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26
27 RECIFE
28 2023
1
29
30
34
37
42
49
50 Orientadora:
52 Coorientadores:
55 RECIFE
56 2023
2
57
59
64
65 ________________________________________________________
67 Orientadora
68 ________________________________________________________
70 Titular
71 ________________________________________________________
72 – UFPE
73 Titular
74 ________________________________________________________
75 – UFRPE
76 Titular
77 ________________________________________________________
78 – UFRPE
79 Titular
80 RECIFE
81 2023
3
82 AGRADECIMENTOS
83
139
140
141
142
143
144
145 RESUMO
146 O diabetes mellitus é uma doença crônica de caráter hiperglicemiante, suas
147 complicações atingem todos os órgãos do corpo, inclusive o fígado e rins, e já
148 é notório que o estresse oxidativo e a inflamação fazem parte de sua
149 fisiopatologia. Nesse sentido se destaca dois antioxidantes: a quercetina
150 (flavonoide) e a melatonina (hormônio pineal), os dois também com potencial
151 anti-inflamatório. Nesse sentido o presente trabalho objetivou analisar o efeito
152 do tratamento com quercetina associado ou não com a melatonina nos rins e
153 fígado de ratos diabéticos. Foram usados 90 ratos machos divididos nos
154 seguintes grupos: Grupo I (Controle): ratos sem indução ao diabetes; Grupo II:
155 ratos diabéticos (GD); Grupo III: ratos diabéticos tratados com insulina (GDI);
156 Grupo IV: ratos diabéticos tratados com melatonina (GDM); Grupo V: ratos
157 diabéticos tratados com quercetina (GDQ); Grupo VI: ratos diabéticos tratados
158 com melatonina e quercetina (GDMQ). O diabetes foi induzido através da
159 estreptozotocina (60 mg/kg). A melatonina foi administrada (10 mg/kg) por 30
160 dias após a indução do diabetes. A quercetina foi administrada (40 mg/kg)
161 também por 30 dias após a indução do diabetes. A glicose foi medida através
162 de tiras e glicosimetro comercial. Ao final do experimento os animais foram
163 anestesiados e eutanasiados, os órgãos foram coletados e o sangue foi
164 centrifugado e o soro foi guardado para análise. Os órgãos seguiram para o
165 processamento histológico de rotina (lâminas em H.E para histopatologia e
166 morfometria) e o soro seguiu para análise bioquímica para creatinina, ureia,
167 TGO e TGP. Também foi analisado estresse oxidativo tecidual para avaliar
168 peroxidação lipídica e glutationa reduzida. Ademais foi feito imunohistoquímica
169 para IL-6, TNF-α e Teste de Tunel (apoptose) nos rins e IL-6, TNF-α e IL-10
170 para o fígado. Os resultados demonstraram que os tratamentos só com
171 melatonina e melatonina + quercetina foram mais efetivos em diminuir os níveis
172 glicêmicos, proteger os animais contra a perda de peso corporal e renal, além
173 de diminuir o estresse oxidativo e evitar alterações patológicas severas nos
174 rins, bem como proteger o tecido renal e estabilizar níveis de creatinina e ureia,
175 ademais protegeram contra o aumento da apoptose e de interleucinas
176 inflamatórias. O tratamento só com quercetina demonstrou uma leve ou
177 moderada efetividade nos agravos renais dessa doença. No fígado os grupos
178 tratados com melatonina e quercetina, tanto juntos quanto separados
179 conseguiram proteger os animais contra a perda de peso hepática, além de
180 diminuir o estresse oxidativo e evitar alterações patológicas severas no fígado.
181 Ademais estabilizou os níveis séricos de TGO e TGP, e evitaram o aumento de
182 interleucinas inflamatórias (IL-6 e TNF-α) e redução da IL-10 (interleucina anti-
183 inflamatória). Conclui-se que para o tecido renal os tratamentos só com
184 melatonina e melatonina associada com quercetina foram os mais eficazes
185 contra as complicações renais no diabetes. No entanto para o fígado, todos os
186 mesmos tratamentos associados ou não, foram benéficos na proteção contra
187 os danos ocasionados pelo diabetes.
5
191 ABSTRACT
192 Diabetes mellitus is a chronic hyperglycemic disease, its complications affect all
193 organs of the body, including the liver and kidneys, and it is already known that
194 oxidative stress and inflammation are part of its pathophysiology. In this sense,
195 two antioxidants stand out: quercetin and melatonin, both also with anti-
196 inflammatory potential. In this sense, the present work aimed to analyze the
197 effect of treatment with quercetin associated or not with melatonin in the
198 kidneys and liver of diabetic rats. Ninety male rats divided into the following
199 groups were used: Group I (Control): rats without induced diabetes; Group II:
200 diabetic rats (GD); Group III: diabetic rats treated with insulin (GDI); Group IV:
201 diabetic rats treated with melatonin (GDM); Group V: diabetic rats treated with
202 quercetin (GDQ); Group VI: diabetic rats treated with melatonin and quercetin
203 (GDMQ). Diabetes was induced by streptozotocin (60 mg/kg). Melatonin was
204 administered (10 mg/kg) for 30 days after diabetes induction. Quercetin was
205 administered (40 mg/kg) also for 30 days after diabetes induction. Glucose was
206 measured using strips and a commercial glucometer. At the end of the
207 experiment, the animals were anesthetized and euthanized, the organs were
208 collected and the blood was centrifuged and the serum was saved for analysis.
209 The organs were sent for routine histological processing (H.E slides for
210 histopathology and morphometry) and the serum was sent for biochemical
211 analysis for creatinine, urea, TGO and TGP. Tissue oxidative stress was also
212 performed to assess lipid peroxidation and reduced glutathione. In addition,
213 immunohistochemistry was performed for IL-6, TNF-α and Tunnel Test
214 (apoptosis) in the kidneys and IL-6, TNF-α and IL-10 for the liver. The results
215 showed that treatments with melatonin alone and melatonin + quercetin were
216 more effective in lowering glycemic levels, protecting animals against body and
217 kidney weight loss, in addition to reducing oxidative stress and avoiding severe
218 pathological changes in the kidneys, as well as protecting the renal tissue and
219 stabilize levels of creatinine and urea, in addition they protected against the
220 increase of apoptosis and inflammatory interleukins. Treatment with quercetin
221 alone showed mild or moderate effectiveness in the aggravations of this
222 disease. In the liver, the groups treated with melatonin and quercetin, both
223 together and separately, managed to protect the animals against hepatic weight
224 loss, in addition to reducing oxidative stress and avoiding severe pathological
225 changes in the liver. Furthermore, it stabilized the serum levels of TGO and
226 TGP, and prevented the increase of inflammatory interleukins (IL-6 and TNF-α)
227 and reduction of IL-10 (anti-inflammatory interleukin). It is concluded that for the
228 renal tissue, treatments with melatonin alone and melatonin associated with
229 quercetin were the most effective against renal complications in diabetes.
6
230 However, for the liver, the same treatments associated or not, were beneficial in
231 protecting against the damage caused by diabetes.
232
233 Keywords: hyperglycemia, melatonin, flavonoid, oxidative stress, inflammation,
234 rats.
235
236 SUMÁRIO
237
RESUMO........................................................................................................VI
ABSTRACT...................................................................................................VII
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................X
LISTA DE TABELAS....................................................................................XIII
INTRODUÇÃO................................................................................................14
OBJETIVOS GERAIS......................................................................................16
OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................17
238
Capítulos
I DECLARAÇÃO DE PUBLICAÇÃO.......................................................20
RESUMO..................................................................................................22
ABSTRACT..............................................................................................22
1. MATERIA E MÉTODOS.....................................................................23
2. INTRODUÇÃO.....................................................................................23
3. DIABETES MELLITUS.......................................................................24
8. REFERÊNCIAS....................................................................................31
7 9
8
RESUMO ................................................................................................73
ABSTRACT ............................................................................................74
INTRODUÇÃO .......................................................................................75
MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................77
RESULTADOS ........................................................................................82
DISCUSSÃO ............................................................................................96
CONCLUSÃO..........................................................................................98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................99
239
240
9 10
10
241
244
245 Capítulo II
246
247 Figura 1. Níveis glicêmicos (mg/dL). GC-grupo controle; GD- grupo diabético;
248 GDI- grupo diabético tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com
249 melatonina; GDQ- grupo diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo
250 diabético tratado com quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela mesma
251 letra não diferem significativamente entre si pelo teste de comparações
252 múltiplas de Tukey e Kramer
253 (p>0.05)..............................................................................................................48
254
255 Figura 2. Gráfico dos valores dos pesos corporais dos grupos experimentais
256 (g) do dia antes do início do tratamento (A) e do último dia de tratamento – 30
257 dias (B). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo diabético tratado
258 com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo
259 diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com
260 quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem
261 significativamente entre si pelo teste de múltiplas de Tukey e Kramer
262 (p>0.05)..............................................................................................................49
263
264 Figura 3. Gráfico dos valores dos pesos dos rins dos animais dos grupos
265 experimentais (g). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo
266 diabético tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina;
267 GDQ- grupo diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado
268 com quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem
269 significativamente entre si pelo teste de comparações múltiplas de Tukey e
270 Kramer (p>0.05).................................................................................................50
271
272 Figura 4. Gráfico dos níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
273 (TBARS) renal (nm/mg). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo
274 diabético tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina;
275 GDQ- grupo diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado
276 com quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem
277 significativamente entre si pelo teste de comparações múltiplas de Tukey e
278 Kramer (p>0.05).................................................................................................51
279
280 Figura 5. Gráfico dos níveis de glutationa reduzida (GSH) renal (nm/mg). GC-
281 grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo diabético tratado com insulina;
282 GDM- grupo diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo diabético tratado
283 com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com quercetina e melatonina.
