Você está na página 1de 11

Estruturas Lógico Dedutivas

Aula 14
Professoras: Andrea Morgado e Fernanda Tomaschewski
Instituto de Física e Matemática
Departamento de Matemática e Estatística
Partição de um conjunto

Considere 𝐸 um conjunto não vazio.


Dizemos que uma família ℱ de subconjuntos não vazios de 𝐸 é uma partição de 𝐸 se e
somente se:
• Dois membros quaisquer de ℱ ou são iguais ou são disjuntos e;
• A união dos membros de ℱ é igual a 𝐸.
Exemplos:
1. Considere o conjunto 𝐸 = 1, 2, 3, 4, 5 .
Temos que ℱ = { 1 , 2, 4 , {3, 5}} é uma partição de 𝐸.

2. Considere o conjunto 𝐸 = ℤ.
Se 𝑃 = 𝑥 ∈ ℤ: 𝑥 é 𝑝𝑎𝑟 e 𝐼 = 𝑥 ∈ ℤ: 𝑥 é í𝑚𝑝𝑎𝑟 , então ℱ = {𝑃, 𝐼} determina
uma partição de ℤ.

3. Considere o conjunto 𝐸 = ℝ.
Temos que ℱ = { −∞, −1 , −1,0 , 0,5 , 5, +∞ } determina uma partição de ℝ.
Provaremos que:

• Toda relação de equivalência 𝑅 sobre um conjunto 𝐸 determina uma


partição do conjunto 𝐸;

E reciprocamente:

• Toda partição do conjunto 𝐸 determina uma relação de equivalência 𝑅


sobre 𝐸.
Vamos primeiro mostrar que:
Toda relação de equivalência 𝑅 sobre um conjunto 𝐸 determina uma partição do
conjunto 𝐸.
Antes disso, relembremos o seguinte exemplo:
Considere o conjunto 𝐸 = 𝑎, 𝑏, 𝑐 .
A relação 𝑅 = 𝑎, 𝑎 , 𝑏, 𝑏 , 𝑐, 𝑐 , (𝑎, 𝑏) 𝑏, 𝑎 é uma relação de equivalência.
As classes dos elementos de 𝐸 são dadas por:
𝑎ത = {𝑎, 𝑏}
𝑏ത = 𝑎, 𝑏
𝑐ҧ = {𝑐}
Neste caso:
𝐸/𝑅 = {𝑎, ത 𝑐}ҧ = {𝑎ത , 𝑐}ҧ = {{𝑎, 𝑏}, {𝑐}}
ത 𝑏,
Observe que 𝐸/𝑅 determina uma partição de 𝐸.
Proposição 7: Se 𝑅 é uma relação de equivalência sobre 𝐸, então 𝐸/𝑅 é uma partição de 𝐸.
(provar em aula)
Vamos agora mostrar que:
Toda partição do conjunto 𝐸 determina uma relação de equivalência 𝑅 sobre 𝐸 .
Antes disso, relembremos o seguinte exemplo:
Considere o conjunto 𝐸 = 1, 2, 3, 4, 5 e a partição de 𝐸 dada por:
ℱ = { 1 , 2, 4 , {3, 5}}
Vamos definir a seguinte relação 𝑅 sobre 𝐸:
𝑥𝑅𝑦 ⇔ ∃𝐴 ∈ ℱ tal que 𝑥 ∈ 𝐴 e 𝑦 ∈ 𝐴.
Neste caso,
𝑅 = { 1, 1 , 2, 2 , 2, 4 , 4, 2 , 4, 4 , 3, 3 , 3, 5 , 5, 3 , (5, 5)}

Temos que 𝑅 é uma relação de equivalência.


Neste caso,
𝑅 = { 1, 1 , 2, 2 , 2, 4 , 4, 2 , 4, 4 , 3, 3 , 3, 5 , 5, 3 , (5, 5)}
Temos que 𝑅 é uma relação de equivalência.
Mais ainda:
1ത = 1
2ത = 2, 4
3ത = {3, 5}
4ത = 2, 4
5ത = {3, 5}
ത 2,
Portanto, 𝐸/𝑅 = {1, ത = {1,
ത 3ത ,4ത , 5} ത 2,
ത 3}
ത = { 1 , 2, 4 , {3, 5}} = ℱ.
Mais um exemplo:

Considere o conjunto 𝐸 = 1, 2, 3, 4, 5, 6 e a partição de 𝐸 dada por:


ℱ = { 1 , 2, 4, 6 , {3, 5}}
Vamos definir a seguinte relação 𝑅 sobre 𝐸:
𝑥𝑅𝑦 ⇔ ∃𝐴 ∈ ℱ tal que 𝑥 ∈ 𝐴 e 𝑦 ∈ 𝐴.
Neste caso,
𝑅 = { 1, 1 , 2, 2 , 2, 4 , 2, 6 , 4, 2 , 4, 4 , 4,6 , 6,2 , 6,4 , 6,6 , 3,3 , 3,5 , 5,3 , (5,5)}

Temos que 𝑅 é uma relação de equivalência.


Neste caso,
𝑅 = { 1,1 , 2,2 , 2,4 , 2,6 , 4,2 , 4,4 , 4,6 , 6,2 , 6,4 , 6,6 , 3,3 , 3,5 , 5,3 , (5,5)}
Temos que 𝑅 é uma relação de equivalência.
Mais ainda:
1ത = 1
2ത = 2, 4, 6
3ത = {3, 5}
4ത = 2, 4, 6
5ത = 3, 5
6ത = 2, 4, 6
ത 2,
Portanto, 𝐸/𝑅 = {1, ത 3, ത 6}
ത 4ത , 5, ത = {1,
ത 2,
ത 3}
ത = { 1 , 2, 4, 6 , {3, 5}} = ℱ.
Proposição 8: Se ℱ é uma partição do conjunto 𝐸, então existe uma relação de equivalência
𝑅 sobre 𝐸 tal que 𝐸/𝑅 = ℱ.
(provar em aula)

Você também pode gostar