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Elementar e Além
i
Índice
Prefácio v
1 Vamos contar! 1
1.1 Uma festa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Conjuntos e similares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 O número de subconjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.4 O número aproximado de subconjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.5 Seqüências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.6 Permutações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.7 O número de subconjuntos ordenados . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.8 O número de subconjuntos de um dado tamanho . . . . . . . . . . . . 18
2 Ferramentas combinatórias 23
2.1 Indução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 Comparando e estimando números . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3 Inclusão-exclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4 Casas de Pombo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.5 O paradoxo gêmeo e o velho e bom logaritmo . . . . . . . . . . . . . 33
4 Números de Fibonacci 60
4.1 O exercı́cio de Fibonacci . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.2 Muitas identidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.3 Uma fórmula para os números de Fibonacci . . . . . . . . . . . . . . 65
ii
5 Probabilidade combinatória 70
5.1 Eventos e probabilidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.2 Repetição independente de um experimento . . . . . . . . . . . . . . 71
5.3 A Lei dos Grandes Números . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.4 A Lei dos Pequenos Números e a Lei dos Números Muito Grandes . . 74
7 Grafos 112
7.1 Graus pares e ı́mpares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
7.2 Caminhos, ciclos, e conectividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
7.3 Passeios eulerianos e ciclos hamiltonianos . . . . . . . . . . . . . . . 120
8 Árvores 127
8.1 Como definir árvores? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
8.2 Como crescer árvores? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
8.3 Como contar árvores? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
8.4 Como armazenar árvores? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
8.5 O número de árvores não-rotuladas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
iii
12 Fórmula de Euler 172
12.1 Um planeta sob ataque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
12.2 Grafos planares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
12.3 Fórmula de Euler para Poliedros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
iv
Prefácio
de cuidadoso.
v
sobre como ela funciona. Daı́, sempre que possı́el, daremos as provas dos teoremas
que enunciamos. Às vezes isso não é possı́vel; fatos um tanto simples e elementares
podem ser extremamente difı́ceis de provar, e algumas dessas provas podem requerer
cursos avançados para seguı́-las. Nesses casos, enunciaremos pelo menos que a prova
é altamente técnica e vai além do escopo deste livro.
Um outro ingrediente importante da matemática é a resolução de problemas. Você
não será capaz de aprender o quer que seja de matemática sem sujar suas mãos e expe-
rimentar as idéias que você aprende na solução de problemas. Para alguns, isso pode
soar apavorante, mas na verdade a maioria das pessoas perseguem esse tipo de atividade
quase todo dia: todo mundo que joga uma partida de xadrez, ou resolve uma charada,
está resolvendo problemas de matemática discreta. O leitor é fortemente aconselhado a
responder às questões postas no texto e se envolver com os problemas no final de cada
capı́tulo deste livro. Trate isso como resolver charada, e se você achar que alguma
idéia que lhe ocorreu na solução tem algum papel mais adiante, fique satisfeito pois
você está começando a pegar a essência de como a matemática se desenvolve.
Esperamos que possamos ilustrar que a matemática é um edifı́cio, onde resultados
são construı́dos sobre resultados anteriores, frequentemente voltando aos grandes ma-
temáticos gregos; que a matemática está viva, com mais idéias novas e mais problemas
prementes não-resolvidos que nunca; e que a matemática é também uma arte, onde a
beleza de idéias e métodos é tão importante quanto sua dificuldade ou aplicabilidade.
vi
Capı́tulo 1
Vamos contar!
1
respeito à duração!
1.1 Quantas maneiras essas pessoas podem ser sentadas à mesa, se Alice também pode sentar
em qualquer lugar?
Após o bolo, a turma quer dançar (rapazes com garotas, lembre-se, essa é uma festa
européia conservadora). Quantos pares possı́veis podem ser formados?
OK, essa é fácil: existem 3 garotas, e cada uma pode escolher um dos 4 rapazes, e
isso faz pares possı́veis.
Após cerca de dez dias, eles realmente precisam de algumas idéias novas para man-
ter a festa acontecendo. Frank tem uma:
“Vamos fazer uma vaquinha e tirar um prêmio na loteria! Tudo o que temos que
fazer é comprar um número suficiente de bilhetes tal que independente do que eles sor-
teiem, devemos ter um bilhete com os números certos. De quantos bilhetes precisamos
para isso?”
(Na loteria sobre a qual eles estão falando, 5 números são selecionados de 90.)
“Isso é como o assentamento” diz George, “Suponha que façamos o jogo de modo
que Alice marca um número, então ela passa o bilhete a Bob, que marca um número e
o passa a Carl, Alice tem 90 escolhas, e independente do que ela escolha, Bob tem
89 escolhas, de modo que existem escolhas para os primeiros dois números, e
continuando de forma semelhante, chegamos a
escolhas possı́veis
para os cinco números.”
“Na verdade, acho que essa é como a questão do aperto de mão” diz Alice. “Se
preenchermos os bilhetes da maneira que você sugeriu, obtemos o mesmo bilhete mais
que uma vez. Por exemplo, haverá um bilhete onde eu marco 7 e Bob marca 23, e um
outro onde eu marco 23 e Bob marca 7.”
