão e ângulo de atrito
x O bloco de coroamento é um elemento
obtido a partir de ensaios de cisalhamento direito
rígido;
ou ensaios de compressão triaxial (GUSMÃO, x O material da estaca corresponde à lei de
2008). Hooke;
x A carga distribuída nas estacas é
proporcional ao deslocamento do topo da
estaca em relação ao seu eixo, antes do
deslocamento.
4 CÁLCULO DE ESTAQUEAMENTO 5 METODOLOGIA E ESTUDO DE
CASO
Conforme Alonso (2012), estaqueamento é um
conjunto de estacas solidarizadas pelo bloco de O presente estudo foi redigido em torno de uma
coroamento. A necessidade de criar um bloco ponte ferroviária real, localizada no Estado da
de coroamento é para distribuir as cargas Bahia, cujas informações necessárias para o
comparativo geotécnico de sua infraestrutura fundação encontrada foi granito, apresentando
foram fornecidas pela empresa responsável, algumas variações. As camadas indicadas e os
autora do projeto, que não possui interesse em ser respectivos parâmetros de resistência encontram-
identificada para fins de trabalhos acadêmicos. se resumidos na Tabela 01 a seguir.
A ponte escolhida possui vãos com trinta
metros de comprimento, cinco apoios, dois Tabela 01. Parâmetros de resistência – Apoio 04
encontros e pilares com sete a oito metros de Prof.
Peso Ângulo
altura. Material Específico
Coesão
de Atrito
topo da
Para síntese de trabalho e precisão dos (kPa) camada
ߛ௦௧ (kN/m³) ij (°)
(m)
resultados, foi escolhido apenas um apoio da Solo Silto
estrutura para o processo de análise, o quarto 18 5 30 00
Arenoso
apoio, devido as características geológicas mais Granito
desfavoráveis identificadas pelo relatório de pouco 23 45 35 7,1
alterado
sondagem. Granito
As fundações comparadas são estaca raiz, 24 150 45 13,6
sã
estaca escavada e tubulão, com diâmetros de Fonte: EMPRESA RESPONSÁVEL PELO PROJETO
0,41m, 0,80m e no tubulão diâmetro de fuste de
1,20m e 3m de alargamento da base, Após atingir a profundidade de 7m, a
respectivamente, por serem os diâmetros mais sondagem apresentou rocha do tipo granito com
usuais. características pouca alterada e com RQD (Rock
Quality Designation) de baixa categoria 20%,
5.1 Parâmetros Geotécnicos do Apoio 4 porém as testemunhas exibiram uma rocha muito
fraturada. Por esse motivo, adotou-se o mesmo
A sondagem realizada no apoio foi do tipo Mista, solo de silte arenoso para a profundidade de 7,1 a
que consistiu na união do procedimento de 14m. Portanto, para fins de cálculo e para a
sondagem à percussão com o de sondagem aplicação dos métodos de cálculo da capacidade
rotativa. Este tipo de sondagem permitiu a de carga do solo, utilizou-se o Nspt obtido entre a
transição das camadas de solo silte arenoso de cor
diferenciação das camadas de solo pelo método
cinza com o granito muito fraturado, com um
SPT e pela testemunha retirada do solo, número de 51 golpes.
encaminhada posteriormente para análise em A sondagem apresentou para a rocha do tipo
laboratório, realizados pela empresa. sã, poucas alterações e muito consistente com
A investigação geotécnica indicou a presença RQD de 95,16%.
de solo até uma profundidade de 7,1m e a partir
desse ponto rocha granítica com diferentes 5.2 Cargas atuantes no bloco de fundação
condições de fraturamento e alteração. O nível de
água foi encontrado a 13,8m. Para a primeira As cargas utilizadas para o dimensionamento
camada (0,0 a 7,1m), as sondagens indicaram um foram provenientes dos carregamentos
solo silto arenoso compacto com Nspt de 43. Os permanentes e móveis da superestrutura,
parâmetros de resistência foram fornecidos com mesoestrutura e dos carregamentos longitudinais
e transversais devido à ação da frenagem,
base em correlações com o SPT e a partir de
aceleração, empuxo de terra, choque lateral e
ensaio de cisalhamento direto realizado no
vento.
material superficial. Os carregamentos externos característicos
Devido a natureza do material silto arenoso, foram calculados na base do bloco de fundação
adotou-se 30° como ângulo de atrito e coesão de para diferentes combinações de possíveis
5kPa, além de um peso específico de 18kN/m³. situações ocorrentes na ponte.
Para as demais profundidades, a rocha de
Diante dessas combinações considerou-se para situação que apresentou menor resistência
fins de cálculo a combinação que apresentou admissível entre os métodos para cada tipo de
condições mais críticas, onde os esforços e fundação, e a profundidade mínima que atendesse
momentos são maiores. Estabelecendo a seguinte os esforços solicitantes. Resumidos no Gráfico 01
configuração apresentada na Figura 01. a seguir:
7000
6000 5770,51
necessário o emprego de tipo ar comprimido, por
haver a presença de lâmina de água e ainda ter a
quantidade do material escavado
significativamente maior. Portanto, o
procedimento da estaca raiz e estaca escavada
oferecem menos riscos aos operários na obra e é
executado de forma mais fácil.
REFERÊNCIAS
Comparativo da Capacidade Suporte de Estacas Escavadas sob
Ação de Carregamento Axial
Flávio Luiz de Carvalho
Universidade Federal de São João del-Rei, Campus Alto Paraopeba, Ouro Branco-MG, Brasil,
flaviocs.sl@gmail.com
RESUMO: Este trabalho teve por objetivo comparar o valor da capacidade de carga em Estacas
Escavadas. Realizaram-se duas provas de cargas em estacas. Determinaram-se também os valores
de carga última através de métodos semi-empiricos e por meio de modelagem numérica no software
Plaxis 3D. De posse dos resultados, observou-se boa aproximação entre os métodos propostos, e
ainda que na utilização de software para simulação de Prova de Carga obteve-se resultados mais
precisos e seguros quanto comparados aos métodos semi-empiricos.
empíricos e numéricos foram sendo
desenvolvidos e aperfeiçoados para a obtenção
da capacidade de carga de uma fundação sem a
execução da prova de carga.
Nessa pesquisa foram realizadas provas de
carga em duas estacas. Com os valores da
capacidade de carga obtidos, realizaram-se
comparações com os resultados determinados
pelas relações semi-empíricas e com a
modelagem numérica. Os valores obtidos foram
comparados com alguns dos métodos mais
utilizados no Brasil, sendo estes Aoki-Velloso
(1975), Décourt-Quaresma (1978) e Teixeira
(1996) para relações empíricas e com os Figura 2. Croqui do campo experimental .
resultados obtidos pelo software de modelagem
numérica Plaxis 3D. 2.2 Investigação geotécnica
k . N spt . D . k . N spt
Q ult = A b . U .¦ . 'l (1)
F1 F2
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Desenvolvimento de Equipamento de Monitoramento para o
Controle Executivo de Estacas Tipo Raiz
Alfran Sampaio Moura
Universidade federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, alfransampaio@ufc.br
RESUMO: Para estacas raiz, o controle executivo é realizado, geralmente, através da execução de
provas de carga estáticas. Para propor um procedimento de controle do desempenho de estacas raiz,
adotou-se um procedimento, utilizando um velocímetro, para medir algumas variáveis em campo
durante a execução da estaca. As variáveis medidas foram correlacionadas com a capacidade de carga
da estaca. Tais pesquisas foram iniciadas por Lima (2014), Moura et al (2015) e Monteiro (2016).
Este artigo tem por objetivo apresentar os procedimentos propostos para o controle executivo de
estacas raiz, e algumas modificações do equipamento que estão sendo desenvolvidas.
1 INTRODUÇÃO
tolerância quanto aos desvios angulares e pela posicionamento da armadura e tempo de injeção.
realização de ensaios de prova de carga estática O controle pós-executivo é feito através de
e ensaios de integridade (PIT). ensaios de campo, para se verificar a integridade
No caso das estacas do tipo hélice contínua, do elemento estrutural e o desempenho da
além dos métodos de controle tradicionais, uma fundação. Para a verificação do desempenho da
proposta mais recente foi elaborada por Silva fundação, geralmente, realiza-se provas de carga
(2011), na qual se verifica que a energia estática ou dinâmica (LIMA & MOURA, 2016).
mecânica medida na estaca, durante sua A norma NBR 6122/2010, em seu anexo L.9,
execução, é diretamente proporcional a descreve procedimentos que devem ser
capacidade de carga da estaca. No entanto, o realizados para se obter desempenho satisfatório
atual estado da arte da estaca raiz é necessário a da argamassa utilizada em estacas raiz. Tais
realização de provas de carga para o controle de procedimentos são: a argamassa, que deve ter um
desempenho da estaca executada. fck de pelo menos 20 MPa, o consumo de
De acordo com Cadden et al (2004), o processo cimento não deve ser inferior a 600 kg/m³, o fator
executivo da estaca raiz é semelhante ao da água/comento adotado deve estar entre 0,5 e 0,6
estaca hélice contínua, no qual há limitações de e o agregado empregado deve ser areia e/ou
coleta de informações durante sua execução. O pedrisco.
equipamento utilizado, geralmente, não indica Lima (2014), Moura et al (2015) e Lima e
mudanças das condições geotécnicas quando há Moura (2016), apresentam uma nova
transição entre camadas de solo, e os registros metodologia para o controle executivo de estacas
coletados durante a execução das estacas raiz não raiz, através da elaboração de fórmulas empíricas
possibilita a caracterização numérica dos que relacionam as variáveis medidas durante a
materiais encontrados, tal como o número de execução das estacas com a carga de ruptura. Os
golpes para as estacas cravadas. Além disso, dados obtidos em campo foram colhidos de três
existem as incertezas das condições das paredes estacas, com diâmetros de 350 e 410 mm e de
laterais do furo antes da concretagem. Por fim, o comprimentos entre 12 e 16 m, monitoradas
autor sugere que, devido a falta da coleta de utilizando-se de um velocímetro digital.
registros adequados, o controle executivo seja Monteiro (2016), utilizando a mesma
feito através de inspeções de profissionais metodologia, continuou os estudos iniciados por
experientes com relação ao processo de Lima (2014) e Moura et al (2015), monitorando
instalação. um número maior de estacas raiz, com o
Atualmente, o processo de controle executivo propósito de comparar e melhorar a formulação
de estacas raiz é realizado através da observação empírica anteriormente propostas. O autor
das seguintes variáveis: consumo de cimento, concluiu que as expressões propostas pelo
número de golpes de ar comprimido, mesmo apresentam resultados satisfatórios e
comparação do solo escavado com o solo obtido possuem sentido físico para a capacidade de
na sondagem, tempo de escavação, tempo de carga das estacas.
O monitoramento da execução das estacas raiz é estacas, tais como: o tempo de execução da
dividido em duas etapas. A primeira etapa se escavação, número de golpes de ar aplicados,
baseia no controle dos equipamentos e dos consumo de cimento, velocidade angular média
procedimentos utilizados para a execução da e máxima do rotor da perfuratriz, distância linear
estaca, observando algumas variáveis, como: equivalente percorrida pela rotação do rotor e o
diâmetro do rotor da perfuratriz, diâmetro da tempo necessário para a penetração da broca de
broca de perfuração, comprimento da estaca, comprimentos pré-determinados.
diâmetro da estaca e a pressão de injeção de ar. O equipamento utilizado na pesquisa (Figura
A segunda etapa consiste na medição de 1) é composto de: um velocímetro digital, com
variáveis durante o processo executivo das duas casas decimais de precisão, um imã de
neodímio e um cronômetro. Figura 1. Equipamento de monitoramento.
4 ENSAIOS PRELIMINARES
Carga de
1000,0 1000,0 1200,0 1200,0 1400,0 800,0 1200,0 1200,0
Trabalho (kN)
Como mencionado, foi realizado o Tabela 2 está presente informações obtidas sobre
acompanhamento de medidas de algumas a geometria e o controle tecnológico das estacas
variáveis durante a execução das estacas, na estudadas.
Tabela 3. Resultados do monitoramento das variáveis relacionadas com o desempenho das estacas
Velocidade Velocidade
Penetração Frequência vb
Estaca Tempo (s) de Avanço Angular Nspt,ponta Nspt,lat
(m) (Hz) (m/s)
(m/s) (rad/s)
0,10 38,00 2,63E-03 2,01 12,60 1,95
0,20 51,00 3,92E-03 2,50 15,72 2,44
1 60 50
0,20 78,00 2,56E-03 2,15 13,50 2,09
0,20 72,00 2,78E-03 2,25 14,13 2,19
0,10 27,00 3,70E-03 1,76 11,08 1,72
0,20 50,00 4,00E-03 2,67 16,76 2,60
2 60 52
0,20 56,00 3,57E-03 1,36 8,55 1,33
0,20 54,00 3,70E-03 2,65 16,62 2,58
0,10 11,22 8,91E-03 2,55 16,00 2,48
3 0,10 8,27 1,21E-02 1,15 7,24 1,12 60 33
0,20 19,28 1,04E-02 0,99 6,21 0,96
0,10 4,76 2,10E-02 2,00 12,57 1,95
4 0,20 9,78 2,04E-02 1,95 12,24 1,90 60 32
0,20 15,84 1,26E-02 1,20 7,56 1,17
0,10 18,59 5,38E-03 1,54 9,66 1,50
5 0,20 34,30 5,83E-03 1,94 12,21 1,89 60 52
0,20 43,19 4,63E-03 1,76 11,08 1,72
0,15 29,00 5,20E-03 3,99 25,10 3,89
6 10 6
0,20 43,00 4,70E-03 4,06 25,48 3,95
0,30 30,00 1,00E-02 2,05 12,86 1,99
7 39 22
0,20 27,00 7,40E-03 2,44 15,32 2,37
0,30 38,00 7,90E-03 1,61 10,14 1,57
8 22 22
0,20 44,00 4,50E-03 4,38 27,52 4,27
Este estudo se baseia na continuação de dois para que seja possível a coleta dos dados sem que
outros estudos: Lima (2014) e Monteiro (2016). ocorra paradas entre os intervalos, restando,
Tendo como finalidade o aprimoramento dos somente, a parada final da escavação.
métodos de coleta de dados utilizados pelos
autores.
Como aprimoramento dos equipamentos,
propõe-se, incialmente, a utilização de quatro
imãs, posicionados diametralmente opostos,
dividindo a circunferência do rotor em quatro
partes iguais, e a utilização de um velocímetro
com precisão de três casas e maior alcance entre
o sensor utilizado e o seu display, ou seja,
utilizando um velocímetro wireless (Figura 3),
Figura 3. Velocímetro wireless com precisão de três casas.
6 CONCLUSÕES
Neste estudo, foram apresentadas propostas para devido ao arredondamento de valores, não
o aprimoramento do procedimento de controle interfira nos resultados obtidos.
executivo de estacas raiz. A metodologia é O velocímetro wireless, por possuir um maior
baseada no monitoramento de variáveis de alcance entre o sensor e seu display, ajuda no
execução das estacas (velocidade de avanço e monitoramento em tempo real das variáveis,
velocidade linear da broca de perfuração), diminuindo, assim, o número de paradas
correlacionando-as com o desempenho da necessárias para a coleta dos dados.
estaca. A utilização de quatro imãs, ao invés de um,
Com o presente estudo, é possível concluir, diminui o erro oriundo da parada, pois ao dividir
então, que é fundamental a utilização de um a circunferência do rotor em quatro, a distância
velocímetro com precisão de pelo menos três máxima não computada por parada, diminui para
casas decimais para que o erro acumulado, um quarto.
REFERÊNCIAS
estaqueamentos tipo hélice contínua. 311p. Tese
(Doutorado) - Curso de Engenharia Civil,
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental,
Universidade de Brasília, Brasília, 2011.
Silva, C M; Camapum de Carvalho, J. Metodologia para o
controle de qualidade dos estaqueamentos tipo hélice
contínua - A rotina SCCAP. In: Fundações e Obras
Geotécnicas, v.1, 2010.
RESUMO: A relação entre o solo e as estruturas de fundação é complexa, sendo que a eleição do
melhor sistema de fundação para um determinado local é de suma importância para evitar problemas
na execução e estabilidade final da edificação. Objetivou-se o desenvolvimento de um software
acadêmico para ajudar na tomada de decisão quanto aos tipos de fundações baseadas em um
determinado terreno de aplicação. A partir do embasamento teórico, foi possível estruturar o
algoritmo, estabelecendo as principais regras que ele deveria seguir para gerar os resultados de forma
correta. O software foi desenvolvido em linguagem de programação Java e foram utilizadas duas
sondagens SPT reais para analisar os resultados gerados, os quais foram condizentes com a teoria.
Ao final do trabalho concluiu-se que o software efetivamente ajuda o profissional na tomada de
decisão do sistema de fundação a ser empregado em um terreno, além de ser uma ferramenta de
aprendizado por parte da comunidade acadêmica.
execução de uma obra devem ser realizadas por conta bibliografias consagradas na área de
empresas diferentes. fundações, artigos, trabalhos científicos e
A possibilidade de erros é grande, reportagens de revistas especializadas.
principalmente no projeto e execução das
fundações, pois nem sempre o projetista de 2.2 Método executivo
fundações possui dados corretos do local da
obra. Quando se inicia a execução, problemas de O software, nomeado como BASE, foi
empregabilidade do sistema escolhido ficam desenvolvido na linguagem de programação
evidentes, sendo necessário realizar adaptações e Java, e possibilita que o usuário insira
até mesmo a mudança do sistema empregado. informações sobre o local de execução de uma
Segundo Lopes e Velloso (1998), os determinada obra. Com base nas entradas, o
elementos necessários para o desenvolvimento sistema computacional processa cada
de um projeto de fundações, e consequentemente informação, comparando de que forma cada
a apuração adequada do sistema de execução sistema de fundação reage a determinada
são: a topografia da área, dados geológicos- característica do local. Dependendo da interação
geotécnicos, dados da estrutura a construir e entre as características e a fundação, pode
dados sobre construções vizinhas. Porém, fatores ocorrer a não indicação de uso do sistema de
econômicos, tempo e disponibilidade também fundação, a sua indicação de uso com algumas
podem ser determinantes no momento da restrições ou a indicação de uso sem restrições,
escolha. sendo que para cada restrição, ou não indicação
A eleição do melhor método executivo de um de um sistema de fundação, uma justificativa é
sistema de fundação deve levar em conta todas apresentada.
as condições do local de aplicação, e a Para auxiliar no desenvolvimento do
confrontação das características de cada sistema. software, uma tabela resumo foi desenvolvida, a
Este trabalho deve ser realizado com fim de compreender como a análise é realizada,
responsabilidade, pois a não consideração de como pode se observar na Tabela 1.
uma característica, pode inviabilizar o sistema
em uma fase futura, gerando grandes perdas Tabela 1 - Relações entre sistemas de fundações e fatores
econômicas e atrasos. que influenciam na sua escolha.
Abaixo Possibilidadede Executaem
Este artigo visa criar um software que Pequeno Médio Grande Necessitamde Causam Causam
do
Atravessa
estrangulamento terrenosmuito
Porte Porte Porte equipamentos Vibração Ruídos Matacões
auxiliará na análise entre as condições locais e as N.A. dofusteemsolos inclinados
Sapatas x x x Não Não Não Não Sim Nãoseaplica Sim
características de cada sistema de fundações, Radier x Não Não Não Não Sim Não Não
automatizando o processo através de uma Prémoldadaconcreto x x Sim Sim Sim Sim Não Não Não
Prémoldadamadeira x Sim Sim Sim Sim Não Não Não
interface gráfica para auxiliar na tomada de Prémoldadametalica x x Sim Não Sim Sim Não Não Não
decisão. Franki x x Sim Sim Sim Sim Não Sim Não
Apiloada x Sim Sim Sim Não Não Não Sim
Omega x Sim Não Não Sim Não Não Não
TradoManual x Não Não Não Não Não Não Sim
TradoMecanico x x x Sim Não Não Não Não Não Não
2 METODOLOGIA Strauss x x Sim Não Não Sim Não Sim Sim
HeliceContínua x x x Sim Não Não Sim Não Não Não
Estacão x Sim Não Não Sim Não Não Não
2.1 Tipo de estudo e embasamento teórico Barrete x Sim Não Não Sim Sim Não Não
Raiz x x Sim Não Não Sim Sim Não Não
Microestacas x x Sim Não Não Sim Sim Não Sim
HollowAuger x Sim Não Não Sim Não Não Não
Para a realização deste estudo, utilizou-se o Tubulões x x Não Não Não Não Sim Não Sim
procedimento técnico de pesquisa bibliográfica Tubulãocomarcomprimido x x Não Não Não Sim Sim Não Sim
3.1 Simulação 1
3.2 Simulação 2
AGRADECIMENTOS
Efetuar cálculos numéricos pode ser uma tarefa
difícil não tendo os mecanismos e recursos
apropriados. Sem uma rotina computacional é
possível que sejam realizados manualmente com
auxílio de uma calculadora, entretanto isso pode
levar a longo período de tempo, vista disso o
emprego da programação computacional como
VBA (Visual Basic for Applications) auxilia na
resolução dessa tarefa, apresentando eficiência e
versatilidade. Figura 1. Planilha de cálculo do método Aoki & Velloso
Fonte: Elaboração própria (2017).
2 METODOLOGIA
Na etapa de desenvolvimento da interface da
O desenvolvimento de uma ferramenta ferramenta computacional, foram inseridas as
computacional para cálculos de fundações há interfaces gráficas do programa por meio do VBA
certa complexidade, mas tem grande eficiência, o do Microsoft Excel, e implantadas as interfaces,
que facilita na elaboração de um projeto, com os botões, campos de textos, gráficos, imagens,
esse intuito elaborou-se uma ferramenta dentre outros.
computacional para cálculos da estimativa da
capacidade de carga em estacas isoladas do tipo
hélice continua.
Para criação da ferramenta computacional foi
necessário conhecimento aprofundado na área, o
qual contribuiu no direcionamento e suporte,
deste modo realizou-se uma análise
bibliográfica, resultando em informações
adquiridas que abrange o tema, destacando os
métodos semi-empíricos para estimativa da
capacidade de carga, normas técnicas pertinentes Figura 2. Interface principal da ferramenta
e a linguagem de programação. Fonte: Elaboração própria (2017).
A fase de estudo e compreensão envolveu
basicamente em instruir o procedimento de cada A interação planilhas com a ferramenta
método semi-empírico (Aoki & Velloso e computacional executada por meio de códigos,
Décourt & Quaresma) e suas diferenças, levando rotinas e sub-rotinas, permitiu por sua vez a
em ponderação a norma regulamentadora vinculação entre as planilhas de cálculo com a
6122/2010 - Projeto e execução de fundações. interface da ferramenta computacional, além das
No desenvolvimento das planilhas de cálculo ações a serem efetuadas, resultando na ferramenta
como apresentado na Figura 1, realizou-se o computacional, intitulada de Pile Load. Como se
processo de execução dos cálculos, ou seja, apresenta na Figura 3, o código é responsável por
inserida as variáveis necessárias para vincular os resultados, por exemplo, quando
determinação da estimativa da capacidade de executado o comando a Label 31 que é o texto
carga nas estacas hélice contínua, bem como inicial (0,00) da capacidade de carga admissível
análises e verificações de possíveis erros. do Aoki & Velloso é alterado para o texto que
está na célula G12 da Planilha 5 do Excel.
computacional
Fonte: Elaboração própria (2016).
c) Tipo de solo: Formado por uma caixa de
combinação que apresenta os tipos de solo,
devendo ser selecionado de acordo com o
relatório de sondagem no qual mais
assemelha.
a) Cota (Índice de SPT): Composto por botões i) Nível d’água: Dada em metros, formada por
de alternância, ao clicados liberam os campos uma caixa de combinação, suas opções
ao lado (Índice de SPT Iniciais, Finais e Tipo variam de 1 a 50 (números inteiros).
de solo), devem ser pressionados de acordo
com a profundidade dada na sondagem. j) Opção da carga admissível: A opção da
carga admissível é composta por três botões, o
b) Índice de SPT (Iniciais e Iniciais): Os campos primeiro botão de opção é o <F.S. seguindo a
de Índice de SPT iniciais e finais devem ser NBR 6122/2010> caso selecionado o fator de
preenchidos de acordo com o relatório de segurança utilizado para cálculo da estimativa da
sondagem, vale ressaltar que os mesmos só capacidade de todos os métodos será igual a 2,0
aceitam números que variam de 0 a 60. preconizado pela NBR 6122/2010, já na condição
de selecionar o botão de opção <F.S. dos
respectivos autores> será utilizado os fatores de Em um estudo realizado por Viana (2013) com
segurança particular dos autores para seus finalidade a comparação de custos das fundações
respectivos métodos, como foi citado de obras executadas no setor Noroeste de Brasília
anteriormente. Já na hipótese de optar-se pelo – DF, onde se utilizou relatórios de sondagens
menor valor basta selecionar a opção <Menor para estimativa da capacidade de carga dos
resultado entre os F.S.>. Vale destacar que se elementos de fundação e posteriormente o
selecionado a opção <F.S. seguindo a NBR orçamento. O mesmo utilizou um programa de
6122/2010> e pela estaca se tratar de ser fundações do Site Engenharia, que determina,
escavada, a carga admissível será no máximo para projetos, a carga admissível em estacas. O
1,25 vezes a resistência do atrito lateral na programa realiza cálculos automáticos a partir de
ruptura, o que difere também dos <F.S. dos processos dos respectivos autores Aoki-Velloso
respectivos autores>. (1975), Decourt-Quaresma (1978), Henrique
Teixeira (1996) entre outros. Para cálculo da
k) Botão Limpar campos: Formado por um capacidade de carga admissível da estaca Hélice
botão de comando, ao clicar o botão surgirá uma contínua com diâmetro de 60 cm, assentada a
mensagem (Você deseja mesmo limpar todos os uma profundidade de 27 metros, vale ressaltar
campos?), caso a opção seja não, a caixa de que os resultados são dados em toneladas.
mensagem apenas fechará, do contraditório todos
os campos da interface do programa serão limpos.
comparação entre os programas foram utilizado
os mesmos parâmetros geotécnicos e dimensões 4 CONCLUSÃO
do elemento estrutural, e o resultado obtido é
apresentado na figura 9 e 10 abaixo. A estaca hélice contínua que é uma das fundações
profundas mais evolutivas, tem rigoroso controle de
qualidade, o processo de execução é dinâmico,
consiste na perfuração do solo com um trado
helicoidal por rotação, e injeção de concreto pela
respectiva haste central do trado simultaneamente sua
retirada do solo, a armadura é implantada em seguida.
O Ensaio SPT constitui o mais popular exemplo
brasileiro de uso de métodos diretos para estimativa
da capacidade de carga de fundações.
Aliando-se métodos manuais a programação
computacional desenvolve-se ferramentas capazes de
realizar rotinas automáticas de cálculos. Quando se
Figura 9. Interface da Pile Load utilizando os mesmo trata da linguagem VBA é plausível identificar a força
valores do relatório de sondagem. da linguagem da programação do Microsoft Excel,
Fonte: Elaboração própria (2017). como o modo de vincular suas planilhas a interfaces
gráficas, além de ocultar todo o processo, tornando
um programa altamente recomendado para empresas
de todos os portes, uma vez que utiliza o software,
Microsoft Excel que é altamente popular nos meios
acadêmicos e profissionais.
5 REFERÊNCIAS
PileLoad SiteEngenharia
Detection of Seasonal Variations in Rigidity of a Clayey
Landslide in Brasilia by Ambient Noise Interferometry
(Preliminary Results)
Yawar Hussain1
1
Department of Civil and Environmental Engineering, University of Brasilia, Brasilia,
Brazil, email: yawar.pgn@gmail.com
Hernan Martinez-Carvajal4
4
Department of Civil and Environmental Engineering, University of Brasilia, Brasilia,
Brazil, email: hmartinezc30@gmail.com
SUMMARY: Clay-rich geological formations are responsible for many landslides, the rainfall-
dependent dynamics of which are still poorly understood and intensely debated. Complex
integration, multiplicity, and non-linearity of factors involved make landslide (LS) related
investigations difficult. This study applied a monitoring approach to natural scale mass movement
in Federal District of Brazil by the combined use of Noise Interferometry (NI) and Unmanned
Aerial Vehicle (UAV) under the influence of rainfall. In NI the impulse response between sensors is
calculated by cross-correlation of recorded ambient noise wavefields at these stations. The time-
lapse changes in the materials are then calculated by relative velocity changes. In future, results of
these velocity changes will be compared with the surface deformations of LS obtained by the drone
images taken at different times. Since seismic monitoring resolves events with the most precise
timing, the method presents a potential for further Early Warning Systems tools.
liquid) as described by Mainsant et al., (2012a). value of cross correlation function varies from 1
These effects of saturation on the LS mobility (CCmax) to 0 (CCmin). Where '1' is being the
has also been verified by laboratory scaled 100% similarity while 0 is the least similarity.
experiment, where the shear wave velocity (Vs) Then from these time-lapse correlograms
change was found correlated with the change in relative changes in the velocity (¨v/v) between
Rheology of the clay sample (Mainsant et al., perturbed and reference (averaged) GF are
2011b). It is concluded that transition from obtained using different techniques (Stretching
solid to liquid can be monitored by Vs etc.), ¨v/v by stretching technique. If the
variations. Unfortunately, the determination of medium exhibits a spatially homogeneous
viscoplastic properties of the fine grained relative velocity change ¨v/v, the relative
material is difficult in laboratory experiment. travel-time shifts (¨IJ) between the perturbed
Therefore, in this study, an alternative approach and reference GFs is independent of the lapse
is adopted where the noise related techniques time (IJ) at which it is measured ¨v/v = í¨IJ /IJ =
are used for the estimations of Vs at finer const.
resolutions in a continuous mode.
To monitor seasonal impacts on the landslide 2.1 Experimental setup
mechanics, we started acquisition campaigns in Brasilia (DF) comprises an area of 5.783 km2
2016 and 2017 inwhich short period and is located between 17030' and 16003' south
seismometers were deployed that monitor the and 47025' and 48012' west. There is an intense
soil rigidity at three levels of saturations. From limestone mining in the study area. All
time to time the high resolution remote sensing landforms of the area are under erosional effects
of SLS surface was also done with the because of rainfall. The climate in the area is
Phantom-4 drone before and after the raining semi-humid tropical with a rainy summer and
season. dry winter. The mean annual precipitation in the
area is of 1.442,5 mm. The technical studies to
locate the new national capital had indicated a
high soil susceptibility to erosion. The slope
2 METHODOLOGY chosen for this work is located in the cow and
The concept of interferometry was applied to horse farm in a small vicinity naming 'Rua de
geophysics by Claerbout (1968) after its Matto' as shown in Figure 1.
previous applications in the field of astronomy.
Seismic interferometry is a technique used to
extract the Green’s function/impulse response,
which accounts for the wave propagation
between receivers. It uses ambient vibrations
for the creation of virtual sources. These waves
pass through the medium between sensors and
can be used to probe the states of the material.
The changes in the geological medium are
induced by stress changes, fluid saturation,
damage and fluid pore pressure.
One advantage of this GF is that main energy
is compose of surface waves, which could be
useful for estimating elastic modules. The Figure 1. Starting from top left to right location of
degree of similarity between two incoming Federal District on the map of Brazil, position of Ribeirão
Contagem Basin on Federal District and lithological units
wavefields is determined by the cross of Ribeirão Contagem Basin. Sobradinho landslide
correlation (CC) function of these signals. The (bottom left), zoomed image along with the sensors
positions (bottom right). processing steps will be repeated for all surveys
carried out at different times. UAV-based
2.2 Data processing remote sensing of the SLS was done using a
Data acquisition consisted of deployment of 10 quad-rotor remote sensing platform. In order to
Sorcel L-4A-3D short period seismometers with detect small surface fissures and cracks, we
natural a frequency response of 2 Hz. Data was need to achieve a 10-20cm resolution. After
recorded in a continuous mode at a sampling data acquisition all the images were processed
rate of 250 sample per second (SPS) with using photogrammetric software (PhotoScane).
DASS-130 Ref-Tek dataloggers. The time and The relative displacements of the some known
positions are provided by the ten GPS-130 positions like stones and vegetable patches on
locks. The sensors were placed in 2- landslide images can be used for the
Dimensional (2-D) geometry where average determination dynamism of LS. The
sensor spacing were kept less than 20 meters. orthomosaic images and DEM taken at
The remote sensing of the Sobradinho landslide timescales will be compared in future studies.
was done with Phantom-4 drone. Hence, in this way displacements between
Processing steps consist of detrending of images will be detected. High resolution (10cm)
signal, mean subtraction, and then finally the DEM is shown in Figure 3. These DEMs takem
instrument response was removed. Then at differernt times scales will be compared. In
multitaper method was applied to a 1-hour time this way, the growth of fissures and cracks on
window and power spectrum was estimated. In the surface of deforming slope will be
this way, a high frequency resolution is determined (Rothmund et al., 2017).
achieved shorter record, which decreases the
number of computed frequencies in a spectrum.
Cross-correlations of all pair of stations (S1 to
S8) for ZZ, RR and TT were done to obtain the
GF. The cross-correlation was done at 4s time
window and stacked GFs (900 time windows of
4 s) for each hour. Th Stretching Technique
(ST) is applied to the coda part of GF (casual
part, between 1 and 2 s). The reference trace
was the stack of the 24 GF and the analysis was Figure 3. High resolution (10cm) Digital Elevation Model
done with filtered traces between 4 and 12 Hz (DEM) obtained from Phantom-4 Drone.
frequency range.
3. RESULTS (PRELIMINARY)
Figure 4 shows the cross-correlation functions
between S1 and S8 stations for ZZ, RR and ZR
Figure 2. One hour record of ambient noise (right).
Unprocessed trace is displayed after normalization. A components. The traces are filtered between 3
segment of 30 sec around a transient event (left). Units in to 8 Hz. Results show that ZZ and RR traces are
the figure are arbitrary. almost identical, the correlation pulse is close to
zero, indicating the proximity of the stations.
2.4 Unmanned aerial vehicle (UAV) Same results are observed on TT component.
The employed methodology is mainly However, ZR component exhibits waveforms in
composed of two phases: the first one is the times delays larger than +- 0,5 Sec, mainly in
UAV mission planning and its execution, while acausal part. Some of these arrivals could be
the latter is the image processing. These ballistic waves, but in general, coda waves
trains appear and disappear along the day. the relative changes in seismic velocities are
Relative velocity changes between station S5 estimated using limited data. Follow studies
and S6 from midnight of day 07/11/2016 to will link these changes to the states of landslide
midnight of next day. High velocity changes are material, mainly because of rainfall induced
seen that are mainly because of an intense degree of saturation.
rainfall event (Figure 5). In future, the relative ACKNOWLEDGMENTS
velocity changes dv/v among all the possible The seismometers used in this study were taken
station pairs will be done by considering all from Pool of Brazilian Equipments (PegBr),
three temporal scales (seasons) i.e. before, Rio de Janeiro. The first author would like to
during and after the rainy season in Brasilia. thank Prof. Marco Ianniruberto of Institute of
Geosciences, UnB for lending DGPS.
REFERENCES
Claerbout, J.F. (1968) Synthesis of a layered
medium from its acoustic transmission
response, Geophysics, Vol. 33, 264–269.
Czarny, R. Marcak, H. Nakata, N. Pilecki, Z.
and Isakow, Z. (2016) Monitoring Velocity
Changes Caused By Underground Coal
Mining Using Seismic Noise, Pure and
Applied Geophysics, Vol. 17, p. 1907-1916.
Figure 4. Cross correlations functions; ZZ, RR and ZR Mainsant, G.E. Larose, C. Brönnimann, D.
components bandpass filtered between 3 to 8 Hz. One Jongmans, C. Michoud, and M. Jaboyedoff
day long cross-correlation calculated for dry period (2012a) Ambient seismic noise monitoring
record (November 2). of a clay landslide: Toward failure
prediction, Journal of Geophysical Research,
Vol. 117, p. F01030.
Mainsant, G. Jongmans, D. Chambon, G.
Larose, E. and Baillet, L. (2012b)
Shear wave velocity as an indicator for
rheological changes in clay materials:
Lessons from laboratory experiments,
Figure 5. Relative velocity change dv/v observed in the Geophysical Research Letters, Vol. 39.
coda of the correlations between S1 and S5 of Z Larose, E. Bontemps, N. Lacroix, P. and
component at 8-16 Hz coda part. The color bar is the best
fit. Maquerhua, E.T. (2017) Landslide
monitoring in southern Peru: SEG
Geoscientists Without Borders® project, In
SEG Technical Program Expanded Abstracts
CONCLUSIONS 2017 (p. 5322- 5326), Society of Exploration
Geophysicists.
From these preliminary studies following Rothmund, S. Vouillamoz, N. and Joswig, M.
conclusions has been drawn. (2017) Mapping slow-moving alpine
Images of landslide taken with drone are used landslides by UAV-Opportunities and
to make a high resolution digital elevation limitations, The Leading Edge, Vol. 36, p.
model of the area (10cm resolution). The 571-579.
ambient seismic noise was processed to obtain Hussain, Y. Carvajal, H.M. Cárdenas-Soto, M.
green function between station pairs. Finally, Uagoda, R. and Martino, S. (2017)
Microtremor Response of a Mass Movement
in Federal District of Brazil, Anuario do
Instituto de Geociencias, Vol. 3(2017).
Determinação do Coeficiente de Reação Vertical (Kv) e Horizontal
(Kh) de um Solo Tropical em Cuiabá
Luiz Carlos de Figueiredo
IFMT - Instituto Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Brasil, figueiredo@cba.ifmt.edu.br.
RESUMO: Este trabalho apresenta a determinação dos coeficientes verticais e horizontais de um solo
solo tropical, com perfil silte argiloso, na cidade de Cuiabá, Centro-Oeste do Brasil. A metodologia
utilizada baseia-se na utilização de sondagens de SPT e execução de provas de carga verticais para a
obtenção do coeficiente de reação vertical (kv) e de provas de carga horizontal para a determinação
do coeficiente de reação horizontal (kh). Para ambos os coeficientes foram empregados a Hipótese de
Winkler. Os resultados mostraram que os ensaios SPT apresentam proporcionalidade com kv e que a
obtenção de kh indicou a coerência do método empregado.
proriedades dos solos e intensidade das cargas são independentes, a coesão das partículas no
afetam diretamente a referida análise. meio solo fica comprometida (PORTO, 2010).
Desses fatores, o da rigidez relativa fundação
solo foi quantificado por vários autores em 1.2.3 Os coeficientes de reação do solo
propostas que variavam conforme o tipo de
fundação, a exemplo de Meyerhof (1953) e Pela Hipótese de Winkler as pressões de contato
Schultze (1966), apud Velloso (2010) para uma são proporcionais ao recalque, como mostra a
fundação retangular e Padfield e Sharrock (1983) Figura 1. Como se observa o coeficiente de
para radier. reação se aplica de modo simplificado para uma
Em relação ao fator solo-estrutura solo- fundação assentada diretamente ao solo e o
estrutura Meyerhof (1953) substituiu toda a conceito de molas independentes é facilmente
estrutura da edificação, segundo uma direção, compreendido.
por uma viga de rigidez à flexão; Chamecki
(1956) considerou a interação solo estrutura, ou
seja, o efeito dos recalques causados pela carga
da estrutura que modificaria as cargas propostas
pelo projetista estrutural; Aoki e Lopes (1975)
apresentaram uma proposta para o caso de
fundações que impõem tensões uma às outras
nas quais os apoios em molas são substituídos
por um meio elástico; Poulos (1975), seguido por Figura 1 – Modelo de Winkler (Velloso, 2010).
Gusmão (1990) propõe uma análise com base em
meio elástico, possível com o uso de ferramenta A determinação do coeficiente de reação
computacional. vertical pode ser simplificada como mostrada na
Equação 1:
1.2 Hipótese de Winkler
q kv U (1)
Velloso (2010) apresenta dois modelos para
representar o solo, na análise da interação solo- onde q é a carga aplicada, kv é o coeficiente de
estrutura: hipótese de Winkler e meio contínuo. reação vertical e ȡ é o recalque. Segundo Velloso
O modelo de meio contínuo pode ser elástico e (2010) o coeficiente de reação vertical é
elastoplástico. Na primeira variante há algumas conhecido por modelo de molas ou modelo do
soluções para vigas e placas baseadas na Teoria fluido denso. Nota-se que a unidade é igual à do
da Elasticidade; na segunda é necessária a peso específico (FL-3).
solução numérica, pelo método de elementos No caso de estacas submetidas a esforços
finitos. laterais a reação do solo não é tão simples,
O modelo com base na Hipótese de Winkler, mesmo considerando a Hipótese de Winkler.
proposta em 1867, considera uma viga sobre um Velloso (2010) cita a natureza do solo, o nível de
meio elástico, no qual o solo é substituído por carregamento, e a forma e dimensão da estaca
uma série de molas horizontais, idênticas, como variáveis que influenciam na reação do
independentes entre si, igualmente espaçadas e solo. A condição de trabalho da estaca fornece os
de comportamento elástico linear (ARAÚJO, deslocamentos horizontais e os esforços internos
2013). da estaca. A Figura 2 mostra a condição de
A hipótese de Winkler, pelo seu fácil trabalho de uma estaca submetida a esforço
entendimento, é a mais difundida no meio lateral e a representação em modelo pela
geotécnico (Milani, 2013). Embora a solução Hipótese de Winkler. Nota-se que a aplicação da
simplificadora seja atraente, deve-se considerar carga no topo livre e frontal da estaca provoca
como precaução que se trata de um modelo linear um deslocamento diferencial entre o topo da
de tensão-deformação e que não leva em conta a estaca e a sua base.
dispersão área de influência (Milani, 2012).
Como se trata de um modelo no qual as molas
p kh v (2)
2 MATERIAIS E MÉTODOS
32
34
16
18 método é coerente, embora haja necessidade,
20
22
para ambos os coeficientes de mais investigação,
24
Estaca 1 dada a clara dispersão dos resultados, a priori,
26
28
Estaca 2
Estaca 3 oriundos da anisotropia do solo. Além disso, no
30
32
Estaca 4
Estaca 5 tocante as provas de carga horizontal, parte da
34
36
Estaca 6
restituição é devida ao material da estaca, não há
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300
certeza de que o solo manteria uma elasticidade
Carga (kN) correlacionada ao material estrutural da estaca.
Figura 7 - Resultado das provas de carga horizontal.
REFERÊNCIAS
Nota-se que a resposta do solo, para a medida
de recalque máximo, para cada prova de carga Aoki, N.; Lopes, F.R. (1975). Estimating stresses
horizontal, foram semelhantes entre os pares das and settlements due to deep foundations by
estacas, exceto para o par formado pelas estacas the Theory of Elasticity. In:
5 e 6, Tabela 3. O coeficiente de restituição, PANAMERICAM CONFERENCE ON
embora com a visível discrepância da Estaca 5, SOIL MECHANICS AND FOUNDATION
apresentou média de 55,74 com desvio padrão de ENGINEERING, 5., Buenos Aires.
16,07 e Coeficiente de Variação de 28%. Proceedings...Buenos Aires: PCSMFE.
No que se refere ao coeficiente de reação do Araújo, A.G.D. (2013). Provas de carga estática
solo horizontal (kh), vale notar que foi com carregamento lateral em estacas hélice
considerado para o cálculo desse parâmetro, o contínua e cravadas metálicas em areia.
trecho linear da curva carga deslocamento. A Dissertação de Mestrado. Universidade
juízo dos autores, foi desprezada o par carga Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN,
RESUMO: Com a necessidade de explotação de corpos minerais cada vez mais profundos, surge a
crescente importância das análises de estabilidade de taludes de escavação na mineração. Neste
âmbito, a geometria dos taludes representa a otimização da economia e da segurança das escavações
na lavra. Neste contexto, este artigo apresenta um estudo de caso onde foram verificadas as
condições de estabilidade de taludes escavados em rochas intemperizadas em uma mina de grafita,
por meio de análises determinísticas e cinemáticas. Algumas seções apresentaram fatores de
segurança muito próximos de 1,0 e foi verificada também a potencialidade de movimento de massa
nos Taludes Norte e Sul.
talude ( p< f); 2.4 Ruptura por Tombamento
2. O mergulho do plano do escorregamento
deve ser maior que o ângulo de atrito deste Este tipo de ruptura ocorre com mais frequência
plano ( p> ); em taludes escavados em rochas sedimentares
estratificada ou metamórficas estratificadas,
3. O plano de deslizamento com a direção de
envolvendo a rotação de colunas ou blocos de
±20° em relação à direção da face do talude;
rocha sobre um ponto fixo. O tombamento
4. A extremidade superior da superfície de
ocorre quando as direções da face do talude e da
deslizamento deve interceptar o plano de topo
descontinuidade são paralelas (+/- 20 graus) e o
do talude ou termina em uma fenda de tração;
mergulho da descontinuidade é contrário ao
5. As superfícies de alívio lateral do maciço
mergulho da face do talude, Fig. 2. Além disto,
rochoso são de baixa resistência ou o plano de
a projeção do vetor da força peso cai fora da
escorregamento passa pela porção convexa do
base do bloco ou da coluna considerada,
talude.
causando a rotação do elemento (Assis, 2003).
Podem ocorrer em outros litotipos que
2.3 Ruptura em Cunha
obedecem ao supracitado.
A ruptura em cunha é um escorregamento de
blocos devido ao encontro de duas
descontinuidades formando uma linha de
interseção cuja direção intercepte a face do
talude e inclinação da interseção (ȥi) seja
menor que a inclinação da face (ȥfi), conforme
demonstrado na Fig. 1. Para que haja a Figura 2. Ruptura por tombamento Flexural (Hoek &
Bray apud Menezes, 2013)
movimentação do bloco, o ângulo de atrito
médio ( )dos dois planos de descontinuidade
deve ser menor que o ângulo da linha de 3 MÉTODO DE EQUILÍBRIO-LIMITE
interseção das descontinuidades, ou seja, ȥfi>
ȥi> ( Wyllie & Mah, 2004 apud Menezes A estabilidade de talude é geralmente analisada
2013). de forma determinística a partir do fator de
segurança (FS), calculado pela avaliação das
forças que atuam ao longo de uma superfície
potencial de ruptura, considerando estáveis
taludes onde a relação entre as forças e/ou
momentos resistentes e atuantes é maior que um
(Cavalcante, 1997).
O método do equilíbrio limite trata-se da
metodologia mais difundida atualmente e que
assume na análise de estabilidade de taludes a
ruptura do maciço, dividida em lamelas (slice),
ao longo de uma superfície potencial de ruptura
(Assis, 2003). O método admite uma superfície
de ruptura bem definida, que o critério de
ruptura de Mohr-Coulomb é satisfeito ao longo
da superfície potencial de ruptura e que o fator
de segurança ao longo desta superfície é único,
sendo determinado a partir de equações que
satisfaçam o equilíbrio estático de forças em
duas direções ortogonais e/ou de momentos
Figura 1. Ruptura em cunha, vista da face do talude, (Reis, 2010).
demonstrando a definição dos ângulos (Wyllie & Mah, Os métodos de equilíbrio-limite introduzem
2004 apud Menezes 2013).
FS
S 10 - 10' 0,98 0,96 1,00 0,99 0,4
Janbu
S 11 - 11' 0,97 1,04 0,99 1,07 0,2
M-P
0
Aux 04- 04' 1,29 1,36 1,28 1,33
16 18 20 22
Fonte: GeoStudio 2007 Peso específico ( kN/m³)
0,6
S 06 - 06' 2,46 2,41 2,53 2,60
0,4 Janbu
S 07 - 07' 2,38 2,20 2,36 2,36 0,2 M-P
S 08 - 08' 2,38 2,16 2,33 2,37 0
S 09 - 09' 4,10 4,42 3,82 2,29 14 16 18 20
Coesão (kPa)
S 10 - 10' 3,20 3,10 3,50 5,24
Figura 5. Gráfico FS x Coesão
S 11 - 11' 13,19 12,65 12,74 12,2 Fonte: GeoStudio 2007
Aux 04- 04' 2,53 2,52 2,52 2,54
Fonte: GeoStudio 2007 FS x Ângulo de atrito interno
6 CONCLUSÃO
RESUMO: Devido ao crescimento populacional nas últimas décadas, a ocupação de áreas irregulares
se tornaram frequentes, porém esse movimento do ponto de vista técnico é alarmante devido a
estabilidade de taludes. O presente trabalho busca com base nos conhecimento das propriedades do
solo, apresentar os fatores que promoveram tal instabilidade, relatando por meio das informações
obtidas algumas medidas preventivas e corretivas que poderiam ser aplicadas ao caso.
condições de segurança que os maciços de terra edificações, o caso aqui retratado não foge a
possam apresentar. (MARANGON, 2009). regra, sendo solicitado a suportar uma carga em
O trabalho em questão tem como objetivo seu corpo maior do que a que foi projetado e
realizar um estudo de caso acerca da estabilidade ainda suportando as forças de empuxo advindas
de taludes com base no conhecimento das do solo contido, a geometria do talude sofreu
propriedades geológicas e geomêcanicas dos alterações, um dos parâmentros estabilizantes de
materiais que os constituem, além de apresentar maior importância (GONGORA, 2017).
os fatores que influenciam, desencadeiam e Além do possíveis agravantes já citados,
condicionam as instabilidades. Realizando pôr nenhum sistema de drenagem contribuia para
fim a apresentação dos tipos de medidas manter o equilibro do próprio talude, tendo assim
preventivas que poderiam ser tomadas visando a base ou pé do mesmo desprotegido. Um fato
evitar o acidente, apresentando também as valido a ser apresentado é que uma construtora
possíveis medidas corretivas ou estabilizadoras estava realizando uma obra estrutural acerca de
para os danos causados pelo mesmo. três meses, referente a um novo empreendimento
atrás da área residencial que apresentou a
problemática. O condomínio não era de
2 O CASO responsabilidade da construtora, porém diante do
ocorrido, a mesma prestou auxílio aos moradores
O objeto de estudo foi um acidente causado para evitar que o problema se agravasse,
pelo escorregamento de talude, localizado em promovendo a longo prazo a restauração do
uma area residencial na Rua Clóvis Seroa de talude.
Motta no bairro São Geraldo, Zona Sul de Juiz O talude veio à colapso no dia 03 de outubro
de Fora – MG (Figura 1). de 2016. Na figura 2, é possível verificar que
além dos possíveis fatores contribuintes para o
escorregamento, o bairro de São Geraldo (parte
inferior direita do mapa) é umas das áreas da
cidade com risco de escorregamento.
RESUMO: O presente trabalho tem por intuito a proposição da separação das parcelas resistência de
atrito lateral e ponta em uma estaca ensaiada através de prova de carga estática, por meio da aplicação
de uma nova abordagem matemática de transferência de carga, apresentada em Amann (2010). Nesse
sentido, objetiva-se comparar os resultados de resistência obtidos por meio do novo enfoque com a
modelagem computacional, proveniente de Método de Tensões Efetivas, da estaca que constitui
objeto de estudo. Por fim, confrontam-se os resultados parciais alcançados com a aplicação de
métodos semiempíricos de amplo uso na literatura geotécnica brasileira.
1 INTRODUÇÃO
x yo5 – recalque do topo na ruptura da Realizou-se prova de carga estática em uma
ponta; estaca escavada a seco com trado mecânico, de
x R – coeficiente de rigidez do solo da diâmetro nominal de 25cm e comprimento de
ponta; 10m. Empregou-se concreto usinado com
x Sp – área da seção da ponta. cimento de alta resistência inicial, com fck =
20MPa e slump 7 +/- 1cm. Utilizou-se armadura
mínima de três barras longitudinais de diâmetro
Por outro lado, Décourt (1996) propõe o ajuste 8mm.
da curva carga-recalque através de uma
expressão hiperbólica, responsável por definir a 2.2 Caracterização geotécnica do terreno
rigidez (Rig), conforme assinala a Equação 1:
As sondagens realizadas no terreno onde
Rig = P0 / y0 = C2 + C1.P0 (1) executou-se a prova de revelaram a presença de
solo do tipo areia argilosa em estado pouco
Seguindo tal linha de raciocínio, é possível compacto (índices de resistência à penetração
traçar-se, no diagrama de rigidez, as equações de variando de 5 a 8 golpes) até a profundidade de
cada trecho da curva carga-recalque, conforme a 1,5m.
proposta das Leis Modificadas de Cambefort. Entre as profundidades 1,5m e 9,5m observou-
Tal proposta é ilustrada pela Figura 2. se argila de consistência média a dura (índices de
resistência à penetração variando de 10 a 20
golpes). A partir da profundidade 9,5m encontra-
se silte argiloso de consistência média (índice de
resistência à penetração médio de 10 golpes).
A posição do nível de água é estável na
profundidade de 6m.
Figura 4. Diagrama de rigidez referente à estaca E1 Figura 5. Obtenção da carga de ruptura convencional em
conformidade com a NBR 6122 (ABNT, 2010)
3 PREVISÃO DA CAPACIDADE DE
CARGA 3.3 Previsão da capacidade de carga pela
aplicação de software Método de Tensões
3.1 Previsão da capacidade de carga pela Efetivas
aplicação de métodos semiempíricos
A Figura 6 exibe o perfil geotécnico modelado
Com o intuito de se obter o pré- no software GEO5, por meio do Método de
dimensionamento da estaca que constitui objeto Tensões Efetivas (CONDUTO, 2001) para a
de estudo do presente artigo, aplicou-se os obtenção do valor de capacidade de carga de
métodos de Aoki-Velloso (1975) e Décourt- 470,99 kN. Assinala-se que o valor de resistência
Quaresma (1978) ao estudo de caso, obtendo-se mobilizada por atrito lateral foi de 417,97 kN,
os valores apresentados na Tabela 1. enquanto a resistência de ponta foi de 53,01 kN.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
fundamentado na teoria da equação da onda sondagem SPT, perfazendo um total de 116,42
idealizada por Smith (1960), objetivando m de perfuração. De um total de 80 estacas
determinar a capacidade de carga da interação cravadas, foi realizada a seleção de 4 estacas
estaca-solo aleatórias para a execução das provas de carga
dinâmicas. As estacas selecionadas estavam
2 CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO situadas entre as prospecções geotécnicas SPT1,
SPT2, e SPT3 atingindo profundidades de 20,73
2.1 Investigação Geológico-geotécnica do local m, 20,78 m; 9,55 m respectivamente. O perfil
geotécnico representado pela Figura 1 refere-se
O estudo realizado localiza-se no município de as sondagens realizadas em torno das 4 estacas
Serra/ES, a cerca de 1200 m da costa marítima. ensaiadas.
