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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

MATHEUS OLIVEIRA SOUZA DOS SANTOS

DETERMINAÇÃO DAS CURVAS IPR E DO MECANISMO DE PRODUÇÃO PARA


O POÇO 1-BRSA-313D-AL

São Cristóvão, SE
2023
MATHEUS OLIVEIRA SOUZA DOS SANTOS
Matrícula: 201800105294

DETERMINAÇÃO DAS CURVAS IPR E DO MECANISMO DE PRODUÇÃO PARA


O POÇO 1-BRSA-313D-AL

Relatório técnico apresentado à Universidade Federal de


Sergipe (UFS), como requisito de nota para a disciplina
de Métodos de Elevação de Petróleo.

Orientador (a): João Paulo Lobo dos Santos

São Cristóvão, SE
RESUMO

Este relatório teve como objetivo principal determinar o mecanismo primário de produção do
reservatório, identificar o modelo de equação mais adequado para calcular a curva IPR do poço
e discutir os cenários que melhor representam a realidade dos testes de formação realizados.
Com base nos dados analisados, concluiu-se que o reservatório opera acima da pressão de
saturação, indicando um mecanismo de gás em solução. Para modelar a curva IPR, o modelo
combinado com trechos lineares e monofásicos, juntamente com trechos representados pela
curva de Vogel em regime bifásico, foi considerado o mais apropriado. Adicionalmente,
comparando os diferentes cenários testados, verificou-se que o Cenário 1 apresentou uma maior
concordância com os resultados reais obtidos durante o teste de formação, principalmente
devido às semelhanças nas permeabilidades observadas. Essas conclusões fornecem uma
compreensão mais precisa do mecanismo de produção do reservatório e permitem uma melhor
estimativa da capacidade de produção do poço. Essas informações são de suma importância
para o planejamento e otimização da produção de petróleo, contribuindo para a tomada de
decisões embasadas e eficientes na indústria do petróleo e gás.
Palavras-chaves: IPR, teste de formação, Vogel, mecanismo de produção.
1 INTRODUÇÃO

A análise do desempenho de produção de um poço é essencial para a compreensão


da dinâmica de um reservatório de petróleo e gás. Nesse contexto, a IPR (Inflow
Performance Relationship) desempenha um papel fundamental ao relacionar a vazão de
produção com a pressão de fundo do poço. A construção da IPR é baseada em modelos
de equações que estimam a capacidade de um poço de produzir fluidos, levando em
consideração fatores como a permeabilidade do reservatório, a viscosidade dos fluidos e
as características da rocha reservatório. Diversos modelos de equações foram
desenvolvidos para a construção da IPR, sendo os mais comumente utilizados o modelo
de Vogel, o modelo linear e o modelo combinado (Modelo linear e Vogel). O modelo de
Vogel é uma das abordagens mais empregadas na indústria do petróleo e gás devido à sua
simplicidade e eficácia na previsão do comportamento de produção. Esse modelo
relaciona a vazão de produção com a pressão de fundo e a pressão do reservatório. O
modelo linear é uma alternativa simplificada à IPR, sendo utilizado quando as condições
do reservatório são homogêneas e a vazão de produção é diretamente proporcional à
diferença de pressão entre o reservatório e o poço. Já o modelo combinado é uma
abordagem que incorpora tanto o modelo de Vogel quanto o modelo linear,
proporcionando uma maior precisão na construção da IPR em reservatórios com
características heterogêneas. No entanto, para situações reais, onde não há possibilidade
de medições diretas ou tempo hábil para variar vazões, utiliza-se o modelo combinado,
pois traduz com mais fidelidade todo o trecho de escoamento, desde a fase monofásica
(apenas óleo) como também a bifásica (óleo e gás).

O Índice de Produtividade (IP) de um poço é uma medida que expressa a eficiência


do sistema de produção ao relacionar a vazão de produção com a pressão de fundo do
poço. É um parâmetro crucial para avaliar a capacidade de um poço em entregar fluidos
ao longo do tempo. Um alto IP indica uma maior produtividade do poço, enquanto um
baixo IP pode indicar restrições de fluxo ou problemas no reservatório. Diversos fatores
podem contribuir positivamente ou negativamente para o IP de um poço e a construção
da IPR. Uma alta permeabilidade do reservatório é um fator positivo, pois permite um
fluxo mais fácil dos fluidos para o poço. Por outro lado, uma baixa permeabilidade pode
restringir a produção, resultando em um baixo IP. Além disso, a viscosidade dos fluidos
também influencia o IP, sendo que fluidos mais viscosos tendem a reduzir a produtividade
do poço.