Carl salta e diz:
“Bem, vamos imaginar um bilhete, digamos, com números e . De
quantas maneiras o obtemos? Alice poderia ter marcado quaisquer deles; qualquer que
fosse o que ela marcou, Bob poderia ter marcado qualquer dos quatro restantes. Agora
esse é realmente como o problema do assentamento. Obtemos todo bilhete
vezes.”
“Portanto” conclui Diane, “se preenchermos os bilhetes da maneira que George
propôs, então dentre os
bilhetes que obtemos, toda 5-tupla ocorre
não apenas uma vez, mas vezes. Portanto o número de diferentes bilhetes
é apenas
Precisamos somente de comprar esse número de bilhetes.”
Alguém com uma boa calculadora de bolso calculou esse valor numa olhadela;
era 43.949.268. Portanto eles tiveram que decidir (recordem, isso acontece em um
paı́s europeu pobre) que eles não têm dinheiro suficiente para comprar tantos bilhetes.
(Além disso, eles ganhariam muito menos. E para preencher tantos bilhetes estragaria
a festa )
2
Portanto eles decidiram jogar cartas ao invés de loteria. Alice, Bob, Carl e Diane
jogam bridge. Olhando para suas cartas, Carl diz: “Acho que eu tinha a mesma mão na
última vez.”
“Isso é muito improvável” diz Diane.
Quão improvável? Em outras palavras, quantas mãos diferentes pode-se ter em
bridge? (O baralho tem 52 cartas, cada jogador recebe 13.) Esperamos que você o
tenha notado: isso é essencialmente a mesma questão que a loteria. Imagine que Carl
pega suas cartas uma a uma. A primeira carta pode ser qualquer uma das 52 cartas; o
que quer que ele pegou primeiro, existem 51 possibilidades para a segunda carta, de
modo que existem possibilidades para as primeiras duas cartas. Argumentando
semelhantemente, vemos que existem possibilidades para as 13
cartas.
Mas, agora toda mão foi contada muitas vezes. Na verdade, se Eve chega a kibitz
e olha nas cartas de Carl depois que ele as arrumou, e tenta adivinhar (não sabemos
por que) a ordem na qual ele as escolheu, ela poderia pensar: “Ele poderia ter pe-
gado qualquer das 13 cartas primeiro; ele poderia ter pegado qualquer das 12 cartas
remanescentes segundo; qualquer das 11 cartas remanescentes terceiro; Aha, isso é
novamente como o assentamento: existem ordens nas quais ele poderia
ter pegado suas cartas.”
Mas isso significa que o número de mãos diferentes em bridge é
Portanto, a chance de que Carl tivesse a mesma mão duas vezes seguidas é uma em
635.013.559.600, muito pequena mesmo.
Finalmente, os seis convidados decidem jogar xadrez. Alice, que só quer assistı́-los,
prepara 3 tabuleiros.
“De quantas maneiras vocês turma podem ser emparelhados um com outro?” ela
questiona. “Isso é claramente o mesmo problema que sentar vocês em seis cadeiras;
não importa se as cadeiras estão ao redor da mesa de jantar ou nos três tabuleiros.
Portanto, a resposta é como antes.”
“Acho que você não devia contar como um emparelhamento diferente se duas pes-
soas no mesmo tabuleiro trocam de lugar” diz Bob, “e não deveria importar que par
senta diante de qual tabuleiro.”
“Sim, acho que temos que concordar sobre o que a questão realmente significa”
adiciona Carl. “Se incluirmos nela quem joga com as brancas em cada tabuleiro, então
se um par troca de lugar obtemos de fato um emparelhamento diferente. Mas Bob está
certo de que não importa qual par usa qual tabuleiro.”
“O que você quer dizer com não importa? Você senta diante do primeiro tabuleiro,
que é o mais próximo ao amendoim, e eu sento diante do último, que é o mais distante”
diz Diane.
“Vamos simplesmente nos fixar à versão de Bob da questão” sugere Eve. “Não é
difı́cil, na verdade. É como nos apertos de mão: a cifra de Alice de 720 conta cada
emparelhamento várias vezes. Poderı́amos rearranjar os 3 tabuleiros de 6 maneiras
diferentes, sem mudar o emparelhamento.”
3
“E cada par pode ou não trocar de lado” adiciona Frank. “Isso significa
maneiras de rearranjar as pessoas sem trocar o emparelhamento. Portanto, na
realidade existem maneiras de sentar todas as quais significam o mesmo
emparelhamento. Os 720 modos de sentar vêm em grupos de 48, e portanto o número
de emparelhamentos é
.”
“Acho que ainda existe outra maneira de chegar nisso” diz Alice após algum tempo.
“Bob é o mais jovem, portanto deixe-o escolher um parceiro primeiro. Ele pode esco-
lher seu parceiro de 5 maneiras. Quem quer que seja o mais jovem entre os restantes,
pode escolher seu ou sua parceiro(a) de 3 maneiras, e isso resolve o emparelhamento.
Portanto o número de emparelhamento é .”
“Bem, é bom ver que chegamos na mesma cifra por dois argumentos realmente
diferentes. No mı́nimo, é reconfortante” diz Bob, e nesse tom feliz deixamos a festa.