A área experimental apresenta O perfil é constituído em toda a sua
predominantemente solos típicos da Formação profundidade por argilas plásticas, com
Geológica Barreiras, constituídos por camadas variações de areia média a fina, de consistência
de areia e argila geralmente de algumas dezenas rija a dura com ocorrência de laterita em
de metros de espessura que se estende por mais algumas de suas camadas intervalares,
de 5.000 quilômetros ao longo da costa comprovando as características da Formação
nacional, do Amapá ao Rio de Janeiro (Rossetti, Geológica Barreiras. O índice de resistência a
2013). Nunes (2011) afirma que, a Formação penetração médio (NSPTmédio) nos 3 furos foi de
Barreiras é composta por uma sequência de 27, 30 e 38 respectivamente.
sedimentos detríticos, siliciclásticos de origem
fluvial e marinha, pouco ou não consolidados,
mal selecionados e de cores variegadas,
variando de areias finas a grossas, argilas cinza
avermelhadas com matriz caulinítica, solos
laterizados provenientes de superfícies
intemperizadas e ocorrências escassas de
estruturas sedimentares.
Quanto a investigação geotécnica da área de
estudo, foram executados 7 (sete) furos de
Tota (mm)
o programa assume total plastificação do solo.
Martelo (t)
Alturas de Nega por
Estaca
Nega
Peso
Valores compreendidos entre 1,00 mm e 7,00 queda golpe
mm são aceitáveis (MURAKAMI, 2015). (cm) (mm)
- Deslocamento máximo (DMX): é o valor do Para os golpes onde a nega foi igual a zero o
deslocamento máximo das partículas na região valor foi substituído por 0,1 mm. Esta alteração
dos sensores. Esse valor é igual ao repique, se faz necessária uma vez que o CAPWAP não
acrescida a nega. aceita um valor nulo para a nega.
Para se obter os resultados da análise CAPWAP Tabela 3. Resultados obtidos pela Análise CAPWAP.
torna-se necessário informar ao programa a Atrito Lateral Resistência
Quake de Ponta
Máximo (mm)
Quake Lateral
(t) de Ponta
Resistência
Mobilizada
(mm)
(tf)
Profundidade
Profundidade
Estaca
TMáx. (Mpa)
TMáx. (Mpa)
TMáx. (Mpa)
(%)
(%)
(%)
Figura 3. Curvas de Carga x Deslocamento.
43 14,80 1,00 2,90 0,00 0,17 9,10
47 17,50 1,00 2,91 7,50 0,08 12,8 A linha contínua representa o comportamento
50 17,70 1,00 3,13 8,00 0,18 6,00 da região onde houve a instrumentação
58 15,10 1,00 3,10 0,00 0,16 5,30
(instalação dos sensores) no fuste da estaca,
enquanto que a linha tracejada representa o
Através dos dados obtidos pelo PDA e
comportamento da ponta da estaca. Nesta
analisados pelo CAPWAP com os sinais de
simulação correspondente ao comportamento da
força e velocidade obtidos em campo, é
estaca no instante do teste dinâmico, para cada
possível traçar curvas de resistência mobilizada
carga incremental na ponta, o programa calcula
(RMX) versus o deslocamento máximo de cada
a carga e o recalque resultante no topo, levando
golpe (DMX). A Figura 02 representa a curva
em consideração a elasticidade da estaca e do
RMX x DMX de todas as estacas ensaiadas.
solo. Após o período de repouso, após a
cravação da estaca, o comportamento anotado
3000 pode ser diferente. Visto que a simulação é feita
no momento do ensaio (Gallegos, 2014).
2500
A PCE de desempenho foi conduzida até o
2000
valor de 2250 kN, aproximadamente 3,0 vezes a
RESITÊNCIA (KN)
REFERÊNCIAS
RESUMO: O objetivo deste trabalho é desenvolver um código no software Wolfram Mathematica que permita
calcular o adensamento primário ao longo do tempo de um solo argiloso, induzido por acréscimos de tensão
provocados por sistemas de cargas pontuais ou de carregamentos uniformes retangulares, resguardadas as
hipóteses simplificadoras dos modelos adotados. Para isso, foram utilizadas as soluções de Boussinesq e
Newmark para o cálculo dos acréscimos de tensão, e o modelo de adensamento unidimensional de Terzaghi
para a determinação do adensamento primário ao longo do tempo. O resultado é um código que permite a
visualização dos recalques ao longo do tempo e dos acréscimos de tensão na massa de solo.
3 q dx dy z 3
d 'V z (13)
2S R5
Retângulo mi ni
auxiliar
Figura 5. Retângulos auxiliares para a região 1. (y yj ) B x xj L
I 2 2
z z
(y yj ) B x xj L
II 2 2
II z z
(y yj ) B x xj L
I III 2 2
z z
(y yj ) B x xj L
IV 2 2
z z
III
IV
'e
'H (t ) H dr U (t ) (25)
1 e0
onde,
Tv(t) = fator tempo [adimensional];
cv = coeficiente de adensamento do solo [L2.T-1];
U(t) = percentual do adensamento primário
concluído no tempo t [adimensional];
ǻH(t) = variação total da altura da camada de
solo no tempo t [L].
7 CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
RESUMO: As graves consequências em termos de perdas humanas e materiais fazem com que a
análise de estabilidade de taludes tenha um papel importante na área geotécnica. Deste modo, o
presente artigo propõe a implementação dos métodos de Fellenius e Bishop Simplificado em uma
planilha eletrônica, detalhando o equacionamento analítico adotado para discretização da geometria
do talude e superfície de ruptura. Com a finalidade de avaliar a implementação proposta, foram
realizadas comparações com exemplos presentes na literatura e um programa comercial, ambos com
um solo homogêneo sem a presença de nível d’água. As comparações realizadas mostraram a
influência do número de lamelas utilizado na análise no cálculo do FS.
de resistência é estabelecido por Coulomb pela
Equação (1), que correlaciona em sua
formulação, a resistência ao cisalhamento do
solo (W) com a tensão normal (V) e os
parâmetros de coesão (c’) e ângulo de atrito ()’
do solo.
¦ W u sen Į
i 1
i i
n
§ c'ub i ·
¦ ¨¨ 1 © mD ¹
¸¸
...
i
n
(3)
¦ W u sen Į
i 1
i i
y3 h (8) xn x0
b (13)
n
Na sequência é necessária a verificação da
intersecção da SR com a respectiva reta que Em seguida, encontram-se as coordenadas
compõe a superfície do talude (ST), para que as dos vértices de cada lamela, conforme
abscissas dos pontos inicial (x0) e final (xn) descrevem as Equações (14), (15) e (16), a
sejam determinadas. A Equação (9) verifica a partir das abscissas inicial e final de cada
intersecção da ST com a Reta 1, com xR1 < 0. lamela. Sendo xi = xo para a primeira lamela e
para as demais, xi será o valor da Equação (14)
x R1
R 2 y c2 xc (9)
correspondente à lamela i 1 .
x i 1 xi bi (14)
Podem existir situações em que a SR
analisada somente fará intersecção com a Reta
2. Nestes casos é preciso verificar estes pontos y SRi R 2
x i2 2 u x c u x i x c2 x c (15)
de intersecção para a definição adequada da
posição final da SR. Isso é realizado pelas
y SRi 1 ( R 2 x i21 2 u x c u x i 1 x c2 ...
Equações (10) e (11), para 0 xR2,i L.
... x c ) (16)
x R2;1 cosT u ( R cosT u ( x y ) 2 u ...
2 2 2
c
2
c
1 A determinação das ordenadas de xi e xi+1 na
... u senT u cosT u xc u yc ) cosT u xc ...
2 SR se dá a partir das equações de reta que
... senT u yc (10) definem a superfície do talude nos intervalos
xi<0, 0 xi L ou xi > L. Para y STi e y STi1 , se xi
x R2;2 cosT u ( R 2 cosT 2 u ( xc2 yc2 ) 2 u ... e/ou xi+1 forem maiores ou iguais a L, então
1
y STi e/ou y STi1 são iguais a y 3 ; se xi e ou xi+1
... u senT u cosT u xc u yc ) cosT u xc ...
2
forem menores que L e maiores que zero, então,
y STi e/ou y STi1 são iguais a y 2 ; se xi e/ou xi+1
h mi
y STi
y SRi y STi1 y SRi 1 (17) Tabela 1 – Características do Talude do Exemplo 1
2 Parâmetros Geotécnicos
c' (kN/m²) 20,00
A partir de h mi é possível calcular o peso da ࢥ' (°) 20,00
lamela i através da Equação (18). Ȗ (kN/m³) 16,00
Parâmetros Geométricos
h (m) 14,00
Wi h mi ub u J (18)
L (m) 24,25
horizontal. 1,68
0,99
Fator de Segurança (FS)
1,66
1,64
b
boi (20)
Ac/Ar
1,62 0,98
cos D i 1,60
1,58
0,97
1,56
A partir dos valores de ܹ , ߙ e b, e para o 1,54
método de Fellenius ܾ , calculam-se os 1,52 0,96
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150
esforços resistentes e solicitantes para cada nº de lamelas (n)
lamela conforme informado nas Equações (3) e Fellenius Bishop Simplif. Das (2014) Ac/Ar
1,00
2,08 FERNANDES, M. A. Estudo dos mecanismos de
2,06
instabilização em um talude de solo arenoso não
saturado localizado na região centro-oeste paulista.
Ac/Ar
0,99
2,04 Universidade de São Paulo. São Carlos, p. 283. 2016.
2,02
FERREIRA, J. L. F. Análise de estabilidade de taludes
0,99
pelos métodos de Janbu e Spencer. Universidade do
2,00 Porto. Porto, p. 122. 2013.
1,98 0,98 MASSAD, F. Obras de terra: curso básico de geotecnia.
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 2ª. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. 63-74 p.
Nº de lamelas (n)
PINTO, C. D. S. Curso básico de mecânica dos solos. 3°.
Fellenius Bishop Simplif. Slide - Sample Problems Ac/Ar ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. 14-15 p.
SILVA, A. F. P. Desenvolvimento de um programa de
Figura 5 – Talude do Exemplo 2 cálculo automático de estabilidade de taludes pelo
método de Correia. Universidade do Porto. Porto, p.
Tabela 4 – Resultado Comparativo do Exemplo 2 153. 2013.
FS FS Slide Erro - ROCSCIENCE INC. Slide 2D limit equilibrium slope
FS
n Bishop Sample Bishop Ac/Ar stability for soil and rocks slopes - User's Guide.
Fellenius
Simplif. Problems Simplif. Disponível em:
7 2,018 2,102 2,113 0,54% 0,9800 <https://www.rocscience.com/downloads/slide/Slide_Tut
14 2,001 2,082 - 1,49% 0,9950 orialManual.pdf> . Acesso em 20/07/2017.
28 1,996 2,076 - 1,74% 0,9987
Guidicini & Nieble (1984). Deslizamentos de estabilidade e para definição do relevo por meio
solo costumam ser registrados quando possui de imagens de satélite, é muito interessante para
vítima ou prejuízo direto para as pessoas. No compreender o processo de deslizamentos de
entanto, são diversos os casos de eventos de terra, por se tratar de assuntos intimamente
instabilidade de taludes que não são registrados, relacionados.
mas que poderia trazer informações importantes
para estudiosos do assunto. Segundo Futai 2 METODOLOGIA
(2011), os escorregamentos em solos não
saturados são muito comuns no Brasil. O clima A metodologia dessa pesquisa investiga uma
tropical, típico de uma grande área do Brasil, abordagem de gerenciamento de risco, que se
contribui para a formação de solos espessos, inicia a partir de estudos de casos históricos
além de apresentar elevados índices relacionados a deslizamentos de terra e de áreas
pluviométricos. O tipo de deslizamento mais de risco cuja estabilidade foi estudada. São
comum no Brasil ocorre devido à alta utilizados os programas Google Earth,
quantidade de água infiltrada no solo, GeoStudio e Microsoft Excel como ferramentas
geralmente no período de estação chuvosa de para o desenvolvimento da metodologia. Por
cada região. meio da caracterização do solo e obtenção dos
A instabilidade de taludes, responsável por dados de índice pluviométrico, baseados em
grande parte dos deslizamentos de terra, está trabalhos anteriores e imagem da geometria
relacionada principalmente com: condicionantes atual adquirida por satélite é feita a analise a
naturais e condicionantes antrópicos. São estabilidade atual dos taludes escolhidos.
condicionantes naturais a incidência de chuva, Vale ressaltar que os dados a respeito da
características geomorfológicas – relevo, caracterização do solo, como parâmetros de
topografia, declividade – e características resistência, índices físicos do solo, camadas de
geotécnicas. Dentre condicionantes antrópicos, solo, nível d’água, perfil do solo estudo, etc. são
a ocupação e uso do solo são os mais obtidos pelo estudo de caso escolhido. Esses
relevantes. Ou seja, existem diversos fatores elementos possibilitam a análise de estabilidade
que tem relação direta com a estabilidade de pelo método de Bishop Simplificado e pelo
talude, como a característica e classificação do Software GeoStudio. Naqueles casos com a
solo, a carga solicitada, o peso próprio do ocorrência de deslizamentos por incidência de
talude, o grau de saturação do solo, a posição do chuvas intensas, é interessante verificar o índice
lençol freático e a geometria do talude. pluviométrico que resultou no incidente, para
Atualmente, existe o acesso a programas de que possa ser comparado de maneira geral com
imagem de satélite e versões estudantis outros casos.
gratuitas de programas de análise de Além das informações citadas anteriormente,
estabilidade de obras de terra. O avanço da é necessário que o estudo apresente a geometria
tecnologia e surgimento de ferramentas do talude traçada pelos autores, para que possa
computacionais contribui efetivamente para o essa geometria ser comparada com a geometria
gerenciamento de risco e estudos sobre atual obtida pelo programa Google Earth. Sendo
estabilidade de taludes. Essa realidade inspirou assim, deve haver a possibilidade da região
a metodologia da pesquisa, pois são utilizados estuda ser encontrada no Google Earth. Estudos
programas como GeoStudio, Google Earth e de casos de taludes rodoviários não foram
Microssoft Excel, que são extremamente uteis viáveis para a pesquisa, pois apresentam uma
para o desenvolvimento de análise de maior dificuldade de serem localizados.
estabilidade de taludes. Com essas informações constatadas, é feita a
O estudo de temas como movimentos de busca pela localização da região no Google
terra, relação entre pluviosidade e Earth. A partir disso, é traçado o corte do local
deslizamentos, fatores que influenciam o – o mais próximo possível da seção identificada
movimento, gerenciamento de risco, análise de na referência bibliográfica. O software fornece
estabilidade de taludes e uma breve orientação o nível do terreno por meio de uma imagem
sobre os programas utilizados para análise de com o traçado do relevo. Com a utilização de
1.218 1.466
1.208 1.462
1.198 1.458
1.188 1.454
1.178
1.450
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
1.168
1.158
Figura 5. Geometria do estudo de Fernandes et al. (2013)
1.148
1.138 Geometria
1.128 1.480 Simplificada
1.118 Nível d’água
1.470
1.108
1.098
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 1.460
1.215
1.125
1.115
1.105
1.050
900
B 850
1.210
800
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000
1.200
1.160 1.150
1.150
1,485
Geometria
1.140
Simplificada
1.130 1.050
1.120
1.110
1.100 950
1.090
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
1.210
1.200
Figura 8. Geometria atual obtida pelo Google Earth e
1.190
Geometria geometria simplificada para o Caso IV.
1.180
1.170
Simplificada
1.160
1.150
1.140
1.130
3.5 Caso V – Estudo de caso da Encosta do
1.120
1.110
Morro Floresta em Nova Friburgo, Guerra e
1.100
0 50 100 150 200 250
Ehrlich (2016).
Figura 4. Geometria atual obtida pelo Google Earth e
geometria simplificada para o Caso II.
925 820
Solo
915 810
Rocha
905
800
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
895
885
Figura 14. Geometria atual obtida pelo Google Earth e
geometria simplificada para o Caso VI (b).
875
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
as pressões do solo, adotando uma relação de deslocamentos, atravéz de métodos que
rígido-plástica entre o solo e a deformação preveem esses deslocamentos, funcionando
(SANTOS JR; BARROS, 2010). como controle de qualidade de obras de
A partir dos métodos clássicos, novos contenção.
modelos foram criados para prever o Mediante esse cenário, o objetivo deste
comportamento dessas estruturas. Winkler estudo é comparar os esforços atuantes na
(1867) foi o primeiro a representar o solo com estrutura de contenção (cortina e escoramentos)
um sistema de molas lineares independentes por meio de diferentes métodos de previsão de
entre si, ou seja, discretizar o solo em elementos. comportamento (equilíbrio limite, interação
O modelo é bastante simples e portanto acarreta solo/estrutura – Winkler, e envoltórias de
algumas desvantagens como: i) considerar o Terzaghi e Peck). O estudo também tem o
comportamento do solo linear; ii) desconsiderar propósito de analisar a perevisão do
a continuidade do solo e a coesão entre deslocamento horizontal da cortina. Por fim,
partículas; e iii) atribuir o comportamento físico busca-se identificar a influencia do Fator de
do solo em função da rigidez das molas (LOPES; Segurança (FS) adotado nos esforços gerados
VELLOSO; SANTA MARIA, 1998; PORTO; por cada metodologia e também na deformação
SILVA, 2010; CHRISTAN, 2012). horizontal da cortina de contenção.
Frente a crescente execução de obras de
contenção Terzaghi e Peck desenvolveram outra
metodologia de previssão de comportamento. 2 METODOLOGIA
Estes autores verificaram, por meio de vários
estudos de caso, que as pressões de terra Atravéz dos métodos citados, serão estimados os
exercidas sobre uma contenção com mais de dois esforços e deslocamentos de uma estrutura de
pontos de apoio pode ser representada por um contenção com quatro níveis de escoramento
envoltória. Para solos arenosos, essa envoltória (estroncas) e os esforços sobre estas estruturas.
corresponde a uma pressão de 0,65.Ka.Ȗ.h Como as envoltórias de Terzaghi e Peck devem
uniforme ao longo de toda escavação, sendo o ser utilizadas como um artifício para
empuxo Ka calculado segundo os critérios de dimensionamento de estruturas de suporte, ou
Rankine (TERZAGHI, PECK e MERSI, 1940). seja, somente para fornecer os esforços nas
Nesse cenário, depara-se com diversos estroncas, a comparação dos esforços atuantes na
métodos desenvolvidos para prever o cortina será feita entre os métodos do equilíbrio
comportamento dessas estruturas. Um desses limite e interação solo/estrutura (TERZAGHI;
métodos, equilíbrio limite, é utilizado para PECK; MERSI, 1940). A previsão de
cortinas em balanço com um nível de deslocamento somente é informada pelo modelo
escoramento e que sofrem rotação na ponta, de Winkler, portanto, não é possível comparar os
porém, o mesmo acaba sendo utilizado para resultados obtidos com os demais métodos
previsão de comportamento de estruturas que utilizados neste estudo.
não atendem a premissa citada (TACITANO, O Método do Equilíbrio Limite e o Método da
2006). Dessa forma faz-se necessário inverstigar Interação Solo-Estrutura serão aplicados
qual a relação entre os esforços gerados por este utilizando-se o software Geo5 v.18
método, com outros métodos que atendam as (desenvolvido pela empresa FINE), nos módulos
características da estrutura. Projeto de Contenções e Verificação de
Ademais, a melhor maneira para monitorar a Contenções, respectivamente. Já para as
qualidade dos projetos de contenção se dá pela envoltórias de Terzaghi e Peck, o cálculo dos
instrumentação das cortinas para monitoramento esforços nas estroncas se deu por método
dos deslocamentos. O monitoramento das analítico.
tensões atuantes (tanto na cortina quanto nos
escoramentos) requer uma instrumentação 2.1 Apresentação do estudo de caso e perfil
bastante complexa frente a intrumentação para geotécnico
deslocamento. Portanto cada vez mais torna-se
necessário nos projetos de contenção, a previsão A contenção analisada foi projetada em uma
(a) (b)
Figura 1. Estrutura de contenção estroncada: (a) seção transversal, (b) perfil geotécnico.
Figura 2. Distribuição do (A) deslocamento horizontal (FS = 1,0), (B) esforços de momento fletor e cortante (FS = 1,0) e
(C) pressão de solo; atuantes na 9ª etapa executiva.
Ainda na análise pelo equilíbrio limite, os estronca mais próxima após a escavação passa a
esforços de momento fletor e cortante estar submetida a maiores esforços que as
apresentaram maior variação se comparado com estroncas anteriormentes instaladas. Essa
o comprimento, com Cv de 19,5% e 24,9%, justificativa se comprova pois após atingir o
respectivamente. É interessante destacar que os máximo valor de esforço, ocorre uma redução
máximos esforços foram encontrados na 7ª etapa gradativa do esforço da mesma estronca nas
executiva, independente do FS adotado. Deveras demais etapas. Contata-se que maiores foram os
ocorreu aumento nos esforços de momento fletor esforços para a simulação com FS = 2,0, mas a
e cortante com o aumento do FS. Esse fato variação dos esforços em cada nível em relação
decorre do aumento do fator de segurança, que ao FS não foram equivalentes, 8,8%, 10,5%,
diminui o empuxo passivo mobilizado, ou seja, 8,1% e 14,3% para as estroncas implantadas nos
diminui a resistência do solo que contribui com níveis -0,25, -2,60, -4,75 e -6,30,
o equilíbrio, levando ao incremento de esforços respectivamente.
na estrutura (aumento da ficha e, Passando para os resultados da modelagem
consequentemente, incremento de esforços na pelo método da interação solo-estrutura, outros
estrutura). dois comportamentos podem ser analisados: i)
Quanto aos esforços nas estroncas, para os deformação da estrutura; e ii) pressão exercida
três FS adotados, percebeu-se que os máximos pelo solo.
esforços de cada nível foram encontrados uma A Figura 2a mostra a distribuição dos
etapa após sua intalação (exemplo: Estronca deslocamentos na 9ª etapa executiva para FS =
nível -2,60 intalada na 4ª etapa, com esforço 1,0. Para os três fatores de segurança analisado o
máximo na 5ª etapa). Esses resultados se deslocamento máximo ocorreu na cota -6,30,
justificam pela própria metodologia de cálculo, com valores de 4,18; 3,99 e 3,81 mm, para os FS
haja vista que a etapa após a instalação da de 1,0; 1,5 e 2,0; respectivamente. A região
estronca consiste em escavação, ou seja, a abaixo da cota - 6,30 está submetida aos maiores
2 ESFORÇOS ATUANTES NA maiores esforços atuando na torre. Situação que
FUNDAÇÃO DE UMA ESTRUTURA DE LT não se reflete na maioria das estruturas em uma
LT.
Os esforços que atuam nas fundações em linhas Em estruturas de ancoragem, o cálculo do
de transmissão são causados, em sua grande carregamento, considerando as cargas reais,
maioria, pela própria estrutura. Portanto para apresenta maior variação em relação às cargas
dimensionar a fundação deve-se conhecer os máximas suportadas por esta do que em
carregamentos que atuam na torre. Chaves estruturas de suspensão.
(2004) divide os principais esforços em
verticais, de tração axiais nos cabos e pressão
dinâmica do vento. Aguilera (2007) divide em 3 FUNDAÇÕES DE LTs
duas categorias verticais e horizontais:
• Esforços verticais: relativo ao peso próprio Tubulão é uma das fundações mais utilizadas
da estrutura, equipamentos fixados nesta, nas linhas de transmissão da Cemig devido à
cadeias de isoladores e cabos que podem atuar facilidade de execução, resistência e
no sentido de cima para baixo ou o contrário durabilidade. De acordo com Chaves (2004), é
(arrancamento), etc; bastante utilizado no Brasil por serem
• Esforços horizontais: provocado pela ação fundações eficientes e com baixo custo, sem
dinâmica do vento no corpo da estrutura e nos exigência de reaterrro e pouca intervenção no
cabos, diferença de tração axial dos cabos em terreno e no entorno.
lados opostos da estrutura, deflexão no O tubulão caracteriza-se como uma fundação
caminhamento da linha que provoca esforços profunda escavada e moldada com concreto
transversais, etc. armado, com a possibilidade de alargamento de
A estrutura é avaliada considerando base, o que aumenta sua capacidade de carga
hipóteses de carregamento, pois esforços que (VELOZO, 2010). A profundidade varia de 3 a
atuam nesta são de natureza diversas, e deve se 10 metros.
avaliar combinações de eventos e adotar os A desvantagem do tubulão está relacionada à
maiores esforços encontrados, ou seja, a maior acessibilidade e distância da estrutura, pois se o
tração e compressão de todos os cenários. local for difícil de chegar ou longe de
Chaves (2004) afirma que as hipóteses fornecedores de concreto usinado, o transporte
críticas resultam nas fundações os seguintes de materiais e a construção em si se tornam
carregamentos: mais complexos e caros (CHAVES, 2004).
• Máxima compressão com horizontais
correspondentes; 3.1 Dimensionamento da fundação
• Máxima tração com horizontais
correspondentes; O dimensionamento do tubulão é realizado em
• Máxima força horizontal transversal; função das cargas transferidas pelos pés da
• Máxima força horizontal longitudinal. estrutura para a fundação. Considerando as
O autor conclui que, devido às estruturas hipóteses de carregamento da torre esta é
metálicas serem geralmente treliçadas, as verificada para resistir aos esforços de
ligações são consideradas como nós articulados, compressão, tração e horizontais máximos. De
deste modo não transmitem momentos para as acordo com Gontijo (2017), são realizadas
fundações. seguintes análises:
Um tipo de estrutura pode ter sua altura
alterada, adotando extensões e pés de tamanhos • Verificação dos esforços de compressão: a
diferentes. Por ter quatro apoios a estrutura fundação é dimensionada para resistir aos
necessita desta flexibilidade nas dimensões dos esforços através do atrito lateral e resistência
pés para se acomodar no terreno. oferecida pela base do tubulão.
O projeto de um novo tipo de estrutura • Verificação dos esforços de tração: para a
considera esta na maior altura, ou seja, com situação de arrancamento foi adotado o método
extensões e pés nas maiores dimensões e desenvolvido pela Universidade de Grenoble
RESUMO: Com a análise de literaturas como as de Kavazanjian (2006) e Moore (2005), defensoras
do uso de estacas inclinadas em casos de grandes esforços transversais, propõe-se um estudo de
viabilidade técnica e econômica para comparar o emprego destas com estacas verticais. A análise
abrange o estaqueamento, detalhamento das estacas e cálculo de custos. Para a composição dos
custos, utilizou-se fundações verticais do tipo hélice contínua e inclinadas do tipo pré-moldadas
cravadas. Os resultados comprovaram que, a implantação de estacas inclinadas fica condicionada a
carregamentos transversais elevados e a solução se dá por estacas relativamente curtas, devido ao alto
custo do maquinário e da mão de obra.
2.1 Dimensionamento à compressão 2.3 Método de Schiel
Segundo Alonso (2012), caso não seja Responsável pela criação de um dos métodos
constatada a ruptura por flambagem, o clássicos para o cálculo de estaqueamentos,
dimensionamento da armadura à compressão da Schiel propôs uma solução que emprega cálculos
estaca poderá ser feito de acordo com a NBR matriciais, apresentando a vantagem de
6118 (ABNT, 2014) a partir da equação (12). possibilitar o uso de softwares para automatizar
o processo de cálculo. Entretanto, segundo
߱ ή ߛ ή ܰ ൌ Ͳǡͺͷܣ ή ݂ௗ ܣᇱ௦ ή ݂௬ௗ (12) Schiel (1957 apud ALONSO, 2012) este método
despreza a contenção lateral do solo e considera
Em que Ȧ é a majoração da carga de as estacas como hastes bi rotuladas. Para Alonso
compressão, Ȗf é o coeficiente de ponderação da (2012), esta é a principal crítica ao método
resistência do concreto, Nk é a carga de proposto por Schiel. Dessa forma, as interações
compressão aplicada, Ac é a área da seção do solo com a estrutura não são contempladas, o
transversal de concreto, fcd é a resistência de que implica em resultados aproximados com
cálculo à compressão do concreto, ܣᇱ௦ é a área da imprecisão no dimensionamento.
seção transversal da armadura longitudinal de Para Schiel (1957 apud ALONSO, 2012) são
compressão e f´yd é a resistência característica à feitas três hipóteses para dar continuidade ao
compressão do aço. processo de cálculo do estaqueamento. O bloco
de coroamento deve ser infinitamente rígido,
2.2 Dimensionamento à tração desprezando as deformações em relação à
deformação superior sofrida pelas estacas. O
Segundo Alonso (2012), caso haja a presença de material das estacas obedece à lei de Hooke e a
tração, a estaca será sempre armada, sendo a carga em cada componente do estaqueamento é
seção da armadura de tração definida a partir da proporcional à projeção que o deslocamento do
abertura máxima permitida de fissuras. Pode-se topo da estaca cria sobre o eixo vertical da
então usar a fórmula simplificada, fornecida pela mesma.
NBR 6118 (ABNT, 2014) e expressa pela Ainda segundo Schiel (1957 apud ALONSO,
equação (13), onde Ȧ é o menor dos valores 2012) as estacas recebem uma orientação
obtidos. composta pelas coordenadas ݔ ,ݒ e ݖ de sua
cota de arrasamento. Essas cotas serão
߶ Ͷߪ௦ relacionadas a um sistema qualquer de eixos
ۓ ή cartesianos onde o eixo x é vertical e orientado
ͳʹǡͷ݊ଵ ܧ௦ ή ݂௧
߱൏ (13) para baixo, como visto na Figura (1).
߶ ۔ή ߪ௦ Ͷ
ή ൬ Ͷͷ൰
ʹͳەǡͷ ή ݊ଵ ή ܧ௦ ߩ
ܧ ή ܣ
ܵ ൌ (15)
ܮ
Após escolhidos os pilares a serem utilizados Figura 4 – Disposição das estacas e dimensões do bloco
neste trabalho, definiu-se um ensaio de para o pilar P2.
sondagem SPT padrão a ser utilizado para todos
os pilares. Definidos os pilares e a sondagem a
ser utilizada, as metodologias aplicadas se
dividem em duas, uma para as estacas verticais
do tipo hélice continua e outra para as estacas
inclinadas do tipo pré-moldadas. Figura 5 – Disposição das estacas e dimensões do bloco
Os preços utilizados foram obtidos a partir de para o pilar P3.
levantamento feito em empresas goianas e
consulta a tabela de custos de obras civis da A quantidade de aço necessária para os
Agetop (AGETOP, 2016), Sistema Nacional de blocos, em quilogramas, foi calculada a partir do
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil volume de concreto dos blocos, sendo essa
(SINAPI, 2017) e do Sistema de Custos relação estabelecida em 70 kg/m³, e pode ser
Rodoviários (SICRO II,2016). observada no Quadro 4.
RESUMO: Diversas tecnologias têm sido criadas para controle de processos de movimentação de
massa em taludes e encostas naturais. Estes avanços tecnológicos tornam-se mais atrativos quando se
consegue aliar ao viés econômico, parâmetros sustentáveis. Nesse contexto, justifica-se a proposta de
se estudar este novo modelo de contenção de taludes e encostas naturais, o qual se denominou
Sanduíche de Escória e GYS. Isso porque, o mesmo utiliza da escória de aciaria, material muito
encontrado na região de estudo e considerado um resíduo da indústria siderúrgica. Inicialmente, foi
proposto uma análise qualitativa deste sistema de contenção. Assim, elaborou-se um modelo em
escala reduzida (1.g), cujos parâmetros utilizados foram proporcionais a um estudo inicial concebido
para a contenção, em escala real, a ser implementado para estabilizar uma voçoroca presente no
Campus Alto Paraopeba da Universidade Federal de São João del-Rei, localizado na cidade de Ouro
Branco em Minas Gerais. Os resultados obtidos foram bastante satisfatórios, uma vez que, o modelo
Sanduíche de Escória e GYS não apresentou deslocamentos excessivos resistindo a uma tensão de
elevada magnitude para as condições de miniatura instaladas.
Nesse cenário e dentre as diversas 3 METODOLOGIA
consequências de um processo erosivo,
encontram-se as voçorocas, as quais são 3.1 Materiais
definidas por [6] como uma escavação ou rasgão
de solo ou rocha decomposta, que permite a Para execução da proposta de miniatura,
exposição do lençol subterrâneo. Para tanto, confeccionou-se uma caixa de dimensões
torna-se crucial a busca por contenções capazes 100x80x60 cm, vedada lateralmente e no fundo
de estabilizar tal dano ambiental. com madeira, para contenção de solo no seu
Dentre as soluções eficazes para a interior. Desenvolveu-se um pórtico de 150 cm
minimização dos processos erosivos acentuados, de altura para servir de suporte de aplicação da
destaca-se a construção de estruturas físicas, carga. No que se refere ao preenchimento da
diminuindo assim, a perda e movimentação de caixa, empregou- se a areia grossa de rio lavada.
sedimentos que são as principais causas do Para elaboração do sanduíche, aplicou-se uma
aparecimento das voçorocas [3]. Aliado a este tela de nylon com malha quadrada de 1,52 mm,
propósito, este trabalho desenvolveu um novo para revestir a escória de aciaria de dimensão
modelo de contenção denominado Sanduíche de aproximada de 4,25 mm. De forma a simular a
Escória e GYS. aderência entre o sanduíche e o fundo da caixa,
foi introduzida uma camada de solo com
espessura de 5 cm. Em relação a aplicação de
2 JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS cargas, utilizou-se um sistema de macaco
hidráulico, da marca MERAX, e bomba, sobre a
O Sanduíche de Escória e GYS tem como qual foi acoplado um manômetro para aferição
proposta desenvolver uma contenção que busque das cargas. Este manômetro tem como fabricante
trazer uma nova alternativa para aplicação de a BOVENAU, e possui leitura máxima de 30
escória de aciaria. Este apresenta-se como um toneladas-força. Para medição dos
modelo de contenção de baixo custo e de fácil deslocamentos, foram utilizados relógios
execução, possibilitando ainda a inserção da comparadores, da marca DIGIMESS.
escória a uma nova alternativa de aplicação,
retirando a mesma dos pátios de deposito e as 3.2 Métodos
inserindo nas obras de contenção.
Nesse contexto, foi proposto inicialmente um A proposição real para o sanduíche seria com
estudo sobre a ótica de um modelo reduzido (1.g) diâmetro de 1,5m a ser implantado em um talude
para o estudo do comportamento da escória e do de 8m de altura. Além disso, a escória utilizada
geossintético (GYS), de maneira que a redução para este modelo seria a de número 3, cujo
esteja relacionada a um fator de escala em diâmetro é de aproximadamente 5,8 cm. Nesse
relação as suas dimensões reais para estabilizar contexto, ao correlacionar o real com a
uma Voçoroca, que foi objeto deste estudo. A miniatura, em uma escala de 5%, obteve-se como
miniatura proposta possibilita a obtenção de um parâmetros para o sanduíche, um diâmetro de
controle das variáveis que envolvem o sistema 10cm, com altura do talude de 40cm.
em discussão. O estudo do modelo de contenção, Sanduíche
Assim, têm-se como objetivo analisar de Escória e GYS, inicializou-se com a
qualitativamente a proposta de contenção construção da miniatura, através da fabricação da
denominada Sanduíche de Escória e GYS, caixa e do pórtico. Após esta etapa, iniciou-se o
aferindo o seu comportamento quando da processo construtivo do sistema. Primeiramente,
solicitação externa de cargas. confeccionou-se o sanduíche de escória através
do envelopamento com a tela de nylon, em forma
elíptica com dimensão 10x78 cm. Em seguida,
foi introduzida a escória. Cabe ressaltar que os
dados de caracterização da escória da VSB
utilizada na contenção, foram realizados pelo
INFRAGEO. Logo após a elaboração dos
sanduíches, foi feito o empilhamento do mesmo
em forma de pirâmide. Este foi realizado em
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
cinco camadas, seguido do lançamento de areia proposto constatou-se que à medida que as
atrás do sistema de contenção. cargas eram elevadas, de 500 em 500 kgf a cada
Com o pórtico e a caixa montados, Figura 1, 10 minutos, a estrutura se deslocava vertical e
foi desenvolvido o ensaio de prova de carga horizontalmente.
(NBR12131:2006) por meio do macaco A curva tensão x deslocamento horizontal,
hidráulico, de maneira a possibilitar a análise do apresentado no Gráfico 1, evidencia o
comportamento da contenção. deslocamento da estrutura de contenção. Pode-se
observar que até 500 kPa o deslocamento foi
bastante acentuado, com o valor aproximado de
13,7 mm. Após este carregamento, observou-se
que o deslocamento tende a ser constante,
mesmo elevando-se o carregamento aplicado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
RESUMO: Sendo o transporte rodoviário o maior responsável pelo fluxo de bens e pessoas pelo
país, aliado ao relevo montanhoso do estado de Minas Gerais; obras de cortes e aterros são
corriqueiramente utilizadas para dar origem a estradas e rodovias. Por consequência dessas obras os
taludes expostos pelos cortes ou a passagem de estradas por áreas já incialmente instáveis, são
necessárias instervenções para garantir a segurança e estabilidade dessas estradas. Logo obras de
recuperações de taludes a margem dessas rodovias são usualmente necessárias, justificando a
importância do estudo apresentado. O objetivo principal desse estudo de caso é apresentar a
recuperação de um talude à margem da MG 425 em Vargem Alegre por meio da utilização de
hidrossemeadura, com uma área de face do talude de 8574 m² a ser semeada. Foram também
contemplados estudos geológicos a fim de conhecer o solo local, a inclinação do talude e definir o
melhor método de recuperação para o estudo de caso. Assim como o desenvolvimento de sistemas
de drenagem nessários para garantir a estabilidade do maciço e evitar o carreamento de solo ou do
material do plantio pela hidrossemeadura. O método mostrou-se eficiente, com uma ótima
qualidade de brotação e fixação ao talude, mas ainda se fazendo necessárias visitas periódicas para
controle da eficiência do sistema de drenagem do maciço.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.4 Drenagem
RESUMO: Esse artigo relata, principalmente o reforço de fundações em estacas tipo MEGA, do
Teatro Goiânia, onde esses elementos de fundações são formados pela cravação de trechos
cilíndricos de concreto armado, de 25 cm de diâmetro e 80 cm de comprimento. O macaco,
reagindo-se sob a fundação direta do prédio, crava um trecho que é sobreposto por um segundo que,
ao ser cravado, empurra o primeiro, até que a estaca, formada pela superposição de alguns
segmentos atinja uma profundidade que lhe confere uma capacidade tal, que, dividida por 1,5, nos
fornece a capacidade de carga do conjunto. Aqui, também, faz-se um relato sobre a história daquele
que já se chamou Cine Teatro Goiânia e que hoje, é o mais refinado local de Goiânia para
apresentação de peças teatrais e musicais.
5 CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este trabalho teve como principal objetivo, analisar o comportamento e a interação entre
estruturas de fundações do tipo, sapata e sapata estaqueada, com base em uma prova de carga já
executada por (Duarte,2012) e a utilização de modelos numéricos adequados, utilizando o software
Plaxis 3d Foundation, versão introdutória. Com base nos dados obtidos por Duarte, na prova de carga
em uma sapata estaqueada e com os resultados de ensaios laboratoriais do solo, calibrou-se um
modelo numérico para representação da interação solo-estrutura, utilizando-se da teoria de Mohr-
Coulomb. De posse da calibração do modelo, alterou-se os parâmetros da estrutura de fundação, como
o comprimento da estaca abaixo da sapata, e analisou-se o comportamento para cada modelo
proposto. Os modelos idealizados foram: SESH 1,2 (sapata + uma estaca com 1,2m de profundidade),
SESH 2 (sapata + uma estaca com 2m de profundidade), SESH 4,8 (sapata + uma estaca com 4,8m
de profundidade), SESH 0 (sapata sem estaca) e S4ESH 1,2 (sapata + quatro estacas com 1,2m de
profundidade). Tomou-se como base para análise de rigidez, a carga necessária para promover o
recalque correspondente a 25mm e 10mm na estrutura. O modelo que obteve maior acréscimo de
capacidade de carga foi o SESH 4,8, com um total de 158% quando comparado com o modelo SESH
0.
Kishida & Meyerhof (1965). No qual a partir da
análise de grupo de estacas em areias, sugeriram
duas formas possíveis de ruptura, onde se
verificava o comportamento de estacas muito
espaçadas e pouco espaçadas.
Quanto ao comportamento carga-recalque de
uma fundação com a presença de um elemento
superficial associada a uma estaca, o primeiro
trabalho teórico conhecido foi de Poulos (1968),
que considerou a interação estaca/bloco para
uma estaca isolada com um “cap”, conforme
figura 1.
Figura 2. Sapata estaqueada utilizada por Duarte.
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar a estabilidade de um talude de corte, onde o modelo
de escorregamento é do tipo creep, e, através de métodos numéricos simplificados, investigar as possíveis
causas da instabilidade e correlacionar com as patologias encontradas na via adjacente ao talude. Os
resultados obtidos através das análises determinísticas demonstram que o talude em sua forma original é
classificado como risco iminente de ruptura, e após implantação da solução técnica, pode ser considerado
estável e teoricamente sem risco de ruptura, e que não compromete a segurança dos usuários e garante a
vida útil do empreendimento.
De modo geral, estes materiais estão
intemperizados nas profundidades menores, de
2 MÉTODO tal modo que, junto à superfície os minerais
primários são abundantes. Estes minerais
O método de trabalho parte do axioma que, para primários são, em muitos casos, expansivos e
a adoção de uma solução adequada e exequível, dispersivos como é o caso da montmorilonita
que solucione definitivamente os problemas sódica. O intemperismo atua de modo distinto,
patológicos, o processo deve passar formando bolsões de materiais com maior ou
obrigatoriamente pelo entendimento do menor grau de alteração. Em alguns casos a
problema para que possa ser solucionado coesão do solo o aproxima do comportamento
definitivamente as causas oriundas dessas das rochas. Por outro lado, em alguns locais
patologias. ocorrem bolsões de feldspatos, oriundos do
Portanto, para o desencadeamento do intemperismo dos filitos e sericitos. Estes
trabalho, segue: feldspatos agem como lubrificantes entre duas
1. Levantamento de dados da obra e do folhações das rochas. Deste modo, estes
substrato (estudo geológico – geotécnico); materiais tornam-se instáveis quando cortados e
2. Analisar a estabilidade do maciço na expostos ao ambiente atmosférico.
geometria que se encontra; Ensaios já realizados com material similar, na
3. Investigar as possíveis causas que levaram mesma região de estudo, demonstraram alta
o maciço a instabilidade. Nesta vertente há três variabilidade de coesão e ângulo de atrito, dado
possíveis hipóteses: que ambos aumentam com a diminuição do grau
a) Sobrecarga em excesso na crista do talude de alteração, conforme Futai, et al (1998) e Pires
na fase final da obra, devido à grande & Ribeiro Jr (2016). O relatório de sondagem
concentração de guindastes para içamento de apresentados na Figura 1, têm a mesma
letreiros publicitários e painéis de acabamento característica de índice de penetração a
para fachada; percussão estudado por Futai et al. (1998).
b) Saturação do terreno por ruptura de
tubulação de água ou esgoto, fazendo com que o
maciço perdesse sua estabilidade;
c) Compactação inadequada na camada
inclinada de regularização da geometria do
talude na fase construtiva, fazendo uma camada
deslizar sobre a outra.
4. Implantar possíveis soluções e medidas a
serem tomadas para solução do problema;
Passeio
Rua
At
er
ro
Recalque e rachaduras
no passeio
Patologias no sentido Solo Natural
longitudinal do pavimento
Figura 2. Patologias no passeio e no pavimento.
22,4
AM 1
22,2 devida xistosidade e planos de clivagem no
22 mesmo sentido do corte, ou seja, condição mais
21,8
desfavorável ao deslizamento, encontrado em
21,6
todo o lado analisado da obra.
21,4
21,2
A Tabela 3 sumariza os parâmetros usados
21 nas análises numéricas. Para a obtenção destes
20,8 valores os resultados dos ensaios de compressão
6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% 20% 22%
Teor de Umidade (W% )
foram tratados estatisticamente. Para as amostras
Figura 5. Curvas de compactação das amostras de aterro. indeformadas, os parâmetros adotados estão
convergentes com aqueles medidos em campo e
Grau de compactação de um solo é a relação laboratório por Futai et al. (1998) ou tirados de
entre o peso específico seco do solo compactado correlações empíricas com o SPT. Já, para a
no campo, e o peso específico seco máximo, camada compactada, as amostras foram
obtido no ensaio padrão de compactação. consideradas um peso específico menor. O solo
As exigências de especificação para o Grau de natural foi considerado impermeável, pois seu
compactação variam conforme o tipo de obra e coeficiente de permeabilidade é extremamente
exigência de órgão contratante. baixo, devido ao baixo índice de vazios do solo.
Na Tabela 2 pode-se verificar que o Grau de Os cálculos para as análises da estabilidade
Compactação (GC) na profundidade de 1,10m é foram efetuados pelo software GeoStru Slope –
de 90,56% e do solo a 1,85m de profundidade, Estabilidade de Taludes, utilizando métodos de
89,93%. Estes resultados estão abaixo do equilíbrio limites pelo método de Fellenius
mínimo de 95% exigidos em projeto, e mostram (1936).
uma porosidade significativa do solo. Mesmo O coeficiente de segurança inserido é o
que na região não houvesse nenhuma estrutura recomendado pela NBR 11682:2009,
descarregando diretamente ao solo, havia a Estabilidade de encostas; sendo 1,5 para taludes
necessidade de uma melhor compactação, pois de terra. Foram também inseridos coeficientes de
cargas acidentais ou não previstas podem minoração para assim aumentar a confiabilidade
desencadear recalques. na obtenção dos resultados, sendo de 1,25 para a
tangente do ângulo de resistência ao cortante e
Tabela 2. Comparação dos resultados da compactação: coesão eficaz, e de 1,4 para coesão não drenada.
campo vs laboratório.
AM01 AM02 Tabela 3. Parâmetros empregados nas análises de
21,52 21,74 estabilidade dos taludes.
Jnat
kN/m³ kN/m³ Solo Camada Solo
CAMPO 18,43 18,66 Parâmetro
Jd Compactada Indeformado
kN/m³ kN/m³ Jnat (kN/m3) 20,5 22,0
W 16,74% 16,49 % Jsat (kN/m3) 22,5 22,6
20,35 20,75 I ( o)
Jdmáx 28 30
LAB. kN/m³ kN/m³
Coesão (kPa) 40 50
Wót 11,05 % 10,75 %
Permeabilidade Permeável Impermeável
GC (%) 90,56% 89,93%
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este artigo tem por objetivo analisar a variação dos fatores de segurança de um talude sob
as condições seca e saturada. A amostra de solo foi coletada dentro do campus da Universidade de
Fortaleza e realizaram-se ensaios de granulometria, limite de liquidez, limite de plasticidade,
densidade real dos grãos, compactação e cisalhamento direto. Utilizou-se um software para a análise
do fator de segurança. Observou-se uma redução cerca de 60% no fator de segurança do talude na
presença da saturação, sendo desta forma, a condição de saturação de grande relevância a análise de
taludes.
Entre as causas mais comuns para o de ruptura circular e parte da hipótese que a força
rompimento de um talude, estão a variação na resultante entre as fatias é horizontal e que elas
frente de saturação e a alteração ou modificação se anulam, chega-se à expressão para o cálculo
progressiva da estrutura do solo sob a ação de do FS pelas Equações 4 e 5.
agentes geológicos. Estas causas diminuem a
resistência ao cisalhamento do solo, levando à ଵ ଵ
ܵܨൌ ȭ ቀሾܿ ᇱ ܾ ሺܹ െ ܾݑሻ߶݃ݐԢሿ ቁ (4)
ஊ ௦ఈ ఈ
sua instabilidade. O avanço da frente de
saturação prossegue mesmo após a chuva cessar,
Sendo:
o que pode levar à rupturas alguns dias após a
ocorrência de grandes precipitações, em dias nos ୲ୟ୬ ఈǤ୲ୟ୬ థᇱ
quais a precipitação foi nula ou mesmo muito ݉ߙ ൌ
ߙ ቂͳ ቃ (5)
ிௌ
baixa (MENEZES e CAMPOS, 1992).
Segundo Milititsky, Consoli e Schnaid Onde:
(2016), os coeficientes de segurança de encostas D: é a inclinação da base da fatia;
naturais são, em geral, próximos da unidade, u: poropressão;
bastando pequenas intervenções antrópicas ou W: peso da fatia;
fenômenos associados as chuvas intensas para c: coesão;
provocar escorregamentos, pois ela contribui I: ângulo de atrito;
para o aumento do peso específico da camada do
material, aumento da poro-pressão, diminuição A Figura 1 ilustra as forças atuantes em uma
da tensão efetiva, e redução da coesão aparente. fatia por esse método.
A análise de estabilidade clássica equilíbrio
limite considera uma típica seção transversal e
define o fator de segurança Fs como a razão entre
o momento resistente e o momento atuante,
como é mostrado nas Equações 2 e 3
(VANMARCKE, 2011).
ி௦௦௦௧௧௦
ܵܨൌ (2)
ி௦௧௨௧௦
Ou seja:
ఛ
ܵܨൌ (3) Figura 1 - Forças atuantes em uma fatia pelo método de
ఛ್
Bishop.
Onde:
O precesso repete-se até que o valor
ܵܨǣ calculado de FS se iguale ao valor arbitrado de
FSi.
߬ ǣ ²
No método de Morgenstern-Price, de acordo
߬ ǣ
com Gerscovich (2016), considera-se o
equilíbrio de forças na direção normal e
Para o cálculo do fator de segurança, foram
tangencial à base da fatia, associado ao critério
utilidados duas metodologias de cálculo,
de ruptura Mohr-Coulomb, assim temos a
Morgenstern-Price e Bishop simplificado.
Equação 6:
Segundo Gerscovich (2016), método de
Morgenstern-Price é resolvido iterativamente, ଵ ே௫ మ
definindo-se previamente a função de ܧሺݔሻ ൌ ቂ ܮ݅ܧ ܲ௫ ቃ (6)
ା௫ ଶ
distribuição de forças entre fatias que compõe a
superfície de ruptura do talude, já no método de
Bishop simplificado considera-se uma superfície
௫ ௗ௬
ܯሺݔሻ ൌ ܯௐ ሺݔሻ ௫ ቀߣ݂ െ ቁ ݔ݀ܧ (12)
ௗ௫
Figura 2 - Forças atuantes em uma fatia pelo método de Figura 4 – Curva granulométrica
Morgentern-Prince.
Como, segundo os ensaios de limite de
liquidez e limite de plasticidade, o solo
3 MATERIAIS E MÉTODOS apresenta-se como não plático, a amostra é
classificada, utilizando o Sistema Unificado de
Inicialmente, realizou-se a coleta de amostras, Classificação dos Solos (SUCS), como um solo
em seguida, procedeu-se aos ensaios de arenoso mal graduado e com poucos finos e,
REFERÊNCIAS
TEMA 4
Análise de Estabilidade de um Aterro sobre Solo Mole com
Utilização de Geogrelhas, Geodrenos e Bermas
Narayana Saniele Massocco
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, nsaniele@gmail.com
RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a estabilidade de um aterro sobre um trecho de
solo mole e, a partir disto indicar medidas para o aumento do fator de segurança do aterro sobre o
qual será construído uma rodovia, e, propor melhorias nas condições do solo. Com os dados de
resistência de um perfil foi possível verificar o fator de segurança através do software Slide. O solo
nas condições normais apresentadas apresentou um fator de segurança de 0,7, necessitando portanto
de medidas que aumentassem a segurança, a solução foi a implatação de bermas e geogrelhas para a
estabilidade e geodrenos para as condições de recalque o qual obteve um fator de segurança de 1,4.
software foi visar uma maior precisão, pois
através dele é possível calcular um número
maior de iterações, dado que pode analisar as
condições de construção de aterro por vários
métodos de cálculos.
O fator de segurança foi encontrado no
programa pelo método de Bishop (1995)
simplificado. Este método divide a cunha de
escorregamento em diversas lamelas, levando
em conta as reações entre as fatias vizinhas, e
considera as forças de interação entre fatias
como sendo apenas horizontais.
No software Slide 6.0, inicialmente foram
Figura 1. Localização do traçado da rodovia definidos os limites entre as camadas, as
especificações de cada camada, do aterro e
É possível perceber as resistências não pavimento, nível de água e os parâmetros de
drenadas (Su) obtidas na faixa de 0 a 4 metros resistência. Após esse processo, foi realizada a
com Su de 10 kPa, 4 a 10 metros com análise do fator de segurança, interpretando-se
resistência de 15 kPa; entre 10 e 16 metros com os resultados e inseridos métodos de melhorias
20 kPa e por último no perfil entre 16 e 20 para aumento do Fator de segurança.
metros a resistência não drenada de 30 kPa.