284 *Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo
11 11
12
319 Figura 11. Fotomicrografias para apoptose (teste de TUNEL) nos rins dos
320 animais dos grupos experimentais. A-B: GDM; C-D: GDQ e E-F: GDQM. Notar
321 fraca e uniforme marcação. G – Gráfico do percentual de células TUNEL
322 positivas em marrom. Médias seguidas pela mesma letra não diferem
323 significativamente entre si teste de Comparações Múltiplas de Tukey e Kramer
324 (P>0,05).............................................................................................................62
325
326
13 12
14
328 Figura 1. Níveis glicêmicos (mg/dL). GC-grupo controle; GD- grupo diabético;
329 GDI- grupo diabético tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com
330 melatonina; GDQ- grupo diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo
331 diabético tratado com quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela mesma
332 letra não diferem significativamente entre si pelo teste de comparações
333 múltiplas de Tukey e Kramer
334 (P>0,05)..............................................................................83
335
336 Figura 2. Gráfico dos valores dos pesos dos fígados dos animais dos grupos
337 experimentais (g). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo
338 diabético tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina;
339 GDQ- grupo diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado
340 com quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem
341 significativamente entre si pelo teste de comparações múltiplas de Tukey e
342 Kramer (p>0.05).................................................................................................84
343
344
345 Figura 3. Gráfico dos níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
346 (TBARS) e glutationa reduzida (GSH) hepáticas (nmol/mg). GC-grupo controle;
347 GD- grupo diabético; GDI- grupo diabético tratado com insulina; GDM- grupo
348 diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo diabético tratado com
349 quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com quercetina e melatonina.
350 *Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo
351 teste de comparações múltiplas de Tukey e Kramer
352 (p>0.05)..............................................................................................................85
353
354 Figura 4. Fotomicrografias da histopatologia hepática. Notar em A–B grupo
355 GC; C-D grupo GD; E-F grupo GDI. Legenda das alterações: congestão
356 vascular (ponta de seta vermelha), necrose (seta preta), degeneração hidrópica
357 (seta vermelha), hipertrofia de hepatócitos (asterisco), mitose (seta azul) e
358 anisocariose (moldura
359 quadrada).......................................................................87
360
361 Figura 5. Fotomicrografias da histopatologia hepática. Notar em A–B grupo
362 GDM; C-D grupo GDQ; E-F grupo GDQM. Legenda das alterações:
363 degeneração vacuolar (seta espessa), necrose (seta preta), proliferação de
364 ductos biliares (ponta de seta preta), hipertrofia de hepatócitos (asterisco) e
365 anisocariose (moldura
366 quadrada)............................................................................................88
367
368 Figura 6. Fotomicrografias da imunohistoquímica para o IL-6 no fígado dos
369 animais dos grupos experimentais. A – (GC), B (GD), C – (GDI), D (GDM), E –
370 (GDQ) e F – (GDQM), G – gráfico da quantificação em pixels da marcação
371 positiva em marrom da IL-6. Médias seguidas pela mesma letra não diferem
15 13
16
399
413
19 15
20
414 INTRODUÇÃO
415 O diabetes mellitus é uma doença de caráter crônico e de natureza
418 (PETERSMANN et al., 2019). Isso pode ser ocasionado quando o pâncreas
419 não produz insulina de forma suficiente ou quando há uma produção ineficaz
420 desse hormônio, ou ainda pode haver uma resistência à insulina (EGAN;
422 Diversos estudos atuais estimam que haja mais de 537 milhões de
425 ranking mundial. Destaca-se também que os gastos públicos com esse mal são
426 exorbitantes, só no território brasileiro foram gatos US$ 42,9 bilhões em saúde,
428 Existem vários tipos de diabetes, porém os mais comuns são o diabetes
429 tipo I e tipo II. O do tipo I (DMI) se caracteriza como uma síndrome autoimune,
430 que ocorre quando o organismo começa a combater as suas próprias células
431 betas, prejudicando assim a produção de insulina e o diabetes tipo II (DMII) que
432 é o diabetes mais comum, tem como causa principal a resistência à insulina ou
445 2017).
446 O tecido hepático é um dos órgãos mais afetados por essa desordem
448 hepático, degeneração dos hepatócitos e infiltrado gorduroso que pode levar há
449 uma disfunção generalizada desse tecido (FERREIRA et al., 2011; SILVA et al.,
450 2011).
452 mundo. Algumas alterações causadas pelo diabetes que levam a essa
459 desregulação dos níveis espécies reativas de oxigênio (ROS) que caracteriza o
460 estresse oxidativo, bem como com uma defesa antioxidante prejudicada
463 o diabetes, visto que essa doença tem um componente fisiopatológico bem
23 17
24
464 estabelecido no estresse oxidativo (GULCIN, 2020; NEHA et al., 2019). Nesse
469 Outra molécula que já tem grande notoriedade como um potente agente
471 pela glândula pinel que tem demonstrado ser um promissor agente terapêutico
472 para diversas doenças de cunho oxidativo, tanto diminuindo alterações como
480 associada ou não a quercetina sobre os rins e fígado de ratos diabéticos, como
481 um possível tratamento alternativo para esse mal que atinge boa parte da
483
486 sendo usados como perspectiva de tratamento para o diabetes mellitus, além
488 quercetina sobre os rins e fígado de ratos diabéticos a nível celular, bioquímico
489 e imunohistoquímico.
490
491 Objetivos Específicos
496 Avaliar o peso dos animais, rins e fígado de ratos diabéticos e co-tratados
499 tratados ou não com MEL e QCT quanto à expressão de IL-6, TNF-α e IL-10
501 Avaliar apoptose (TUNEL) nos rins de ratos diabéticos e co-tratados ou não
507
508 REFERÊNCIAS
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576 p. 583–600, 2020.
577
578
579
580
31 21
32
581
582 APÍTULO I
583
584
33 22
34
837 uma grande diversidade de antioxidantes, tanto naturais (ácido úrico, ácido
838 lipóico, glutationa, melatonina, carotenoides, flavonoide, vitamina C e E entre
839 outros) quanto sintéticos (propil galato, octil galato, hidroxitolueno butilato entre
840 outros) (NEHA et al., 2019). Estudos já demonstraram que essas moléculas
841 têm alto potencial anticâncer (resveratrol e curcumina), anticatarata (β-
842 caratone, luteína, zeaxantina, quercetina), antidiabético (acridina, fenantrolina e
843 alguns polifenóis), anti-inflamatório (derivados do pyrazol, cumarina, ácido
844 lipóico, chalconas), defesa contra distúrbios cardiovasculares (α-tocoferol,
845 ácido ascórbico, β-caroteno), hepatoprotetor (vitamina E, resveratrol, anastatina
846 B), nefroprotetor (propil galato, curcumina, vitamina C), neuroprotetor (fisteína -
847 a, resveratrol) (NEHA et al., 2019).
848 O tratamento antioxidante mesmo sendo bem visto e aprovado por diversos
849 estudos, para outros tantos trabalhos ainda é motivo de controvérsia. Essa
850 ideia é sustentada pela premissa que o estresse oxidativo pode ser participante
851 ativo em diversas doenças, mas a extensão de sua participação é muito
852 variável. Então o aumento indiscriminado da defesa antioxidante pode não ser
853 a resposta terapêutica para algumas dessas. Outras limitações para o avanço
854 dessa terapia é a dificuldade de atingir concentrações significativamente
855 eficientes in vivo e entender que moléculas oxidantes (como moléculas reativas
856 ao oxigênio) são de grande importância para diversas vias de sinalização
857 celular e a sua diminuição pode acarretar no interrompimento de vias
858 importantes para o pleno funcionamento de células e tecidos (FORMAN;
859 ZHANG, 2021).
968 ALVES, É. R.; FERREIRA, C. G. M.; SILVA, M. V. Da; VIEIRA FILHO, L. D.;
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55 33
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1125
1126
1127
1128
63 37
64
1129
1130
1131 CAPÍTULO II
1132
1133 Melatonina e quercetina: uma perspectiva para o controle das alterações renais em
1135
1
1136 Érique Ricardo Alves; 1Laís Caroline da Silva Santos; 1Ismaela Maria Ferreira de
1137 Melo; 2Leucio Duarte Vieira Filho, 3Valdemiro Amaro da Silva Junior, 1Álvaro Aguiar
1139
1
1140 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Morfologia e Fisiologia
1142 2
Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Fisiologia e Farmacologia,
1144 3
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Medicina Veterinária,
1146
1147 *Autor para correspondência: UFRPE-DMFA. Av. Dom Manoel de Medeiros s/n Dois
1150
1151 RECIFE
1152 2023
65 38
66
1153 RESUMO
1154 O diabetes mellitus é uma doença crônica ocasionada e caracterizada pela hiperglicemia
1155 e leva a diversas complicações teciduais e sistêmicas. Sabe-se ainda que o estresse
1156 oxidativo está associado com suas complicações. Nesse sentido o presente trabalho
1157 objetivou analisar o efeito do tratamento com quercetina associado ou não com a
1158 melatonina, dois antioxidantes, sobre os rins de ratos diabéticos. Para isso foram usados
1159 90 ratos machos divididos nos seguintes grupos: Grupo I (Controle): ratos sem indução
1160 ao diabetes; Grupo II: ratos diabéticos (GD); Grupo III: ratos diabéticos tratados com
1161 insulina (GDI); Grupo IV: ratos diabéticos tratados com melatonina (GDM); Grupo V:
1162 ratos diabéticos tratados com quercetina (GDQ); Grupo VI: ratos diabéticos tratados
1163 com melatonina e quercetina (GDMQ). O diabetes foi induzido através da
1164 estreptozotocina (60 mg/kg). A melatonina foi administrada por 30 dias após a indução
1165 do diabetes (10 mg/kg). A quercetina foi administrada também por 30 dias após a
1166 indução do diabetes (40 mg/kg). Os animais ao final do experimento foram anestesiados
1167 e eutanasiados, os órgãos foram coletados e o sangue foi centrifugado e o soro guardado
1168 para análise (medição da creatinina e ureia). Também foi analisado o estresse oxidativo
1169 tecidual para avaliar peroxidação lipídica (TBRAS) e glutationa reduzida (GSH). Além
1170 de fazer analises imunohistoquímicas (IL-6, TNF-α e apoptose). Os resultados
1171 demonstraram que os tratamentos só com melatonina e melatonina + quercetina foram
1172 os mais efetivos em diminuir os níveis glicêmicos, proteger os animais contra a perda de
1173 peso corporal e renal, além de diminuir o estresse oxidativo e evitar alterações
1174 patológicas severas nos rins, bem como proteger o tecido renal. Ademais estabilizou os
1175 níveis séricos de creatinina e ureia, alterados pelo diabetes e protegeram contra o
1176 aumento da apoptose e de interleucinas inflamatórias. O tratamento só com quercetina
1177 demonstrou uma leve ou moderada efetividade nos parâmetros supramencionados.
