Você está na página 1de 20

VOLUME 01

CREMOS!

39 0
Material produzido e distribuído pela
Frente de Integração e Discipulado da ADCIN

Organização do material:

Coordenador Geral: Pb. Ananias Junior

Elaboração: Ob. Maicon Gomes

1 38
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Palavra do Diretor ............................................................................................... 3


BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de Introdução .......................................................................................................... 4
João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblia do Brasil.

SILVA, Esequias Soares da. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de CREMOS
Janeiro: CPAD, 2016
1. Na inspiração da Bíblia ........................................................................... 5
COELHO, Alexandre Claudino. Revista Lições Bíblicas, Discipulado, 3º Ciclo,
Vivendo as Verdades da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2016 2. Na Santíssima Trindade .......................................................................... 7

SOARES, Esequias. Revista Lições Bíblicas, Adultos, A Razão da nossa Fé: assim 3. No filho Unigênito de Deus .................................................................... 9
cremos, assim vivemos. Rio de Janeiro: CPAD, 2017
4. No Espírito Santo ................................................................................. 11
ODILO, Reynaldo. Revista Lições Bíblicas, Jovens, Jesus Cristo Voltará: Fé e
perseverança para o glorioso dia com o Senhor da Igreja . Rio de Janeiro: CPAD, 5. Na pecaminosidade do homem ........................................................... 13
2021 6. Na necessidade absoluta do novo nascimento .................................... 15
Direto do Coração. O papel do Espírito Santo: convencer-nos do pecado. 2021.
7. No perdão dos pecados ........................................................................ 17
CONEGERO, Daniel. Estilo Adoração. 2017. A Pecaminosidade Humana e a Sua
Restauração a Deus. 2021. 8. Na Igreja, que é o corpo de Cristo ........................................................ 19
9. No batismo bíblico e na Ceia do SENHOR ............................................ 21
10. Na necessidade de uma vida santa ....................................................... 23
11. No batismo no Espírito Santo ............................................................... 25
12. Na atualidade dos dons espirituais ....................................................... 27
13. Na segunda vinda de Cristo .................................................................. 29
14. No comparecimento ante o Tribunal de Cristo ..................................... 31
15. No Juízo Final ....................................................................................... 33
16. No Casamento Heterossexual e monogâmico ...................................... 35
Referências Bibliográficas ................................................................................. 37

37 2
PALAVRA DO DIRETOR 16.1.1.O casamento

Saudamos a todos com a Paz do Senhor e declaramos nossa imensa alegria e satisfação Instituição criada por Deus, que tem por princípios reguladores e estruturantes a
em apresentar aos novos na fé, este extraordinário apanhado de conteúdos, que monogamia: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua
ensinam sobre as bases de nossas crenças, como crentes pentecostais da Igreja mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24) e a heterossexualidade: “Ele, porém,
Evangélica Assembleia de Deus. respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e
fêmea” (Mt 19.4). Pelo casamento, um homem e uma mulher, por livre consentimento,
Quando falamos em “Credo” no campo teológico ou mesmo na vivência diária da igreja, decidem unir-se mediante um pacto solene, do qual o Senhor Deus é a principal
nem sempre somos alcançados pela compreensão de todos, pois existem muitas testemunha, e, na condição de cônjuges sob os aspectos legal, formal, moral e espiritual,
distorções e dúvidas sobre o assunto, em virtude das poucas vezes que são mencionadas prometem viver em fidelidade mútua.
de forma pedagógica nas congregações. De tal modo sublime: “Venerado seja entre todos o matrimônio” (Hb 13.4), tem por
referencial espiritual, moral e afetivo o relacionamento entre Cristo e a Igreja. O
Na perspectiva da fé cristã o “Creio” significa “No que eu confio”; “qual é a minha casamento tem por propósitos: a instituição da família matrimonial; compensação
esperança?”. Um credo, na perspectiva religiosa, é uma confissão de fé. mútua do casal; a procriação; o auxílio mútuo e continência e satisfação sexual.

No entanto é essencial que os cristãos entendam, defendam e proclamem claramente Entendemos que o homem é unido sexualmente à sua esposa, como resultado do amor
o conteúdo de sua fé (Mt 10.32; Rm 10.9; 1 Pe 3.15). A fonte de revelação que nos dá o conjugal, não só para procriar, mas também para uma vivência afetuosa, agradável e
conhecimento do conteúdo da fé cristã é as Escrituras Sagradas (a Bíblia) na forma do prazerosa, dentro dos limites do uso natural do corpo e da pureza e da santidade.
Antigo e Novo Testamento.
16.1.2. Pai, mãe e filhos
Na própria Bíblia encontramos muitas breves formulações de fé que são usadas até hoje O pai e a mãe integram, de forma originária, determinante e estruturante, a família, e a
para resumir a crença dos cristãos. O povo de Israel (e os judeus modernos) usava eles a Bíblia impõe o dever de sustentar, formar, disciplinar os filhos e instruí-los moral
Deuteronômio 6:4-9 como a sua confissão de fé, e a influência deste credo (shema) e espiritualmente. A diferenciação dos sexos é um princípio bíblico, natural e
reflete claramente no Novo Testamento (Rm 3.30; 1 Co 8.4-6; Gl 3.20; Ef 4.6; 1 Tm 2.5; determinante para as figuras paterna e materna. Na falta do pai ou da mãe por deserção,
3.16; 2 Tm 2.8; 1 Pe 1.21; 3.18,22). O Novo Testamento também nos entrega uma lista separação, divórcio ou morte, o cônjuge remanescente continua a cumprir o dever de
de pessoas que confessaram a sua fé: João Batista (Jo 1.29, 34), Natanael (Jo 1.49), os preservar a família. Os filhos também, quando adquirirem capacidade financeira,
samaritanos (Jo 4.42), os discípulos (Jo 6.14,69; Mt 14.33), Marta (Jo 11.27), Tomé (Jo honram o pai ou a mãe que ficar sozinho. Todo relacionamento entre homem e mulher
20.28). Todavia, a confissão de fé mais conhecida foi a que Pedro formulou quando que gere descendentes fora do casamento acarreta compromissos morais e obrigações
declarou que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). sociais para com esses descendentes em razão da paternidade ou maternidade.
Entretanto, por configurar um desvio moral e espiritual em relação ao padrão divino
Outros modelos dos primeiros credos encontram-se nas confissões simples do NT, como para a instituição e preservação da família, tal relacionamento não deve ter
o sumário paulino do evangelho, em 1 Co 15, os elementos da Grande Comissão, em Mt continuidade, posto que se constitui prostituição, se antes do casamento, ou adultério,
28.18-20, e as fórmulas de 1 Jo, feitas contra antigas expressões gnósticas (2 Jo 1.1-4; se extramatrimonial. Os filhos, sejam eles recorrentes do vínculo matrimonial, de
2.22; 4.1-3ss. Portanto, as regras de fé ou confissões de fé não são uma novidade adoção, ou havidos fora do casamento, prestam obediência ao pai e à mãe, honrando-
inventada pela Igreja Católica Romana, ou pelo período moderno, nem são meros os por toda a vida. Esse princípio é mitigado a partir do momento em que esse filho
resumos dogmáticos formulados por um único concílio da Igreja, mas são declarações forma uma nova família, mediante o matrimônio.
de fé desenvolvidas ao longo de toda a história do povo de Deus.