2.3 Condições de melhoria do aterro
RESUMO: A utilização de materiais geossintéticos tem sido cada vez mais constante em obras de
geotecnia, tanto por sua versatilidade, quanto pelas vantagens estruturais e econômicas que trazem
consigo. Cada tipo de aplicação exige um geossintético específico que atenda aos requisitos
necessários para a execução segura das obras. Os geossintéticos são amplamente utilizados na
execução de obras de terra, sistemas de drenagem e filtragem e em obras de pavimentação. Ao
concluir-se o referencial bibliográfico, afirmou-se que esses materiais são extremamente úteis, e que
sua correta escolha acarreta em agilidade na obra e na construção de obras mais complexas.
Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia geotêxtil (GT), geotira (GI) e geotubo (GP).
Geotécnica (ABMS) criou uma comissão com o Bueno (2003) salienta que cada tipo de
intuito de divulgar a aplicabilidade dos geossintético possui uma aplicação específica,
geossintéticos no país. Foi durante a década de porém há casos em que um produto desempenha
1990 que aconteceram os primeiros Simpósios várias funções. Na tabela 1 mostra-se os tipos de
sobre Aplicação de Geossintéticos em geossintéticos aliados com suas funções.
Geotecnia. Tanto os eventos, quanto o assunto A Associação Brasileira de Geossintéticos
ganharam um grande destaque pela sociedade ressalta que além das vantagens técnicas, os
científica e, em 1997, surgiu a ramificação geossintéticos se destacam pela sua fácil
brasileira do IGS. instalação, o que acaba diminuindo o tempo de
A primeira Norma Brasileira referente aos execução das obras e os custos, bem como um
geossintéticos data de 1992, e com a maior controle de qualidade desses materiais,
especificação NBR 12553/1992. A versão atual permitindo que obras com mais segurança sejam
contém 7 funções principais dos mais de 10 executadas, além de possuírem valores
tipos de geossintéticos. Sieira (2003) ressalta arquitetônicos.
que há gastos por volta de R$ 20 milhões
anualmente apenas em contenção de encostas. Tabela 1. Tipos de Geossintéticos e suas Principais
Com a utilização mais eficiente dos Aplicações (Vertematti, 2004)
geossintéticos, estando a par de suas funções,
esse montante total poderia ser diminuído. Ao
1 2 3 4 5 6 7
mostrar os avanços feitos com o uso dos
geossintéticos no Brasil, espera-se que haja mais GG x
interesse ao usá-lo em larga escala. G
x x
M
2 GEOSSINTÉTICOS GC x x
GB x
O uso de materiais geossintéticos têm sido
GS x
amplamente utilizados em obras de Engenharia
Geotécnica devido sua versatilidade. Esses GI x
materiais, produzidos a partir de matéria-prima GN x
de base polimérica, nas suas mais variadas GP x
formas, podem ter diversas funções, como: GA x x
drenagem, filtração, proteção, separação e GL x
reforço.
GT x x x x x x
De acordo com a Norma Brasileira
12553/2003, geossintéticos são produtos
Legenda da Tabela: 1. Reforço, 2. Filtração, 3.
poliméricos de origem sintética ou natural. Drenagem, 4. Proteção, 5. Separação, 6.
Koerner (1998) complementa dizendo que os Impermeabilização, 7. Controle de Erosão.
geossintéticos atuam em conjunto com solo,
rocha ou outro material para melhorar certas 2.1. Geossintéticos Utilizados em Obras de
propriedades do mesmo. Os geossintéticos Terra
podem ser fabricados com uma grande variedade
de materiais poliméricos, dentre os quais Geossintéticos que tem aplicação de reforço
destacam-se: poliester, polietileno e podem ser utilizados em muros de arrimo,
polipropileno como os polímeros mais utilizados estabilização de taludes, aterros sanitários e
(VERTEMATTI, 2004). Além disso, eles se outras grandes obras de terra (AGUIAR, 2003).
apresentam de diversas formas: geobarra (GB), Uma das grandes vantagens do solo é a grande
geocélula (GL), geocomposto (GC), resistência à compressão, porém, quando se trata
geoespaçador (GS), geoexpandido (GE), de resistência à tração. Segundo Dantas (2004),
geoforma (GF), geogrelha (GG), geomanta uma estrutura de solo reforçado é a junção
(GA), geomembrana (GM), georrede (GN), do solo, reforços e face. Como a resistência do
solo é quase nula, ao ser aplicada
carga nesta estrutura, essa carga é redistribuída,
sendo aplicada no geossintético, que possui O mesmo modelo fora testado e validado
uma resistência à tração. Koerner (1998) através de um programa de ensaios, e obteve-se
mostrou através do gráfico, na figura 1, a a concordância com os dados do projeto.
mudança de comportamento de uma areia densa Segundo Dantas (2004), a coesão do solo exerce
ao aplicar de 2 à 4 camadas de reforço. uma grande influência sobre a mobilização do
reforço. Ehrlich e Mitchell (1994) citados por
Peralta (2008), mostraram que os muros com
elementos de reforços mais flexíveis reduzem
as solicitações de carga nos mesmos. Sieira
(2009) mostra o quão potente são os
geossintéticos ao permitir a construção de
elementos de solo mais íngremes, e um menor
volume de solo compactado. Sieira (2003)
mostra que quanto maior a densidade relativa do
solo, menor o deslocamento da geogrelha.
Franca e Pereira (2012), com um caso de obra
Figura 1. Mudança no comportamento do solo com no qual era necessário a recomposição de um
reforços (Koerner, 1998).
talude após a sua ruptura optaram pelo uso de
geossintéticos ao fazer o mesmo. Perto deste
A utilização de solos bem graduados e talude estava um reservatório de água e as costas
granulares são os mais utilizados quando se de uma escola municipal, logo, a recomposição
entra em questão o solo reforçado. Elias et al. da obra não poderia mobilizar um grande volume
(2001) mostra que solos com até 60% passante de solo retirado. A opção escolhida foi a
na peneira #40 e Índice de Plasticidade menor utilização de geotêxteis, geocomposto,
igual à 6 podem ser usados em paredes verticais geocélula e geotubo devido à complexidade da
de até 70º de inclinação. A estabilidade interna obra. Na figura 4 é mostrada uma seção
desta estrutura, segundo Presto (2008), transversal da solução adotada, com o uso de
acontece pela verificação do escorregamento, geocélulas e face de concreto projetado para sua
tombamento, o arrancamento dos reforços e a recomposição. Pela figura 3 é possível observar
ruptura das inclusões. Na figura 2, adaptada de o uso dos outros tipos de geossintéticos para
Presto (2008) citado por Avesani Neto (2009), drenagem, filtração e confinamento.
mostra a esquematização dessas verificações.
Falando sobre arrancamento, Sieira et al. (2009)
apresentou um modelo analítico para reproduzir
a transferência de carga ao longo do
comprimento do material submetido à essa ação.
restauração do pavimento da rodovia MG-424,
2.2. Geossintéticos Utilizados em Obras de sendo sua constituição inicial de Cimento
Pavimentação Portland (pavimento rígido). Foi observado que
os deslocamentos encontrados pelo “Crack
De acordo com Keller e Berry (2017), o uso de Activity Meter” após a aplicação da geogrelha
geossintéticos em estradas do serviço florestal foram reduzidos. Segundo Kelsey (2017), em
nos Estados Unidos teve início na década de 2016, uma estrada na Índia, afetada por fortes
1920. Nos anos seguintes, estudos e avaliações chuvas, foi reconstruída através da utilização de
foram realizados com o objetivo de desenvolver geossintéticos em poucos dias e sem a
sua aplicação. Em 1966 foi feito o primeiro uso necessidade de utilização de equipamentos
de um geotêxtil não tecido para recapeamento pesados, o que contribuiu com a redução dos
asfáltico. Em 1977 foram publicadas diretrizes custos da obra. Gurara et al. (2017) compararam,
para a utilização de geossintéticos na construção através de ensaios, pavimentos em Adis Ababa,
e manutenção de estradas de baixo tráfego. Em na Índia, com e sem a presença de geossintéticos
1980 sua utilização em estradas começou a ser e obtiveram maiores valores de graus de
mais difundida e pesquisas e aplicações foram compactação, de estabilidade e de economia nos
documentadas no FHWA (Federal Highway testes que consideraram os geossintéticos como
Administration). No Brasil, segundo Bastos reforço.
(2010), os primeiros empregos de geossintéticos A aplicação de geossintéticos em pavimentos
aconteceram em 1971 e também foi realizada, apresenta como objetivo a diminuição de tensões
nesse ano, a aplicação em pavimentos da BR- e o controle de trincas formadas. Em obras de
101, em Angra dos Reis, e na Rodovia pavimentação, os tipos mais comuns de
Transamasônica. De acordo com Antunes geossintéticos utilizados são os geotêxteis, as
(2008), no Brasil, o uso dos produtos geogrelhas e o geocompostos. De acordo com
geossintéticos tem aumentado principalmente Fonseca (2015), os geossintéticos são utilizados
nos últimos 20 anos devido à necessidade de em obras de pavimentação a fim de atuarem
melhoria da infraestrutura rodoviária no país. como reforço da estrutura, de participarem da
Recentemente, tem-se utilizado impermeabilização e de protegerem e separarem
geossintéticos entre camadas do pavimento para camadas geotecnicamente diferentes. Os tipos
promover a impermeabilização e melhorar a mais utilizados em obras de pavimentação são os
absorção de tensões, assim como retardar o geotêxteis, em forma de manta, e as geogrelhas,
aparecimento de fissuras nos pavimentos. que apresentam estrutura de grelha e atuam,
Diversos estudos foram e estão sendo principalmente, como reforço. Segundo
desenvolvidos com o objetivo de avaliar essa Bernucci et al. (2006), os geossintéticos podem
influência provocada. Carmo e Huesker (2014) ser utilizados na restauração de pavimentos a fim
estudou o emprego da geogrelha de poliéster na de corrigir problemas de origem estrutural através
pista do aeroporto de Congonhas, onde foi do desvio de trincas ou da transformação das
observada a diminuição da necessidade de trincas em microfissuras. Na figura 4, é
manutenção e o obstáculo da propagação de observado o uso de geotêxteis e geogrelhas em
trincas. Hosseine et al. (2009) observou o pavimentos.
comportamento de pavimentos com e sem a
presença de geotêxteis e de geogrelhas e
constatou que a utilização desses materiais
elevaram a integridade e estabilidade e também
reduziram a taxa de propagação de trincas no
trecho analisado. Bastos (2010) analisou como a
utilização de geogrelhas afeta o comportamento
de misturas asfálticas em pavimentos flexíveis,
(a) (b)
obtendo parâmetros de resistência mais
elevados. Carmo e Montestruque (2015) Figura 4. Aplicação de geossintéticos em pavimentos: a)
analisaram o uso de geogrelha de poliéster na geotêxteis; b) geogrelhas (Bernucci et al., 2006).
contenção, aterros, controle de erosão, área de
2.3. Geossintéticos Utilizados em Sistemas de colocação de resíduos, entre outros.
Drenagem e Filtração
Dantas, B.T. (2004) -Análise do comportamento de
existem lacunas que limitam a utilização desses
estruturas de solo reforçado sob condições de
produtos. Todavia, a vasta bibliografia que trabalho. Tese de Doutorado. COPPE/UFRJ, 209p.
disserta acerca desse tema, nos mostra uma Fonseca, L. L. (2015) -Avaliação em laboratório do
grande potencialidade desses produtos, o que se comportamento de camadas asfáslticas reforçadas com
traduz em economia e segurança para as obras. geossintéticos. Dissertação de Mestrado, Escola de
Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais,
UFMG, MG, 2015.
REFERÊNCIAS Franca, F.A.N. e Pereira, V.R.G. (2012) - Emprego de
geossintéticos para recomposição de talude com
ABINT- Associacao Brasileira das Induғstrias Tecidos recuperação da geometria original e uso de solo local,
Técnicos – Comite Tecnico Geotêxtil (CTG),(2001)- CCO.
Curso Ba̗sico de Geotêxteis. GOMES, L. M. F. (2001) - Geotêxteis e suas aplicações.
Abnt, Associacao Brasileira de Normas Técnicas.(2003) 2001. Seminário: A indústria têxtil nos caminhos da
NBR 12553– Geotêxteis – Terminologia, Rio de inovação. Universidade da Beira Interior - UBITEX,
Janeiro. Cobilhã, 2001
Aguiar, V.R. (2003) - Resistência de Interfaces solo- Gurara, M. J.; Getachew K.; Quzon E.(2017) Effectiveness
geossintético- desenvolvimento de equipamentos e of using Geosynthetic Material for Improvement of
ensaios. Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Road Construction and Performance - Case Study on
Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Adis Ababa. International Journal of Engineering
Engenharia Civil, 372p. Research & Technology (IJERT).
Almeida, M. G. G. (2000) Estudo do Comportamento Dreno- Hadlich, C.A.O., Tavano, F.M., Kaimoto, L.H.D., De
Filtrante de Geossintéticos sob Compressão. Tese de Camargo, M.T.S.C., Lavoie, F.L., Avesani Neto, J.O.
Doutorado, Departamento de Engenharia Civil, Universidade (2015) -Estudo das Aplicações de Geossintéticos em
de Brasília, DF. Obras Civis: Análise
Antunes, L. G. S. (2008) - Reforço de Pavimentos Ingold, T.S. (1983) - Geotextiles: Specification and
Rodoviários com Geossintéticos. Dissertação de Testing. Ground Engineering. Journal Geotechnical
Mestrado, Publicação G.DM- 166/08, Departamento de Engineering, ASCE, v.6, n.109, pp. 45-51.
Engenharia Civil, Universidade de Brasília, Brasília, John, N.W.M.(1987)- Geotextiles. 1. Ed. New York:
DF. 158p. Chapman and Hall, 1987
Avesani Neto, J.O. e Bueno, B.S. - Estabilização de Keller, G, R.; Berry, J. (2017). History of geosynthetics use
Encostas com Muros de Gravidade de Geocélula. on national forest roads. Geosynthetics Magazine. Kelsey,
(2009), 8p. C. (2017). Geocell-Supported Design Restores
Bastos, G.A. (2010) -Comportamento Mecânico de Indian Highway.
Misturas Asfálticas Reforçadas com Geogrelhas para Koerner, R.M.(1998) Designing with Geosynthetics.
Pavimentos Flexíveis. 247 p. Dissertação de Mestrado Pretince Hall Inc., fourth Ed., New Jersey, 761 pp. Peralta,
- Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia F.N.G. (2008) - Comparação de métodos de
Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Projeto para Muros de Solos Reforçado com
Janeiro. Geossintéticos. Dissertação de Mestrado, Pontifícia
Bernucci, L. B.; Motta, L. M. G. DA; Ceratti, J. A. P.; Universidade Católica do Rio de Janeiro,
Soares, J. B. (2006) - Pavimentação Asfáltica – Departamento de Engenharia Civil,162p.
Formação Básica para Engenheiros. Rio de Janeiro: Sieira, A.C.C.F, Sayão, A.S.F.J, Gersovich, D.M.S.,
Petrobras & ABEDA. Ferreira, L..H.T.(2009) - Estabilização de Taludes com
Bidim. (2013) Separação e filtração em sistema de Geossintéticos: Mecanismo de Transferência de
drenagem no gramado da arena fonte nova (Salvador Deslocamentos ao Longo do Reforço, 9p.
– Ba). São José dos Campos, São Paulo. 7p. Sieira, A.C.C.F. (2003) - Estudo Experimental dos
Bueno, B.S. (2003) - Propriedades, Especificações e Mecanismos de Interação Solo-Geogrelha. Tese de
Ensaios. Departamento de Geotecnia, Escola de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Engenharia de São Carlos – USP. 15p. Janeiro, Departamento de Engenharia Civil, 360p.
Carmo, C. A. T.; Huesker, E. F. R. (2014) - Restauração Sieira, A.C.C.F. (2009) - Geossintéticos e pneus:
do pavimento da pista auxiliar do aeroporto de alternativas de estabilização de taludes.
Congonhas com geogrelha de poliéster. CCO. ENGEVISTA, V. 11, n. 1. p. 50-59.
Carmo, C. A. T.; Montestruque, G.Restauração do Vertematti, J. C. (2004) -Manual Brasileiro de
pavimento da rodovia MG-424 com geogrelha de Geossintéticos. ABINT – Associação Brasileira das
poliéster. 44ª RAPv – Reunião Anual de Pavimentação Indústrias de Não-tecidos e Tecidos Técnicos. Editora
e 18° ENACOR – Encontro Nacional de Conservação Blucher, São Paulo, 2004.
Rodoviária, Foz do Iguaçu, PR, 2015.
Carvalho, P. A. S.; Wolle, C.M.; Pedrosa, J. A. B. A.
(1986)- Aterro reforçado com geotêxteis – uma opção
alternativa para a engenharia geotécnica. In:
COBRAMSEG, 8, 1986, Porto Alegre, v.4, pp. 169-
178.
Aspectos Gerais sobre Ensaios de Puncionamento em
Geomembrana
Andressa de Araujo Carneiro
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Brasil, andressa.deac@gmail.com
RESUMO: O presente artigo apresenta um estudo bibliográfico refente à aspectos gerais sobre
ensaios laboratoriais de puncionamento estático. Esses ensaios são importantes, pois definem
resistência à ruptura das geomembranas e simulam a ruptura dos geossintéticos em campo. O trabalho
trata ainda das condições que relacionam aspectos reais de obra, como por exemplo a forma do
material granular e a geometria das ponteiras utilizadas nos equipamentos de puncionamento.
Posteriormete, são apresentadas considerações sobre a obtenção das deformações sofridas pela
geomembrana puncionadas pelo material granular a partir de formulações matemáticas. Sugere-se
nesse artigo a proteção das geomembranas para minimizar a possibilidade de danos.
1 INTRODUÇÃO
permeabilidade conforme apresentado nas 13433, compreende a análise do dano através da
figuras 1 e 2. Esta característica viabiliza sua queda de um cone padrão sobre a amostra, presa
utilização em obras onde há necessidade de nas extremidades de um molde cilíndrico, sem
impermeabilização, como aterros sanitários. ser tracionada.
4 ENSAIOS DE PUNCIONAMENTO
3 PROPRIEDADES
RESUMO: Ao longo dos anos tem-se realizado pesquisas visando encontrar materiais que
melhorem as características mecânicas do solo e que contribuam no aumento da sua eficiência. Este
estudo tem o objetivo de pesquisar a viabilidade da reutilização do resíduo gerado por abatedouros
de aves, que é a pena de galinha (como fibra natural), misturado com solo laterítico de Brasília.
Durante a pesquisa, foram realizados ensaios geotécnicos para determinação das propriedades dos
materiais, os quais permitiram chegar numa porcentagem ótima da mistura do novo material. Além
disso, realizaram-se análises que quantificaram a modificação de características de resistência da
mistura obtida, avaliando a viabilidade técnica da sua utilização.
1 INTRODUÇÃO galinha).
Outros estudos demonstram a resistência
Devido à dificuldade de se obter matéria da fibra natural para melhoria de solo como
prima da natureza, tem-se aumentado cada a pesquisa de “Melhoria de solos por
vez mais a reutilização de novos materiais inclusão de fibras naturais” (Sales, 2011),
na construção civil. Com o crescimento usando como fibra natural o cabelo humano
populacional e alta produção da indústria da que apresenta resistência a tração assim
granja, têm-se gerado cada vez mais resíduo como a pena de galinha, outro estudo é
de pena de galinha, pois, após o abate do “Melhoria de solos com fibras naturais –
animal as penas são descartadas como penas de frango” (AYALA; DE
resíduo e são incineradas. Com o CARVALHO; HERNÁNDEZ, 2016), que
reaproveitamento deste material, estaria se estuda a pena de frango para melhoria do
aplicando o fundamento dos 3R’s solo, igualmente a presente pesquisa.
(reutilizar, reciclar e reduzir).
A pena de galinha é uma fibra que tem
como uma das características a de imprimir 2 MATERIAIS E MÉTODOS
resistência mecânica, como demonstra a
publicação da redação do Site Inovação As características do solo foram
Tecnológica em 2005 que relatou uma determinadas pelos ensaios de: massa
notícia dos pesquisadores agrícolas norte específica dos grãos (NBR 6508), limite de
americanos Walter Schmidt e Justin liquidez (NBR 6459), limite de plasticidade
Barone, responsáveis pela descoberta das (NBR 7180), compactação para descobrir a
fibras das penas que reforçam o plástico, umidade ótima (NBR 7182) e a análise
dando-lhe maior resistência e diminuindo granulométrica (NBR 7181). O material
seu peso. Dessa forma, a finalidade deste misturado foi compactado na energia
estudo é verificar o desempenho do solo intermediária para avaliar o efeito da
com adição da fibra natural (pena de compactação no comportamento da mistura
descobrindo a umidade ótima de acordo
com a NBR 7182. 2.3 Misturas
ISC(%)
1,39 g/cm³. 20,00
10,00
CurvadeCompactaçãodaMistura 0,00
2 20,00 25,00 30,00 35,00
Umidade(%)
1,45
MassaE.Seca(g/cm³)
1,40
1,35 Figura 9. Curva de ISC da Mistura 1
1,30
1,25
CurvadeISCdaMistura2
20,00 25,00 30,00 35,00
Umidade(%) 60,00
ISC(%)
40,00
ComparaçãodosISC's AGRADECIMENTOS
50,00% 0,4147
40,00%
Eu quero agradecer primeiramente a Deus,
0,3162 porque sem fé não se tem nada e aos meus
30,00%
pais Roberto e Jaqueline por sempre me
20,00% apoiar em minhas decisões. Ao meu amigo
0,1
10,00% e parceiro Zenildo pela a sua ajuda em
0,00% todos os momentos, aos meus amigos de
faculdade e a técnica do laboratório
Solo
Leidiane por te auxíliado na realizações de
Mistura1(0,5%depena+99,5%desolo) ensaios, a minha orientadora Renata pelas
Mistura2(0,7%depena+99,3%desolo) suas instruções e a FAPDF (Fundação de
Apaio a Pesquisa do Distrito Federal), pelo
Figura 12. Comparação dos ISC’s o apoio financeiro a pesquisa.
4 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS
Haroldo Paranhos
REFORSOLO ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE, Brasília, Brasil, reforsolo@gmail.com
Rideci Farias
REFORSOLO ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE, Brasília, Brasil, rideci.reforsolo@gmail.com
RESUMO: O intuito dessa pesquisa foi o de verificar tais ações do tempo em um geocomposto e de
verificar o funcionamento geral do sistema, possibilitando assim um conhecimento aprofundado
sobre a eficácia da utilização dessa solução tecnológica aplicada em obras de drenagem. A pesquisa
foi realizada utilizando-se de um geocomposto retirado do jardim suspenso de 22.000 m² (telhado
verde) do prédio da procuradoria geral da república, localizado em Brasília, após 14 anos de sua
aplicação. Após as análises, foi verificada boa estabilidade do sistema de drenagem, por meio da
avaliação das colmatações físicas e biológicas.
1 INTRODUÇÃO
Solo vegetal
12 m
4 AVALIAÇÕES TÉCNICAS
REALIZADAS NA ÁREA.
O principal indicativo de que o sistema de Figura 06 - Abertura das caixas de passagem para
verificação visual.
drenagem está deficiente é a saúde dos vegetais
ali colocados. De uma forma geral, o jardim
apresenta boa aparência, indicando um sistema
eficiente de drenagem.
Em alguns pontos, é possível notar uma
FS = 0,0358 / 0,18
FS = 0,20
8 CONCLUSÕES.
RESUMO: Esse trabalho avaliou os efeitos provocados nos parâmetros ótimos de compactação de
um solo arenoso da região de Bauru (SP) pela inclusão de diferentes tamanhos e percentagens de
fibras de polietileno tereftalato (PET). As fibras possuem comprimentos de 10, 15, 20 e 30 mm e
largura de 1,5 mm. Estas foram adicionadas aleatoriamente ao solo em percentuais pré-
determinados de 0,25; 0,50; 0,75, 1,0; 1,5 e 2,0%, em relação à massa seca. Foram realizados
ensaios de compactação (Proctor Normal) para a obtenção dos parâmetros ótimos do solo com e
sem fibras. Os principais resultados mostram que a inclusão das fibras provocou um pequeno
aumento nos parâmetros ótimos de compactação deslocando também a curva para cima e para a
esquerda. Os resultados obtidos corroboram os resultados da literatura técnica.
1 INTRODUÇÃO metálicos.
Para a escolha do tipo de fibra para reforço, é
As inclusões poliméricas do tipo fibras tem sido interessante que esta apresente resistência física
muito utilizadas para a melhoria das e mecânica e não seja passível de ataques
propriedades de resistência dos solos em geral. químicos e/ou biológicos. O conhecimento do
Sieira & Sayão (2010) enfatizam que as mecanismo de interação solo-fibra é
inclusões podem ser de diferentes tipos como de fundamental para que se compreenda o
fibras naturais ou sintéticas e materiais comportamento mecânico da mistura. Diversos
fatores influem neste mecanismo, a saber: a) em mesmas energias de compactação. Constatou
relação ao solo (granulometria, índice de vazios ainda que este aumento é linear em relação à
e grau de cimentação) e b) em relação às fibras quantidade de fibra e independente do tipo de
(comprimento, espessura, rugosidade, módulo compactação empregada. Outros resultados com
de elasticidade, capacidade de alongamento, dois tipos de reforços diferentes sugeriram
entre outros fatores) (CASAGRANDE, 2005). ainda que a influência na compactação é
Bueno (1996), por exemplo, afirma que uma comandada pela interação entre solo e reforço,
constatação que surge de estudos experimentais atentando para aspectos como a granulometria
de laboratório é a de que a presença das fibras do solo, forma das partículas, textura e área
modifica o comportamento dos solos, gerando superficial do reforço.
um material mais dúctil, mais coesivo e Dentro desse contexto, esse trabalho buscou
levemente mais compressível. a avaliação da influência da inclusão de fibras
Nesse contexto, as fibras poliméricas tem poliméricas de PET nos parâmetros ótimos de
sido as mais utilizadas nas pesquisas nacionais e compactação de um solo arenoso a fim de se
internacionais. Os principais polímeros comparar os resultados com os da literatura
utilizados são o polipropileno (PP), polietileno corrente.
(PE), poliéster (PET) e poliamida (PA).
Casagrande (2005) apresenta um breve
resumo sobre as características das fibras de PP, 2 MATERIAIS E MÉTODOS
PE e PET: ressalta que as fibras de PP possuem
uma grande flexibilidade e tenacidade em Para o desenvolvimento da pesquisa, foi
função de sua constituição além de possuírem utilizado solo arenoso da região de Bauru (SP).
elevada resistência ao ataque de várias Para sua classificação foi realizado o ensaio de
substâncias químicas e aos álcalis. Tais granulometria conjunta. As fibras de PET
características conferem aos materiais a que empregadas foram retiradas de garrafas de
estas fibras são incorporadas uma substancial refrigerante. Tais fibras foram utilizadas nos
resistência ao impacto. As fibras de PE apesar comprimentos de 10, 15, 20 e 30 mm, todas
da alta durabilidade alta, apresentam maiores com 1,5 mm de largura, incluídas
deformações de fluência conduzindo a aleatoriamente ao solo em percentuais pré-
consideráveis elongações e deflexões ao longo determinados de 0,25%, 0,50%, 0,75%, 1,0%,
do tempo. As fibras de poliéster apresentam alta 1,25%, 1,50% e 2,0% em relação à massa seca.
densidade, rigidez e resistência e possuem um Os ensaios de compactação (Proctor Normal)
aspecto bastante similar às de polipropileno foram realizados conforme a NBR 7182. Para
podendo ser utilizadas para as mesmas cada comprimento e teor de fibra, foi realizado
aplicações. O poliéster atualmente mais um ensaio de compactação.
conhecido é o polietileno tereftalato, cuja sigla
é PET. É o material constituinte das garrafas
plásticas de refrigerantes, águas minerais e 3 RESULTADOS OBTIDOS E
óleos de cozinha, entre outros. ANÁLISES
Feuerharmel (2000) e Casagrande (2005)
citam diversos trabalhos relacionados a A curva granulométrica obtida está apresentada
alterações nas propriedades dos solos quando da na Figura 1. O solo foi classificado como areia
inclusão de fibras. No caso da compactação, média a fina com argila (tabela 1). Os
citam os trabalhos como os de Ulbrich, 1997, parâmetros ótimos obtidos foram: teor de
Consoli et al, 1999, Casagrande (2001) e umidade ótimo de 10,6% e massa específica
Heineck, 2002. seca máxima igual a 1,955 g/cm³.
Hoare (1979) verificou que a adição de A figura 2 apresenta duas curvas de
fibras de polipropileno na compactação de um compactação. A primeira refere-se ao solo
cascalho com areia conferem uma certa arenoso sem fibra e, a segunda, ao melhor
resistência à compactação, resultando em resultado obtido com as inclusões de fibra, ou
porosidades maiores da mistura, para as seja, fibras no tamanho de 30 mm e
Figura 1. Valores médios das resistências não confinadas devido à inclusão de fibras do tipo PET em solo arenoso.
Argila 14,0
Silte 5,8
Areia Fina 38,2
Areia Média 41,7
Areia Grossa 0,3
Laís Maciel
Faculdade de Engenharia de Bauru (UNESP), Bauru, Brasil, laismaciels@hotmail.com
RESUMO: Esse trabalho avaliou os efeitos provocados na resistência mecânica de um solo arenoso
da região de Bauru (SP) pela inclusão de diferentes tamanhos e percentagens de fibras de
polietileno tereftalato (PET). As fibras possuem comprimentos de 10, 15, 20 e 30 mm e largura de
1,5 mm. Estas foram adicionadas aleatoriamente ao solo em percentuais pré-determinados de 0,25;
0,50; 0,75, 1,0; 1,5 e 2,0%, em relação à massa seca. Foram realizados ensaios de compactação
(Proctor Normal) para obtenção dos parâmetros ótimos do solo. Com esses valores, foram moldados
corpos de prova para a realização de ensaios de resistência não confinada (com e sem fibras). Os
principais resultados mostram que os valores máximos de resistência ocorreram para as fibras de
PET de 20 mm com teor de 1,5% representando um ganho de resistência de 93,0% em relação ao
solo sem fibras.
solos não cimentados, devido à melhoria nas previamente definidas por 0,25; 0,50; 0,75;
propriedades mecânicas que é capaz de conferir 1,00; 1,50 e 2,00% em relação à massa de solo
a estes materiais, principalmente os aumentos seca, ou solo em sua umidade natural.
da resistência, da ductilidade e da tenacidade, e Para cada comprimento de teor de fibra
a diminuição da queda de resistência pós-pico. foram realizados 3 ensaios de compressão
Destacam-se no cenário nacional os simples. Assim, foram realizados 72 ensaios
trabalhos de Silva et al. (1995), Lima et al. para as fibras resultando em 24 valores médios
(1996), Bueno et al. (1996) e Teodoro (1999). de resistência não confinada. Dessa forma, foi
Casagrande (2005) cita ainda a experiência possível fazer-se a comparação dos valores
acumulada pelo PPGEC/UFRGS citando médios obtidos com as fibras e a posterior
trabalhos relevantes como Ulbrich, (1997), comparação com a resistência não confinada do
Consoli et al. (1997-b, 1998-a, 1999, 2002, solo sem fibras.
2003-a, 2003-b, 2003-c, 2004, 2005-a, 2005-b),
Homem (2002), Heineck (2002), Donato
(2003), Vendruscolo, (2003) e Santos (2004). 3 RESULTADOS OBTIDOS E
No Brasil, a utilização mais frequente é da ANÁLISES
fibra de PP. Poucas pesquisas tem utilizado o
polietileno nos estudos de reforço de solo. De O solo foi classificado como areia fina
acordo com Cristelo et al. (2015), o argilosa. Apresentou um limite de liquidez de
polipropileno tem sido o tipo mais usual com 15,5%, sendo classificado como não plástico,
percentuais de fibra variando de 0,05 a 3,0%. pois não foi possível realizar o ensaio de LP. O
Dessa forma, esse trabalho procura avaliar os valor de massa específica dos sólidos foi de
resultados referentes aos efeitos que a inclusão 2,65 g/cm3. Os parâmetros ótimos obtidos
de fibras de polietileno causa nos solos foram: teor de umidade ótimo de 10,6% e massa
utilizando diferentes comprimentos de fibra específica seca máxima igual a 1,95 g/cm³.
bem como de percentuais pré-determinados. A resistência não confinada média obtida
para o solo sem fibras foi de 56,72 kPa. Os
valores médios das resistências em função dos
2 MATERIAIS E MÉTODOS comprimentos e percentagens de fibra estão
ilustrados na Tabela 1 e Figura 1 seguintes.
O solo utilizado é do tipo arenoso retirado da
região de Bauru (SP). A caracterização das Tabela 1. Valores médios das resistências não confinadas
amostras de solos foi realizada por meio de devido a inclusão de fibras em solo arenoso.
ensaios de granulometria (NBR 7181/1984), Valores médios de Tensão Axial (kPa)
limites de consistência (NBR 6459/1984 e NBR Percentual utilizado
7180/1984), compactação (NBR 6457/2016 e L
(mm) 0,25 0,50 0,75 1,00 1,50 2,00
7182/2016) e massa específica dos sólidos
(NBR 6508/1984). As fibras poliméricas 10 73,7 79,8 86,4 90,5 98,0 91,9
utilizadas são de polietileno tereftalato (PET).
As fibras foram recortadas com largura de 1,5 15 78,9 86,3 87,8 96,0 100,7 95,3
mm e comprimentos de 10, 15, 20 e 30 mm. 20 81,1 93,3 99,1 105,8 109,3 103,5
Essas medidas foram adotadas para seguir-se o
mesmo padrão adotado por Trindade et al. 30 84,3 88,8 95,9 99,7 102,1 99,5
(2006). Após a caracterização do solo, estes
foram ensaiados uniaxialmente (ensaio de Analisando-se os resultados obtidos,
resistência não confinada ou compressão verifica-se que o aumento da percentagem de
simples). Para tanto, as moldagens dos corpos fibras PET acarretou aumentos dos valores da
de prova foram realizadas em um cilindro com resistência a compressão simples levando-se em
dimensões médias de 10,35 cm de altura e 5,10 conta todos os comprimentos e percentagens.
cm de diâmetro. As fibras foram adicionadas Nota-se que o maior valor de resistência a
aleatoriamente ao solo, em porcentagens compressão simples ocorreu para o
Beatriz Garcia
Faculdade de Engenharia de Bauru (UNESP), Bauri, Brasil, bia.garcia0102@gmail.com
RESUMO: Esse trabalho avaliou a resistência uniaxial do poliestireno expandido (EPS) em cinco
densidades distintas (10, 15, 20, 25 e 30 kg/m3). Os ensaios foram realizados de acordo com a
ASTM 1621. Foram avaliados os parâmetros de resistência, deformabilidade e elasticidade no
escoamento e na ruptura considerando-se esta como uma valor fixo de 30%. Adicionalmente, os
resultados obtidos foram comparados com resultados da literatura. Os principais resultados
mostram a elevada resistência do EPS bem como que existe uma relação de resistência e
deformabilidade que é função da massa específica do material, ou seja, quanto mais denso este,
maiores suas propriedades de resistência.
dissolvível, não possui valores nutritivos para especificado pela norma supracitada. As
abrigar microorganismos e outros animais e não amostras utilizadas são cúbicas, com arestas de
é quimicamente afetado no contato com o solo e 100mm. Para cada massa específica, realizou-se
a água (BASF, 1990; 1991). Suas propriedades o ensaio com cinco corpos de prova. A figura 1
sugerem que, se corretamente aplicado, pode ilustra o ensaio em andamento com o corpo de
apresentar um desempenho adequado ao longo prova sendo solicitado.
da vida útil da obra.
Apesar de diversas pesquisas sobre o produto
e suas aplicações, nota-se que o manancial de
informações sobre o EPS está restrito ainda ao
contexto internacional, em particular, em
aplicações de aterros moles, encontros de
pontes e viadutos e bases de pavimentos
(vejam-se por exemplo os trabalhos de
HORVATH, 2008; STARK et al. 2012;
BARTLETT et al. 2015). No contexto do
Brasil, poucos trabalhos foram desenvolvidos
sobre o assunto (HORVARTH, 1994; NETO,
2008).
Na prática é comum encontrar-se valores de
massa específica variando de 5 em 5 kg/m³
(HORVATH, 1994). O rígido controle do valor
da massa específica do EPS se deve a grande
relevância que essa possui nas mais variadas Figura 1. Ensaio de compressão uniaxial e vista do corpo
propriedades do material, tanto mecânicas como de prova.
hidráulicas. Devido a esta característica, é
possível obter as mais diversas correlações De forma a se caracterizar a curva de
entre massa específica e propriedades deformação do material e visualizar-se o ponto
mecânicas e térmicas, importantes para a de escoamento, bem como o caminhamento de
utilização deste polímero não apenas na área tensões, o equipamento foi ajustado de modo
geotécnica (HORVATH, 2008; NETO 2008). que os ensaios de compressão uniaxial fossem
Dessa forma, esse trabalho apresenta conduzidos até um valor de deformação de
resultados de ensaios de compressão uniaxial do 30%. Esse valor foi adotado tendo-se em vista
EPS em diferentes massas específicas de modo que o comportamento da curva para
a fomentar resultados no contexto nacional deformações acima do ponto de escoamento
acerca desse material. passa a ser do tipo “work-hardening”. Eriksson
and Tränk (1991) afirmam que a inclinação
desse trecho linear pós escoamento é de cerca
2 MATERIAIS E MÉTODOS de 5% da inclinação do trecho elástico inicial da
curva. Para níveis de deformação maiores que o
O ensaio de compressão uniaxial, normatizado anterior, o comportamento passa a ser não
pela ASTM 1621 – 2000, consiste em linear conforme ilustra a Figura 2.
comprimir os corpos de prova, cujas dimensões
e massas são previamente conhecidas, e com
isso, obter os valores de tensão e deformação
referentes a cada massa específica utilizada,
através das curvas de tensão versus deformação.
O ensaio foi realizado em uma máquina
universal de ensaios da marca EMIC, com
capacidade de 30 kN. Foi utilizada velocidade
de execução do ensaio de 50 mm/min conforme
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Bartlett, S.F., Bret N. Lingwall, B.N., Vaslestad, J.
(2015). Methods of protecting buried pipelines and
culverts in transportation infrastructure using EPS
geofoam. Geotextiles and Geomembranes, 43, p. 450-
461.
RESUMO: Neste trabalho são apresentadas duas pesquisas desenvolvidas pelo grupo de pesquisa
Geossintéticos em Geotecnia e Meio Ambiente referentes à resistência de interface entre diferentes
geossintéticos e elementos de reforço em contato com solos arenosos. Basicamente, foram realizados
dois tipos de ensaios: (i) estudo da resistência ao arrancamento de tiras metálicas lisas em areia média,
com o objetivo de determinar parâmetros de projeto e (ii) estudo da resistência da interface entre dois
geotêxteis não tecidos de polipropileno e areia média, mediante diferentes tipos de ensaios com
diferentes tamanhos de superfície de contato, com o objetivo de analisar e comparar resultados de
ângulos de atrito de interface. Com base nos resultados foi possível analisar e comparar a mobilização
de resistência, o comportamento das envoltórias de ruptura e os ângulos de atrito de interface
resultantes.
associação do solo de aterro com propriedades quantificação da aderência entre o solo e os
adequadas, armaduras flexíveis colocadas elementos de reforço.
horizontalmente em seu interior e uma camada A utilização de baixos níveis de tensão, em
externa fixada às armaduras (ABNT, 2016a). No ensaios de cisalhamento direto convencionais,
caso de estruturas tipo Terra Armada, as pode gerar erros grosseiros e fornecer resultados
armaduras empregadas como reforço são peças desfavoráveis à segurança (Gourc et al. 1996).
lineares que trabalham por aderência com o solo No entanto, ensaios de rampa ou plano inclinado
do aterro, sendo responsáveis pela maior parte da possibilitam estudos sob tensões normais
resistência interna à tração (ABNT, 2016a), reduzidas de maneira mais confiável, segundo os
podendo ser lisas ou possuir ressaltos. estudos de Lopes (2000), Lima Júnior (2000),
A NBR 19286 (ABNT, 2016a) especifica Mello (2001), Viana (2007), Martinez (2010) e
requisitos mínimos para o projeto de muros em Monteiro (2012).
solos mecanicamente estabilizados, assim como Neste trabalho também estuda-se a resistência
equações para o cálculo do coeficiente de da interface entre dois geotêxteis não tecidos de
aderência aparente solo-reforço (f*). polipropileno e areia média (Solo 2), mediante
Com base nos ensaios de arrancamento ensaios de cisalhamento direto convencional, em
(norma D 6706-01, ASTM, 2013), os caixa de 100 mm x 100 mm, além de ensaios de
coeficientes de aderência aparente solo- cisalhamento direto médio, em caixa de 300 mm
armadura (f*) podem ser calculados por meio da x 300 mm. Informações adicionais podem ser
seguinte equação: consultadas em Sánchez et al. (2016).
Fmáx
f *= (1) 2 MATERIAIS
2.V n .b.La
Na Tabela 1 estão apresentadas as principais
Onde, Fmáx = força máxima de arrancamento
propriedades geotécnicas das areias ensaiadas e
(kN), ın = tensão normal total (kN/m2), b =
na Figura 1 apresentam-se as respectivas curvas
largura do reforço e La = comprimento ancorado
granulométricas.
do reforço (m).
Tabela 1. Propriedades geotécnicas das areias.
Conforme salienta Weldu et al. (2015), os Parâmetro Solo 1 Solo 2 Unidade
valores calculados analiticamente, conforme o Massa específica dos
procedimento estabelecido pela norma brasileira 2,64 2,71 g/cm3
sólidos
(ABNT, 2016a), têm se mostrado conservadores Índice de vazios mínimo
0,58 0,588 -
em relação à resistência ao arrancamento (emín)
observada em laboratório (ASTM, 2013), Índice de vazios
0,83 0,86 -
justificando a importância dos ensaios. máximo (emáx)
Nesta pesquisa foram realizados ensaios de Densidade relativa (Dr) 95 57 %
arrancamento de tiras metálicas lisas em areia
média (Solo 1), em equipamento de Massa específica do
1,66 1,59 g/cm3
arrancamento com dimensões internas iguais a ensaio
570 mm de altura, 900 mm de largura e 1450 mm Índice de vazios do
0,593 0,705 -
ensaio
de comprimento.
Ensaios de cisalhamento direto convencional
1.2 Ensaios de Cisalhamento de Interface
resultaram em ângulo de atrito igual a 44º para o
Solo 1 e 39º para o Solo 2.
Nas situações em que se deseja estudar o
As normas de referência foram as seguintes:
deslizamento de uma massa de solo ao longo de
NBR 6508 (ABNT, 2016b), NBR 7181 (ABNT,
uma superfície do reforço, os ensaios de
2016c), D 4253-16 (ASTM, 2016a), D 4254-16
cisalhamento são os mais representativos da
(ASTM, 2016b) e D 3080 (ASTM, 2011).
situação de campo, podendo serem usados para a
Tabela 2. Propriedades dos geotêxteis (PP300 e PP 600) fornecidas pelo fabricante (Especificação Técnica, 2015).
Valores
Propriedades Normas Unidades
PP300 PP600
Tração à ruptura -
kN/m 14 30
Sentido transversal
Elongação -
% >50 >50
Sentido transversal
Resistência
Propriedades Tração à ruptura -
a tração NBR 12824
mecânicas Sentido do kN/m 13 28
faixa larga.
comprimento
Elongação -
Sentido do % >50 >50
comprimento
Gramatura NBR 12568 g/m² 300 600
Matéria Prima 100% polipropileno aditivado anti-UV
Propriedades
Resistência ao raio ultravioleta (%
físicas
de resistência retida após 500 >70 >70
horas)
Figura 3. Equipamentos de cisalhamento: (a) cisalhamento Figura 5. Envoltória das resistências máximas.
direto convencional e (b) cisalhamento direto médio.
Os coeficientes de aderência aparente solo-
3.2.2 Cisalhamento Direto Médio
armadura (f*), para os ensaios com tensões
RESUMO: O solo empregado nas obras de engenharia rodoviária nem sempre satisfaz às
especificações para as camadas de pavimento em que pode ser utilizado. Para o solo laterítico da
região do Distrito Federal, escolheu-se a estabilização do solo com cal e utilizaram-se três teores de
cal para dois tipos de cal. Realizaram-se os ensaios de caracterização do solo, Compactação e ISC
das misturas. Verificou-se pouca variação da umidade ótima e da massa específica seca e, um
aumento gradual do ISC. Com isso, concluiu-se que é mais vantajoso estabilizar o solo com a cal
hidratada CHI por oferecer maiores valores de ISC.
maneiras: modificando o solo quanto à 2.1 Preparação das Amostras
plasticidade e a sensibilidade à água,
cimentando o solo por carbonatação e/ou por Após a coleta da amostra deformada de solo,
pozolanização. Quando os dois últimos efeitos iniciou-se a preparação desta para a realização
predominam, tem-se uma mistura considerada dos ensaios de caracterização, para isto, tomou-
semi-rígida se como base a norma ABNT NBR 6457/1986.
Senço (2001) diz que esse tipo de
estabilização poderá representar uma solução 2.2 Análise Granulométrica
econômica e de melhor técnica, quando
comparada com os trabalhos de remoção de De acordo Senço (2007), a análise
camada de solo argiloso, para a substituição de granulométrica de um solo possibilita o
solo granular, a fim de estabilizar esse leito. conhecimento das porcentagens das partículas
Entre os benefícios da utilização deste método, que o constituem em função de suas dimensões.
destaca-se a melhoria das propriedades do solo, Sendo esse conhecimento de grande
principalmente no que diz respeito à capacidade importância para os estudos do comportamento
de suporte e redução da expansão deste. do solo tanto como elemento de fundação em
Portanto, tem-se como objetivo geral que o pavimento se apoia, quanto como
caracterizar o solo e as misturas solo-cal em camadas do pavimento.
porcentagens pré-estabelecidas. O ensaio de granulometria realizado seguiu
Para isto, tem-se como objetivos específicos as orientações da norma ABNT NBR 7181/82
analisar o comportamento das misturas das cais por combinação de peneiramento e
hidratadas, CHI e CHIII, ao solo laterítico e sedimentação em um intervalo de 24 horas.
definir qual ou quais das porcentagens
utilizadas podem ser viáveis para o uso como 2.3 Massa Específica
estabilização de base de pavimentos.
Segundo Senço (2007), a massa específica pode
ser real ou aparente de acordo o volume que se
2 METODOLOGIA considera. A massa específica real está
relacionada à natureza mineralógica e é a
Para o presente trabalho foram realizados relação entre a massa da parte sólida e o volume
ensaios de laboratório para a determinação das de sólidos; a massa específica aparente do solo
características físicas e mecânicas do solo e das úmido é a relação entre a massa de solo úmido e
misturas solo-cais. Para tanto, as amostras de o volume ocupado pela mesma e, a massa
solo foram coletadas no campus da especifica aparente do solo seco é a relação
Universidade Católica de Brasília em Águas entre a massa de sólidos e o volume total.
Claras e as cais CHI e CHIII que foram A determinação da massa específica dos
utilizadas, seguiram os padrões estabelecidos sólidos foi obtida de acordo o procedimento
pela NBR 7175/2002, conforme informação dos descrito na ABNT NBR 6508/84.
fabricantes.
Utilizaram-se três porcentagens pré- 2.4 Limites de Atterberg
estabelecidas (2%, 4% e 6%) para cada tipo de
cal utilizada. Segundo Balbo (2007), os critérios Caputo (1988) define Limite de Liquidez como
de dosagem de mistura solo-cal (SCA), variam sendo o limite entre o estado líquido, cuja
de acordo com o uso pretendido para a mistura. umidade do solo é muito elevada e este se
Quando utilizada como material de reforço de apresenta como um fluido denso, e o estado
subleito ou como sub-base, a dosagem pode ser plástico, onde o solo perde sua capacidade de
realizada como emprego do critério do CBR fluir, mas pode ser moldado facilmente e
(para CBR superior a 20%). A viabilidade conservar a sua forma; e Limite de Plasticidade
dessas misturas, portanto, foi analisada através como sendo o limite entre o estado plástico e o
dos resultados dos ensaios de CBR. semissólido, em que a perde de umidade
2.5 Compactação
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo bibliográfico e experimental sobre diversas técnicas de
melhoramento de solos de moles, destacando-se no uso de coproduto de aciaria KR como
aglomerante hidráulico, em substituição aos aglomerantes comumente utilizados. Para tal, foram
realizados ensaios com misturas de solo argiloso puro e solo incorporado com coproduto KR no
teor de 30%. O solo utilizado não dispõe de resistência não drenada mínima para que possa haver
alguma bem feitoria sobre o mesmo. O coproduto KR utilizado é originário de uma indústria
siderúrgica da região da Grande Vitória e o solo foi coletado no município de São Mateus-ES. Este
material tem sido adotado como estabilizante químico com êxito em diversas pesquisas para fins de
melhorias em diversas características de solos, como a resistência, devido a suas propriedades
cimentantes e ao seu reduzido potencial expansivo (inferior a 3%). Foram realizados ensaios de
caracterização do coproduto e do solo e também ensaio de Vane Test e ensaio de Fall Cone Test. O
objetivo do estudo foi apresentar o ganho de resistência do solo com a aplicação do coproduto KR.
Entretanto, o processo de estabilização pode ser
100 100
obtido por outros materiais além da cal e do
cimento. Alguns coprodutos industriais podem 80 80
% PASSANTE
ser bons materiais estabilizante. Entre eles
% RETIDA
destacam-se os coprodutos siderúrgicos devido 60 60
à facilidade de serem encontrados e aos 40 40
resultados animadores obtidos em pesquisas
voltados para seu uso como estabilizantes 20 20
químicos. Segundo Tessari e Cobe (2015), o
0 0
potencial aglomerante das escórias pode ser 0,001 0,01 0,1 1 10 100
avaliado por meio de dois condicionantes: teor
de material vítreo presente na escória e S01 KR
composição química. DIÂMETRO DOS GRÃOS (mm)
Neste contexto, um novo coproduto ganha Figura 1- Curvas Granulométricas do solo puro
atenção: o coproduto KR. Resultado do (contínua) e da escória KR (tracejada) antes do
tratamento.
processo siderúrgico de dessulfuração no reator
Kambara, muito difundido no Japão devido a 2.1.2 Coproduto KR
sua alta eficiência e baixo custo de operação
(Sheng, 2014). Das et al. (2007 apud Tong et O coproduto KR foi fornecido pela
al., 2015) apontam que apesar da variedade de ArcelorMittal Tubarão, siderúrgica situada na
estudos para utilização das escórias de aciaria região da Grande Vitória-ES, coletado no dia
existem poucos estudos sobre o 03/01/2017, segundo a ABNT NBR
reaproveitamento das escórias de dessulfuração 10007:2004. O material possui granulometria
KR, material que possui elevada resistência entre 0 mm a 9 mm. O coproduto foi aplicado
mecânica e menor potencial expansivo que os no estado moído, após tratamento no moinho de
demais coprodutos siderúrgicos. argolas para que sua granulometria se
Portanto, este artigo pretende verificar o aproximasse à granulometria de aglomerantes
efeito da incorporação deste novo coproduto usualmente utilizados para reforço de solos de
siderúrgico no melhoramento do solo mole para baixa consistência, como o cimento Portland.
dar uma destinação ambientalmente correta para Nesse estudo os resultados apresentados na
o material e reduzir custos com o uso de Tabela 1, são de coproduto de natureza similar e
aglomerantes comerciais. coletado na mesma siderúrgica e no mesmo
canteiro, onde não apresentam grandes
variações em sua composição. Segundo mostra
2 MATERIAIS E MÉTODOS a Tabela 1, este material possui altos teores de
óxidos de cálcio (CaO). A presença deste
2.1 MATERIAIS componente indica o capacidade do coproduto
agir como estabilizante para solos.
2.1.1 Solo
Tabela 1 - Composição química da escória KR.
A amostra de solo utilizada, de coloração Tessari e Cobe (2015)
acinzentada e forte odor, foi coletada na cidade Solo Quantidade (%)
FeT 30,010
de São Mateus-ES. Material facilmente SiO2 10,380
encontrado em todo o Brasil, principalmente em Al2O3 3,150
áreas litorâneas é uma argila natural. CaO 39,040
Classificado como A-7-5 pelo sistema MgO 3,140
AASHTO. Mn 1,070
P 0,284
S 1,280
ZnO 0,004
Onde:
c - é uma constante empírica que depende do
ângulo e da rugosidade do cone;
g - é a aceleração do cone em queda em m/s²;
m - é a massa do cone em gramas;
i - a profundidade de penetração do cone no
solo em milímetros.
RESISTÊNCIA
DRENADA Su
2,83
(kPa)
3
2
0,99
1
Solo Solo+30% Escória
A B
Figura 3 – A) Alturas de penetração da palheta no ensaio Figura 6 - Ensaio de Vane Test para amostra amolgada a
Vane Test em cm. B) Aparelho Vane Test. altura superior do solo puro e do solo com 30% de
escória KR.
4 RESULTADOS
VANE TEST 2 - NÃO AMOLGADO
4.1 Resistência não drenada (Su)
RESISTÊNCIA NÃO
10 8,49
DRENADA Su
8
A Figura 4 apresenta os resultados de Su para o
6
(kPa)
Cone Fall em cada mistura ensaiada.
4 2,86
2
CONE FALL
RESISTÊNCIA NÃO
0
DREANDA Su
20
amolgada a altura inferior do solo puro e solo com 30%
15
de escória KR.
10
4,21
5
VANE TEST 2 - AMOLGADO
0
Resistência Não
2
1,36
As Figuras 5 e 6 apresentam Su para o Vane
Test nas alturas superior, inferior e após as 1
amostras estarem amolgadas.
