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ABORDAGEM POLICIAL: ÔNIBUS EM RODOVIAS

BATISTA, Ricardo Maciel1

RESUMO

Este trabalho estuda técnicas de abordagem a veículos de transporte


coletivo de passageiros que transitam em rodovias estaduais, federais e
municipais, para simples verificação, adotadas pelas equipes da Ronda
Ostensiva Tático Móvel (ROTAM) do Batalhão de Polícia Rodoviária do Paraná,
esta técnica também é adotada, com algumas alterações, por outros batalhões
de Policia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal,
Receita Federal e demais órgãos de fiscalização de trânsito, contrabando, tráfico
de drogas, etc., o artigo trata de forma teórica e resumida as técnicas de ordem
de parada, estacionamento do veículo em local seguro, revista em passageiros
no interior do veículo e suas bagagens de mão, fiscalização das bagagens no
interior do bagageiro, liberação do veículo e consequente encaminhamento de
criminosos encontrados a partir da abordagem.

Palavras-chave: Abordagem policial. Técnicas de abordagem. Policiamento


rodoviário.

ABSTRACT

This work studies techniques for approaching public passenger transport


vehicles that transit state, federal and municipal highways, for simple verification,
adopted by the Tactical Mobile Ostensive Round teams (ROTAM) of the Paraná
Road Police Battalion, this technique is also adopted, with some changes , by
other battalions of the Military Police, Civil Police, Federal Police, Federal
Highway Police, Federal Revenue and other traffic control agencies, smuggling,
drug trafficking, etc., the article deals in a theoretical and summarized way with
vehicle parking in a safe place, checked by passengers inside the vehicle and
their carry-on baggage, checked baggage inside the luggage compartment,
released the vehicle and consequently forwarded criminals found from the
approach

Keywords: Police approach. Approach techniques. Road policing.


1
Pós Graduando do Curso de Pós Graduação em Inteligência Policial - Faculdade Campos
Elíseos – Marmeleiro / PR
1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem o intuito de estudar um conjunto especifico de técnicas de


abordagem a veículos de transporte de passageiros de forma segura e eficiente
para que profissionais de segurança possam realizar esta atividade de forma
eficaz. Saliento que as técnicas adotadas são para abordagem de simples
verificação sem denuncias de ilícito e que não serão discutidas técnicas de
abordagem ou imobilização de pessoas. Todas as orientações descritas e
demonstradas nesse documento já são utilizadas em abordagens pela equipe de
Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM) da 4ª Companhia de Polícia Rodoviária
do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual do Paraná (4ª Cia BPRv). O conjunto
de técnicas analisado faz parte de um rol maior de técnicas utilizadas por equipes
táticas, no que tange a abordagens de veículos de transporte de passageiros em
rodovias, para isto serão utilizados dados levantados em abordagens realizadas
entre o dia 01 de janeiro de 2019 ao dia 01 de fevereiro de 2019 pela equipe da
ROTAM da 4ª Cia BPRv em diversas rodovias estaduais da área da 4º Cia BPRv.
O conjunto de técnicas a ser abordado é fruto de adaptação de outras
técnicas vistas na cartilha de Procedimentos Operacionais Padronizados - 2013 da
Polícia Militar do Paraná e na DIRETRIZ Nº 004/2000 - PM/3 - DIRETRIZ GERAL
DE PLANEJAMENTO E EMPREGO DA PMPR, utilizando como base as normas
previstas na Lei Federal nº 9.503/97 e suas atualizações que instituem o Código de
Trânsito Brasileiro, Regulamento Disciplinar do Exército (DECRETO Federal nº
4.346/2002), Lei Estadual do Paraná nº1943/54, que institui a Polícia Militar do
Paraná e em acordo com o Código de Processo penal e demais leis criminais e Lei
9.503/97, que institui o Código de Trânsito Brasileiro e suas atualizações.
“No contexto sistêmico da defesa social, a Polícia Militar assume papel de
relevância na preservação da ordem pública, prevenindo ou inibindo atos anti-
sociais, atuando repressivamente na restauração da ordem pública, adotando
medidas de proteção e socorro comunitários ou atuando em apoio aos órgãos da
administração pública no exercício do poder de polícia que lhe couber.” (DIRETRIZ
Nº 004/2000 - PM/3 - DIRETRIZ GERAL DE PLANEJAMENTO E EMPREGO DA
PMPR), neste contexto a Diretriz 004/2000 também preconiza o Policiamento
Ostensivo e Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário.
ABORDAGEM E FISCALIZAÇÃO DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE
PASSAGEIROS EM RODOVIAS