Pb. Ananias Júnior


3 36
16. NO CASAMENTO HETEROSSEXUAL E MONOGÂMICO
INTRODUÇÃO
“CREMOS, também, que o casamento foi instituído por Deus e ratificado
por nosso Senhor Jesus Cristo como união entre um homem e uma mulher, Credo, confissão de fé, regra de fé ou declaração de fé são interpretações autorizadas
nascidos macho e fêmea, respectivamente, em conformidade com o das Escrituras Sagradas aceitas e reconhecidas por uma igreja ou denominação.
definido pelo sexo da criação geneticamente determinado”
A Bíblia é a Palavra de Deus e a única autoridade inerrante para a nossa vida. Não é um
credo, mas, sim, sua fonte primária, porém todas as igrejas ou denominações no mundo
“Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio possuem algum tipo de conjunto de crenças, seja ele escrito ou não, que norteiam a vida
macho e fêmea os fez, E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua da instituição cristã.
mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne”
Na explicação de Philip Schaff, “A Bíblia é a Palavra de Deus ao homem; o Credo é a
Mateus 19:4-6 resposta do homem a Deus. A Bíblia revela a verdade em forma popular de vida e fato;
o Credo declara a verdade em forma lógica de doutrina. A Bíblia é para ser crida e
obedecida; o Credo é para ser professado e ensinado”. Em outras palavras, a Bíblia
precisa ser interpretada e compreendida para uma adoração consciente a Deus.
16.1. A Família
A obra Declaração de Fé, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, que subsidia
A família é uma instituição criada por Deus, imprescindível à existência, formação e esse material, é um documento eclesiástico que organiza, de forma escrita e sistemática,
realização integral do ser humano, sendo composta de pai, mãe e filhos — quando as crenças e práticas das Assembleias de Deus no Brasil que já são ensinadas nas igrejas
houver — pois o Criador, ao formar o homem e a mulher, declarou solenemente. Deus desde a chegada ao país dos missionários fundadores, Daniel Berg e Gunnar Vingren.
criou o ser humano à sua imagem e semelhança e fê-los macho e fêmea: “E criou Deus
o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27), A CGADB, nomeou uma Comissão Especial para elaborar nosso credo ou confissão de
demonstrando a sua conformação heterossexual. A diferenciação dos sexos visa à fé, denominado Declaração de Fé. Trata-se de uma comissão composta por teólogos e
complementaridade mútua na união conjugal: “Todavia, nem o varão é sem a mulher, ensinadores de nossa denominação com conhecimento não somente das Escrituras,
nem a mulher, sem o varão, no Senhor” (1 Co 11.11); essa complementaridade mútua mas também de nossa história e doutrina.
é necessária à formação do casal e à procriação.
A Declaração de Fé serve como proteção contra as falsas doutrinas e contribuirá para a
Diante do exposto, entendemos que Deus criou o homem e a mulher para ser
unidade do pensamento teológico para “que digais todos uma mesma coisa”.
mutuamente dependentes, entretanto, cada um em sua particularidade, para juntos,
com os filhos, “a herança do Senhor”, formarem um núcleo familiar. Essa é, então, a
Trata-se de um material didático para ajudar as igrejas no preparo dos candidatos ao
primeira estrutura social humana.
batismo e também na formação espiritual dos novos convertidos, bem como mostrar
A Palavra de Deus, condena qualquer comportamento ou prática que divirja da para a sociedade aquilo em que nós cremos e aquilo que praticamos.
Instituição divina, conforme registrado nas Escrituras Sagradas, bem como qualquer
configuração social que se denomina família, cuja existência é fundamentada em O grande valor da DECLARAÇÃO DE FÉ está em sua íntima e inseparável comunhão com
prática, união ou conduta que atenta contra a monogamia e a heterossexualidade, as doutrinas bíblicas. O conjunto harmônico e bíblico desta DECLARAÇÃO DE FÉ
consoante o modelo estabelecido pelo Criador e ensinado por Jesus. caracteriza-se pelo rigor da observação doutrinaria estabelecida pela PALAVRA DE DEUS.

35 4
CREMOS, 15.1.2. A ressurreição dos mortos
1. NA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Ressurreição significa levantar dentre os mortos, voltar a viver no mesmo corpo. A
“CREMOS, Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única morte é inevitável, mas, desde o Antigo Testamento, temos promessas de Deus da nossa
regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão” libertação dela. A ressurreição de Jesus é a garantia de que seremos ressuscitados.
Trata-se de uma ressurreição corporal. Nosso corpo será transformado como o corpo
glorificado de nosso Senhor Jesus Cristo. A ressurreição dos mortos inclui salvos e
“Toda a Escritura, divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar, para redarguir, condenados. Os salvos para a vida eterna e os incrédulos para a condenação eterna.
para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e
perfeitamente instruído para toda a boa obra.” 15.1.3. O destino dos condenados
2 Timóteo 3:16-17 O destino dos incrédulos é a condenação eterna no Inferno. As Escrituras Sagradas
revelam que o Inferno é “o lugar preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41); o
lugar para o qual é destinada a alma dos ímpios e de todos os que rejeitam o plano de
1.1. Inspiração Divina Deus para sua salvação. O Lago de Fogo será o destino final dos perdidos por causa da
sua incredulidade e desobediência, pois a vontade de Deus é que ninguém se perca, mas
cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única que todos sejam salvos.
revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo, escrita para a humanidade e que o
Senhor Jesus Cristo chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de Deus”; que os livros 15.2. O novo céu e a nova Terra
da Bíblia foram produzidos sob inspiração divina. Isso significa que toda a Escritura foi
SOPRADA por Deus, o que a distingue de qualquer outra literatura. É o destino final dos salvos. O céu e a terra que conhecemos desaparecerão para darem
lugar a uma nova criação. A palavra profética anuncia um novo céu e uma nova terra.
1.1.1. Verbal Quando for instalado o juízo do Grande Trono Branco, o céu e a terra deixarão de existir.
Trata-se de uma fase preparatória para o estabelecimento do novo céu e da nova terra.
As Escrituras Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e A terra contaminada pelo pecado não resistirá ao esplendor da presença de Deus; o
escreveram por inspiração verbal do Espírito Santo: “Porque a profecia nunca foi universo físico não se susterá diante da pureza, santidade e glória daquEle que está
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram assentado sobre o trono.
inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21).
15.2.1. A nova Jerusalém
Deus soprou nos escritores sagrados, os quais viveram numa região e numa época da A nova Jerusalém é quadrada e tem a forma de um cubo que mede 2.200 quilômetros
história e cuja cultura influenciou na composição do texto. Esses homens não foram de cumprimento, largura e altura, feita internamente de ouro transparente, um tipo de
usados automaticamente; eles foram instrumentos usados por Deus, cada um com sua material inexistente na terra. O muro da cidade tem 12 portas, 12 anjos nelas e mais os
própria personalidade e talento. nomes das 12 tribos de Israel. Nos fundamentos do muro, constam “os nomes dos doze
1.1.2. Plenária apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14), e esses fundamentos são adornados com pedras
preciosas. A cidade não tem templo, pois o seu templo é Deus e o Cordeiro, e não
A inspiração da Bíblia é chamada de plenária, pelo fato de abranger toda a Escritura, não necessita de sol nem de lua, pois o resplendor da glória de Deus a tem iluminado, e o
existindo um livro mais inspirado e outro menos inspirado, tendo todos o mesmo grau Cordeiro é a sua lâmpada. Na nova Jerusalém, não haverá mais dor, nem tristeza, nem
de inspiração e autoridade. O Espírito Santo inspirou cada autor e todo o texto bíblico, solidão, nem sofrimento; isso não acontecerá pois o próprio Deus habitará no meio do
não deixando nenhuma parte de fora. É uma inspiração PLENA e perfeita. seu povo. É a nossa eterna bem-aventurança, pois o pecado será banido para sempre.

5 34
15. NO JUÍZO FINAL 1.2. Única Regra Infalível

“CREMOS, No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a A Bíblia é nossa única regra de fé e prática, a inerrante, completa e infalível Palavra de
Criação até o fim do Milênio; os que morreram durante o período milenial Deus: “A lei do SENHOR é perfeita” (Sl 19.7). É a Palavra de Deus, que não pode ser
e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na eternidade de tristeza anulada: “e a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35). A Bíblia é, portanto, a mensagem
e tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pelo
de todos os tempos” Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus Cristo.

A Bíblia fornece-nos, ainda, o conhecimento essencial e indispensável à nossa comunhão


“E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu com o Pai Celeste e com o nosso próximo. Assim sendo, não necessitamos de uma nova
a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12 E vi os mortos, grandes e pequenos, revelação extraordinária ou pretensamente canônica para a nossa salvação e o nosso
que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da crescimento espiritual. O próprio Deus ordena que conservemos íntegra a sua Palavra.
vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo
as suas obras” O livro de Provérbios reafirma a inteireza e a pureza da Bíblia Sagrada: “Toda palavra de
Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para
2 Timóteo 3:16-17 que não te repreenda, e sejas achado mentiroso” (Pv 30.5,6).

1.2.1. De Fé
15.1. O Juízo Final
A Bíblia afirma que a “Fé vem pelo ouvir e o ouvir vem pela Palavra de Deus” (Rm 10.17).
A Bíblia fala sobre duas ressurreições, a dos justos e a dos injustos, mas ambas não serão Segundo o apostolo Paulo, “como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10.14), a
simultâneas. Deus instaurará esse juízo após a última rebelião de Satanás, que palavra vocaciona todo crente a promulgar as boas novas de salvação, e essa se
acontecerá após os mil anos do Reinado de Cristo. Ficarão de fora desse juízo os crentes materializa através da Fé. Uma vez alcançados por essa palavra, devemos permanecer
provenientes da era da Igreja e os mártires da Grande Tribulação, pois eles serão parte unânimes na palavra, para que nenhum vento de doutrina ou coisa semelhante nos tire
do Reino de Cristo e estarão com o corpo glorificado. Já “os outros mortos”, aqueles que da graça que nos foi dada por intermédio de Cristo Jesus. Chegando ao ponto que o
não fizeram parte da primeira ressurreição, serão ressuscitados nessa ocasião para apostolo Paulo afirma que caso alguém “vos anuncie outro evangelho além do que já
julgamento. A base primordial do Juízo Final é a justiça perfeita e inquestionável de vos pregamos, seja anátema” (Gl 1.8).
Deus. Deus executará esse juízo por meio de Jesus Cristo.
1.2.2. De Prática
15.1.1. Os livros do julgamento
A Revista Lições Bíblicas da Classe dos Discipulados em seu 3º Ciclo, compara a Bíblia à
Muitos livros serão abertos, e todos os “outros mortos” serão julgados pelas coisas uma bússola para trazer a direção a quem a consulta, podendo, por ser inspirada por
escritas nesses livros. Serão pessoas de todas as classes sociais; os “grandes e pequenos” Deus, nos orientar em todos os aspectos da nossa existência. Servindo como um manual
não dizem respeito à idade, crianças e adultos, mas a status. O Juízo Final não fala sobre de consulta das instruções de Deus para a vida do homem, uma vez que na Bíblia
vivos. Nos livros, estão os registros divinos de todos os pecados públicos e particulares. encontramos as respostas para uma vida plena em comunhão com Deus.
O julgamento será com base nas obras registradas nesses livros.
A Bíblia não se atém à posição de um livro histórico ou poético, ela apresenta todas as
O Livro da Vida mostra que esses réus não constam nele. É o dia da morte da morte. Ela soluções para as questões do homem moderno é atual, viva, eficaz e útil para nos
é o último inimigo a ser aniquilado; “Tragada foi a morte na vitória” (1 Co 15.54). orientar em todos os aspectos de nossa caminhada cristã.