1.2 Qual é o número de “emparelhamentos” no sentido de Carl (quando importa quem senta
em qual lado do tabuleiro, mas os tabuleiros são todos iguais), e no sentido de Diane (quando é
o contrário)?
1.3 Qual é o número de “emparelhamentos” (nos vários sentidos como acima) em uma festa de
10?
4
é o conjunto de números no bilhete de loteria de meu tio. Às vezes substituı́mos a lista
por uma descrição verbal, como
A notação
5
A A
C B C B
sobre números. Tal qual operações sobre números, operações de conjuntos obedecem
a muitas regras (identidades) úteis. Por exemplo:
(1.1)
Para ver que isso é o caso, pense num elemento que pertence ao conjunto no lado
esquerdo. Então temos
e também . Essa última asserção é a mesma
que dizer que ou
ou
. Se
, então (como também temos
)
temos
. Se
, então, de modo semelhante, obtemos
. Portanto
sabemos
ou
. Pela definição da união de dois conjuntos, isso é o
mesmo que dizer que
.
Reciprocamente, considere um elemento que pertence ao lado direito. Pela
definição de união, isso significa que
ou
. No primeiro caso,
temos
e também
. No segundo, obtemos
e também .
Portanto em qualquer dos casos
, e temos ou , o que implica que
. Mas isso significa que
.
Esse tipo de argumento fica um tanto cansativo, muito embora não existe nada
nele a não ser lógica elementar. Um problema com ele é que é tão comprido que
é fácil cometer um erro no argumento. Existe uma boa maneira gráfica de suportar
tais argumentos. Representamos os conjuntos
, e por três cı́rculos sobrepostos
(Figura 1.1). Imaginamos que os elementos em comum de
, e são colocados
na parte comum dos três cı́rculos; aqueles elementes de
que também estão em
mas não em são colocados na parte comum dos cı́rculos
e fora de , etc. Esse
desenho é chamado de diagrama de Venn dos três conjuntos.
Agora onde estão aqueles elementos no diagrama de Venn que pertencem ao lado
esquerdo de (1.1)? Temos que formar a união de e , que é o conjunto cinza em
(1.1(a)), e então intersectá-lo com
, para obter a parte cinza escuro. Para obter o
conjunto no lado direito, temos que formar os conjuntos
e
(marcados por
linhas verticais e horizontais, respectivamente), e então formar sua união. Está claro
a partir da figura que obtemos o mesmo conjunto. Isso ilustra que diagramas de Venn
provêem uma maneira segura e fácil de provar tais identidades envolvendo operações
de conjuntos.
6
A identidade (1.1) é boa e um tanto fácil de lembrar: se pensamos na “união”
como um tipo de adição (isso é um tanto natural), e “interseção” como um tipo de
multiplicação (hmm não tão claro por que, talvez após aprendermos sobre proba-
bilidade no Capı́tulo 5 você verá), então vemos que (1.1) é completamente análoga à
conhecida regra distributiva para números:
Essa analogia vai mais longe? Vamos pensar sobre as outras proprieadades de
adição e multiplicação. Duas proporiedades importantes são que elas são comutativas::
e associativa:
Acontece que essas são também propriedades das operações de união e interseção:
(1.2)
e
(1.3)
A prova dessas identidades fica para o leitor como exercı́cio.
Advertência! Antes de ir longe demais com essa analogia, vamos apontar para o
fato de que existe uma outra lei distributiva para conjuntos:
(1.4)
1.4 Dê exemplo de conjuntos cujos elementos são (a) edifı́cios, (b) pessoas, (c) estudantes, (d)
árvores, (e) números, (f) pontos.
1.5 Quais são os elementos dos seguintes conjuntos: (a) exército, (b) humanidade, (c) biblio-
teca, (d) o reino animal?
1.6 Nomeie conjuntos tendo cardinalidade (a) 52, (b) 13, (c) 32, (d) 100, (e) 90, (f) 2.000.000.
. Quantos você obtém?
1.9 Liste todos os subconjuntos de
1.10 Defina pelo menos três conjuntos, dos quais Alice, Diane, Eve é um subconjunto.
1.13 (a) Que conjunto você chamaria de união de ,
e
?
(b) Encontre a união dos primeiros dois conjuntos, e então a união desse com o terceiro.
Também, encontre a união do último dos dois conjuntos, e então a união desse com o primeiro
conjunto. Tente formular o que você observou.
(c) Dê uma definição da união de mais de dois conjuntos.
1.16 Formamos a união de dois conjuntos. Sabemos que um deles tem elementos e o outro
tem elementos. Que podemos inferir sobre a cardinalidade da união?
1.17 Qual é a interseção
(a) dos conjuntos e ;
(b) do conjunto de garotas nessa classe e o conjunto de garotos nessa classe;
(c) do conjunto dos números primos e o conjunto de números pares?
1.18 Formamos a interseção de dois conjuntos. Sabemos que um deles tem elementos e o
outro tem elementos. Que podemos inferir sobre a cardinalidade da interseção?