1178 Nesse sentido conclui-se que os tratamentos mais promissores na proteção contra
1179 complicações renais diabéticas, foram os tratamentos só com melatonina ou sua
1180 associação com quercetina.
1181
1182 PALAVRAS-CHAVE: hiperglicemia, pineal, flavonoides, inflamação, estresse
1183 oxidativo, ratos.
1184
1185
1186
1187
1188
1189
1190
1191
67 39
68
1192 ABSTRACT
1193 Diabetes mellitus is a chronic disease caused and characterized by hyperglycemia and
1194 leads to several tissue and systemic complications. It is also known that oxidative stress
1195 is associated with its complications. In this sense, the present work aimed to analyze the
1196 effect of treatment with quercetin associated or not with melatonin, two antioxidants, on
1197 the kidneys of diabetic rats. For this, 90 male rats divided into the following groups
1198 were used: Group I (Control): rats without diabetes induction; Group II: diabetic rats
1199 (GD); Group III: diabetic rats treated with insulin (GDI); Group IV: diabetic rats treated
1200 with melatonin (GDM); Group V: diabetic rats treated with quercetin (GDQ); Group
1201 VI: diabetic rats treated with melatonin and quercetin (GDMQ). Diabetes was induced
1202 by streptozotocin (60 mg/kg). Melatonin was administered for 30 days after diabetes
1203 induction (10 mg/kg). Quercetin was also administered for 30 days after diabetes
1204 induction (40 mg/kg). At the end of the experiment, the animals were anesthetized and
1205 euthanized, the organs were collected and the blood was centrifuged and the serum
1206 saved for analysis (measurement of creatinine and urea). Tissue oxidative stress was
1207 also analyzed to assess lipid peroxidation (TBRAS) and reduced glutathione (GSH). In
1208 addition to performing immunohistochemical analyzes (IL-6, TNF-α and apoptosis).
1209 The results showed that treatments with melatonin alone and melatonin + quercetin
1210 were the most effective in reducing glycemic levels, protecting animals against body
1211 and kidney weight loss, in addition to reducing oxidative stress and avoiding severe
1212 pathological changes in the kidneys, as well as how to protect kidney tissue. In addition,
1213 it stabilized the serum levels of creatinine and urea, altered by diabetes and protected
1214 against the increase of apoptosis and inflammatory interleukins. Treatment with
1215 quercetin alone showed mild or moderate effectiveness in the aforementioned
1216 parameters. In this sense, it is concluded that the most promising treatments in terms of
1217 protection against diabetic renal complications were treatments with melatonin alone or
1218 its association with quercetin.
1219
1220 KEYWORDS: hyperglycemia, pineal, flavonoids, inflammation, oxidative stress, rats.
1221
1222
1223
1224
1225
1226
1227
1228
1229
1230
1231
69 40
70
1232 Introdução
1235 afetando assim todos os sistemas (HARREITER; RODEN, 2019b). Nessa desordem, o
1236 pâncreas não produz insulina ou a produzida é ineficaz ou não é reconhecida pelo
1238 2022). Estima-se que haja mais de 537 milhões de pessoas com diabetes no mundo,
1239 destes 15,7 milhões estão no Brasil, nesse ínterim o Brasil ocupa a 6º posição no rank
1240 mundial de países com mais pessoas diabéticas. Torna-se notório também que os gastos
1241 públicos com esse mal são exorbitantes, só no território brasileiro foram gatos US$ 42,9
1243 2021).
1248 A diabetes afeta também diretamente os rins, sabe-se que pessoas diabéticas têm
1249 uma maior propensão em desenvolver complicações renais, inclusive com evolução
1250 para a doença renal terminal, o que também pode acarretar em maior risco de morbidade
1251 cardiovascular e mortalidade por todas as outras causas (SHEN et al., 2017). Nessa
1254 proliferação celular, todos esses achados como indicação de lesão renal
1256 IL-1, IL-6, IL18 e TNF-α, também estão envolvidas como marcadores de inflamação
1257 (AMORIM et al., 2019). Inclusive o diagnóstico de lesão renal pode ser confirmado
1258 através dos níveis de albumina e creatinina séricos (HAHR; MOLITCH, 2015).
1260 patogênese das complicações diabéticas (YARIBEYGI et al., 2020). Esse processo se
1264 HELMKE, 1995). Mas pode também ser produzida por outros órgãos (ACUÑA-
1265 CASTROVIEJO et al., 2014). Possui diversas funções entre as quais estão:
1267 espécies (POZA et al., 2018). E já é notório que essa indolamina possui atividade
1270 natural, mais encontrada em plantas e não é sintetizada pelos humanos) (PANCHE;
1273 anticancerígena (NEHA et al., 2019). E já está sendo utilizada para amenizar algumas
1276 patogênese dessa doença (REIS et al., 2012). Levando-se em consideração que
1277 atualmente se tem buscado alternativas naturais de tratamento (SILVA, 2012), e que
1279 promissores em diversas doenças (YANG; KANG, 2018; ZANONI et al., 2015), torna-
73 42
74
1280 se pertinente investiga a ação da melatonina associada ou não a quercetina sobre os rins,
1281 de ratos diabéticos, como um possível tratamento alternativo para esse mal que atinge
1284 Animais
1285 Foram utilizados 60 ratos albinos da linhagem wistar, com 70 dias de idade e peso
1290 ingestão de água ad libitum. O protocolo experimental foi submetido e aprovado pelo
1293 Os animais foram divididos de forma aleatória nos seguintes grupos: Grupo I
1294 (Controle): ratos sem indução ao diabetes; Grupo II: ratos induzidos ao diabetes (GD);
1295 Grupo III: ratos induzidos ao diabetes e tratados com insulina (GDI); Grupo IV: ratos
1296 induzidos ao diabetes e tratado com melatonina (GDM); Grupo V: ratos induzidos ao
1297 diabetes e tratados com quercetina (GDQ); Grupo VI: ratos induzidos ao diabetes e
1301 estreptozotocina (Sigma Chemical Co., USA) após jejum alimentar de 14 horas e
1302 confirmado no quinto dia após a aplicação. A estreptozotocina foi diluída em tampão
1304 Os animais não diabéticos (grupo controle) receberam da mesma forma, doses
1307 2002). Foram incluídos no estudo apenas animais que apresentaram glicose sanguínea
1308 acima de 200 mg/dL (confirmados através do Glicosímetro Kit Accu-Chek Activ),
1309 exceto o grupo controle. Todos os tratamentos começaram no dia que os animais foram
1313 foi administrada em injeções diárias, por 30 dias, via intraperitoneal e sempre no
1314 período das 18:00 às 19:00h, de 10 mg/Kg, esta foi dissolvida em 0,2 mL de etanol e
1317 O flavonoide quercetina (Sigma Chemical Co., St. Louis, USA) foi dissolvido
1319 (AN et al., 2010), posteriormente essa solução foi homogeneizada no vórtex e em
1320 seguida foi administrada por via intragástrica por 30 dias. Os animais do grupo controle
1321 receberam só a solução com DMSO. A dosagem de 40 mg/kg foi escolhida por que
1322 simula a ingestão diária humana deste flavonoide (SU et al., 2002, 2003; SU; GUO;
1325 A insulina foi administrada por via subcutânea durante 30 dias, na dose de 5
1329 A glicemia dos animais foi monitorada durante o período experimental, sendo
1330 medida com o auxílio de um Glicosímetro Kit Accu-Chek Activ, nos momentos antes
1331 da indução, confirmação do diabetes (cinco dias após a indução), 10, 20 e 30 dias dos
1334 O estresse oxidativo foi estimado pela avaliação da peroxidação lipídica (TBARS)
1335 e níveis de glutationa reduzida (GSH) nos rins dos animais. O tecido renal foi macerado
1337 tecido: 5mL). A peroxidação lipídica foi avaliada pelo método de (OHKAWA;
1338 OHISHI; YAGI, 1979), para medição de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico no
1340 (TEP) e a absorbância da fase orgânica mensurada a 535 nm (BUEGE; AUST, 1978). Já
1341 os níveis de GSH foram avaliados através da quantificação de grupos sulfidrilas não-
1342 proteicos (SEDLAK; LINDSAY, 1968) no sobrenadante das amostras, que foram
1344 foi utilizada para construir a curva padrão do GSH e absorbância foi mensurada a 412
1345 nm. Os níveis de TBARS e GSH foram corrigidos para o teor de proteína, medido pelo
1346 método de Folin-fenol (LOWRY et al., 1951b; VIEIRA et al., 2018; VIEIRA-FILHO et
1349 Para coleta dos rins os ratos foram anestesiados com hidrocloridrato de cetamina
1350 (80 mg/kg) e xilazina (6,0 mg/kg) por via intramuscular. Após a abertura da cavidade e
1352 cetamina (80 mg/kg) e xilazina (6,0 mg/kg) por via intramuscular, associado ao
1355 mesmo por 48h. Em seguida foram desidratados em álcool etílico em concentrações
1357 parafina foram cortados em micrótomo do tipo Minot (Leica RM 2035) ajustado para
1358 5m. Os cortes assim obtidos foram colocados em lâminas previamente untadas com
1359 albumina de Mayer e mantidos em estufa regulada à temperatura de 37C, durante 24h,
1364 Para a análise morfométrica dos rins, foram utilizadas três lâminas de cada grupo
1365 e analisados dez glomérulos em cada lâmina. As medidas foram restritas aos glomérulos
1366 que demonstraram, num único corte, os pólos vascular e urinário. Essa disposição
1367 indica a secção coincidente com a região equatorial do glomérulo. Para as mensurações
1369 efetuada através de câmera de Vídeo Sony®, acoplada ao microscópio Olympus® Bx50.
