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MORDOMIA
CRISTÃ
1ª edição, Luanda
Depósito Legal: 12026/2023
_______________________________________
CDU 2-47
CDD 248.4
PREFÁCIO ..................................................................................... 7
AGRADECIMENTOS ..................................................................... 8
INTRODUÇÃO ................................................................................ 9
Obrigado!
Bom proveito!
- CAPÍTULO 1 -
INTRODUÇÃO
À MORDOMIA
CRISTÃ
1
OIKONOMIAS. In: DICIO, Dicionário online de Portugês. 2004-2018.
Disponível em: <https://bibliaportugues.com/greek/3622.htm>. Acesso
em: 20/09/2023.
2
EFICIÊNCIA. In: DICIO, 2009. Disponível em:
<https://www.dicio.com.br/ eficiencia/>. Acesso em: 08 de Janeiro de
2023.
A grande missão
Como vimos, no capítulo sobre a Mordomia cristã, Elie-
zer recebeu uma grande missão e ficou registada no Livro de
Génesis capítulo 24. A grande missão era buscar a noiva de seu
senhor Isaque. Todo cristão recebe uma missão similar a esta:
a de buscar “ a noiva de Cristo”.
Como veremos mais para frente, o objecto da nossa
mordomia não é limitado, apenas, em bens materiais. Assim
como Eliezer recebeu a missão de ir buscar a futura esposa
de Isaque, nós somos chamados para buscar a noiva de Cris-
to. Pontanto, se o mordomo de Abraão, que é um ser humano
como ele não fez nada, além de obedecer todas as directrizes
de seu senhor, por que nós, como mordomos de Deus faríamos
diferente? Se Eliezer buscou a direcção de Deus para que pu-
desse cumprir com zelo a sua missão, por que nós, como cris-
tãos, faríamos diferente? Por que não consultaríamos a Deus
como o velho servo de Abraão? Este rogou a Deus e disse:
1. A parte de Deus
Como vimos, desde a “infância da humanidade”, Deus
ensinou aos homens a devolverem a Ele algumas porcentagens
do rendimento de trabalho obtido.
A primeira referência bíblica sobre o assunto encontra-
-se em Génesis capítulo 3, a partir do versículo 4, quando Abel
oferece as primícias e as gorduras do seu rebanho ao SENHOR.
1
STRONG, James. Dicionário Bíblico Strong. 1 ed. Barueri, SP: Sociedade
Bíblica do Brasil.
largou todo amor pelo dinheiro a ponto de dar para Deus aque-
le dinheiro que seria para um destino diferente. Por outro
lado, revela quão firme é a certeza que Deus é o Pai Provedor
que ama e cuida Seus filhos que vivem em Sua dependência,
pois “já crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus
desejos” (Gálatas 5:24) e se fizeram escravos de Jesus Cristo,
diferente daqueles que por trás de sua “oferta sacrificial”, se
revela o seu amor ao dinheiro, sua intenção de negociar com
Deus “dando a Ele um dinheiro que virá com juros”.
Lembre-se que a igreja de Atos é conhecida e referen-
ciada, não apenas como uma igreja que orava, jejuava e evan-
gelizava, como também como uma igreja que depositava todos
os seus bens ao serviço da obra de Deus e sustento dos neces-
sitados (Actos 2:44-45 e 4:34-37).
2. A minha parte
Como vimos, no primeiro capítulo (Introdução à mor-
domia cristã), A despeito do mordomo não ser o dono de todos
os bens, tem privilégios que é “a parte do mordomo” na distri-
buição dos bens que o SENHOR dos bens o confia.
No caso da mordomia cristã, a parte do mordomo tende
a ser distribuída de acordo às várias necessidades que possui
desde alimentação, saúde, educação, habitação, saneamento,
lazer, entre outras necessidades colocadas na balança na qual,
do outro lado, está a quantidade de bens que o mordomo tem a
administrar. Por esta razão, a mordomia compreende que não
há um “salário base” para cada mordomo. Cada mordomo vive
de acordo com a realidade da sua mordomia. Alguns mordo-
mos poderão fazer viagens durante as férias laborais, enquan-
to outros terão apenas o essencial para sobreviver.
Talvez a sua pergunta seja: o que está por trás, ou
quais são os critérios que fazem com que alguns mordo-
mos tenham mais bens sobre sua mordomia do que outros?