2. LOCAL DE FISCALIZAÇÃO

O foco deste estudo é abordagem a veículos de transporte coletivo de


passageiros em rodovias, para simples verificação, sem denuncias de ilícito, para o
desenvolvimento desta atividade, basicamente devemos nos concentrar em locais
de fiscalização com o espaço necessário para que o ônibus permaneça parado de
forma segura, evitando possíveis acidentes causados por terceiros, deve haver
espaço também para a circulação dos passageiros e suas bagagens em caso de
vistoria e ainda o apoio de cães farejadores.
A Lei 9.503/97 que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) no seu artigo
89 estabelece que as ordens emanadas por gestos dos policiais militares,
prevalecem sobre as regras de circulação e sobre as normas definidas por outros
tipos de sinalização, seguindo nesta premissa, o policial militar, dentre outras
ações, pode determinar o ingresso de veículos com a devida segurança, na
contramão de direção, determinar que adentrem a outra faixa em pista contrária,
dupla, simples ou com terceira faixa e, se for conveniente para a segurança do
local, Invalidar a sinalização de transito existente no local, entre outras ações, no
entanto conforme a DIRETRIZ Nº 004/2000 - PM/3 da Polícia Militar do Paraná se o
local não for adequado para a abordagem, deve ser evitado fazê-la até que seja
possível uma ação com segurança e, conforme a cartilha de Procedimentos
Operacionais Padronizados 2013 da Polícia Militar do Paraná, “Que seja feita a
análise adequada do ambiente, a fim de que a abordagem seja realizada no melhor
domínio possível dos fatores de risco, próprios da atividade.”

2.1 Ponto fixo diurno


Este tipo de fiscalização de trânsito em rodovias é definido como “Bloqueio de
acostamento”, conforme o POP: “Bloqueio de acostamento – a equipe utiliza-se de
acostamento de via, para o posicionamento próximo ao meio-fio ou canaleta.
Notadamente, trata-se do tipo de bloqueio que mais se executa, e traz maior
operacionalidade e facilidade de instalação.” Para isto, de acordo com a cartilha de
Procedimentos Operacionais Padronizados 2013 da Polícia Militar do Paraná, a
escolha do local de abordagem em ponto fixo durante o dia, por obvio, deverá ser
em local previamente estudado, de forma a propiciar segurança ao policial e aos
usuários da rodovia, oferecendo boa visibilidade, não deve ser instalado após
curvas, aclives ou declives acentuados, via deve ser bem sinalizada, propícia a
colocação do material de sinalização, cones de balizamento e de fácil canalização
dos veículos a serem fiscalizados (figura 1).
Figura 1: exemplo de bloqueio de acostamento
Fonte: cartilha de Procedimentos Operacionais Padronizados 2013

2.1.1 Solicitação de parada


Os sinais utilizados pelo agente aos usuários da rodovia para determinar sua
parada são simples sinais de mão indicando que o veículo deve parar, indicando o
local, podendo ainda complementar com dois silvos de apito, conforme Resolução
160/04 do CONTRAN (Figura 2).

Figura 2: Gesto determinando a parada do veículo


Fonte: Resolução 160/04 do CONTRAN
2.2 Ponto fixo noturno
Basicamente o que diferencia o bloqueio de acostamento noturno do diurno, é
a soma de iluminação artificial aos requisitos básicos para a operação (figura 3),
deve-se levar em consideração que os usuários da via também precisam de uma
distancia maior para visualização do local e, consequentemente, efetiva parada do
veículo a partir da interpretação da ordem de parada emitida pelo policial (figura 2).
Equipamentos de uso em atividade noturna são indispensáveis, como
lanternas, no entanto o colete refletivo é dispensado pelas equipes táticas, devido a
vulnerabilidade em ser visualizado mais facilmente por um possível agressor.

Figura 3: Exemplo de local de bloqueio noturno


Fonte: Arquivo pessoal (Equipe ROTAM 4Cia BPRv)

2.2.1 Solicitação de parada


Os sinais utilizados pelo agente são os mesmos elencados no ítem 2.1.1,
somando uma lanterna para facilitar a visualização do usuário e do agente quando
da fiscalização do veículo.