33 6
2. NA SANTÍSSIMA TRINDADE 14.1.2. Um momento de recompensa ou a perda delas

“CREMOS, Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas Alguns crentes pregaram a Cristo somente por inveja e porfia, mas outros anunciaram o
que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e Evangelho, fizeram uso dos seus dons e talentos, de boa vontade e por amor (Fp 1.15).
o Espírito Santo; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na Estes que pregam por porfia verão, no Tribunal de Cristo, suas obras serem queimadas
terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato e sofrerão perdas, quando do recebimento dos galardões.
sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo”
Jesus ensinou a respeito da importância de fazermos qualquer tipo de ação, como por
exemplo, orar, dar esmolas e jejuar em secreto, para que não venhamos perder o nosso
galardão no Céu (Mt 6.1-21). Muitos praticam boas ações e realizam a obra do Senhor
“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”
somente para serem reconhecidos pelos homens. Esses já “receberam'' a sua
Deuteronômio 6:4 recompensa aqui na Terra. Que venhamos servir ao Senhor de modo a garantirmos o
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja recebimento do inteiro galardão (2 Jo 8).
com todos vós. Amém.” No Tribunal de Cristo, haverá muitas surpresas, pois alguém que se achava grandemente
2 Coríntios 13:14 usado por Deus e que era reconhecido pelos homens na Terra poderá ter suas obras
reprovadas; e outro que não tinha nenhum tipo de reconhecimento e fez a obra do
Senhor no anonimato, poderá ser grandemente honrado pelo Eterno.
2.1. Um só Deus
14.1.3. A fidelidade ao Senhor será recompensada
Deus é o Supremo Ser, Criador do céu e da terra, que Ele é o Deus Pai de nosso Senhor
No Tribunal de Cristo, Jesus estará em uma posição elevada, superior e dali seus olhos
Jesus Cristo, que Ele é Espírito doador e mantenedor de toda a vida, que Ele é o único
podem contemplar tudo o que acontece e assim premiar os vencedores de forma justa.
Deus verdadeiro e não há outro além dEle. Deus é um ser pessoal, que possui atributos
Não desanime, Jesus está vendo o trabalho dos justos, a sua fidelidade e, no momento
naturais, morais e de poder, qualidades e virtudes que lhe são próprias.
certo, Ele vai recompensar a cada um como é devido.
2.2. A Santíssima Trindade Os crentes prestarão conta, individualmente, do uso que fizeram dos dons e talentos
que receberam do Senhor. Todos os servos de Deus receberam, da parte do Senhor,
Deus é um em essência ou substância, indivisível em natureza e que subsiste
algum tipo de talento, sendo que uns receberam mais e outros menos, mas todos
eternamente em três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, iguais em poder, glória e
receberam conforme suas habilidades (Mt 25.14-30). Na parábola dos talentos, narrada
majestade e distintas em função, manifestação e aspecto. Uma só essência, substância,
pelo Senhor Jesus, também vemos que os servos não receberam aquilo que eles não
em três pessoas. Tendo cada pessoa todos os atributos divinos, onipotência, onisciência,
poderiam administrar. Tal fato nos mostra que se falharmos em nossas atribuições, não
onipresença, soberania e eternidade.
poderemos dar nenhum tipo de desculpas. Diante do Tribunal de Cristo, os crentes não
poderão dizer que estavam sobrecarregados.
2.2.1. Pluralidade da Trindade
Deus valoriza a maneira como o crente executa o seu trabalho. O Senhor não se
A unidade de Deus não contradiz a doutrina da Trindade porque Deus não é uma
impressiona com a quantidade, com os números. Ele deseja ver qualidade, pois a Palavra
unidade absoluta, e sim uma unidade composta e dinâmica. Seu relacionamento com o
de Deus adverte a respeito daqueles que fazem o serviço de Deus de qualquer maneira.
Filho e o Espírito Santo é desde a eternidade. Essa pluralidade na unidade é
A Obra do Senhor Precisa ser realizada com excelência.
subentendida no Antigo Testamento, mas manifestada claramente no Novo.

7 32
14. NO COMPARECIMENTO ANTE O TRIBUNAL DE CRISTO 2.2.2. Unidade na Trindade

“CREMOS, No comparecimento ante o Tribunal de Cristo de todos os O nome Elohim, plural de Eloah, “Deus” em hebraico, revela os primeiros vislumbres da
cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus feitos em Trindade no Antigo Testamento. Na declaração: “No princípio, criou Deus os céus e a
favor da causa de Cristo na Terra” terra” (Gn 1.1), o verbo “criou” está no singular, e o sujeito Elohim, “Deus”, no plural, o
que revela uma pluralidade na deidade. Além disso, o monoteísmo do Antigo
Testamento não é absoluto e permite a pluralidade na unidade: “Façamos o homem à
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26).
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.
o Novo Testamento tornou explícito o que antes estava implícito no Antigo Testamento,
2 Coríntios 5:10 mostrando clara e diretamente as três pessoas associadas em unidade e igualdade. Fica
confirmado que a pluralidade na divindade é tríplice, na fórmula do batismo “em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).
14.1. Tribunal de Cristo
2.2.3. A função das Três Pessoas da Trindade
Enquanto a Grande Tribulação acontece na terra; no céu, os santos estarão recebendo
a recompensa por aquilo que cada um fez em vida pela causa do evangelho. É o chamado É possível um membro da Trindade subordinar-se voluntariamente a um ou aos dois
Tribunal de Cristo, a premiação dos salvos. Não se trata de um julgamento para a outros membros, mas isso não significa ser inferior em essência. Há uma absoluta
salvação ou condenação. Todos os presentes já são salvos em Jesus, visto que a salvação igualdade dentro da Trindade, e nenhuma das três Pessoas está sujeita, por natureza, à
é pela graça; aqui se trata de mais uma bênção aos salvos. Em seguida, virá a festa das outra, como se houvesse uma hierarquia divina. Existe, sim, uma distinção de serviço. O
bodas do Cordeiro, o grande banquete que celebrará a união de Cristo com a sua Igreja. Pai possui a mesma essência divina das demais pessoas da Trindade. O Filho é gerado
do Pai, e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.
14.1.1. Uma prestação de contas
A paternidade é o papel da primeira pessoa da Trindade que opera por meio do Filho e
Ainda não conseguimos compreender totalmente a justiça de Deus, contudo sabemos
por meio do Espírito Santo. O Pai proclamou as palavras criadoras, e o Filho executou-
que o Senhor Jesus Cristo é justo e fiel; ELe não erra, seu julgamento é perfeito e Deus
as. O Pai planejou a redenção, e o Filho, ao ser enviado ao mundo, realizou-a. Quando o
lhe outorgou todos os julgamentos.
Filho retornou ao céu, o Espírito Santo foi enviado pelo Pai e pelo Filho para ser o
As Escrituras Sagradas nos mostram como será o julgamento dos crentes para a entrega Consolador e Ensinador. A subordinação do Filho não compromete a sua deidade
dos galardões, o Tribunal de Cristo. Segundo Tim Lahaye, somente as obras que absoluta e, da mesma forma, a subordinação do Espírito Santo ao ministério do Filho e
suportarem o fogo do julgamento divino serão recompensadas (1 Co 3.14). ao Pai não é sinônimo de inferioridade.

É importante ressaltar que no Tribunal de Cristo não haverá julgamento de pecados, os Quando o Senhor Jesus disse: “o Pai é maior do que eu” (Jo 14.28) — pois Ele fez-se
crentes somente receberão ou perderão recompensas. Contudo, esse será um servo, como consequência da encarnação — não quis dizer, com essa declaração, que
momento de muito temor, pois as intenções dos corações dos homens serão reveladas se tornou, em substância, menor que o Pai, e sim que se subordinou funcionalmente à
diante de todos os crentes. vontade do Pai. A submissão do Filho foi uma condição voluntária para o seu messiado.
Isso não compromete a deidade absoluta do Filho, nem a igualdade de essência e de
Muitos fazem a obra de Deus por amor e obediência, de modo desinteressado. No
substância das três Pessoas da Trindade.
entanto, alguns fazem a obra visando apenas lucro e fama, mas no Tribunal de Cristo
tudo será revelado.

