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Alterações epigenéticas são mecanismos estáveis que são transmitidos de células mães
para células filhas pelo mecanismo de divisão celular chamado mitose. Se estas
alterações epigenéticas ocorrerem em células germinativas, elas podem ser transmitidas
a gerações subsequentes por um processo de divisão celular chamado meiose. No último
caso estas impressões ambientais tornam-se hereditárias, formando assim uma memória
epigenética que pode ser transmitida por gerações. Assim, experiências vividas por
nossos antepassados podem contribuir na determinação de doenças, ou na produção de
características adaptativas.
Padrões de metilação do DNA são muito sensíveis ao estilo de vida dos pais e ao
ambiente. Por exemplo, a exposição pré-natal ao consumo materno de tabaco pode
elevar a metilação do gene que codifica o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF),
vital ao desenvolvimento cerebral, e que está relacionado à geração de doenças
psiquiátricas. Além disso, o stress psicológico materno pode também determinar a saúde
psiquiátrica dos descendentes pela alteração do padrão de metilação do DNA. Por
exemplo, depressão materna antes e após a gestação está relacionada com a metilação
de genes ligados ao funcionamento de neurotransmissores, tanto na mãe como na
criança. Este distúrbio no equilíbrio químico cerebral está relacionado a maior
vulnerabilidade ao stress pós-traumático. Portanto, distúrbios de humor materno têm
profundas consequências no bem estar infantil, e do adulto que esta criança se tornará.