1.21 (a) Qual é a diferença simétrica do conjunto #%$ de inteiros não-negativos e o conjunto &
de inteiros pares ( &' )(((+*
*,
((( contém inteiros pares tanto negativos quanto
positivos).
(b) Formamos a diferença simétrica de e , para obter um conjunto - . Formamos a
diferença simétrica de e - . O que você obteve? Dê uma prova da resposta.
8
1.3 O número de subconjuntos
Agora que introduzimos a noção de subconjuntos, podemos formular nosso primeiro
problema combinatório geral: qual é o número de todos os subconjuntos de um con-
junto com elementos?
Começamos tentanto com números pequenos. Não tem qualquer importância o que
são os elementos do conjunto; chamamos
etc. O conjunto vazio tem apenas um
subconjunto (a saber, ele próprio). Um conjunto com um único elemento, digamos ,
tem dois subconjuntos: o conjunto próprio e o conjunto vazio . Um conjunto com
dois elementos, digamos tem quatro subconjuntos: e . Dá mais
trabalho listar todos os subconjuntos de um conjunto com 3 elementos:
(1.5)
Podemos fazer uma pequena tabela com esses dados:
No. de elementos 0 1 2 3
No. of subconjuntos 1 2 4 8
Olhando para esses valores, observamos que o número de subconjuntos é uma potência
de 2: se o conjunto tem elementos, o resultado é , pelo menos nesses pequenos
exemplos.
Não é difı́cil ver que essa é sempre a resposta. Suponha que você tenha que sele-
cionar um subconjunto de um conjunto
com elementos; vamos chamar esses ele-
mentos . Então podemos ou não querer incluir , em outras palavras,
podemos tomar duas possı́veis decisões nesse ponto. Não importa o que decidimos
sobre , podemos ou não querer incluir no subconjunto; isso significa duas de-
cisões possı́veis, e portanto o número de maneiras que podemos decidir sobre e
é . Agora não importa como decidimos sobre e , temos que decidir sobre
, e podemos novamente decidir de duas maneiras. Cada uma dessas maneiras pode
ser combinada com cada uma das 4 decisões que poderı́amos ter tomado sobre e ,
o que perfaz possibilidades para decidir sobre e
.
Podemos continuar de modo semelhante: não importa como decidimos sobre os
primeiros elementos, temos duas decisões possı́veis sobre o seguinte, e portanto so o
número de possibilidades dobra sempre que tomamos um novo elemento. Para decidir
sobre todos os elementos do conjunto, temos possibilidades.
Daı́, derivamos o teorema seguinte.
Teorema 1.3.1 Um conjunto com elementos tem subconjuntos.
Podemos ilustrar o argumento usado na prova através da imagem que aparece na
Figura 1.2. Lemos essa figura da seguinte forma. Desejamos selecionar um subcon-
junto chamado . Começamos do cı́rculo no topo (chamado de n ó). O nó contém uma
pergunta: é um elemento de ? As duas setas saindo desse nó são rotuladas com as
duas possı́veis respostas a essa pergunta (Sim e Não). Tomamos uma decisão e segui-
mos a seta apropriada (também chamada de aresta) rumo ao nó na outra extremidade.
Esse nó contém a próxima pergunta: é um elemento de ? Siga a seta correspon-
dente à sua resposta rumo ao próximo nó, que contém a terceira (e nesse caso a última)
9
a S
S N
b S b S
S N S N
c S c S c S c S
S N S N S N S N
abc ab ac a bc b c
último nı́vel. Como o número de nós dobra de nı́vel para nı́vel ao descer, o último
nı́vel contém nós (e se tivéssemos um conjunto de -elementos, ele conteria
nós).
Observação. Uma figura como essa é chamada de árvore.. (Isso não é uma definição
matemática; essa virá mais tarde.) Se você quiser saber por que a árvore está crescendo
de cabeça para baixo, pergunte aos cientistas da computação que introduziram essa
convenção. (A sabedoria convencional é que eles nunca saı́ram da sala, e por isso eles
nunca viram uma árvore de verdade.)
Podemos dar uma outra prova do teorema 1.3.1. Novamente, a resposta ficará es-
clarecida se fizermos uma pergunta sobre subconjuntos. Mas, agora não queremos sele-
cionar um subconjunto; o que queremos é enumerar subconjuntos, o que significa que
desejamos rotulá-los com números de modo que possamos falar, digamos,
sobre o subconjunto de No. 23 do conjunto. Em outras palavras, queremos arranjar os
subconjuntos do conjunto em uma lista e então falar sobre o 23 subconjunto da lista.
10
Esse método será mais transparente se escrevermos os subconjuntos sem chaves e
vı́rgulas. Para os subconjuntos de , obtemos a lista
Essas são de fato maneiras úteis e naturais de listar todos os subconjuntos. Entre-
tanto, elas têm uma limitação. Imagine a lista dos subconjuntos de 10 elementos, e se
pergunte qual é o subconjunto da lista, sem na verdade escrever a lista inteira.
Isso seria difı́cil! Existe uma maneira de torná-la mais fácil?