1371 micrômetros, associado ao programa Optimas® 6.2 para Windows. Para a obtenção da
1372 área glomerular o cursor foi posicionado na área central do glomérulo, estabelecendo-
1373 se, a partir daí, uma linha circular externa, coincidente com os limites do tufo
1374 glomerular. Para mensuração da cápsula de Bowman foi adotado a mesma metodologia
1376 foi calculado de acordo com os critérios preconizados por Pagtalunan, Drachman e
1377 Meyer (2000). Para essa estimativa, utilizou-se a equação 4/3πr3, destinada ao cálculo
1379
1380
1383 Para isso, os ratos foram imobilizados em contensor mecânico e o sangue coletado por
1384 punção da veia caudal lateral com uso de cateter (24G) (PEREIRA, 2001). Após
1386 duplicata, e congelado a -20°C até o momento das dosagens (COELHO TEIXEIRA et
1387 al., 2004). Para a creatinina o protocolo seguiu duas etapas: a primeira consiste na
1390 repouso em temperatura ambiente durante 7 minutos. A leitura das absorbâncias foi
1391 feita em 520 nm. Os cálculos seguiram o protocolo do fabricante. Já para a ureia foi
1392 feita uma mistura por agitação e incubação das amostras por 5 minutos no banho maria
1393 a 37ºC. A leitura das absorbâncias em espectrofotômetro ajustado para 600 nm. Para o
1394 cálculo dos resultados, utiliza-se curva de calibração que acompanha o kit.
1398 através de uma solução de tampão citrato (pH 6.0) em alta temperatura no micro-ondas
1399 por 5 minutos. A peroxidase endógena foi inibida através de uma solução de peróxido
1401 através da incubação das lâminas em PBS e albumina sérica bovina (BSA) 5% durante
1402 uma hora. Todos os anticorpos (Santa Cruz Biotechnology Inc., Santa Cruz, CA, EUA)
1403 foram diluídos em PBS/BSA 1% por uma hora. Subsequentemente, as lâminas foram
83 47
84
1404 tratadas com o anticorpo secundário, o histofine, por trinta minutos. A reação antígeno-
1405 anticorpo foi observada através de um precipitado marrom após aplicação de 3,3
1406 diaminobenzidina por quatro minutos e contra corados com hematoxilina. As imagens
1407 foram capturadas por meio de câmera de Vídeo Sony ®, acoplada ao microscópio
1408 Olympus® Bx50, as quais foram submetidas ao aplicativo Gimp 2.0 para a quantificação
1409 por meio de Histograma RGB (Red-Green-Blue) (OBERHOLZER et al., 1996; LEE et
1411 Foi utilizado o método de TUNEL como indicador de apoptose. Os cortes foram
1413 minutos em temperatura ambiente. Após, a proteinase K foi aplicada sobre as lâminas
1414 por 15 minutos. As lâminas foram lavadas em água destilada e incubadas em peróxido
1415 de hidrogênio por 5 minutos. Os cortes foram lavados em PBS e incubados em tampão
1416 equilíbrio por 60 minutos a 4°C, depois os cortes seguiram para incubação com TdT a
1417 37°C por uma hora em câmara úmida. Foi aplicada a solução stop por 10 minutos,
1421 hematoxilina. Após isso, foram desidratados e colocados em xilol e foram montados. O
1422 índice apoptótico foi determinado pela contagem do percentual de células positivas a
1423 partir de pelo menos 500 núcleos subdividido em 10 campos escolhidos de forma
1425
1426 Análise Estatística
1427 Os dados dos pesos dos animais, índice glicêmico, peso dos rins, níveis de
1431
1432 Resultados
1435 semelhantes, portanto, os grupos não diferiram, e todos estavam dentro de uma
1436 normoglicemia. No tempo após a indução somente o grupo controle estava com índices
1438 acima dos 200 mg/dl, o que confirma o diabetes nesses grupos experimentais. E no
1439 último dia de tratamento o grupo diabético continuou com o maior nível glicêmico, o
1440 grupo GDQ apresentou um índice glicêmico menor e diferiu de todos os outros, já o
1441 grupo GDMQ apresentou uma queda desses níveis ficando um pouco abaixo do grupo
1443 grupos que apresentaram os menores índices glicêmicos e semelhantes entre si foram os
1445
1446 Figura 1. Níveis glicêmicos (mg/dL). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI-
1447 grupo diabético tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina;
1448 GDQ- grupo diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com
1449 quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem
1450 significativamente entre si pelo teste de comparações múltiplas de Tukey e Kramer
1451 (p>0.05).
1452
1453 Pesos corporais e peso dos rins
1454 Nos pesos corporais se demonstrou no dia antes do tratamento que todos os
1455 grupos apresentaram valores semelhantes, portanto não houve diferença estatística entre
1456 nenhum dos grupos (Figura 2A). Já no último dia de tratamento (figura 2B) o grupo GD
1457 e GDQ não diferiram entre si, no entanto diferiram de todos os outros grupos,
1460
1461
1462 Figura 2. Gráfico dos valores dos pesos corporais dos grupos experimentais (g) do dia
1463 antes do início do tratamento (A) e do último dia de tratamento – 30 dias (B). GC-grupo
1464 controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo diabético tratado com insulina; GDM- grupo
1465 diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo diabético tratado com quercetina;
1466 GDQM- grupo diabético tratado com quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela
1467 mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de múltiplas de Tukey e
1468 Kramer (p>0.05).
1469
1470 A análise do peso renal demonstrou que o grupo diabético (GD) apresentou as
1471 maiores médias de pesos e diferiu de todos os outros grupos. Já os grupos restantes (GC,
1473
1474
1475
1476
1477
1478
1479
1480
91 51
92
1481
1482 Figura 3. Gráfico dos valores dos pesos dos rins dos animais dos grupos experimentais
1483 (g). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo diabético tratado com
1484 insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo diabético tratado
1485 com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com quercetina e melatonina. *Médias
1486 seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de
1487 comparações múltiplas de Tukey e Kramer (p>0.05).
1488
1489 Análise da peroxidação lipídica (TBARS) e glutationa reduzida (GSH)
1492 estatisticamente de nenhum outro grupo, exceto do diabético, que apresentou os maiores
1493 níveis dessa substância e diferiu de todos os outros grupos (figura 4).
93 52
94
1494
1495 Figura 4. Gráfico dos níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
1496 renal (nm/mg). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo diabético tratado
1497 com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo diabético
1498 tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com quercetina e melatonina.
1499 *Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de
1500 comparações múltiplas de Tukey e Kramer (p>0.05).
1501
1502 Nos níveis de GSH (glutationa reduzida) tornou-se evidente que o grupo que
1503 possui o maior nível dessa substância é o GDM, que diferiu estatisticamente de todos os
1504 outros. Os grupos GC, GDI e GDMQ, se assemelharam estatisticamente entre si, com
1505 níveis moderados dessa substância, no entanto o grupo GDQ teve valores menores de
1506 GSH em ralação ao grupo anterior e diferiu de todos os grupos. Já o grupo diabético
1508
1509 Figura 5. Gráfico dos níveis de glutationa reduzida (GSH) renal (nm/mg). GC-grupo
1510 controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo diabético tratado com insulina; GDM- grupo
1511 diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo diabético tratado com quercetina;
1512 GDQM- grupo diabético tratado com quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela
1513 mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de comparações múltiplas
1514 de Tukey e Kramer (p>0.05).
1515
1516
1517 Histopatologia Renal
1519 Congestão vascular (seta fina – figura 6D), congestão glomerular (ponta de seta
1520 vermelha – figura 7A), atrofia glomerular (asterisco – figura 6D), degeneração vacuolar
1521 tubular (estrela – figura 6C), descamação apical celular (ponta de seta preta – figura 6F).
1522 Os achados foram os mesmos em quase todos os grupos, o que diferenciou foi à
1523 frequência e extensão da lesão, que define o grau de severidade. O grupo controle (GC)
1524 demonstrou todos os componentes estruturais como corpúsculo renal e túbulos renais na
1525 cortical (figura 6A) e medular (figura 6B) e seus túbulos tudo dentro da normalidade. O
1526 grupo diabético (GD) apresentou todas as lesões supracitadas de forma severa e
97 54
98
1527 extensiva. O grupo GDI apresentou atrofia glomerular (leve) e congestão glomerular,
1528 congestão vascular, degeneração vacuolar de forma moderada (figura 7A). O grupo
1529 GDM apresentou uma moderada descamação apical (figura 7B), além de atrofia
1532 descamação apical leve e pontual. O grupo GDMQ apresentou apenas uma atrofia
1534
1535
1536
1537
1538
99 55
100
1539
1540 Figura 6. Histopalogia renal. Notar em A e B grupo controle, camada cortical (c),
1541 medular (m) e um glomérulo renal (ponta de seta azul). C, D, E e F – grupo GD.