Acredito que são vários, dentre eles, e o mais importan-
te, o propósito de Deus na vida do mordomo. Acredito que,
por trás da prospe ridade que Deus concede, está o pro-
prósito de, através destes bens, ajudar quem mais precisa.
3. A parte do próximo
É uma verdade irrevogável afirmar que vida do homem
sempre foi voltada em servir os outros. Essa verdade torna ine-
vitável abordar sobre mordomia cristã, sem mencionar a parti-
lha de bens com o próximo.
Durante a minha abordagem, entendamos por próximo,
toda pessoa que estiver sob nosso alcance de intervenção, sejam
familiares, amigos, colegas, vizinhos ou qualquer outra pessoa,
ainda que desconhecida. As leis de Deus para o povo de Israel
mostram o modelo de liderança de Deus, que é consciente da
desigualdade económica entre os homens e preocupado com o
sustento dos mais necessitados.
Uma análise sobre essas leis dá-nos uma clara percep-
ção de como Deus estava garantindo que através daqueles que
têm mais possessões, riquezas ou bens, pudessem suprir os
que têm menos.
Todo Israelita sabia que, durante seis anos, podia
semear e colher, mas que, no sétimo ano, devia deixar a terra
“descansar” e não cultivar. Neste tempo, Deus fazia com que a
terra produzisse, por si mesma, alimento que serviriam para os
pobres dentre o povo (Êxodo 23:11).
Outra ordenança estava relacionada à celebração da
festa das semanas ou festa das colheitas, a mesma que, depois
do século III, passou a ser conhecida como festa de pentecostes.
Na época de colheita, os proprietários não podiam colher
até o limite ou extremidades, nem apanhar toda espiga que
caia durante a coleita. Eles deviam deixar para os pobres e
estrangeiros (Lv 23:22).
do teu Deus terás temor, para que teu irmão viva con-
tigo. Não lhe darás teu dinheiro com usura2, nem darás
do teu alimento por interesse. Eu sou o SENHOR vosso
Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos dar a ter-
ra de Canaã, para ser vosso Deus. (Levítico 25:35-38
- NVI)
2
usura - juro de capital [valores monetários] emprestado. USURA. In: DICIO
(CAMANHO e TAVARES. 2ª Edição, p.602)
[...] “Se não vieres Tu mesmo, não nos faças sair daqui”.
(Êxodo 33:15)
2
KIXIKILA - Empréstimo rotativo de dinheiro entre duas ou mais pessoas,
com pagamento mensal.
1
POBREZIDADE - Neologismo do autor
4
Textos descritivos são aqueles que trazem a narração de um assunto, sem
apresentá-los como uma norma ou um padrão que deve ser seguido.
5
Textos normativos são aqueles que apresentam uma norma, mandamento
ou padrão
Não quero, com isso, dizer que o mordomo não pode ter
momentos de lazer. Muito pelo contrário. A boa administração
dos bens de Deus inclui o bem-estar e lazer do mordomo,
suportados por gastos bem planificados e que não atrapalhem
as outras responsabilidades da mordomia.
Outro papel fundamental do domínio próprio é o de
fazer preservar o compromisso de um sacrifício que vale a pena.
Esse sacrifício consiste em limitar os gastos para poder poupar
ou investir em prol de uma conquista que muito se deseja.
Tal conquista pode ser a compra de um imóvel, realização do
casamento que tanto se espera, custear alguma formação ou
comprar algum bem que se deseja.
- CAPÍTULO 5 -
O IMPACTO DA
MORDOMIA
CRISTÃ
Dons espirituais
Um dos pontos a não negligenciar, quando falamos da
mordomia dos bens espirituais, é o uso correcto dos dons. Eles
servem, essencialmente, para salvação de perdidos e edificação
do corpo de Cristo. O Apóstolo Pedro nos exorta:
Pedro diz que o que prega deve o fazer como quem co-
munica a Palavra de Deus. Por esta razão, deve estudar, profun-
damente, a Palavra de Deus para que a mensagem a ser prega-
da seja a mais fiel possível às Sagradas Escrituras.
Quem profetiza deve julgar suas palavras mediante as
Sagradas Escrituras para que não conduza o povo de Deus a um
engano de seu coração ou inspirações de demónios.
Usar mal e negligenciar os dons são um caminho para li-
mitar a boa administração dos bens espirituais dados por Deus
à sua igreja.