0
Solo Solo+30% Escória
VANE TEST 1 - NÃO AMOLGADO Figura 8 - Ensaio de Vane Test Para amostra amolgada a
11,32 altura inferior do solo puro e do solo com 30% de escória
RESISTÊNCIA NÃO
12 KR.
DRENADA Su
10
8 É possível observar que os valores de Su
(kPa)
5,22
6 pelo método do Cone Fall são maiores que os
4 obtidos no Vane Test. Pode-se justificar pela
2
diferença dos métodos e a perda de umidade na
0
superfície do corpo de prova onde é feito o
Solo Solo+30% Escória
ensaio (MORATTI & SCOTÁ, 2016). Apesar
Figura 5 - Ensaio de Vane Test para amostra não da diferença quantitativa, em sua avaliação
amolgada a altura superior do solo puro e do solo com
30% de escória KR. ambos os ensaios apresentaram a mesma
tendência de ganho de resistência com o tempo.
Destaca-se aqui um acréscimo considerável
de resistência nas amostras submetidas ao Vane
Test com 30% de escória KR. Nota-se também
REFERÊNCIAS
cal comumente usados para estabilizar solos 2.1 Materiais
finos são a cal hidratada com conteúdo alto de
cálcio e cal calcítica, cal dolomítica 2.1.1 Solo
monohidratada e cal viva dolomítica. O teor de
cal para usar na estabilização na maioria dos O solo usado para o presente estudo foi
solos varia entre o intervalo de 5 até 10%. coletado na terceira camada da formação
Quando se coloca cal nos solos argilosos, Guabirotuba no município de Fazenda Rio
acontecem duas reações químicas pozolânicas: Grande (PR), em um local de construção de
a troca de cátions e floculação-aglomeração das habitações populares, com localização
partículas (DAS, 2000). Os solos da formação geográfica 25°41'03.9"S e 49°18'32.5"W. O
geológica de Guabirotuba, localizados na solo é composto por 35,5% de argila (< 0,002
cidade de Curitiba-PR e região metropolitana, mm), 39,5% de silte (0,002 a 0,075 mm) e 25%
têm por sua granulometria a maioria de finos. de areia fina (0,074 a 0,42 mm). A Figura 1
Os solos de Guabirotuba não podem em grande mostra a curva granulométrica do solo. A
parte serem empregados para camadas de sub- umidade natural encontrada do solo in-situ é
base e base de pavimentação, para o suporte de próxima a 40%.
fundações superficiais como as sapatas e para
proteção de encostas. A técnica de 100
90
melhoramento desse solo também pode ser
80
utilizada nas fundações de edificações de
Portentagem passante (%)
70
pequeno porte, em solos com baixa capacidade 60
de suporte ou que apresentam baixa estabilidade 50
volumétrica. 40
Tais condições são problemáticas na medida 30
em que podem causar severas patologias na 20
edificação (INGLÊS e METCALF, 1972). A 10
resistência à compressão simples qu de um solo 0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
de grão fino compactado em um teor de Diâmetro dos grãos (mm)
umidade ótima pode variar de 170 kPa a 2100 Figura 1. Curva Granulométrica do Solo
kPa, dependendo da natureza do solo. Com uma
adição de entre 3 a 5% de cal e um período de Mostra-se também na Tabela 1 as
cura de 28 dias, a resistência à compressão propriedades físicas do solo; segundo o Sistema
simples pode aumentar em 700 kPa ou mais Unificado de Classificação de Solos – SUCS –
(DAS, 2000). o solo é classificado como uma argila grossa
É de interesse fundamental o estudo do arenosa. A partir da curva granulométrica e da
melhoramento de solos locais de Curitiba em composição presente na Tabela 1 nota-se que o
quanto se podem aproveitar solos que não estão solo apresenta um limite de liquidez alto
sendo empregados por más propriedades físico- (53,1%), portanto o índice de plasticidade
mecânicas. Além disso, fazer uma pesquisa para indica que a argila é altamente plástica com
a construção de um banco de dados de locais de 21,3% (IP>15).
tais solos é essencial, para encontrar soluções
técnicas que sejam de fácil execução e Tabela 1. Propriedades físicas do solo
economicamente viáveis. Assim, esta pesquisa Valores
Propriedades Físicas
busca determinar a influência de diferentes Médios
teores de cal na resistência à compressão não Massa especifica real dos grãos, Gs 2,71 g/cm³
confinada qu e na resistência à tração por Areia fina 25%
Silte 39,5%
compressão diametral qt de um solo da
Argila 35,5%
formação geológica de Guabirotuba. Limite de liquidez, LL 53,1%
Limite de plasticidade, LP 31,8%
Índice de plasticidade, IP 21,3%
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A cal usada para o estudo foi uma cal hidratada De acordo com os ensaios de pH das misturas
dolomítica CH-III composta principalmente por solo-cal e tendo em consideração diferentes
hidróxidos de cálcio -Ca(OH)2- e magnésio- pesquisas sobre esse tema, definiu-se para o
Mg(OH)2-, produzida no município de presente estudo 5 teores de cal a usar (0%,3%,
Almirante Tamandaré, região metropolitana de 5%, 7% e 9%); incluindo o teor de 0% para
Curitiba. O percentual retido acumulado no verificar a variação da resistência em suas
diâmetro 0,075 mm foi de 9% (15%, como propriedades físicas. O teor mínimo de cal
especifica a norma NBR 7175 de 2003). A usado foi definido em função da porcentagem
massa específica da cal é igual a 2,39 g/cm3. de cal que atingiu o máximo valor constante do
pH que de acordo à Figura 2 é de 3%. O ensaio
2.1.3 Água de resistência não confinada das misturas
constituiu como a principal variável de estudo e
A água empregada tanto para a moldagem de de avaliação. Dessa forma, são definidas as
corpos de prova como para os ensaios de propriedades dos corpos de prova a partir dos
caracterização do solo foi destilada conforme as ensaios de compactação.
especificações das normas, enquanto está livre
de impurezas e evita as reações não desejadas. 2.2.3 Ensaios de Compactação
8
aparente seco e a umidade dos corpos de prova.
6
4 3,8
2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Teor de cal (%)
Figura 2. Variação do pH com o teor de cal.
qt (kPa)
alcançada com 9% de adição de cal, seguido 300
0
0 2 4 6 8 10
3.2 Relação da resistência à compressão simples
Teor de cal, L (%) e a resistência à tração indireta
Figura 4.Influência do teor de cal em na resistência à
compressão simples. Os valores de qt e qu das Figuras 4 e 5 foram
plotados num mesmo plano cartesiano para
ENqu =58,71L+272,77 (R2 =0ǡ95) (1) obter uma relação de qt em função de qu, a qual
é mostrada na Figura 6. O resultado amostra
EIqu =175,82L+426,6 (R2 =0ǡ95) (2) uma relação constante entre tração e
compressão igual a 0,15, quer dizer que o valor
EMqu =256L+666,99 (R2 =0,98) (3) da tração é 15% do valor da compressão.
A Figura 5 apresenta os resultados da
resistência à tração por compressão diametral
com as diferentes energias de compactação e
com os diferentes teores de cal. A maior
resistência à tração foi obtida com o uso de 9%
cal na EN, seguida pela EI e EN. Obteve-se um
qt de 500 kPa com 9% na EM, 300 kPa na EI e
150 kPa na EN. Os valores de tração
apresentaram um acréscimo com o aumento da
Catharine Brandão
Universidade Católica do Salvador, Salvador, Brasil, catharine.reis@ucsal.br
O índice de rigidez relativo do geossintético ܲ ݎൌ ʹכ ܨǤ ߙǤ ߪ ᇱ ݖǤ ݁ܮ ܵܨǤ ܶ݉ ݔሺͶሻ
está relacionado com a área da seção transversal
dos reforços. Para determinação de Tmáx no Le: comprimento do reforço na zona resistente
geossintético é realizado um processo iterativo. (além da superfície potencial de ruptura);
Para reforços mais rígidos, há maior absorção ߙ: fator de correção do efeito de escala;
de tensões e menor deformação, isto é menor o ߪ ᇱ ݖ: tensão vertical efetiva na interface solo -
valor de ȕ. (VERTEMATTI, 2015). reforço.
Para calcular a força de tração máxima O fator de resistência ao arrancamento,
(Tmáx), utiliza-se o ábaco proposto por Dantas F*, é determinado conforme a Equação 5:
e Ehrlich (2000a), conforme Figura 1.
כ ܨൌ ݂ܽǤ ݊ܽݐሺͷሻ
݂ܽ : coeficiente de aderência;
Ø: ângulo de atrito do solo.
Com o ângulo de atrito, ȕ e ı'z/ı'zc para Ka: coeficiente de empuxo ativo (Rankine);
cada camada e determinando o “Ȥ”, pode-se Y’: peso específico do solo compactado;
calcular o Tmáx, conforme Equação 3. L: comprimento do tambor do rolo;
Ny: coeficiente de capacidade de carga do solo;
்
ܺൌ (3) Vo: coeficiente de Poisson no repouso;
ௌ௩ǤௌǤఙᇱ௭
3 ESTUDO DE CASO
12 0,5 0,5 0,03 227,97 4,8 29,97 65,04 65,04 0,46 29,85 0,25 8,13
11 0,5 1 0,03 227,97 4,8 40,10 65,04 65,04 0,62 29,85 0,25 8,13
10 0,5 1,5 0,03 227,97 4,8 50,64 65,04 65,04 0,78 29,85 0,25 8,13
9 0,5 2 0,03 227,97 4,8 61,74 65,04 65,04 0,95 29,85 0,25 8,13
8 0,5 2,5 0,03 227,97 4,8 73,53 65,04 73,53 1,00 30,78 0,24 8,82
7 0,5 3 0,03 227,97 4,8 86,20 65,04 86,20 1,00 32,02 0,23 9,91
6 0,5 3,5 0,03 227,97 4,8 99,97 65,04 99,97 1,00 33,23 0,23 11,50
5 0,5 4 0,03 227,97 4,8 115,10 65,04 115,10 1,00 34,42 0,23 13,24
4 0,5 4,5 0,03 227,97 4,8 131,94 65,04 131,94 1,00 35,62 0,22 14,51
3 0,5 5 0,03 227,97 4,8 150,94 65,04 150,94 1,00 36,84 0,22 16,60
2 0,5 5,5 0,03 227,97 4,8 172,70 65,04 172,70 1,00 38,10 0,21 18,13
1 (base) 0,5 6,0 0,03 227,97 4,8 198,02 65,04 198,02 1,00 39,43 0,21 20,79
RESUMO: Dadas as potencialidades de emprego dos solos melhorados, o presente trabalho objetivou
analisar os dados de ensaios de solos melhorados com cal, por meio de Árvores de Decisão (AD) e
Regras de Associação, permitindo a classificação de quais variáveis (atributos) são mais
significativos no comportamento mecânico dos solos. Foram utilizados os dados obtidos em ensaios
laboratoriais de mistura de solo e cal dos tipos I e III. Como resultado, verificou-se a adequação das
técnicas ao problema em estudo, revelando ainda que a técnica de AD conduziu à melhores resultados.
De toda forma, o desempenho dos modelos pode ser melhorado mediante ajustes e incrementos de
dados de entrada.
exemplos com relação aos rótulos de classe.
Uma vez obtido um subconjunto uniforme, em O objetivo do trabalho é analisar os dados
que todos os exemplos daquele subconjunto ensaios de solos melhorados com cal, por meio
pertençam à mesma classe, um nó folha é criado, do uso das técnicas de Árvores de Decisão e
sendo rotulado com o mesmo nome da respectiva Regras de Associação, permitindo a
classe. A rotulação de um novo exemplo segue o classificação de quais variáveis são mais
procedimento: partindo do nó raiz, testes são relevantes no comportamento mecânico dos
realizados e, de acordo com seus resultados, o solos.
exemplo caminha para baixo na árvore até
encontrar um nó folha, recebendo, então, seu
rótulo (QUILAN, 1986; PEREZ, 2012). 3 MATERIAL E MÉTODO
5 ANÁLISE DE RESULTADOS
possuem como matéria prima o PVC Assim, propondo conciliar desenvolvimento
(policloreto de vinila), polipropileno e sustentável com à melhoria das propriedades do
polietileno. solo, esse trabalho objetivou promover uma
A respeito dos agregados reciclados o nova alternativa tecnológica para analisar
CONAMA (Conselho Nacional do Meio melhoria nas propriedade mecânicas da mistura
Ambiente) informa na resolução nº 307, no art. com fins de pavimentação, usando o ensaio de
3º que os resíduos devem ser classificados como CBR como parâmetro para analisar o
classe A que são resíduos da construção, comportamento da aplicação de canudos
demolição e reformas de edificações e classe B plásticos, classificados como resíduos classe B
que dizem respeito a materiais como plásticos, pelo CONAMA, que são análogos a
papel, papelão, metais, vidros, madeiras e Geossintéticos, usado nas proporções de 0%,
outros. 0,5% e 0,75% no solo.
Existem pesquisas que estudam materiais
reciclados, como por exemplo, a realizada por
Abdou e Bernucci (2005), na qual foi 2 METODOLOGIA
implementado um projeto inovador chamado de
“Pavimento ecológico” utilizando RCD ( Os ensaios de caracterização foram realizados
Resíduos de Construção e Demolição) como previamente: Ensaio de limite de liquidez foi
agregado reciclado nas camadas de sub-base e regido pela norma Nbr 6459 e o limite de
base. plasticidade pela Nbr 7180.
O trabalho de Assis e Melo (2012) estuda a Foram analisadas 3 amostras distintas de
viabilidade técnica do solo com PET granulado materiais para fins de comparação. A amostra 1
“pellete” em camadas de pavimento, utilizando foi realizada com a adição de solo, como base
misturas de solo com essa mistura em para referência. A amostra 2 foi realizada com
porcentagens de 0.25% a 4%. Os resultados de adição de 0,5% e amostra 3 com 0,75% de
ISC (Índice de Suporte Califórnia) e expansão canudo plástico .
apontaram melhoria do solo. A amostra 1 utilizou 100% de solo laterítico.
Pinto et. al (2010) utilizou resíduo de plástico Já a amostra 2 utilizou 99,5% de solo e 0,5% de
Pet misturado ao solo que foi obtido em jazida canudo e a amostra 3, 99,25% de solo e 0,75%
próxima à BR-101 do estado da Paraíba, em de canudo. A Figura 1 mostra a mistura (Solo e
uma proporção de solo puro e em porcentagens Canudo plástico).
de 0,25% e 4% de Pet. Observou que as
porcentagens de 0,25% a 2% contribuiram para
o aumento do índice de suporte Califórnia.
Soncim (2004) utiliza “areia de pet” que é
um subproduto do processo de reciclagem
mecânica. Do processo de moagem extraiu esse
material residual com granulometria inferior a
4,8 mm. Os resultados obtidos com 30% de
areia de Pet, obtidas de garrafa Pet, em relação a
massa seca desse solo, apresentou
comportamento geral excelente a bom como
subleito e reforço de subleito e apresenta
Figura 1. Solo e Canudos plásticos
indícios de bom comportamento nesses tipos de
obra.
1.1. Ensaio de Compactação e Índice de
Visando o reaproveitamento de pneus, Alves
Suporte Califórnia
(2016) apresenta uma alternativa tecnológica
para avaliar a utilização de resíduos de pneus
O ensaio de compactação foi realizado segundo
combinado com o solo e brita para aplicação em
a norma NBR 7182/1986. O CBR, regulado pela
base de pavimento asfáltico, utilizando o solo
Norma NBR 9895/1987. Ambos utilizaram
laterítico de Brasília.
3 RESULTADOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo analisar comportamento geotécnico de um solo
sedimentar estabilizado com a incorporação de 6% cal ao longo de 7, 14 e 28 dias de cura, por meio
de ensaios não confinados (ensaios de compressão simples e de compressão diametral) que
possibilitam a obtenção de outros parâmetros geotécnicos (coesão efetiva e ângulo de atrito interno
efetivo) de maneira simplificada. Aos 28 dias de cura, os resultados obtidos mostram aumentos de
de mais de 300% nas resistência à compressão, à tração e ao cisalhamento.
A estabilização de solos com cal é uma Tabela 1. Resultados Obtidos de qu (kPa)
técnica muito interessante devido a sua Teor de Tempo de Cura
facilidade de aplicação, por sua versatilidade e, Cal 0 dias 7 dias 14 dias 28 dias
principalmente, pelos resultados apresentados 0% 140 - - -
em campo, como o aumento na resistência à 6% - 440 525 570
compressão simples, resistência à tração,
resistência ao cisalhamento, dentre outras
propriedades (BORDIGNON et al., 2016; 3 MATERIAIS E MÉTODOS
RISSARDI, BERTAZO, JOHANN, 2017;
GUÉRIOS, 2013). 3.1 Materiais
Para determinar a resistência e outros
parâmetros geotécnicos (coesão efetiva e ângulo Os materiais utilizados neste trabalho foram os
de atrito interno efetivo) de um solo, o ensaio mesmos utilizados por Bordignon et al. (2016).
triaxial é usualmente empregado. No entanto,
este ensaio demanda muito tempo e recursos 3.1.1 Solo
financeiros, além de ser de execução complexa.
Por outro lado, ensaios não confinados (ensaio O solo utilizado nesta pesquisa foi coletado
de compressão simples e de compressão dentro das dependências da Universidade
diametral) determinam, respectivamente, Tecnológica Federal do Paraná, campus
valores de resistência à compressão e Curitiba, sede Ecoville.
resistência à tração de materiais. Estes ensaios A viabilidade da utilização desta amostra de
são de execução rápida, fácil e barata, além de solo foi facilitada por sua grande
necessitarem de equipamentos disponíveis até disponibilidade e quantidade no local, ser um
nos mais simples laboratórios (AZEVEDO; material visivelmente sem contaminações e
FESTUGATO, 2017). possuir uniformidade em sua textura e cor. A
O objetivo deste trabalho é analisar o preparação do solo para sua utilização nos
comportamento geotécnico de um solo ensaios seguiu as recomendações da NBR 6457
sedimentar estabilizado artificialmente com cal, (ASSOCIAÇÃO..., 1986).
por meio de ensaios de caracterização e ensaios
mecânicos não confinados (compressão simples 3.1.2 Cal
e compressão diametral) que possibilitam a
obtenção de outros parâmetros geotécnicos A cal empregada neste trabalho é do tipo
(coesão efetiva e ângulo de atrito interno hidratada CH-III, da marca ITABRANCA,
efetivo) de maneira simplificada. fabricada em Almirante Tamandaré/PR. A
utilização desta cal estava em conformidade
com a NBR 6473 (ASSOCIAÇÃO..., 2003),
2 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO além de ser o tipo de cal mais comercializada e
empregada na região metropolitana do
Bordignon et al. (2016) estudou a resistência à município de Curitiba/PR (BORDIGNON et
compressão simples (qu) de um solo sedimentar al., 2016).
representativo da região metropolitana de
Curitiba/PR, estabilizado com diferentes teores 3.1.3 Água
de cal em diferentes tempos de cura. O autor
realizou este ensaio de acordo com as Para o desenvolvimento dos ensaios e
recomendações da NBR 12025 moldagem dos corpos de prova foi utilizada
(ASSOCIAÇÃO..., 1990) obtendo os seguintes água potável fornecida pela SANEPAR,
resultados descrito na Tabela 1. empresa de abastecimento de água do estado do
Paraná.
REFERÊNCIAS
RESUMO: Muitas regiões do Brasil ainda não possuem pavimentação, alguns dos fatores determinantes
incluem desde a falta de investimento á materiais de má qualidade. Diante desta circunstância, este artigo
apresenta resultados de uma pesquisa com intuito de averiguar o melhor teor de cimento para
estabilizar o solo da TO-030. Por se tratar de uma região que predomina existência de solo arenoso,
uma solução economicamente viável para realizar uma pavimentação seria modificar as propriedades
químicas a fim de aglutinar os grãos empregando a técnica solo-cimento, permitindo assim a
compactação do material de forma tradicional. Através das especificações determinadas pelas normas
vigentes, concluiu-se que é acessível estabilizar o solo residual com a adição do cimento Portland.
4 METODOLOGIA
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
A escolha deste material consistiu em dois de 1mm/min.
motivos: primeiro pela impossibilidade de ser
compactado de forma tradicional e segundo pela
região apresentar em sua maioria solo arenoso.
Conforme a NBR-11798 (ABNT, 2012) a
água utilizada para base de solo-cimento deve ser
isenta de impurezas nocivas à hidratação do
cimento, portando, utilizou-se água destilada
fornecida pelo laboratório de solos do Instituto
Tocantinense Presidente Antônio Carlos
(ITPAC).
Foi realizado ensaio de granulometria por
peneiramento e sedimentação na amostra de solo
coletada, de acordo com a NBR 7181 (ABNT,
2016)
Para realização do ensaio de compactação
foram utilizadas três misturas de solo-cimento
com teores de cimento Portland de 5%, 7% e 10%
em massa, misturadas manualmente até obter
homogeneização. A energia de compactação
empregada foi a Proctor normal como
Figura 3 – adaptação do Aparelho de CBR utilizado para o
recomendada pela NBR 12253 (ABNT, 2012). ensaio de compressão simples
Concluído o ensaio de compactação foram
moldados corpos de prova cilíndricos nas
dimensões de 100 mm de diâmetro por 127 mm 4 RESULTADOS
de altura como recomendam as especificações da
NBR 12024 (ABNT, 2012). O volume de água Após serem efetivados os experimentos para
adicionado a cada mistura foi determinado com o caracterização do solo, realizou-se a analise
auxílio da curva de compactação obtida pelo granulométrica e obtidos os resultados em forma
ensaio de compactação. As misturas foram gráfica de acordo com a Figura 4.
homogeneizadas o suficiente para atingir a
umidade ótima e curados em câmara úmida por
períodos de 7, 14 e 21 dias
Após curados os corpos de prova foram
imersos em água por 4 horas e imediatamente
antes do ensaio foram retirados do tanque, e
superficialmente secos com auxílio de uma
flanela tecido.
Para realização do ensaio da NBR 12025
(ABNT, 2012) Solo-cimento - Ensaio de Figura 4 - Analise granulométrica do solo
compressão simples de corpo de prova
cilíndricos, foi utilizado um aparelho de CBR O solo foi classificado como uma areia fina,
motorizado como representado na Figura 3, no visto que a porcentagem desta fração de solo é
qual foi adaptado um extensômetro para medir os superior a 50%, 26% corresponde a areia média e
deslocamentos afins de se obter um melhor pela classificação da Highway Research Board
controle de deformação, estabelecida pela norma, (HBR) o foi classificado como do tipo A3 ao qual
que foi aproximadamente 1mm/min. corresponde a areia fina não plástica.
A cada 10 segundos era realizado as leituras Também foi realizado o ensaio de massa
de deslocamento do anel em (mm) e o específica da NBR 6458 (ABNT, 2016) e foi
comprimento de deformação do corpo de prova obtido o valor de massa especifica real dos grãos
também em (mm). Pois os aparelhos de igual a 2,7 g/cm³.
compressão disponíveis na faculdade não são Para o uso do solo como camada de pavimento
capazes de medir deslocamento com a precisão foi realizado o ensaio de compactação com teor
de cimento de 7% sugerido pela NBR 12253
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
(ABNT, 2012) de acordo com a classificação do Tabela 3 – resistência a Compressão simples (MPa) para mistura
com 5% de cimento
solo e posteriormente com 5% e 10%. Corpo de Prova 7 dias 14 dias 21 dias
Os três teores de cimento foram adicionados CP1 2,9 3,36 3,25
ao solo em forma de porcentagem em relação ao CP2 3,36 3,48 3,48
peso seco de solo, buscando dar maior CP3 3,13 3,13 3,71
trabalhabilidade as misturas e melhoria em suas Resistência Média 3,13 3,33 3,48
propriedades físicas e mecânicas. A partir dos
resultados de compactação foram obtidos os Tabela 4 – resistência a Compressão simples (MPa) para mistura
valores de massa especifica aparente seca com 7% de cimento
máxima (ȡdmax) e o teor de umidade (wot) de Corpo de Prova 7 dias 14 dias 21 dias
CP1 4,41 5,68 6,73
cada mistura, como mostrado na Figura 5.
CP2 5,1 6,84 6,03
CP3 5,57 5,45 5,68
Resistência Média 5,03 5,99 6,15
TEMA 5
Análise de Sedimentos Depositados em Bacia de Infiltração
Rafael Salles Pereira
Universidade de Brasília, Brasília DF, Brasil, rafaelfisicas2@hotmail.com
em suspensão ou absorvem poluentes vindos do no fundo de uma bacia de infiltração junto à DF-
escoamento de águas superficiais”. Constitui-se 250 localizada próximo ao Itapoã (DF), onde já
também em técnica muito usada para que se se encontra uma erosão de quase 6 metros de
impeça o desgaste da base de estradas e que se profundidade, mostrar que os materiais
atinja o próprio leito estradal por ação da erosão. depositados são texturalmente pouco
Essas bacias permitem o armazenamento rápido permeáveis.
de água nos picos de cheia e liberam essa água
lentamente para os sistemas de drenagem ou por
meio de infiltração. 2 MATERIAIS E MÉTODOS
% de partículas
Figura 5. Granulometria, furo 1, profundidade de coleta 2 0 20 40 60 80 100
a 7 cm. 0
% de partículas
0 20 40 60 80
0
Profundidae média (cm)
5
Figura 6. Granulometria, furo 1, profundidade de coleta 26
a 33 cm.
10
15
20
25
Areia SD Areia CD Silte SD
Silte CD Argila SD Argila CD
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
RESUMO: Tem-se como objetivo central apresentar resultados técnicos para delimitação de área
passível de construção e caracterização da restrição ambiental à edificação em porção de terreno
localizada no Setor de Mansões Dom Bosco, Brasília, Distrito Federal. Tais resultados foram
obtidos por meio de avaliações quali-quantitativas, tais como: caracterização geotécnica,
ambiental e normativa aplicáveis na APA Gama e Cabeça de Veado. Para tanto, fez-se necessário
a verificação das características ambientais locais, de modo integrado, com o auxílio de
ferramentas de geoprocessamento, analises de campo, ensaios geotécnicos táteis-visuais e
sondagens, localizadas no terreno para verificação de características nebulosas no processo de
diagnóstico ambiental. Desta forma, foi possível elencar limitações e potencialidades do terreno
que, sobrepostas às indicações normativas, permitiu o fracionamento da área em “com restrição”
ou “sem restrição” à edificação.
Tendo em vista os objetivos propostos, foi
edificado um roteiro metodológico
compartimentado em etapas, sendo a
primeira delas uma discussão e definição
teórica/normativa e definição dos parâmetros
a serem avaliados perante as leis aplicáveis;
na segunda etapa foram realizadas atividades
de campo e por fim, foram realizadas as
análises em gabinete, tendo como produto os
mapas e relatório técnico.
2 RESULTADOS
A APA supracitada é composta, nos terrenos de cobertura Terciária-Quaternária
moldes da Lei, por duas zonas: Zona de Vida compostas por horizontes de argila arenosa
Silvestre e Zona Tampão, descritas no de cor marrom avermelhada, porosa, com
Quadro 1: fragmentos centimétricos a milimétricos de
Zonas da laterita e seixos rolados sem mineralogia
APA Gama e Objetivos Centrais
Cabeça de identificada e pequena quantidade de matéria
Veado orgânica.
Tem por objetivo a preservação dos
Zona de ecossistemas naturais da biota nativa
O trecho em investigação encontra-se
Vida inclusive das espécies raras ou completamente inserido da Unidade
ameaçadas de extinção na região, as Metarritimito Arenoso segundo dados do
Silvestre coleções hídricas e demais recursos
naturais existentes. Sistema Estadual de Geoinformação (2016),
Tem por objetivo o disciplinamento da porém não há feições de campo que
ocupação das áreas que contornam a
Zona de Vida Silvestre visando permitam caracterizar, adequadamente, esta
Zona
garantir que atividades nestas áreas unidade (Figura 3).
Tampão não venham a ameaçar ou
comprometer a preservação dos
ecossistemas e demais recursos da
Zona de Vida Silvestre.
Quadro 1 – Resumo com descrição dos objetivos
centrais das Zonas de Vida Silvestre e Zona Tampão
da Área de Preservação Ambiental Gama e Cabeça de
Veado.
geoambiental. A associação dos dados de
declividade e os resultados de sondagem, foi
possível observar que a área, que tem uma
declividade suave orientada para o curso
d’água, também possui sulcos de pequeno
porte – ordem métrica – provocados por
motivo não identificado, uma vez que o
comportamento pedológico e a identificação
dos horizontes do terreno, se apresentaram de
maneira uniforme em toda a área. Da mesma
forma, o nível d’água manteve-se
praticamente o mesmo, em torno de 4,30
Figura 4 – Mapa de Geomorfologia metros a partir da superfície do furo.
Hidrologicamente, a área é servida pelo
Regionalmente, a área investigada está Ribeirão Cabeça de Veado, porém a distância
em uma porção limítrofe entre a Unidade de ao corpo d’água não é mensurável, tampouco
Cambissolo Háplico e Latossolo Vermelho, inferior a 30 metros.
porém apenas a unidade latossólica foi Tendo em vista o conjunto de elementos
identificada em campo. Trata-se de um tipo ambientais e normativos discutidos ao longo
de solo de evolução avançada, especialmente do presente trabalho, propõe-se como área
pela ação dos processos de ferralitização e ou passível de edificação todo o trecho
laterização, resultando em intemperização destacado em verde, excetuando-se a parcela
intensa dos constituintes minerais primários. rachurada, que compreende a Zona de Vida
São basicamente constituídos por material Silvestre. Tal parcela deve ser mantida sob
mineral, e apresenta-se de cor marrom condições naturais, livre de edificações ou
variável e de consistência intermediária. interferências antrópicas que possam afetar
O solo apresenta espessura variável, da sua dinâmica natural.
ordem de 10 metros, com consistência
variável entre os horizontes pedológicos, que
variam de argila siltosa, areia siltosa, argila
siltosa e silto argilosa. Em profundidades
superiores a 3 metros a granulometria, bem
como a consistência, se mantém uniforme,
porém a cor tende a marrom mais claro,
sendo que a níveis mais profundos que 4
metros o nível freático é alcançado.
Procurou-se levar em consideração, de
maneira bastante efetiva, os dados relativos à
declividade, tendo em vista a construção de
um modelo de hidrodinâmica de lençol
freático, que, na prática, constitui uma Figura 6 – Área investigada com restrição construtiva
característica muito importante para a do empreendimento na porção hachurada em vermelho
compreensão dos processos do meio físico em razão da Zona de Vida Silvestre.
presentes na área. Buscou-se também
localizar os pontos de sondagem de forma a 3 CONCLUSÕES
sanar quaisquer dúvidas para a caracterização
GEOCENTRO2017, Goiânia/GO, Brasil.
Ao se considerar todos os elementos do meio CAMPOS, J. E. G.; DARDENNE, M. A.;
físico que demandam uma integração para a FREITAS-SILVA, F. H.; MARTINS-
caracterização geoambiental, foi possível FERREIRA, M. A. C. Geologia do Grupo
concluir que o ambiente se apresenta bem Paranoá na porção externa da Faixa-Brasília.
preservado frente à sua forma nativa, e Brazilian Journal of Geology. V. 43, n. 3,
mostra-se absolutamente estável e sem 2013.
indicações de sensibilidade que agreguem SISTEMA ESTADUAL DE
vulnerabilidade ao ambiente, tais como GEOINFORMAÇÃO. Acesso em 26 de
nascentes d’água, indicações de Novembro de 2016. Disponível em:
alagamento/inundação, processos erosivos http://www.sieg.go.gov.br/
implantados ou eminente, presença de solos
moles ou hidromorfizados, deslocamento de
blocos, movimentos de massa.
Adicionalmente não há interferências
antrópicas de alto impacto na área AGRADECIMENTOS
investigada.
A partir de observações geotécnicas de GeoLógica Consultoria Ambiental.
detalhe, tanto tátil-visuais como sondagens
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
SPT, foi possível averiguar que o terreno não
apresenta restrições geotécnicas, geológicas,
geomorfológicas e hidrodinâmicas a
edificações de baixa densidade, porém
demanda uma melhor caracterização com
vistas à elaboração de projeto de edificação
que atenda ás especificidades do terreno e
impacte, o mínimo possível, o ambiente ao
redor.
Tendo em vista cada um dos pontos
levantados sob a égide do diagnóstico
geoambiental e sob a legislação ambiental
aplicável, constatou-se que não há óbice para
edificação de muito baixa densidade na área
do terreno identificada como “passível de
edificação” em mapa da Figura 6.
BIBLIOGRAFIA
Análise Probabilística do Transporte e Contaminantes em Meio
Saturado
Ana Luiza Rappel de Amorim
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, anarappel@gmailcom
RESUMO: Uma grande questão discutida atualmente é a poluição das nossas águas subterrâneas. O
artigo tem como objetivo entender a influência de uma abordagem probabilística na determinação
da concentração de um contaminante em meio saturado. A metolodigia consiste em utilizar a
solução de Ogata & Banks e método do ponto estimado de Rosenblueth para realizar uma análise
probabilística teórica e uma análise de sensibilidade com base em um estudo real. As simulações
feitas destacam a importância de uma abordagem probabilística no modelo de transporte de solutos
para aproximá-lo da realidade.
1 INTRODUÇÃO lixão.
O objetivo é entender como uma análise
Em 2010, o Governo Federal instituiu a probabilística pode contribuir para a
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determinação do nível de contaminação de um
e as questões ambientais relacionadas a solo e a sua importância para o controle da
destinação dos resíduos sólidos urbanos poluição de solos e águas subterrâneas, além de
começaram a receber uma atenção maior dos incentivar futuras pesquisas relacionadas ao
governos estaduais e municipais. Um dos assunto.
problemas ambientais diretamente ligados a
PNRS é a poluição do solo e das águas
subterrâneas devido a infiltração de 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
contaminantes provenientes dos resíduos
acumulados nos lixões. 2.1 Equação do Transporte
Esse artigo consiste numa análise
probabilística do transporte de solutos, baseado A equação de transporte é um modelo
na solução de Ogata & Banks. Pode-se justificar unidimensional que descreve o transporte de um
a necessidade desse tipo de análise pela determinado soluto num meio homogêneo,
incerteza associada aos parâmetros da equação saturado e em regime permanente de fluxo. O
de Ogata & Banks. A análise foi dividida em modelo inclui os fenômenos de advecção,
duas partes. Uma primeira análise teórica onde dispersão e sorção. A partir dessas condições,
definiu-se dois parâmetros do solo como sendo pode-se descrever o transporte de um
variáveis aleatórias. A segunda parte foi uma contaminante pela seguinte equação diferencial
análise de sensibilidade baseando-se numa parcial:
situação real, para avaliar uma possível
poluição das águas subterrâneas numa região de
wc w w ² cw wc k i
R Dh vp w (1) Qp (5)
wt wx ² wx n
onde, cw = concentração, t = tempo, x = Ud K d
distância, Ddh = coeficiente de dispersão, vp = R 1 (6)
n
velocidade média e R = fator de retardamento.
Ud U s (1 n ) (7)
2.2 Solução de Ogata & Banks
onde, k = coeficiente de permeabilidade, i =
gradiente hidráulico, ȡd = massa específica seca,
Considerando o caso de uma fonte contínua
Kd = coeficiente de distribuição, n = porosidade
de contaminação com duração infinita e dadas
e Us = massa específica dos grãos.
as seguintes condições iniciais e de contorno:
cw(x,0) = 0 para x 0,
2.3 Coeficiente de Controle de Poluição
cw(0,t) = c0 para t 0,
(CCP)
cw(,t) = 0 para t 0,
Para facilitar as análises de nível de
onde, c0 = concentração inicial. Segundo Ogata
contaminação no solo, definiu-se um
& Banks (1961), a solução da equação do
coeficiente de controle de poluição (CCP). O
transporte para o fluxo advectivo-dispersivo
CCP é a razão entre a concentração do
pode ser representada da seguinte forma:
contaminante, em uma dada posição e um
§ ·
determinado tempo, e a concentração máxima
ª vp t º
¨ «x » ¸ permitida:
¨ erfc « R » ¸
¨ « Dh t » ¸ (2)
¨
c0 ¨ «¬ 2 R »¼ ¸ c ( x, t )
cw ( x , t ) ¸ CCP (8)
2¨ ª vp t º¸ cmax
¨ «x »¸
¨ exp ª v t º
«
p
» erfc «
R »¸
¨ ¬ R ¼ « Dh t »¸
¨ «2 R »¸ Para CCP < 1, a concentração do
© ¬ ¼¹
contaminante é menor do que o limite máximo
estipulado, logo o solo não está poluído. Para
onde, erfc é a função erro complementar, dada CCP > 1, a concentração do contaminante é
por: maior que o limite estipulado e, nesse caso,
considera-se que o solo está poluído. Vale
erfc(T ) 1 erf (T ) (3) ressaltar que a concentração máxima permitida
de um determinado contaminante foi definida
2 E com base nos valores de prevenção
erf (T )
S ³0
e H ² d H (4) apresentados pelo CONAMA no 420/2009.
E
2n
1 ª z² º
PCCP ¦w f
i 1
i i (9) I (E ) ³ 2S
exp «
¬ 2 ¼
»dz (15)
f
§2
n
· 2 PCCP CCPc
V ¨ ¦ wi fi ¸ PCCP z (16)
2
CCP (10) V CCP
©i1 ¹
2n 2n
ou ainda,
1 ¦¦ U jk A
wi j 1 k 1
, jzk (11) 1 § E ·
n I ( E ) 1 erfc ¨ ¸ (17)
2 2 © 2¹
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Inúmeros são os relatos de poluição do solo por hidrocarbonetos devido ao aumento da
exploração e vazamento de atividades petroleiras e industriais. Neste contexto, surgem políticas de
reaproveitamento de áreas de solos contaminados, as quais direcionam para o reuso deste material
em misturas betuminosas, sub-base de pavimentos, camadas de aterros sanitários, pátios de
estacionamento e áreas industriais. No entanto, o reuso torna-se uma solução condicionada ao
entedimento do comportamento geotécnico do solo após a contaminação. Este trabalho faz parte de
um programa experimental de avaliação das propriedades físicas e hidromecânicas de solos
contaminados com combustíveis e avalia, especificamente, o efeito da contaminação por óleo diesel
na resistência à compressão não confinada de um solo laterítico areno-argiloso. Os resultados
demonstram que a contaminação com óleo diesel promoveu alterações significativas nas propriedades
de resistência à compressão do solo, tanto com redução signicativa da capacidade de carga, quanto
com incrementos de resistência para baixos teores de contaminação.
No entanto, o reuso torna-se uma solução Tabela 1 – Estudos de comportamento mecânico do solo
condicionada ao entedimento do comportamento pós-contaminação
geotécnico do solo após a contaminação, o qual Resitência à
Referência Solo Contaminante
pode ser realizado mediante caracterização compressão
geotécnica e investigação de alterações nas Ijimdiya Arenoso Óleo de
propriedades hidromecânicas dos solos (Daka, (2013) laterítico motores
2015). Neste sentido, diversos estudos vem Argila de
Nasehi et al.
baixa Gasolina
sendo realizados atualmente com próposito de (2016)
plasticidade Aumento
avaliar o comportamento geotécnico dos solos Argila de em 2 a 4%
contaminados com derivados de petróleo para Khamehchiyan Petróleo
et al. (2007)
baixa
bruto
fins de reuso ou na busca por métodos de plasticidade
remediação destes solos (Kermani e Ebadi, Eissa et al.
Argila de
2012; Nazir, 2012; Ijimdiya, 2013; Ota, 2013; alta Querosene
(2017)
Daka, 2015, Estabragh et al., 2016; Nasehi et al., plasticidade
2016, Daciolo et al., 2017; Eissa et al., 2017; Kermani e Silte areno- Petróleo
Ebadi (2012) argiloso bruto
Karkush e Al-Taher, 2017; Oluremi et al., 2017;
Rahman et al. Arenoso Óleo de
Silva et. al., 2017, entre outros). (2011) residual motores
Estudos de propriedades de resistência de Silte de
solos contaminados com diferentes derivados do Nasehi et al.
baixa Gasolina
(2016)
petróleo demonstram que não existe uma plasticidade
uniformidade no comportamento dos solos pós- Silte Redução
contaminação. Verifica-se que, de forma geral, a Oluremi et al. laterítico de
Petróleo
lubrificação das partículas com óleo reduz (2017) baixa
plasticidade
drasticamente a resitência do solo, porém, alguns
Karkush e Silte
estudos apresentam incrementos de resistência à Al-Taher argiloso e
Óleo de
compressão para pequenos teores de refinaria
(2017) argila siltosa
contaminantes (Tabela 1). Nazir et al. Óleo de
Argiloso
De acordo com Kermani e Ebadi (2012), os (2012) motores
profissionais da área de geotecnia devem Fonte: Próprios autores.
considerar as alterações geotécnicas sofridas no
solo devido a contaminação em cada caso, uma
vez que a capacidade de carga, a resitência ao 2 MATERIAIS E MÉTODOS
cisalhamento e a compressibilidade são fatores
que merecem atenção, principalmente em 2.1 Solo
condições de reuso do solo. Ainda, na literatura,
existem muito poucos relatos sobre o O solo utilizado neste trabalho trata-se de um
comportamento geotécnico de solos lateríticos solo fino tropical laterítico sendo caracterizado
contaminados com combustíveis, os quais como uma areia argilosa (SC) de acordo com a
ocupam cerca de 8% da superfície dos classificação SUCS (ASTM D2487-11). O solo
continentes e encontram-se amplamente foi extraído do extremo norte do campus da
distribuídos em território brasileiro. Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Diante deste contexto e do potencial reuso em São Carlos-SP. Após coletado, este solo foi
dos solos contaminados na engenharia civil, o limpo de matéria orgânica residual, destorroado
presente trabalho consiste em avaliar o efeito da na peneira de abertura 4,8mm (#4), quarteado e
contaminação por óleo diesel na resistência à seco ao ar até atingir a umidade hicroscópica, tal
compressão uniaxial não confinada de um solo como prescrito na ABNT-NBR 6457 (2016). Os
laterítico areno-argiloso, em teores de ensaios de caracterização realizados e os
contaminação de 3, 4, 5, 8, 12 e 16%. resultado neles encontrados são apresentados na
Tabela 2.
3 RESULTADOS
2.2 Óleo Diesel
A Figura 1 apresenta as curvas de
Neste estudo, o contaminante a base de
compactação do solo natural e dos solos
hidrocarboneto empregado foi o óleo disel S500,
contaminados com o óleo diesel nos teores de 3,
coletado em posto de abastecimento no
4, 5, 8, 12 e 16%, de acordo com o ensaio de
município de São Carlos-SP. Este combustível
Proctor Normal.
tem densidade de 0,834 g/cm³, apresenta
coloração avermelhada e pH de 5,62. 1.90
Solo Natural
1.85 3%
Massa específica seca (g/cm³)
50
0
0% 1% 2% 3% 4% 5%
Deformação específica
Figura 2. Curvas tensão-deformação do solo laterítico
natural e com óleo diesel. Fonte: Próprios autores.
100
AGRADECIMENTOS
RESUMO: Este trabalho busca trazer um estudo do solo de Cuiabá, correlacionando com a
Legislação Vigente, com o intuito de obter resultados atualizados do coeficiente de
permeabilidade. Para isso foi realizado um estudo da geologia, coleta de dados de precipitação,
ensaio de solo pelo Método Matsuo e explanação da Lei de Uso e Ocupação do Solo. Com os
resultados obtidos, conclui-se que o coeficiente de permeabilidade (k) destes solos apresenta-se
muito baixos. Com os dados obtidos de precipitação pelo INMET (Instituto Nacional de
Metrologia), observa –se, a existência de praticamente 1 semestre chuvoso (novembro a abril) e
1 semestre seco (maio a outubro). De uma forma geral, pode-se concluir que o solo residual
saprolítico de filito da Baixada Cuiabana, por suas propriedades físicas, tem pouca capacidade de
armazenamento de água pluvial e baixa velocidade de percolação e que há uma discrepância com
o que de fato a Legislação exige, referente ao coeficiente de permeabilidade do solo do Município.
1 INTRODUÇÃO
Cuiabá, capital de Mato Grosso, nas últimas mineralógica, possui característica de baixa
décadas, passou por grandes transformações, permeabilidade; foi realizado este estudo, com
devido sua explosão populacional, o objetivo de obter uma estimativa da
ocasionando profundas mudanças, capacidade que o solo consegue absorver,
principalmente nos seus aspectos relacionados diante da ocorrência de uma elevada
ao uso e ocupação do solo. Este elevado índice precipitação e correlacionar com o que a Lei de
habitacional, fez com que a capital aumentasse Uso e Ocupação do Solo do Município exige
suas construções, tanto residenciais, quanto de coeficiente de permeabilidade de
comerciais, fazendo com que áreas antes determinadas áreas da região.
permeáveis, se reduzissem a coberturas de
concreto e asfalto.
Na cidade de Cuiabá, predomina-se o solo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
do tipo saprolítico de filito, sua composição
2.1 Características Geotécnicas de Cuiabá quantidade dessa permeabilidade expressa pelo
´´coeficiente de permeabilidade``.
A posição geográfica e geomorfológica de Através do movimento da água no solo,
Cuiabá, se encontram sobre litologias pode-se estabelecer seu coeficiente de
deformadas, pertencentes ao grupo Cuiabá, permeabilidade, que é a constante que indica a
constituídos por rochas de baixo grau de quantidade de água que passa em uma seção
metamorfismo, como os filitos, metarenitos e
em um determinado número de tempo.
metarcósos, possuindo xistosidades bem
desenvolvidas e intensamente dobrada e
fraturada durante os vários ciclos tectônicos de 2.2.1 Ensaio de Permeabilidade em Solos
idade pré-cambriana, RIBEIRO (2011).
Para identificação de um conceito preciso do
coeficiente de permeabilidade ``k``, utiliza-se
de ensaios de permeabilidade de campo ou
laboratório, o ensaio utilizado no presente
trabalho, foi o ensaio em cava prismática pelo
Método Matsuo.
De acordo com a Associação Brasileira de
Geologia de Engenharia (1996), o ensaio deve
ocorrer com as seguintes especificações: a área
deverá ser preparada devidamente, o local do
ensaio é escavado até o horizonte desejado, as
dimensões da cava devem ser drenadas
Figura 1 – Geologia do perímetro urbano da cidade de superficialmente, durante a execução do
Cuiabá. Fonte: IBGE (2010). ensaio, deve ser monitorado em paralelo a taxa
No perímetro urbano da capital, pode-se de água evaporada. A primeira etapa, consiste
encontrar, diversos tipos de solos, dentre eles, no enchimento da cava, utilizando uma
o solo do tipo saprolítico de filito, que são solos mangueira acoplada a um hidrômetro, até os
residuais, pertencentes ainda ao local de sua pontos demarcados, a água deverá atingir o
origem, porém já com fraturas relíquiares e nível do ensaio e ser mantido constante. No
xistosidades. decorrer do ensaio é acompanhado, utilizando-
se de um gráfico, a vazão ou volume
2.2 Ciclo Hidrológico acumulados X tempo, o término desta etapa, se
realiza quando a vazão for mantida
Freire e Farias (2005), relaciona o conceito de consideravelmente constante. A segunda etapa,
ciclo hidrológico, como uma equação realiza-se com a cava já seca, e deve-se ampliar
a mesma, seguindo os mesmos cuidados
hidrológica, onde o resultado desta equação é a
anteriores, a execução procede de acordo com
quantificação de água em cada ciclo, em um
a primeira etapa.
determinado tempo e, esse processo recebe o
nome de Balanço Hídrico.
A Precipitação é a maior responsável pela
alimentação do ciclo hidrológico, é causada
pelo vapor d`água presente na atmosfera, e
apresenta-se no seu estado líquido ou sólido,
nas formas de chuva, neve, granizo, entre
outros.
Caputo (2013), define permeabilidade,
como a capacidade que o solo tem de permitir
que a água escoa através dele, sendo a
Expansão Urbana – (ZEX) e Zonas Urbanas
Especiais. Estas zonas são divididas com o
intuito de determinar seus diferentes tipos de
uso.
O quadro de Índices Urbanísticos, presente
no Art. 146 da Lei Complementar N°389,
define os conceitos para cada zona de
Ocupação do solo, nele é estabelecido a
porcentagem de área permeável que se deve
deixar em cada respectiva zona. De acordo
com a Lei é computado como coeficiente de
permeabilidade, a relação da somatória entre o
coeficiente de cobertura vegetal arbórea e o
coeficiente de cobertura vegetal paisagística
com a área do próprio lote; sendo a cobertura
vegetal paisagística, a área que deverá ser
Figura 2 – Esquemas para ensaios em cavas. Fonte:
mantida permeável com trabalhos paisagísticos
ABGE (1996).
e a cobertura vegetal arbórea, a área que deverá
ser preservada com maciço de vegetação
arbórea e arbustiva.
2.3 Legislação Urbana de Cuiabá
justaposto, no mesmo plano com o referido A absorção acumulada indica uma maior
perfil. capacidade na camada de aterro compactada,
que na camada de solo saprolítico, onde seu
índice de vazios é extremamente baixo, na
ordem de 0,35, proporcionando uma pequena
absorção acumulada no solo residual.
Deve-se observar que os dados mostram
uma retenção oferecida pela camada de filito, e
isso faz com que a justaposição, vertical ou
horizontal do aterro sobre essa camada, se
submetido a infiltração pode causar
carreamento do material, propiciando piping,
em camadas subjacentes ao nível assente das
construções, inclusive a de drenagens pluviais.
Mesmo com a absorção diferenciada entre os
Figura 3 - Perfil do solo ensaiado. solos, a vazão e sobretudo, o coeficiente de
permeabilidade são distantes na ordem de uma
Foram realizados 2 ensaios de infiltração “in dezena entre o ensaio realizado na camada do
situ” seguindo o método Matsuo (1953). leito de filito e o ensaiado no aterro
Tomou-se o cuidado, na escolha de dois compactado. Isso mostra que a permeabilidade
materiais, obtendo dados ao medir a infiltração no aterro compactado é cerca de 10 vezes
no saprólito e no aterro com concreção maior que o solo residual saprolítico de filito,
laterítica. Para garantir carga hidráulica predominante na Baixada Cuiabana.
constante foi utilizado um recipiente com Além disso, os resultados do coeficiente de
controlador de vazão com medida de volume permeabilidade (k) indicam resultados muito
inicial e final, sendo o nível d’água mantido baixos, podendo ser classificados como solos
constante, acrescentando água à medida do de baixíssima permeabilidade, ou seja, a
avanço da infiltração. capacidade da água passar pelos poros do solo
O primeiro ensaio realizado sobre o leito de é baixa, com isso, a velocidade de percolação
filito (cava 01) apresentou rápida estabilidade também é muito baixa.
e ao final de 17 minutos foi considerado
suficiente para a determinação do coeficiente
de percolação. Vale lembrar que esse leito
apresenta um mergulho de 19° no sentido
norte-sul; o segundo ensaio (cava 02), foi
realizado no aterro laterítico, e após uma hora
do início do ensaio a vazão mantinha-se com Quadro 3 - Valores obtidos no ensaio.
fluxo considerável. Para estimativa do
coeficiente de permeabilidade nesse local o 3.2 Análise Precipitação
ensaio demandou 60 minutos. O Quadro 2
apresenta as dimensões geométricas da cava Para analisar a demanda hídrica de Cuiabá,
prismática enquanto que o Quadro 3 para obtenção de informação climatológica da
apresentam os valores vazão e coeficiente de precipitação, capacidade de campo e
permeabilidade obtidos no ensaio. armazenamento de água no solo, foram
coletados dados do INMET (Instituto Nacional
de Metrologia), sendo a média dos anos de
2011 a 2015, como apresentado na Figura 4.
Observa-se que os valores de precipitação
acumulados para cada mês/ano em Cuiabá, no
decorrer de 5 anos (2011-2015), que o mês de
Quadro 2 – Dados geométricos da cava prismática. fevereiro do ano de 2011 apresentou maior
índice pluviométrico identificado, com
aproximadamente cerca de 360 mm de
precipitação mensal acumulada. Já nos meses
de julho de 2012 e agosto de 2013, não
houveram ocorrências de precipitação,
períodos estes bem típico na Cidade de Cuiabá,
onde o inverno é bem seco.
