Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ISBN 978-85-7622-206-2
CDD 220
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem aben-
çoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,
assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos
santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a
adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua von-
tade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente
no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados,
segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós
em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade,
segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele,
na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como
as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados
segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da
sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão
esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da
verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes sela-
dos com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até
ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.” Efésios 1.3-14
Deus sempre existiu e sempre existirá. Ele não teve princípio nem terá
fim. Ele é eterno, imutável, infinito. Mas o homem e o universo tiveram um
princípio, foram criados por Deus. “Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho
e o Espírito Santo, para a manifestação da glória do seu eterno poder, sabedo-
ria e bondade, criar ou fazer do nada, e tudo muito bom, o mundo e o que nele
há, visível ou invisível. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o
homem, macho e fêmea, com almas racionais e imortais, e dotou-as de inteli-
gência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua própria imagem.”22
A CRIAÇÃO DO UNIVERSO
O primeiro livro da Bíblia Sagrada começa assim: “No princípio, criou
Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). A Bíblia afirma que Deus é o criador,
preservador e governador do universo. No livro de Neemias está escrito: “Só
tu és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e
tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos
com vida, e o exército dos céus te adora” (Ne 9.6). E Davi declarou: “Nos céus,
estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl 103.19).
As declarações de que Deus criou, preserva e governa todas as coisas, visíveis
e invisíveis, estão presentes em todas as partes da Bíblia Sagrada.
Existem inúmeras teorias filosóficas e científicas sobre a origem do uni-
verso. Muitos livros apresentam essas teorias como se fossem a última palavra
da ciência ou da filosofia. Mas não é possível dizer que a filosofia ou a ciência
encampe qualquer delas, pois não passam de teorias, isto é, elas não foram
comprovadas – nem pelo método filosófico, nem pelo método científico. Elas
representam apenas o pensamento de alguns filósofos ou cientistas sobre a
5
A SALVAÇÃO NO
ANTIGO TESTAMENTO
“Não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do
vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de
cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido,
com efeito, antes da fundação do mundo,
porém manifestado no fim dos tempos,
por amor de vós.”
1 Pedro 1.18-20
6
O POVO DE DEUS NO ANTIGO
TESTAMENTO
“Irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem,
e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar,
com respeito a Moisés. Todos eles comeram de um só manjar espiritual e beberam da
mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia.
E a pedra era Cristo. Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles,
razão por que ficaram prostrados no deserto.
Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos
e foram escritas para advertência nossa.”
1 Coríntios 10.1-5,11
Salomão faleceu por volta do ano 931 a.C. A sua morte desencadeou
uma sangrenta luta pelo trono. De um lado estava Roboão, seu filho; do outro
lado estava um ex-exilado político, chamado Jeroboão, que tinha o apoio da
maioria dos chefes militares. O reino foi dividido. Roboão ficou com a parte
sul do país, reinando sobre as tribos de Judá e Benjamim, tendo Jerusalém
como capital. Essa parte passou a denominar-se reino de Judá. E Jeroboão
ficou com dez tribos, tendo a capital sucessivamente em várias cidades na
parte norte do país. Por volta do ano 879 a.C., Onri estabeleceu a capital defi-
nitivamente em Samaria. Essa parte do reino conservou o nome de Israel.
O reino de Israel teve 19 reis. Nenhum deles serviu ao Senhor. Pelo
contrário, todos cooperaram para que o povo e o reino se afastassem mais e
mais do Senhor. Deus levantou profetas para advertir as autoridades e o povo,
mas a impiedade imperava. Um dos primeiros profetas foi Elias, que travou
grande luta com Acabe e Jezabel. Elias foi sucedido por Eliseu. Outros profe-
tas desse período foram Amós, Jonas, Miqueias e Oseias. Amós profetizou
contra a idolatria, a corrupção e as injustiças sociais. Jonas foi enviado por
Deus a Nínive para anunciar o julgamento contra aquele povo; houve conver-
são e a cidade foi poupada. Miqueias denunciou os erros dos governantes de
Israel e de Judá e os falsos líderes religiosos. Oseias denunciou a prostituição
espiritual de Israel e o julgamento inevitável.
