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ABORDAGEM POLICIAL EM RODOVIAS

Técnicas de abordagem a caminhões

DEL NERO, Rodrigo Higuti1

RESUMO

Este estudo visa apresentar uma visão sistêmica sobre técnicas e táticas de
abordagem a veículos de transporte de cargas que transitam em estradas
pavimentadas federais, estaduais e municipais, para simples verificação, adotadas
pelas equipes da Ronda Ostensiva Tático Móvel (ROTAM) do Batalhão de Polícia
Rodoviária do Paraná, as técnicas adotadas, com algumas alterações, são
utilizadas por outros órgãos de Policia, Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal,
Receita Federal e demais órgãos de fiscalização visando coibir abuso de trânsito,
contrabando, tráfico de drogas, etc., o artigo utiliza de situações práticas para tratar
de forma teórica e técnica resumindo as táticas utilizadas para ordem de parada e
estacionamento de veículos em local seguro, consequente revista no interior do
veículo, carga, bagagens e, quando bem sucedido, encaminhamento de criminosos
encontrados a partir destas abordagens.

Palavras-chave: Abordagem policial.Técnicas de abordagem. Policiamento


rodoviário.

ABSTRACT

This study aims to present a systemic view on techniques and tactics to


approach cargo vehicles that travel on federal, state and municipal paved roads, for
simple verification, adopted by the teams of the Tactical Mobile Roundabout
(ROTAM) of the Highway Police Battalion In Paraná, the techniques adopted, with
some alterations, are used by other Police, Military, Civil, Federal, Federal Highway,
Federal Revenue and other enforcement agencies to curb traffic abuse, smuggling,
drug trafficking, etc., The article uses practical situations to treat theoretically and
technically summarizing the tactics used to stop and park vehicles in a safe place,
consequently revised inside the vehicle, cargo, luggage and, when successful,
referral of criminals found to from these approaches.

Keywords: Police approach. Approach techniques. Road policing.

1. INTRODUÇÃO
1
Pós Graduando do Curso de Pós Graduação em Inteligência Policial - Faculdade Campos Elíseos
– Marmeleiro / PR
Este artigo tem o intuito de demonstrar um conjunto especifico de técnicas de
abordagem a veículos de transporte de cargas de forma segura e eficiente para
que profissionais de segurança possam realizar esta atividade de forma eficaz.
Saliento que as técnicas adotadas são para abordagem de simples verificação sem
denuncias de ilícito e que não serão discutidas técnicas de abordagem ou
imobilização de pessoas. Todas as orientações descritas e demonstradas nesse
documento já são utilizadas em abordagens pela equipe de Rondas Ostensivas
Tático Móvel (ROTAM) da 4ª Companhia de Polícia Rodoviária do Batalhão de
Polícia Rodoviária Estadual do Paraná (4ª Cia BPRv). O conjunto de técnicas
analisado faz parte de um rol maior de técnicas utilizadas por equipes táticas, no
que tange a abordagens de veículos de transporte de passageiros em rodovias,
para isto serão utilizados dados levantados em abordagens realizadas entre o dia
01 de janeiro de 2019 ao dia 01 de fevereiro de 2019 pela equipe da ROTAM da 4ª
Cia BPRv em diversas rodovias estaduais da área da 4º Cia BPRv.
O conjunto de técnicas a ser abordado é fruto de adaptação de outras
técnicas vistas na cartilha de Procedimentos Operacionais Padronizados - 2013 da
Polícia Militar do Paraná e na DIRETRIZ Nº 004/2000 - PM/3 - DIRETRIZ GERAL
DE PLANEJAMENTO E EMPREGO DA PMPR, utilizando como base as normas
previstas na Lei Federal nº 9.503/97 e suas atualizações que instituem o Código de
Trânsito Brasileiro, Regulamento Disciplinar do Exército (DECRETO Federal nº
4.346/2002), Lei Estadual do Paraná nº1943/54, que institui a Polícia Militar do
Paraná e em acordo com o Código de Processo penal e demais leis criminais e Lei
9.503/97, que institui o Código de Trânsito Brasileiro e suas atualizações.
“No contexto sistêmico da defesa social, a Polícia Militar assume papel de
relevância na preservação da ordem pública, prevenindo ou inibindo atos anti-
sociais, atuando repressivamente na restauração da ordem pública, adotando
medidas de proteção e socorro comunitários ou atuando em apoio aos órgãos da
administração pública no exercício do poder de polícia que lhe couber.” (DIRETRIZ
Nº 004/2000 - PM/3 - DIRETRIZ GERAL DE PLANEJAMENTO E EMPREGO DA
PMPR), neste contexto a Diretriz 004/2000 também preconiza o Policiamento
Ostensivo e Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário.

ABORDAGEM POLICIAL EM RODOVIAS


Técnicas de abordagem a caminhões

2. ESCOLHA DO LOCAL DA ABORDAGEM

Este estudo tem a finalidade de apresentar um conjunto de técnicas e táticas


de abordagem a veículos de transporte de cargas em rodovias, para simples
averiguação, para o desenvolvimento desta atividade, basicamente devemos nos
concentrar em locais de fiscalização com o espaço necessário para que o veículo
permaneça parado de forma segura, evitando possíveis acidentes causados por
terceiros, devendo haver espaço inclusive para a colocação da carga, motorista e
suas bagagens em caso de vistoria e apoio de cães policiais farejadores.
A Lei 9.503/97, que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), no seu
artigo 89, estabelece que as ordens emanadas por gestos dos policiais militares,
prevalecem sobre as regras de circulação e sobre as normas definidas por outros
tipos de sinalização, seguindo nesta premissa, o policial militar, dentre outras
ações, pode determinar o ingresso de veículos com a devida segurança, na
contramão de direção, determinar que adentrem a outra faixa em pista contrária,
dupla, simples ou com terceira faixa e, se for conveniente para a segurança do
local, Invalidar a sinalização de transito existente no local, entre outras ações, no
entanto conforme a DIRETRIZ Nº 004/2000 - PM/3 da Polícia Militar do Paraná se o
local não for adequado para a abordagem, deve ser evitado fazê-la até que seja
possível uma ação com segurança e, conforme a cartilha de Procedimentos
Operacionais Padronizados 2013 da Polícia Militar do Paraná, “Que seja feita a
análise adequada do ambiente, a fim de que a abordagem seja realizada no melhor
domínio possível dos fatores de risco, próprios da atividade.”

2.1. Bloqueio de acostamento em ponto fixo durante o dia

O “Bloqueio de acostamento”, conforme o POP: “Bloqueio de acostamento – a


equipe utiliza-se de acostamento de via, para o posicionamento próximo ao meio-
fio ou canaleta. Notadamente, trata-se do tipo de bloqueio que mais se executa, e
traz maior operacionalidade e facilidade de instalação.”
Para isto, de acordo com a cartilha de Procedimentos Operacionais
Padronizados 2013 da Polícia Militar do Paraná, a escolha do local de abordagem
em ponto fixo, por obvio, deverá ser em local previamente estudado, de forma a
propiciar segurança ao policial e aos usuários da rodovia, oferecendo boa
visibilidade, não deve ser instalado após curvas, aclives ou declives acentuados,
via deve ser bem sinalizada, propiciam a colocação do material de sinalização,
cones de balizamento e de fácil canalização dos veículos a serem fiscalizados
(figura 1).
Figura 1: exemplo de bloqueio de acostamento
Fonte: cartilha de Procedimentos Operacionais Padronizados 2013

2.1.1. Ordem de Parada

Os sinais utilizados pelo agente aos usuários da rodovia para determinar sua
parada são simples sinais de mão indicando que o veículo deve parar, indicando o
local, podendo ainda complementar com dois silvos de apito, conforme Resolução
160/04 do CONTRAN (Figura 2).

Figura 2: Gesto determinando a parada do veículo


Fonte: Resolução 160/04 do CONTRAN
2.2. Bloqueio de acostamento em ponto fixo durante a noite

O que diferencia o bloqueio de acostamento noturno do diurno, é a soma de


iluminação artificial aos requisitos básicos para a operação (figura 3), deve-se levar
em consideração que os usuários da via também precisam de uma distancia maior
para visualização do local e, conseqüentemente, efetiva parada do veículo a partir
da interpretação da ordem de parada emitida pelo policial (figura 2).
Equipamentos de uso em atividade noturna são indispensáveis, como
lanternas, no entanto o colete refletivo é dispensado pelas equipes táticas, devido a
vulnerabilidade em ser visualizado mais facilmente por um possível agressor.

Figura 3: Exemplo de local de bloqueio noturno


Fonte: Arquivo pessoal (Equipe ROTAM 4CiaBPRv)

2.2.1. Ordem de parada

Os sinais utilizados pelo agente são os mesmos elencados no ítem 2.1.1,


utilizando ainda uma lanterna para facilitar a visualização do usuário e do agente
quando da fiscalização do veículo.

2.3. Abordagem a veículos em movimento durante o patrulhamento


diurno

Este tipo de fiscalização de trânsito é definido como Bloqueio de varredura,


conforme o POP: “Bloqueio tipo varredura – operação realizada ao longo das vias
com o intuito de detectar irregularidades de trânsito nos locais onde passa. É uma
operação itinerante e relâmpago. Sanadas as irregularidades, a equipe parte para
outro local.” Para esta ação a equipe policial deve observar o local em que será
solicitada a parada do veículo a ser abordado, se possível em local já estudado
previamente, administrando a abordagem de forma a propiciar segurança ao
policial e aos usuários da rodovia, oferecendo boa visibilidade, não deve ser
realizada após curvas, aclives ou declives acentuados, a via deve ser bem
sinalizada, como a abordagem é dinâmica, não serão utilizados materiais de
sinalização ou cones de balizamento, somente o sistema de luzes da viatura, que
será colocada de forma a proteger os integrantes da equipe policial e o veículo a
ser abordado (Figura 4).

Figura 4: Exemplo de posicionamento da viatura durante abordagem em movimento


Fonte: Arquivo pessoal (Equipe ROTAM 4CiaBPRv)

2.3.1. Ordem de parada

Não havendo encontradas orientações sobre sinais ou ordem de parada para


veículos em movimento na lei 9.503/97 ou no BOP, as técnicas utilizadas pelas
equipes policiais, usualmente, consistem em posicionar a viatura atrás do veículo a
ser abordado, utilizar de sinais sonoros (sirene) e luminosos (giroflex) para chamar
a atenção do condutor e sinais de luz alta e baixa para determinar a parada do
veículo em local apropriado, sendo que este método se apresenta eficiente na
maioria das vezes, quando a ordem não é acatada a viatura se coloca ao lado do
veículo chamando a atenção do usuário e solicitando a parada.

2.4. Abordagem a veículos em movimento durante o patrulhamento


noturno

Este tipo de fiscalização de trânsito rodoviário é de alto risco, pois além dos
requisitos de segurança utilizados na abordagem durante patrulhamento diurno,
temos de levar em consideração a falta de luminosidade, obrigando a equipe a
selecionar o local de abordagem com maior rigor, pois além dos requisitos
elencados no item 2.3., devemos escolher um local iluminado, com acostamento
espaçoso, com uma atenção redobrada quanto a locais onde se pode homiziar um
meliante em fuga (Figura 5).

Figura 5: Exemplo de posicionamento da viatura em abordagem noturna em movimento


Fonte: Arquivo pessoal (Equipe ROTAM 4CiaBPRv)

2.4.1. Ordem de parada

A ordem de parada funciona da mesma forma que exposto no item 2.3.1.,


somando-se atenção redobrada e utilização de lanternas, evita-se solicitar a parada
do veículo a ser fiscalizado em local de pouca iluminação.

3. ABORDAGEM E VERIFICAÇÃO

3.1. Abordagem e verificação


Após a efetiva parada do veículo inicia-se a abordagem e verificação, levando
em consideração que são abordagens de rotina, o processo é primado no respeito
e segurança, conforme a Diretriz 04/2000 da PMPR: “As operações de fiscalização
de veículos tipo “blitz” e bloqueios deverão ser empreendidas com cortesia e
polidez e devidamente comandadas.” o operador geralmente, utiliza da seguinte
sequencia de atitudes:

3.1.1. Verificação
Após se posicionar ao lado da coluna existente ligeiramente atrás do
motorista (ao lado da janela ou da porta do veículo), para garantir a própria
segurança, o operador se apresenta e solicita a documentação de porte obrigatório,
conforme preconiza o Art. 232 da lei 9.503/97, verifica os documentos e solicita
informações das centrais de informação ou realiza consultas via serviços on-line
confirmando a veracidade os dados dos documentos.

3.1.2. Levantamento de informações e revista

Os motoristas profissionais de veículos de transporte de carga são


experientes em seu oficio e para desempenhar bem suas funções devem conhecer
caminhos e particularidades dos locais por onde transitam, precisam de um mínimo
de informações do local onde carregam e descarregam sua carga, hodiernamente
os operadores utilizam destas informações, previamente adquiridas, para confirmar
ou acarear as informações prestadas pelo suspeito abordado, confrontando as
informações levantadas a partir das consultas dos documentos, muitas das vezes
já na entrevista os policiais conseguem detectar irregularidades adiantando assim
os resultados.
Levando em consideração as informações relevantes obtidas sobre o
condutor, veículo e carga, o agente deve se preparar para a revista, solicitando a
abertura do compartimento de carga, no caso de graneleiro (carroceira de madeira)
será solicitado a retirada da lona de proteção, no caso de caminhão furgão, será
solicitado a abertura do compartimento de carga e que as luzes do sejam ligadas
(durante a noite) para que o operador tenha uma melhor visualização da carga.

3.1.3. Revista
As averiguações e buscas no interior do veículo e compartimentos de carga,
devem ser feitas de forma minuciosa, pois para este tipo de infrator já é esperada a
abordagem policial, sendo que o objeto do ilícito, geralmente, é escondido,
disfarçado ou, mesmo á vista, é trocado por objeto ilegal com documentação legal.
A revista no interior da cabine deve ser realizada sem a presença direta do
condutor, no entanto o mesmo deve acompanhar de fora do veículo, em local de
visibilidade, o fato deste não se encontrar no interior da cabine se dá para que não
haja oportunidade para o mesmo sacar de objeto contundente no intuito de ferir o
operador, em contra partida outro operador deve acompanhar de perto o motorista
e eventual acompanhante.
Não existe pressa ao vistoriar o interior da cabine, assim como o
compartimento de carga, no entanto, não se deve utilizar de morosidade, e ao
mesmo tempo pautar de educação e cortesia aos abordados sempre.
A finalidade da revista é encontrar objetos ilícitos, mas eventualmente neste
tipo de abordagem, encontramos fugitivos da justiça e não se despreza qualquer
outra infração, como sequestro de crianças ou trafico de animais.
O segundo componente da equipe (operador 2) permanece na porta ou
acesso ao compartimento de cargas, de forma altiva e estática, observando o
condutor e acompanhante a fim de propiciar uma maior sensação de segurança a
estes, intimidar ações de pretensos criminosos e principalmente apoiar o agente
que esta realizando a fiscalização.
O operador 1 inicia na cabine do veículo, para sua maior segurança, pois um
eventual infrator terá menos tempo de reação face a uma ação rápida de
abordagem e averiguação por parte do policial.
Se torna necessário adaptar as técnicas a vários modelos de caminhões,
como por exemplo os que tem acesso pela lateral, parte traseira ou superior
(caminhão tanque por exemplo), que tem acesso por escadas.

Figura 5: visão do agente fiscalizador do “fundo” do ônibus


Fonte: Arquivo pessoal (Equipe ROTAM 4CiaBPRv)

4.ENCERRAMENTO E LIBERAÇÃO

4.1. Sem crime


Ao finalizar a fiscalização do veículo, sem constatação de qualquer ilicitude,
qualquer dos operadores realiza uma explicação ao condutor sobre o motivo da
abordagem, dirimindo possíveis dúvidas sobre este serviço policial.

4.2 . Com ilicitude


Quando, durante a fiscalização, o operador 1 ao encontrar objetos ilícitos no
poder do condutor, acompanhante ou em suas bagagens de mão, este
imediatamente informa (por meio de sinais) ao operador 2, que se posiciona de
forma a visualizar o provável proprietário do objeto, sem menosprezar o
acompanhante, o operador 1 deve dar ordens claras ao suspeito para que
mantenha suas mãos na linha de visão do operador, segundo o POP o operador
deve “posicionar o abordado de uma forma que evite sua reação, sendo esta
segura tanto para o abordado quanto para o policial que realizará a abordagem,
possibilitando a visualização das mãos do abordado o tempo todo” decidindo assim
a necessidade de algemar ou não o suspeito, levando em consideração o disposto
na sumula vinculante 11.
Após identificação do proprietário e condução do mesmo a local seguro,
próximo ao veículo, pelo operador 1, a revista ao acompanhante deve ser
reiniciada, desta vez pelo operador 2, com o auxilio do terceiro componente da
equipe (operador 3) que assume o lugar do operador 2. Se durante nova revista,
obtiverem novo sucesso, o procedimento é feito novamente e para que seja
possível continuar a abordagem de forma segura, deve ser solicitado apoio a outra
equipe não sendo aconselhável realizar buscas no interior do veículo por operador
sem apoio.
Ao se deparar com o sucesso de um flagrante, se torna necessário o
deslocamento a um local de apoio próximo, no casa em específico da equipe
ROTAM/BPRv, um posto de polícia rodoviária mais próximo, para maior segurança
em continuar as vistorias e lavratura de documentação pertinente a prisão ou
apreensão pertinente.

4.3. Pessoas procuradas


Quando, durante a revista, o operador 1 logra êxito em identificar pessoas
procuradas pela justiça, este imediatamente sinaliza ao operador 2, que se
posiciona de forma a visualizar o suspeito, sem deixar a atenção de
acompanhantes, o operador 1 deve dar ordens claras ao suspeito para que
mantenha suas mãos na linha de visão do operador, segundo o POP o operador
deve “posicionar o abordado de uma forma que evite sua reação, sendo esta
segura tanto para o abordado quanto para o policial que realizará a abordagem,
possibilitando a visualização das mãos do abordado o tempo todo” decidindo assim
a necessidade de algemar ou não o suspeito, levando em consideração o disposto
na sumula vinculante 11.
Após identificação do proprietário e condução do mesmo ao exterior do
veículo pelo operador 1, a revista deve ser reiniciada, desta vez pelo operador 2,
com o auxilio do terceiro componente da equipe (operador 3) que assume o lugar
do operador 2. Se obtiverem novo sucesso o procedimento é feito novamente e
para que seja possível continuar a abordagem de forma segura, deve ser solicitado
apoio a outra equipe não sendo aconselhável realizar buscas no interior do veículo
por operador sem apoio.
Ao se deparar com o sucesso de um flagrante, se torna necessário o
deslocamento a um local de apoio próximo, no casa em específico da equipe
ROTAM/BPRv, um posto de polícia rodoviária mais próximo, para maior segurança
em continuar as vistorias e lavratura de documentação pertinente a prisão ou
apreensão pertinente.

4.4. Objetos ilícitos no Compartimento de carga


Após verificação no interior da cabine, a equipe deve realizar buscas no
interior do compartimento de cargas do veículo, procurando por itens com
características suspeitas, como formato, peso e odor, quando o operador suspeitar
de algo, confronta as informações da documentação da carga, cuja nota fiscal pode
ter seus dados consultados on-line, ato contínuo um componente da equipe solicita
que o proprietário acompanhe a abertura do item se embalado, quando, durante a
revista, o operador1 logra êxito, este imediatamente sinaliza ao operador 2, que se
posiciona de forma a visualizar o suspeito, o operador 1 deve dar ordens claras ao
suspeito para que mantenha suas mãos na sua linha de visão, decidindo assim a
necessidade de algemar ou não o suspeito, levando em consideração o disposto
na sumula vinculante 11.
Após identificação do proprietário e condução do mesmo a local seguro, a
revista deve ser reiniciada, se encontrada bagagem suspeita novamente, o
processo deve ser retomado, assim sucessivamente, ato contínuo, se torna
necessário o deslocamento a um local de apoio próximo, no casa em específico da
equipe ROTAM/BPRv, um posto de polícia rodoviária mais próximo, para maior
segurança em continuar as vistorias e lavratura de documentação pertinente a
prisão ou apreensão pertinente, pois conforme o POP: “1. Caso o local não seja
adequado para a abordagem, evitar fazê-la até que seja possível uma ação com
segurança; 2. Caso seja constada inferioridade numérica, solicitar apoio.” e ainda a
diretriz 004/2000 da PMPR: “Uma prisão sempre pode aguardar uma nova
oportunidade, se houver comprovados riscos para os policiais militares ou pessoas
inocentes, é preferível, é prudente que se deixe a execução da abordagem para um
local mais adequado, que ofereça menos risco ao policial militar e a terceiros.”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A abordagem policial é de suma importância na atividade policial, sua


sequencia lógica é a revista e quando realizada de forma eficiente, pode resultar
em sucesso no flagrante de objetos ilícitos, as técnicas devem ser utilizadas com o
mínimo de segurança, para garantir a integridade física do abordado, transeuntes e
principalmente do policial, esquecer estes itens fundamentais pode causar
tragédias, conforme o POP: “Que seja feita a análise adequada do ambiente, a fim
de que a abordagem seja realizada no melhor domínio possível dos fatores de
risco, próprios da atividade.” no entanto este conjunto de ações também devem ser
pautadas na legalidade, caso contrário todo o serviço realizado poderá ser perdido
e ainda resultar em punições aos agentes policiais.
Flagrantes de crimes em veículos de transporte de passageiros são
constantes em rodovias pavimentadas ou não, desde contrabando a trafico de
drogas e armas, o serviço de fiscalização deve permanecer constante conforme
Diretriz 004/2000 da PMPR: “As ações e operações de polícia ostensiva de
preservação da ordem pública, deverão desenvolver-se de maneira planejada e
coordenada, entre todas as Cia PRv, de tal forma que um condutor de veículo ao
fazer um deslocamento de média para grande distância, se não for abordado e
fiscalizado, pelo menos sinta a presença diuturna e constante da fiscalização, de
modo a manter-se um nível satisfatório de tranqüilidade pública (sensação de
segurança), enfatizando-se os delitos de “furto e roubo de veículos e cargas, tráfico
de entorpecentes e contrabando””

REFERÊNCIAS
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm>. Acesso em
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BRASIL. DECRETO nº 4.346/2002: Regulamento Disciplinar do Exército.


Aprova o Regulamento Disciplinar do Exército (R-4) e dá outras
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4346.htm>. Acesso em
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em: <http://www.ctbdigital.com.br/arquivos/anexo_II.pdf>. Acesso em
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PARANÁ. Lei nº1943/54:Código da Polícia Militar do Estado. Disponível


em: <https://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/exibirAto.do?
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POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS


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