4 CONCLUSÃO
A pouco mais de uma década, Cuiabá começou distantes na ordem de uma dezena, ou seja, a
a se preocupar um pouco mais com seu permeabilidade do aterro é 10 vezes maior que
crescimento, e assim, aprovou o atual Plano do solo residual saprolítico de filito,
Diretor do Município, onde é dividido por predominante na Depressão Cuiabana.
regiões de atuação sócio econômica e introduz Além disso, os resultados do coeficiente de
coeficientes de área permeável a cada uma permeabilidade (k) indicam resultados muito
delas. Estes coeficientes de permeabilidade são baixos, podendo ser classificados como solos
obrigatórios em obras construídas a partir de de baixíssima permeabilidade, ou seja, a
sua aprovação, e buscam em sua concepção, o capacidade do fluído de água passar pelos
retorno da água a natureza, proporcionando um poros do solo é baixa.
maior equilíbrio ambiental. A concepção do De uma forma geral, pode-se concluir que o
projeto para Cuiabá é muito boa, porém solo residual saprolítico de filito da Baixada
estabelecer coeficientes de permeabilidade por Cuiabana, por suas propriedades físicas, tem
região classificatória, é simplesmente ignorar o pouca capacidade de armazenamento de água
material absorvente, o solo e suas propriedades pluvial e uma baixa velocidade de percolação.
e capacidades de absorção desta água. Já em chuvas torrenciais, o solo atuará de
Com os dados obtidos pelo INMET, nota-se forma praticamente impermeável,
claramente do balanço hídrico da região, proporcionando um volume alto de
mostrando a existência de praticamente 1 escoamento superficial, fazendo com que mais
semestre chuvoso (novembro a abril) e 1 de 95% da água precipitada chegue ao Rio
semestre seco (maio a outubro). Este fato leva Cuiabá.
a observar que da metade para o final da Em suma, os resultados apontam uma total
estação chuvosa, o solo está com sua discrepância entre o que de fato acontece no
capacidade de campo e armazenamento cheios, solo e seu balanço hídrico, com a legislação
levando ao excedente hídrico. Na segunda atual do Plano Diretor do Município de Cuiabá
metade do semestre de estiagem, acontece o e seu uso e ocupação do solo, mostrando a
inverso, onde o solo se encontra com sua necessidade urgente de planejar o uso e
capacidade de campo vazia e projeta uma ocupação do solo não somente com a realidade
deficiência hídrica. socioeconômica de cada região do Município,
Os dados do INMET também mostram a mas sobretudo, com o elemento absorvente de
existência de chuvas torrenciais, onde a todo esse balanço hídrico na região, o solo.
precipitação é muito intensa num intervalo
curto de tempo. Neste caso, acontece mais a
corrida de água pela superfície do solo do que AGRADECIMENTOS
a infiltração, pois a velocidade de entrada de
água, depende da demanda e do coeficiente de A todos que contribuíram para a realização
permeabilidade do solo e da sua capacidade de deste trabalho.
armazenamento. A média pluviométrica varia
de 40 mm a 80 mm, onde encontra-se o maior
equilíbrio das precipitações diárias anuais, REFERÊNCIAS
levando a um maior equilíbrio entre a massa
que entra e a massa infiltrante. CAPUTO, Homero Pinto.1923-1990. Mecânica dos
Os ensaios de permeabilidade “in situ” solos e suas aplicações, volume 1: fundamentos. 6.
indicam uma maior capacidade na camada de ed.,rev. e ampl. – [reimpr]. Rio de Janeiro: LTC,2014.
aterro compactada, que na camada de solo
CUIABÁ, Prefeitura Municipal de Cuiabá/ Legislação
saprolítico, onde seu índice de vazios é Urbana de Cuiabá. / IPDU – Instituto de Pesquisa e
extremamente baixo, na ordem de 0,35, Desenvolvimento Urbano. -- . Cuiabá. Entrelinhas,
proporcionando uma pequena absorção 2004. 644p. Disponível em:
acumulada no solo residual. Mesmo com a http://www.cuiaba.mt.gov.br/. Acesso em: 17 out 2016.
absorção diferenciada entre os solos, a vazão e
ENSAIOS DE PERMEABILIDADE EM SOLOS –
sobretudo, o coeficiente de permeabilidade são Orientações para sua execução/ Boletim n.4.
Coordenação Antônio Manoel dos Santos Oliveira e
Diogo Corrêa Filho – Associação Brasileira de Geologia
de Engenharia, São Paulo, 1996.
Influência da Adição de Bentonita no Melhoramento de Solos
Tropicais na Utilização de Camadas de Base de Aterros Sanitários
Ligia Abreu Martins
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Brasil, ligiaabreumartins@gmail.com
As configurações das barreiras Segundo Leite & Morandini (2015), a
impermeabilizantes são exigidas pelas normas bentonita pode reduzir a condutividade
técnicas e legislações de cada país e são função hidráulica e melhorar a capacidade de adsorção
da periculosidade dos resíduos. No Brasil, a de solos arenosos.
Companhia de Tecnologia de Saneamento A bentonita adequada para barreiras
Ambiental (CETESB 1993) prescreve as impermeáveis é a bentonita sódica, na qual o
condições hidrogeológicas e climáticas para cátion Na+ é responsável pela expansão do
implantação de aterros e dos sistemas material em presença de água. Devido sua
impermeabilização e cobertura. característica expansiva sob condições
Nesse contexto, os solos devem apresentar confinadas, assim como nas barreiras verticais,
classificação pelo sistema unificado como CL, as partículas expandidas da bentonita são
CH, SC ou OH, porcentagem de finos maior forçadas umas contra as outras, preenchendo os
que 30%, limite de liquidez igual ou superior a vazios entre as partículas de solo, formando
30% e índice de plasticidade igual ou superior a uma barreira contra a passagem do fluido
15%, pH igual ou superior a 7 e permeabilidade (HEINECK, 2002).
inferior a 10-7 cm/s. A qualidade da bentonita pode ser avaliada
Quando um determinado solo não apresenta por meio dos limites de Atterberg. Conforme
as características necessárias para sua Heineck (2002), uma bentonita sódica de média
utilização, como camada de solo compactada qualidade tem um Limite de Liquidez entre 300
(CCL), ou ainda quando a distância da área de e 500% e uma bentonita sódica de alta
empréstimo inviabiliza o uso desse solo, qualidade entre 500 e 700%.
recorre-se a utilização de aditivos para a Diante desse cenário, pretende-se investigar
melhoria hidráulica e mecânica dos solos. Em o comportamento hidráulico da mistura solo-
geral, os aditivos visam diminuir a bentonita, por meio de ensaios de condutividade
condutividade hidráulica dos solos hidráulica para utilização como barreiras
compactados. impermeabilizantes. Com isso, deseja-se
Dessa forma, a introdução dos argilominerais avaliar, consequentemente, o efeito da bentonita
tanto na impermeabilização quanto na como aditivo no que diz respeito à melhoria das
recuperação de áreas contaminadas tem se propriedades hidráulicas do solo estudado e
destacado. Os argilominerais fazem parte da analisar o percentual de aditivo ideal
composição mineralógica dos solos, designados relacionado à permeabilidade.
como minerais secundários, e ocorrem devido
às modificações das rochas provocadas pelo 2 MATERIAIS E MÉTODOS
intemperismo químico (LUNA &
SCHUCHARDT, 1999). 2.1 Materiais
Uma das argilas utilizadas na Geotecnia, em
especial na Geotecnia Ambiental, consiste na Para a realização desta pesquisa, foram
bentonita, uma argila de granulometria muito coletadas amostras deformadas na localidade de
fina, composta pelos minerais do grupo das Santa Maria de Jetibá (ES), município próximo
montmorilonitas ou também denominado grupo a capital do estado. O solo escolhido foi um
das esmectitas. Segundo Lemos et al. (2002), a solo tropical utilizado na região com finalidade
bentonita é uma argila de alta plasticidade, de aterro para base de rodovia, tal escolha
baixa permeabilidade e possui características deveu-se à grande presença de solos tropicais ao
tixotrópicas em presença de água. longo do país e do globo terrestre e sua
As características que apresenta em virtude característica arenosa, a qual não seria propícia
do alto teor de umidade quando hidratada para a utilização “in natura” em camada de base
colabora com a sua utilização em diversas obras de aterro sanitário.
de engenharia, como em obras de estabilização, As amostras foram coletadas, acondicionadas
em barreiras de contaminantes e em barreiras em sacos e transportadas até o laboratório de
horizontais de impermeabilização. mecânica dos solos da Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES).
O material foi previamente separado por Para a caracterização do aditivo utilizado,
quarteador mecânico e caracterizado antes da devido à sua característica expansiva, foram
adição dos percentuais de aditivo, a fim de realizadas algumas modificações nos
analisar sua viabilidade para estudo, visto que procedimentos da norma para a execução dos
deveria apresentar características divergentes às ensaios de granulometria, nos quais a amostra
prescritas em norma para aterro sanitário. foi reduzida de 70g para 25g e o material, para
O aditivo utilizado, bentonita, é sua completa hidratação, ficou 7 dias em
comercializado pela Bentonisa – Bentonita do solução de 125 ml de hexametafosfato de sódio
Nordeste S.A. e foi classificado como bentonita e água destilada, e o de massa específica, em
sódica, apresentando, dessa forma, o sódio que foi reduzida de 50g para 15g do material e,
como cátion interlamelar e, assim, apresenta para sua completa hidratação, foi deixada em
inchamento em água, benéfico à estrutura que repouso durante 7 dias em água destilada. Os
se pretende analisar. demais ensaios realizados seguiram as diretrizes
Inicialmente, para o estudo, foram das normas vigentes.
estipuladas misturas de solo – bentonita com A caracterização química do solo puro e da
teores de 0%, 3%, 5%, 7% e 9% de aditivo em bentonita foi realizada por meio da empresa
relação à massa de solo seco. Para realização Instituto Brasileiro de Análises (IBRA). Para
das misturas, o solo foi previamente tal, foram realizados os ensaios de macro
destorroado e separado em 5 parcelas distintas. nutrientes, micronutrientes, pH, CTC, saturação
Posteriormente, adicionou-se a quantidade de de bases e de H+ Al.
aditivo previamente calculado e realizou-se a
mistura em lona. Essa etapa foi repetida três 2.2.2 Condutividade hidráulica
vezes em dias distintos para uma melhor
homogeneização do conjunto. Após resultados Os ensaios de condutividade hidráulica foram
dos ensaios, foi descartado o percentual de 9%, realizados em permeâmetro de parede flexível e
visto que os outros parâmetros já atingiam o os corpos de prova foram compactados com
esperado. energia do Proctor Normal em compactador
mecânico e umidade próxima à umidade ótima
2.2 Métodos em cilindros com dimensões de 10 cm de
diâmetro e 12,73 cm de altura e, posteriormente,
Os ensaios realizados foram separados em duas moldados para dimensões de 10 cm de diâmetro
etapas distintas. A primeira etapa abrangeu os e 5 cm de altura.
ensaios de caracterização das misturas de solo e Os ensaios foram realizados conforme a
a segunda etapa engloba os ensaios de ASTM D-5084-10 pelo método da carga
condutividade hidráulica. constante. A montagem do ensaio foi conduzida
na seguinte sequência: sobre o pedestal do
2.1.1 Caracterização das amostras equipamento, foram centralizados uma pedra
porosa, papel filtro, o corpo de prova a ser
A caracterização geotécnica do solo puro e ensaiado, novamente papel filtro e outra pedra
das misturas solo-bentonita foi realizada porosa. Para envolver o corpo de prova e evitar
conforme os ensaios previstos na Associação fluxo lateral, utilizou-se uma membrana
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): flexível.
granulometria (NBR 7181/16), massa específica Após o enchimento da câmara por completo,
dos grãos pelo método do picnômetro (NBR foi aplicada uma contrapressão e percolado
6458/16), realizado apenas no solo puro, limite água longitudinalmente pelo corpo de prova
de liquidez (NBR 6459/16), limite de para a saturação completa. Vale ressaltar que,
plasticidade (NBR 7180/16) e ensaio de para a não ruptura do corpo de prova, a tensão
compactação com energia do Proctor Normal e de percolação em momento algum superou o
com reuso (NBR 7182/16). valor da contrapressão.
Como o equipamento utilizado não era
dotado de medidor de poro pressão, a saturação
foi considerada atingida com a percolação de 5
vezes o volume de vazios do corpo de prova,
conforme a norma utilizada. Para a
comprovação do parâmetro, após a realização
do ensaio, foi medida a umidade e calculado
empiricamente o valor de saturação, sendo
considerada aceitável em valores acima de 95%. Figura 1. Ensaio de granulometria do solo puro e da
bentonita.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dada a sua granulometria, o solo puro foi É perceptível, por meio da Tabela 2, que uma
classificado pelo Sistema Unificado de pequena adição em massa de bentonita ao solo
Classificação (SUCS) como uma areia siltosa puro alterou consideravelmente o limite de
(SM) apresentando um percentual em massa de plasticidade e o índice de plasticidade da
72,85 de areia. A bentonita foi classificada mistura. No entanto, entre as misturas, o
como uma argila de alta compressibilidade parâmetro do limite de plasticidade se manteve
(CH) com um percentual em massa de 77,98 de praticamente constante. Esse fato pode ser
argila, ao passo que as misturas foram todas justificado devido à composição mineralógica
classificadas como areia argilosa (SC). Os de essas misturas serem a mesma, variando
valores relativos à granulometria dos materiais apenas pelo percentual de aditivo.
encontram-se na Tabela 1 e os gráficos do solo
puro e bentonita e das misturas e do solo puro Tabela 2. Limites de consistência e classificação
estão apresentados na Figura 1 e 2, Síntese dos B S00 S03 S05 S07 S09
resultados
respectivamente.
LL (%) 378 NL 41 57 70 82
LP (%) 46 NP 21 22 21 21
Tabela 1. Análise granulométrica do solo puro e da
IP (%) 332 - 21 36 49 60
bentonita
Fração B S00 S03 S05 S07 S09 SUCS CH SM SC SC SC SC
Granulométrica
Argila (%) 78 6 13 14 15 17 É possível constatar que um acréscimo do
Silte (%) 20 13 23 23 22 23
Areia fina (%) 2 9 12 11 14 14
percentual de bentonita alterou
Areia média (%) 0 13 14 13 14 14 consideravelmente a caracterização do solo.
Areia grossa (%) 0 33 17 18 19 15 Enquanto o solo puro se apresenta como uma
areia siltosa (SM), com percentual de finos
menor que 30%, não líquido e não plástico,
valores esses não aceitos dentro dos parâmetros
CETESB. As misturas se apresentam com uma
argila siltosa (SC), com um percentual de finos
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
maior que 30%, limite de liquidez superior a
30% e índice de plasticidade maior que 15%. Inicialmente, os ensaios seriam realizados para
todas as misturas, no entanto, foi visto que houve
Logo, passam a atender a todos os critérios uma estabilização na permeabilidade do material
de caracterização indicados pela CETESB para entre S05 e S07. Logo, a análise da mistura de S09
base de aterro sanitário. foi descartada. Para validação do resultado, os
Conforme esperado, a compactação do ensaios foram feitos em duplicata. Os dados de
material apresentou redução da massa moldagens dos ensaios se encontram na Tabela 4, e
específica máxima e aumento da umidade ótima os resultados na Tabela 5.
com o aumento do percentual de aditivo. Tal
fato pode ser justificado pelo aumento do teor Tabela 4. Moldagem do ensaio de condutividade
de finos com a adição de bentonita. Os hidráulica
resultados de umidade ótima e massa específica Amostra CP wmold(%) ¨* (%) ȡd (g/cm³) GC(%)
máxima estão expostos na Tabela 3, e as curvas
de compactação estão apresentadas na Figura 3. CPI 10,56 -0,19 1,91 96
S00
Esses parâmetros de umidade ótima e massa CPII 10,68 -0,07 1,92 96
específica máxima serão adotados para CPI 11,35 -0,35 1,85 95
S03
moldagem dos demais ensaios. CPII 11,36 -0,34 1,89 97
CPI 12,01 0,21 1,87 97
Tabela 3. Parâmetros de compactação com energia do S05
Proctor CPII 12,06 0,26 1,82 95
CPI 11,80 -0,35 1,88 99
Parâmetros S00 S03 S05 S07 S09
Udmáx 1,99 1,94 1,92 1,90 1,89 S07 CPII 11,88 -0,27 1,86 98
(g/cm³) *¨ Æ desvio de umidade = Wmold-Wot
wótima (%) 10,75 11,70 11,80 12,15 12,5
Tabela 5. Resultados do ensaio de condutividade
hidráulica
Amostra CP S (%) k (cm/s)
CPI 98,16 2,66 E-06
S00
CPII 98,95 2,29 E-06
CPI 99,02 6,54 E-08
S03
CPII 97,76 4,63 E-08
CPI 98,64 1,02 E-08
S05
CPII 98,87 1,81 E-08
CPI 97,80 8,47 E-09
S07 CPII 98,34 7,91 E-09
de finos, limite de liquidez e índice de plasticidade,
viabilizando tecnicamente a utilização de aditivos
em misturas alternativas em barreiras
impermeabilizantes.
REFERÊNCIAS
Proposta de Concepção de Ensaio em Coluna para Solos
Lateríticos e Saprolíticos
Raquel Martins da Silva
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, raquelmartins2008@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO inadequada.
O problema da má disposição dos RSU é a
A contaminação do solo é a principal causa da percolação de possíveis contaminantes através
deterioração das águas subterrâneas. Ele pode do solo, alcançando as águas subterrâneas. O
ser contaminado diretamente por aplicação de líquido que percola é chamado de lixiviado.
fertilizante, pesticidas, lodo de estação de Segundo Rojas (2013), os produtos tóxicos
tratamento de esgoto, esterco, etc., ou presentes no lixiviado são principalmente,
indiretamente, por aerossóis de automóveis e metais pesados, que podem ser definidos como
indústrias, pela combustão de carvão, por qualquer elemento químico metálico, que tenha
diposição de resíduos e por incineração de lixo. um alto nível de densidade específica superior a
(Boscov, 2008). 5 g/ml, e seja tóxico em baixas concentrações.
A contaminação por disposição de resíduos O estudo de como substâncias nocivas ao
ocorre quando o lixo é descartado em locais meio ambiente percolam através do solo é de
sem uma preparação prévia do solo, conhecidos grande importância, visto que, sabendo o
como lixões e aterros controlados. O lixão é a comportamento dos contaminantes é possível
pior maneira de dispor os resíduos, visto que simular a pluma de contaminação presente em
esse não tem nenhuma medida paliativa, já o lugares expostos a diposição final inadequada e,
aterro controlado é um intermediário entre o propor soluções de remediações.
lixão e o aterro sanitário, sendo o aterro Esses estudos do comportamento baseiam-se
sanitário a melhor condição para o descarte, em ensaios laboratoriais e ajuste a modelos
pois existe impermeabilização do solo evitando teóricos, como o de Ogata & Banks (1961). Até
ou retardando a contaminação do mesmo. o momento não existe padronizado um ensaio
Segundo Abrelpe (2015) 41,3% dos que simule as condições de percolação de
resíduos sólidos urbanos (RSU) coletados no contaminantes pelo solo. O presente trabalho
Brasil tem a disposição final de maneira propõe uma concepção de ensaio em coluna
para solos saprolíticos e lateríticos de alturas gradiente hidráulico e carrega consigo
variáveis a fim de padronizar o ensaio. partículas de soluto (Boscov, 2008).
Figura 3. Esquema da câmara de pressão: vista frontal e Figura 4.- Montagem do ensaio: (a) Preparação do corpo
vista superior (modificado de Conciani, 2016) de prova e (b) amostras dentro do equipamento
A partir dos resultados recebidos, foi gerada a Tabela 2. Valores dos parâmetros de transporte para solo
curva de chegada de cada contaminante, para saprolítico.
cada corpo de prova, de ambos os ensaios. A
Figura 6 apresenta as curvas de chegada do Solo Saprolítico
CP02 CP03 CP04
corpo de prova 3 do ensaio com solo laterítico.
Chumbo 0,000435 0,003578 0,000918
D
1.2
Cobre 0,000238 0,000798 0,000481
(m/dia)
Cádmio 0,000096 0,000965 0,001006
1.0 Chumbo 604,182 26,367 20,673
R Cobre 11,335 8,303 10,667
Concentração, C Co
0.6
A Figura 7 apresenta a curva de chegada de
0.4 Dados CP03 Cd um corpo de prova do solo laterítico com seu
Dados CP03 Pb
respectivo ajuste, feito no Mathematica®.
0.2
Dados CP03 Cu 1.2
0.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
1.0
Tempo ,Dias
Concentração, C Co
simultaneamente ao ensaio, para que a Figura 7. Curva de chegada do Cádmio (Cd) com ajuste
de Ogata & Banks
concentração final fosse semelhante a inicial.
Observa-se na Figura 7 que houve dessorção,
4.2 Ajuste ao modelo matemático de Ogata ou seja, houve liberação de Cádmio do solo
& Banks para o efluente. Esses dados experimentais se
ajustaram bem ao modelo proposto, de acordo
A partir das curvas de chegada dos com o R².
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Pode-se afirmar que a geração de resíduos é inevitável na Industria da Construção, seja
durante as fases de construção, manutenção ou demolição das obras. No entanto, a problemática dos
resíduos de construção e demolição (RCD) ocorre quando há negligências em relação a sua geração
e destinação final. Diante disso, este estudo apresenta um panorama da reciclagem dos RCD na região
metropolitana de Goiânia-GO. Para isso, foram coletados e analisados dados de uma usina de
reciclagem referentes a um ano de operação. Concluiu-se que, embora a cidade ainda necessite de
investimentos e apoios do setor público para a gestão dos RCD, observou-se ações positivas de
empresas ligadas ao setor da construção civil e da usina de reciclagem.
ser um indicativo de que uma considerável foco na gestão, transporte, tratamento e
porção dos RCD gerados na cidade poderia estar reciclagem de resíduos inertes da construção
sendo depositada inadequadamente na cidade. civil.
Frente a esse quadro, vale ressaltar que a falta Uma das metas estabelecidas no PMGIRS
de uma gestão eficiente desses resíduos pode (GOIÂNIA, 2016) consiste no mapeamento pela
levar a uma série de impactos ambientais prefeitura de 75% do RCD gerado na cidade até
negativos na região, podendo-se destacar: i) o final de 2018. Entretanto, o governo municipal
degradação de áreas de manancial e de proteção tem conhecimento da destinação de apenas 36 %
ambiental, ii) proliferação de agentes destes resíduos, levando a necessidade de
transmissores de doenças, iii) obstrução dos maiores esforços para que esta meta seja
sistemas de drenagem, iv) ocupação de vias e atingida.
logradouros públicos, e v) degradação da Com base no exposto, este estudo tem como
paisagem urbana (SCHNEIDER, 2003). A objetivo apresentar um panorama da reciclagem
Figura 1 mostra a deposição inadequada de RCD dos RCD na cidade de Goiânia-GO, tomando
às margens da Alameda Imbé, localizada no como referência a atuação da usina de
Parque Amazônia, em Goiânia-GO. reciclagem.
2 METODOLOGIA
Concreteiras,
pré-
fabricados e
cimenteiras;
26,54%
Construtoras; 49,57%
Construtoras;
4 CONCLUSÃO
73,63%
Este estudo objetivou apresentar o panorama da
Figura 7. Percentuais de contribuição das categorias, em reciclagem de RCD na região metropolitana de
volume, na compra de materiais reciclados. Goiânia-GO. De posse dos resultados obtidos,
pode-se concluir que:
Percebe-se que as construtoras compram a
maior parte dos materiais da empresa. A soma x A gestão dos RCD gerados na região se
dos percentuais de volumes comprados pelas mostra pouco eficaz, em decorrência da
construtoras e indústrias (concreteiras e deficiência de fiscalização dos agentes
fabricantes de pré-moldados) revela que tais públicos;
categorias juntas compram quase 80 % dos x Observou-se a preocupação das empresas
agregados reciclados da empresa. Esse resultado envolvidas na realização de uma triagem
mostra que as empresas da região já possuem a prévia dos resíduos antes do envio para a
preocupação de utilizar como matéria prima os usina de reciclagem;
materiais reciclados e que confiam na qualidade x A quantidade de material recebido pela
dos produtos. É interessante destacar que três empresa corresponde a uma parcela
empresas da categoria de construtoras, além de muito pequena em relação ao volume
encaminhar seus resíduos para a usina, compram total gerado na região;
os agregados reciclados. x Parte das construtoras e indústrias
De forma a obter uma estimativa do volume (fabricantes de pré-fabricados e
que a empresa possui em estoque, calculou-se os concreteiras) já estão utilizando de
volumes totais que entram e saem da usina agregados reciclados como matéria
(Figura 8). Verifica-se que houve uma diferença prima;
entre entrada e saída de cerca de 3,5 mil m³, no x A empresa de reciclagem consegue
ano referência analisado. satisfazer a demanda de agregados
Embora o volume que a usina de reciclagem reciclados na região metropolitana de
receba seja menos que 2 % do volume gerado na Goiânia-GO;
região – adotando o dado de SECIMA (2015) – , x Faz-se necessário uma melhoria nas
já se pode evidenciar a preocupações de ações governamentais para que sejam
empresas relacionadas à construção civil, e atingidos os objetivos propostos pelo
também de outras categorias, sobre a Plano Municipal de Gestão Integrada de
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
2.1 Produção do Rejeito de Bauxita
O crescente avanço tecnológico mundial tem
A bauxita é formada por processo químico
exigido intensas explorações de recursos,
natural, proveniente da infiltração de água em
provocando diversos problemas ambientais. A
rochas alcalinas em decomposição. Pode ser
elevada demanda de matéria prima, tem
encontrada próximo à superfície com uma
acarretado em extrações minerais de áreas
espessura média de 4,5 metros e sua extração
anteriormente consideradas inviáveis, além das
geralmente é realizada a céu aberto.
áreas já exploradas. Desta forma, tem
Após a mineração, a bauxita é moída e
aumentado muito a geração de resíduos e
acrescida de uma solução de soda cáustica, que
subprodutos decorrentes da transformação da
a transforma em pasta. Posteriormente,
matéria prima.
aquecida sob pressão e recebendo novas
A implementação de legislações mais rígidas
quantidades de soda cáustica, esta massa se
em relação aos aspectos ambientais e a
dissolve e forma uma solução que passa por
diminuição de áreas para disposição desses
processos de sedimentação e filtragem. O
resíduos, tem aumentado a necessidade de
restante é colocado em precipitadores, para que
aproveitamento dos mesmos. De acordo com
a alumina contida na solução seja precipitada
Kehagia (2008), uma opção tecnicamente bem-
pelo processo de "cristalização por semente",
sucedida é a reciclagem de resíduos na indústria
sendo necessário lavar e secar o material
da construção. Materiais reciclados que têm
resultante. Na etapa seguinte, a alumina é
propriedades de engenharia adequadas
finalmente transformada em alumínio por meio
(ambientalmente corretos e econômicos),
de um processo de eletrólise. Todo esse
podem substituir agregados naturais ou
processo químico é denominado de Bayer.
materiais na construção de infraestrutura
No processo Bayer, a cada 2 e 2,5 toneladas
rodoviária.
de bauxita, tem-se aproximadamente 1 tonelada
de alumina, sendo o restante um resíduo
2 REJEITO DE BAUXITA
insolúvel chamado de lama vermelha.
Segundo Chaves (1962), a lama vermelha plasticidade de 33, índice de plasticidade de 4 e
por muito tempo foi considerada um resíduo densidade aparente de 3,95. É importante
inaproveitável. Entretanto, devido aos riscos conhecer esses parâmetros, principalmente
ambientais associados à sua disposição e a quando pretende-se reutilizar o resíduo em
fatores econômicos, vem sendo estudada construção de estradas.
alternativas ambientalmente corretas e que A Tabela 2 apresenta os resultados obtidos
possibilitem a redução do volume de resíduo com os ensaios citados acima, para as três
encaminhado para a disposição final, além das amostras analisadas. Além destes, outros
alternativas para reutilização desse rejeito. ensaios foram realizados e os resultados estão
apresentados na Tabela 3.
2.2 Caracterização Química, Física e Mecânica
do Rejeito Tabela 2. Propriedades físicas dos materiais (Kehagia,
2008)
O resíduo de bauxita é um material complexo Granulometria Atterberg Densidade
Material
Nº 40 Nº 200 Limites Aparente
cujas propriedades físicas e químicas variam Res. Bauxita 95 84 4 3,95
amplamente em todo o mundo, dependendo Solo A-1 22 13 6 2,7
principalmente da bauxita utilizada e, em menor Solo A-4 51 41 7 2,7
grau, da maneira como a bauxita é processada
pelo processo de Bayer. Normalmente, o rejeito Tabela 3. Propriedades mecânicas, módulo de
retém todo o ferro, titânio e sílica presentes na deformação e deformação vertical dos materiais
(Moddificado - Kehagia, 2008)
bauxita. Além disto, é possível encontrar
Teste de Proctor
alumínio que não foi extraído durante o refino, Material
Ȗm (t/m2) w (%)
CBR (%)
combinado com o sódio sob a forma de um Res. Bauxita 1,68 21,2 19
silicato hidratado de alumínio e sódio de Solo A-1 2,05 13,1 34
natureza zeolítica (McConchie et al., 2002). Solo A-4 2,01 9,3 27
Adicionalmente, óxidos de V, Ga, P, Mn, Mg, Módulo de Deformação E (t/m2)
Material
Zn, Th, Cr, Nb podem estar presentes como Teste Compressão TRL
elementos-traço (Pradhan et al., 1996). Res. Bauxita 3500 11500
Solo A-1 10400 16800
A composição química do resíduo de bauxita Solo A-4 9600 14500
é: 51% Fe2O3, 15% Al2O3, 13% CaO, 10% Material E (t/m2) ǻı1 (t/m2) ǻh (mm)
SiO2, 5% TiO2 e 0,2% Na2O. Res. Bauxita 3500 5 4,29
Solo A-1 10400 5 1,44
De acordo com Hind et al. (1999), a lama Solo A-4 9600 5 1,56
vermelha é constituída por partículas muito
finas, apresenta uma área superficial de 13 a 22 Analisando os resultados, Kehagia (2008)
m2 g-1 e tem como principal característica uma afirma que a utilização sustentável do material
elevada alcalinidade (pH 10-13). de resíduo de bauxita para a construção de
Kehagia (2008) realizou ensaios estradas como aterro é uma opção atrativa com
laboratoriais para avaliar e comparar as alto potencial de reutilização.
propriedades físicas dos resíduos de bauxita.
Utilizou um solo natural empregado como 3 APLICAÇÕES DO REJEITO DE
material de construção padrão (Solo A-4), uma BAUXITA
mistura com características de baixa gradação e
resíduo de bauxita com proporção de 60% a Na tentativa de alcançar o desenvolvimento
40% (Solo A-1) e um material de resíduo de sustentável, que atende as necessidades da
bauxita estabilizado com 4% de cinza volante geração presente de modo que não comprometa
(Res. Bauxita). a possibilidade de gerações futuras suprirem
De acordo com os ensaios de granulometria suas próprias necessidades, estudos vem
e limites de Atterberg realizado por Kehagia investigando o uso de resíduos como material
(2008), conclui-se que o resíduo de bauxita tem substituto de matérias primas convencionais.
tamanho médio de partícula menor que 10ȝm,
possui limite de liquidez igual a 37, limite de
REFERÊNCIAS
TEMA 6
A Erosão e a Equação de Perda de Solo (USLE/ RUSLE): Uma
Revisão Bibliográfica
Jarleson Andrião
Faculdade do Centro Leste - UCL, Serra/ES, Brasil, jarleson.andriao@hotmail.com
RESUMO: O presente artigo tem com objetivos demostrar através de uma revisão de literatura,
aspectos referentes a Erosão e a Equação de Perdas de Solo (USLE). Neste estudo é demonstrado a
utilização da USLE para cálculos de perda de solos resultando em taxas anuais de erosão O artigo
demonstra todas as váriaveis envolvidas no cálculo da perda de solo, bem como exemplifica de
maneira prática resultados de estudos já realizados, inclusive aplicando a Revisão da Equação de
Perda de Solos (RUSLE), levando em consideração modelos de banco de dados estatísticos para
aplicação nas variáveis envolvidas. A interação dos dados permite a estratificação da área a ser
estudada, identifica locais com propriedades específicas quanto a perda de solo e suas interações ao
logo da morfologia do terreno
erosões antes da ocupação e/ ou utilização do
solo para diversos fins. 2.2 Classificação da Erosão
Uma alternativa para estimava da
vulnerabilidade natural à perda de solo é o uso A classificação da erosão pode ser
da Equação Universal de Perda de Solos - resumidamente representada pelo esquema da
Universal Soil Loss Equation - USLE, Figura 02 abaixo:
(Wischmeier & Smith, 1978). O modelo da
USLE busca determinar a perda de solo de
forma quantitativa identificando áreas de maior ErosãoNormal
Quanto
ou menor vulnerabilidade à perda de solo.
aVelocidade
Partindo deste contexto, o presente artigo ErosãoAntrópica
objetiva apresentar através de uma revisão
Classificação
bibliográfica, conceitos e características da
perda de solo por erosão, apresentando a USLE ErosãoHídrica
como subsidio de cálculo de perda de solo Quantoao
agenteerosivo
como previsão da erosão.
ErosãoEólica
3 FATORES DE ERODIBILIDADE EM
SOLOS
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS
Figura 1 - Curvas granulométricas com e sem defloculante
Na tabela 2 são apresentadas as características ensaio de azul de metileno podem ser vistas
físicas das amostras, sendo: wnat, a umidade na tabela 3.
natural da amostra; wL, o limite de liquidez;
wP, o limite de plasticidade; IP, o Índice de 3.2 Ensaios de Desagregação
Plasticidade; Ȗs, o peso específico do solo; IA,
o índice de atividade das argilas e CA, o A Figura 2 mostra a condição das amostras no
coeficiente de agregação dos solos. início e final de ensaio de desagregação
realizado nas amostras de Gaspareto, Rapaz
As classificações do solo de acordo com a Grande, P Angelim – Talude, P 01 – Erosão,
metodologia SUCS, ensaio de pastilhas e P 01 – Tupaciquara, sendo que para a
Azul de
Classifica Azul de Metileno
Classificação Classificação Pastilhas Metileno
Amostra ção (Tipo de argilo
SUCS HRB (Plasticidade) (Classificação
Pastilhas mineral
CA)
Gaspareto MH (silte de alta A-7-5 LG' Plástico Pouco Ativo Caulinita
compressibilidade)
Rapaz MH (silte de alta
A-7-5 LG' Plástico Pouco Ativo Caulinita
Grande compressibilidade)
P Angelim ML (silte de baixa
A-4 NA/NS' Não Plástico Muito Ativo Caulinita
- Talude compressibilidade)
P 01 - MH (silte de alta
A-7-5 LA' Plástico Pouco Ativo Caulinita
Erosão compressibilidade)
P 01-
Tupaciquar ML (silte de baixa A-7-5 LG' Plástico Pouco Ativo Caulinita
a compressibilidade)
Gaspareto Gaspareto P Angelim P 01 P 01
Rapaz Grande
Imersão Parcial Imersão Total Talude Erosão Tupaciquara
Figura 2 - Situação inicial e final das amostras no ensaio de desagregação
4 DISCUSSÃO
REFERÊNCIAS
5 CONCLUSÃO
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
(2016a). NBR 9604: Abertura de poço e trincheira
A maioria das amostras analisadas apresentou de inspeção em solo, com retirada de amostra
desagregação quando inundada, e merecem deformada e indeformada. Rio de Janeiro, 9 p.
atenção para a realização de estudos que Baleeiro, C. B. R.; Luz M. P.; Nascimento, R. O.;
impeçam o agravamento do processo erosivo. Mascarenha, M. M. A.; Sales, M.M. (2016)
No entanto, os ensaios foram realizados em Erodibilidade de solos situados em bordas de
reservatórios de UHEs. In: XVIII CONGRESSO
condições extremas: presença de trincas nas BRASILEIRO DE MECÂNICA DOS SOLOS E
amostras, baixa umidade e imersão total das ENGENHARIA GEOTÉCNICA, 2016, Belo
amostras (representando uma inundação Horizonte.
instantânea da amostra). Essas condições não Camapum de Carvalho, J.; Lima, M. C.; Mortari, D.
são comuns em bordas de reservatórios, por Consideração sobre prevenção e controle de
voçorocas. In: VII SIMPÓSIO NACIONAL DE
isso recomenda-se a realização de novos CONTROLE DE EROSÃO. Goiânia, 2001.
ensaios simulados as condições de campo DERSA Desenvolvimento Rodoviário S/A (2006).
para melhor análise. Diretrizes para Identificação Expedita do Solo
A erodibilidade dos solos é influenciada por Laterítico – Método da pastilha. Método de
sua composição granulométrica e ensaio.
Fabbri, G.T.P (1994). Caracterização da fração fina de
características físicas, uma vez que solos com solos tropicais através da adsorção de azul de
mesma classificação laterítica possuem metileno. Tese de Doutorado, EESC, USP.
comportamentos diferentes em relação à Holmgren, G. G. S; Flanagran, C. P. Factors affecting
erodibilidade. Entre as características físicas, spontaneous dispersion of soil materialsas
a umidade exerce forte influência no processo evidenced by the crumb test. ASTM Special
Technical Publication, Philadelphia, n. 623, p
de desagregação por ressecamento, e na 218-240, 1977.
geração de poropressão, influenciando no Mascarenha, M. M. A.; Sales, M. M.; Camapum de
comportamento de erodibilidade dos solos ao Carvalho, J.; Luz, M. P.; Souza, N. M.; Angelim,
longo da execução dos ensaios. R. R. (2017). Ensaios aplicados ao estudo de
Os resultados obtidos nos ensaios de erosões nas bordas e áreas do entorno de
reservatórios. In: Erosão em borda de
caracterização podem ser utilizados para reservatório. 1a ed. Goiânia, v 1, 229-246p.
melhoramento de mapas de susceptibilidade Romão, P. de A (1995). Mapeamento geotécnico da
de erosões executas pela empresa Eletrobras região de águas claras (DF): Utilização de
Furnas, que irá auxiliá-los no planejamento de recursos de geoprocessamento e de novos
medidas corretivas em relação aos processos métodos de ensaio para caracterização de solos
tropicais. Dissertação (Mestrado). Departamento
erosivos. de Engenharia Civil, UnB, Brasília.
Villibor, D.F.; Nogami, J.; Fabbri, G. T. P. Proteção a
erosão em pavimentos de baixo custo. In:
AGRADECIMENTOS REUNIÃO ANUAL DE PAVIMENTAÇÃO, 21.,
1986, Salvador.
RESUMO: Esta pesquisa objetiva determinar a erodibilidade dos solos da região através de ensaios
diretos. Para tanto, foi realizada análise granulométrica e ensaios empíricos de dispersão e
desagregação em solos de origem residual denominados de SA e P3 (siltes arenosos), P4 (silte
arenoso a argiloso), SR (silte argiloso) e P5 (areia siltosa). No ensaio de dispersão, os solos P3, P4 e
P5 apresentaram comportamento não dispersivo e os solos SR e SA comportamento dispersivo. Já
no ensaio de desagregação, o principal comportamento ocorrido foi o fraturamento. Concluindo-se
que há diferença entre os potenciais erodíveis dos solos residuais da região.
Por se tratar de um fenômeno natural que
ocorre na faixa mais externa da superfície
terrestre, a erosão tem a atividade antrópica 3 ESTUDO DE CASO
como um dos fatores intensificadores de sua
evolução. Além deste, o potencial erosivo da O estudo desta pesquisa teve por base um local
chuva incidente no local, as condições de situado na região do bairro Salvaterra, Avenida
infiltração e escoamento superficial, declividade Deusdedith Salgado em Juiz de Fora – MG.
e extensão da encosta são exemplos de fatores A cidade é marcada pela formação geológica
que influenciam diretamente nesta evolução denominada Complexo de Juiz de Fora que é
(LIMA, 2003; CAMAPUM et al., 2006). petrograficamente formado por rochas de
origem magmática e metassedimentar,
2.1 Solo Residual estruturalmente se apresentando como
migmatitios, gnaisses e cataclasitos e
Os solos são classificados entre solos residuais secundariamente como quartzitos encaixados
e transportados. Nesta pesquisaforam em falhas, sendo abundante a ocorrência de
enfatizados os assuntos pertinentes aos solos anfibólios, quartzos e feldspato
residuais por serem comuns na região Centro- A região em estudo é predominantemente
Sul do Brasil, a qual compreende a região formada por latossolos amarelo (PJF, 2014a)
estudada. originados de rochas como charnockitos/
Os solos residuais são aqueles provenientes granulitos (PJF, 2014b).
da decomposição e alteração das rochas “in Os solos encontrados no local foram
situ”. Sua composição depende do tipo e da denominados de P3, P4 e P5 - Coletados na
composição mineralógica da rocha que lhe deu Região I (Feição erosiva) e Solo Rosa (SR) e
origem. Solo Amarelo (SA) - Coletados na Região II
Os solos residuais são subdivididos em (Talude de corte). Na Figura 2 são apresentadas
horizontes que se dispõem sequencialmente a essas duas regiões.
partir da superfície. A transição entre um
horizonte e o outro é gradativa de modo que a
separação entre eles pode ser aleatória. Não
existe um contato ou limite direto e brusco entre
o solo e a rocha que o originou. Segundo
Vargas (1979) apud DNER (2006), os
horizontes se classificam de acordo com a zona
de intensidade de intemperismo em que se
encontram: (I) solo residual maduro; (II) solo
residual jovem ou solo saprolítico; (III) blocos
em material alterado (Figura 1).
RESUMO: Uma das problemáticas das cidades em processo de expansão está relacionada ao uso do
solo e aos impactos ambientais. Toma-se como exemplo o Distrito Federal com crescente aumento
da população, gerando vários problemas para a região, tanto pelo fato da ocupação quanto pela
capacidade de bens como energia, rede de água, esgoto, saúde pública e educação com impactos ao
meio ambiente e qualidade de vida. Em geral, a água e os ventos são os principais agentes dos
processos erosivos, sendo a erosão hídrica ocasionada, muitas das vezes, por precipitações intensas
que as potencializam. Isso pode ocorrer durante anos e se intensificar com a ação humana. Diante
disso, tenta-se identificar possíveis causas de um processo erosivo que ocorreu no Distrito Federal
com consequências negativas para a população que utiliza diariamente o trecho avariado.
estudada, é importante manter a vegetação. Um
solo sem cobertura vegetal ou com cobertura
vegetal insuficiente, estará submetido à erosão.
A chuva ao cair iniciará um processo de erosão
laminar, formando ravinas o que aumenta em
muito a capacidade de transportar as partículas
do solo. Para evitar essa degradação ambiental, é
preciso acompanhar o desenvolvimento local e
indicar possíveis falhas no planejamento e gestão
de obras, ressaltando que o solo desempenha um Figura 2. Talude em processo de ruptura.
papel importante nas atividades da sociedade.
2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE
ESTUDO
Figura 17. Pista com a obra finalizada. Figura 21. Pista com a obra finalizada.
8 CONCLUSÕES
Giovane Batalione
IFG, Goiânia, Brasil, g-bat@hotmail.com
RESUMO: Concatenar ocupação urbana e ausência de políticas habitacionais efetivas suscita uma
situação alarmante quanto a erosão, enchentes e assoreamento. No Brasi há ampla produção de
etanol, progenitora de superlativa quantidade de vinhaça, rejeito demasiadamente contaminante. A
pesquisa coopera nos quesitos: reaproveitamento de resíduos, e preservação e conservação dos
solos. De posse do aparelho de Inderbitzen e dos conceitos de erodibilidade do solo, assente o qual,
por ensaios de laboratório comparou-se a sedimentação de solos que receberam: aspersão de
vinhaça e apenas água, atestou-se a eficácia da vinhaça na suavização do progresso de erosão
instaurado em solos distintos do Estado de Goiás.
Califórnia; apresenta também melhoria na taxa extraídas por escavação e armazenada em sacos
de erodibilidade, após a submissão à saturação plásticos para preservação de umidade, e
intensiva. (SILVA; BONO e PEREIRA, 2014). também amostras indeformadas, retirada por
A produção de etanol é significativa, cravação de moldes de chapa metalica, obtendo
representando uma parte importante na ao total 40 corpos de prova (CP) para cada área.
economia do país. Pondera-se que durante a Ambas extraidas dos sulcos das erosões a
produção de 1L de etanol são gerados entre 10 a profundidades que não ultrapassaram 10 cm em
18L de vinhaça, o que indica a relevância de relação à superfície.
pesquisas com foco na sua aplicabilidade Utlizou-se as amostras deformadas para
sustentável. Assim, pretende-se identificar realização dos ensaios de caracterização físico-
parâmetros de dosagem ótima de aplicação no química dos solos (ABNT, 1984). Dos 40 CPs,
solo para promover a melhoria da sua qualidade usados para posterior ensaio no Inderbitzen 20
estrutural e contribuir com a mitigação de receberam aplicação de água e outros 20 de
processos erosivos com a utilização deste vinhaça, em mesma quantidade, exibidos na
subproduto (FERRAZ et al., 2000). Figura 2.1, possibilitando assim um estudo
comparativos dos resultados (INDERBITZEN,
1961). Aplicou-se 50 mL.semana-1 sobre a
2 METODOLOGIA superfície de cada uma das 20 amostras de
modo a formar grupos com taxas de aplicação
2.1 Áreas de Estudos distintas, tanto de água quanto de vinhaça, de
1,0; 2,0 e 3,0 mL.cm-². A decisão das dosagens
Para o estudo selecionou-se duas áreas de vinhaça foram emabasadas na norma da
pertencentes ao Estado de Goiás - Brasil, com CETESB P4.231, que estabelece critérios e
processos erosivos avançados, apresentadas na procedimentos para aplicação de vinhaça em
Figura 1.1, uma no município de Goiânia, solo agrícola (CETESB, 2014).
localizado na GO-020, Km 08 e a outra no
município de Corumbá ao lado da GO-225.
A degradação da área no municipio de
Goiânia resulta principalmente da ineficácia do
sistema de drenagem urbana da rodovia, no qual
não consegue controlar o excesso de
escoamento superficial de águas pluviais. Já a
área no município de Corumbá, possui um
declive acentuado de aproximante 45º,
agravante para o processo erosivo, além de
constar um processo de degradação da Figura 2.1.Corpos de prova de amostras indeformadas
vegetação nativa. com e sem aplicação de vinhaça.
O ensaio de Inderbitzen foi aqui escolhido
por permitir simular de forma eficiente e direta
o efeito do escoamento provocado pelas águas
pluviais sobre a superfície dos solos, com
relativa simplicidade e rapidez. O aparelho de
Inderbitzen tem como princípio de
funcionamento a simulação do escoamento
superficial de uma lâmina d’água
Figura 1.1.Erosão próxima á GO-020(a). Erosão próxima uniformemente distribuída sobre uma rampa,
á GO-225(b). onde se encontra posicionada tangencialmente
ao seu plano e em sua extremidade inferior,
2.2 Coleta e ensaios físicos das amostras uma amostra de solo indeformada. A erosão
superficial e a consequente perda de sedimentos
Foram coletadas amostras deformadas, iniciam quando a lâmina d’água atinge o corpo
K= m s
(2) A Tabela 2 apresenta os resultados referentes
AtS aos ensaios de Inderbitzen, que foram
Onde: realizados visando à quantificação da
K = fator de erodibilidade (g.cm-2.min-1.Pa-1). erodibilidade do solo e, também, a avaliação do
ms = massa de solo seco perdida no ensaio (g) efeito da vinhaça nas amostras sobre a
t = tempo de ensaio (minutos) susceptibilidade à erosão hídrica. De acordo
A = área da amostra (cm²) com os parâmetros que definem a tensão
S = tensão hidráulica cisalhante (Pa). hidráulica cisalhante, foi aplicada uma tensão
2 JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS
informações ambientais relacionadas aos pesquisa, devido sua resolução não ser
extremos climáticos e hidrometeorológicos aos compatível com a região estudada, mostrando
mapeamentos de áreas com grande potencial de ineficiência destes. Na Figura 2, pode-se
risco. Neste contexto, espera-se que a interseção observar tal problemática.
de todos os dados permita que situações de alto
risco sejam identificadas. Partindo desta
prerrogativa, há a necessidade de inserir os dados
hidrometeorológicos na plataforma. Tais dados
são fornecidos por institutos como CPTEC/INPE
[2]. Para esta pesquisa, a Prefeitura de Ouro
Preto forneceu dados pluviométricos referente a Figura 2: Resolução do Hidroestimador em relação a
região de estudo.
Pontos de Coleta de Dados (PCD’s) nas regiões
estudadas, no período entre novembro de 2005 e Os dados provenientes do objeto monitorado
janeiro de 2012 e o CPTEC/INPE forneceu se referem a litologia existente, mapa de uso e
dados de precipitação por satélite ocupação e declividade da cidade de Ouro Preto.
(Hidroestimador) também neste período. Através do TerraView esses mapas são
Aliados a esses dados ambientais, foram combinados a fim de gerar um banco de dados,
introduzidos dados estáticos da região de que será utilizado como objeto de interesse.
interesse, os quais consistem no mapa litológico, Posteriormente, o modelo de análise de risco
declividade, uso e ocupação de solo, bem como é desenvolvido na plataforma TerraMA2. O
o mapa de bairros, ambos fornecidos pela modelo foi calibrado a partir do estudo e análise
prefeitura de Ouro Preto. No que refere-se a de dez períodos entre os anos de 2005 a 2012,
calibração do sistema foram analisadas 33 sendo cinco destes períodos sem ocorrência de
ocorrências de deslizamento de encostas do eventos e cinco com ocorrências de
município de Ouro Preto, disponibilizados pela movimentação de massa. Estes respectivos
Defesa Civil do município. períodos analisados constam na Tabela 2, bem
3.3 Métodos como o número de ocorrências presentes em
cada período.
Segundo REIS [6], a plataforma TerraMA2 Tabela 1: Períodos de análise para calibragem do sistema.
basicamente tem a função de buscar dados em Nº
Análise Período
servidores distintos e associá-los a uma base de Ocorrências
dados a fim de executar os modelos de análise, 01/11/2005 até
1 6
sendo que, para cada novo dado coletado e 31/12/2005
13 01/12/2006 até
inserido no banco de dados é realizada uma nova 2
31/01/2007
análise a fim de avaliar a existência ou não de 5 01/01/2009 até
3
uma situação de risco. Partindo dessa premissa, 30/02/2009
caso uma ameaça seja identificada, é gerado um 4 01/01/2011 até
4
sinal de alerta. 30/02/2011
5 01/12/2011 até
Na execução deste trabalho foram 5
31/01/2012
empregados dois tipos de dados, os dados 01/07/2005 até
6 Não houve
ambientais dinâmicos e os dados estáticos, esses 30/08/2005
últimos relativos ao objeto geográfico Não houve 01/04/2006 até
7
monitorado, i.e. município de interesse. Em 30/05/2006
Não Houve 01/01/2008 até
relação aos dados ambientais dinâmicos foram 8
30/02/2008
utilizados valores de precipitação coletados por Não Houve 01/07/2010 até
9
PCD’s posicionados neste município, onde as 30/08/2010
obtenções das leituras ocorrem através de um Não Houve 01/06/2011 até
10
pluviômetro. 30/07/2011
As precipitações por satélite
(Hidroestimador) não puderam ser utilizadas na O intuito de todo este aparato é a realização
de vários testes, a fim de calibrar o sistema.
Dependendo do tipo de risco presente, o quanto estes são favoráveis a processos erosivos,
TerraMA² irá apresentar diferentes níveis de classificando-as em 4 níveis. Dessa forma, após
alerta. Com base no SAMOP, na Tabela 2 feita um estudo criterioso dos 20 tipos de
encontra-se os níveis de alerta disponibilizados litologia presente, atribui-se um peso a cada uma
pelo TerraMA² que foram utilizados na pesquisa delas. Cabe ressaltar que esta sofreu diversos
[5], ressalta-se que para não serem emitidos ajustes para que estivesse calibrada e condizente
alertas irrelevantes, foi introduzido um nível, que com os eventos ocorridos. Na Tabela 3, está
é considerado como sem alerta. apresentado além da classificação e ponderação,
a porcentagem de litologias susceptíveis a cada
Tabela 2: Níveis de alerta utilizados e disponíveis pelo classe.
TerraMA².
Níveis de Alerta Tabela 3: Ponderação da Litologia.
1 Sem Alerta Susceptibilidade (%)
Classificação Ponderação
2 Observação de Erosão
3 Atenção Muito Baixa 35 1 0,125
4 Alerta Baixa 35 2 0,375
5 Alerta Máximo Média 5 3 0,625
Alta 25 4 0,875
No intuito de se obter a melhor calibragem
para o sistema, vários testes foram realizados na
plataforma do TerraMA². Aliado a este processo,
foi definido os níveis de alertas existentes. Para
tanto foram utilizados 5 níveis de alerta estando
estes em conformidade com os níveis estipulados
pelo SAMOP [5], acrescentado de um Nível, que
seria sem alerta. Estes níveis são caracterizados
da seguinte forma:
x Nível 0: Sem Alerta - Neste nível não há
probabilidade de ocorrências de eventos;
x Nível 1: Observação - Neste nível é feito
o monitoramento meteorológico constante;
x Nível 2: Atenção - Neste estágio é
iniciado o Plano de Contingência Municipal com
acompanhamento dos índices pluviométricos e
dos boletins meteorológicos.
x Nível 3: Alerta - Este nível é
caracterizado por chuvas prolongadas e requer
um maior acompanhamento dos índices Figura 3: Modelo de Análise.
pluviométricos e dos boletins meteorológicos.
x Nível 4: Alerta Máximo - Este nível é
caracterizado por chuvas prolongadas e com
previsão de continuidade para os próximos dias.
Essa situação exige um criterioso
acompanhamento dos índices pluviométricos e
dos boletins meteorológicos.
Dentro desta perspectiva foi criado um
modelo de análise escrito em LUA, elaborada
com base nos dados acumulados em 24 horas de Figura 4: Mapa de Alerta para o dia 11/12/2005.
precipitação. A Figura 3 mostra dois modelos,
sendo o do lado esquerdo representativo do
modelo de análises em grades, a partir de planos
matriciais estáticos e o do lado direito, o modelo
de análise a partir do objeto monitorado. Sendo
que o modelo de grades é incorporado ao modelo
do objeto monitorado.