No ano 721 a.C., o rei da Assíria tomou Samaria e destruiu o reino de
Israel. Sua população foi levada cativa para várias cidades do império dos
medos. “O rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate
e de Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de
Israel; tomaram posse de Samaria e habitaram nas suas cidades” (2Rs 17.24).
Acabou-se o reino de Israel. E nunca mais se ouviu falar nessas dez tribos.
O reino de Judá durou um pouco mais. Ele teve 20 reis. Quase todos
andaram longe dos caminhos do Senhor. Apenas os reis Asa, Josafá, Joás (Jeoás),
Amazias, Azarias, Jotão, Ezequias e Josias foram fiéis ao Senhor.
A RESTAURAÇÃO DE JUDÁ
Os descendentes de Abraão deviam ser uma bênção para todas as
famílias da terra. Mas o reino de Israel tinha sido destruído, sua população foi
espalhada no meio de vários povos e as dez tribos desapareceram. E Judá esta-
va no exílio.
Mas Deus não mudou o seu plano. Ele continuou falando ao povo por
meio dos profetas. Jeremias foi um profeta que Deus usou para falar ao povo
no período que antecedeu ao cativeiro e também nos primeiros anos do exílio.
Logo após a queda de Jerusalém, ele foi levado para o Egito. Mas antes escre-
veu a famosa carta aos cativos da Babilônia (Jr 29).
Ezequiel foi outro profeta que Deus usou para falar ao seu povo no
cativeiro. Ele animou os exilados com a esperança da volta à sua pátria. En-
quanto isso, o profeta Daniel atuava no governo da Babilônia. Obadias pro-
fetizou contra Edom, que tinha atacado Judá no tempo da invasão babilônica.
Como Deus havia anunciado por meio dos profetas, Judá voltou do
cativeiro. O primeiro grupo voltou em 538 a.C., sob a liderança de Sesbazar e
Zorobabel (Ed 1.8–2.70). Em 536 a.C., eles iniciaram a reconstrução do tem-
plo de Jerusalém. A reconstrução de Jerusalém e do templo teve períodos de
euforia e de desânimo. Por isso, Deus levantou profetas para animar o povo a
completar a obra. Ageu e Zacarias foram os profetas que atuaram nesse perío-
do. Em 516 a.C., foi inaugurado o templo.
A história de Ester se passou nesse período. Ela se casou com o rei
Assuero, conhecido na história como Xerxes, que reinou nos anos 486-464 a.C.
Apêndice Nºº 1
CRONOLOGIA DO
ANTIGO TESTAMENTO
OBSERVAÇÕES:
1. Este apêndice tem como objetivo apresentar em ordem cronológica os livros e fatos
narrados no Antigo Testamento.
2. A maioria das datas são aproximadas; outras são apenas conjeturas. Na Antiguidade,
cada povo tinha o seu próprio calendário – não havia um calendário universal – e
isso dificulta muito o estabelecimento das datas dos eventos históricos.
3. A coincidência de período de reinado entre reis que se sucederam acontece porque
alguns reis colocaram seus filhos para reinar ao lado deles. Por exemplo: Uzias
começou a reinar no ano 791 a.C.; no ano 751 a.C., colocou seu filho, Jotão, ao seu
lado, como rei; no ano 744 a.C., Jotão colocou Acaz, seu filho, como rei ao seu lado.
Nesse período Judá tinha três reis: Uzias (avô), Jotão (pai) e Acaz (filho).
