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Lei dos Gases

Introdução
O nome “leis dos gases” se refere a um conjunto de leis experimentais que
estudam o comportamento de um gás ideal ao passar por uma
transformação gasosa.

De modo geral, dizemos que um gás passou por uma transformação


gasosa quando se alteram uma ou mais de suas variáveis (pressão, volume e
temperatura).

Entretanto, é importante ressaltar que em uma transformação gasosa não se


altera o número de mols, de partículas ou a massa do gás, apenas a sua
pressão, volume e/ou temperatura.

Na metade do século XVII e no início do século XIX, foram feitos estudos


analisando como duas das três variáveis se comportavam quando a terceira
permanecia constante.

Agora, nós estudaremos as três leis decorrentes desses estudos e, por fim,
combinaremos as três para obter a Lei Geral dos Gases Ideais.

Lei de Boyle
Nomeada em homenagem ao físico irlandês Robert Boyle, essa lei explica o
comportamento de um gás ideal ao passar por uma transformação
isotérmica (temperatura se mantém constante enquanto volume e pressão
variam).

Após diversos experimentos, Boyle concluiu que, para uma quantidade fixa


de um certo gás ideal, mantida à temperatura constante, a sua pressão é
inversamente proporcional ao seu volume. 

Isso significa que quanto menos volume um gás ideal ocupa, mais pressão
ele exerce sobre o recipiente. Matematicamente, a Lei de Boyle pode ser
escrita da seguinte maneira:

ou
Ou seja, numa transformação gasosa a temperatura constante, o produto
da pressão desse gás pelo seu volume permanece constante. 

Logo, se um determinado gás ideal tinha, inicialmente, uma pressão P 1 e um


volume V1 e, então, passa por uma transformação isotérmica, terminando com
uma pressão P2 e um volume V2, pode-se dizer que:

Note que esse resultado experimental é coerente com o nosso modelo de gás
ideal: ao se reduzir o volume ocupado por um gás, as suas partículas ficam
confinadas num espaço menor e, portanto, acabando se chocando com as
paredes do recipiente com maior frequência.

O maior número de choques por intervalo de tempo implica uma força total
maior sobre as paredes e, portanto, uma maior pressão.

Lei de Charles
Nomeada em homenagem ao cientista francês Jacques César Charles, a
segunda lei dos gases estuda o comportamento de um gás ideal ao passar por
uma transformação isobárica (pressão se mantém constante enquanto
volume e temperatura variam).

Ela pode ser enunciada da seguinte maneira: “para uma quantidade fixa de
gás ideal, mantida à pressão constante, o volume por ele ocupado é
diretamente proporcional a sua temperatura absoluta”.

Isso significa que, ao dobrarmos a temperatura de um gás, seu volume


também dobrará; e, ao reduzirmos a sua temperatura pela metade, seu
volume também cairá pela metade. Matematicamente, podemos escrever:

Ou então:

Essa última equação evidencia que, quando um certo gás ideal passa por
uma transformação adiabática, a razão do seu volume pela sua
temperatura permanece constante. 

Desse modo, se um gás ideal estava, inicialmente, numa temperatura T 1 e


ocupava um volume V1 e, após passar por uma transformação à pressão
constante, passou a ocupar um volume V 2 numa temperatura T2, podemos
escrever que:
Contudo, para usar corretamente essas equações, a temperatura deve estar
em kelvin, nunca em celsius.

Lembre-se de fazer a seguinte conversão antes de substituir os valores de


temperatura na fórmula:

Lei de Gay-Lussac
A última lei experimental foi nomeada em homenagem ao químico francês
Joseph Gay-Lussac e ela descreve o comportamento de um gás ideal ao
passar por uma transformação a volume constante (pode-se chamar esse tipo
de transformação  isocórica, isovolumétrica ou isométrica).

Ela é bem similar à Lei de Charles e pode ser enunciada assim: “a pressão de
uma quantidade fixa de um certo gás ideal mantido a volume constante é
diretamente proporcional à sua temperatura”.

Matematicamente:

Ou seja, numa transformação a volume constante, a razão entre a pressão


de um certo gás ideal e a sua temperatura é constante. 

Dessa forma, se esse gás estava, inicialmente, a uma temperatura T 1 e exercia
uma pressão P1 sobre as paredes do recipiente e, depois de passar por uma
transformação isocórica, passou a exercer uma pressão P 2 em uma
temperatura T2, podemos escrever que:

Novamente, para uso correto dessa equação, a temperatura deve estar


indicada na escala kelvin.

Note que essa Lei também é coerente com o nosso modelo de gás ideal, visto
que o aumento de temperatura está associado com uma maior agitação
molecular, ou seja, com moléculas se movendo mais rapidamente.
Esse aumento de velocidade das partículas faz com que, durante as colisões,
elas exerçam mais força sobre as paredes do recipiente e, portanto, apresente
maior pressão.

Lei Geral dos Gases Ideais


As três leis anteriores servem apenas para transformações bem específicas
nas quais pelo menos uma das três variáveis de estado (pressão, volume e
temperatura) permanece constante.

Nesse contexto, a Lei Geral dos Gases Ideais surge para podermos analisar
uma transformação gasosa genérica, na qual todas as três variáveis mudam e
nenhuma, necessariamente, permanece constante.

Ela pode ser vista como uma “combinação” das outras três leis, uma vez que a
sua dedução é feita a partir de manipulação algébrica das leis que já foram
enunciadas.

De modo geral, essa lei afirma que se uma quantidade fixa de gás ideal
apresentava, inicialmente, pressão P1, volume V1 e temperatura T1 e,
depois de passar por uma certa transformação, apresenta pressão P 2,
volume V2 e temperatura T2, então podemos escrever que:

Note que, como essa equação vale para uma transformação gasosa genérica,
ela também vale para os casos específicos vistos anteriormente.

Logo, para P1=P2, V1=V2 ou T1=T2 a Lei Geral dos Gases recai sobre a Lei de
Charles, de Gay-Lussac ou de Boyle, respectivamente.

Tal qual nas equações anteriores, a temperatura deve estar indicada em kelvin
para que a equação seja válida.

Resumo de Fórmulas

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