Vamos começar com uma outra maneira de representar subconjuntos (uma outra
codificação no jargão matemático). Ilustramos tal maneira para os subconjuntos de
. Olhamos para os elementos um por um, e escrevemos um 1 se o elemento
ocorre no subconjunto e um 0 se ele não ocorre. Por conseguinte, para o subconjunto
, escrevemos , pois está no subconjunto, não está, e está novamente.
Dessa maneira todo subconjunto é “codificado” por uma cadeia de comprimento 3,
consistindo de 0’s e 1’s. Se especificarmos qualquer cadeia dessa, podemos facilmente
extrair dela o subconjunto ao qual ela corresponde. Por exemplo, a cadeia 010 corres-
ponde ao subconjunto , pois o primeiro 0 nos diz que não está no subconjunto, o
1 que segue nos diz que está lá, e o último 0 nos diz que não está lá.
Agora tais cadeias consistindo de 0’s e 1’s nos remetem à representação binária
de inteiros (em outras palavras, representações na base 2). Vamos recordar a forma
binária de inteiros não-negativos até 10:
(Colocamos o ı́ndice 2 aı́ para nos lembrar que estamos trabalhando na base 2, e não
10.)
Agora as formas binárias de inteiros parecem quase como “códigos” de
subconjuntos; a diferença é que a forma binária de um inteiro sempre começa com um
1, e os primeiros 4 desses inteiros têm formas binárias mais curtas que 3, enquanto
que todos os códigos de subconjuntos consistem de exatamente 3 dı́gitos. Podemos
fazer essa diferença desaparecer se acrescentarmos 0’s às formas binárias nos seus
inı́cios, para fazê-las todas ficar com o mesmo comprimento. Dessa maneira obtemos
11
a seguinte correspondência:
Portanto vemos que os subconjuntos de correspondem aos números
.
O que acontece se considerarmos, em geral, subconjuntos de um conjunto com
elementos? Podemos argumentar tal qual foi feito acima, para obter que os subconjun-
tos de um conjunto de elementos correspondem aos inteiros, começando com 0, e
terminando com o maior inteiro que tem apenas dı́gitos na sua representação binária
(dı́gitos na representação binária são usualmente chamados de bits). Agora o menor
número com
bits é , portanto os subconjuntos correspondem aos números
. Está claro que a quantidade desses números é , daı́ a quantidade
de subconjuntos é .
Agora podemos responder à nossa pergunta sobre o 233 subconjunto de um con-
junto de 10 elementos. Temos que converter 233 à notação binária. 233 é ı́mpar,
portanto seu último dı́gito binário (bit) será 1. Vamos cortar fora esse último bit. Isso é
.
o mesmo que subtrair 1 de 233 e depois dividı́-lo por 2: obtemos
Esse número é par, portanto seu último bit será 0. Vamos cortar fora esse bit no-
. Novamente, o último é 0, e cortando-o fora
vamente; obtemos
obtemos
. Esse é ı́mpar, portanto seu último bit é 1, e cortando-o fora
obtemos
. Cortando fora um 0, obtemos ; cortando fora
; cortando fora um 1, obtemos
; cortando
um 1, obtemos
fora um 1, obtemos 0. Portanto a forma binária de 233 é 11101001.
Segue que se são os elementos de nosso conjunto, então o 233 subcon-
Comentários. Apresentamos duas provas do teorema 1.3.1. Você pode estar se per-
guntando por que precisamos de duas provas. Certamente não porque uma única prova
não teria provido suficiente confiança na veracidade do enunciado! Diferentemente de
um procedimento legal, uma prova matemática ou dá absoluta certeza ou então ela é
inútil. Não importa quantas provas incompletas apresentemos, elas não se somam para
compor uma prova completa.
Aliás, a propósito, poderı́amos lhe pedir para confiar, e não apresentar qualquer
prova. Mais adiante em alguns casos isso será necessário, quando enunciaremos teo-
remas cuja prova é longa demais ou complicada demais para ser incluı́da nesse livro
introdutório.
Portanto, por que cuidamos de apresentar uma prova, imagine duas provas do
mesmo enunciado? A resposta é que toda prova revela muito mais que apenas o sim-
ples fato enunciado no teorema, e esse elemento a mais pode ser mais valioso que o
12
próprio teorema. Por exemplo, a primeira prova apresentada acima introduziu a idéia
de quebrar a seleção de um subconjunto em decisões independentes, e a representação
dessa idéia por uma “árvore de decisão”; usaremos essa idéia repetidamente.
A segunda prova introduziu a idéia de enumeração desses subconjuntos (rotulando-
os com inteiros ). Também vimos um método importante de contagem: es-
tabelecemos uma correspondência entre os objetos que desejamos contar (os subcon-
juntos) e alguns outros tipos de objetos que podemos contar facilmente (os números
). Nessa correspondência
— para todo subcojunto, tı́nhamos exatamente um número correspondente, e
— para todo número, tı́nhamos exatamente um subconjunto correspondente.
Uma correspondência com essas propriedades é chamada de uma correspondência
um-para-um (ou bijeção). Se pudermos fazer uma correspondência um-para-um entre
os elementos de dois conjuntos, então eles têm o mesmo número de elementos.
1.22 Dada a correspondência entre números e subconjuntos descrita acima, que números cor-
respondem a (a) subconjuntos com 1 elemento, (b) o conjunto todo? (c) Que conjuntos corres-
pondem a números pares?