4. A duração do reinado também precisa ser entendida segundo os critérios da época.
O ano em que o rei assumia o trono era o primeiro ano de seu reinado, mesmo que ele
assumisse o trono no final do ano. Em consequência, um rei que assumisse o trono
faltando dois meses para o ano terminar e o deixasse oito meses depois de iniciado o
ano seguinte seria mencionado no Antigo Testamento como tendo reinado dois anos,
quando, na realidade, o reinado fora de apenas dez meses.
5. Todas as datas mencionadas seguem a ordem decrescente, tendo em vista que se
referem ao período antes de Cristo.
REINO DIVIDIDO
DATA EVENTOS DO REINO EVENTOS DO REINO REGISTRO
DE JUDÁ DE ISRAEL BÍBLICO
931-913 Reinado de Roboão. 1 Reis 11.42–
a.C. Seu reinado durou 17 14.31;
anos. 2 Crônicas 12
930-910 Reinado de Jeroboão 1 Reis 11.26–
a.C. I. Seu reinado durou 14.20
22 anos.
913-911 Reinado de Abias, filho 1 Reis 14.31–
a.C. e sucessor de Roboão. 15.8;
Seu reinado durou 2 Crônicas 13
apenas 3 anos.
911-870 Reinado de Asa, filho e 1 Reis 15.8-24;
a.C. sucessor de Abias. Seu 2 Crônicas 14–16
reinado durou 41 anos.
910-909 Reinado de Nadabe, 1 Reis 15.25-28
a.C. filho e sucessor de
Jeroboão I. Seu reinado
durou apenas 2 anos.
Ele foi morto por Baasa.
RESTAURAÇÃO DE JUDÁ
DATA EVENTO REGISTRO BÍBLICO
539 a.C. Queda da Babilônia. Ciro, rei persa,
domina a Babilônia.
538 a.C. Ciro autoriza os judeus a voltarem ao 2 Crônicas 36.22-23;
seu país. Mais de 40 mil voltaram a Jeru- Esdras 1–2
salém, sob a liderança de Zorobabel e
Sesbazar, príncipe de Judá.
537 a.C. Inicia-se a reconstrução do templo de Esdras 3-5; Ageu 1–2;
Jerusalém. Algum tempo depois a Zacarias 1–14
reconstrução para por pressão dos ini-
migos e descaso do povo.
Foi nesse período que os profetas Ageu
e Zacarias exerceram seu ministério.
520 a.C. Reinicia-se a reconstrução do templo. Esdras 6.1-13
516 a.C. Conclui-se a reconstrução do templo Esdras 6.14-22
no dia 10 de março.
483 a.C. Ester se casa com Assuero, conhecido Ester 1–3
na história como Xerxes I.
479 a.C. Ester livra seu povo de ser massacrado. Ester 4–10
458 a.C. Esdras vai a Jerusalém ensinar ao povo a lei Esdras 7–10;
de Deus. Salmos 1–150
Esdras prepara o livro de Salmos para ser o
hinário do templo. Provavelmente ele
escreveu o Salmo 1 para ser o cântico
introdutório do hinário. Os demais salmos
foram apenas compilados por ele.
Apêndice Nºº 2
CRONOLOGIA DO
NOVO TESTAMENTO
OBSERVAÇÕES:
1. Este apêndice tem como objetivo apresentar em ordem cronológica os livros e fatos
narrados no Novo Testamento.
2. A maioria das datas são aproximadas; outras são apenas conjecturas.
3. A maior dificuldade encontrada quando se tenta descobrir a data dos acontecimentos
narrados no Novo Testamento está na multiplicidade de calendários usados naquela
época. Cada povo tinha o seu próprio calendário. Os romanos haviam instituído o
Calendário Juliano, no ano 46 a.C. Mas cada povo continuava usando o seu próprio
calendário. Com o triunfo do Cristianismo, aos poucos surgiram e foram crescendo
pressões para a adoção de um calendário cristão. Dionysios Exiguus, um frade, fez
uma grande campanha nesse sentido, afirmando ser um absurdo os cristãos usarem
um calendário pagão. A partir de 533, os anos passaram a ser contados tomando
como ponto de partida o nascimento de Jesus. O calendário passou a ser misto: dias,
semanas e meses seguiam o Calendário Juliano; mas os anos eram contados a partir do
nascimento de Cristo. Contudo, ao estabelecer o ano do nascimento de Jesus,
cometeu-se um erro que pode ter sido de 4 a 8 anos. Ou seja: o nascimento de Jesus
deve ter ocorrido de 4 a 8 anos antes da data estabelecida no calendário. Sabe-se que
Herodes, o Grande, morreu no ano 4 a.C. E quando Jesus nasceu ele ainda estava vivo.