Após ter realizado toda a configuração do
sistema e estabelecido todos os parâmetros de Figura 5: Mapa de Alerta para o dia 18/01/2012.
entrada, foi executado o programa, de forma a
Ao analisar o mapa de alerta da Figura 4,
verificar seus sinais de alerta. Este estudo foi
verifica-se a concordância entre o alerta máximo
implementado para os dez períodos
gerado e os incidentes ocorridos no município de
mencionados na Tabela 1. A Figura 4 e 5
Ouro Preto, como apresentado na Tabela 1. Isso
mostram imagens geradas pelo sistema, sendo
ocorreu para todos os 33 eventos em que
que na primeira nota-se um risco iminente de
houveram deflagração de encostas. Isso mostra
deflagração de encosta, na qual ocorreu dois
que a calibragem do sistema apresentou um
eventos de movimentação de massa, e na
resultado satisfatório, tendo em vista os
segunda é apresentado um mapa de alerta, em
incidentes catastróficos ocorridos. Os outros
que não houve nenhum tipo de evento
bairros também receberam alertas máximos,
catastrófico registrado.
devido aos altos incidentes de chuva. Mesmo que
a Defesa Civil não tenha registrado ocorrências, AGRADECIMENTOS
estes podem ter ocorrido na região. Caso a
população tivesse acesso a esse sinal, esta Agradeço ao Conselho Nacional de
poderia ter a chance de evacuar a área e assim, Desenvolvimento Científico e Tecnológico
evitar a existência de vítimas fatais. Nota-se que (CNPq), a Prefeitura de Ouro Preto, ao Instituto
toda região com coloração vermelha apresenta Nacional de Pesquisa Espaciais-INPE e a Defesa
riscos iminentes de deflagração de taludes, o que Civil de Ouro Preto.
se comprova ao analisar o tipo de litologia,
declividade e uso e ocupação presente na região,
que apresenta maior susceptibilidade de REFERÊNCIAS
ocorrência de processos erosivos, quando aliados
a valores de precipitação crescentes, passando do [1] DIAS, L. R. P. T.; FONSECA, A. V.; COUTINHO, R.
Q. “Identificação de áreas suscetíveis a deslizamento
limiar crítico de 128mm de chuva acumulada em de terra utilizando sistema de informações
5 dias consecutivos, como apresentado pelo geográficas”. Dissertação de Mestrado em Engenharia
SAMOP [5]. Ambiental Urbana - Salvador - Bahia, 2006.
[2] INPE. Centro de Previsão de Tempo e Estudos
5 CONCLUSÃO Climáticos (CPTEC). Disponível em:
<http://www.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 09 de
setembro de 2015.
Atualmente devido à globalização, a sociedade [3] LOPES, E. S. S.; NAMIKAWA, L. M.; REIS, J. B. C.
moderna está cada vez mais adepta aos avanços “Risco de escorregamento: monitoramento e alerta de
tecnológicos, sendo inadmissível a ocorrência de áreas urbanas nos municípios no entorno de Angra dos
vítimas devido a acidentes geológicos. Reis - Rio de Janeiro”. In: 13° Congresso Brasileiro de
Geologia de Engenharia e Ambiental, 2011, São Paulo.
Certamente, outras variáveis envolvem este Anais. 2011.
problema, como a aceitação e confiança por [4] ONUBR. Nações Unidas no Brasil. ONU: Brasil está
parte da população nas entidades que emitem entre os 10 países com maior número de afetados por
esses sinais de alerta, mesmo assim é essencial desastres nos últimos 20 anos. Publicado em: 24 de
que ações do ponto de vista tecnológico, bem novembro de 2015. Disponível em:
<https://nacoesunidas.org/onu-brasil-esta-entre-os-10-
como políticas de conscientização sejam paises-com-maior-numero-de-afetados-por-desastres-
desenvolvidas, a fim de minimizar os efeitos de nos-ultimos-20-anos/>. Acesso em: 01 de junho de
catástrofes devido ao comportamento extremo 2016.
da natureza às diversas ações do ser humano. [5] Prefeitura de Ouro Preto. “Alerta Metereológico: Ouro
Ao realizar uma análise dos resultados Preto em estado de alerta”. Disponível em:
<http://www.ouropreto.mg.gov.br/alerta-
obtidos, pode-se constatar que a interpolação dos meteorologico/92/ouro-preto-em-estado-de-alerta>.
dados referentes a precipitação, com os mapas Acesso em: 10 de abril de 2016.
estáticos da região estudada apresentaram [6] REIS, J.B.C. “Monitoramento e alerta de inundação no
resultados satisfatórios ao comparar-se com os município de Itajubá (MG) através de modelos
eventos ocorridos no município. De fato, foi matemáticos”. Dissertação de Mestrado em Ciências
em Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Itajubá -
utilizado um método empírico para calibragem MG, 2014.
do sistema, mas que apresentou resultados bem [7] SILVA, N. L. Correlação entre pluviosidade e
condizentes com a realidade. movimentos gravitacionais de massa no Alto Ribeirão
Para uma abordagem mais ampla do potencial do Carmo/MG. Mestrado em Geotecnia. Universidade
do sistema apresentado, outras variáveis podem Federal de Ouro Preto, UFOP, Brasil, 2014.
[8] WOLLE, C.M. “Análise dos escorregamentos
ser consideradas, como mapa de permeabilidade translacionais numa região da Serra do Mar no
e parâmetros hidrogeológicos, além da contexto de uma classificação de mecanismos de
continuidade na avalição das séries de dados instabilização de encostas”. 1988. 394f. Tese
temporais de precipitação, a fim de evitar-se (Doutorado em Engenharia) – Escola Politécnica da
falsos alertas. A emissão desses alertas pode USP, São Paulo.
gerar onerosos custos a população, portanto
devem ser os mais fidedignos a realidade.
Vulnerabilidade de Materiais Inconsolidados Quanto à
Erodibilidade as Margens da To-455 no Distrito de Luzimangues
– Porto Nacional - To
Glacielle Fernandes Medeiros
ITPAC - Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos, Araguaina – TO, Brasil,
glacielle@itpac.br
por meio de carreamento de partículas de solo. processos erosivos se dividem em: erosão
Quando em estágio avançado pode acarretar natural ou geológica, esse processo mantem
problemas como desprendimento ou equilíbrio entre o desenvolvimento da erosão
tombamento do maciço. com a formação do solo e erosão acelerada, esse
O desenvolvimento da infraestrutura viária segundo processo não permite a recuperação
tem por finalidade a locomoção de passageiros, natural do solo, pois a intensidade e superior a
transporte de alimentos, produtos industriais, sua formação.
bens comuns, opções de trabalho, lazer, Para Infanti e Fornasari Filho (1998), o
consumo, acesso à saúde e educação de processo erosivo pode ser basicamente
qualquer país. Sendo de utilidade indiscutível compreendido pelos impacto das chuvas que
para indivíduos, sociedades e economias de provocam desagregação das partículas do solo,
qualquer período da história, o deslocamento que por sua vez são removidas e transportadas
por via terrestre transformou-se no principal pelo escoamento superficial.
meio de transporte de médias e longas Dessa forma dependendo de como se
distâncias do mundo contemporâneo. processa o escoamento superficial ao longo de
Baseado na importância das rodovias para o uma vertente pode se desenvolver dois tipos de
desenvolvimento do país essa pesquisa visa erosões: Erosão laminar e erosão linear. Esta
identificar problemas com processos erosivos primeira é causada pelo escoamento das águas
em taludes localizados nas margens das das precipitações em várias direções,
estradas, tendo como foco o escoamento originando remoção progressiva das camadas
superficial em taludes, que acabam por remover superficiais do solo. A segunda é o resultado da
de forma gradativa as camadas superficiais de concentração de linhas de fluxo das águas do
solos, o que pode levar ao seu rompimento. escoamento superficial, dando origem as
incisões, ou seja: cortes e talhos no terreno, que
2 REFERENCIAL TEÓRICO pode evoluir por aprofundamento para as
ravinas.
2.1 Escoamento Superficial
2.3 Propriedades Geotécnicas dos Solos
O escoamento superficial é o principal processo Tropicais com Ênfase na Erodibilidade
ligado à erosão hídrica, o impacto no contato da
gota da chuva com o solo culmina a liberação Os solos laterícos ocorrem em camadas
de suas partículas, o escoamento exerce um superficiais do terreno, sendo formado por
papel importante, que é o transporte dessas processos de laterização, característico dos
partículas liberadas no contato água-solo. locais bem drenados das zonas tropicais úmidas.
(PRUSKI et. al., 2001). Além disso, também podemos ressaltar os solos
Conforme Pruski et. al.(2001) as depressões saprolíticos, originados da decomposição ou
no solo são preenchidas pela água das desfragmentação in situ da rocha, sem que a
precipitações, devido a intensidade da chuva se estrutura da rocha de procedência seja
sobrepor a velocidade de infiltração dessa água modificada (Commiteeon Tropical Soilsof –
no solo, por conseguinte da início ao ISSMFE, 1985, apud NOGAMI; VILLIBOR,
escoamento superficial. 2009).
A respeito das peculiaridades físico-químicas
2.2 Processos Erosivos antecedentes do processo de formação, na
presença de água os solos tropicais oferecem
Infanti E Fornasari Filho (1998) Definiram elevada porosidade e ampla sensibilidade nas
erosão como sendo um processo de uniões cimentícias, especialmente quando estas
desprendimento das partículas de solo e se tratam de pontes de argila (PAIXÃO, 1994).
fragmentos de rochas deslocados pela ação Desta forma, compete assegurar que a
conjunta da gravidade com a água, ventos, gelo, elevada porosidade dos solos intemperizados
organismos e plantas. De maneira geral estão proporciona um perfil propício a infiltração de
presentes em duas formas: ou seja, esses água nos solos. Sendo assim, a sensibilidade
3 MATERIAIS E MÉTODOS
TEMA 7
A Influência da Sucção na Resistência ao Cisalhamento de um
Solo Residual de Diabásio Indeformado
Narayana Saniele Massocco, Msc
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, nsaniele@gmail.com
Orlando Martini de Oliveira, Dr
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, oliveiraorlando@hotmail.com
Gabriel Bellina Nunes, Msc
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, gabrielbnunes@gmail.com
Rafael A. dos Reis Higashi, Dr
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, rrhigashi@gmail.com
em se equacionar as tensões efetivas em solos 2.1 Solo em estudo
não saturados, utilizando uma única variável de
estado de tensões, a contribuição das tensões O solo estudado se encontra em um talude na
totais e da sucção para a resistência ao região de Florianópolis/SC e está localizado nas
cisalhamento, passou a ser tratada como duas coordenadas UTM: 747236,62 E e 6946216,47
variáveis de estado de tensões independentes. S. A Figura 1 corresponde ao local de retirada
Fredlund et al. (1978) propõe uma equação para dos blocos, onde se observa que há um
a resistência ao cisalhamento em solos não afloramento da rocha matriz (diabásio) na base
saturados onde a sucção e a tensão total são do corte executado para a construção de uma
consideradas separadamente, sendo esta a edificação. Na imagem ampliada da Figura 1 se
abordagem mais utilizada. Os estudos observa a saída de água ao longo das fissuras do
realizados por Oliveira (2004), em solo residual diabásio indicando que o nível do lençol
de gnaisse compactado, e Pecapedra (2016), em freático está a uma profundidade superior a 5m.
solo residual de diabásio e de granito, ambos
compactados, utilizaram a equação proposta por
Fredlund et al. (1978). Estes dois estudos
demostraram que com o aumento da sucção do
corpo de prova ocorre um aumento no valor da
resistência ao cisalhamento. No entanto, a
relação entre a sucção e a resistência ao
cisalhamento define uma envoltória de ruptura
não linear, com tendência a estabilização dos
valores de resistência ao cisalhamento para
sucções superiores a 500 kPa.
Existe também a necessidade de analisar o
solo no seu estado indeformado, quando se
deseja, por exemplo, estudar os movimentos de
massa que ocorrem em encostas naturais.
Estudos atuais realizados por Massocco (2017) Figura 1. Imagem do dique de diabásio com indicação de
afloramento de água pelas fraturas da rocha.
e Campos (2015), utilizando solos
indeformados, demonstram que a sucção
Para o estudo foram moldados 14 corpos de
também contribui com uma parcela
prova do bloco de solo indeformado, coletado
considerável da resistência ao cisalhamento do
da face do talude a uma profundidade de
solo. Parte dos estudos realizados por Massocco
aproximadamente 2,1 metros. Com o solo deste
(2017) são apresentados neste artigo tendo
mesmo bloco foram realizados os ensaios de
como objetivo verificar a influência da sucção
caracterização. A Figura 2 corresponde aos
na resistência ao cisalhamento de um solo
blocos de solo sendo retirados do campo.
residual de diabásio em sua condição
indeformada.
2 MATERIAIS E MÉTODO
120
sucção inicial dos corpos de prova. Sucções
100 (kPa):
A tendência do comportamento para as duas
tensões aplicadas, é de definir um pico de 80 0
resistência ao cisalhamento, seguida de uma 60
127
diminuição deste valor e posterior 193
40 340
constancidade com o aumento do deslocamento
20 407
horizontal. No entanto, na medida em que 416
diminui a sucção inicial, as reduções da 0
resistência ao cisalhamento após ruptura são 3 0 2 4 6 8 10 12 14 16
menores. Se observa também nas Figuras 4 e 5
2
que, com o aumento da sucção inicial do corpo
de prova, a ruptura passa a ocorrer com
Deslocamento Vertical (mm)
1
aumento de volume.
Na Figura 4, que representa os ensaios 0
realizados com tensão normal de 50 kPa, este 0 2 4 6 8 10 12 14 16
-1 Deslocamento Horizontal ( mm )
aumento de volume ocorre a partir da sucção de
187 kPa. No entanto, este aumento de volume -2
também está relacionado ao aumento da tensão
normal, de forma que na Figura 5, que -3
representa os ensaios com tensão normal de 100
kPa, os corpos de prova apresentaram no -4
momento da ruptura uma redução de volume. Figura 5. Ensaio de cisalhamento direto: solo residual de
diabásio – 100 kPa de tensão normal aplicada
150 75
50 Tensão normal = 100 kPa
Tensão cisalhante (kPa)
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Alexandre Cardoso
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Brasil, alexandrecardosomj@gmail.com
Juliana Mazzarolo
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Brasil, julianar@alunos.utfpr.edu.br
RESUMO: A ascensão capilar é um fenômeno que descreve o movimento da água dos poros do solo,
de uma cota inferior para uma cota superior, dirigida pelo gradiente da carga hidráulica e através da
interface entre ar e água. O presente artigo tem como objetivo avaliar o comportamento da ascensão
capilar de um solo arenoso e comparar os resultados com soluções analíticas existente. Parâmetros
como a porosidade, relação de vazios, umidade e tempo de ascenção capilar foram controlados
durante o ensaio. A areia teve uma altura máxima de ascensão capilar de 33,5 cm, e a permeabilidade
resultou como não saturada.
sucção e o grau de saturação, isto é, a ascensão Șhc hc z
capilar está diretamente relacionada à curva t= ൬ln - ൰ (3)
ks hc -z hc
característica de sucção do solo.
1.2 Solução analítica de Lu e Likos
2.1 Água
cm. 30
25 15
20 10
15
5
10
EXPERIMENTAL 0
5
0 5 10 15 20 25 30 35
0
Teor de umidae (%)
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10
Tempo (dias)
Figura 3. Resultados experimentais da ascensão capilar Figura 5. Variação da umidade com a altura de ascensão
da areia capilar
40
25
35
20
Ascensão capilar (cm)
30
(R2=0,76)
25 15
20 10
15
5
10
EXPERIMENTAL
5 0
TERZAGHI (1943) 0 20 40 60 80 100
0 Saturação (%)
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10
Tempo (dias)
Figura 6. Variação do grau de saturação com a altura de
Figura 4. Comparação dos resultados experimentais da
ascensão capilar
ascensão com a solução de Terzaghi
25 (R2=0,97)
20
REFERÊNCIAS
15
EXPERIMENTAL
10 ASTM, 2015. D 2434 – 68: standard test method for
TERZAGHI (1943)
5 permeability of granular soils (constant head).
LU E LIKOS (2004) ASTM Stand. Guid. 1–5.
0 ASTM, 2014. D854: standard test methods for specific
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
gravity of soil solids by water pycnometer. ASTM
Tempo (days) Stand. Guid. 1–8.
Gardner, W.R., (1958). Some steady-state solutions of the
unsaturated moisture flow equation with application
Figura 7. Comparação entre os dados experimetais, to evaporation from a water table. Soil Sci. 85, 228–
solução de Terzaghi e solução de Lu e Likos 232.
Liu, Q., Yasufuku, N., Miao, J., & Ren, J. (2014). An
approach for quick estimation of maximum height of
A solução de Lu e Likos considera o capillary rise.Soils and Foundations,54(6), 1241-
coeficiente de permeabilidade não saturado 1245.
depois da altura ha, visto que a curva proposta por Lu, N., Likos, W.J., (2004). Rate of capillary rise in soils.
eles teve um melhor ajuste em relação aos pontos J. Geotech. Geoenvironmental Eng. 130, 646–650.
Terzaghi, K., (1943). Theoretical soil mechanics. John
experimentais (R2=0,97). Wiley and Sons, New York.
5 CONCLUSÕES
RESUMO: Os solos colapsíveis cobrem grande parte do território nacional, sobretudo nas regiões
Centro-Sul e Centro-Oeste do país, e são muitas vezes, a causa de sérios danos ocorridos em
edificações, barragens e diversos outros tipos de obras. O presente trabalho visa contribuir ao
estudo de identificação de solos colapsíveis, analisando critérios que empregam ensaios
oedométricos e critérios baseados em propostas que relacionam a colapsividade do solo com suas
características geotécnicas. A pesquisa envolveu a realização de ensaios de caracterização e
oedométricos em amostras de solo retiradas de um perfil de solo do Distrito Federal. Os resultados
obtidos mostram que os critérios baseados nos ensaios de caracterização devem ser utilizados com
cautela, visto que alguns destes não apresentam resultados coerentes quando comparados com as
medidas diretas de colapso, obtidas pelo ensaio oedométrico e com a análise da sucção.
2 CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DE porosos metaestaveis, tal como o encontrado no
SOLOS COLAPSÍVEIS Distrito Federal.
Assim sendo, o colapso estrutural pode ser
2.1 Critérios Baseados em Ensaios definido como a deformação ocorrida pelo solo
Oedométricos em um trecho inicial, no qual ocorre a quase
totalidade das deformações.
Apesar de apresentar algumas limitações quanto Segundo Vargas (1977), os solos que
à identificação de fatores que influenciam apresentam um potencial de colapso maior que
diretamente no comportamento do solo (tais 2%, podem ser identificados como colapsíveis.
como: a sucção do solo e sua variação, o
histórico de tensões), tal metodologia tem se 2.2 Critérios Baseados em Índices Físicos e
destacado por sua simplicidade e por permitir Ensaios de Caracterização
uma avaliação quantitativa do colapso, ao
contrário dos métodos expeditos (FUTAI e A grande maioria dos estudos sobre solos
ALMEIDA, 1998). colapsíveis são realizados utilizando-se ensaios
Jennings e Knight (1957 e 1975 apud oedométricos e ensaios de campo.
PEIXOTO, 1999), propõem, respectivamente, a Muitas vezes são necessárias ferramentas
utilização dos ensaios duplo ou simples mais expeditas de identificação da possível
oedométrico para identificação de solos ocorrência de colapsividade de um solo, como
colapsíveis. O ensaio oedométrico duplo no caso de mapeamento geotécnico de grandes
consiste na realização de dois ensaios áreas. Ao se utilizar esses métodos expeditos,
oedométricos com os mesmos estágios de há um aumento do potencial de previsão de
carregamento, sendo um executado na condição comportamento dos solos com menor custo para
de umidade natural e outro previamente realização dos ensaios.
saturado. Em contrapartida, a técnica de ensaio Devido à facilidade com que os ensaios de
oedométrico simples prevê a realização de caracterização podem ser executados, existem
apenas um ensaio convencional até um diversas propostas que correlacionam o
determinado valor de tensão, no qual, inunda-se potencial de colapso dos solos com suas
a amostra. características geotécnicas, tais como índices
Ao utilizar ensaios oedométricos duplos, físicos, granulometria e limites de consistência.
muitas vezes tem-se a necessidade de ajustar as Estes métodos oferecem apenas informações
curvas de índice de vazios vs logaritmo da qualitativas, não levando em conta o efeito das
tensão, de modo a coincidir o valor do índice de tensões aplicadas, a natureza do contato entre os
vazios inicial da amostra saturada e natural. grãos, tipo de cimentação, química do líquido
Dentre as diversas propostas descritas na inundante, dentro outros parâmetros. Eles não
literatura, destaca-se a utilização da curva de mensuram, nem quantificam o quanto de
deformação específica vs logaritmo da tensão colapso possa ocorrer em dada situação, apenas
de consolidação para se estimar a magnitude do indicam alguma característica colapsível que
colapso por inundação, conforme descrito por um solo possa apresentar.
Mendonça (1990). Com isto, este parâmetro, Esses critérios foram formulados a partir de
denominado potencial de colapso, pode ser dados e propriedades geotécnicas dos solos de
determinado pela diferença entre as ordenadas determinadas regiões, sendo que a extrapolação
das curvas de deformação dos ensaios inundado dos critérios para solos diferentes dos locais
e natural. analisados não é confiável.
Estudos de Camapum de Carvalho et al. Portanto, a aplicação destes métodos deve
(1994) mostram que estes ensaios possibilitam ser feita com cautela, sendo indicado para
ainda a determinação do colapso estrutural (ic), utilização em análises preliminares.
estabelecido como o colapso ocorrido com um A Tabela 1 apresenta alguns desses critérios,
simples aumento das tensão aplicadas. Tal citados por Araki, (1997), Benatti (2010), Aydat
fenômeno apresenta grande ocorrência em solos e Hanna (2011) e Vilar e Rodrigues (2015).
8
6 observa-se um crescente aumento na resistência
4 da estrutura, com a diminuição do índice de
2 vazios. Não foi possível verificar a influência
0 da sucção para a amostra de 6 m, visto que em
-2 todos os ensaios a sucção inicial estava baixa.
-4
Guimarães (2002) observou colapso para
-6
1 10 100 1000 10000
inundação de 200 kPa para amostra de 8 m, em
Tensão (kPa) função da alta sucção inicial da amostra.
2m 4m 6m 8m
Os resultados apresentados na Tabela 3,
demostram que o colapso do solo estudado é
Figura 2. Variação do Potencial de Colapso em Função influenciado por três principais fatores: a
da Tensão de Consolidação. estrutura, o estado de tensões e a sucção,
conforme já exposto por Guimarães et al.
Em análises mineralógicas desses solos, (2002).
observa-se a abundância de óxidos e hidróxidos A Tabela 4 apresenta os resultados da
de ferro e alumínio nos horizontes superficiais, aplicação dos métodos expeditos no perfil de
que atuam na agregação e cimentação. De solo estudado.
acordo com Cardoso (1995) a cimentação é
Tabela 4. Resultados Obtidos Utilizando os Critérios Baseados em Índices Físicos e Ensaios de Caracterização.
Vilar e Vilar e
Profundidade Gibbs e Bara Clevenguer
Priklonskij (1952) Feda (1966) Rodrigues Rodrigues
(m) (1962) (1958)
(2007) (2015)
Não Colapsível Grande
2 Colapsível Colapsível Colapsível Colapsível
Expansivo recalque
Não Colapsível Grande
4 Colapsível Colapsível Colapsível Colapsível
Expansivo recalque
Não Colapsível Não Não Grande
6 Colapsível Colapsível
Expansivo Colapsível Colapsível recalque
Não Colapsível Não Não Grande
8 Colapsível Colapsível
Expansivo Colapsível Colapsível recalque
Não Colapsível Não
10 - - Não Colapsível Não Colapsível
Expansivo Colapsível
Não Colapsível/ Não
12 - - Não Colapsível Não Colapsível
Expansivo Colapsível
RESUMO: O aumento da frota de veículos faz com que a Engenharia seja dinâmica em soluções para
escoamento do tráfego. Em Brasília, Distrito Federal, não é diferente. A cidade foi projetada para 500
mil habitantes, e atualmente, na região metropolitana, circulam próximo de 3 milhões. O crescimento
da cidade para a região norte, fez com que se projetasse um complexo rodoviário denominado de
“Trevo de Triagem Norte” (TTN), composto por viadutos, acessos rodoviários, criação de novas
faixas de rolamento e a duplicação da ponte do Bragueto sobre o lago Paranoá, dando acesso à BR-
020, como solução aos constantes congestionamentos. No contexto geopedológico, na região, há
trechos com solos hidromórficos e nível d’água aflorante em algumas épocas do ano. Em termos
geotécnicos, esses solos costumam ser moles. Assim sendo, este trabalho apresenta a avaliação
geotécnica de uma região, mas também o dimensionamento da camada de reforço sobre os solos
moles a fim de evitar patologias futuras.
geométricos como vias laterais existentes e a A Figura 4 mostra a área em que foram
falta de cota para o lançamento das águas de realizados os ensaios de sondagens SPT, Vane
drenagem profunda inibiram as técnicas Test, trado e DPL para determinação das
tradicionais de remoção total de solos moles, resistências dos solos. Área compreendida entre
evitando assim a utilização de rebaixamento as vias 2LW e 1WL.
provisório e escoramentos das escavações. Com
isso, foi dimensionada uma camada estruturante
para o reforço do subleito, por meio do
agulhamento do solo mole, sem a necessidade
dos drenos longitudinais.
Figura 3. Visão micro da área de estudo (Brasília / DF – Inicialmente, os trabalhos foram conduzidos
Obra do TTN).
De uma forma geral os aterros rodoviários são 7 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DAS
classificados em três classes (Classe I, II e III), SONDAGENS EXECUTADAS
conforme as seguintes características:
• Classe I: enquadram-se nesta classe os Os solos moles foram classificados de acordo
aterros junto a estruturas rígidas, tal como os com a Tabela 3, que relaciona diversas
encontros de pontes e viadutos e demais consistências com às penetrações do SPT
interseções, bem como aterros próximos a (Sondagem a Percussão), às penetrações do PDL
estruturas sensíveis como oleodutos. A extensão (Penetrômetro Dinâmico Leve) e a resistência
do aterro classe I deve ser pelo menos 50 m para “Su” do ensaio de Vane Test.
cada lado da interseção;
Tabela 3. Variação da resistência dos solos.
• Classe II: são os aterros que não estão
Vane Test DPL SPT SPT
próximos a estruturas sensíveis, porém são altos, Resistência (kPa) N10 N30 N30
Consistência
definindo-se como altos os que têm alturas Décourt 1989 DIN 4094 *
Lambe/Whitm
Godoy 1972 -
Terzhagi/Peck
maiores que 3,0 m; < 25 0–3 0–2 0–2 Muito mole
• Classe III: os aterros Classe III são 25 –50 3–6 2–4 3–5 Mole
50 – 100 6 – 12 4–8 6 – 10 Média
baixos, isto é, com alturas menores que 3,0 m e 100 – 200 12 – 22 8 – 15 11 – 15 Rija
afastados de estruturas sensíveis. 200 – 400
> 400
22 – 45
> 45
15 –30
> 30
15 –19
> 20
Muito Rija
Dura
Sondagem
N (númeto
Su (kPa) Utilizando-se dos devidos parâmetros para
da amostra) determinação de h0, encontrou-se o valor de 1,73
1 44,96 metros. De acordo com o projeto de
2 27,07 pavimentação, tem-se a seguinte estrutura do
Furo 01
3 27,28 pavimento (Figura 7):
4 24,45
5 31,43
6 20,74
Furo 02 7 14,84
8 32,30
9 44,96
10 42,34
11 38,42
12 40,60
Furo 03
13 22,70
14 16,81
15 27,72
16 40,16
Furo 04 17 28,38
18 37,76
19 44,75
20 29,47 Figura 7. Estrutura do pavimento flexível.
Furo 07
21 29,68
22 20,74 Então, para a estrutura do pavimento em
questão, tem-se a somatória da espessura da
Tabela 7. Análise estatística dos valores de Resistência camada granular (sub-base + base) igual a 30 cm.
não-drenada (Su). Sendo assim a camada de reforço do subleito
ANÁLISE ESTATÍSTICA
será igual a:
Valores Su (kPa)
Média aritimética 31,25
hn = ho - (espessuras da Base + sub-base)
Desvio padrão 9,31 Sendo:
Mínimo provável 22,36 hn = Espessura do Reforço do subleito
Máximo provável 40,15 Então:
hn = 1,73m – (0,10m – 0,20m) = 1,43 metros.
Figura 1. Ensaio PANDA 2 (Fonte: Renato Angelim). A comparação entre os dados obtidos pelos
ensaios SPT e PANDA 2 foi realizada visando a
obtenção de uma correlação entre os valores de
Para este trabalho os dados obtidos foram
expressos em gráficos de ݀ݍversus ܰܵܲܶ e ݀ݍ.
profundidade (penetrograma) para cada furo de Na Figura 2, estão apresentados os valores de
sondagem PANDA 2. ݀ݍdos ensaios PANDA P5A e P5B, feitos ao
No ensaio PANDA não é recomendável redor do furo de sondagem SP5 como exemplo.
penetração maior que 20 mm por golpe para O penetrograma representa os resultados médios
evitar surgimento de poro-pressão. Assim são de qd para cada camada de 10 cm de
profundidade do perfil posicionados no ponto no
gerados valores de qd quase contínuos no perfil
médio desses 10 cm. Para os demais ensaios
de solo, isso significa a geração de centenas de
correspondentes aos SP1, SP2, SP3, SP4 e SP6,
valores. Portanto, para uma melhor comparação não apresentados, foi seguida a mesma forma de
com os resultados dos ensaios SPT, que análise.
fornecem apenas um único valor de NSPT para
cada metro de profundidade, os valores de ݀ݍ
foram condensados primeiramente a cada 10 cm
(a partir da média aritmética dos valores de qd
desta espessura).
Como o equipamento determina apenas
valores referentes à resistência à penetração da
ponteira cônica, sendo que o surgimento ou
GEOCENTRO2017, Goiânia/GO, Brasil.
Figura 4. Comparação da média dos ensaios PANDA 2
realizados em torno do furo SP5 com o SPT (AZEVEDO
e RODRIGUES, 2014).
SP5 e P5médio
Prof. qd NSPT
qd30/NSPT Classificação solo
(m) (MPa) (Golpes)
REFERÊNCIAS
antes, resolver um problema de otimização geral estudos de caso realizados em laboratório: de
englobando os dados coletados de vazão e de recarga de aquíferos (Vauclin et al., 1979) e de
potenciais matriciais obtidos externamente aos infiltração de água em duas camadas de solo
experimentos efetuados em laboratório. Nesse (Emaloglou, 1980) através dos três métodos de
intuito, Aguero-Martinez (2013) realizou a otimização mencionados: método dos mínimos
otimização global utilizando como método de quadrados, algoritmos de otimização associado
otimização os Algoritmos Genéticos (Holland, ao modelo inverso e método de Levenberg-
1994). Esse autor apresentou o ajuste de CCAS Marquardt.
como resposta aos dados coletados de vazão e de
potencial matricial para o estudo de caso de 2 MATERIAL E MÉTODOS
recarga de aquíferos (Vauclin et al., 1979). Em
outro estudo de caso, Aguero-Martinez e Reis 2.1 Primeiro Estudo de Caso
(2014), utilizando também como método de
otimização os Algoritmos Genéticos, O primeiro estudo de caso, como mencionado,
apresentaram os resultados de ajustes de CCAS refere-se à recarga de aquíferos Vauclin et al.
para dois tipos de solo realizados no experimento (1979). Esses autores utilizaram o método dos
de infiltração em duas camadas de solo mínimos quadrados para ajustar os dados
(Elmaloglou, 1980). Dessa forma, os observados em laboratório entre a umidade
procedimentos de ajuste de CCAS efetuados por volumétrica e o potencial matricial. Desse modo,
esses autores englobaram: simulação de todo o esses autores determinaram a seguinte equação
fenômeno físico através da discretização espacial que define a curva característica da água no solo:
do domínio físico em elementos finitos,
discretização temporal em diferenças finitas, D ȥ0 (1)
T T sat E*
método inverso associado aos algoritmos D \
genéticos e ajuste dos dados coletados de
laboratório através de uma otimização global. Onde: ș é a umidade volumétrica no tempo e
Destaca-se que esses autores utilizaram, em vez espaço; șsat (L³ L-3) é a umidade do solo saturado
de modelos constitutivos diferentes, um modelo com valor de 0,30; Į (L2,9) e ȕ* (adimensional)
constitutivo em comum a ambos experimentos são coeficientes determinados pelo autor do
físicos, o modelo de van Genuchten - MVG (van experimento com valores de 4000 cm2,9 e 2,9,
Genuchten, 1980). Seria elementar ajustar os respectivamente, e; ȥ é o potencial matricial (L).
pares ordenados de valores de potencial matricial A Figura 1 apresenta a curva característica de
e umidade volumétrica por meio de pacotes água no solo - CCAS obtido pelo autor do
comerciais, sem considerar os resultados experimento.
coletados da experiência em laboratório.
Entretanto, às técnicas supracitadas realizaram o
ajuste da CCAS englobando todo o fenômeno
físico, considerando, assim, os dados coletados
fora do experimento de vazão e de potenciais
matriciais. Torna-se relevante comparar os
resultados de CCAS dos métodos até agora
abordados com outros métodos, mas que não
sejam comerciais, para o ajuste dos pares
ordenados de potencial matricial e umidade
volumétrica. Para isso, foi desenvolvido neste Figura 1. Curva característica da água no solo (adaptado
de Vauclin et al., 1979).
trabalho o método de Levenberg-Marquardt
(Press et al., 1992). Esse método utiliza o método 2.2 Segundo Estudo de Caso
de Newton e uma gradiente descendente com
base no modelo constitutivo do MVG (van O segundo estudo de caso refere-se à infiltração
Genuchten, 1980). Por fim, visa-se comparar as em duas camadas de solo (Elmaloglou, 1980). A
CCAS obtidas em meio não saturado para os dois Equação 2 determina as curvas características de
água no solo baseadas no método dos mínimos utilizando o conceito de disputa pela
quadrados: sobrevivência. Desse modo, esse autor
estabeleceu mudanças arbitrárias de códigos
D
T \ T sat T res ȥ0 binários que se traduziam em valores. Esse
E
T res (2)
D \ processo continuaria até atingir os valores de
Onde os valores dos parâmetros șsat (já parâmetros que melhor se adequaram ao modelo
definida), șres (umidade residual, L³ L-3), Į e ȕ quando submetidos à condição de satisfazer o
(coeficientes adimensionais determinados pelo ajuste de uma função que relaciona os dados
autor do experimento), para os dois tipos de solo, observados chamada de Função Objetivo (FO).
são apresentados na Tabela 1. As CCAS desses Esse ciclo continuo automático de determinação
dois tipos de solo, obtidos pelo autor do dos valores de parâmetros do modelo a partir dos
experimento com base na Equação 2, foram dados coletados em campo foi denominado na
representadas na Figura 2. literatura de método inverso ou retro análise. O
uso associado do poder computacional ao
Tabela 1. Parâmetros dos solos (adaptado de Elmaloglou, modelo inverso estabelece enfim uma calibração
1980). automática (Aguero-Martinez, 2013).
Parâmetro Areia Grossa Solo fino
șsat (cm³ cm-3) 0,270 0,312 2.4 Estimativas dos parâmetros do modelo
șres(cm³ cm-3) 0,060 0,208 constitutivo utilizando o método de Levenberg-
Į 5,6241 x 104 6,0359 x 106
Marquardt
ȕ 3,163 3,922
Figura 2. Curvas características de água no solo para o Nessa Equação 3, ș (L³ L-3) é a umidade
solo de granulometria grossa e solo de granulometria fina volumétrica no tempo e espaço; șsat, șres (L³ L-3)
(adaptado de Elmaloglou, 1980).
já foram definidos; ȥ é o potencial matricial (L);
2.3 Estimativas de Curvas Características de Į = coeficiente do MVG (L-1); n = coeficiente
Água no Solo através dos Algoritmos Genéticos adimensional do MVG, e; m = (n-1)/(n).
utilizando método inverso
Os parâmetros da Equação 3 [șsat, șres, Į, n]
Como foi mencionado, Aguero-Martinez (2013) foram determinadas utilizando o método de
desenvolveu a CCAS de areia para o estudo de Levenberg-Marquardt - MLM (1992). As
caso de recarga de aquíferos e Aguero-Martinez derivadas de ș em relação a cada um dos
e Reis (2014) desenvolveram as CCAS para o parâmetros, necessários para o desenvolvimento
segundo estudo caso de infiltração em duas do MLM, são mostradas na Equação 4a, 4b, 4c e
camadas para o solo grosso e solo fino. Esses 4d.
autores utilizaram os Algoritmos Genéticos (AG) ° T T ½° 1 § 1 n · (D \ ) n
wT ½
e a técnica do método inverso. Além disso, esses ®
s r
¾ ® 2 ¨ ¸
>
ln(D \ )¾ ln 1 (D \ ) n @
wn >
°̄ 1 (D \ )
n
@
m
°¿ ¯ n © n ¹ 1 (D \ ) n
¿
autores utilizaram o modelo constitutivo da
literatura de van Genuchten (1980). Sobre os (4a)
wT ° T T ½° (D \ ) ½
n
(4b)
¾ ®1 n
Algoritmos Genéticos salienta-se o trabalho de ®
s r
¾
Holland (1992) que desenvolveu essa técnica wD >
°̄ 1 (D \ )
n
@m1
°¿ ¯ D ¿
wT ° 1 ½°
® ¾
(4c)
wT s >
°̄ 1 (D \ )
n
@
m
°¿
wT ° 1 ½°
® ¾ 1
(4d)
wT r > m
°̄ 1 (D \ ) °¿
n
@
Em que: ș, șsat, șres, ȥ, Į, n, m já foram
definidos.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 3 - Apresenta a comparação das três curvas
3.1 Caso de estudo de recarga de aquíferos características de água no solo obtidas: pelo autor do
(Vauclin et al. 1979) experimento (Vauclin et al., 1979) denominada de “Curva
Vauclin”; utilizando o método de Levenberg-Marquardt
Os valores obtidos dos parâmetros do Modelo de aplicada ao modelo de van Genuchten denominada de
van Genuchten - MVG com a utilização do “Curva MLM-VG”, e; utilizando o modelo inverso e os
AG denominada de “Curva AG”.
método de otimização de Levenberg-Marquardt
– MLM são mostrados na Tabela 2.
3.2 Caso de infiltração em duas camadas de
Tabela 2. Valores dos parâmetros do modelo de van solo (Elmaloglou, 1980)
Genuchten - MVG (1980) utilizando o método de
Levenberg-Marquardt - MLM Os valores dos parâmetros do modelo
șsat șres Ȥ2 constitutivo estabelecido por van Genuchten
Į 3 3
n (cm (cm (1980) – MVG, utilizando o Método de
(cm-1)
cm-3) cm-3)
3,48 0,0304 0,34 0,0 3,068*10-5
otimização de Levenberg-Marquardt – MLM são
mostrados na Tabela 3.
Nessa tabela, Ȥ2 representa o valor do ajuste do
Tabela 3. Valores dos parâmetros de van Genuchten
método de Levenberg-Marquardt. Quando (1980) ajustados pelo MLM.
menor o valor de Ȥ2, melhor a calibração. șsat șres
Į 3 3
n (cm (cm Ȥ2
(cm-1) -3 -3
A Figura 3 apresenta a comparação das três cm ) cm )
curvas características de água no solo obtidas: Areia
4,09 0,0205 0,31 0,21 2,85*10-5
fina
pelo autor do experimento (Vauclin et al., 1979) Areia
denominada de “Curva Vauclin”; utilizando os 3,05 0,0363 0,31 0.0 5,084*10-5
grossa
parâmetros da Tabela 2 denominada de “Curva
MLM-VG”, e; utilizando o modelo inverso e os A Figura 4 apresenta a comparação de três
AG denominada de “Curva AG”. Destaca-se que curvas de retenção obtidas para a camada de solo
a Curva Característica de Água no Solo obtido arenoso fino e solo grosso obtidos: pelo autor do
pelo MLM-VG se ajusta bem ao obtido pelo experimento (Elmaloglou, 1980) denominada de
autor do experimento a partir de valores de “Curva Elmaloglou”; utilizando o método de
potencial matricial de 45 cm. Mas, para valores Levenberg-Marquardt aplicada ao modelo de van
menores de potencial matricial a CCAS obtido Genuchten denominada de “Curva MLM-VG”,
pelo MLM-VG se afasta para obter um patamar e; utilizando o modelo inverso e os AG
maior dos três ajustes de CCAS modelados. denominada de “Curva AG”. Elucida-se que para
Ressalta-se também que a curva AG obtém uma o solo fino a curva MLM-VG se ajusta bem ao
umidade volumétrica saturada menor ao obtido obtido pelo autor do experimento baseado no
pelo MLM-VG, no entanto, maior ao obtido método dos mínimos quadrados. Porém, para o
experimentalmente. A umidade residual obtido solo grosso não acontece o mesmo, pois o
pelos AG permanece como maior valor patamar da umidade saturada resultou maior dos
comparado aos outros ajustes de CCAS. outros ajustes de CCAS.
Aguero-Martinez, D.S. e Reis D.S. (2014). Assessment of
genetic algorithms in calibration of an unsaturated soil
water flow model applied to a vertical infiltration
experiment of two layers of soil, 6th International
Conference on Flood Management, ICFM6 2014, São
Paulo, Brazil, Setembro 16-18.
Aguero-Martinez (2013). Avaliação de algoritmos
genéticos na calibração de modelo de fluxo de água em
solo não saturado utilizando um estudo experimental,
XX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Bento
Gonçalves, Rio Grande do Sul, Brasil, Novembro 17-
22, PAP013347, ISSN 2318-0358, Anais - Simpósio
Brasileiro de Recursos Hídricos.
Aldaood A., Bouasker M., Al-Mukhtar M. (2015). Soil-
Water Characteristic Curve of Gypseous Soil,
Geotechnical and Geological Engineering, Vol. 33(1),
p. 123-125. Doi:10.1007/s10706-014-9829-5.
Elmaloglou, S. (1980). Effets des stratijications sur les
transferts de matières dans les sols. Tese de doutorado,
Université Scientifique et Médicale de Grenoble.
Fredlund e Xing (1994). Equations for the soil-water
characteristic curve, Canadian Geotechnical Journal,
Vol. 31(4), p. 521-532.
Holland, J. H. (1992). Adaptation in Natural and Artificial
Systems, MIT Press Cambridge, MA, USA.
Press W., Teukolsky S., Vetterling W., Flannery B. (1992).
Numerical recipes in fortran 77: the art of scientific
Figura 4 - Comparação de três curvas de retenção obtidas computing, Cambridge University Press.Programs.
para a camada de solo arenoso fino e solo grosso obtidos: North America.
pelo autor do experimento (Elmaloglou, 1980) Rahimi, A. (2015). A new approach to improve soil-water
denominada de “Curva Elmaloglou”; utilizando o método characteristic curve to reduce variation in estimation of
de Levenberg-Marquardt aplicada ao modelo de van unsaturated permeability function, Canadian
Genuchten denominada de “Curva MLM-VG”, e; Geotechnical Journal.
utilizando o modelo inverso e os AG denominada de Rahimi A., Rahardjo H., Leong E. (2015). Effects of soil-
“Curva AG”. water characteristic curve and relative permeability
equations on estimation of unsaturated permeability
CONCLUSÕES function, Soil and Foundations, Vol. 55 (6), p. 1400-
1411, Copyright@2017 Elsevier B.V.
As diferentes CCAS atingidos pelos três métodos Van Genuchten (1980). A Closed-form Equation for
Predicting the Hydraulic Conductivity of Unsaturated
de otimização na aferição dos pares de dados Soils, Soil Science Society American Journal, Vol. 44,
observados de umidade volumétrica e potencial p. 892-898.
matricial, a saber: método dos mínimos Vauclin, M., Haverkamp, R., et Vachaud, G. (1979).
quadrados, técnica dos Algoritmos Genéticos Résolution numérique d’une équation de diffusion non
com modelo inverso e método de Levenberg- Einéaire. Application à l’infiltration dans les sols non
saturés, Presses Universitaires de Grenoble.
Marquardt, podem ser atribuídas à escolha do
modelo constitutivo em comum para os dois
estudos de caso.
REFERÊNCIAS
Estudo Experimental do Comportamento de Solos Expansivos em
Amostras Compactadas
Vitor Hugo de Oliveira Barros
Universidade Federal de Pernambuco, Caruaru, Brasil, vitor_barros1@outlook.com
RESUMO: Solos expansivos são grandes geradores de danos ao meio físico, podendo acarretar
amplas percas econômicas para a sociedade. O objetivo deste trabalho é analisar, através de ensaios
edométricos simples, o comportamento de deformação de um solo expansivo do munícipio de
Paulista, no estado de Pernambuco, através de amostras compactadas no ponto ótimo da curva de
compactação e comparar os resultados obtidos com os valores obtidos por outros trabalhos que
utilizaram amostras indeformadas retiradas do mesmo local. Verificou-se que as amostras
compactadas apresentam menor deformação de expansão do que as indeformadas, mas a tensão de
expansão do solo permanece inaltareda.
expostas às variações de umidade durante sua 2.2 Ensaio de Compactação
construção e vida útil (MEDERO, 2005).
Amorim (2004) destaca que esses tipos de Através desse ensaio, se obtém a correlação
solos, quando não há previsão da ocorrência do entre o teor de umidade e o peso específico seco
mesmo na fase de projeto, provocam grandes do solo. O ensaio mais comum, que foi o
perdas econômicas, mas dificilmente são utilizado para a realização desse trabalho, é o de
responsáveis, direta ou indiretamente, por Proctor, que é realizado através de sucessivos
perdas de vidas humanas. Isso se dá pelo fato de impactos de um soquete padronizado na
os problemas ocasionados por esses solos amostra.
serem, principalmente, rachaduras, fissuras e O ensaio de compactação também é
trincas nas estruturas das edificações. normatizado pela ABNT. Essa norma é
A proposta desse trabalho foi analisar o denominada de NBR 7182/1988 – Solo –
comportamento de solos expansivos quando Ensaio de Compactação e o procedimento, para
solicitado por diferentes carregamentos e em o caso do soquete ser pequeno e a energia de
diferentes situações de inundação. Para isso, foi compactação ser normal, descrito nela é
realizado um estudo experimental através de apresentado resumidamente a seguir.
ensaios edométricos simples em amostras Como etapa inicial do ensaio, depois de
compactadas na umidade ótima da curva de separar a amostra a ser ensaiada, adiciona-se
compactação do solo. água até se obter consistência no material. Após
isso, já se deve partir para a compactação em si,
2 METODOLOGIA mas de forma ordenada. É preciso separar a
amostra em três camadas dentro do molde,
2.1 Preparação das Amostras fazendo com que a cada etapa um terço do
molde seja preenchido. Assim, compacta-se a
As amostras deformadas utilizadas neste estudo, primeira camada através de 25 golpes com o
foram utilizadas, anteriormente, por Paiva et al. soquete distribuídos uniformemente sobre a
(2016). Assim, os resultados para a superfície (a altura de queda do soquete também
caracterização física (granulometria e índices de é predeterminada em 0,305 m).
consistência), utilizados neste trabalho, foram O ensaio segue colocando camada sobre
os desse autor. Além disso, Santos (2008) camada e realizando os golpes. Quando esse
também realizou um estudo com o mesmo solo, processo for finalizado, é preciso retirar a
mas com retirada de amostra indepedente. amostra do molde e pesá-la. Por fim, parte-se a
A amostra foi retirada de uma área amostra ao meio e coleta-se uma pequena
pertencente à Companhia Pernambucana de quantidade para a determinação da umidade.
Saneamento (COMPESA), localizada no Para plotar o gráfico de peso específico seco
município de Paulista, litoral norte de por umidade é preciso realizar esse processo
Pernambuco, latitude de 7°55’35” e longitude mais algumas vezes. Assim, aproveita-se a
34°50’49”. mesma amostra já ensaiada, desmanchando-a
até que possa ser passada pela peneira n° 4 e
adicionando uma quantidade conhecida e
controlada de água.
Para a obtenção do resultado e interpretação
dos dados é de extrema importância realizar a
pesagem de todas as partes integrantes do
processo.
A curva de compactação é obtida marcando-
se, nas ordenadas, os valores dos pesos
específicos secos obtidos e, nas abcissas, os
teores de umidades correspondentes. O peso
Figura 1. Localização do ponto de coleta da amostra específico seco máximo será o ponto máximo,
(GOOGLE EARTH, 2016). em relação às ordenadas, dessa curva de
3.1 Compactação
1,55
01 0,232
1,50
02 0,212
Seca (g/cm³)
1,45
1,40
03 0,207
1,35 Média 0,217
1,30
Tabela 2. Valores para o índice de recompressão.
1,25
1,20
Corpodeprova Índicederecompressão
12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 01 0,029
Teor de Umidade (%) 02 0,018
03 0,051
Figura 3. Curva de compactação. Média 0,033
Alturadaamostra(cm)
variadas, sem nenhum critério principal e 7,5
determinante. Todos os gráficos mostrados nas 7,4
figuras são referentes ao mesmo corpo de 7,3
prova. 7,2
7,1
9,45 7
Alturadaamostra(cm)
0 5 10 15 20 25
9,4
Raizdotempo(min)
9,35
Figura 6. Descarregamento para a carga de 160 kPa.
9,3
À medida que se retira a carga de
9,25
0 5 10 15 20 25
adensamento da amostra, como já era esperado,
o solo volta a recuperar sua altura expandindo
Raizdotempo(min)
novamente. Obviamente, a amostra não voltará
Figura 4. Adensamento para a carga de 160 kPa.
ao seu tamanho inicial mesmo que se retire toda
a carga, visto que parte do adensamento é
8
plástico. Esse fato pode ser explicado também
pela acomodação das partículas nas parcelas do
Alturadaamostra(cm)
7,8
7,6
adensamento secundário, que ocorre, mesmo
7,4
que em pouca intensidade, nesse tipo de ensaio.
7,2
3.3.4 Tensão de Expansão
7
6,8
O gráfico obtido nessa análise é mostrado a
0 5 10 15 20 25
seguir.
Raizdotempo(min)
6
Analisando os gráficos mostrados nas
Figuras, percebe-se que o adensamento ocorre 5
em maior intensidade no início de cada
4
carregamento, devido à curva ser mais íngreme
nesse trecho. Segundo Das (2007), quando um 3
solo argiloso é submetido a uma tensão, o 2
recalque elástico ocorre imediatamente (esse
y=Ͳ0,0385x+6,9922
tipo de recalque é caracterizado pela não 1
R²=0,9672
alteração da umidade do solo), mas o excesso 0
de poropressão gerado pela carga se dissipa 1 10 100 1000
durante um longo período de tempo. Portanto, é
Pressão(kPa)
natural que o recalque na argila continue
ocorrendo mesmo depois que o recalque Figura 7. Gráfico Deformação de expansão x Log
elástico aconteça. Pressão.
Como forma de ilustrar mais ainda o
comportamento da amostra diante do Igualando a equação da reta de regressão
carregamento, a seguir é apresentado uma linear a zero, tem-se que o valor da tensão do
figura com o gráfico de descarregamento, solo é de, aproximadamente, 181,62 kPa.
também para o mesmo corpo de prova. Comparando com o resultado encontrado por
Paiva et al. (2016), que foi de 180 kPa, pelo
mesmo método, verifica-se que o valor é
Sumi Siddiqua
University of British Columbia, Kelowna, Canadá, sumi.siddiqua@ubc.ca
Amin Bigdeli
University of British Columbia, Kelowna, Canadá, b00023043@gmail.com
RESUMO: O artigo mostra que o ponto de entrada de ar na curva característica de retenção de água
relaciona-se com os limites de liquidez e plasticidade do solo. São utilizados no artigo informações
contidas na literatura. É mostrado que no caso dos solos tropicais profundamente intemperizados e
dos solos expansivos faz-se necessárido considerar a umidade do solo que efetivamente contribui
para as propriedades e comportamento dos solos.
plasticidade e de liquidez e a pressão de entrada Figura 1 ilustra um agregado com microporos
de ar que caracteriza as curvas características de medindo um diâmetro equivalente de
retenção de água dos solos, mas aproveita-se a aproximadamente 32 Pm e que, portanto,
oportunidade para ampliar as discussões sobre as integraria o solo submetido aos ensaios de
propriedades dos solos tropicais e dos solos limites de Atterberg.
expansivos. As discussões se fundamentam nos
resultados apresentados por Guimarães (2002) e
(Khalili et al., 2004).
2 LIMITES DE ATTERBERG
solo para o qual se determina a curva wl, Fleureau et al. 1993 wp, Fleureau et al. 1993
100
existir uma boa relação do ponto de entrada de ar Figura 3. Correlação entre os limites de liquidez e
da CCRA com o Limite de Contração, como a plasticidade e (e.pF) (Bigdeli et al. 2017).
determinação deste não é frequente e o mesmo
não consta das publicações que serviram de base Inicialmente considerou-se as partículas
para a elaboração desse artigo, não se analisará desidratadas apresentando uma distância
essa correlação. inteplanar basal de 10 Å e uma densidade real
A Figura 3 mostra os resultados apresentados dos grãos de 2,7 o que corresponde a máxima
por Bigdeli et al. (2017) em que se estabelece densidade real desse argilomineral.
correlações entre os limites de liquidez e de Considerando-se 100 g de montmorilonitas secas
plasticidade e o produto do índice de vazios do formadas por 10 camadas, com diâmetro médio
solo utilizado na determinação da CCRA pela das partículas igual a 1 Pm e distância interplanar
sucção em pF. Na construção dessa figura os basal de 10 Å, calculou-se o número de
autores utilizaram os dados apresentados por partículas presentes no solo. Em seguida fez-se
Khalili et al. (2004). Observa-se nessa figura que variar a distância interplanar basal em função da
os dados referentes à montmorilonita estudada hidratação do solo e calculou-se o volume de
por Fleureau et al. (1993) (triângulos vermelhos) água absorvido pelas 100 g de solo seco, e com
se encontram deslocados dos demais dados e não esse volume o teor de umidade absorvido (wab)
foram incluídos nas correlações apresentadas na correspondente (Figura 4).
figura. Considerando-se a equação que correlaciona
Para avaliar o deslocamento dos pontos o limite de liquidez com e.pF (Figura 3)
constantes da Figura 3 referentes à calculou-se o teor de umidade de adsorção (wl
y = 3,7037x - 37,037
100 R² = 1 resultados de limite de liquidez e plasticidade
80
obtidos experimentamente ocorre uma
importante discrepância em relação à proposta
60
original. Destaca-se que nessa figura manteve-se
40 a exclusão dos pontos correspondentes à
20 montmorilonita, pois os pontos experimentais
0 fugiram à tendência e os resultados obtidos a
0 10 20 30 40 50 partir da análise realizada tem carater estimativo.