1.24 Mostre que um conjunto não-vazio tem o mesmo número de subconjuntos ı́mpares (i.e.,
subconjuntos com um número ı́mpar de elementos) que subconjuntos pares.
1.25 Qual é o número de inteiros com (a) no máximo dı́gitos (decimais); (b) exatamente
dı́gitos (não esqueça que existem números positivos e negativos!)?
que o número de subconjuntos de um conjunto de 100 ele-
mentos é . Esse é um número grande, mas quão grande? Seria bom sa-
ber, no mı́nimo, quantos dı́gitos terá na forma decimal usual. Usando computa-
dores, não seria muito difı́cil encontrar a forma decimal desse número (
Sabemos
que
), mas suponha que não tenhamos computado-
res à mão. Podemos
pelo menos estimar a ordem
de magnitude desse número?
, e daı́
. Por conseguinte,
.
Agora
máximo dı́gitos.
Sabemos também que
tem no
nifica
bytes, embora ele devesse significar 1000 bytes, tal qual um “kilograma” significa 1000 gramas.
Igualmente, “megabyte” significa
bytes, o que é próximo a 1 milhão de bytes, mas não exatamente igual.
13
Isso nos dá uma idéia razoavelmente boa do tamanho de
valor de para o qual
Agora podemos escrever na forma , apenas não será um inteiro: o valor
apropriado de é
. Temos então
Usando
qualquer calculadora
, portanto
. Por conseguinte
cientı́fica
(ou tabela de logaritmos), vemos que
1.5 Seqüências
Motivados pela “codificação” de subconjuntos como cadeias de 0’s e 1’s, podemos
querer determinar o número de cadeias de comprimento compostas de algum outro
conjunto de sı́mbolos, por exemplo, , e . O argumento que demos para o caso de 0’s
e 1’s pode ser transportado para esse caso sem qualquer mudança essencial. Podemos
observar que para o primeiro elemento da cadeia, podemos escolher qualquer dos , e
, isto é, temos 3 escolhas. Independentemente do que escolhermos, existem 3 escolhas
para o segundo elemento da cadeia, de modo que o número de maneiras de escolher os
primeiros dois elementos é . Continuando de maneira
semelhante, obtemos que
o número de maneiras de escolher a cadeia inteira é .
Na verdade, o número 3 não tem qualquer papel especial aqui; o mesmo argumento
prova o seguinte teorema:
Teorema 1.5.1 O número de cadeias de comprimento compostas de elementos
dados é .
O problema seguinte leva a uma generalização dessa questão. Suponha que um
banco de dados tem 4 campos: o primeiro, contendo uma abreviação de 8-caracteres
do nome de um empregado; o segundo, M ou F para o sexo; o terceiro, o aniversário
do empregado, no formato mm-dd-aa (desconsiderando o problema de não ser capaz
de distinguir empregados nascidos em 1880 de empregados nascidos em 1980); e o
14
quarto, um código de função que pode ser um de 13 possibilidades. Quantos registros
diferentes são possı́veis?
O número será certamente grande. Já sabemos do teorema 1.5.1 que o primeiro
campo pode conter nomes (a maioria desses será muito difı́cil
de pronunciar, e não são prováveis de ocorrer, mas vamos contá-los todos como pos-
sibilidades). O segundo campo tem 2 entradas possı́veis; o terceiro, 36524 entradas
possı́veis (o número de dias em um século); o último, 13 entradas possı́veis.
Agora como determinamos o número de maneiras pelas quais essas entradas podem
ser combinadas? O argumento que descrevemos acima pode ser repetido, tal como
“3 escolhas” tem que ser substituı́do, na ordem, por “ escolhas”, “ escolhas”,
“ escolhas” e “13 escolhas”. Obtemos que a resposta é
.
Podemos formular a seguinte generalização do teorema 1.5.1. A prova consiste da
repetição do argumento acima.
1.28 Desenhe uma árvore ilustrando a maneira que contamos o número de cadeias de compri-
mento formadas dos caracteres e , e explique como ela dá a resposta. Faça o mesmo para
o problema mais geral quando , , , .
1.29 Numa loja de esportes, existem camisetas de 5 cores diferentes, calções de 4 cores dife-
rentes, e meias de 3 cores diferentes. Quantos uniformes diferentes você pode compor com esses
itens?
1.30 Em um bilhete de loteria esportiva, você tem que apostar 1, 2, ou X para cada um dos 13
jogos. De quantas maneiras você pode preencher o bilhete?
1.31 Jogamos um dado duas vezes; quantos resultados diferentes você pode ter? (Um 1 seguido
por um 4 é diferente de um 4 seguido por um 1.)
1.32 Temos 20 presentes diferentes que desejamos distribuir para 12 crianças. Não é exigido
que toda criança obtenha algo; poderia acontecer que damos todos os presentes à mesma criança.
De quantas maneiras podemos distribuir os presentes?
15
1.33 Temos 20 tipos de presentes; dessa vez, temos um grande suprimento de cada. Desejamos
dar presentes a 12 crianças. Novamente, não é exigido que toda criança obtenha algo; mas
nenhuma criança possa ganhar duas cópias do mesmo presente. De quantas maneiras podemos
dar presentes?