4. O calendário que usamos atualmente chama-se Calendário Gregoriano. Ele foi
instituído pelo papa Gregório XIII, mediante bula pontifícia datada de 24 de fevereiro
de 1582; mas só entrou em vigor no dia 15 de outubro daquele ano, quando o
calendário foi adiantado 10 dias: 5 de outubro de 1582 passou a ser 15 de outubro
de 1582. Por isso, as datas de hoje têm uma diferença de 10 dias em relação às datas
anteriores a 15 de outubro de 1582.
5. Embora as datas desta cronologia não sejam precisas, ela é muito útil para nos dar a
sequência dos livros do Novo Testamento, bem como dos principais fatos ali narrados.
PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO
DATA EVENTOS HISTÓRICOS
333 a.C. Alexandre, o Grande, inicia sua escalada de conquista de vários
países.
323 a.C. Morte de Alexandre, o Grande. Seu reino foi dividido entre seus
quatro generais: Sóter, Filadelfo, Evérgetes e Filópater.
Sóter, conhecido na história como Ptolomeu I, apodera-se do Egito,
assumindo o título de rei daquele país.
9
PROFETA, SACERDOTE E REI
“É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de
Deus e também intercede por nós.”
Romanos 8.34
10
A VINDA DO ESPÍRITO SANTO
“Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido,
e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará porque há
de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.”
João 16.13-14
A obra de Jesus por nós é completa, mas ela não alcança o seu
objetivo de salvação sem a obra do Espírito Santo em nós. Pois é o Espírito
que aplica em nós a obra redentora de Cristo. Ele atua no coração dos
pecadores e os leva a receber Jesus como Salvador e Senhor. Atua, tam-
bém, na vida daqueles que foram salvos, levando-os a crescer na graça e
no conhecimento de Jesus Cristo.
VOCAÇÃO EFICAZ
O Espírito Santo usa a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, para chamar
o pecador a fim de receber a salvação. Tiago escreveu que o Pai, “segundo o
seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como
que primícias das suas criaturas” (Tg 1.18). A palavra da verdade é, sem dúvi-
da, a Palavra de Deus. E em 1 Pedro 1.23,25 está escrito: “pois fostes regene-
rados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de
Deus, a qual vive e é permanente. [...] Ora, esta é a palavra que vos foi
evangelizada”. Somos feitos novas criaturas mediante a Palavra de Deus, a
palavra que nos foi evangelizada. A Palavra de Deus pode chegar ao pecador
por diferentes meios: pela pregação, pela leitura da Bíblia Sagrada, de um livro
ou até de um folheto, de um hino ou outros meios.
Qualquer que seja o meio usado pelo Espírito Santo para aplicar em nós
a obra redentora de Jesus Cristo, a Palavra de Deus é o instrumento que ele usa
para nos chamar para a salvação. “E, assim, a fé vem pela pregação, e a prega-
ção, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17). Mas a simples pregação do evange-
lho, sem a atuação do Espírito, é insuficiente para levar o pecador a Jesus
Cristo. A Bíblia traz vários registros de pregação seguida de rejeição. Paulo fez
uma veemente pregação em Antioquia, mas muitos rejeitaram a Palavra de
Deus (At 13.16-46). E isso se repetiu em vários lugares.