2.3 Abordagem em movimento durante o patrulhamento diurno


Este tipo de fiscalização de trânsito é definido como Bloqueio de varredura,
conforme o POP: “Bloqueio tipo varredura – operação realizada ao longo das vias
com o intuito de detectar irregularidades de trânsito nos locais onde passa. É uma
operação itinerante e relâmpago. Sanadas as irregularidades, a equipe parte para
outro local.” Para esta ação a equipe policial deve observar o local em que será
solicitada a parada do veículo a ser abordado, se possível em local já estudado
previamente, administrando a abordagem de forma a propiciar segurança ao
policial e aos usuários da rodovia, oferecendo boa visibilidade, não deve ser
realizada após curvas, aclives ou declives acentuados, a via deve ser bem
sinalizada, como a abordagem é dinâmica, não serão utilizados materiais de
sinalização ou cones de balizamento, somente o sistema de luzes da viatura, que
será colocada de forma a proteger os integrantes da equipe policial e o veículo a
ser abordado (Figura 4).

Figura 4: Exemplo de posicionamento da viatura durante abordagem em movimento


Fonte: Arquivo pessoal (Equipe ROTAM 4Cia BPRv)

2.3.1 Solicitação de parada


Não foram encontrados estudos ou orientações sobre sinais para ordem de
parada de veículos em movimento, a forma utilizada pela equipe consiste
posicionar a viatura atrás do veículo a ser fiscalizado, utilizar de sinais sonoros
(sirene) e luminosos (giroflex) para chamar a atenção do condutor e sinais de luz
alta e baixa para solicitar a parada do veículo em local apropriado, sendo que este
método se apresenta eficaz na maioria das vezes, quando não obedecido a viatura
se coloca ao lado do veículo chamando a atenção do usuário e solicitando a
parada.

2.4 Em movimento durante o patrulhamento noturno


Este tipo de fiscalização de trânsito rodoviário é de alto risco, pois além dos
requisitos de segurança utilizados na abordagem durante patrulhamento diurno,
temos de levar em consideração a falta de luminosidade, obrigando a equipe a
selecionar o local de abordagem com maior rigor, pois além dos requisitos
elencados no ítem 1.3, devemos escolher um local iluminado, com acostamento
espaçoso, com uma atenção redobrada quanto a locais onde se pode homiziar um
meliante em fuga (Figura 5).
Figura 5: Exemplo de posicionamento da viatura durante abordagem noturna em movimento
Fonte: Arquivo pessoal (Equipe ROTAM 4Cia BPRv)

2.4.1 Solicitação de parada


A ordem de parada neste caso funciona da mesma forma que no item 2.3.1,
somando-se atenção redobrada e utilização de lanternas, evita-se solicitar a parada
do veículo a ser fiscalizado em local de pouca iluminação.

3. ABORDAGEM, APRESENTAÇÃO E REVISTA

3.1 Abordagem e apresentação


Após a parada do veículo inicia-se a abordagem, levando em consideração
que a verificação é de rotina, o processo de abordagem é primado no respeito e
segurança, conforme a Diretriz 04/2000 da PMPR: “As operações de fiscalização
de veículos tipo “blitz” e bloqueios deverão ser empreendidas com cortesia e
polidez e devidamente comandadas.” o agente, geralmente, utiliza da seguinte
sequencia de atitudes:

3.1.1 Apresentação
Após se posicionar ao lado do motorista (na janela ou na porta do veículo) o
agente se apresenta e solicita a documentação de porte obrigatório.

3.1.2 Levantamento de informações


Levando em consideração que os motoristas de ônibus são experientes em
seu oficio e na premissa que seriam pessoas idôneas o agente se muni de
informações obtidas na entrevista do mesmo, solicitando informações de
passageiros em atitudes suspeitas ou com bagagens que chamem a atenção.

3.1.3 Preparação para a revista


Levando em consideração as informações relevantes obtidas sobre os
passageiros, o agente deve se preparar para a revista, solicitando que as luzes do
salão seja ligada (se em período noturno) para melhor visualização dos
passageiros e suas bagagens.