1.6 Permutações
Durante a festa, já havı́amos encontrado o problema: de quantas maneiras podemos
sentar pessoas em cadeiras (bem, havı́amos encontrado o problema para
e
, mas a questão é suficientemente natural para qualquer ). Se imaginarmos
que as cadeiras são numeradas, então encontrar um assentamento para essas pessoas
é o mesmo que associá-las aos números (ou se desejamos
agradar aos lógicos). Ainda uma outra maneira de dizer isso é ordenar as pessoas em
uma única fila, ou montar uma lista (ordenada) com seus nomes.
Se temos uma lista de objetos (um conjunto ordenado, onde é especificado qual
elemento é primeiro, segundo etc.), e os rearranjamos de modo que eles estejam em
uma outra ordem, isso é chamado de permutá-los; a nova ordem é também chamada de
uma permutação dos objetos. Também chamamos a rearrumação que não muda nada,
uma permutação (um pouco no espı́rito de chamar o conjunto vazio de um conjunto).
Por exemplo, o conjunto tem as seguintes 6 permutações:
ser ordenados, i.e., o número de permutações de objetos. A solução encontrada pelas
pessoas na festa funciona em geral: podemos por qualquer das pessoas no primeiro
lugar; independentemente de quem escolhemos, temos escolhas para o segundo.
Portanto o número de maneiras de preencher as primeiras duas posições é .
Independentemente de como tenhamos preenchido a primeira e a segunda posições,
existem escolhas para a terceira posição, de modo que número de maneiras de
preencher as primeiras três posições é
.
Está claro que esse argumento continua assim até que todas as posições forem
preenchidas. A penúltima posição pode ser preenchida de duas maneiras; a pessoa
colocada na última posição é determinada, se as outras posições sejam preenchidas.
Por conseguinte, o número de maneiras de preencher todas as posições é
. Esse produto é tão importante que temos uma notação para ele:
(leia fatorial). Em outras palavras, é o número de maneiras de ordenar objetos.
Com essa notação, podemos enunciar nosso segundo teorema.
16
1o.?
a b c
b c a c a b
Figura 1.3: Uma árvore de decisão para selecionar uma permutação de .
(Note que essas escolhas são diferentes para nós diferentes nesse nı́vel; o que é impor-
tante é que existem duas setas saindo de cada nó.) Se tomamos uma decisão e seguimos
a seta correspondente para o nó seguinte, sabemos quem senta na terceira cadeira. O
nó carrega a “ordem de assentamento” inteira.
Está claro que para um conjunto com elementos, setas deixam o nó no topo, e
portanto existem nós no nı́vel seguinte. setas saem de cada um desses, portanto
existem nós no terceiro nı́vel.
setas saem de cada um desses, etc. O
nı́vel mais ao fundo tem nós. Isso mostra que existem exatamente permutações.
1.34 rapazes e garotas saem para dançar. De quantas maneiras eles podem todos dançar
simultaneamente? (Assumimos que somente casais de sexo diferente dançam um com o outro.)
1.35 (a) De quantas maneiras 8 pessoas podem jogar xadrez na interpretação de Alice da
questão?
(b) Você pode dar uma fórmula geral para pessoas?
17
Não há nada especial sobre os números 100 e 10 no problema acima; poderı́amos
fazer o mesmo para atletas com os primeiros lugares registrados.
Para dar uma forma mais matemática ao resultado, podemos substituir os atletas
por qualquer conjunto
de tamanho . A lista dos primeiros lugares é dada por uma
seqüência de elementos de , de forma que todos têm que ser diferentes. Podemos
também ver esse procedimento como selecionando um subconjunto dos atletas com
elementos, e então os ordenando. Por conseguinte, temos o teorema a seguir.
Teorema 1.7.1 O número de subconjuntos ordenados com elementos de um conjunto
com elementos é
.
(Note que se começarmos com e contarmos números, o último será
.)
É longo demais falar em termos de “conjuntos com elementos” e “subconjuntos
com elementos”; daı́ é conveniente abreviar essas expressões para “ -conjuntos” e
-subconjuntos”. Portanto o número de -subconjuntos ordenados de um -conjunto é
.
1.38 Se você generalizar a solução do exercı́cio 1.37, você obtém a resposta na forma
*
Verifique que esse é o mesmo número tal qual dado no teorema 1.7.1.
1.39 Explique a semelhança e a diferença entre as questões de contagem respondidas pelo teo-
rema 1.7.1 e pelo teorema 1.5.1.
Teorema 1.8.1 O número de -subconjuntos de um -conjunto é
Prova.
Recordemos que se contarmos subconjuntos ordenados, obtemos
, pelo Teorema 1.7.1. É claro que, se desejamos saber o
número de subconjuntos
não-ordenados, então contamos demais; todo subconjunto foi
contado exatamente vezes (com toda ordenação possı́vel de seus elementos). Por-
tanto temos que dividir esse número por para obter o número de subconjuntos com
elementos (sem ordenação).