31 8
3. NO FILHO UNIGÊNITO DE DEUS 13.1.2. O Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro

“CREMOS, Em um só Deus, o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus, Após o arrebatamento da Igreja, receberemos as boas-vindas de Jesus. Nessa ocasião,
plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em sua será estabelecido o Tribunal de Cristo. Esse evento será realizado no Céu e diz respeito
morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos à recompensa de nossas obras em favor da causa de Cristo na terra. Depois disso, os
e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo” fiéis glorificados participarão das Bodas do Cordeiro. Trata-se do grande banquete que
celebra a união de Cristo com a sua Igreja, a “Esposa do Cordeiro”, onde será culminado
o plano da redenção, num momento de gozo e de alegria. Todas essas coisas ocorrerão
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que antes do retorno de Cristo a Terra, com a sua Igreja glorificada.
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
13.1.3. A Grande Tribulação
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para
que o mundo fosse salvo por ele. A Grande Tribulação durará sete anos; trata-se de um período de transição entre a
dispensação da Igreja e o Milênio. É um tempo de angústias e sofrimentos sem
Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não precedentes na história. Esse período é também conhecido como “Dia do SENHOR” no
crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Antigo e também no Novo Testamento e terá seu início somente depois que a Igreja for
João 3:16-18. arrebatada. Essa etapa da história foi determinada por Deus para fazer justiça contra a
rebelião dos moradores da terra e também para preparar Israel para o encontro com o
seu Messias. A cidade de Jerusalém será ainda tomada por pouco tempo, pois, no final
da Grande Tribulação, o Senhor Jesus descerá para livrar o seu povo.
3.1. O Filho
13.1.4. A vinda de Cristo em glória
O Senhor Jesus Cristo é, desde a eternidade, o único Filho de Deus e possui a mesma
natureza do Pai, como também a mesma substância. Ele foi enviado pelo Pai ao mundo, É a segunda fase da Segunda Vinda de Cristo, que será visível e corporal com a sua Igreja
se fez carne, possuindo agora duas naturezas, a divina e a humana, sendo verdadeiro glorificada. Isso significa a libertação do povo de Israel dos seus opressores. Nessa vinda,
Deus e verdadeiro homem Concebido sem pecado no ventre de uma virgem, o Senhor Jesus Cristo derrotará a Besta e o Falso Profeta, fará o julgamento das nações
autoexistente, eterno, que voluntariamente se sujeita ao Pai e que, em obediência ao e aprisionará Satanás por mil anos. Daí em diante, será implantado o Reino de Cristo, o
Reino de justiça e de paz.
plano do Pai, morreu e ressuscitou para que o mundo fosse salvo. Que vitorioso,
ascendeu ao céu, assentando-se à direita de Deus Pai. Que é o único mediador entre 13.1.5. O Milênio
Deus e os seres humanos, o propiciador, o único salvador, o nosso sumo sacerdote e
intercessor. Milênio é o Reino de Cristo com duração de mil anos que terá início por ocasião da vinda
de Cristo em glória com os seus santos. Todos os que estiverem vivos na terra após esses
3.1.1. Filho Unigênito acontecimentos serão submetidos ao governo de Jesus Cristo. Nesse período, Satanás
estará aprisionado no abismo. Isso significa que a sua ação destruidora na terra será
O epíteto “Filho de Deus”, em relação ao Senhor Jesus Cristo, significa que Ele é Deus neutralizada e, assim, será iniciada uma nova ordem. Trata-se da tão almejada paz
igual ao Pai; trata-se de uma questão de substância ou essência. Isso fica ainda mais universal, pois, nesse reino, haverá perfeita paz, retidão e justiça entre os seres
claro na expressão “Filho Unigênito”. O significado do termo na língua original revela a humanos e também harmonia no reino animal. A sede desse governo será Jerusalém. O
divindade de Cristo. O termo usado para “unigênito” significa o “único da espécie”, Senhor Jesus assentar-se-á sobre o trono de Davi e, de Jerusalém, reinará sobre toda a
“único do tipo”. Jesus é singular, o único Filho de Deus que tem a essência do Pai. humanidade. O Milênio não é ainda o fim e nem a consumação de todas as coisas.

9 30
13. NA SEGUNDA VINDA DE CRISTO 3.1.2. Plenamente Deus

“CREMOS, Na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a A Bíblia afirma com frequência que Jesus é Deus. As Escrituras Sagradas revelam os
primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a Sua Igreja, antes da atributos divinos na pessoa de Jesus. Ele é eterno; onipotente; onipresente; e onisciente.
Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a Sua Igreja As suas obras revelam também a sua divindade. Ele é o absoluto soberano e criador de
glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos” todas as coisas. Ele é a fonte da vida, autor do novo nascimento, habita nos fiéis, dá a
vida eterna, inspirou também os profetas e apóstolos, distribui os ministérios, santifica
os fiéis, deu poder aos apóstolos, perdoa pecados, é adorado pelos humanos, pelos
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a anjos, na terra e no céu. Possui títulos divinos, como “Eu Sou”, o Alfa e o Ômega, o
trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os Princípio e o Fim, e o Senhor dos Senhores.
que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
3.1.3. Plenamente Homem
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”
As Escrituras Sagradas apresentam diversas características humanas em Jesus. O relato
1 Tessalonicenses 4:16,17
de sua infância enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: “E crescia
Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...]. E o
menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava
13.1. Segunda Vinda sobre ele” (Lc 2.40,52).
a Segunda Vinda de Cristo é um evento a ser realizado em duas fases. A primeira é o Ele tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da humanidade. Deus
arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação, momento este em que “nós, os assumiu a forma humana e veio habitar entre os homens. A Bíblia ensina tanto a
que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1 Ts 4.17); a segunda fase é a sua vinda em divindade como a humanidade de Cristo. Sua humanidade está unida à sua divindade,
glória depois da Grande Tribulação e visível aos olhos humanos. Nessa vinda gloriosa, pois Ele possui duas naturezas, mantendo intactas as propriedades de cada uma.
Jesus retornará com os santos arrebatados da terra.
A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para satisfazer a justiça de Deus: o
13.1.1. O Arrebatamento da Igreja pecado entrou no mundo por um homem, Adão; assim, tinha de ser vencido por um
homem, Jesus. Em sua natureza humana, Jesus participou de nossa fraqueza física e
É o termo que nós usamos para designar o rapto dos santos da face da terra para o
emocional, mas não de nossa fraqueza moral e espiritual.
encontro com o Senhor nos ares. Nesse evento, os mortos em Cristo e os santos do
Antigo Testamento serão ressuscitados primeiro, seguindo-se a transformação dos 3.1.4. A Morte de Jesus
salvos vivos e o simultâneo encontro de ambos com o Senhor nos ares. Esse advento
será invisível aos olhos do mundo, porém seus efeitos serão perceptíveis. Isso ocorrerá A morte de Jesus não se trata apenas da morte de um justo, mas também de um
em fração de segundos, e nosso corpo será transformado num corpo glorioso. Será um sacrifício como oblação pelos nossos pecados, que Deus propôs e recebeu como
evento repentino e secreto, precedido pelos sinais gerais da apostasia, guerras, fomes, propiciação pelas nossas ofensas. O primeiro anúncio da vinda do Messias já previa a
catástrofes naturais, perseguições, de maneira que esse evento não pode ser visualizado sua morte. Isso fala sobre seu sofrimento e, também, sobre sua glória. Os detalhes são
antecipadamente nem datado por esses ou por nenhum outro sinal. A condição para revelados progressivamente no transcorrer do tempo. O sofrimento e a morte de Jesus
fazer parte desse glorioso evento é estar em Cristo. Essa é a primeira fase da Segunda foram anunciados de antemão no Antigo Testamento por figuras e tipos, a começar pelo
Vinda de Cristo que precederá a Grande Tribulação, período em que a ira de Deus será ritual do tabernáculo e, de maneira direta, pelos profetas. O Novo Testamento ressalta
derramada sobre os moradores da terra. o cumprimento dessas profecias. Mas ele não permaneceu morto, Senhor Jesus
ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia e ascendeu vitoriosamente aos céus.

