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Redação Brasil 247

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"Não sei bem por que é que estes países pensaram que podiam
atacar a China e depois não serem atingidos", afirma especialista
Thomas W. Pauken II

Sputnik - A China impôs restrições à exportação de duas


matérias-primas estratégicas, o gálio e o germânio, que são
cruciais para a indústria mundial de fabricação de chips
eletrônicos.

A grande imprensa dos EUA chamou a decisão de Pequim de


"segunda contramedida" no desenrolar do confronto tecnológico
sino-americano, que veio após a República Popular da China
impor sanções em maio contra a empresa fabricante de chips dos
EUA Micron Technology.

As restrições chinesas são uma resposta à estratégia não muito


bem pensada do Ocidente de limitar os laços econômicos com o
gigante asiático, disse à Sputnik o consultor em assuntos da Ásia-
Pacífico Thomas W. Pauken II, autor do livro "EUA vs. China: Da
Guerra Comercial ao Acordo Recíproco" ("EUA vs. China: From
Trade War to Reciprocal Deal", em inglês).

Em outubro passado, a administração Biden anunciou um

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conjunto de controles de exportação sem precedentes que


impediram as empresas chinesas de comprar chips avançados
onde quer que seja desde que usassem tecnologia dos EUA, o
que também abrangeu equipamentos de fabricação de chips.

Na época, a mídia dos EUA observou que tal passo de


Washington frustraria "as ambições tecnológicas da China",
gabando-se de que a indústria global de semicondutores era
"quase inteiramente" dependente dos EUA e de seus aliados.
Agora, os jornais norte-americanos reconhecem que a China
jogou "um trunfo na guerra dos chips".

"Achei bastante risível que [a administração Biden] realmente


pensasse que os americanos ganhariam esta guerra tecnológica",
observou Pauken. "Você não tem acesso aos minérios de terras
raras, [então] não tem acesso às cadeias de suprimentos a fim de
produzir esses eletrônicos – você está totalmente destruído, está
devastado, os EUA sabiam disso. Eles sabiam o quanto
dependiam das terras raras. Eles sabiam o quanto tinham que
confiar na China para sustentar suas fábricas. Ora, em vez de
tentar encontrar maneiras de cooperar, eles simplesmente
decidiram ir em frente e simplesmente fazer esses ataques
desagradáveis e terríveis contra a China e, de alguma forma,
pensar que eles vão marcar uma vitória aqui", observou o
especialista.

Hegemonia

A China possui 63% da mineração de terras raras do mundo, 85%


do processamento e 92% da produção de ímãs. De acordo com
um estudo do Serviço Geológico dos Estados Unidos, entre 2017

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e 2020, 78% dos metais de terras raras importados pelos EUA


eram provenientes da China, 6% eram da Estônia, 5% da Malásia
e 4% do Japão.

Dado que 94% do gálio do mundo e 83% do germânio é produzido


na China, os EUA podem enfrentar uma série de problemas na
sequência da proibição das exportações de Pequim, aponta
Pauken.

"É preciso entender que muitos dos eletrônicos são produzidos e


precisam desses materiais; sem esses metais, eles não podem
fazer absolutamente nada. Este é um golpe absolutamente
devastador para os mercados dos EUA. E, obviamente, se eles
querem continuar esta política de desvinculação da China, isso só
vai atingi-los mais e mais. Não sei bem por que é que estes
países pensaram que podiam atacar a China e depois não serem
atingidos. Esta é a reciprocidade básica", disse o interlocutor da
agência.

De acordo com Pauken, os especialistas de Biden para a China


não entendem e subestimam as capacidades de Pequim de
suportar a pressão e sair por cima.

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