O número de -subconjuntos de um -conjunto é uma quantidade tão importante
que é preciso uma notação separada para ele: (leia: ‘de escolha ’). Por conse-
guinte,
(1.6)
18
Daı́ o número de bilhetes de loteria diferentes é , o número de apertos-de-mão é
etc. Os números são também chamados de coeficientes binomiais (na Seção 3.1
veremos por que).
1.40 Quais problemas discutidos durante a festa eram casos especiais do teorema 1.8.1?
Se , então
(1.8)
(1.9)
Prova. Provamos (1.7) apelando para o significado combinatório de ambos os lados.
um conjunto de -elementos, digamos . O lado esquerdo conta subconjuntos
Temos
de -elementos de , enquanto que o lado direito conta subconjuntos de
-
elementos de . Para ver que esses números são os mesmos, precisamos apenas ob-
servar que juntamente com todo subconjunto de -elementos vai um subconjunto de
-elementos: seu complemento de um conjunto, que contém exatamente aqueles
elementos de que não estão contidos no conjunto de -elementos. Isso emparelha
subconjuntos de -elementos com os subconjuntos de
-elementos, mostrando
que existe o mesmo número de ambos.
Vamos provar (1.8) usando a fórmula algébrica (1.6). Após substituição, a igual-
dade fica
19
conta os subconjuntos de 0-elementos de (existe apenas um, o conjunto vazio); o se-
gundo termo conta subconjuntos de 1-elemento; o próximo termo, subconjuntos de
2-elementos etc. Na soma completa, todo subconjunto de é contado exatamente uma
vez. Sabemos que (o lado direito) é o número de todos os subconjuntos de . Isso
prova (1.9), e completa a prova do Teorema 1.8.2.
1.43 Encontre uma prova de (1.7) usando a fórmula algébrica para , e de (1.8), usando o
significado combinatório de ambos os lados.
*
1.46 Prove (de duas maneiras) que para ,
"*
* *
Exercı́cios de Revisão
1.47 De quantas maneiras você pode assentar 12 pessoas em duas mesas redondas com 6 lu-
gares em cada uma? Pense nas possı́veis maneiras de definir quando dois assentamentos são
diferentes, e encontre a resposta para cada um.
1.48 Nomeie conjuntos com cardinalidade (a) 365, (b) 12, (c) 7, (d) 11.5, (e) 0, (f) 1024.
1.50 Não escrevemos todas as relações de subconjunto entre vários conjuntos de números; por
exemplo, # também é verdadeiro. Quantas tais relações você pode encontrar entre os
conjuntos
# $ #
?
1.52 Sejam
e
. Liste todos os subconjuntos de
cuja
interseção com tenha elemento.
1.53 Três conjuntos têm 5, 10 e 15 elementos, respectivamente. Quantos elementos podem ter
sua união e sua interseção?
20
1.55 Forme a diferença simétrica de e , para obter um conjunto - . Forme a diferença
simétrica de e - . Que conjunto você obtém?
(
1.60 Seja um subconjunto de , " ,
1.61 Calcule a forma binária de e , e calcule sua soma na notação binária. Verifique os
resultados em confronto com adicionar e na notação decimal usual, e então convertê-lo
para binário.
1.62 Prove que todo inteiro positivo pode ser escrito como a soma de potências diferentes de 2.
Prove também que para um dado número, existe apenas uma maneira de fazê-lo.
1.63 Começando de Washington, DC, de quantas maneiras você pode visitar 5 das outras 50
capitais de estado e retornar a Washington?
1.64 Encontre o número de todos os inteiros de 20-dı́gitos nos quais nenhum par de dı́gitos
consecutivos são iguais.
1.65 Alice tem bolas (todas diferentes). Primeiro, ela as divide em duas pilhas; então ela
apanha uma das pilhas com pelo menos dois elementos, e a divide em duas; ela repete isso até
que cada pilha tenha apenas um elemento.
(a) Quantos passos isso leva?
(b) Mostre que número de maneiras diferentes nas quais ela pode realizar esse procedimento
é
(((
(
[Dica: imagine o procedimento de trás-para-frente.]
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1.66 Você deseja enviar cartões postais a 12 amigos. Na loja, existem apenas 3 tipos de cartões
postais. De quantas maneiras você pode enviar os cartões postais, se
(a) existe um número grande de cada cartão postal, e você deseja enviar um cartão a cada
amigo;
(b) existe um número grande de cada cartão postal, e você deseja enviar um ou mais cartões
para cada amigo (mas ninguém deve receber dois cartões idênticos);
(c) a loja tem apenas 4 exemplares de cada cartão, e você deseja enviar um cartão para cada
amigo?
1.67 Qual é o número de maneiras de colorir objetos com 3 cores, se cada cor tem que ser
usada pelo menos uma vez?
1.68 Desenhe uma árvore para solução de Alice de quantificar o número de maneiras que 6
pessoas podem jogar xadrez, e explique o argumento de Alice usando a árvore.
1.69 Quantas palavras diferentes você pode obter rearranjando as letras da palavra MA-
TEMÁTICA?
(
1.72 pessoas estão sentadas ao redor de uma mesa. De quantas maneiras podemos escolher
pessoas, sem que nunca duas delas sejam vizinhas?
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