A construção da IPR e a avaliação do Índice de Produtividade (IP) são ferramentas


essenciais para entender o desempenho de produção de um poço de petróleo e gás.
Através de modelos de equações, como o modelo de Vogel, o modelo linear e o modelo
combinado, é possível estimar a capacidade de um poço em produzir fluidos, levando em
consideração fatores como a permeabilidade do reservatório e a viscosidade dos fluidos.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do relatório baseia-se em analisar o desempenho do poço 1-


BRSA-313D-AL com um modelo de IPR e comparar com diferentes os diferentes
cenários propostos.

1.1.2 Objetivos Específicos

1. Determinar o mecanismo primário de produção de um poço de petróleo e gás;


2. Avaliar qual dos modelos de equações melhor representa a curva de Inflow
Performance Relationship (IPR) do poço;
3. Determinar a pressão de saturação e razão de solubilidade por meio de
modelos empíricos;
4. Discutir como as informações obtidas sobre pressão de saturação e razão de
solubilidade ratificam as conclusões anteriores sobre o mecanismo primário
de produção e o modelo de IPR;
5. Realizar a previsão da curva de IPR do poço e plotá-la em um mesmo gráfico
comparando com os diferentes cenários propostos;
2 METODOLOGIA

Para desenvolvimento do trabalho, foram fornecidos os dados de testes de


formação do poço contidos na Tabela 1 a seguir:

Tabela 1 - Dados do teste de formação

Dados do Teste de formação


ºAPI 42
Profundidade do teste (m) 2100
Espessura do teste (m) 8
Raio do poço (m) 0,108
Raio do reservatório (m) 5000
Densidade relativa do gás 0,7
Pressão estática (kgf/cm2) 179
Pressão de fundo (kgf/cm2) 174
Vazão produzida de líquido (m3/d) 51
Razão gás-óleo (m3/m3 std) 95
Fator volume-formação do óleo 1,4
Temperatura do reservatório (ºF) 200
Viscosidade do óleo saturado (cp) 0,312
Viscosidade do óleo subsaturado (cp) 0,31
Saturação de água irredutível 0,2
Saturação de gás crítica 0,04
Fonte: Fornecido pela atividade proposta.

Sabe-se que no início da produção do poço o fluido produzido foi óleo e depois
gás e óleo. Tal informação pode caracterizar que o mecanismo primário seja gás em
solução. No entanto, é necessário ter informações de pressão de saturação para
fundamentar essa premissa. Como não foram fornecidos os dados de pressão de saturação
do reservatório, foi necessário recorrer a modelos empíricos para determinação.
Standing propôs uma correlação empírica e gráfica que estimava a pressão de
saturação, mas conhecida como pressão de bolha, a partir de dados de razão de
solubilidade (assume-se RGO igual à Rs), grau API do óleo e temperatura do reservatório.
Entretanto, como correlações gráficas são sujeitas a erros visuais, foi utilizado modelo
analítico feito por Standing baseado no próprio ábaco.
𝑝𝑏 (𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2 ) = 1,28(𝐵 − 1,4)

5,615𝑅𝑠 0,83
𝐵= ( ) × 10{0,00091(º𝐹)−0,0125º𝐴𝑃𝐼}
𝑑𝑔

Substituindo os dados de razão de solubilidade, grau API e temperatura do


reservatório na equação, será encontrada a pressão de saturação. Após isso, d foi
verificado se a pressão de saturação é igual à pressão estática do reservatório ou não para
estimativa do mecanismo de produção e modelo de equação que melhor se adequa aos
parâmetros do reservatório. Caso a pressão de saturação seja idêntica à pressão do
reservatório, assumiremos que o mecanismo é de capa de gás e o modelo mais adequado
para caracterização da IPR seria o modelo de Vogel a seguir para pressões de saturação
abaixo da pressão estática:

3
𝑃𝑤𝑓 𝑃𝑤𝑓 2
𝑞𝐿 (𝑚 /𝑑) = 𝑞𝑚á𝑥 (1 − 0,2 ( ) − 0,8 ( ) )
𝑃𝑒 𝑃𝑒
Em que,

1,8𝑞𝑚á𝑥
𝐼𝑃 (𝑚3 /𝑑/(𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2 )) =
𝑃𝑒

Se a pressão de bolha for diferente da pressão estática, deve-se fazer o uso do


modelo combinado (Linear + Vogel), pois inicialmente o reservatório produz apenas óleo
e libera gás ao longo da redução de pressão sem que haja produção de água devido a
irredutibilidade no reservatório.

𝐼𝑃. 𝑃𝑏 𝑃𝑤𝑓 𝑃𝑤𝑓 2


𝑞 = 𝐼𝑃(𝑃𝑒 − 𝑃𝑏) + × [1 − 0,2 ( ) − 0,8 ( ) ]
1,8 𝑃𝑏 𝑃𝑏

Em que, para o trecho linear,

𝑄𝑤𝑓1 52,54𝑘𝑜 ℎ
𝐼𝑃 = =
𝑃𝑒 − 𝑃𝑤𝑓1 𝑟𝑒
𝐵𝑜𝜇𝑜 (𝑙𝑛 (𝑟𝑤 ))

Além disso, foi necessário fazer o uso das curvas de permeabilidade relativa ao
óleo e ao gás em função da saturação de óleo a seguir para determinação futura da
permeabilidade efetiva ao óleo:
Figura 1 - Curvas de permeabilidade relativa ao óleo e ao gás em função da saturação de óleo.

Com todas essas considerações e tendo conhecimentos da pressão de saturação, é


possível plotar a IPR para o cenário real (teste de formação), cenário com permeabilidade
da rocha de 294 mD e cenário com a permeabilidade da rocha de 94 mD e discutir quais
se adequam à realidade mostrada no teste.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados dos cálculos de índice de produtividade e de IPR de cada cenário


foram separados e, ao final, reunidos para comparação de qual mais se adequou à
realidade representada nos testes de formação.

3.1 Resultados para o teste de formação

Como não eram fornecidas informações que pudessem dar certeza acerca do
mecanismo de produção primário sem a pressão de saturação, foi recorrido à equação
analítica de Standing para cálculo da pressão de bolha. O resultado da pressão de
saturação do reservatório foi de aproximadamente 141,51 kgf/cm2 como mostra o cálculo
a seguir:

5,615 × 95 0,83
𝐵= ( ) × 10{0,00091×200−0,0125×42}
0,7

𝐵 ≈ 111,95
𝑝𝑏 (𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2 ) = 1,28(111,95 − 1,4)

𝑝𝑏 = 141,51 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2

Como a pressão estática do reservatório medida foi de 179 kgf/cm2, conclui-se


que o mecanismo primário de produção do reservatório é gás em solução. Desse modo, o
modelo combinado é o que mais de adequa à situação, pois a fase linear irá considerar
toda a fase de regime monofásico enquanto o modelo de Vogel presente caracterizaria a
fase das duas fases coexistentes (óleo e gás). Como o IP ao final do trecho linear é igual
ao IP inicial de Vogel no início da saturação, foi calculado de maneira simplificada
usando o coeficiente angular da reta e encontrado um resultado de 10,2 (m3/d)/(kgf/cm2)
como mostrado nos cálculos:

Qwf1 52,54k o h
IP = =
Pe − Pwf1 re
Boμo (ln (rw))

51 − 0
IP =
179 − 174

IP = 10,2 ( m3 /d)/(kgf/cm2 )

Para a construção da curva de IPR usando o modelo combinado, foi considerado


um trecho linear até a pressão de saturação, e, a partir dela foi usado o modelo de Vogel.
Como para o trecho linear haviam dois pontos fornecidos, eram suficientes para a plotar
a reta. Além disso, a determinação da pressão de bolha por meios analíticos possibilitou
também a construção da curva a partir do trecho de saturação. Com o auxílio do Excel, o
IP do trecho linear foi aplicado na equação do modelo combinado e foram variadas as
pressões de fundo e também usadas as pressões conhecidas e determinadas para uma
maior fidelidade da curva. Os resultados gerados foram tabelados.