3.2 Revista
As buscas no salão de passageiros no inicio da abordagem deve ser
elemento surpresa, não deixando tempo para que um infrator esconda objetos
entre as poltronas, lixo ou embaixo do assento. A revista no salão deve ser
realizada em duplas, sendo que um dos componentes da equipe (operador 1),
antes de adentra o salão, deve verificar o travamento e segurança de seu
armamento, ato contínuo se apresenta informando ser uma abordagem policial,
este desloca de forma lenta e atenciosa para o final do ônibus, já realizando um
reconhecimento inicial dos passageiros, iniciando as buscas pelo banheiro, lixeira,
frigobar e poltronas finais, sem desprezar a parte de baixo dos assentos,
deslocando para a parte da frente do veículo, verificando poltronas e passageiros
um a um, tomando o cuidado de permanecer atrás do passageiro a ser abordado
dificultando a visualização e possível reação a vistoria do operador (figura 5),
utilizando as informações privilegiadas obtidas com o motorista do coletivo,
dispensando atenção as mãos dos suspeitos e ainda sem despertar desconfiança
do abordado ou informar a fonte destes dados. O objetivo da revista é encontrar
objetos ilícitos e/ou pessoas fugitivos da justiça, não desprezando qualquer outro
ilícito possível, como sequestro de crianças ou trafico de animais.
O segundo componente da equipe (operador 2) permanece na porta ou
acesso ao salão de passageiros, de forma altiva e estática, observando os
passageiros a fim de propiciar uma maior sensação de segurança a estes, intimidar
ações de pretensos criminosos e principalmente apoiar o agente que esta
realizando a fiscalização.
O operador 1 inicia do “fundo” do ônibus para sua maior segurança, pois um
eventual passageiro mau intencionado terá uma dificuldade maior em visualizar
este policial (figura 5)
Figura 5: visão do agente fiscalizador do “fundo” do ônibus
Fonte: Arquivo pessoal (Equipe ROTAM 4Cia BPRv)

4. FINALIZAÇÃO DA ABORDAGEM

4.1 Sem ilicitude


Quando finda a fiscalização do veículo, sem constatação de qualquer ilicitude,
se torna necessário uma explicação aos passageiros, sobre o motivo da
abordagem, dirimindo possíveis dúvidas sobre este serviço policial.

4.2 Com ilicitude

4.2.1 Objetos ilícitos em bagagem de mão


Quando, durante a revista, o operador 1 logra êxito em encontrar objetos
ilícitos no poder de passageiros, em suas bagagens de mão, imediatamente
informa (por meio de sinais) ao operador 2, que se posiciona de forma a visualizar
o provável proprietário do objeto, sem deixar a atenção dos outros passageiros,
pois aquele pode ter comparsas, o operador 1 deve dar ordens claras ao suspeito
para que mantenha suas mãos na linha de visão do operador, segundo o POP o
operador deve “posicionar o abordado de uma forma que evite sua reação, sendo
esta segura tanto para o abordado quanto para o policial que realizará a
abordagem, possibilitando a visualização das mãos do abordado o tempo todo”
decidindo assim a necessidade de algemar ou não o suspeito, levando em
consideração o disposto na sumula vinculante 11.
Após identificação do proprietário e condução do mesmo ao exterior do
veículo pelo operador 1, a revista deve ser reiniciada, desta vez pelo operador 2,
com o auxilio do terceiro componente da equipe (operador 3) que assume o lugar
do operador 2. Se obtiverem novo sucesso o procedimento é feito novamente e
para que seja possível continuar a abordagem de forma segura, deve ser solicitado
apoio a outra equipe não sendo aconselhável realizar buscas no interior do veículo
por operador sem apoio.

4.2.2 Pessoas procuradas


Quando, durante a revista, o operador 1 logra êxito em identificar pessoas
procuradas pela justiça, este imediatamente sinaliza ao operador 2, que se
posiciona de forma a visualizar o suspeito, sem deixar a atenção dos outros
passageiros, pois aquele pode estar acompanhado, o operador 1 deve dar ordens
claras ao suspeito para que mantenha suas mãos na linha de visão do operador,
segundo o POP o operador deve “posicionar o abordado de uma forma que evite
sua reação, sendo esta segura tanto para o abordado quanto para o policial que
realizará a abordagem, possibilitando a visualização das mãos do abordado o
tempo todo” decidindo assim a necessidade de algemar ou não o suspeito, levando
em consideração o disposto na sumula vinculante 11.
Após identificação do proprietário e condução do mesmo ao exterior do
veículo pelo operador 1, a revista deve ser reiniciada, desta vez pelo operador 2,
com o auxilio do terceiro componente da equipe (operador 3) que assume o lugar
do operador 2. Se obtiverem novo sucesso o procedimento é feito novamente e
para que seja possível continuar a abordagem de forma segura, deve ser solicitado
apoio a outra equipe não sendo aconselhável realizar buscas no interior do veículo
por operador sem apoio