Distância Interplanar Basal (Å)
wl (Khalili et al. 2004) wp (Khalili et al. 2004)
Figura 4. Relação teor de umidade absorvido x distância wl (Fleureau et al., 1993) wp (Fleureau et al., 1993)
interplanar basal. wl (Guimarães, 2002) wp (Guimarães, 2002)
80
70
Correlacionando-se as umidades absorvidos y = 16,239x + 6,311
60 R² = 0,9118
com as umidades adsorvidas para os limites de
50
liquidez e plasticidade definiu-se a equação
wl, wp (%)
40
utilizada para determinar a umidade adsorvida 30
correspondente ao limite de contração do solo 20
obtendo-se ws = 20,4 %. Esse procedimento foi 10
y = 5,9999x + 9,8676
R² = 0,9275
adotado considerando-se o fato de que até o 0
limite de contração o solo se mantem saturado. 0 1 2 3 4
e.pF
Como o teor de umidade absovido foi
Figura 5. Correlação entre os limites de liquidez e
considerado nulo e a distância interplanar basal plasticidade e (e.pF) (modificado, Bigdeli et al. 2017).
foi adotada como 10 Å, usando-se a densidade
real dos grãos adotada (2,7) calculou-se o índice Fazendo-se, no entanto, o tratamento dos
de vazios (e) correspondente ao limite de resultados considerando-se o índice de vazios
contração obtendo-se ews = 0,55. Se observada a interragregado e excluindo-se dos limites de
figura apresentada por Khalili et al. (2004) em liquidez e plasticidade a umidade
que é relacionado o índice de vazios com a correspondente aos microporos, observa-se um
sucção para essa montmorilonita (Fig. 15 dessa melhor ajuste dos resultados obtidos por
referência) se observa que esse índice de vazios Guimarães (2002) à proposta de Bigdeli et al.
corresponde aproximadamente ao menor índice (2017) (Figura 6). Cabe salientar que para os
de vazios encontrado para o solo o que aponta solos superficiais (profundidade igual a 1 m e 2
para o acerto das análises apresentadas nesse m) considerou-se integrando os limites a água de
artigo. agregados oriundos da ação de matéria orgânica
Essas análises mostram a necessidade de se que são desfeitos com a simples presença de
TEMA 8
Análise Numérica do Efeito do Sobrepeso Sobre o Pavimento
Rodoviário
Veronica Ferreira Soares
Unievangélica, Anápolis, Brasil, veronicafsoares@outlook.com
RESUMO: No presente trabalho foi desenvolvida uma análise empírico-matemática dos efeitos do
excesso de cargas no trecho Anápolis/Cocalzinho de Goiás da BR-414, objetivando demonstrar
através de cálculos, como o sobrepeso de veículos de carga pode diminuir a vida útil do pavimento.
Para tanto, foi feita uma previsão da vida útil do pavimento em função do número N, quando as cargas
previstas no dimensionamento são acrescidas em 10,15 e 20%. Com os resultados pode-se concluir
que, como consequência da falta de conscientização por parte das transportadoras, um aumento de
carga de 10%, por exemplo, pode diminuir a vida útil do pavimento em aproximadamente 5 anos.
CAMADADELIGAÇÃO
BASE
SUBͲBASE
REFORÇO
DE SUBLEITO
SUBLEITO
Onde:
Onde: 8 RESULTADOS
σ݈݁ܽݒ݅ݑݍ²݊ܿ݅ܽݏሺΨܰܥܧܨ כ ܧሻ
ONIBUS 1 1 ܿܨൌ
ͳͲͲ
TRIBUS 1 1 ସǡଶସ
ܿܨൌ ൌ ǡͲͶ (6)
ଵ
2C 1 1
O fator de veículo é dado pelo produto do
3C 1 1 Fator de Eixo pelo Fator de Carga, portanto:
2S2 1 1 1
ݒܨൌ ܿܨ כ ݁ܨ
2S3 1 1 1
ݒܨൌ ʹǡͳ כǡͲͶ= 15,20 (7)
3S2 1 2
Para o cálculo do número N, foi adotado
3S3 1 1 1 um Período de projeto de 10 anos e Fator
Climático Regional de 1,0.
3D4 1 3
Dessa forma tem-se:
3D6 1 4 2
Para encontrar o valor total das ܰ ൌ ͵ͷ ݎܨ כ ݒܨ כ ܯܸ כ ܲ כ
equivalências, foram utilizados os valores dos
FECs pelo método USACE, por ter sido o ܰ ൌ ͵ͷ ͳ͵ כ Ͳͳ כ ͳ כͷǡʹͷ ͳ כൌ ǡ ૠ࢞ૠ ሺͺሻ
método que apresentou maiores valores de
resultados. Em posse do número N, foi feita uma
variação da fórmula, onde isolou-se o período de
projeto em função do aumento de carga em 10%
15% e 20%:
ܰ
ܲ ൌ ሺͻሻ
͵ͷ ݎܨ כ ݒܨ כ ܯܸ כ
ܰ
Aplicando as novas equivalências na ܲൌ
equação de FC, tem-se: ͵ͷ ݎܨ כ ݒܨ כ ܯܸ כ
ͳǡͲͳݔ
Para acréscimo de 10% de carga: ܲൌ ሺͳͷሻ
͵ͷ ͳ͵ כ כሺʹǡ͵ ͳ כͺǡͻͻͻሻ ͳ כ
σ݈݁ܽݒ݅ݑݍ²݊ܿ݅ܽݏሺΨܰܥܧܨ כ ܧሻ
ܿܨൌ P= 3,17 anos
ͳͲͲ
O gráfico a seguir demonstra de maneira
ͳǤʹͳ͵ǡͻ
ܿܨൌ ൌ ͳʹǡͳ͵ͻሺͳͲሻ sucinta como o excesso de peso não previsto pelo
ͳͲͲ dimensionamento pode reduzir drasticamente a
vida útil do pavimento:
Para acréscimo de 15% de carga:
σ݈݁ܽݒ݅ݑݍ²݊ܿ݅ܽݏሺΨܰܥܧܨ כ ܧሻ
ܿܨൌ 10
ͳͲͲ 9
8
ͳǤͷ͵ǡʹͲ 7
ܿܨൌ ൌ ͳͷǡ͵ʹሺͳͳሻ 6
ͳͲͲ 5
4
Para acréscimo de 20% de carga: 3
2
σ݈݁ܽݒ݅ݑݍ²݊ܿ݅ܽݏሺΨܰܥܧܨ כ ܧሻ
Vidaútil(anos)
1
ܿܨൌ 0
ͳͲͲ Carga Carga Carga Carga
Prevista Prevista+ Prevista+ Prevista+
ଵǤ଼ଽଽǡଽଽ
ܿܨൌ ൌ ͳͺǡͻͻͻሺͳʹሻ 10% 15% 20%
ଵ
Para obter o decréscimo da vida útil, o Figura 02. Gráfico de redução de vida útil, Autor.
último passo é aplicar os valores até aqui
encontrados na fórmula do P isolado:
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para acréscimo de 10% de carga:
Conforme os resultados obtidos neste trabalho,
ܰ pôde-se concluir que quando há um acréscimo de
ܲൌ peso de carga em caminhões transportadores
͵ͷ ݎܨ כ ݒܨ כ ܯܸ כ
10% acima do especificado por lei, há uma
ͳǡͲͳݔ diminuição de aproximadamente 5 anos na vida
ܲൌ ሺͳ͵ሻ útil do pavimento. Assim como no acréscimo de
͵ͷ ͳ͵ כ כሺʹǡ͵ ʹͳ כǡͳ͵ͻሻ ͳ כ
15% e 20% de peso, um decréscimo próximo de
P= 5,29 anos 6 e 7 anos respectivamente.
Segundo o DNIT (2017), em todo o
Para acréscimo de 15% de carga: Brasil, apenas cinco estados têm balanças para
REFERÊNCIAS
Luiza Nicolato
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, lunicolato@hotmail.com
RESUMO: O presente trabalho tem a finalidade de apresentar o estudo das tensões e deformações
oriundas do tráfego nas camadas de um pavimento flexível com o aumento do número de eixos e a
variação no módulo de elasticidade das camadas. Realizou-se o dimensionamento empírico
mecanístico baseado na teoria da elasticidade por meio do software Kenpave. A seção típica do
pavimento adotado consiste em uma camada de revestimento de 5cm e de base e sub-base de 20cm.
A partir das análises, verificou-se que com o aumento do número de eixos, tem-se consequentemente
um aumento das tensões que chegam no solo de fundação do pavimento, que pode ser significativo
devido a posição do eixo analisado e das características do perfil de solo. Além disso, leva-se a uma
maior variabilidade das respostas estruturais do pavimento quando este é submetido a mudanças do
módulo de elasticidade das camadas.
Nas Figuras 8 e 9, apresenta-se a variação deformação obtidos nas análises do eixo simples
das tensões ao longo da profundidade para o nas Figuras 10 e 11. Os recalques diminuíram
eixo tandem triplo. Ressalta-se que, assim como pela dissipação de tensões, chegando cargas
evidenciado nesse tipo de eixo, os demais menores no decorrer da profundidade. O caso 3
também não sofreram influências significativas apresentou os maiores recalques, de
devido a variação dos módulos de elasticidade. aproximadamente 0,25mm a mais que no caso 1,
o qual apresentou os menores valores.
Quanto as deformações, tem-se o
comportamento variado nas camadas iniciais
devido a pequena espessura do revestimento,
base e sub-base. Já no subleito, o
comportamento apresenta-se linear, uma vez
que o módulo dessa camada foi considerado
constante, não havendo alterações com a
Figura 8. Tensões ao longo da Profundidade para profundidade. O caso 2 apresentou as maiores
(XW=0;YW=0) e (XW=0;YW=16,5), respectivamente.
deformações tanto nas camadas do pavimento,
quanto no início do subleito, devido aos
menores módulos nas camadas da estrutura de
pavimento. Na medida em que as tensões se
dissipam elas se aproximam dos valores
encontrados nos outros casos.
7 REVISÃO BIBLOGRÁFICA
RESUMO: As obras de infraestrutura têm relação direta com o desenvolvimento do Brasil, sendo de
suma importância que o dimensionamento de pavimentos seja cada vez mais preciso, interferindo de
maneira direta na durabilidade e qualidade do pavimento. O presente trabalho visa o desenvolvimento
de uma ferramenta computacional para dimensionamento de pavimentos asfálticos, através dos
métodos empírico e mecanicístico, priorizando a precisão dos resultados e agilidade. Para isto,
estudou-se detalhadamente os métodos citados, relacionando suas principais diferenças, a fim de
minimizar futuros erros de dimensionamento de maneira ágil. Os testes para validação da
ferramenta demonstraram funcionalidade e precisão.
constante melhora nos projetos de pavimentação estrutural (Kr, Kb, Ks e Kref) e suas espessuras
em termos de eficiência estrutural, que admite de proteção das camadas (R, H20, Hn e Hm).
também, os efeitos das condições ambientais e
de tráfego, diferentes daqueles pavimentos
projetados com Métodos Empíricos.
Buscando uma comparação efetiva dos
métodos empírico e mecanicístico, com maior
precisão e rapidez durante a rotina de cálculos,
foi desenvolvido no Microsoft® Office Excel,
uma ferramenta computacional de
Figura 1: Camadas do pavimento.
dimensionamento de pavimento asfáltico por Fonte: DNIT – Manual de Pavimentação 2006.
ambos os métodos, que garanta maior agilidade
nos processos, bem como, a redução de A espessura mínima do revestimento
possíveis erros, se realizados de maneira manual. betuminoso é determinada através dos valores de
Tornando-se uma grande ferramenta de auxílio “N”, ou seja, pelo número de repetições que
didático, que contribuirá com futuros estudos solicitam o pavimento, assim para cada valor de
acadêmicos, verificação de gabaritos de questões N, temos uma espessura mínima e tipo de
e identificação prática das diferenças de revestimento a ser usado, a seguir na Figura 2.
dimensionamento entre os resultados dos
métodos citados.
2 CONHECENDO OS MÉTODOS
REFERÊNCIAS
AGRADECIMENTOS
RESUMO: Este trabalho visa a comparação entre materiais granulares alternativos como
estabilizantes de base asfáltica para pavimentação e materiais tradicionais e cascalho. Para a
comparação utilizou-se os seguintes materiais: Resíduo de corte de mármore; Resíduo de Construção
e Demolição – Reciclado; Resíduo de Construção e Demolição não tratado. Realizaram-se ensaios de
caracterização do solo, além do ensaio de granulometria dos materiais, Índice de Suporte Califórnia.
As misturas com materiais alternativos analisadas não possuíram grandes expansões e não observou
mudanças no comportamento mecânico da mistura. Por meio de testes de laboratório atestou-se a
viabilidade técnica de substituição dos materiais tradicionais pelos alternativos.
buscou comparar a umidade ótima, massa específica dos grãos (NBR 6508/1984); limite de
específica, índice de suporte Califórnia (ISC) e liquidez (NBR 6459/1984); limite de
expansão de misturas de três materiais plasticidade (NBR 7180/1984); compactação
alternativos com misturas de solo com brita (DNIT 164/2013) e ISC (DNIT 172/2016).
calcária e solo com cascalho laterítico (materiais
usuais). 2.2 Caracterização dos agregados
Os materiais alternativos utilizados como
estabilizantes granulométricos de camadas de O RCD-R (Figura 1) foi coletado da construção
pavimentos flexíveis foram: RCD-R (Resíduo de do Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Trata-
Construção e Demolição Reciclado); resíduo de se de um material não plástico.
corte de rochas ornamentais e resíduo de
construção não tratado. Examinou características
físicas do solo, dos materiais individuais e das
misturas definidas, tendo como objetivo a
verificação do emprego dos materiais
alternativos como estabilizantes granulométricos
de sub-base e base de pavimento flexível.
2 METODOLOGIA
5 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
De maneira geral as misturas com agregados Andrade; Rocha; Cheriaf, 2004. Estudo da influência de
alternativos apresentaram bom comportamento agregados reciclados de concreto em substituição ao
agregado graúdo natural na produção de novos
nos ensaios laboratoriais realizados e concretos. In: I Conferência Latino-americana de
conformidade com a norma 098/2007 do DNIT. Construção Sustentável e X Encontro Nacional de
Contudo, verificou-se, pelo comportamento Tecnologia do Ambiente Construído. São Paulo, SP.
mecânico, que as misturas A, C, D e E podem ser 2004. 11 p. Disponível em:
utilizadas como materiais de base. Sendo que a <http://www.infohab.org.br>. Acesso em: 10 de junho
de 2017.
mistura A apenas para bases rodoviárias com Carneiro, A. P.; Burgos, P. C; Alberte, E. P. V. Uso do
para tráfego moderado. agregado reciclado em camadas de base e sub-base de
Os materiais estabilizantes da mistura C são pavimentos. Projeto Entulho Bom. Salvador:
resíduo de corte de rochas ornamentais. Eles EDUFBA / Caixa Econômica Federal, 2001
possuem características similares à rocha DNIT (2007). Norma 098/2007 – ES: Pavimentação –
Base Estabilizada Granulometricamente com
calcária, levando à possibilidade de substituição Utilização de Solo Laterítico – Especificação de
da brita calcária. Serviço. Departamento Nacional de Infraestrutura de
Aconselha-se a separação prévia dos Transportes. 7 p.
materiais de resíduo de construção civil para a Gonçalves, J. P. Utilização do resíduo de corte de granito
utilização como estabilizante de base de (RCG) para a produção de concretos. 2000. 134f.
Dissertação (Mestrado) – NORIE/UFRGS, Porto
pavimentação. Além disso, sugere-se o uso Alegre
apenas de resíduo de concreto. Lovato, Rodrigo Silveira. Estudo do comportamento
A utilização da mistura F como base mecânico de um solo laterítico estabilizado com cal,
rodoviária deve ser para tráfego leve, pelo aplicado à pavimentação. Dissertação (Mestrado).
resultado de ISC observado. Escola de Engenharia. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.
Conclui-se que presença brita na mistura A Massad, F.. Obras de terra: Curso Básico de Geotecnia.
levou à melhores resultados, o que comprova a São Paulo: Oficina de Textos, 2003.
sua utilização como agregado estabilizante de Nogami, J.S. e Villibor, D.F. (1983). Os solos tropicais
pavimentos flexíveis. As misturas D e F lateríticos e saprolítico e a pavimentação. In: 18°
possuíram melhores resultados pela alta Reunião anual de Pavimentação, Porto Alegre, RS,
Brasil, 21 p.
porcentagem de brita nas misturas. Pinto, C. S.. Curso Básico de Mecânica dos solos 16
O resíduo de marmoraria pode ser um aulas/3º edição. (2006) Carlos Sousa Pinto. – São
substituto à altura para brita, para seu uso Paulo: Oficina de Textos.
sustentável deve observar a disponibilidade na Rezende, L.R. (2003). Estudo do Comportamento de
região e a distância da obra de pavimentação. Materiais Alternativos Utilizados em Estruturas de
Pavimentos Flexíveis. Tese de Doutorado, Publicação
Para a utilização de um material como G.TD-014A/03, Departamento de Engenharia Civil e
estabilizante de base rodoviária não se pode estar Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF,
baseada apenas as análises técnicas, mas também 372p.
RESUMO: A construção civil vem a cada dia procurando mais materiais alternativos para
implementação em obras de engenharia, devido pouca viabilidade e limitações de alguns materiais
que já são utilizados atualmente, ou a necessidade do reuso de materiais nocivos ao meio ambiente.
O Polietileno de baixa densidade, comumente encontrado na composição de sacolas plásticas surge
então como uma alternativa para este problema. Diante disso, este trabalho tem como finalidade
realizar uma mistura de flocos de polietileno feito de sacolas plásticas recicladas, com solo laterítico
oriundo de Brasília e brita, para analisar sua possível utilização como material base de pavimentação
asfáltica.
com catadores de lixo localizada em Brasília-
DF. Dentre os diversos produtos gerados pela
empresa, para este estudo foram utilizados flocos Tabela 1. Massa específica dos grãos de PEBD (g/cm³)
Picnômetro Chapman
de polietileno de baixa densidade (PEBD)
0,862752 0,873823
provenientes de sacolas plásticas brancas e
transparentes, bem como papel filme e sedas
sintéticas. 2.2 Solo Laterítico
2.3 A Mistura
3 ANÁLISE DE RESULTADOS
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo técnico experimental sobre a utilização de coproduto de aciaria
do Reator Kambara (KR) na estabilização de solos como aglomerante hidráulico, em substituição
ao uso do cimento Portland. Para tanto, foram ensaiadas misturas do solo com diferentes teores de
escória dessulfuração KR: 0%, 10%, 20% e 30%. O solo argiloso foi coletado no município Santa
Maria de Jetibá-ES e não atende à capacidade de suporte mínima para uso como base e sub-base de
pavimentos flexíveis (índice de suporte Califórnia (ISC) inferior a 80%). O coproduto KR utilizado
é proveniente de uma indústria siderúrgica da região da Grande Vitória. Este material tem sido
empregado como estabilizante químico com sucesso em diversas pesquisas para fins de
pavimentação devido às suas propriedades cimentantes e ao seu reduzido potencial expansivo
(inferior a 3%). Foram realizados ensaios de caracterização do coproduto (análise granulométrica,
expansão Pennsylvania Testing Method (PTM), massa específica dos grãos) e dos solos (análise
granulométrica, limites de consistência, massa específica dos grãos) e ensaio de ISC nas energias
modificada, intermediária e normal para todas as misturas com o coproduto, assim como para o solo
puro. O objetivo do estudo experimental foi analisar a capacidade de suporte dos solos com a
incorporação de diferentes teores do coproduto e avaliar seu potencial como estabilizante de solos
para pavimentação.
mundiais de aço (Global Steel Report, 2016). 2 MATERIAIS
Entretanto, ao longo do processo de produção é
gerada uma grande quantidade de resíduos. O solo usado trata-se de uma argila amarela
Segundo o Instituto do Aço Brasil - IAB coletada no município de Santa Maria de Jetibá-
(2016), no ano de 2015, foram gerados 19,8 ES. Este solo foi escolhido devido à sua
milhões de toneladas de subprodutos e resíduos. disponibilidade e também no estado natural não
Diversos artigos tratam da valorização dos atender à capacidade de suporte mínima exigida
variados tipos de escória de aciaria para fins de (ISC 80%).
pavimentação (incorporação em bases e sub- A Tabela 1 mostra os limites de
bases). Seu alto ângulo de atrito, resistência e consistência dos materiais usados e a Tabela 2,
densidade fazem com que este material seja por sua vez, mostra os teores correspondentes à
também usado em aterros e no melhoramento cada faixa granulométrica para os materiais.
de solos (Nippon Slag Association, 2016).
Em resposta às exigências cada vez mais Tabela 1. Classificação dos materiais
elevadas no controle dos teores de enxofre na Massa específica
LL LP IP
Material dos grãos
produção do aço, o processo de dessulfuração (%) (%) (%)
(g/cm3)
passou também a ser realizado antes da redução S01 55 27 28 2,67
no ferro-gusa. O processo de dessulfuração do KR NL NP NP 3,31
ferro-gusa antes da fase de redução na aciaria é
uma forma de reduzir a presença de enxofre no Tabela 2. Classificação dos materiais
convertedor, melhorando a qualidade e Faixas Granulométricas S01 (%) KR (%)
eficiência do processo (KIRMSE, 2006). Argila 43,6
6,6
A prática de dessulfuração em panela tem Silte 10,4
sido muito difundida por onde o reator Areia Fina 7,4 12,3
Kambara, chamado apenas KR, tem se Areia Média 16,1 11,1
destacado pela eficiência e baixo custo de Areia Grossa 22,6 23,5
operação. Este processo tem sido muito Pedregulho 0,0 46,5
difundido no Japão e também na China, maior
produtora mundial de aço. Como resultado O coproduto de KR foi fornecido por uma
disto, o volume de coproduto proveniente do indústria siderúrgica situada na região da
processo (coproduto KR) aumenta Grande Vitória-ES, coletado no dia 03/01/2017,
vertiginosamente e grande parte deste material segundo a NBR 10007 (ABNT, 2004). O
acaba descartado em aterros sanitários material possui granulometria entre 0 mm e 9
(SHENG, 2014). mm e foi utilizado em seu estado natural
Ainda pouco conhecido no Ocidente, o conforme disponibilizado pela empresa, sem
subproduto de siderurgia KR tem se mostrado passar por tratamento para redução da
promissor na estabilização química de solos expansão.
para fins de pavimentação, por apresentar Conforme mostra a Tabela 3, este
menor potencial expansivo que os demais material possui altos teores de óxidos de cálcio
subprodutos siderúrgicos (GONÇALVES, (CaO). A presença deste componente sugere
2016; KIRMSE, 2006). potencial do coproduto como agente
Esta pesquisa visa analisar o efeito da estabilizante para solos.
incorporação de diferentes teores do coproduto Um parâmetro que com frequência
em solo argiloso com baixa capacidade de impede o uso de resíduos e coprodutos
suporte em parâmetros tradicionalmente usados siderúrgicos em camada de pavimento é o
na pavimentação (granulometria, limites de potencial expansivo destes materiais. Segundo a
consistência, massa específica dos grãos, índice Norma-EM 262 (DNER, 1994) a escória de
de suporte Califórnia (ISC), expansão, massa aciaria deve apresentar expansão máxima de
específica aparente seca) a fim de dar 3% para uso em camadas de pavimentos.
destinação mais sustentável e econômica ao
coproduto KR.
% Retido
peneiramento e secagem ao ar); (2) Pesagem
% Passante
60 40
dos materiais nas proporções exatas das
50 50
composições indicadas na Tabela 4; (3) Mistura 40 60
a seco dos materiais; (4) Adição gradual de 30 70
água à medida que a mistura era 20 80
homogeneizada manualmente; (5) Compactação 10 90
dos corpos de prova de forma manual com 0 100
soquete padrão grande (4,5kg); (6) Na camada 0,001 0,01 0,1 1 10 100
média retirada de três amostras para aferição da Diâmetro dos grãos (mm)
umidade de acordo com o procedimento
recomendado pela NBR 6457 (ABNT, 1986); KR S01
S01+10%KR S01+20%KR
(7) Os CPs foram levados para o tanque onde S01+30%KR
permaneceram na condição submersa por 96
horas com tripé e extensômetro; (8) Os CPs Figura 3. Efeito da incorporação do coproduto na
foram retirados do tanque e submetidos ao granulometria.
ensaio de penetração em prensa automática a
Na Figura 3 é possível ver que o aumento do
uma velocidade de 1,27mm/min, conforme
coproduto torna a curva original mais bem
indica a NBR 9895 (ABNT, 2016).
graduada, eliminando um patamar que ocorre
no D50 do solo puro. Esse efeito é desejável e
benéfico para fins de pavimentação.
4 RESULTADOS
3,50 3,31
As Figuras 2, 3 e 4 mostram o efeito dos
Massa específica dos grãos
0,50
10
0,00
S01 1 S01+10%KR
S01+20%KR S01+30%KR
0 KR
S01 1 S01+10%KR
S01+20%KR S01+30%KR Figura 4. Efeito da incorporação do coproduto na massa
específica dos grãos.
Figura 2. Efeito da incorporação do coproduto no índice
de plasticidade. A Figura 4, da massa específica dos grãos,
mostra um comportamento que já era esperado:
Como mostra a Figura 2, há uma tendência massa específica dos grãos cresce de forma
de redução do índice de plasticidade do solo linear com o aumento do teor do KR. Isto é
com a incorporação, entretanto a relação não natural, pois o material possui massa específica
apresenta do comportamento direto. O aumento dos grãos maior que a do solo usado (Tabela 1).
do teor de coproduto não é proporcional à Na Tabela 5, é possível observar os
redução do IP, pois entre os teores de 10 e 20% resultados retirados da curva de compactação e
apesar do aumento da concentração do KR, o IP do ensaio de ISC para a energia modificada
do solo permanece praticamente constante. para as diferentes misturas. Observa-se que o
coproduto elevou os valores de massa
S01+10%KR (EM)
S01+20%KR (EM)
S01+30%KR (EM)
S01+10%KR (EN)
S01+20%KR (EN)
S01+30%KR (EN)
S01+10%KR (EI)
S01+20%KR (EI)
S01+30%KR (EI)
S01 (EI)
S01 (EN)
S01 (EM)
As curvas obtidas no ensaio de penetração
ISC, em diferentes energias: energia normal
(EN), energia intermediária (EI) e energia
modificada (EM), são mostradas na Figura 5.
Como esperado maiores energias assim
como maiores teores de coproduto produzem
acréscimos nos valores de ISC, entretanto como Figura 6. Capacidade das misturas para energia
mostra na Figura 6, a relação não apresentou modificada.
comportamento linear.
Os valores obtidos pelos ensaios de ISC
250 mostraram que o coproduto melhorou a
capacidade de suporte, sem deixar de atender
200 aos parâmetros de expansão.
ISC (%)
150
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
100
Os resultados mostram que mesmo para
50 solos argilosos com baixa capacidade de
suporte o coproduto pode funcionar como
0 estabilizante promovendo melhorias
7 9 11 13 15 17 19 21
significativas e atendendo aos requisitos
Umidade (%)
mínimos para emprego como base e sub-base de
0% KR EN 0% KR EI pavimentos flexíveis (ISC mínimo de 80%,
0% KR EM 10% KR EN expansão máxima de 1%).
10% KR EI 10% EM
20% KR EN 20% KR EI Diante do que foi estudado e dos resultados
20% EM 30% KR EN obtidos pelos ensaios de laboratório realizados
30% KR EI 30% EM nesse trabalho, percebeu-se que, sob o ponto de
vista dos parâmetros aqui analisados, o
Figura 5. Curvas da capacidade de suporte ISC de todas a
misturas, nas energias normal, intermediária, modificada. coproduto KR mostra-se como uma alternativa
viável sob ponto de vista técnico, além de mais
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo principal avaliar as condição da rodovia BA – 447
através de dois métodos do DNIT, normas PRO 006 (2003a) para a Avaliação Objetiva e a Norma
PRO 008 (2003c) para o Levantamento Visual Contínuo. Foi possível então constatar que a BA – 447
possui 89% do pavimento classificado em Regular, Ruim e Péssimo para o LVC (Levantamento
Visual Contínuo), e para a avaliação objetiva esse valor sobe para 97%. Com a avaliação de outros
elementos como drenagem, acostamento, sinalização e geometria da rodovia, foi possível afirmar que
a rodovia possui inúmeros problemas, sendo estes capazes de afetar sua funcionalidade.
Sendo assim, o objetivo desse trabalho é obter Segundo a CNT (2016), com relação ao
um diagnóstico de uma das rodovias da região Estado Geral das rodovias, dos 103.259 km
(BA – 447) por meio de uma avaliação objetiva analisados, o que representa uma amostragem de
da superfície do pavimento e um levantamento cerca de 46,6% das rodovias pavimentadas, 12%
visual contínuo com análises normatizadas pelo estão em Ótimas condições, 30% em estado
DNIT, fazendo também um comparativo entre os Bom, 35% em estado Regular, 17% em estado
métodos, bem como avaliação de outros Ruim e somente 6% em Péssimo estado.
elementos como drenagem, acostamento,
sinalização e geometria da rodovia. 2.2 Condições das rodovias da região Oeste da
Bahia
0%
Figura 3. Conceitos dos segmentos da via obtidos pela
11% avaliação objetiva.
ÓTIMO
36% BOM
22% REGULAR 300
RUIM
100
Semelhante ao que é apresentado para o LVC,
80 Ruim a condição do pavimento para os trechos,
60 basicamente é classificado entre Péssimo e
40 Ruim.
Ótimo/Bom/Regular A correlação das Trilhas de Roda Externa e
20
Interna é importante de ser avaliada, uma vez que
0
0 5 10 15 20 25 30 35
para todos o segmentos o valor médio para a
Segmentos externa é sempre superior a da interna. Como
Figura 2. Faixas de conceito de degradação do pavimento
pode ser visto na Figura 5.
em função do IGGE por segmento. 40
Média Trilha de Roda (mm)
35
4.2 Avaliação Objetiva da BA-447 30 EXTERNA
25 INTERNA
Após o levantamento de campo e realização dos 20
cálculos, obteve-se o conceito de degradação do
15
pavimento em função do IGG – Índice de
10
Gravidade Global, para cada segmento, bem
5
como sua média das trilhas de roda e sua
variância. A Figura 3 apresenta o resultado da 0
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34
avaliação, assim como também é possível Segmento
constatar na Figura 4, a distribuição dos Figura 5. Média da trilha de roda por segmento.
13,9%
30,6% 30,6% 36,1%
25,0% 61,1%
30,6%
61,1%
27,8%
22,2%
8,3% 25,0%
2,8% 5,6% 8,3% 11,1%
IGG IGGE ICPF IES
RESUMO: Esta pesquisa objetiva o estudo da mistura asfáltica densa produzida com basalto obtido
no norte do Tocantins, pela caracterização do agregado, estudo de dosagem Marshall, compactação
das misturas e realização do ensaio de resistência à tração (RT). O basalto e o ligante apresentaram
valores aceitáveis. A mistura apresentou boa densidade, Volume de Vazios, Volume de Agregado
Mineral, Relação Betume-Vazio, Estabilidade e Fluência. O Teor de Projeto foi de 5,7%, e a RT de
0,95MPa, valor aceitável pelo DNIT para uso em rodovias. Conclui-se que, para a Faixa C, o uso da
mistura como revestimento asfáltico é satisfatório no quesito mecânico.
Todos os ensaios foram realizados no 147°C e as temperaturas de mistura adotadas
Laboratório de Infraestrutura e Materiais de foram de 170°C para o agregado e 160°C para o
Construção Civil da Universidade Federal do ligante, respeitando a variação mínima de 10ºC
Tocantins e no Laboratório de Materiais e entre o ligante e o agregado.
Estruturas do Centro Universitário Luterano de Para se obter o teor de projeto de ligante
Palmas. asfáltico (TP) fez-se uso de somente dois
O basalto foi caracterizado em relação aos parâmetros volumétricos, Volume de Vazios
diversos ensaios básicos normatizados e (Vv) e Relação Betume-Vazios (RBV), portanto
largamente conhecidos. Já o ligante asfáltico foram moldados cinco grupos de corpos de prova
escolhido para este estudo foi o CAP 50-70 tendo (CP) de acordo com a norma DNER-ME 043/95,
sua caracterização fornecida pela empresa cada grupo contendo três CP. Para o primeiro
Nacional Asfaltos, atendendo a Especificação grupo foi utilizado um teor de asfalto (T, em %),
ANP – Resolução nº 19, de 11 de julho de 2005. os outros grupos possuem teores acima e abaixo
(T±0,5% e T±1%).
2.1 Dosagem de Misturas Asfálticas Após resfriamento e desmoldagem dos CP,
obteve-se para cada CP as dimensões (diâmetro-
O processo de dosagem das misturas asfálticas ɮ e altura-h), massa seca (Ms) e submersa em
na metodologia Marshall foi realizado água (Mssub). Com esses valores, é possível obter
basicamente em quatro etapas, após a escolha e a massa específica aparente (Gmb), que em
caracterização dos materiais empregados na comparação com a massa específica máxima
mistura (agregados e ligantes asfálticos), fez-se teórica (DMT), permite obter as relações
a determinação das percentagens com que o volumétricas típicas da dosagem.
agregado deve contribuir na mistura de modo a Após as medidas volumétricas, a estabilidade
atender as especificações com relação à e a fluência foram determinadas conforme
granulometria. especificado na norma DNER ME 043/95. Com
Para o presente estudo optou-se por adotar todos os valores dos parâmetros volumétricos e
apenas concreto betuminoso de misturas densas. mecânicos determinados, são plotadas seis
A faixa granulométrica selecionada está curvas em função do teor de asfalto que são
enquadrada na Faixa C de trabalho do normativo usadas para auxiliar na definição do teor de
DNIT-ES 031/2006, podendo variar entre o projeto.
mínimo e o máximo estabelecido. Com os cinco valores médios de Vv e RBV
A escolha das granulometrias a serem obtidos nos grupos de CP, onde a partir da
estudadas nesta pesquisa, é realizada com base análise dos resultados, foram então determinados
na metodologia de seleção Superpave. Portanto, quatro teores de CAP (X1, X2, X3 e X4). O teor
com base nesta metodologia, as curvas de projeto foi selecionado tomando a média dos
granulométricas utilizadas neste estudo foram dois teores centrais, ou seja, TP = (X2 + X3)/2.
determinadas passando abaixo da zona de
restrição (BZR), os limites da Faixa C para 2.4 Caracterização Mecânica das Misturas
camada de rolamento do DNIT, não obedece aos Asfálticas
conceitos empregados da metodologia
Superpave, ultrapassando alguns pontos de O comportamento mecânico das misturas foi
controle. avaliado por meio do ensaios de resistência à
A terceira etapa é a determinação do teor tração por compressão diametral (RT) em 3
ótimo de ligante, ou de uma faixa ótima. Por fim, corpos de prova cilíndricos a 25°C segundo a
a última etapa é a comparação dos parâmetros norma DNER-ME 136/2010.
físicos da mistura com os valores constantes nas
especificações. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A escolha das temperaturas de mistura e de
compactação foi feita a partir da curva 3.1 Caracterização do Agegado Basáltico
viscosidade-compactação do CAP. A A Figura 1 apresenta as curvas granulométricas
temperatura de compactação utilizada foi de obtidas para o agregado basalto. Analisando o
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este trabalho apresenta um estudo de um solo, com objetivo de avaliar seu
comportamento no estado natural e quando misturado com fragmentos de borracha de pneus
descartados e cal, para fins de uso em pavimentação. Para tanto, foram pesquisadas três misturas de
solo, cal e fragmentos de borracha, as quais foram submetidas a ensaios de caracterização física,
Compactação, CBR e Resistência à compressão simples. Os resultados indicam que o solo analisado
atende as exigências das especificações do Manual de Pavimentação (DNIT, 2006) para uso em
camada de sub-base ou reforço do subleito quando estabilizado nas proporções estabelecidas na
pesquisa.
por incorporar a borracha é dar finalidade útil a No trabalho realizado por Guérios (2013), foi
esse tipo de rejeito, que é descartado de forma estudado o melhoramento do solo com adição de
inapropriada na natureza, causando danos cal hidratada para uso em pavimento urbano. Foi
ambientais e contribuindo para proliferação de utilizado proporções de 2, 5 e 10% de cal em
insetos transmissores de doenças. relação ao solo. Utilizou-se da energia normal
para compactação. O autor observou um
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA aumento gradual do teor da umidade ótimo e
diminuição do peso específico aparente seco,
Chrusciak (2013) realizando ensaio de com o aumento do teor de cal, conforme Figura
compactação com mistura de borracha e solo 3.
argiloso, em proporções diversas, constatou uma
diminuição no peso específico seco máximo das
misturas, com o aumento do teor de borracha e
pouca variação da umidade ótima. A Figura 1
mostra os resultados obtidos pela autora:
Figura 2. Curvas de compactação do solo natural e com Figura 4. Evolução do ISC com o teor da cal. ( Fonte:
borracha. (Fonte: Andrade e Pereira, 2012). Araújo A. F, 2009).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Bordignon V. R. (2015) analisou os efeitos da
adição da cal para a estabilização de um solo O solo utilizado foi coletado no interior do
sedimentar e concluiu que o solo com adição de Campus Paricarana da Universidade Federal de
3% de cal apresentou CBR 11% superior ao do Roraima – UFRR. O método para a retirada do
solo natural. Com a adição de 6%, 8% e 16% de material seguiu os critérios prescritos na NBR
cal os acréscimos de CBR foram, 9604 (ABNT, 2016).
respectivamente de, 226%, 908% e 1285%. A Na execução dos ensaios em laboratório
utilizou-se a cal hidratada, adquirida no
Figura 6 mostra a evolução do CBR do solo em
comércio local de Boa Vista – Roraima. A cal
função do teor de cal aplicado. apresentou na sua composição básica, hidróxido
de cálcio e teor de magnésio acima de 28%, que
a classifica como uma cal magnesiana.
Os resíduos de borracha de pneu, conforme
mostrado na Figura 8, foram obtidos junto a uma
empresa privada que atua na região no mercado
de reaproveitamento de pneus inservíveis.
CBR(%)
ser usado para base e sub-base de pavimentos. 20
Com base na curva granulométrica o solo 10
estudado foi caracterizado como desuniforme e
bem graduado, com a seguinte composição: 0
Pedregulho (7,6 – 4,8 mm) - 0%; Areia (4,8 – solo 5%Cal3% 10%Cal3% 10%Cal5%
Borracha Borracha Borracha
0,05 mm) – 80%; Silte (0,05 – 0,005 mm) – 18%
e Argila (0,005 – 0 mm) – 2%.
Figura 13. Resultado obtido no ensaio de CBR.
Quanto a classificação do solo, pelo Sistema
Unificado, o solo foi classificado com SW (areia
Na Tabela 2 são apresentados os valores
bem graduada, com mais de 80% da fração
obtidos para resistência à compressão simples
areia), e pelo sistema HRB como A4, portanto,
(RCS) para todas as misturas.
siltoso e para uso em camada de pavimentos
precisaria de ser estabilizado. Tabela 2. Resultado do ensaio de RCS.
A classificação resiliente do solo com os Compressão Média
valores de 8% do CBR e percentacem de silte de Idade Teores
(MPa) (MPa)
41,7%, revelou um solo do tipo II. Esse tipo de 5% Cal 3%
1.46
solo tem comportamento regular como subleito e 1.47 1.52
Borracha
1.62
reforço do subleito. A Figura 12 apresenta o
2.02
resultado dos ensaios de compactação. 10% Cal 3%
1.77 1.86
Borracha
1.78
7
16,00 1.76
3%B 10% Cal 5%
Peso especifico aparente
15,00
3%B 1.20
14,50 10%C Solo 1.24 1.24
14,00 5%B 1.27
13,50 10%C 1.77
5% Cal 3%
13,00
1.89 1.82
Solo Borracha
8,00% 13,00% 18,00% 1.80
Umidade (%) 2.04
10% Cal 3%
2.20 2.13
Borracha
Figura 12. Resultados de compactação. 2.13
14
1.94
10% Cal 5%
A cal e a borracha têm peso específico menor 2.01 1.97
Borracha
que o solo, fato que justifica a diminuição do 1.98
1.58
peso específico seco da mistura solo-cal- Solo 1.51 1.48
borracha em relação ao solo no estado natural. 1.36
2,00 Borracha
comparados com o valor de CBR do solo natural.
1,80 10% Cal e 3%
Borracha A resistência à compressão simples aumenta,
em função do acréscimo do teor de cal e
(MPa)
Elásticas (TSCE) é a mais utilizada para análise camadas estruturais do pavimento através de
estrutural, a fim de determinar os esforços dados de bacias de deformação. Este processo é
solicitantes que serão empregados em modelos uma excelente opção quando não é possível a
mecanísticos-empíricos de fadiga e de avaliação destrutiva e coleta de amostras no local
deformação permanente. (BERNUCCI, 2008). Segundo Pereira (2007) a
O método de dimensionamento da AASHTO retroanálise permite a avaliação estrutural do
(AASHTO, 2008) é um exemplo da metodologia pavimento, dimensionamento de reforço ou a
mecanística-empírica em que as respostas determinação da vida útil.
estruturais são calculadas por um programa de Tendo-se o conhecimento da carga externa
camadas elásticas (JULEA), onde os resultados aplicada para a qual foi obtida e, conhecendo-se
(tensões, deformações e deflexões) são utilizadas os tipos de materiais presentes em cada camada e
em modelos mecanicistas, calibrados suas espessuras, é possível inferir os módulos de
empiricamente, de degradação dos pavimentos elasticidade a partir das deflexões obtidas. Esta
para previsão da vida útil de projeto. especificação é feita considerando-se uma
,. Para tal, os principais parâmetros necessários determinada combinação de módulos das
são o Módulo de Resiliência (MR) e o camadas de modo a fazer coincidirem a bacia
Coeficiente de Poisson. teórica calculada e a bacia de campo determinada.
O MR, que define a relação entre as tensões e Esta última pode ser obtida a partir de ensaios
as deformações nas camadas do pavimento, pode não-destrutivos, utilizando-se equipamentos
ser obtido de duas maneiras: em laboratório, por como a viga Benkelman, universalmente usada,
meio de ensaios triaxiais cíclicos; e ou o FWD, instrumento capaz de obter
analiticamente, através da retroanálise. A determinações mais precisas (MACÊDO, 1996;
metodologia de retroanálise trata-se de um ALBERNAZ, 1997; VILLELA E MARCON,
procedimento de obtenção dos módulos elásticos 2001; NÓBREGA, 2003).
das camadas do pavimento e do subleito. No Os métodos utilizados atualmente para realizar
processo, é necessário obter as bacias a retroanálise são os métodos simplificados e
deflectométricas sob a superfície do pavimento, iterativos. Os métodos simplificados visam
através de um processo não-destrutivo, não determinar o módulo do pavimento e do subleito,
havendo necessidade deretirar material do enquanto os iterativos visam estabelecer os
pavimento. módulos das camadas do pavimento
Considerando a importância de conhecer os individualmente.
MR das camadas de um pavimento em uso, este De acordo com Nóbrega (2003), os métodos
trabalho tem como objetivo principal o estudo e iterativos têm por finalidade determinar as
caracterização das camadas do pavimento em características elásticas e geométricas de cada
segmentos da rodovia BR-040, visando a camada do pavimento, exercendo para esse fim
obtenção deste parâmetro a partir de bancos de uma comparação das bacias deflectométricas,
dados de bacias deflectométricas medidas com obtidas em campo, e a teórica definida pelo
deflectômetro de impacto do tipo Falling Weight programa, até o momento em que as deflexões
Deflectometer (FWD). teóricas sejam as mesmas ou próximas das
obtidas em campo, sendo sua aceitação realizada
por meio de um erro admissível, definido antes
2 REFERENCIAL TEÓRICO do início das iterações.
Dentre os métodos iterativos empregados na
atualidade tem-se o software BAKFAA,
2.1 Retroanálise
desenvolvido pela Federal Aviation
Administration, sua última versão disponível é a
A retroanálise é um método que permite a 2.0, atualizada em 2013. O programa permite
inferência dos módulos de elasticidade das automatização de retroanálise dos pavimentos,
gerando valores de módulo de resiliência a partir
de iterações com dados inferidos de módulo de 3.2 Estudo de Retroanálise
resiliência que devem ser inseridos anteriormente
no programa. Este programa apresenta apenas Dentre os softwares de retroanálise utilizados
uma página gráfica em Windows que contém atualmente, adotou-se o programaFAA
todas as informações necessárias para Backcalculation (BAKFAA), versão 2.0, do
retroanálise. órgão aeronáutico dos Estados Unidos (EUA),
Federal Aviation Administration (FAA), devido à
3 METODOLOGIA interface amigável dos dados fornecidos. De
acordo com Bertão (2015) a interface do
3.1 Local de estudo programa BAKFAA necessita dos seguintes
dados:
O estudo foi realizado na BR-040 (Figura 1), • As espessuras das camadas;
especificamente no trecho de concessão da Via • Os coeficientes de Poisson adotados para cada
040, que compreende 936,8 km da rodovia, entre estrutura;
as cidades de Brasília/DF e Juiz de Fora/MG. • As distâncias adotadas para a leitura;
• A bacia obtida em campo (FWD);
• Carregamento;
• Aderência ou não entre as camadas.
Empírico de Pavimentos Flexíveis), desenvolvido
por Felipe Franco em 2007. O programa é
específico para cálculo de tensões, deformações e
deslocamentos. Segundo Franco (2007) o
programa AEMC processa os cálculos
semelhante ao programa JULEA (Jacob Uzan
Layered Elastic Analysis) desenvolvida por Uzan
em 1978, que utiliza a solução de Burmister para
a obtenção dos resultados.
A Figura 2 ilustra o fluxograma das etapas
adotadas.
Tabela 2. Unidade de amostragem 2. Tabela 7. Unidade de amostragem 7.
MR (MPa) MR (MPa)
UA 02 UA 07 SUB-
CA BASE SUBLEITO CA BASE REFORÇO SUBLEITO
BASE
B1 3219 493 572 B1 3250 1026 635 308 551
B2 2943 451 523 B2 3254 996 616 299 535
B3 3062 469 545 B3 3315 1046 648 315 562
MÉDIA 3075 471 547 B4 3343 1052 654 320 563
B5 3235 988 597 284 532
B6 3282 1033 645 308 558
Tabela 3. Unidade de amostragem 3. MÉDIA 3280 1024 633 306 550
MR (MPa)
UA 03 BAS SUB- SUBLEIT
CA
E BASE O Ao analisar os pavimentos das diferentes
B1 7477 566 226 247 unidades de amostragem, cerca de 60% dos
B2 7703 583 233 254 valores de MR das CA apresentaram valores
B3 7043 533 213 232 dentro da faixa usual, que varia de 3000 a 3500
B4 7627 577 231 252
MPa para misturas com o CAP 50/70, faixa C do
B5 7780 589 235 257
MÉDIA 7526 570 228 248
DNIT, conforme cita Soares et al., 2000. Sendo
que duas UA apresentaram valores elevados em
Tabela 4. Unidade de amostragem 4. relação ao usual e uma um valor inferior a essa
MR (MPa) faixa.
UA 04 SUBLEIT Ressalta-se o valor médio de MR encontrado
CA BASE
O para a camada de revestimento da UA6, que
B1 3899 411 229 apresenta um baixo valor em relação aos valores
B2 3601 380 211 das demais CA, 1530 Mpa., por outro lado,
B3 3637 384 213
B4 3325 351 195
apresenta a maior espessura de capa, 18
B5 3530 372 207 centímetros. A UA3, em seu revestimento, exibe
MÉDIA 3598 380 211 o maior valor de MR, 7526 MPa, com apenas 5
centímetros de espessura. Acredita-se que,
Tabela 5. Unidade de amostragem 5. portanto, a UA3 atende bem as solicitações de
MR (MPa) tráfego e apresenta sua estrutura em condições
UA 05 adequadas ao ponto em que está localizada, o que
CA BASE SUBLEITO
B1 3079 230 233 talvez não seja possível observar na UA6.
B2 3048 227 231 Para uma melhor explicação dos resultados de
B3 3048 227 231 MR alcançados, sugere-se uma análise visual
MÉDIA 3058 228 232 dessas UA para verificar o estado de trincamento
do pavimento analisado, que não é previsto no
Tabela 6. Unidade de amostragem 6. modelo de retroanálise. Uma vez que, este tende a
MR (MPa) diminuir o módulo do revestimento no ajuste das
UA 06 SUB-
CA BASE SUBLEITO bacias deflectométricas para os pontos em que
BASE
B1 1565 183 160 319
esta camada se encontra danificada.
B2 1581 185 161 322 No que diz respeito às camadas granulares,
B3 1322 155 135 269 percebe-se que três dos MR médio da base das
B4 1417 166 145 289 UA encontram-se acima da faixa de valores
B5 1550 181 158 316 esperados para camadas granulares, que varia
B6 1742 193 166 339 entre 100 e 400 MPa (Bernucci et al. 2008). Por
MÉDIA 1530 177 154 309 outro lado, apenas um dos módulos das camadas
de sub-base obtidos, apresenta valor bastante
superior ao esperado, caso da UA7.
Verificou-se nessa pesquisa que, o subleito que elas podem exercer sobre a estrutura do
fornece valores de módulos de resiliência na faixa pavimento.
de 210 a 550 MPa, sendo que os valores mais
frequentes estão no intervalo de 100 a 200 MPa,
apresentando, assim, valores acima do esperado. REFERÊNCIAS
Uma discrepância observada foi em relação a
ASHTO. Guide for Design of Pavement Structures. .
UA1, UA2, UA6 e a UA7 que proporcionaram
Washington, D.C.: American Association of State
valores de módulos do subleito maiores que os Highway and Transportation Officials. , 1993
valores encontrados para a base e a sub-base, AASHTO. Mechanistic-Empirical Pavement Design Guide:
diferente do que se espera, uma vez que os MR A Manual of Practice. [S.l: s.n.], 2008. Disponível em:
tendem a se apresentarem de maneira decrescente <https://bookstore.transportation.org/item_details.aspx?ID=
1249>.
em relação às camadas da estrutura do pavimento.
Albernaz, C.A.V. (1997). COPPE/UFRJ Método
Uma possível explicação para essa ocorrência é Simplificado de Retroanálise de Módulos de Resiliência
em relação as bacias de deflexões obtidas nesses de Pavimentos Flexíveis a Partir da Bacia de Deflexão.
trechos, que se apresentaram mais elevadas Tese de Mestrado, Rio de Janeiro, RJ.
comparando as demais UA. Assim, acredita-se Bernucci, L. B. et al. Pavimentação Asfáltica: Formação
Básica para Engenheiros. 3. ed. Rio de Janeiro: Abeda,
que a rigidez do subleito, nessas unidades, esteja
2008.
acima da rigidez das camadas granulares do Bertão, N. B. (2015). Estudo comparativo entre o módulo
pavimento, o que traduz em um módulo mais de resiliência obtido em laboratório e o inferido através
elevado. da retroanálise. TCC (Graduação) - Curso de
Na etapa de validação dos resultados obtidos Engenharia Civil, Centro de Tecnologia, Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria, 59 p.
comparando as bacias de deflexões obtidas em
Franco, F.A.C.P. (2007). Método de dimensionamento
retroanálise com as deflexões encontradas pelo mecanístico-empírico de pavimentos asfálticos –
AEMC, foi constatada que as deflexões obtidas SisPav. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro:
em campo eram semelhantes às do software, Coppe/UFRJ.
apresentando uma variação insignificante entre Macêdo, J.A.G. (1996). Interpretação de Ensaios
Deflectométricos para Avaliação Estrutural de
elas.
Pavimentos Flexíveis. Tese de Doutorado,
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.
Nóbrega, E. S. (2003). Comparação entre métodos de
4 CONCLUSÕES retroanálise em pavimentos asfálticos, Rio de Janeiro.
Pereira, J. M. B. (2007). Um procedimento de retroanálise
para pavimentos flexíveis baseado na teoria do ponto
Por meio da metodologia e do software adotados
inerte e em modelagem matemática. 2007. 938 p.
para a obtenção dos módulos de resiliência, tem- Dissertação de Mestrado Curso de Engenharia de
se que os mesmos apresentaram erros e resultados Transportes, Universidade de São Paulo, São Carlos.
aceitáveis, com relação aos ajustes das bacias de Silva, R. C.; Júnior, J. G. S.; Costa, D. P. (2016).
deflexão, e aos valores de MR encontrados Desempenho funcional e estrutural de pavimentos
flexíveis. 45ª Reunião Anual de Pavimentação, Brasília.
Na interpretação dos valores dos MR Soares, J.B.; Motta, L.M.; Soares, R.F. (2000). Análise de
encontrados, a retroanálise, de maneira geral, bacias deflectométricas para o controle de construção
apresentou alguns resultados não coerentes com o de pavimentos asfálticos. In: Congresso de Pesquisa e
esperado, ou seja, valores de MR considerados Ensino em Transportes, 14., Gramado. Anais. Gramado:
padrões para o tipo de material empregado, ANPET.