Tabela 2 - Dados de vazão e de pressão calculados pelo modelo combinado.

Pwf (kgf/cm2) Q (m3/d)


0 1184,292
17,9 1153,741
35,8 1102,661
53,7 1031,051
71,6 938,9129
89,5 826,2454
107,4 693,0488
125,3 539,3231
141,51 382,4073
143,2 365,16
161,1 182,58
174,00 51
179 0
Fonte: Elaborado pelo autor.

Com os resultados tabelados, foi notado que a vazão máxima de produção também
pode ser determinados quando a pressão de fundo do poço é nula. Esta vazão máxima
também pode ser determinada somando as parcelas de vazão de bolha do modelo linear e
vazão determinada no trecho de saturação de Vogel. Tendo em vista os dados de vazão
calculados para valores de pressão fornecidos, a curva IPR construída foi a seguinte:

Gráfico 1 - Gráfico da curva IPR para dados de teste de formação.

Curva IPR - Teste de Formação


200
Pressão de fundo (kgf/cm2)

180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0 500 1000 1500
Vazão (m3/d)

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.2 Resultados para o Cenário 1

Para o cenário 1, a permeabilidade absoluta da da formação adotada foi de 294


md. Como a mudança de permeabilidade afeta o IP, foram recalculados os valores de
índice de produtividade com base na permeabilidade efetiva ao óleo a calculada a partir
de dados da curva de permeabilidade relativa em função da saturação de óleo. A saturação
de óleo obtida foi de 76% como mostrado a seguir:
𝑆𝑜 = 1 − 𝑆𝑤𝑖 − 𝑆𝑔𝑐

𝑆𝑜 = 1 − 0,2 − 0,04

𝑆𝑜 = 0,76

Pelo gráfico de curvas de permeabilidade temos que,

Figura 2- Curvas de permeabilidade relativa com valores determinados em função da saturação de óleo.

A permeabilidade relativa ao óleo obtida graficamente foi de 0,4. Como a nova


permeabilidade efetiva ao óleo é produto da multiplicação entre a permeabilidade
absoluta e a permeabilidade relativa, então o valor de permeabilidade efetiva ao óleo
encontrado foi de 117,6 md. Usando os dados do reservatório e do poço, o IP obtido foi
de 10,6 (m3/d)/(kgf/cm2) como mostrado a seguir:

52,54 × 0,1176 × 8
IP =
5000
1,4 × 0,31 (ln (0,108))

IP = 10,6 ( m3 /d)/(kgf/cm2 )

Tendo em vista que a configuração geométrica do poço é a mesma e as


propriedades dos fluidos iguais às do modelo anterior, conclui-se que houve um
incremento no índice de produtividade devido ao aumento da permeabilidade efetiva ao
óleo nesse cenário. Mantendo os dados de pressão de bolha, pressão estática e pressão de
fundo obtidos, foi construída também uma tabela de vazões em função das pressões
variadas no modelo combinado.

Tabela 3 - Dados de vazão e de pressão calculados pelo modelo combinado para o cenário 1.

Pwf (kgf/cm2) Q (m3/d)


0 1230,944
17,9 1199,189
35,8 1146,096
53,7 1071,666
71,6 975,8983
89,5 858,7927
107,4 720,3492
125,3 560,568
141,5091 397,471
143,2 379,5443
161,1 189,7722
174 53,00898
179 0

A partir dos dados acima, foi notado que o aumento da permeabilidade efetiva ao
óleo também favoreceu o aumento da vazão de produção, fazendo com que a vazão
máxima ganhasse um incremento. Para esse cenário, a curva que rege a IPR é
representada pelo gráfico:
Gráfico 2 - Gráfico da curva IPR para dados de teste de formação.

Curva IPR - Cenário 1


200
Pressão de fundo (kgf/cm2)

180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Vazão (m3/d)

Fonte: Elaborado pelo autor.