29 10
4. NO ESPÍRITO SANTO 12.1.2. A distribuição dos dons

“CREMOS, Em um só Deus, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, Os dons espirituais são poderes sobrenaturais do Espírito para que a Igreja atue como
consubstancial como o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que convence o um todo no mundo; são concessões da graça do Espírito conforme a medida da fé de
mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o pecador; que cada um. Os dons são distribuídos pelo Espírito para o perfeito funcionamento da Igreja,
falou por meio dos profetas e continua guiando o seu povo” que é o corpo espiritual de Cristo. Na diversidade, cada dom é concedido para o que for
útil. Eles não são atestados pessoais de santidade que induzem as pessoas a acreditar
que são mais santas ou mais espirituais que outras; também não transformam as
“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque pessoas em superespirituais, nem as tornam melhores ou superiores a outros crentes;
não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de não são para exibição ou superioridade particular no seio da Igreja, mas são para a glória
vir.” de Deus. Nenhum dom individualiza qualquer crente, porque o mérito será sempre do
Senhor. Os dons fortalecem a unidade da Igreja, promovendo a comunhão dos membros
João 16:13 do corpo de Cristo. O corpo humano possui muitos membros, todos eles indispensáveis
para o seu perfeito funcionamento. Cada cristão é parte integrante da Igreja e tem uma
função a realizar. Nenhum membro tem utilidade fora do corpo. Cremos que um
4.2. O Espírito Santo membro não se isola no corpo, mas faz parte de uma multiplicidade que o torna
indispensável.
O Deus Espírito Santo possui a mesma essência do Deus Pai e do Deus Filho; Ele foi
enviado ao mundo pelo Pai e pelo Filho; e possui o papel de regenerar, purificar e 12.1.3. A palavra da sabedoria e a palavra da ciência
santificar o homem. Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, que
concede a segurança da redenção e capacita o salvo para o serviço cristão; que guia, A lista em 1 Coríntios 12.8-10 começa com esses dons. O dom da sabedoria é um recurso
dirige e conduz o povo de Deus; quem inspirou os profetas e apóstolos bíblicos, reparte extraordinário proveniente do Espírito Santo, cuja finalidade é a solução de problemas
os dons espirituais e produz nas pessoas as virtudes que refletem o caráter de Deus, igualmente extraordinários. Como dom espiritual, é uma espécie de sabedoria dada por
denominado fruto do Espírito: “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, Deus. É a capacitação do Espírito Santo na vida da Igreja para orientação e conselho aos
fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22,23). crentes sobre dificuldades, cuja solução está fora do seu alcance no dia-a-dia da igreja,
no trato com as pessoas descrentes e na pregação do evangelho. A palavra do
“Espírito Santo” e “Deus” aparecem como nomes intercambiáveis nas Escrituras conhecimento ou da ciência diz respeito ao conhecimento das coisas de Deus. Esse dom
Sagradas. Isso mostra clara e inconfundivelmente a divindade absoluta do Espírito consiste em uma ciência manifestada unicamente pelo Espírito Santo, pelo qual
Santo. Os atributos do Espírito Santo não foram agregados nem conferidos, mas podemos saber, compreender e, assim, conhecer aquilo que, pelo entendimento
pertencem a Ele naturalmente. O Espírito Santo é Deus onipotente, onisciente, humano, jamais poderíamos alcançar.
onipresente, eterno e criador. São atributos intransferíveis e absolutos. Ele é o Senhor.
12.1.4. A fé e os dons de curar
4.2.1. O Consolador
Em seguida, aparecem mais dois dons, a fé; e os dons de curar”. O dom da fé distingue-
O Senhor Jesus chama o Espírito Santo de o “Consolador”. O Consolador é enviado pelo se da fé salvífica e da fé como o fruto do Espírito; trata-se de uma fé especial usada num
Pai em nome de Jesus para ensinar os discípulos e fazê-los lembrar de tudo o que o Filho momento específico. Quanto aos dons de curas, são manifestações do poder do Espírito
ensinou e para dEle testificar. Jesus disse aos seus discípulos que estava voltando para Santo que operam de maneira multiforme para cura de doenças e enfermidades do
o Pai, mas que continuaria cuidando da Igreja, pelo seu Espírito Santo, o Paracleto, um corpo, da alma ou psicossomáticas, sempre concedidas pelo Espírito Santo à pessoa que
como Ele, que teria o mesmo poder para preservar o seu povo. irá ministrá-la, pois é Deus quem cura e somente a Ele pertence a glória.

11 28
12. NA ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS 4.2.2. A personalidade do Espírito Santo

“CREMOS, Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito O Espírito Santo é uma pessoa. Sua personalidade está presente em toda a Bíblia de
Santo à Igreja para sua edificação, conforme Sua soberana vontade para maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. A
o que for útil” Bíblia revela todos os elementos da personalidade do Espírito Santo, como intelecto,
emoção e vontade. Outra prova da pessoalidade do Espírito Santo é que Ele reage a
certos atos praticados pelos seres humanos. Pedro obedeceu ao Espírito Santo. Ananias
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mentiu ao Espírito Santo; Estêvão disse que os judeus resistiram ao Espírito Santo; os
mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que fariseus blasfemaram contra Ele; e os cristãos são batizados em seu nome.
opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for
O Espírito Santo relaciona-se com os crentes de maneira pessoal, pois somente uma
útil”
pessoa poderia agir como mestre, consolador, santificador e guia. Cremos e declaramos
1 Coríntios 12:4-7 que o Espírito Santo ensina, fala, guia em toda a verdade, julga, ama, contende, convida
e intercede. Ele é Deus, Ele é pessoal.

4.2.3. Os símbolos do Espírito Santo


12.1. Os Dons Espirituais Entendemos que os símbolos do Espírito Santo são reflexos das suas múltiplas
Os Dons Espirituais são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito operações, mas, de maneira alguma, comprometem a sua personalidade e divindade.
de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Os principais símbolos são fogo, água, vento, óleo e pomba.
Igreja. São recursos sobrenaturais do Espírito Santo operados por meio dos seres Sua ilustração como fogo mostra o seu papel similar, pois o fogo aquece, ilumina e
humanos, os crentes em Jesus, enquanto a Igreja estiver na terra. É por meio da Igreja espalha-se purificando. Ao ser simbolizado como fogo, não significa que Ele seja
que o Espírito Santo manifesta ao mundo o poder de Deus, usando os dons espirituais. desprovido de personalidade; trata-se de uma linguagem figurada. A Bíblia atribui essa
Eles são dados à Igreja para sua edificação espiritual, seu conforto e seu crescimento mesma figura a Deus-Pai. A água é indispensável à vida. Ela lava, refresca e refrigera, e
espiritual. Os dons espirituais são vários, e nenhuma lista deles no Novo Testamento é isso que o Espírito Santo realiza na vida do crente. A ação do vento é comparada à do
pretende ser exaustiva; e nem mesmo existe a expressão “estes sãos os dons Espírito Santo. O vento é invisível aos olhos humanos, assim como é um mistério a obra
espirituais”. Em Romanos, aparece uma lista deles, mas não são os mesmos da lista dos regeneradora do Espírito Santo. O óleo ou azeite era usado para a luz, a unção e o
nove dons, exceto o dom de profecia, que aparece em ambas as listas. incensário, elementos apropriados para tipificar o Espírito Santo. Finalmente, temos a
12.1.1. As diversidades pomba como um dos símbolos do Espírito Santo. A pomba representa mansidão,
brandura, simplicidade, pureza, amor, paz, longanimidade.
São três as classes de manifestações dos dons espirituais: diversidade de dons,
diversidade de ministérios e diversidade de operações. A diversidade de dons tem sua 4.2.4. que convence o mundo
origem no Espírito Santo. A diversidade de ministérios ou serviços tem sua fonte no Quando não estamos em estreita relação com Deus, o Espírito Santo usa a pregação da
Senhor Jesus; e as operações ou atividades vêm de Deus Pai. Cada pessoa da Trindade Palavra de Deus para nos convencer de nossa necessidade de perdão e salvação de Deus
desempenha um papel essencial na manifestação dos dons. É uma diversidade na em Cristo. Se somos seguidores de Cristo, o Espírito Santo habita dentro de nós para nos
unidade, assim como adoramos um só Deus em trindade e trindade em unidade. Os convencer da necessidade de acertar as coisas com Deus quando fazemos errado.
termos “dons”, “ministérios” e “operações” estão associados a cada pessoa da Trindade;
contudo, é o Espírito Santo quem opera todas as coisas.