4.2.3 Objetos ilícitos no Bagageiro


Após verificação no salão de passageiros, a equipe deve realizar buscas no
interior do compartimento de bagagens do veículo, procurando por bolsas com
características suspeitas, como formato, peso e odor, quando o operador encontrar
bagagem suspeita, solicita ao motorista a identificação do seu proprietário, pois
segundo o Art. 47 da Resolução ANTT Nº 4777 de 06/07/2015, a bagagem deve
estar etiquetada e vinculada ao passageiro, tornando fácil identificar seu
proprietário, ato contínuo um componente da equipe solicita que o proprietário
acompanhe a abertura da bagagem, quando, durante a revista, o operador 1 logra
êxito, este imediatamente sinaliza ao operador 2, que se posiciona de forma a
visualizar o suspeito, o operador 1 deve dar ordens claras ao suspeito para que
mantenha suas mãos na sua linha de visão, decidindo assim a necessidade de
algemar ou não o suspeito, levando em consideração o disposto na sumula
vinculante 11.
Após identificação do proprietário e condução do mesmo a local seguro, a
revista deve ser reiniciada, se encontrada bagagem suspeita novamente, o
processo deve ser reiniciado, assim sucessivamente, sendo que se for encontrada
uma terceira ilicitude, apoio deve ser solicitado, conforme o POP: “1. Caso o local
não seja adequado para a abordagem, evitar fazê-la até que seja possível uma
ação com segurança; 2. Caso seja constada inferioridade numérica, solicitar apoio.”
e ainda a diretriz 004/2000 da PMPR: “Uma prisão sempre pode aguardar uma
nova oportunidade, se houver comprovados riscos para os policiais militares ou
pessoas inocentes, é preferível, é prudente que se deixe a execução da
abordagem para um local mais adequado, que ofereça menos risco ao policial
militar e a terceiros.”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A abordagem policial é de suma importância na atividade policial, sua


sequencia lógica é a revista e quando realizada de forma eficiente, pode resultar
em sucesso no flagrante de objetos ilícitos, as técnicas devem ser utilizadas com o
mínimo de segurança, para garantir a integridade física do abordado, transeuntes e
principalmente do policial, esquecer estes itens fundamentais pode causar
tragédias, conforme o POP: “Que seja feita a análise adequada do ambiente, a fim
de que a abordagem seja realizada no melhor domínio possível dos fatores de
risco, próprios da atividade.” no entanto este conjunto de ações também devem ser
pautadas na legalidade, caso contrário todo o serviço realizado poderá ser perdido
e ainda resultar em punições aos agentes policiais.
Flagrantes de crimes em veículos de transporte de passageiros são
constantes em rodovias pavimentadas ou não, desde contrabando a trafico de
drogas e armas, o serviço de fiscalização deve permanecer constante conforme
Diretriz 004/2000 da PMPR: “As ações e operações de polícia ostensiva de
preservação da ordem pública, deverão desenvolver-se de maneira planejada e
coordenada, entre todas as Cia PRv, de tal forma que um condutor de veículo ao
fazer um deslocamento de média para grande distância, se não for abordado e
fiscalizado, pelo menos sinta a presença diuturna e constante da fiscalização, de
modo a manter-se um nível satisfatório de tranqüilidade pública (sensação de
segurança), enfatizando-se os delitos de “furto e roubo de veículos e cargas, tráfico
de entorpecentes e contrabando””
REFERÊNCIAS

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Aprova o Regulamento Disciplinar do Exército (R-4) e dá outras providências.
BRASÍLIA, 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4346.htm>. Acesso em
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Disponível em: < https://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/exibirAto.do?
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POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS


PADRONIZADOS 2013. Curitiba/PR, 2013. Disponível na Intranet da PMPR e
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CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. RESOLUÇÃO Nº160/04:


Aprova o Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro. BRASILIA 2004. Disponível
em: < http://www.ctbdigital.com.br/arquivos/anexo_II.pdf>. Acesso em
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AGENCIA NACIONAL DE TRANSPORTE TERRESTRE. RESOLUÇÃO


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