1542 Legenda das alterações: degeneração vacuolar (estrela), atrofia glomerular (asterisco),
1543 congestão vascular (seta fina) e descamação apical (ponta de seta preta)
1544
101 56
102
1545
1546 Figura 7. Histopalogia renal. Notar em A– grupo GDI; B- grupo GDM; C- grupo GDQ;
1547 D- grupo GDQM. Legenda das alterações: degeneração vacuolar (estrela), atrofia
1548 glomerular (asterisco), congestão vascular (seta fina) e descamação apical (ponta de seta
1549 preta) e congestão glomerular (seta vermelha).
1550
1551 Morfometria Renal
1552 Para a morfometria renal o grupo diabético (GD) foi o único a diferir de forma
1554 médias para diâmetro glomerular, volume glomerular, diâmetro da cápsula de Bowman
1556 (GDI, GDM, GDQ, GDMQ) se assemelharam estatisticamente com o grupo controle
1558
103 57
104
374,45 ± 7,52a
GD 101,40 ± 3,04a 356,90 ± 14,63a 170,11 ± 10,30a
304,70 ± 17,55b
GDI 91,60 ± 3,49b 284,31 ± 14,48b 120,68 ± 9,55b
305,41 ± 13,59b
GDM 96,14 ± 3,22b 290,34 ± 6,96b 114,94 ± 3,03b
1568 diabético foi o único que diferiu estatisticamente de todos os outros grupos,
1569 apresentando as maiores médias tanto para os níveis sanguíneos de ureia quanto para os
1570 níveis sanguíneos de creatinina. Assim sendo, os outros grupos experimentais (GDI,
1572 fazendo com que nenhum deles diferisse do mesmo (tabela 2).
1573
1574
1575
1576
1577
105 58
106
1578Tabela 2. Média ± desvio padrão do perfil bioquímico renal dos animais dos grupos
1579experimentais aos 10 e 30 dias, após indução do diabetes e respectivos tratamentos
1580
Uréia Creatinina
Grupos\Dias 10 30 10 30
GC 64,90 ± 1,77b 62,35 ± 1,43b 0,53 ± 0,09c 0,53 ± 0,08c
1585 Na quantificação da interleucina IL-6 foi observado que o grupo que apresentou
1586 os maiores níveis de expressão dessa molécula e diferiu de todos os outros grupos foi o
1588 com índices de expressão dessa interleucina menores que o grupo anterior. No entanto
1589 os grupos GDI, GDM e GDMQ, demonstraram as menores expressões dessa proteína,
1590 não havendo diferença estatística entre esses grupos (figura 8).
1591
1592
1593
1594
1595
1596
107 59
108
1597
1598
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1600
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1611
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1613
1614
1615
1616
1618
1619
G
1620
1621 Figura 8. Fotomicrografias da imunohistoquímica para IL-6 nos rins dos animais dos
1622 grupos experimentais. A – (GC), B (GD), C – (GDI), D (GDM), E – (GDQ) e F –
1623 (GDQM), G – gráfico da quantificação em pixels da marcação positiva em marrom da
1624 IL-6. Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si teste de
1625 Comparações Múltiplas de Tukey e Kramer (P>0,05).
1626
109 60
110
1627 A análise imunohistoquímica do TNF-α revelou forte marcação nos rins dos
1628 animais do grupo GD, em relação aos demais, o que foi confirmado pela quantificação
1629 em pixels dessa citocina (figuras 9). Esse mesmo comportamento foi verificado nesse
1630 grupo para a apoptose com aumento expressivo de células TUNEL positivas (figuras 10
1631 e 11).
1632
111 61
112
1633
1634
1635
1636
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1640
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1643
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1648
1649
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1653
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1656
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1661
1662
1663
1664
1665
1666
1667
1668
1669
1670 G
1671 Figura 9. Fotomicrografias da imunohistoquímica para TNF-α no fígado dos animais
1672 dos grupos experimentais. A – (GC), B (GD), C – (GDI), D (GDM), E – (GDQ) e F –
1673 (GDQM), G – gráfico da quantificação em pixels da marcação positiva em marrom da
1674 TNF-α. Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si teste
1675 de Comparações Múltiplas de Tukey e Kramer (P>0,05).
1676
1677
113 62
114
1678
1679
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1699
1700
1701
1702
1703
1704
1705
1706
1707 Figura 10. Fotomicrografias da imunohistoquímica para apoptose nos rins dos animais
1708 dos grupos experimentais. A-B: GC; C-D: GD e E-F: GDI. Notar forte marcação no
1709 grupo GD. Teste de TUNEL.
1710
1711
1712
115 63
116
1713
1714
1715
1716
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1726
1727
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1730
1731
1732
1733
1734
1735
1736
1737
G
1738
1739 Figura 11. Fotomicrografias para apoptose (teste de TUNEL) nos rins dos animais dos
1740 grupos experimentais. A-B: GDM; C-D: GDQ e E-F: GDQM. Notar fraca e uniforme
1741 marcação. G – Gráfico do percentual de células TUNEL positivas em marrom. Médias
1742 seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si teste de Comparações
1743 Múltiplas de Tukey e Kramer (P>0,05).
1744
1745
117 64
118
1746 Discussão
1747 Segundo Wan et al. (2013), Eid; Haddad (2017) e Torres-Villarreal et al. (2017)
1752 hiperglicemia apenas em relação aos animais diabéticos. Outro ponto a ser destacado é
1753 em relação ao peso corporal, onde o tratamento com a quercetina isolada apresentou
1754 valores similares ao grupo diabético, sem, no entanto, afetar o peso renal. O tratamento
1755 com melatonina isolada ou associada à quercetina mostrou valores similares aos
1756 observados no grupo controle, sugerindo uma ação exclusiva da melatonina tanto na
1757 glicemia como no peso corporal, sem efeitos sinérgicos expressivos, o que talvez esteja
1760 quercetina foi aplicada em dosagens variando de 40 e 300 mg/Kg por um período de 45
1762 Vários estudos relataram que a hiperglicemia contribui para o aumento de pró-
1764 MURAOKA et al., 2002; DIAS et al., 2005; PIWKOWSKA et al., 2011). Consistente
1765 com esses relatos, nossos dados mostraram que o TBARS e GSH foram aumentados e
1767 quercetina e melatonina, isoladas ou não, preveniram esses efeitos, com destaque para a
1768 melatonina isolada que mostrou ser mais efetiva no aumento do GSH. Estes
1769 antioxidantes tem ação através da interação direta com radicais de oxigênio e
1770 nitrogênio, neutralizando-os, quanto através na regulação das vias que geram esses
119 65
120
1771 radicais, além de aumentar antioxidantes endógenos (KORKMAZ et al., 2009; REITER
1772 et al., 2003, 2016a; XU et al., 2019). Dessa forma, mesmo a qercetina isolada não
1773 promovendo elevação expressiva do GSH, foi capaz de reduzir o TBARS. Além disso,
1774 sua associação com a melatonina indica ser promissora, pois reduziu o TBARS e
1775 aumentou o GSH a níveis similares aos observados nos tratamentos controle e com
1776 insulina.
1780 houve um aumento no peso dos rins, do diâmetro glomerular, volume glomerular,
1781 diâmetro da cápsula de Bowman e volume da cápsula de Bowman nos animais do grupo
1783 redução desses danos. Sabe-se que a administração isolada de quercetina e melatonina
1784 tem efeito protetor sobre a histoarquitetura renal em condições diabéticas em estudos in
1785 vitro e in vivo, por reduzir o estresse oxidativo (BABUJANARTHANAM et al., 2011;
1786 ARYA et al., 2014; BASHIR et al., 2014; LIU et al., 2019; AFSAR et al., 2020;
1787 PROMSAN; LUNGKAPHIN 2020; IZAK-SHIRIAN et al., 2022; WANG et al., 2022).
1788 Em nosso estudo foi demonstrado um efeito sinérgico eficaz dessas substancias sobre a
1790 A creatinina e ureia sérica são bons marcadores da função renal, ou seja, quando
1791 existem determinados níveis de lesões renais, há alterações nas concentrações dessas
1792 moléculas (ISLES; PATERSON 1996; CHUTANI; PANDE 2017). Isso se mostrou
1793 evidente onde o grupo diabético foi o único apresentar as maiores taxas dessas
1795 ureia nos tratamentos quercetina e/ou melatonina apresentaram-se similares aos
121 66
122
1796 observados no controle e no tratamento com insulina. Isto pode está relacionado à
1797 melhora na histopatologia renal promovida por esses tratamentos (HOU et al., 2014;
1798 YANG et al., 2018; YILMAZ et al., 2022), principalmente, quando associados.
1801 apoptótico. Esses achados podem ser esclarecidos pelo fato da melatonina e quercetina
1803 inflamação NF-κB, COX-2 e p38 MAPK, que estimulam a expressão de citocinas
1805 a quercetina também já possui na literatura dados que demonstram seu efeito inibidor do
1806 NF-κB (GARDI et al., 2015), o que também explica no nosso estudo as diminuições nos
1807 níveis das citocinas inflamatórias e da apoptose no tratamento com quercetina isolada, o
1808 que fortalece mais uma vez a capacidade de sinergia dessas duas moléculas.
1809
1810 Conclusão
1812 evidente que embora a melatonina e quercetina isoladamente auxiliem nas respostas ao
1814 isoladamente mostrou-se tão efetiva quanto a sua associação, o mesmo resultado não foi
1816
1817 Agradecimentos
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2055
2056
135 73
136
2057
2059
2060 Associação de Antioxidantes previne o fígado contra agravos pelo diabetes mellitus
2061 em ratos.