27 12
5. NA PECAMINOSIDADE DO HOMEM 11.1.2. A extensão da promessa

“CREMOS, Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de O derramamento do Espírito veio com um sinal específico, o falar em línguas. Essa
Deus e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e experiência repete-se na vida da Igreja. Isso porque a experiência pentecostal não ficou
redentora de Jesus Cristo podem restaurá-lo a Deus” restrita ao dia de Pentecostes; ela acontece no cotidiano da Igreja de Cristo na terra ao
longo dos séculos, conforme a promessa divina. Jesus disse que é uma dádiva do Pai
para qualquer crente que crê e busca, homens e mulheres de todas as idades,
“pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” independentemente de seu status social. A promessa do Espírito Santo diz respeito
principalmente aos “últimos dias”, e não somente à era dos apóstolos. Além disso,
Romanos 3:23
Pedro, ao citar o profeta Joel, substituiu a expressão “derramarei o meu Espírito” (Jl
2.28) por “derramarei do meu Espírito” (At 2.17), que indica um ponto de partida. Isso
mostra que o Pentecostes foi o início da dispensação do Espírito Santo, (conhecida
5.1. O Homem também como Dispensação da Graça ou da Igreja) e que a efusão do Espírito seria na
sua plenitude nos “últimos dias”, os dias em que estamos vivendo. Essa profecia de Joel
homem é uma criação de Deus: “E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e
iniciou o seu cumprimento no dia de Pentecostes e contempla essa bênção para homens
soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7).
e mulheres de todas as idades.
A palavra “homem” no relato da criação em Gênesis 1 e 2 é adam, que aparece depois
como nome próprio do primeiro homem que no hebraico significa terra. O ser humano 11.2. A natureza das línguas
foi criado macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o
criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Trata-se de um ser inteligente e que foi A expressão “outras línguas” (At 2.4) diz respeito a um tipo diferente. Essas línguas são
capaz de dar nome aos animais; feito à semelhança de Deus; um pouco menor do que de natureza espiritual, pois que eles falavam “conforme o Espírito Santo lhes concedia
os anjos; coroado de honra e de glória e dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, que falassem” (At 2.4). Essas línguas reaparecem mais adiante como um dos dons do
com liberdade de escolher entre o bem e o mal. Mediante a graça, essa escolha Espírito Santo, o de variedade de línguas: “Porque o que fala língua estranha não fala
continua mesmo depois da queda no Éden. Podemos afirmar que nenhuma outra aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios”
criatura foi feita como o homem, que é considerado a coroa da criação. Adão é o (1 Co 14.2). A língua aqui é da mesma essência da do Pentecostes; a diferença está na
primeiro homem, e dele e Eva veio toda a geração dos seres humanos que vivem sobre função. É a chamada glossolalia, palavra usada para indicar “outras línguas”, que podem
o planeta terra. ser humanas ou celestiais. Essa é a nossa marca, como pentecostais que somos. Quem
ora em línguas edifica-se a si mesmo. Cada representante das nações presentes em
5.1.1. A constituição humana Jerusalém nessa ocasião ouvia na sua língua materna “falar das grandezas de Deus” (At
2.11). Algo semelhante aconteceu na experiência na casa de Cornélio. A capacidade para
o ser humano é constituído de três substâncias, uma física, corpo, e duas imateriais,
compreender essa fala veio do Espírito Santo: “[...] porque cada um os ouvia falar na sua
alma e espírito. Exemplo dessa constituição nós temos no próprio Jesus. Essa doutrina
própria língua [...]. Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que
é chamada tricotomia. Cristo é apresentado nas Escrituras com essas três
somos nascidos?” (At 2.6,8). Isso mostra que é possível o Espírito Santo usar um crente
características distintas e essenciais: “todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam
de pouca instrução para falar numa língua desconhecida, a qual ele não estudou e nem
plenamente conservados irrepreensíveis [...]” (1 Ts 5.23.
aprendeu, para transmitir uma mensagem na língua materna de um estrangeiro a fim
A natureza humana consiste numa parte externa, o corpo ou a carne, chamada de revelar o poder de Deus e a sua glória. As línguas só cessarão quando vier aquEle que
“homem exterior” e uma parte interna, denominada “homem interior”, composta do é perfeito, uma referência à volta de Cristo.
espírito e da alma.

13 26
11. NO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO 5.1.2. Os dois destinos

“CREMOS, No batismo no Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos Na morte física do ser humano, alma e espírito são separados do corpo e que os cristãos
é dado por Jesus Cristo, demonstrado pela evidência física do falar em que partiram desse mundo são chamados de “espíritos dos justos aperfeiçoados”, e os
outras línguas, conforme a sua vontade” demais, de “espíritos em prisão”. Morte significa “separação”. Há apenas dois destinos
para os seres humanos, o Céu ou o Inferno. Deus tem um lugar preparado para os salvos
na sua morte, que é identificado de diversas maneiras: “uma casa não feita por mãos,
“E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme eterna, nos céus [...] nossa habitação, que é do céu” (2 Co 5.1,2); “habitar com o Senhor”
o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (2 Co 5.8); “estar com Cristo” (Fp 1.23).

Atos 2:4 5.1.3. A Pecaminosidade Humana

Podemos dizer que basicamente o pecado é a transgressão da Lei de Deus. Nesse


sentido, enquadra-se como pecado tanto aquilo que fazemos em desacordo com a
11.1. Batismo no Espírito Santo vontade do Senhor, como também aquilo que não fazemos quando é de sua vontade
o batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder do alto. É, também, uma que façamos. Assim, o homem peca de todas as maneiras possíveis contra Deus, seja
promessa divina aos salvos. Trata-se de uma experiência espiritual que ocorre após ou por pensamentos, ações ou omissões.
junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em outras Vários termos são utilizados na Bíblia para se referir a pecaminosidade humana. Tais
línguas. O falar em línguas é a evidência inicial desse batismo, mas somente a evidência termos originais são encontrados tanto em hebraico, idioma padrão de escrita do Antigo
inicial, pois há evidência contínua da presença especial do Espírito como o “fruto do Testamento, como em grego, que é o idioma em que o Novo Testamento foi escrito.
Espírito” (Gl 5.22) e a manifestação dos dons. O batismo no Espírito Santo é uma bênção
resultante da obra de Cristo no Calvário. Com relação aos termos hebraicos, os mais comuns são: chattah, “errar o alvo”; avel e
avon, transmite a ideia de “desonestidade”, “iniquidade” e “falta de justiça”; e pesha,
O batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder espiritual para realizar a obra da “delito”, “transgressão contra uma autoridade”. Já com relação aos termos gregos, o
expansão do Evangelho em todo o mundo. O seu propósito é capacitar o crente a viver mais usual é o termo hamartia, que implica na ideia de um erro grave contra a justiça e
uma vida cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé em a integridade.
Cristo. É um revestimento de poder para viver a vida regenerada, um poder espiritual
que contribui para a edificação interior da vida cristã do crente e que o ajuda quando a 5.1.4. Arrependimento e a Fé
mente não pode fazê-lo.
Ao mesmo tempo em que a Bíblia afirma que todos pecaram, ela também afirma que
11.1.1. O Batismo no Espírito Santo não é sinônimo de salvação Jesus Cristo veio salvar o homem do pecado (João 3:16). A verdade sobre
pecaminosidade humana e a sua restauração a Deus mediante os méritos de Cristo é
Batismo no Espírito Santo e Salvação são bênçãos diferentes. Todos os crentes em Jesus uma verdade exposta nas Escrituras do começo ao fim.
já têm o Espírito Santo. Na regeneração, o Espírito promove o novo nascimento, que é
um ato direto do Espírito Santo. O pecador recebe o Espírito no exato momento em que O apóstolo Paulo escreve dizendo que por um homem entrou o pecado no mundo e
aceita, de verdade, a Jesus. Os discípulos de Jesus já tinham seu nome escrito no céu e trouxe a morte a todos, mas também por um homem, Jesus Cristo, o Verbo encarnado,
igualmente tinham o Espírito Santo mesmo antes do Pentecostes, recebendo que é o segundo Adão o qual fez com perfeição tudo o que o primeiro Adão fez de
posteriormente o batismo no Espírito Santo para revestimento de poder e autoridade errado, Deus providenciou a solução para o pecado.
para a tarefa que deveriam realizar.

25 14
6. NA NECESSIDADE ABSOLUTA DO NOVO NASCIMENTO 10.3. A possibilidade de termos uma vida Santa

“CREMOS, Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de O nosso dever não consiste apenas em nos afastar do pecado e de toda a forma de
Deus mediante a fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo paganismo, mas também de combatê-los com a pregação do evangelho e com nossa
e da Palavra de Deus para tornar o homem aceito no Reino dos Céus” maneira de viver. O cristianismo é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo.
É Ele quem nos capacita a viver em santidade e a vencer as tentações. Somos
privilegiados porque temos Jesus e o Espírito Santo.
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Deve ser o desejo de todo cristão se parecer com Jesus e ter uma vida santa, assim como
o Mestre teve. Pela sua infinita graça, Deus concede vida santa a todos os pecadores,
João 3:3 desde que eles se arrependam e confessem o nome de Jesus. Assim, Deus disponibilizou
três meios para a santificação: o sangue de Jesus; o Espírito Santo; e a própria Palavra
de Deus. O Senhor nos forneceu todos os recursos necessários para uma vida santa e
separada do mundanismo.
6.1. O Pecado
10.3.1. A santificação Posicional
o pecado é a transgressão da Lei de Deus, ou seja, a quebra do relacionamento do ser
humano com Deus. Há diversos conceitos bíblicos tanto para designar o pecado, tais É o primeiro aspecto da santificação. É posicional porque acontece uma mudança no ser
como rebelião e desobediência, como suas consequências, quais sejam: incapacidade humano, de pecador para santificado em Cristo. É a santificação que ocorre quando o
espiritual, falta de conformidade com a vontade de Deus em estado, disposição ou pecador recebe, pela fé, a Jesus como Senhor e Salvador pessoal. Essa santificação é
conduta e corrupção inata dos seres humanos. Atanásio, um dos pais da Igreja, dizia que instantânea, mas é também o começo de uma vida progressiva de santificação. Todos
o pecado é a introdução dentro da criação de um elemento desintegrador que conduz à nós, salvos em Jesus, somos santos, e é assim que somos reconhecidos no Novo
destruição e que somente pode ser expelido por meio de uma nova criação. Daí, a Testamento e é dessa maneira que o apóstolo Paulo se dirige aos crentes nas suas
necessidade do novo nascimento. A universalidade do pecado é confirmada em toda a epístolas. A base dessa santificação é o sacrifício de Jesus, mas ela é obra do Deus trino
Bíblia e comprovada pela própria experiência humana. e uno por ocasião da conversão do pecador a Cristo.
6.2. A corrupção total do gênero humano 10.3.2.A santificação Progressiva
A Queda no Éden arruinou toda a humanidade tão profundamente que transmitiu a A cada dia avançamos em santidade. Observe que havia crentes carnais na Igreja de
todos os seres humanos a tendência ou inclinação para o pecado. Não somente isso, Corinto e, mesmo assim, eles são considerados “santos”, por isso precisavam de
contaminou toda a humanidade. A natureza moral foi corrompida, e o coração humano crescimento espiritual. De igual modo, o apóstolo Pedro exorta à santificação os
tornou-se enganoso e perverso. Todas as pessoas estão mortas em ofensas e pecados; mesmos que ele antes chama “santos”. Isso é possível porque somos nascidos de Deus
são inimigas de Deus e escravas do pecado. A corrupção do gênero humano atingiu o e o Espírito Santo está em nós e habita em nós.
homem em toda a sua composição — corpo, alma e espírito. Isso prejudicou todas as
suas faculdades, quais sejam: intelecto, emoção, vontade, consciência, razão e 10.3.3. A santificação Eterna
liberdade. Portanto, o homem por si mesmo não consegue voltar-se para Deus sem o
É o terceiro aspecto da santificação, conhecido também como “glorificação”. Na
auxílio da graça divina. Apesar de tudo, a imagem de Deus no homem não foi aniquilada;
ressurreição, seremos completos, e isso é extensivo à santificação. É nessa ocasião que
foi, no entanto, desfigurada a tal ponto que a sua restauração só é possível em Cristo.
veremos a Deus como Ele é. Essa é a nossa esperança.
O plano de Deus é restaurar todas as coisas, mas Ele começou com os seres humanos.
Estávamos perdidos, e fomos restaurados a Deus pelo arrependimento e Fé em Jesus.