3.3 Resultados para o Cenário 2

Para o Cenário 2, foi seguido o mesmo procedimento do cenário anterior, mas


com a permeabilidade absoluta de 94 md. A saturação de óleo permanece inalterada, no
entanto, um novo valor de permeabilidade efetiva ao óleo foi encontrado tendo em vista
a alteração da permeabilidade da rocha. A permeabilidade efetiva ao óleo obtido da
multiplicação foi de 37,6 md , sendo muito baixa e indicando que os resultados de índice
de produtividade e de IPR, vão sofrer uma redução significativa.

Desse modo, o IP foi calculado e obtido um valor de 3,39 (m3/d)/(kgf/cm2) para


esse valor de permeabilidade e discretizado abaixo:

52,54 × 0,0376 × 8
IP =
5000
1,4 × 0,31 (ln (0,108))

IP = 3,39 ( m3 /d)/(kgf/cm2 )

Analogamente, a tabela de vazões em função das pressões foi construída e


representada a seguir:

Tabela 4 - Dados de vazão e de pressão calculados pelo modelo combinado para o cenário 2.

Pwf (kgf/cm2) Q (m3/d)


0 393,567
17,9 383,4141
35,8 366,439
53,7 342,6416
71,6 312,0219
89,5 274,58
107,4 230,3157
125,3 179,2292
141,5091 127,0826
143,2 121,3509
161,1 60,67545
174 16,94845
179 0
Fonte: Elaborado pelo autor.

Percebe-se uma redução significativa da vazão máxima de produção ocasionada


pela redução da permeabilidade efetiva ao óleo, fazendo com que o poço trabalhe com
seu potencial máximo produzindo vazões muito próximas das vazões dos cenários
anteriores na região de saturação.
O gráfico da IPR desse cenário também foi plotado como representado no Gráfico
3.
Gráfico 3 - Gráfico da curva IPR para dados de teste de formação.

Curva IPR - Cenário 2


200
180
Pressão de fundo (kgf/cm2)

160
140
120
100
80
60
40
20
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Vazão (m3/d)

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.4 Comparação dos resultados

Com todas as considerações feitas para cada cenário, foi notado que o pior cenário
foi o segundo. O Gráfico 4 mostra as curvas de cada cenário anexadas em uma mesma
plotagem. O cenário que mais representa a realidade é o primeiro, visto que a curva IPR
se assemelha à curva do teste de formação e não há um afastamento muito grande.
Tendo em vista o Cenário 1 comparado com o caso real testado no poço 1-BRSA-
313D-AL, o incremento no IP foi baixo, tendo uma performance muito semelhante ao
real, porém com um potencial de poço maior.

Gráfico 3 - Gráfico da curva IPR para dados de teste de formação.

Curva IPR - Cenários combinados


200
180
Pressão de fundo (kgf/cm2)

160
140
120
100 Teste de Formação
80 Cenário 1
60 Cenário 2
40
20
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Vazão (m3/d)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Outra explicação para o Cenário 1 ter representado com mais fidelidade a


realidade foi a semelhança entre as permeabilidade efetivas ao óleo. Enquanto o teste de
formação entregava uma permeabilidade efetiva calculada de aproximadamente 113,14
mD, o primeiro cenário entregava uma permeabilidade efetiva também calculada de 117,6
mD. A formação também contribuiu de forma significante, pois no teste a permeabilidade
da rocha obtida analiticamente foi de 282,86 mD, se aproximando da permeabilidade dada
para este cenário, que foi de 294 mD.

4 CONCLUSÃO

A partir dos dados fornecidos, conclui-se que os objetivos do relatório foram


alcançados de modo que foi possível determinar o mecanismo primário de produção do
reservatório com base nos testes de formação, o modelo de equação mais adequado para
calcular a curva IPR do poço para os diferentes cenários e discutir qual dos casos testados
que mais se adequam à realidade.
Portanto, sucintamente, foi constatado que o reservatório atua acima da pressão
de saturação, caracterizando um mecanismo de gás em solução e adequa-se
fidedignamente ao modelo combinado com trechos lineares e monofásicos e trechos
caracterizados pela curva de Vogel em regime bifásico. Além disso, devido as
semelhanças entre permeabilidades, o Cenário 1 foi o que mais retratou a realidade do
teste de formação.

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