2062
2063
1
2064 Érique Ricardo Alves, 1Ismaela Maria Ferreira de Melo, 1Laís Caroline da Silva Santos,
2065 1
Franscisco de Assis Leite Souza, 2Leucio Duarte Vieira Filho, 1Álvaro Aguiar Coelho
2067
2068 1
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Morfologia e Fisiologia
2070 2
Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Fisiologia e Farmacologia,
2072
2073 *Autor para correspondência: UFRPE-DMFA. Av. Dom Manoel de Medeiros s/n Dois
2076
2077
2078
2079
2080 RECIFE
137 74
138
2081 2023
2082 RESUMO
2083 Estima-se que haja mais de 537 milhões de pessoas com diabetes (doença crônica
2084 hiperglicemiante) no mundo, destes 15,7 milhões estão no Brasil. Torna-se notório que
2085 os gastos públicos no território brasileiro foram de US$ 42,9 bilhões com essa doença.
2086 Assim, estratégias para minimizar seus danos são necessários. Nesse sentido o presente
2087 trabalho analisou o efeito do tratamento com quercetina associado ou não com a
2088 melatonina, dois antioxidantes, no tecido hepático de ratos diabéticos. Para isso forma
2089 usados 90 ratos machos divididos nos seguintes grupos: Grupo I (Controle): ratos sem
2090 indução ao diabetes; Grupo II: ratos diabéticos (GD); Grupo III: ratos diabéticos
2091 tratados com insulina (GDI); Grupo IV: ratos diabéticos tratados com melatonina
2092 (GDM); Grupo V: ratos diabéticos tratados com quercetina (GDQ); Grupo VI: ratos
2093 diabéticos tratados com melatonina e quercetina (GDMQ). O diabetes foi induzido
2094 através da estreptozotocina (60 mg/kg). A melatonina foi administrada por 30 dias após
2095 a indução do diabetes (10 mg/kg). A quercetina foi administrada também por 30 dias
2096 após a indução do diabetes (40 mg/kg). Os animais ao final do experimento foram
2097 anestesiados e eutanasiados, o fígado foi coletado e o sangue foi centrifugado e o soro
2098 guardado para analise bioquímica (TGO e TGP). Também foi analisado estresse
2099 oxidativo tecidual para avaliar peroxidação lipídica (TBRAS) e glutationa reduzida
2100 (GSH). Além de serem feitas imunohistoquímicas (IL-6, TNF-α e IL-10). Os resultados
2101 demonstraram que os animais tratados com melatonina e quercetina, tanto juntos quanto
2102 separados diminuíram a hiperglicemia, além de proteger os animais contra a perda de
2103 peso hepática, diminuir o estresse oxidativo e evitar alterações patológicas severas no
2104 fígado. Ademais estabilizou os níveis séricos de TGO e TGP, alterados pelo diabetes e
2105 evitaram o aumento de interleucinas inflamatórias (IL-6 e TNF-α) e redução da IL-10
2106 (interleucina anti-inflamatória). Nesse sentido conclui-se que os tratamentos tanto com
2107 melatonina ou quercetina isolados, quanto os dois em associação, levaram a boas
2108 garantias de proteção contra complicações hepáticas diabéticas.
2109 PALAVRAS-CHAVE: hiperglicemia, flavonoides, indolamina, inflamação, estresse
2110 oxidativo, ratos.
2111
2112
2113
2114
2115
2116
2117
2118
139 75
140
2119 ABSTRACT
2120 It is estimated that there are more than 537 million people with diabetes (chronic
2121 hyperglycemic disease) in the world, of which 15.7 million are in Brazil. It is clear that
2122 public spending in the Brazilian territory was US$ 42.9 billion with this disease. Thus,
2123 strategies to minimize their damage are needed. In this sense, the present work analyzed
2124 the effect of treatment with quercetin associated or not with melatonin, two
2125 antioxidants, in the hepatic tissue of diabetic rats. For this, 90 male rats were divided
2126 into the following groups: Group I (Control): rats without diabetes induction; Group II:
2127 diabetic rats (GD); Group III: diabetic rats treated with insulin (GDI); Group IV:
2128 diabetic rats treated with melatonin (GDM); Group V: diabetic rats treated with
2129 quercetin (GDQ); Group VI: diabetic rats treated with melatonin and quercetin
2130 (GDMQ). Diabetes was induced by streptozotocin (60 mg/kg). Melatonin was
2131 administered for 30 days after diabetes induction (10 mg/kg). Quercetin was also
2132 administered for 30 days after diabetes induction (40 mg/kg). The animals at the end of
2133 the experiment were anesthetized and euthanized, the liver was collected and the blood
2134 was centrifuged and the serum saved for biochemical analysis. Tissue oxidative stress
2135 was also analyzed to assess lipid peroxidation (TBRAS) and reduced glutathione
2136 (GSH). In addition to immunohistochemistry (IL-6, TNF-α and IL-10). The results
2137 demonstrated that the groups treated with melatonin and quercetin, both together and
2138 separately, decreased hyperglycemia, in addition to protecting the animals against
2139 hepatic weight loss, decreasing oxidative stress and avoiding severe pathological
2140 changes in the liver. Furthermore, it stabilized the serum levels of TGO and TGP,
2141 altered by diabetes and prevented the increase of inflammatory interleukins (IL-6 and
2142 TNF-α) and reduction of IL-10 (anti-inflammatory interleukin). In this sense, it is
2143 concluded that treatments with either melatonin or quercetin alone, or both in
2144 combination, led to good guarantees of protection against diabetic liver complications.
2145
2146 KEYWORDS: hyperglycemia, flavonoids, indolamine, inflammation, oxidative stress,
2147 rats.
2148
2149
2150
2151
2152
2153
2154
2155
2156
141 76
142
2157 Introdução
2160 afeta todos os sistemas do corpo (EGAN; DINNEEN, 2019; HARREITER; RODEN,
2161 2019a). O pâncreas nessa doença, pode não produzir insulina, ou a insulina sintetizada é
2164 Existem estimativas que demonstram que há mais de 537 milhões de pessoas
2165 vivendo com o diabetes no mundo, e que destes 15,7 milhões estejam no Brasil, que
2166 ocupa atualmente o 6º lugar no rank dos países com mais pessoas diabéticas no mundo.
2167 É notório também que os gastos públicos com essa desordem metabólica são
2168 excessivos, chegando a US$ 42,9 de gastos com saúde só no Brasil (ASCHNER et al.,
2169 2021).
2170 Diversas complicações são relatadas advindas dessa doença como retinopatia,
2174 O fígado é um órgão bastante afetado pelo diabetes, podendo haver diversas
2177 células de Kupffer ativadas, displasia das vias biliares (SHARMA et al., 2019). Além
2178 dessas, outras alterações são relatadas como consequências do diabetes: degeneração
2179 gordurosa, hepatite, fibrose hepática que levam a morte celular através principalmente
143 77
144
2180 da necrose e aumento da apoptose (BEDI et al., 2019). O caráter inflamatório dos
2181 distúrbios diabéticos causados no fígado também é bem conhecido, acredita-se que a
2182 inflamação está por trás da maioria dos mecanismos das lesões hepáticas no diabetes.
2183 Nesse ínterim, interleucinas inflamatórias, como IL-6, IL-1, TNF-α entre outras, tem
2185 LIAO, 2020). Outra citocina, no caso anti-inflamatória, que também tem sido
2191 al., 2020). Esse processo se caracteriza por um estado de desequilíbrio entre a produção
2193 2020).
2195 1995). Mas também pode haver outros tecidos que a produzam em menor escala
2196 (AMARAL; CIPOLLA-NETO, 2018). Possui uma vasta lista de funções naturais como:
2198 espécies (BHATTACHARYA et al., 2019; REITER et al., 2016a). E possui notoriedade
2199 como uma molécula com alta atividade antioxidante (ZHAO et al., 2019).
2201 (mais encontrada em plantas e não é sintetizada pelos humanos) (PANCHE; DIWAN;
2202 CHANDRA, 2016) que possui comprovadamente uma boa capacidade antioxidante
145 78
146
2204 2019).
2206 oxidativo esteja envolvidos da patogênese dessa doença (WANG et al., 2019). Levando-
2207 se em consideração que exista uma busca por alternativas de tratamentos naturais
2208 (SILVA, 2012), e que tratamentos associativos de moléculas antioxidantes naturais têm
2209 demonstrado efeitos promissores em diversas doenças (YANG; KANG, 2018; ZANONI
2210 et al., 2015), torna-se pertinente investiga a ação da melatonina associada ou não a
2211 quercetina sobre o tecido hepático, de ratos diabéticos, como um possível tratamento
2214 Animais
2215 Foram utilizados 90 ratos albinos da linhagem wistar, com 70 dias de idade e peso
2220 ingestão de água ad libitum. O protocolo experimental foi submetido e aprovado pelo
2223 Os animais foram divididos de forma aleatória nos seguintes grupos: Grupo I
2224 (Controle): ratos sem indução ao diabetes; Grupo II: ratos induzidos ao diabetes (GD);
2225 Grupo III: ratos induzidos ao diabetes e tratados com insulina (GDI); Grupo IV: ratos
2226 induzidos ao diabetes e tratado com melatonina (GDM); Grupo V: ratos induzidos ao
147 79
148
2227 diabetes e tratados com quercetina (GDQ); Grupo VI: ratos induzidos ao diabetes e
2228 tratados com melatonina e quercetina (GDMQ); Grupo VII: ratos induzidos ao diabetes
2229 e tratados com insulina e melatonina (GDMI) ; Grupo VIII: ratos diabéticos e tratados
2230 com insulina e quercetina (GDIQ); Grupo IX: ratos diabéticos e tratados com insulina,
2234 estreptozotocina (Sigma Chemical Co., USA) após jejum alimentar de 14 horas e
2235 confirmado no quinto dia após a aplicação. A estreptozotocina foi diluída em tampão
2237 Os animais não diabéticos (grupo controle) receberam da mesma forma, doses
2240 2002). Foram incluídos no estudo apenas animais que apresentaram glicose sanguínea
2241 acima de 200 mg/dL (confirmados através do Glicosímetro Kit Accu-Chek Activ),
2242 exceto o grupo controle. Todos os tratamentos começaram no dia que os animais foram
2246 foi administrada em injeções diárias, por 30 dias, via intraperitoneal e sempre no
2247 período das 18:00 às 19:00h, de 10 mg/Kg, esta foi dissolvida em 0,2 mL de etanol e
2250 O flavonoide quercetina (Sigma Chemical Co., St. Louis, USA) foi dissolvido
2252 (AN et al., 2010), posteriormente essa solução foi homogeneizada no vórtex e em
2253 seguida foi administrada por via intragástrica por 30 dias. Os animais do grupo controle
2254 receberam só a solução com DMSO. A dosagem de 40 mg/kg foi escolhida por que
2255 simula a ingestão diária humana deste flavonoide (SU et al., 2002, 2003; SU; GUO;
2257
2259 A insulina foi administrada por via subcutânea durante 30 dias, na dose de 5
2263 A glicemia dos animais foi monitorada durante o período experimental, sendo
2264 medida com o auxílio de um Glicosímetro Kit Accu-Chek Activ, nos momentos antes
2265 da indução, confirmação do diabetes (cinco dias após a indução), 10, 20 e 30 dias dos
2268 O estresse oxidativo foi estimado pela avaliação da peroxidação lipídica (TBARS)
2269 e níveis de glutationa reduzida (GSH) nos fígados dos animais. O tecido hepático foi
2271 (1g de tecido: 5mL). A peroxidação lipídica foi avaliada pelo método de Ohkawa;
2272 Ohishi; Yagi (1979) para medição de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico no
2274 (TEP) e a absorbância da fase orgânica mensurada a 535 nm (BUEGE; AUST, 1978). Já
2275 os níveis de GSH foram avaliados através da quantificação de grupos sulfidrilas não-
2276 proteicos (SEDLAK; LINDSAY, 1968), no sobrenadante das amostras, que foram
151 81
152
2278 foi utilizada para construir a curva padrão do GSH e absorbância foi mensurada a 412
2279 nm. Os níveis de TBARS e GSH foram corrigidos para o teor de proteína, medido pelo
2280 método de Folin-fenol (LOWRY et al., 1951a; VIEIRA et al., 2018; VIEIRA-FILHO et
2282
2284 Para coleta dos fígados os ratos foram anestesiados com hidrocloridrato de
2285 cetamina (80 mg/kg) e xilazina (6,0 mg/kg) por via intramuscular. Após a abertura da
2287 hidrocloridrato de cetamina (80 mg/kg) e xilazina (6,0 mg/kg) por via intramuscular,
2290 mesmo por 48h. Em seguida foram desidratados em álcool etílico em concentrações
2292 parafina foram cortados em micrótomo do tipo Minot (Leica RM 2035) ajustado para
2293 5m. Os cortes assim obtidos foram colocados em lâminas previamente untadas com
2294 albumina de Mayer e mantidos em estufa regulada à temperatura de 37C, durante 24h,
2300 Engelman et al. (2001). Foi determinada por métodos estereológicos, a proporção entre
2301 o parênquima não lobular e lobular do fígado das ratas dos grupos experimentais,
153 82
154
2302 utilizando uma quadrícula com 100 pontos-teste. A contagem foi feita em três lâminas,
2303 de maneira que, foram contados 10 campos utilizando-se a objetiva de 40x, perfazendo
2304 um total de 3.000 pontos por grupo. De maneira semelhante, foram quantificadas as
2306 evidenciar o núcleo alongado e característico das células em relação aos núcleos
2310 Para isso, os ratos foram imobilizados em contensor mecânico e o sangue coletado por
2311 punção da veia caudal lateral com uso de cateter (24G) (PEREIRA, 2001). Após
2313 duplicata, e congelado a -20°C até o momento das dosagens (COELHO TEIXEIRA et
2314 al., 2004). A função hepática foi determinada pela atividade das transaminases, alanina
2315 aminotransferase (ALT ou TGP), aspartato aminotransferase (AST ou TGO). Para isso
2316 foi adicionado em tubo de vidro o reagente 1 e posteriormente esse tubo foi colocado
2317 em banho maria por 3 minutos em 37 °C, em seguida foi adicionado a amostra e
2318 homogeneizado e seguiu mais vez para o banho maria em 37 °C por 30 minutos. Depois
2319 adicionou-se o reagente 2 e mais uma vez foi homogeneizado e ficou em temperatura
2320 ambiente por 20 minutos, a etapa final consistiu em adicionar o reagente de trabalho e
2321 agitar no vórtex e seguiu para a leitura da absorbância no espectrofotômetro em 505 nm.
2322 Para o cálculo dos resultados, utiliza-se curva de calibração que acompanha o kit. Os
2323 procedimentos foram iguais para a leitura tanto do TGO quanto do TGP, porém com
2328 através de uma solução de tampão citrato (pH 6.0) em alta temperatura no micro-ondas
2329 por 5 minutos. A peroxidase endógena foi inibida através de uma solução de peróxido
2331 através da incubação das lâminas em PBS e albumina sérica bovina (BSA) 5% durante
2332 uma hora. Todos os anticorpos (Santa Cruz Biotechnology Inc., Santa Cruz, CA, EUA)
2333 foram diluídos em PBS/BSA 1% por uma hora. Subsequentemente, as lâminas foram
2334 tratadas com o anticorpo secundário, o histofine, por trinta minutos. A reação antígeno-
2335 anticorpo foi observada através de um precipitado marrom após aplicação de 3,3
2336 diaminobenzidina por quatro minutos e contra corados com hematoxilina. As imagens
2337 foram capturadas por meio de câmera de Vídeo Sony ®, acoplada ao microscópio
2338 Olympus® Bx50, as quais foram submetidas ao aplicativo Gimp 2.0 para a quantificação
2339 por meio de Histograma RGB (Red-Green-Blue) (LEE et al., 2001; OBERHOLZER et
2342 Os dados do índice glicêmico, peso dos órgãos, os níveis de TBARS e GSH
2346 (P<0,05).
2347 Resultados
2350 semelhantes, portanto, os grupos não diferiram, e todos estavam dentro de uma
157 84
158
2351 normoglicemia. No tempo após a indução somente o grupo controle estava com índices
2353 acima dos 200 mg/dl, o que confirma o diabetes nesses grupos experimentais. E no
2354 último dia de tratamento o grupo diabético continuou com o maior nível glicêmico, o
2355 grupo GDQ apresentou um índice glicêmico menor e diferiu de todos os outros, já o
2356 grupo GDMQ apresentou uma queda desses níveis ficando um pouco abaixo do grupo
2358 grupos que apresentaram os menores índices glicêmicos e semelhantes entre si foram os
2360
2361
159 85
160
2362 Figura 1. Níveis glicêmicos (mg/dL). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI-
2363 grupo diabético tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina;
2364 GDQ- grupo diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com
2365 quercetina e melatonina. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem
2366 significativamente entre si pelo teste de comparações múltiplas de Tukey e Kramer
2367 (p>0.05).
2368
2369 Pesos dos fígados
2370
2371 A análise do peso hepático mostrou que o grupo diabético (GD) apresentou as
2372 maiores médias de pesos e diferiu de todos os outros grupos. Já os grupos (GC, GDI,
2374
2375
2376 Figura 2. Gráfico dos valores dos pesos dos fígados dos animais dos grupos
2377 experimentais (g). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo diabético
2378 tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo
2379 diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com quercetina e
2380 melatonina. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si
2381 pelo teste de comparações múltiplas de Tukey e Kramer (p>0.05).
2382
2383 Análise da peroxidação lipídica (TBARS) e glutationa reduzida (GSH)
2384
2385 A análise do estresse oxidativo demonstrou no índice da substância reativa ao ácido
2386 tiobarbitúrico (TBARS) que o grupo GD apresentou os maiores níveis dessa substância e
161 86
162
2387 diferiu de todos os outros grupos. Já o restante dos grupos apresentou níveis menores e não
2388 divergiram entre si. Para os níveis de glutationa reduzida (GSH) se evidenciou que os
2389 menores índices foram encontrados no grupo GD, que divergiu estatisticamente de todos os
2390 grupos restantes. Os grupos GC, GDI, GDM, GDQ e GDQM demonstraram níveis mais altos
2392 Figur
2393 a 3. Gráfico dos níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) glutationa
2394 reduzida (GSH) renais (nmol/mg). GC-grupo controle; GD- grupo diabético; GDI- grupo
2395 diabético tratado com insulina; GDM- grupo diabético tratado com melatonina; GDQ- grupo
2396 diabético tratado com quercetina; GDQM- grupo diabético tratado com quercetina e
2397 melatonina. *Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo
2398 teste de comparações múltiplas de Tukey e Kramer (p>0.05).
2399
2400
2401
2402
2403
2404
163 87
164
2439
2440 Figura 4. Fotomicrografias da histopatologia hepática. Notar em A–B grupo GC; C-D
2441 grupo GD; E-F grupo GDI. Legenda das alterações: congestão vascular (ponta de seta
2442 vermelha), necrose (seta preta), degeneração hidrópica (seta vermelha), hipertrofia de
2443 hepatócitos (asterisco), mitose (seta azul) e anisocariose (moldura quadrada).