Uzan, J. (1978). JULEA - Jacob Uzan Layered Elastic
embora a maioria tenha se enquadrado dentro do Analysis. U.S.A.
esperado para este parâmetro. Villela, A. R. A.; Marcon, A. F. (2001). Avaliação
Ao final desse artigo, pôde-se compreender estrutural de pavimentos utilizando um método
melhor a respeito da resistência que cada camada simplificado de retroanálise – Retran-2CL. In: Reunião
apresenta, e consequentemente entender sobre Anual de Pavimentação, 33., Florianópolis. Anais. 33p.
suas possíveis propriedades mecânicas, além de
fornecer melhor interpretação do comportamento
Influência de Resíduos de Construção e Demolição em um Solo
Argiloso para Pavimentação
Eclesielter Batista Moreira
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Brasil, eclesielter_ebm@hotmail.com
Alexandre Cardoso
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Brasil, alexandrecardosomj@gmail.com
concreto de alta resistência, concreto
protendido, etc. (LIMA, 1999; LEITE 2001).
O setor público é o grande consumidor de
agregados para pavimentação, com um
consumo de cerca de 50 milhões de toneladas
por ano. Nesse total se incluem os agregados
utilizados para infraestrutura urbana. Esse setor,
no entanto, não pode consumir toda a produção
potencial de agregados de RCD reciclados,
tanto no Brasil quanto na Europa, onde se
estima que a pavimentação seja capaz de Figura 1. Localização do local da coleta do solo. Fonte:
absorver em torno de 50% da massa total do Google Earth, 2014.
RCD (JOHN, et al., 2006). Destaca-se também
a utilização crescente de resíduo de construção Foi escolhido a terceira camada da formação
civil em locais onde são ausentes agregados de Guabirotuba, o qual é composto por 35,5% de
origem pétrea, como forma de reduzir os argila (< 0,002 mm), 39,5% de silte (0,002 a
problemas ambientais de disposição destes 0,075 mm) e 25% de areia fina (0,074 a 0,42
resíduos (FERNANDES, 2004). mm). A umidade higroscópica encontrada do
Em qualquer técnica de aproveitamento de solo in situ é próxima a 40%.
materiais oriundos de reciclagem é fundamental Mostra-se na Tabela 1 as propriedades
a realização de estudos preliminares, físicas do solo. Foram realizados ensaios para
contemplando principalmente aspectos da determinar os limites de liquidez e plasticidade,
geometria do pavimento, à natureza e modos o solo apresenta um limite de liquidez alto
em que se realizará a manutenção necessária (53,1%), tanto o índice de plasticidade índica
durante o período de vida útil do pavimento, a que a argila é altamente plástica com 21,3%
caracterização dos materiais reciclados, a (IP>15) como mostrado na Tabela 1. A partir da
espessura de intervenção utilizada como base e granulometria e do resultado dos índices físicos,
a delimitação de teores da mistura final dos foi realizado a classificação do solo, segundo o
materiais a aplicar para o tipo de pavimento. Sistema Unificado de Classificação de Solos -
(MOREIRA, 2005). Dessa forma, esse estudo SUCS- o solo é classificado como um silte
delimita tais aspectos para a utilização de RCC argiloso, e segundo o Sistema de Classificação
em solos argilosos em construção de bases e HRB o solo é A-7-6, um solo argiloso.
sub-bases para pavimentos.
Tabela 1. Propriedades físicas do solo.
Valores
2 PROGRAMA EXPERIMENTAL Propriedades Físicas
Médios
Peso especifico real dos grãos, Gs 2,71
2.1 Materiais
Areia fina 25%
2.1.1 Solo Silte 39,5%
Argila 35,5%
O solo utilizado para o estudo foi coletado Limite de liquidez, LL 53,1%
em uma obra próximo à cidade de Curitiba, no 31,8%
Limite de plasticidade, LP
município de Fazenda Rio Grande-PR em um
Índice de plasticidade, IP 21,3%
local de construção de casas populares com
localização geográfica 25°41'03.9"S e
49°18'32.5"W, mostra-se na Figura 1 o local de 2.1.2 RCD
coleta do solo.
O resíduo de construção e demolição (RCD)
utilizado foi coletado na usina de reciclagem da
cidade de Almirante Tamandaré, Região
metropolitana de Curitiba, conforme é mostrado
na Figura 2. O tipo de resíduo escolhido foi
2.2 Métodos
2.2.1 Ensaios de pH
70
% Passante
6
60 5
50
40
4
30 3
20 0 1 2 3 4
10 Mistura
0 Figura 4. Variação do pH com as diferentes misturas de
0,00 0,01 0,10 1,00 10,00 100,00 RCD.
Diâmetro (mm)
Figura 3. Curva Granulométrica do RCD Observa-se que, com o aumento do teor de
RCD, o pH do solo aumenta se tornando neutro
A Tabela 2, mostra algumas propriedades do com M1 e básico a partir de M2.
RCD coletado.
2.2.2 Dosagem das misturas
Tabela 2. Propriedade do RCD.
Fonte: USIPAR, 2003. Foi realizado uma estabilização
Pedrisco Areia
Propriedade Valores Propriedade Valores granulométrica para determinar o teor ótimo da
Sulfatos < 1% Sulfatos < 1% mistura do solo com RCD e tendo em
Teor de fragmentos à base de > 90% Teor de combinantes > 3%
cimento e rocha consideração diferentes pesquisas sobre reforço
Cloretos < 1% Cloretos < 1% de solos com RCD, definiu-se para o presente
Materiais não minerais < 2% Materiais não minerais < 2%
Absorção de água < 8% Absorção de água < 13 % estudo 4 teores de RCD. Para facilitar o estudo
Torrões de argila < 2% Torrões de argila < 2% adotou-se as nomenclaturas solo, M1, M2, M3 e
Teor máximo de material < 10% Teor máximo de material < 13%
passante na malha 75ȝm passante na malha 75ȝm
M4 de acordo com a Tabela 3.
Densidade natural Kg/m
3 1.384 Densidade natural 1.323
3
Kg/m
15,5
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
RESUMO: Esta pesquisa apresenta as características Marshall de uma mistura asfáltica tipo AAUQ
fabricada com areia, CAP 50-70 e cimento. A caracterização física da areia mostrou, massa
específica de 25,6 kN/m3, equivalente de areia de 95,67% e ótima adesividade. O teor de ligante
asfaltico de projeto foi de 8% e a mistura ideal apresentou: estabilidade de 4,68 kN, fluência de
3,48mm, volume de vazios de 7,95%, relação betume/vazios de 67,60%. Todos os valores
satisfazendo a ES 032:2005 DNIT. Desgaste Cântabro de 0,20% mostra grande poder coesivo das
amostras. A mistura AAUQ é, portanto, viável para rodovias de baixo volume de tráfego.
mitigação dos danos ambientais. metodologia Marshall, havendo tendência de
em breve, com o aparelhamento dos
laboratórios, que seja adotada a metodologia
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Superpave para dosar misturas asfálticas. Ela
introduz mudanças na confecção dos corpos de
2.1 Composição das misturas asfálticas prova, determinação da densidade máxima
teórica, dentre outras.
Montanari (2007) conceitua mistura asfáltica Segundo Moizinho (2007), para avaliar o
como sendo, uma combinação de agregados e comportamento mecânico das misturas
ligante betuminoso em proporções adequadas asfálticas são vários os ensaios que podem ser
definidas em laboratório. Os agregados usados, dando destaque aos convencionais
representam mais de 90% em peso da mistura. como: estabilidade, fluência, volume de vazios,
O restante é a contribuição do ligante relação betume vazios, densidade aparente,
betuminoso. Essas misturas podem ser resistência à tração, módulo de resiliência,
realizadas a frio ou a quente. fádiga, deformação permanente, dentre outros.
Marques (2001) acrescenta também que o
agregado representa entre 70% a 75% em 2.3 Mistura areia-asfalto
volume e 90% a 95% em peso, sendo
responsável pela capacidade de suporte de carga A areia asfalto é uma mistura betuminosa,
dos resvestimentos, influenciando assim o usada para construção de bases ou
desempenho dos pavimentos. revestimentos, produzida com uso de agregado
Uma dosagem de mistura asfáltica, visa, miúdo, com ou sem fíler, e asfalto. Como outros
entre outros objetivos, obter uma mistura revestimentos asfálticos, podem ser produzidas
adequadamente trabalhável, pouco suscetível à a quente, utilizando cimento asfáltico, ou a frio,
fissuração por fadiga, com baixa deformação com a utilização de emulsões asfálticas ou
permanente e estável a ação de cargas estáticas asfaltos diluídos.
ou móveis (Balbo, 2007).
2.3.1 Areia-asfalto usinada à quente (AAUQ)
2.2 Propriedades mecânicas das misturas
asfálticas Areia-asfalto usinada à quente é uma mistura
executada em usina apropriada, com
A caracterização das misturas requer um características específicas, composta de areia
balanço apropriado entre rigor e praticidade, (agregado miúdo), material de enchimento
uma vez que nem todas as variáveis podem ser (filer) se necessário, e cimento asfáltico
consideradas simultaneamente, pelo menos não espalhado e compactado à quente.
no estágio atual de conhecimento. Privilegiam- Em sua fabricação são empregados os CAPs
se então os aspectos considerados de maior 30-45, 50-70 e 85-100 (Balbo, 2007) e
relevância para previsão do comportamento das geralmente o teor de asfalto em misturas dessa
misturas asfálticas em campo. natureza encontra-se entre 6 a 12% (em peso).
Segundo Moizinho (2007), para as misturas No Brazil, o uso de misturas AAUQ tem
asfálticas, as dosagens Marshall, Hveem e registro por volta da década de 1950, só nos
Superpave são as mais aplicadas para últimos anos algumas pesquisas têm sido
determinação do teor de projeto, visando obter realizadas para incentivar seu emprego na
misturas resistentes principalmente a construção de revestimentos e bases de
deformação permanente e fadiga. No Brasil, a pavimentos, principalmente em regiões com
dosagem Marshall ainda é a mais aplicada, carência de agregados pétreos, como é o caso
principalmente no meio técnico. do Nordeste e Norte do país.
Ainda segundo Moizinho (2007), estudos Embora a AAUQ tenha durabilidade inferior
têm mostrado que a dosagem Superpave, à obtida em misturas de concreto betuminoso
produz misturas asfálticas com desempenho usinado à quente (CBUQ), apresenta
mecânico superior às fabricadas usando a comportamento satisfatório quando empregada
RESUMO: O trabalho tem como função analisar o Índice de Suporte Califórnia (ISC) e a sua
expansão através dos ensaios de ISC da mistura do solo laterítico de Brasília, coletado no campus da
Universidade Católica de Brasília – DF, e vidro, coletado em obras, onde esses não aproveitavam
mais o restante desse resíduo. O objetivo é fazer um comparativo das misturas e analisar a melhora
em que elas tiveram em relação ao solo.
agravante se dá por conta da grande geração de solo laterítico quando misturado com resíduos de
resíduos e, consequentemente, a falta de lugar vidro.
para dispor esses resíduos contribuem para um
ambiente mais poluído e prejudicial à saúde.
Logo, torna-se necessário a reutilização de
2. METODOLOGIA
materiais que estejam em prol ao
desenvolvimento sustentável.
O vidro é uma mistura de matérias-primas O solo laterítico, que foi coletado, foi necessário
naturais e a civilização usa esse tipo de material passar pelo processo de destorroamento. Após
para diversas maneiras no dia a dia e, com o destorroado, o material trabalhado passante na
passar dos anos, esse tipo de resíduo vem peneira de número 10 passou por um processo de
aumentando sua gama de utilidades. Apesar de caracterização. Já para o vidro, o material foi
não ser um material tão usual como o PET levado para britadeira e, na mesma situação do
(Politereftalato de etileno), é um material que solo, que fosse passante na mesma peneira. Para
demora muito a se decompor, logo, esse tipo de a caracterização, foi necessário seguir as normas
resíduo tem uma difícil disposição. Portanto, NBR 7181/84 – Análise Granulométrica, NBR
para esta pesquisa estudou-se a adição do vidro, 6508/84 – Massa Específica dos grãos, NBR
material com alto tempo de decomposição no 7190/2016 – Limite de Plasticidade e NBR
meio ambiente e consequentemente de grande 6459/2016 Limite de Liquidez.
impacto. Utilizou-se o vidro que foi rejeitado por Para a caracterização do vidro, foi necessário
construtoras e que seria destinado ao descarte fazer a massa específica dos grãos pelo ensaio de
impróprio. Essa foi uma das razões pela qual se Chapman.
optou por esse material. Antes do início dos ensaios de
Há alguns anos atrás, determinados autores caracterização, foi usado uma pá de bico para a
buscaram explorar esse tipo de mistura, retirada do material, como está ilustrado na
procurando diversas proporções de solo e vidro figura 1 abaixo e, em seguida, esse material foi
para serem utilizadas na pavimentação coletado em sacolas plásticas, na figura 2 e
(ARULRAJAH; HORPIBULSUK; DISFANI, levado ao laboratório para fazer o seu
2013, p.3). destorroamento.
O território do Distrito Federal está numa
região de solos altamente intemperizados. Por
isso, utilizou-se o solo laterítico de Brasília. Esse
solo foi coletado de 0,30m a 1,50m, contado a
partir do nível do terreno. Este foi destorroado,
sendo passante pela peneira #10 e, a partir dele,
foi feita a sua caracterização. O resíduo de vidro
foi moído em britadeira afim de cominuí-lo para
a utilização na mistura. Foram adotadas duas
proporções de solo:vidro para ensaios de ISC, Figura 1 - Pá de bico no campo
fazendo um comparativo dos mesmos ensaios,
usando apenas esse mesmo solo.
Diante disso, o objetivo geral deste estudo foi
realizar uma avaliação do desempenho em
conjunto do vidro com o solo em comparativo
somente com o solo para que possam ser
reaproveitados em misturas de sub-bases ou
bases de solo. Além disto, este trabalho visa uma
análise a respeito da viabilidade da utilização do
Figura 2 - Amostras coletadas e levadas ao laboratório
Compactação
100,0 1,8
Solo
seco (g/cm³)
60,0 1,6
Mist
40,0 1,5 uraI
20,0 1,4
1,3 Mist
0,0
10 13 16 19 22 25 28 31 34 ura
0,0 0,0 0,1 1,0 10,0 100,0
II
Diâmetro das partículas (mm) Umidade (%)
Figura 6 - Gráfico de compactação das amostras
Figura 4 - Análise Granulométrica do solo com
defloculante
7
6 Mist
Pressão (MPa)
ura
100 5
II
80 4
Passante (%)
3 Solo
60
2
40 1
Mist
20 0
uraI
0 5 10 15
0
0,0 0,0 0,1 1,0 10,0 100,0 Penetração (mm)
Diâmetro das partículas (mm) Figura 7 - Gráfico dos ISCs das amostras
4. CONCLUSÕES
As conclusões foram baseadas nos resultados da AIREY, G. D., COLLOP, A.C e THOM, N. H.
compactação, fazendo uma análise das umidades Mechanial Perfomance Of Asphalt Mixtures
Incorporating Slag And Glass Secondary Aggregates.
ótimas, ISC e expansões encontrados das In: 8th CONFERENCE ON ASPHALT
misturas e do solo. PAVEMENTS FOT SOUTHERN AFRICA, 2004.
Para isso, foi necessário a determinação das Anais. África do SUL, volume 1, 2004. P. 1-113.
características do solo, que foi classificado, ARULRAJAH, A. Recycled-Glass Blends in Pavement
segundo a tabela AASHTO, como material Base/Subbase Applications: Laboratory and Field
Evaluation. Journal of Materials in Civil Engineering,
siltoso, fraco a pobre. Esse material não teria Miami, V.1, p. 3-39, 2013.
condições de se sustentar em uma base ou sub- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
base. Logo, a partir da mistura, gerou um TÉCNICAS. NBR 6457: Amostras de solo –
aumento na resistência, permitindo que esses preparação para ensaios de compactação e ensaios de
materiais fossem utilizados em sub-base caracterização. Rio de Janeiro: ABNT, 1986.
asfáltica, através das análises do ISC. NBR 6457 anexo: Determinação do teor de umidade dos
solos. Rio de Janeiro: ABNT, 1986.
O interessante do ensaio é que, apesar do
NBR 6459: Determinação do limite de liquidez. Rio de
vidro ser um material que não cria aderência com Janeiro: ABNT, 2016.
solo, o seu envolvimento foi fundamental para o NBR 6502: Solos e rochas. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
aumento da resistência. Ao misturar o vidro com NBR 6508: Determinação da massa específica de solos.
um solo muito fraco, obteve um aumento do ISC, Rio de Janeiro: ABNT, 1984.
isso aconteceu pelo fato do vidro ser um material NBR 7180: Determinação do limite de plasticidade. Rio
bem mais resistente e causou efeito positivo na de Janeiro: ABNT, 2016.
mistura. Acontece que, a partir do momento que NBR 7181: Análise granulométrica. Rio de Janeiro:
se aumentava muito a quantidade de vidro, por ABNT, 1984.
ser um material que apresenta aderência quase NBR 7182: Ensaio de compactação. Rio de Janeiro:
ABNT, 1986.
nula, passou a não influenciar tanto no ISC. O
NBR 9895: Índice de suporte califórnia. Rio de Janeiro:
vidro aderia muito pouco ao solo, logo, não havia ABNT, 1987.
mais a necessidade de aumentar a sua FÉLIX, G.B. Estudo da incorporação de resíduo
quantidade. Além disso, aumentando a sua polimérico no asfalto. – propriedades físicas. Rio
quantidade, aumentava a dificuldade de realizar Grande do Norte: 2009. 4 p.
os ensaios de compactação e ISC. NAKAMURA, J. Os tipos de revestimentos, o maquinário
Na análise da expansão, não foi verificado necessário e os cuidados na contratação, projeto e
execução. Disponível em:
uma grande mudança, mostrando ainda estar <http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-
dentro do solicitado para ser usado em sub-base tecnicas/16/pavimentacao-asfaltica os-tipos-de-
asfáltica. revestimentos-o-maquinario-necessario-260588-
Logo, as duas misturas mostraram ser 1.aspx>. Acesso em: 9 ago. 2016.
favoráveis para serem usadas em sub-base REIS, N. Impacto do estado das rodovias sobre o custo
operacional dos caminhões. Disponível em:
asfáltica. O que é recomendável para ainda se <http://www.guiadotrc.com.br/truckinfo/Artigos/impa
usar e obter ainda um melhor resultado é o cto_mauestado_rodovias.asp>. Acesso em: 26 out.
destorroamento dos materiais para que passe em 2016.
peneiras ainda com diâmetros menores para
ainda aumentar a precisão dos resultados e fazer
outras análises de estabilidade através das
tensões realizadas na vertical. Entre as misturas,
como não houve um aumento significativo das
resistências, é possível que aumentar a proporção
de vidro não faça tanta diferença na resistência.
REFERÊNCIAS
Patologias em Pavimentos Rígidos – Estudo de Caso na
Mesoregião do Sudoeste Amazonense
Luis Eduardo Correia André
Ministério da Defesa, Brasília, Brasil, luis.correia@defesa.gov.br
RESUMO: Amazônia Setentrional possui regiões de difícil acesso com áreas de floresta densa onde
a presença de brasileiros é um fator indispensável para assegurar a jurisdição do país naquela
região. A obra tratada neste artigo visa contribuir de forma positiva na qualidade de vida através da
melhoria da infraestrutura, beneficiando a população local. Este pesquisa aborda a identificação de
patologias encontradas em uma obra de pavimentação no município de Itamarati no estado do
Amazonas. A obra consiste em pavimento rígido de concreto de cimento Portland com armadura
distribuída descontínua e barras de transferência. Foram observadas patologias de ordem superficial
como desgaste do pavimento e problemas mais severos como fissuras e trincas. O isolamento e o
clima característicos da região são aspectos e interferem na qualidade do pavimento.
corte do leito implantado ou em sobreposição a
este, de camada com espessura variável. Poderá
ou não existir, dependendo das condições do
leito.
5.3
5.2
Alexandre Cardoso
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Brasil, alexandrecardosomj@gmail.com
Daniane Vicentini
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil, vicentini@ufpr.br
na agricultura (PEREIRA, 2012). basalto e possui predominância de argila,
Madalozzo (2008), posteriormente, adicionou estrutura porosa e apresenta altos teores de
o lodo de esgoto caleado e calcinado ao solo da óxidos de ferro (20%) na forma de hematita
região oeste do Paraná, com o intuito de (Fe2O3), características do terceiro planalto
pesquisar o aumento da resistência ao paranaense, típico da região oeste do Paraná.
cisalhamento do solo aditivado. Classificado pedologicamente como latossolo
Conforme Damin et al. (2008), a resistência vermelho distroférrico (EMBRAPA, 1999) e
ao cisalhamento do solo argiloso apresentou um geotecnicamente como A-7 pela TRB e CH pela
acréscimo entre 180 e 500% nas pressões SUCS (CARDOSO et al. 2009).
confinantes sob esforço de 50 kPa e 200 kPa
respectivamente, e uma dosagem ótima em torno 2.1.2 Lodo de esgoto caleado e calcinado (LEC)
de 28,5% em relação ao solo. Além disso, sob a
mesma tensão de 200 kPa, o solo obteve um O material é proveniente da estação de
acréscimo de 75 a 185% de resistência ao tratamento Ouro Verde da cidade de Foz do
cisalhamento levando em conta o tempo de cura Iguaçu/PR. O lodo de esgoto calcinado utilizado
do solo com 17,5% de lodo de esgoto calcinado foi previamente hidratado e seco a uma
(LEC). temperatura de 100ºC.
Segundo Villibor e Nogami (2009), um O solo foi reforçado com LEC, Cal virgem e
pavimento econômico é aquele que utiliza bases Cal hidratada (ALL, ALCV e ALCH). A adição
constituídas de solos locais naturais ou ainda de LEC caleado e calcinado foi de 5%, 10%,
misturas desses solos com agregados e que 15% e 20%. As dosagens foram estabelecidas em
possuam custos menores quando comparadas às relação ao teor ótimo de LEC, em sintonia com
bases tradicionais como: brita-graduada, solo- Cancelier (2013), o qual realizou ensaios de
cimento, macadame hidráulico ou macadame compressão simples no solo da região e obteve
betuminoso. estes resultados de dosagem.
Conforme Wayhs (2004), com recursos .
financeiros escassos e a necessidade de melhorar Em síntese, os reforços utilizados nesse
a qualidade e condições das vias, a pavimentação estudo estão dispostos na Tabela 1.
de estradas com a utilização de materiais
alternativos, mais abundantes e econômicos, Tabela 1. Dosagens das misturas.
torna-se cada vez mais necessária. Nesse Compósito
Teor de Cal Teor de Cal Teor de
contexto, o desenvolvimento sustentável Virgem Hidratada LEC
incentiva a utilização de resíduos, sendo a AL - - -
utilização do lodo de esgoto como aditivo para a ALL-05 - - 5%
estabilização e reforço do solo para bases de
ALL-10 - - 10%
pavimentos de baixo custo uma importante
alternativa do ponto de vista ambiental e ALL-15 - - 15%
econômico. ALL-20 - - 20%
ALCV 4% - -
ALCH - 4% -
2 PROGRAMA EXPERIMENTAL
A Coleta do solo foi realizada de acordo com A classificação geotécnica do solo em estudo
a norma DNER PRO-003/94, no campus da foi realizada aplicando-se o método de
UNIOESTE, localizado na cidade de classificação de solos tropicais conforme norma
Cascavel/PR. O material utilizado neste estudo é DNER CLA-259/96.
um solo residual proveniente da alteração do
2.2.2 Metodologia MCT
11,0 29,06%
48
1,4
10,0 31,45% golpes
9,0 1,4 64
8,0 35,06%
golpes
7,0 1,3 96
6,0 golpes
5,0 1,3
4,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0 34,0 36,0
3,0 Teor de umidade (%)
2,0
1,0 Figura 3. Curvas de compactação
0,0
1 10 100
Número de golpes [n]
A perda por imersão obtida em corpos-de-
prova compactados na umidade ótima foi nula,
ou seja, o solo não apresentou perda de material
Figura 2. Curvas mini-MCV
ao atingir o máximo de massa específica
Percebe-se na Figura 2 retas bem definidas aparente seca.
com inclinações coincidentes até a altura “an” de De acordo com a Figura 4, o solo objeto do
2,00 mm, com uma mudança de direção estudo é classificado pelo método MCT como
tendendo ao ponto de estabilização da uma argila laterítica, ou seja, classificada como
compactação. O coeficiente “c’”, utilizado na um solo LG. Apesar de a classificação indicar
classificação de solos lateríticos, é de uma argila laterítica, a localização revela-se
aproximadamente 2,0. próxima do limite de argila não laterítica.
A Figura 3 retrata as curvas de compactação
2,1
obtidas de acordo com a energia aplicada. O 2,0
coeficiente “d’ é obtido da inclinação da reta 1,9
assimilável da parte retilínea mais inclinada 1,8
1,7 NA NS' NG'
presente no ramo seco da curva de compactação. 1,6
O coeficiente angular obtido, “d” apresentou a 1,5
Índice e'
13 12
ALCH
10 40
10 ALCV
38
ALL-xx
8 7,3 35
5 33 33
I.S.C. [%]
AL
ALCH 30
3
ALL-xx 28
0
5% 10% 15% 20% 25
21 24
23
Dosagem do reforço com LEC
20 22
18 17
15
Figura 5. Mini-CBR com 7 dias de imersão 14 15
15
13 12,4
Os resultados obtidos apontam para o 10
crescimento do CBR com teores superiores a 5% 10% 15% 20% 20% LEC
4% Cal
12,5%, apontando o mesmo comportamento Dosagem do reforço com LEC 28 dias
citado na bibliografia. A tendência de redução do
ISC em solos argilosos reforçados com cal Figura 6. Mini-CBR sem imersão, com 28 dias de cura
somente ocorre quando o corpo-de-prova sofre
imersão, podendo explicar os valores de solo As espessuras das camadas de pavimento
reforçado inferiores à referência (AL). O dispostas na Figura 7, dimensionadas
acréscimo de aproximadamente 29% do ISC considerando uma base de AL, ALL-20 e
com a dosagem de 20% de LEC indica como Macadame Hidráulico, reforço do subleito com
promissor o uso de lodo de esgoto calcinado no AL e subleito com CBR de 7%, apresentaram
reforço de base, mesmo em casos submersos. espessuras distintas. O reforço do solo com LEC
Os resultados exibidos na Figura 5, obtidos promoveu a redução da camada de base em
através do mini-CBR, apontam uma tendência de aproximadamente 20%. Comparando o custo de
acréscimo do ISC em todos os teores de LEC pavimentação entre as bases alternativas e uma
estudados. O máximo do ISC foi obtido com a base de Macadame Hidráulico, o custo de
adição de 20% de LEC, o que resultou em 36% execução por unidade de área apresenta uma
com relação ao solo “in natura”. Os resultados redução de aproximadamente 45% do valor total
indicam o melhoramento das propriedades do da pavimentação.
solo da região, na substituição da base graduada
por base alternativa de solo laterítico.
Os valores de referência do tratamento em
50
4
40
4 4 AGRADECIMENTOS
21 13
30 17
Os autores agradecem o apoio do Programa
20
16 de Pós-Graduação em Engenharia Civil
13 13
10
(PPGEC) da Universidade Tecnológica Federal
10 10 10 do Paraná (UTFPR), ao Programa de Pós-
0 Graduação em Engenharia de Construção Civil
ALL-20 AL Macadame
Cura 28 dias Hidráulico (PPGECC) da Universidade Federal do Paraná
Tipo de base
(UFPR) Campus Curitiba e à Universidade
Figura 7. Espessuras das camadas com base alternativa Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)
campus Cascavel. Também agradecem o apoio
financiero da Coordenação de Aperfeiçoamento
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
estimada em cerca de 0,49 kg/habitante/dia nas estudos similares, sendo esses ensaios de acordo
grandes cidades, o que corresponde a, com as normas ABNT / NBR e DNER (DNIT).
aproximadamente, 31% dos resíduos recolhidos A fim de comparar a eficiência do RCC e
em todo o país. solos utilizados nos dois tipos de pavimentação,
A legislação que regulamenta as atividades sustentável e tradicional, realizou-se, também,
inerentes aos resíduos sólidos no país é a Lei nº ensaios no solo como análise granulométrica,
12.305/10, que institui a Política Nacional de massa específica, limites de liquidez e de
Resíduos Sólidos (PNRS), com orientações a plasticidade, compactação, Índice de Suporte
respeito da prevenção e da redução na geração de Califórnia (CBR), e equivalente de areia. Além
resíduos, por meio do estimulo de hábitos de disso, os ensaios de análise granulométrica,
consumo sustentável e da reciclagem e massa específica, compactação e índice de
reutilização de materiais que possam ser suporte Califórnia (CBR) para a mistura com
reaproveitados e da destinação adequada 50% de cada material (RCC e solo). Nas Figuras
daqueles que não possam mais ser 1, 2 e 3 são mostrados procedimentos utilizados
reaproveitados. durante os estudos em laboratório.
Von Stein (2000) acredita que é uma
preocupação crescente das autoridades
brasileiras e internacionais a geração de grandes
volumes de RCC. Sabe-se que o custo da
disposição de tais resíduos é elevado e, por conta
disso, o setor público tem buscado alternativas
de uso destes materiais.
Bagatini (2011) argumenta que agregados
reciclados de resíduos de construção e demolição
têm sido utilizados com frequência, em maior ou
menor grau, em obras de pavimentação no Brasil
e no mundo, onde uma variedade de tecnologias Figura 1. Secagem do solo para a realização de ensaios.
de gerenciamento e experimentos de
desempenho e eficácia têm se mostrado
ferramentas importantes na discussão de
alternativas ambientalmente corretas aos
modelos tradicionais. No Brasil,
especificamente, o autor relata experiências nas
cidades de São Paulo e Belo Horizonte.
Dentro desse contexto, este trabalho objetiva
verificar se os materiais citados pela resolução
do CONAMA apresentam resultados
satisfatórios, mas também, a intenção de
investigar a viabilidade de uso de RCC, Figura 2. Preparação para os ensaios de equivalente de
individualmente e em misturas com solo, em areia.
sub-base e base de pavimentos, por meio de
ensaios laboratoriais.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Neste item, são apresentados os principais A Tabela 2 apresenta o resumo dos resultados
resultados obtidos neste estudo. Inicialmente, dos principais ensaios realizados somento com o
apresenta-se os resultados executados somente RCC, e as Figuras 6 e 7 apresentam o
com o solo, em seguida somente com o RCC e, comportamento granulométrico e a curva de
posteriormente, os resultados para a mistura compactação para o RCC em questão.
composta por 50% solo e 50% RCC.
Tabela 2. Resultados dos ensaios para o resíduo.
3.1 Resultados para o Solo
Equivalente de areia (%) 87,91
Umidade ótima de compactação (%) 8,70
A Tabela 1 apresenta o resumo dos resultados
Peso específico seco de (kN/m3) 16,31
principais ensaios realizados somento com o
Expansão do solo quando (%) 0,01
solo, e as Figuras 4 e 5 apresentam o
comportamento granulométrico e a curva de ISC (CBR) (%) 44,67
compactação para o solo em questão. Índice de forma - 1,75
.
Tabela 1. Resultados dos ensaios para o solo. 0,0
100
90 16,5
80
70 16,0
60
gd(KN/m3)
50 15,5
40
30 15,0
20
0,0 0,0 1,0 100,0
14,5
Figura 4. Composição granulométrica do solo. 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0
w(%)
Figura 7. Curva de compactação do RCC.
12,7
12,6 3.3 Resultados para a Mistura 50% RCC +
12,5
12,4 50% Solo
gd(KN/m3)
12,3
12,2
12,1 A Tabela 3 apresenta o resumo dos resultados
12,0
11,9 dos principais ensaios realizados para 50% RCC
11,8
11,7 + 50% solo, e as Figuras 8 e 9 apresentam o
11,6 comportamento granulométrico e a curva de
28,0 30,0 32,0 34,0 36,0 38,0 40,0
w(%) compactação para a mistura em questão.
Figura 5. Curva de compactação do solo.
Alexandre Cardoso
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Brasil, alexandrecardosomj@gmail.com
sua aplicabilidade em camadas de pavimentos Vertamatti (1988) apresenta valores de MR
rodoviários. para alguns solos amazônicos, no qual se obteve
As características dos solos lateríticos variam uma variação de 200 a 300MPa para solos
consideravelmente, de acordo com sua arenosos lateríticos com poucos finos. No
composição mineralógica, microestrutura das entanto, tal autor, obteve para alguns solos
partículas, clima da região, rocha-mãe e grau de arenosos finos bem distribuídos que
laterização. Tais características provocam um apresentaram um comportamento coesivo, e
comportamento não linear sob cargas cíclicas possuíam em sua 108 distribuição
deste tipo de material (BISWAL, SAHOO e granulometrica pedregulhos e finos da ordem de
DASH, 2016). 35%, valores de MR de até 800MPa.
A classificação dos solos lateríticos de acordo
com o método MCT agrupa o mesmo em: areia
laterítica quartzosa – LA; solo arenoso laterítico 2 PROGRAMA EXPERIMENTAL
LA’ e solo argiloso laterítico LG’ (FORTES et
al. 2002). Os materiais mais comuns que 2.1 Materiais
compõem os solos lateríticos são quartzo, mica e
feldspato (LYONS, 1971). 2.1.1 Solo
Maragon (2004), orienta sobre a definição de
solo laterítico, pelo Comitê de Solos Tropicais da O solo utilizado para o estudo foi coletado em
Associação Internacional de Mecânica dos Solos uma obra próximo à cidade de Calçoene/AP,
e Engenharia de Fundações (ISSMEF) como norte do Estado do Amapá, conforme ilustrado
aquele que pertence aos horizontes A (camada na Figura 1, a localização da coleta do solo.
mineral com matéria orgânica) e B (apresenta
expressão de cor, estrutura e/ou que possuem
materiais oriundos de transição), de perfis bem
drenados, provenientes da atuação de clima
úmido.
Além dos materiais citados por (LYONS,
1971), é frequente ocorrer em solos superficiais
lateríticos, principalmente em frações de
pedregulhos, a Laterita, constituída por óxidos
hidratados de ferro e de alumínio, tal substância
associa-se frequentemente a magnetita, a
ilmenita, a hematita e ao quartzo. Das
peculiaridades das Lateritas, destacam-se Massa
específica real, variando entre (3,0 a 5,0 g/cm³), Figura 1. Localização da coleta do solo. Fonte: Google
e a resistência mecânica, consideravelmente Earth, 2014.
maior que a do quartzo. A laterita é de difícil
distinção dos torrões de argila (MARAGON, Foi escolhida a camada da formação
2004). imediatamente inferior à camada vegetal, a qual
Diversas áreas do território brasileiro, assim é composta por 59% de pedregulho, 25% de areia
como em países tropicais, possuem um manto de e 16% de silte e argila (< a 0,075 mm). A
solo com características pedogenéticas, ou seja, umidade higroscópica encontrada do solo in situ
estruturados a patir da laterização, fenômeno foi próxima a 24%.
característico de regiões de clima tropical e
intropical (quente e úmido), condicionado pela 2.1.2 Água
lixiviação de bases e sílica produzidos por
hidrólise, acumulação de sesquióxidos de ferro e A água empregada na realização dos ensaios
alumínio e produção de argilo minerais do grupo foi destilada conforme as especificações das
caulinítico (EMBRAPA, 1999). normas, devido estar livre de impurezas e evitar
reações indesejadas.
% Passante
A metodologia de classificação de solos para 60
fins rodoviários, desenvolvida por Nogami e
Villibor (1981, apud DNER, 1996), nomeada 40
como MCT (Miniatura, Compactado, Tropical),
20
indica a classificação dos solos tropicais através
de corpos de prova compactados com dimensões 0
reduzidas, miniaturas, de aproximadamente 50 0,00 0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
mm de diâmetro e altura. Diâmetro (mm)
Pedregulho 59%
2.2.5 Ensaios de Expansão 25%
Areia
Silte 10,5%
O ensaio de expansão foi realizado,
Argila 5,5%
imergindo em água os corpos de provas nos
cilindros Proctor após ensaio de ISC e realizado Limite de liquidez, LL NL
leituras diárias, em um extensômetro acoplado Limite de plasticidade, LP 0%
aos cilindros durante 96 horas, tais valores Índice de plasticidade, IP NP
correspondem a expansão, conforme norma do
DNIT – 172/2016 – ME e DNIT – 160/2012 – De acordo com as caracteristicas apresentada
ME. pelo solo e segundo o Sistema de Classificação
HRB o solo classifica-se como A-1-B,
REFERÊNCIAS
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
No processo de fabricação do aço,
as sobras além de trazerem ganhos
Cada tonelada de aço produzida gera ambientais e mudar o conceito de
594 quilos de resíduos. O Instituto Aço resíduos para o setor, também têm valor
Brasil calcula em 17,7 milhões de econômico. Como exemplos dessas
toneladas o total de resíduos gerados na sobras, tem-se escória de alto-forno,
produção siderúrgica apenas em 2013 carepa, pó de aciaria, lama de alto
(ZAPAROLLI, 2016). Se tudo o que forno, pó de balão, entre outros, que ao
fosse produzido recebesse descarte na invés de serem descartados em aterros,
natureza, geraria um enorme problema ganharam novas utilidades.
ambiental. Mas, diante os benefícios
que as empresas e as próprias utilidades Esses resíduos podem ser utilizados
que esses resíduos podem ter, as como matéria prima e substituir
empresas siderúrgicas desenvolveram materiais que estão escassos na
algumas estratégias para natureza. Segundo o Instituto Aço
reaproveitamento destes. Brasil (2013):
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo analisar a viabilidade técnica de utilizar dois resíduos
da engenharia civil como componentes de base e sub-base de pavimentos asfálticos. Os resíduos
analisados foram Ornamental Stone Residue (OSR) orginado do corte de corte de rochas ornamentais
e o Reclaimed Asphalt Pavement (RAP) ou asfalto fresado. Em um primeiro momento, foi avaliada
a possibilidade de utilizar misturas contendo apenas RAP e OSR. No entanto, essas misturas, quando
compactadas, não apresentaram curvas de compactação com forma e umidade ótima definidas. Sendo
assim, o cascalho laterítico foi incorporado nas misturas de RAP e OSR. Com essas, foram definidas
as condições ideais de compactação e moldados corpos de prova que foram submetidos ao ensaio
triaxial dinâmico. Para interpretação dos resultados em termos de módulo de resiliência, foram
realizadas análises numéricas com o programa Kenlayer. Por fim, concluiu-se que a camada de base
ou sub-base composta pelos três materiais nas dosagens estudadas é viável tecnicamente em virtude
dos valores de módulo de resiliência encontrados.
e denominado Ornamental Stone Residue foram necessárias para adequar esse objetivo à
(OSR). O Brasil é o sexto maior produtor de prática conssagrada em outros países que já usam
rochas ornamentais do mundo (MONTANI, o RAP com maior rotina.
2013). O beneficiamento da pedra passa
basicamente por três etapas e, ao final do 2 MATERIAIS E MÉTODOS
processo, até 30% da massa de um bloco extraído
é transformado em resíduo sólido com Inicialmente, tentou-se utilizar apenas os dois
granulometria fina (BACARJI et al., 2013). resíduos, RAP e OSR, na composição da camada
Atualmente, há iniciativas para o granular. No entanto, no decorrer da pesquisa,
reaproveitamento ou reciclagem de ambos os para melhorar o comportamento das misturas
resíduos, mas a gestão ainda não permite o uso estudadas, optou-se pela adição de cascalho
em larga escala, com reaproveitamento desses laterítico comumente encontrado na região
resíduos, gerando gsatos desnecessários e Centro-Oeste.
impactos ambientais em diferentes localidades O RAP utilizado nesta pesquisa foi doado
do território nacional. O RAP é, em alguns casos, pela SEMOB e, de acordo com informações
reciclado e aplicado como camada de concreto obtidas na coleta, o material foi proveniente da
asfáltico ou camada granular. Nos EUA, desde fresagem de diversas vias urbanas da cidade de
de 2015, mais de 99% do RAP obtido em Goiânia, sendo, portanto, um material
manutenções/restaurações de pavimentos tem heterogêneo. O OSR teve origem em uma
sido reutilizado em obras de pavimentação indústria Região Metropolitana da Grande
(NAPA, 2017), o que significa que estoques Vitória, no município de Serra, ES. Já a jazida do
remanescentes dos anos anteriores têm sido cascalho localiza-se no município de Ouro Verde
consumidos. Esse índice foi possível, pois no estado de Goiás. Esse material foi usado para
diversas normas técnicas e ambientais confecção da base do pavimento da GO-080 e
internacionais premiam o reuso de asfalto estudado por Rocha (2016).
reciclado (COOPELAND, 2011). Só o estado de Inicialmente, foram testadas duas dosagens
Nova Jersey reutiliza cerca de 140 mil toneladas compostas unicamente pelo RAP e OSR. Essas
de RAP por ano em pavimentação, incluindo uso dosagens foram denominadas de 1 e 2.
no revestimento. Também observa-se seu Posteriormente, acrescentou-se o cascalho
aproveitamento no meio urbano como insumo laterítico em dois teores diferentes. Essas
para tapar buracos de pavimentos em estágio dosagens foram denominas de 3 e 4. A Tabela 1
avançado de deterioração. Tal aproveitamento é apresenta os teores definidos para cada dosagem.
feito, atualmente, pela Secretaria Municipal de
Obras de Goiânia (SEMOB). Tabela 1. Dosagens estudadas
O reaproveitamento do OSR é ainda pouco OSR RAP Cascalho
Dosagem 1
visto no cenário brasileiro. O seu uso em 5% 95% 0%
pavimentação urbana e em rodovias é totalmente OSR RAP Cascalho
Dosagem 2
inexplorado. Sendo assim, a maior parte do 10% 90% 0%
resíduo gerado acaba sendo destinada a aterros OSR RAP Cascalho
Dosagem 3
sanitários, ou a áreas exclusivas licenciadas por 5% 50% 45%
cooperativas do setor para servirem ao descarte OSR RAP Cascalho
final, ou ainda, depositados de forma irregular Dosagem 4
5% 30% 65%
(BACARJI et al., 2013).
Diante da necessidade de prover destinação
Os três materiais utilizados foram
aos dois resíduos citados, este trabalhou buscou
caracterizados em laboratório por meio dos
realizar uma análise técnica da viabilidade da
ensaios mostrados na Tabela 2. Em seguida,
aplicação desses resíduos nas camadas de base
foram realizados ensaios de compactação na
ou sub-base de pavimentos asfálticos. A pesquisa
energia Proctor Intermediária conforme norma
tinha o objetivo original de estudar o RAP
ME 162 (DNER, 1994) e definidas as condições
adicionado com OSR, portanto, apenas resíduos
ótimas de compactação para cada mistura.
como componentes das camadas. Adapatações
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
De posse desses parâmetros, foram encontrados. Ressalta-se que o RAP utilizado
compactados corpos de prova para o ensaio neste estudo apresentou coloração acinzentada e
triaxial dinâmico, realizado segundo as não foi notado nenhum aspecto pegajoso. Tais
orientações da norma ME 134 (DNIT, 2010). características são típicas de RAP com betume
Após definição do modelo que melhor em estado de oxidação acentuado. Esse tipo de
representava os dados obtidos nos ensaios, foram material, denominado inativo na literatura,
determinados os valores das tensões atuantes garante melhor compactação se aplicado na
numa seção de pavimento por meio do programa camada granular. A Tabela 4 mostra algumas
Kenlayar (HUANG, 2004) e calculado os valores características do cascalho laterítico extraídas do
de módulo de resiliência. trabalho de Rocha (2016).
Tabela 2. Ensaios realizados Tabela 3. Caracterização do RAP e do OSR
Material Ensaio Norma Material Propriedade Valor
ME 083 Massa específica total (g/cm3 ) 2,56
Granulometria
(DNER, 1998)
Massa espec. dos agreg. graúdos
Massa Específica ME 195 2,39
(g/cm3)
Graúda (DNER, 1997) RAP
Massa espec. dos agreg. miúdos
Massa Específica ME 084 2,52
RAP (g/cm3)
Miúda (DNER, 1995) Teor de asfalto (%) 4,9
Massa Específica ND T 209 3)
Total (Rice Test) (AASHTO, 2015) OSR Massa específica (g/cm 2,64
ME 053
Teor de Asfalto Tabela 4. Caracterização do cascalho (ROCHA, 2016)
(DNER, 1994)
NBR 7181 Parâmetros Cascalho Natural
Granulometria
(ABNT, 1984) Limite de Liquidez (%) 40
OSR
NBR 6508 Limite de Plasticidade (%) 26
Massa Específica
(ABNT, 1984)
NBR 7181 Índice de Plasticidade (%) 14
Cascalho Granulometria Índice de Atividade (%) 1,61
(ABNT, 1984)
Classificação SUCS GM
3 RESULTADOS Classsificação TRB A-2-6
Massa Espec. Fração Passantes na
2,95
O resultado da caracterização granulométrica é Peneira 4,8mm (g/cm³)
mostrado na Figura 1. O RAP apresentou pouca Massa Espec. dos Grãos Retidos na
2,91
quantidade de finos (0,70%) em contraste ao Peneira 4,8mm (g/cm³)
cascalho laterítico (18,58%). O OSR, por sua Absorção de Água 6,26
vez, é um material bem fino com todos os grãos Obs.: SUCS = Sistema Unificado de Classificação de
passantes na peneira n. 200. Solos; TRB = Transportation Research Board; GM =
Pedregulho com silte.
100
OSR S/Defloc.
As dosagens 1 e 2 foram ensaiadas afim de
Percentual Passante (%)
80 OSR C/Defloc.
Cascalho testar o comportamento mecânico de misturas
60 RAP compostas apenas pelos resíduos. A confecção
40 de base ou sub-base nessa condição seria o ideal
20 do ponto de vista ecológico por evitar por
0
completo a extração de materiais de jazidas
0,001
0,1 0,01
1 10 100 naturais. No entanto, o ensaio de compactação
Diâmetro (mm) das duas dosagens apresentou comportamento
Figura 1. Distribuição granulométrica dos materiais anômalo, fato que impossibilitou a determinação
da umidade ótima de compactação dessas
A Tabela 3 apresenta os parâmetros obtidos dosagens. Conforme mostrado nas Figuras 2 e 3,
na caracterização do RAP e do OSR. Os valores não há presença dos ramos seco e úmido comuns
obtidos foram comparados ao da literatura e se em curvas de compactação. Não foi objetivo
enquadram dentro da faixa de valores desse estudo investigar a razão de tal
GEOCENTRO 2017, Goiânia/GO, Brasil.
comportamento, mas levanta-se a hipótese da Na Figura 5 estão apresentadas as curvas de
natureza hidrofóbica do RAP, em virtude da compactação obtidas para as dosagens 3 e 4,
presença do betume, ter sido responsável pelo considerando a energia Proctor Intermediária. A
resultado. dosagem 3 apresentou umidade ótima (wot) de
Em virtude dos resultados obtidos no ensaio 8,19% e peso específico aparente seco máximo
de compactação, optou-se por adicionar cascalho (Ȗdmax) de 20,34 kN/m3. Já a dosagem 4, wot de
às dosagens estudadas e não dar prosseguimento 10,25% e Ȗdmax de 20,01kN/m3.
ao trabalho laboratorial das dosagens 1 e 2. Com
a adição do cascalho laterítico, buscou-se uma 20,50
Seco (kN/m³)
4 resultaram nas curvas apresentadas na Figura 19,50
4. De acordo com as faixas granulométricas do
Manual de Pavimentação do DNIT (DNIT, 19,00
2006), a dosagem 3 se enquadra na Faixa C e a
18,50 Dosagem 3
dosagem 4 nas Faixas D e E. Dosagem 4
18,00
4,0 6,0
8,0 10,0 12,0 14,0
Umidade (%)
Figura 5. Curva de compactação das dosagens 3 e 4
cada um dos três materiais analisados, foram ocorrem no ponto médio da camada de base.
plotados quatro gráficos para análisar o Esses valores foram então aplicados na equação
comportamento dos materiais sob ação da carga de cada mistura e o valor de MR foi determinado.
dinâmica: MR em função de ıd, MR em função A Tabela 6 apresenta os pares de tensão
de ı3, MR em função do somatório de tensões (ș) extraídos do software e o MR calculado pelas
e MR em função de ıd e ı3. Cada gráfico gerou equações.
uma equação e seu respectivo coeficiente de
determinação (R2). A Tabela 5 mostra os
resultados obtidos.
maior teor de cascalho, porém o resultado foi COPELAND, A. Reclaimed Asphalt Pavement in Asphalt
inverso. Todavia, de acordo com duas pesquisas Mixtures: State of the Practice. FHWA-HRT-11-021.
Federal Highway Administration Pike McLean, USA,
existentes na literatura, misturas com alto teor de 2011.
RAP podem resultar em valores elevados de MR. COSTA, J. M.; BRADSHAW, A. S.; Snyder, R. L.
Costa, Bradshaw e Snyder (2014) chegaram a Resilient moduli of a naturally aged RAP and
essa conclusão. Da mesma forma, no trabalho de aggregate blend. Geo-Congress 2014, Atlanta,
Cong Luo e B. Eng. (2014), no qual foram Geórgia, p.3026-3034, 2014.
DNER–Departameno Nacional de Estradas de Rodagem.
analisados diversos materiais comumente ME 083: Agregados - Análise Granulométrica. Rio de
aplicados com base de pavimento, os maiores Janeiro, 1998, 5p.
valores de MR ocorreram em dosagens de RAP ______. ME 195: Agregados – Determinação da absorção
da ordem de 75%. e da massa específica do agregado graúdo. Rio de
Janeiro, 1997, 5p.
______. ME 53: Misturas betuminosas: Percentagem de
AGRADECIMENTOS betume. Rio de Janeiro, 1994, 5p.
______. ME 84: Agregado miúdo – Determinação da
Os autores agradecem aos técnicos dos densidade real. Rio de Janeiro, 1995, 3p.
Laboratórios da UFG, João Júnior e Clayton. À ______. ME 162/94: Solos – compactação utilizando
SEMOB pela doação do asfalto fresado. Ao amostras trabalhadas. Rio de Janeiro, 1994, 7p.
DNIT – Departamento Nacional De Infraestrutura De
Milton, funcionário da fazenda Angico, pela Transportes. Manual de Pavimentação. 3ª. ed. Rio de
ajuda prestada na coleta do cascalho laterítico. À Janeiro, 2006. Disponível em:
empresa de Vitória Stone e seu representante por https://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_ne
custear o envio das amostras de OSR. w/manuais/Manual_de_Pavimentacao_Versao_Final.
pdf. Acesso em 05 de novembro de 2016.
______. ME 134: Pavimentação - Solos - Determinação
REFERÊNCIAS do módulo de resiliência – Método de ensaio. Método
de ensaio. Rio de Janeiro, 2010, 18p.
ABNT - Associação Brasileira e Normas Técnicas, NBR GAEDE, P.M. Gestão dos resíduos da construção civil no
6457: Amostras de solo – Preparação paraensaios de município de Vitória-ES e normas existentes. 2008.
compactação e ensaios de caracterização, Rio de 74p. Monografia (Especialização em Construção Civil)
Janeiro, 1986. - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
ABNT - Associação Brasileira e Normas Técnicas, NBR Horizonte, MG, 2008.
6508: Grãos de solos que passam na peneira de 4,8 HUANG, Y. H. Pavement Analysis and design, 2 ed., US,
mm – Determinação da massa específica, Rio de Pearson-Prentice Hall,2004.
Janeiro, 1984. MONTANI, C. XXIV World Marble and Stones Report
ABNT - Associação Brasileira e Normas Técnicas, NBR 2013. Aldus Casa di Edizioni in Carrara, Milan, Italy.
7181: Solo – Análise granulométrica, Rio de Janeiro, NAPA–National Asphalt Pavement Association.
1984. Recycling. Disponível em: <
ABIROCHAS - associação brasileira da indústria de http://www.asphaltpavement.org/recycling>, Acesso
rochas ornamentais. abirochas em notícia. ano 1, em 31/07/2017.
numero 4, 2015. disponível em: PREFEITURA DE SÃO PAULO. IP - 08/2004 - Análise
<https://issuu.com/abirochas/docs/abirochas_noticia_ Mecanicista À Fadiga De Estruturas De Pavimento.
4>. acesso em: 18 de out. 2016. São Paulo, 2004. Disponível em:
BACARJI, E.; TOLEDO Filho, R.D., KOENDERS, <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/u
E.A.B., FIGUEIREDO, E.P.; LOPES, J.L.M.P. pload/infraestrutura/NORMAS%20T%C3%89CNIC
(2013). Sustainability perspective of marble and AS%20INSTRU%C3%87%C3%95ES%20NOVAS/P
granite residues as concrete fillers. Construction and avimenta%C3%A7%C3%A3o/IP_08%5B1%5D.pdf.
Building Materials, 45, 1-10. > Acesso em 25/06/2017.
BERNUCCI, L.B.; MOTTA, L.M.G.; CERATTI, J.A.P.; REIS, A.S.; ALVAREZ, C.E. A sustentabilidade e o
SOARES, J.B. Pavimentação Asfáltica, formação resíduo gerado no beneficiamento das rochas
básica para engenheiros. Rio de Janeiro, ornamentais. In: Encontro Nacional e II Encontro
PETROBRAS, ABEBA, 2008, 504p. Latino-Americano Sobre Edificações E Comunidades
CONG LUO, B. ENG. High performance granular base Sustentáveis, 2007, Mato Grosso do Sul, Anais… Mato
and subbase materials incorporating reclaimed Grosso do Sul: ANTAC, 2007.
asphalt concrete pavement. 2014. 192p. Thesis ROCHA, M.T. Estudo laboratorial de um solo tropical
submitted to the school of graduate studies in partial granular estabilizado quimicamente para fins de
fulfillment of the requirement for the degree of master pavimentação. 2016. 99p. Dissertação de mestrado –
of applied science - McMaster University. Hamilton, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2016.
2014.
Patrocínio Master:
Realização:
Expositores: