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ANÁLISE
SÃO PAULO
2018
O livro O senhor das Moscas de William Golding, traz em seu cerne diversas
questões e não nos apresenta respostas. Isso não pode ser considerado ruim,
visto se tratar de particularidades do ser humano, sua relação com os pares,
meio social e sem dúvida o desvelar de si.
Tal desejo vem senão por influência de um contato social arraigado onde as
relações se baseiam na submissão para que não haja o caos.
Maquiavel, Hobbes e Bodin serão as bases para essa análise por se tratar
de uma temática política e ouso dizer antropológica, além de serem ícones na
área.
Partindo dessa premissa, o autor indica que para ser um representante dos
seus pares, implica a priori uma herança sanguínea e que por sua vez pode ser
atrelada à unção divina se esta lhe convier. O principal é que a figura do rei,
representada pelo autor como Príncipe, porte-se com sabedoria visando o bem
do Estado, nesse momento visto como um espaço territorial em ascensão.
Nesse momento surge então, o chamado Contrato Social, que tem a função
de estabelecer limites que beneficiem a todos. Este contrato serve como uma
garantia de que todos desfrutem da paz, mesmo que para isso seja necessária
a perca ou a abdicação de liberdades gerais. Para o autor, seria mais
producente a vida sob o domínio chamado absolutista, mas que tivessem
tranqüilidade do que desfrutar de liberdades e não ser assegurado. A
necessidade deste, ainda segundo o autor, vigora a medida que o homem em
seu estado natural pensa somente na preservação de si e que sendo assim
torna-se imprescindível a presença de um corpo político que venha gerir.
Aqui fica evidente que o diálogo , ainda que utópico, relaciona as ações
desenvolvidas na narrativa ao personagem do medo. O Leviatã.
Bodin defende que uma sociedade ideal é uma sociedade perpétua com
um rei ungido pelo divino, onde o rei é para proteger o povo, ou seja, um
sistema de poder centralizado. Defende também que em um poder dividido a
sociedade não funcionaria da forma devida.
Durante todo o livro, fica evidente que o ser humano em sua essência
está em guerra consigo mesmo e que esta atinge o outro se este atrapalhar
seus desígnios. O motor dessas ações é o medo, e este se associa à idéia de
buscar a eficácia e cumprimento dos desejos.