15 24
10. NA NECESSIDADE DE UMA VIDA SANTA

“CREMOS, Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e 6.3. A Morte


irrepreensível por obra do Espírito Santo, que nos capacita a viver como
fiéis testemunhas de Jesus Cristo” A morte é uma das consequências primárias do pecado, sua punição e castigo. Por essa
razão, o mundo inteiro tem de experimentar esse terrível golpe. Esse é o resultado do
pecado original de Adão. O ser humano não foi destinado para a morte, Adão não teria
“Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo morrido se tivesse vencido a tentação. A morte espiritual é o atual estado do pecador
o que fizerem, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo". sem Cristo. Quem recebe a Jesus como seu salvador pessoal passa da morte para a vida.
Assim como a morte e o pecado passaram a todos os seres humanos por causa do
1 Pedro 1:15,16 pecado de um só (Adão), a salvação e a vida eterna, da mesma maneira, são concedidas
a todo aquele que nEle crê, pela justiça de um só homem, o Senhor Jesus.

6.4. A Graça
10.1. Santidade
Todos os homens e mulheres foram atingidos pelo pecado a tal ponto que, embora
O verbo hebraico qadash, “ser santo”, e seus derivados “santo, santificar, dedicar, tenham sido feitos à imagem de Deus, não podem, por si mesmos, chegar a Deus. Não
consagrar”, no Antigo Testamento, significam “separar”. Quando aplicado à religião de há nada que o homem natural possua ou pratique que lhe faça merecida a graça de
Israel, tem a ideia de “separar para Deus, retirar do uso comum”. Isso vale para lugares, Deus. A Bíblia qualifica essa condição espiritual como “mortos em pecado” (Cl 2.13) e
casas e campos, utensílios e animais, o ouro do Templo, pessoas e muitas outras coisas, “mortos em ofensas” (Ef 2.5). A ideia de morte, aqui, é de separação, e não de
como dias santos, festas, etc. Assim, o sentido de santidade é de afastar-se de tudo o aniquilamento. Deus derrama sua graça, sem a qual o homem não pode entender as
que é pecaminoso, de tudo o que contamina. coisas espirituais, ou seja, foi Deus quem tomou a iniciativa na salvação, agindo em favor
Dizer que qualquer coisa, objeto ou pessoa é consagrada, separada ou dedicada a Deus das pessoas. Graça é um favor imerecido. É por meio da graça que Deus capacita o ser
significa dizer que isso pertence ou serve exclusivamente a Ele. O que é sagrado não humano para que ele responda com fé ao chamado do evangelho. Todavia, os seres
pode ter uso comum; o azeite da unção e o incenso do santuário não podiam ter outro humanos, influenciados pela graça que habilita a livre escolha, são livres para escolher.
uso. Os antigos hebreus levavam a santidade a sério. Deus proveu a salvação para todas as pessoas, mas essa salvação aplica-se somente
àquelas que creem. Nesse sentido, não há conflito entre a soberania de Deus e a
10.2. A necessidade de termos uma vida Santa liberdade humana.
Fomos chamados por Deus e separados para o seu serviço; agora somos “sacerdócio 6.4.1. Salvação para todas as pessoas
real, nação santa e povo adquirido”. Desde os tempos do Antigo Testamento, a idolatria
e a prostituição sempre caminharam juntas. Esses são os mesmos desafios da igreja Um dia, todos os seres humanos comparecerão diante do Senhor e Criador de todas as
hoje. Devemos fugir da prostituição e também da idolatria. Essa exigência é mais do que coisas. Deus, contudo, não deseja a perdição de ninguém. Por isso, o Pai enviou o seu
natural porque Deus é Santo, assim como o é seu Filho Jesus Cristo. Da mesma maneira amado Filho Jesus Cristo para morrer em nosso lugar, providenciando-nos uma salvação
como Deus escolheu e santificou o povo de Israel para viver em santidade, assim eterna, completa e eficaz. O Evangelho contempla a todos e a ninguém exclui. Por
também o Senhor Jesus nos chamou para vivermos uma vida santa. Israel precisava viver conseguinte, a salvação está disponível a todos os que creem. Todos nós, sem exceção,
longe das práticas imorais dos cananeus, nós, da mesma forma devemos nos abster da podemos ser salvos através dos méritos de Jesus Cristo. A graça de Deus é manifestada
prostituição. salvadoramente maravilhosa, perfeita; entretanto, não é irresistível, pois não são
poucos os que, ignorando o Evangelho de Cristo, resistem ao Espírito da graça. A fé
antecede a regeneração “Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu
coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10.9).
23 16
7. NO PERDÃO DOS PECADOS 9.2. A Ceia do Senhor

“CREMOS, No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação a Ceia do Senhor é o rito da comunhão e ilustra a continuação da vida espiritual. Tal
pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor” ordenança foi instituída diretamente pelo Senhor Jesus após a refeição da Páscoa na
companhia de seus discípulos: “Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu
aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice e dando
“A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue do
perdão dos pecados pelo seu nome” Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.26-
28). Desde então, a Igreja vem celebrando esse memorial e proclamando a Nova Aliança.
Atos 10:43 Esse “Novo Concerto” é cumprimento das promessas divinas desde o Antigo
Testamento, sendo o próprio Jesus “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
(Jo 1.29) e a nossa Páscoa: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Co
7.1. Salvação 5.7).
A salvação é o livramento do poder da maldição do pecado, e a restituição do homem 9.2.1. O significado da Ceia do Senhor
à plena comunhão com Deus, a todos os que confessam a Jesus Cristo como seu único
Salvador pessoal, precedidos do perdão divino. Trata-se da restauração do Essa solenidade é o rito contínuo da Igreja visível, instituído como memorial da morte
relacionamento do ser humano com Deus por meio de Cristo. Somente a fé na morte de Jesus até a sua vinda: “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes
expiatória de Jesus e o arrependimento podem remir o pecador e levá-lo ao Criador. este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha” (1 Co 11.26). A expressão
Essa salvação é um ato da graça soberana de Deus pelo mérito de Jesus Cristo. “todas as vezes” remete à continuidade. Temos aqui o passado, a morte de Jesus; o
presente, a nossa comunhão com Ele e com os irmãos; e o futuro, a sua volta. Pode ser
7.1.1. A natureza da salvação dito que as igrejas do período apostólico celebravam semanalmente a Ceia do Senhor:
“No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão” (At 20.7). Nós
A salvação é-nos oferecida pela graça mediante a fé no sacrifício de Jesus Cristo na
a celebramos numa frequência suficiente para evitar intervalos longos entre os períodos
cruz do Calvário. Ela é eterna, completa e eficaz. A salvação em Jesus Cristo é um
de reflexão, comunhão e ação de graças. Entendemos que se trata de uma solenidade
renascimento espiritual que se dá na vida do pecador arrependido. No ato da
de bênção e de comunhão para os crentes. Ela é ministrada a todos os crentes em Jesus,
aceitação, o pecador é imediata e simultaneamente salvo, justificado e adotado como
batizados em águas, em plena comunhão com a Igreja. Essa ordenança exige um
filho de Deus. A partir daí, entra no processo de santificação até a sua glorificação final
autoexame, uma reflexão sobre a nossa conduta, se ela está de acordo com os princípios
no dia de Cristo. O salvo é o pecador que Cristo resgatou das trevas e libertou do
da palavra de Deus, para não sermos “culpados do corpo e do sangue do Senhor” (1 Co
pecado e da morte espiritual e que agora está livre da condenação eterna.
11.27), ou seja, responsabilizados pela morte de Jesus.
7.1.2. Justificação
9.2.2. Os elementos da Ceia do Senhor
Perdão é a absolvição de uma dívida e a remissão de um castigo. Justificação é um ato
As palavras de Jesus, “Isto é o meu corpo” (Mt 26.26) e “isto é o meu sangue” (Mt 26.28),
da graça de Deus, o Supremo Juiz, pelo qual a justiça de Cristo é imputada a todo
mostram os dois elementos da Ceia do Senhor. Tendo Jesus ministrado pessoalmente
aquele que crê em Jesus declarando-o justo. O primeiro resultado da justificação é a
os dois elementos aos seus discípulos, fica cabalmente demonstrado que as expressões
paz com Deus. Juntamente com a salvação e a justificação, o pecador arrependido
“isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue” não são literais, mas referem-se a uma
recebe a adoção de filho de Deus. A partir desse momento, terá ele um
linguagem metafórica.
relacionamento mais íntimo com Deus, invocando-o não apenas como Criador, mas
principalmente como Pai. A Justificação nos Declara Justos diante do Pai.