2444
2445
167 89
168
2446
2447 Figura 5. Fotomicrografias da histopatologia hepática. Notar em A–B grupo GDM; C-
2448 D grupo GDQ; E-F grupo GDQM. Legenda das alterações: degeneração vacuolar (seta
2449 espessa), necrose (seta preta), proliferação de ductos biliares (ponta de seta preta),
2450 hipertrofia de hepatócitos (asterisco) e anisocariose (moldura quadrada).
2451
2452
169 90
170
2456 apresentou um aumento nesse parâmetro e diferiu de todos os outros grupos, que
2457 tiveram esse parênquima menor, e se assemelharam entre si. Já para o parênquima não
2459 valores menores, e os restantes dos grupos não diferiram do grupo controle (GC) com
2461
2462 Tabela 1. Média ± desvio padrão da porcentagem de parênquima lobular e não lobular
2463 no fígado dos animais dos grupos experimentais.
P 0,0101 0,0103
2464 Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem significativamente entre si
2465 pelo teste de Tukey e Kramer (p<0,05).
2466
2467 Análises Bioquímicas
2468
2469 No resultado das análises bioquímicas das enzimas hepáticas com 10 dias de
2470tratamento tronou-se evidente que para o TGO os grupos que apresentaram os maiores
2471índices foram o GD e GDI que se assemelharam entre si, porém diferiram de todos os
2472outros. Os grupos GC, GDM e GDQM tiveram as menores taxas dessa enzima, se
171 91
172
2473igualando estatisticamente entre si, porém diferindo do restante dos grupos. Já o grupo
2475TGP o grupo que se apresentou com os maiores níveis foi o grupo GD, que difere de
2476todos os outros grupos. O menor índice foi encontrado no grupo GDQ. O grupo GDI se
2477isola estatisticamente com valores um pouco abaixo do grupo GD, porém maiores que o
2478restante dos grupos. No entanto os grupos GC, GDM e GDQM demonstraram valores
2479mais próximos do grupo GDQ, ou seja, valores mais baixos dessa enzima, não diferindo
2481 Já para essa mesma análise com 30 dias de tratamento o que se observa é que
2482para o TGO o grupo que apresentou os maiores níveis foi o GD, que diferiu de todos os
2483outros grupos. Já o restante dos grupos (GC, GDI, GDM, GDQ e GDQM) apresentaram
2484baixos índices dessa enzima e não diferiram entre si. O mesmo comportamento entre os
2486Tabela 2. Média ± desvio padrão dos níveis séricos de TGO e TGP nos animais dos
2487grupos experimentais, aos 10 dias de tratamento.
Grupos (n=4) TGO TGP
GC 61,83 ± 2,85c 13,06 ± 5,39d
Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas não diferem significativamente entre si
2488
pelo teste de múltiplas de Tukey e Kramer (P0,05).
2489
2490
173 92
174
2491Tabela 3. Média ± desvio padrão dos níveis séricos de TGO e TGP nos animais dos
2492grupos experimentais, aos 30 dias de tratamento.
Grupos (n=4) TGO TGP
GC 51,43 ± 8,28b 19,70 ± 6,37b
Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas não diferem significativamente entre si
2493
pelo teste de múltiplas de Tukey e Kramer (P0,05).
2494
2495
2496 Análise imunohistoquímica (IL-6, IL-10 e TNF-α)
2497
2498 Na imunohistoquímica para IL-6 observou-se que o grupo que apresentou o maior nível
de expressão para essa interleucina foi o grupo GD, que diferiu de todos os outros grupos. Já
2499
os grupos GC, GDI, GDM, GDQ e GDQM apresentaram taxas de expressão menores dessa
2500
proteína, e se assemelharam estatisticamente entre si (figura 6).
2501
2506
175 93
176
2507
2508
2509
2510
2511
2512
2513
2514
2515
2516
2517
2518
2519
2520
2521
2522
2523
2524
2525
2526
2527
2528
2529
2530
2531
2532 G
2533 Figura 6. Fotomicrografias da imunohistoquímica para o IL-6 no fígado dos animais dos
2534 grupos experimentais. A – (GC), B (GD), C – (GDI), D (GDM), E – (GDQ) e F – (GDQM),
2535 G – gráfico da quantificação em pixels da marcação positiva em marrom da IL-6. Médias
2536 seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si teste de Comparações
2537 Múltiplas de Tukey e Kramer (P>0,05).
2538
2539
177 94
178
2540
2541
2542
2543
2544
2545
2546
2547
2548
2549
2550
2551
2552
2553
2554
2555
2556
2557
2558
a
2559 a
2560
2561
2562
2563
2564 G
2565 Figura 7. Fotomicrografias da imunohistoquímica para TNF-α no fígado dos animais dos
2566 grupos experimentais. A – (GC), B (GD), C – (GDI), D (GDM), E – (GDQ) e F – (GDQM),
2567 G – gráfico da quantificação em pixels da marcação positiva em marrom do TNF-α. Médias
2568 seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si teste de Comparações
2569 Múltiplas de Tukey e Kramer (P>0,05).
2570
179 95
180
2571 Para a imunohistoquímica da IL-10 tornou-se evidente que os grupos com os maiores
2572 percentuais de expressão foram os grupos GDI, GDM, GDQ e GDQM, e não diferiram entre
2574 do restante dos grupos. O grupo GC apresentou taxa intermediária dessa proteína (maior que o
2575 GD e menor que os outros) e diferiu estatisticamente do restante dos grupos experimentais
2577
2578
2579
2580
2581
2582
2583
2584
2585
2586
2587
2588
2589
2590
2591
181 96
182
2592
2593
2594
2595
2596
2597
2598
2599
2600
2601
2602
2603
2604
2605
2606
2607
2608
2609
2610
2611
G
2612 Figura 8. Fotomicrografias da imunohistoquímica para IL-10 no fígado dos animais dos
2613 grupos experimentais. A – (GC), B (GD), C – (GDI), D (GDM), E – (GDQ) e F – (GDQM),
2614 G – gráfico da quantificação em pixels da marcação positiva em marrom da IL-10. Médias
2615 seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si teste de Comparações
2616 Múltiplas de Tukey e Kramer (P>0,05).
2617
2618
183 97
184
2619 Discussão
2620 Já são identificadas na literatura, que a causa primaria dos danos hepáticos nos
2623 principalmente induzido por essas altas taxas dos níveis glicêmicos (MOHAMED et al.,
2624 2016).
2626 melatonina (sozinha ou acompanhada) tiveram uma diminuição dos níveis glicêmicos.
2627 Isso pode ser explicado segundo Pirozzi, Bonini-Domingos & Ruiz (2016) pois a
2628 melatonina é uma molécula que atua no gasto energético e no metabolismo da glicose e
2629 lipídeos, além de ter capacidade de melhora da tolerância a glicose. Os animais tratados
2631 apresentaram uma moderada diminuição da glicemia, isso por que esse flavonoide tem a
2635 juntos tanto quanto os tratamentos separados demonstraram uma capacidade de diminuir
2637 eficácia do tratamento, visto que o aumento dessas citocinas são uns dos fatores que
2640 competência em inibir a cascata NF-κB e com isso diminuir a expressão de citocinas
2641 inflamatórias (JIANG et al., 2012). Já a quercetina possui uma ação anti-inflamatória
2642 devido a sua aptidão em regular negativamente alguns fatores da cascata inflamatória,
185 98
186
2643 além de diminuir a secreção de interleucinas como IL-6, TNF-α e IL-1β em alguns tipos
2646 citocinas anti-inflamatórias, isso corrobora com nossos estudos que demonstraram que o
2647 grupo tratado com quercetina apresentou altos níveis de IL-10, esses níveis aumentados
2648 dessa citocina também são bons marcadores de melhora no quadro de inflamação.
2650 estresse oxidativo seja ativando vias de eliminação de radicais livres quanto ativando
2652 2012). Isso também coaduna com nossos achados e explica o porquê da diminuição do
2653 TBARS e aumento do GSH nos grupos tratados com quercetina. Já a melatonina tem
2654 uma potente ação antioxidante que é baseada na sua própria capacidade de eliminação
2655 direta de radicais livres (tanto derivados do oxigênio quanto do nitrogênio), atua
2658 (MORVARIDZADEH et al., 2020). Isso corrobora com nossos resultados, que
2663 oxidativo (BEDI et al., 2019; IGHODARO, 2018). Isso responde em partes o porquê
2664 dos grupos tratados com melatonina e quercetina terem uma melhora significativa tanto
2665 de marcadores de leões hepáticas como o TGO e TGP (que demonstraram que nos
2666 últimos dias de tratamentos as taxas se igualaram ao grupo controle) como na análise
2667 histopatológica que evidenciou que os animais tratados com os antioxidantes tiveram
187 99
188
2668 alterações, mas bem menos severas do que os animais do grupo só diabéticos. Ainda se
2669 tornou notório que o tratamento de animais diabéticos com insulina causa diversas
2671 E ainda na análise morfométrica ficou evidente que o grupo com maior nível de
2672 parênquima lobular foi o grupo GD, isso, pois na análise histopatológica o fígado dos
2673 animais diabéticos estava com hipertrofia de hepatócitos massiva, então os hepatócitos
2674 ocupavam mais espaço no fígado. E nos outros grupos as porcentagens dos parênquimas
2675 se estabilizaram, pois a hipertrofia e outras alterações dos parênquimas não foram tão
2677
2678 Conclusão
2683 altos níveis de glicemia. Demonstrando assim novas perspectivas para tratamentos do
2685 análises mais profundas para atestar realmente se esses tratamentos sejam, como um
2687 terapêuticos para esse distúrbio, que atinge uma grande parcela da população mundial.
2688
2689 Agradecimentos
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