17 22
9. NO BATISMO BÍBLICO E NA CEIA DO SENHOR 7.1.3. Regeneração

“CREMOS, No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só Regeneração é a transformação do pecador numa nova criatura pelo poder de Deus,
vez, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, conforme determinou como resultado do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. Essa obra é também conhecida
o Senhor Jesus Cristo” como novo nascimento, ou nascer de novo e nascer do Espírito. Trata-se de uma
operação do Espírito Santo na salvação do pecador.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do 7.1.4. Santificação
Filho, e do Espírito Santo; Já salvo, justificado e adotado como filho de Deus, o novo crente entra, de imediato, no
Mateus 28:19 processo de santificação, pois assim o requer a sua nova natureza em Cristo: “agora,
libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e
por fim a vida eterna” (Rm 6.22). Todos os crentes em Jesus são chamados santos.
9.1. O batismo em águas Santificação é o ato de separar-se do pecado e dedicar-se a Deus. Ele exige santidade de
seus filhos, pois sem a santificação ninguém verá o Senhor.
É uma ordenança de Cristo para a sua Igreja, dada por ordem específica do Senhor Jesus:
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do A santificação se dá em 3 níveis, sendo eles:
Espírito Santo” (Mt 28.19). Esse ato é tido como o testemunho público da experiência - Santificação Posicional, em que o crente é Declarado Santo no ato da conversão.
anterior, o novo nascimento, mediante a qual o crente participa espiritualmente da
morte e da ressurreição de Cristo. - Santificação Progressiva, que se dá no dia a dia da caminhada cristão em que o
crente procura diariamente se santificar mais que no dia anterior.
O Batismo é um ato importante e repleto de significados espirituais, que é administrado
pela Igreja ao crente, mediante arrependimento e confissão de fé, onde quer que o - Santificação Eterna, se dará quando formos transformados em corpo glorioso e
evangelho seja pregado. Nós o efetuamos por imersão do corpo inteiro uma única vez poderemos voltar a desfrutar da santidade plena na presença do Senhor.
em águas, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. A palavra “batismo” significa
“mergulho, imersão”. O batismo simboliza a morte, sepultamento e ressurreição de 7.1.5. Glorificação.
Cristo, trata-se de um ato público de fé no qual, de modo simbólico, sepultamos a vida A glorificação é a derradeira etapa de nossa salvação em Cristo Jesus. Trata-se de uma
antiga e ressuscitamos com Cristo para uma nova vida. promessa da futura transformação de nosso corpo mortal em um corpo imortal.
9.1.1. A fórmula batismal 7.1.6. O destino dos salvos
A ordem dada por Jesus foi de batizar “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” O céu é o trono de Deus, mas também é a pátria de todos os salvos. A condição no céu
(Mt 28.19). Cremos e praticamos a fórmula que ele mesmo ordenou. Uma ordem dada será de perfeita experiência da presença de Deus, pois é lugar de perfeita santidade,
por Jesus deve ser cumprida. gozo, alegria sem fim e da perfeita felicidade. O livro de Apocalipse descreve alguns
9.1.2. O batismo infantil vislumbres dessa morada eterna dos que amam a Deus. Jesus ensinou que o céu é para
os que creem em seu nome. Ele disse: “[...] credes em Deus, crede também em mim. Na
Não praticamos o batismo infantil por não haver exemplo disso nas Escrituras. Também casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo 14.1,2). Nessa promessa, repousa a esperança
por não ser possível à criança ter consciência de pecado, a exercer o arrependimento e dos santos. Os salvos são peregrinos e estrangeiros na terra. A pátria definitiva dos
manifestar publicamente a fé. Esses fatos não deixam margem para o batismo infantil. remidos é o céu, e estes aguardam o dia em que o Senhor Jesus virá buscá-los para estar
juntamente com Ele. O céu é o destino da Igreja.

21 18
8. NA IGREJA, QUE É O CORPO DE CRISTO 8.1.2. Nomes e títulos

“CREMOS, Na Igreja, que é o corpo de Cristo, coluna e firmeza da verdade, Há diversos termos no Novo Testamento para descrever a Igreja. Como figuras ou
una, santa e universal assembleia dos fieis remidos de todas as eras e ilustrações, temos “corpo de Cristo e “povo de Deus. A Igreja também é identificada
todos os lugares, chamados do mundo pelo Espírito Santo para seguir a como noiva de Cristo ou esposa do Cordeiro. Trata-se do mesmo tipo de figura para
Cristo e adorar a Deus” ilustrar o relacionamento entre Deus e Israel no Antigo Testamento. A intimidade, o
amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o
símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. Há muitos outros
“Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse termos, como crentes, santos, eleitos, discípulos e cristãos e Caminho.
corpo”
8.1.3. Seus membros
1 Coríntios 12:27
A Igreja é formada por todos aqueles que Deus chamou para fora do mundo, tendo sido
“Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja esses resgatados da vã maneira de viver por intermédio do precioso sangue de Cristo. A
do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.” verdadeira Igreja é constituída por todos os fiéis remidos de todas as eras e de todos os
lugares, formando o corpo místico de Cristo por meio do Espírito Santo, e cada crente
1 Timóteo 3:15
salvo é membro desse corpo. A conversão da pessoa leva à comunhão com um grupo
de crentes em Jesus. A cabeça da Igreja é Cristo, sendo Ele mesmo o Salvador do corpo
e acrescentando ao corpo, aqueles que herdam a salvação.
8.1. A Igreja
8.1.4. As ordenanças da Igreja
A Igreja é a assembleia universal dos santos de todos os lugares e de todas as épocas,
cujos nomes estão escritos nos céus. A Igreja foi fundada por nosso Senhor Jesus Cristo, São duas as ordenanças da Igreja: o batismo em águas e a Ceia do Senhor. Tanto o
pois Ele mesmo disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno batismo em águas como a Ceia do Senhor foram instituídos por Jesus para que fossem
não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Essa pedra é o próprio Cristo, tendo a doutrina observados pela Igreja. O batismo é uma confissão pública da nossa união com Cristo e
dos apóstolos por fundamento e Jesus a principal pedra de esquina. Ela, a Igreja, é a Ceia do Senhor é o memorial de sua morte em nosso lugar.
coluna e firmeza da verdade. É a comunidade do Senhor. Além de assembleia universal 8.1.5. A missão da Igreja
dos crentes em Jesus, o vocábulo “igreja” refere-se a um grupo de crentes em cada
localidade geográfica. Ensinamos que a Igreja é una e indivisível: um só corpo, um só A função primordial da Igreja é glorificar a Deus. Isso é feito por meio da adoração, da
Espírito, uma só fé e um só batismo. A Igreja envolve um mistério que não foi revelado evangelização, da edificação de seus membros e do trabalho social. A Igreja foi eleita
no Antigo Testamento, mas que foi manifesto aos santos na nova aliança. para a adoração e louvor da glória de Deus, recebendo, também, a missão de proclamar
o evangelho da salvação ao mundo todo, anunciando que Jesus salva, cura, batiza no
8.1.1. Significado do termo Espírito Santo e que em breve voltará. O evangelho é proclamado a homens e mulheres,
A palavra “igreja” significa, literalmente, “chamado para fora” e era usada para designar sem fazer distinção de raça, língua, cultura ou classe social, pois “o campo é o mundo”
“assembleia” ou “ajuntamento” dos cidadãos de uma localidade na antiguidade grega. (Mt 13.38). Portanto, entendemos que é responsabilidade da Igreja a obra missionária.
A Igreja é um grupo de pessoas chamado por Cristo para fora do mundo a fim de A edificação é realizada por meio do ensino da Palavra, o ministério de socorro e
pertencer a Jesus, ter comunhão com Ele e fazer parte da família espiritual de Deus. misericórdia, que inclui o cuidado dos pobres e dos necessitados, além do combate à
corrupção do mundo. Para a consecução da sua missão, o Espírito Santo foi derramado
O termo Igreja, expressa um tom de uma celebração jubilosa, de uma reunião festiva sobre a Igreja no dia de Pentecostes, e Cristo concedeu líderes para servir à Igreja.
com todos os remidos como cidadãos da comunidade celestial.
19 20

Você também pode gostar