A Palavra de Deus só se torna eficaz para a nossa salvação quando o
Espírito Santo atua por meio dela. Foi o que aconteceu com Lídia. Paulo pre-
gava; ela e outras mulheres ouviam; e Deus, pelo Espírito Santo, abriu o
coração dela “para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16.14). Os teólogos
O Espírito Santo aplica em nós a obra redentora de Jesus Cristo. Ele usa a
Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, para chamar o pecador a fim de rece-
ber a salvação; e opera em nós a vocação eficaz, a regeneração, a conversão e a
santificação. Mas isso não é suficiente para definir todo o processo de salvação.
O apóstolo Paulo declara que “se alguém está em Cristo, é nova criatura;
as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17). O Espírito
Santo abriu o coração do pecador, e ele deu ouvido à Palavra de Deus. O Espí-
rito implantou nele a semente da nova vida, ele se arrependeu de seus pecados,
creu em Jesus Cristo, recebendo-o como Salvador e Senhor, e iniciou a cami-
nhada da santificação, que vai construir o seu caráter cristão. Mas... e os peca-
dos do passado? E a segurança de que o processo de salvação chegará ao fim?
A JUSTIFICAÇÃO
Quando o pecador recebe Jesus Cristo como Salvador, ele é justificado
diante de Deus, mediante a obra redentora de Cristo. “A justificação é um ato
judicial de Deus, no qual ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que
todas as reivindicações da lei são satisfeitas com vistas ao pecador.”82 Isso
significa que todos os seus pecados – do passado, do presente e do futuro – são
perdoados, ele é restaurado como filho de Deus e passa a ter direito à herança
da vida eterna. O apóstolo Paulo ensinou: “Nenhuma condenação há para os
que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Essa justificação, embora operada fora
do homem, isto é, no tribunal de Deus, se faz sentir também no interior do
homem. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus” (Rm 5.1).
A justificação, contudo, não impede o homem de continuar pecando.
Todo ser humano é pecador. Nasce em pecado, pecou no passado, peca no
presente e continuará pecando até o momento de sua morte. O apóstolo João,
escrevendo a crentes, afirmou: “Se dissermos que não temos pecado nenhum,
a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. [...] Se dissermos
que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está
em nós” (1Jo 1.8,10). E o apóstolo Paulo declarou: “Não faço o bem que prefiro,
13
SALVAÇÃO: PARA TODOS
OU
SÓ PARA OS ELEITOS?
“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou
para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele
seja o primogênito entre muitos irmãos.”
Romanos 8.29
A igreja de Cristo é invisível, não pode ser discernida pelos olhos físi-
cos porque é essencialmente espiritual. O seu rol de membros é o livro da
vida (Lc 10.20; Ap 20.15; 21.27). Mas a igreja de Cristo tem, também, um lado
visível, que são as comunidades de crentes, as igrejas locais, organizadas e
compostas dos servos de Jesus Cristo. “Justamente como a alma humana se
adapta a um corpo e se expressa por meio do corpo, assim a igreja invisível,
que consiste não de almas, mas de seres humanos que têm alma e corpo, as-
sume necessariamente forma visível numa organização externa, por meio da
qual se expressa.”96
A igreja visível foi fundada pelos apóstolos e se ramificou em vários gru-
pos. Um desses grupos é denominado Protestantismo Reformado ou Presbiterianismo.
A IGREJA PRIMITIVA
16
O PRESBITERIANISMO NO BRASIL
“Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas
e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,
até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à
perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo.”
Efésios 4.11-13
O SISTEMA DOUTRINÁRIO
17
O BATISMO CRISTÃO
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo:
Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas
que vos tenho ordenado.”
Mateus 28.18-20
O batismo foi instituído por Jesus Cristo após a sua ressurreição. Ele orde-
nou aos discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
A pessoa que recebeu Jesus como Salvador e Senhor está salva, quer
tenha sido batizada ou não. Quem salva é Jesus e não o batismo. Mas quem
recebe Jesus deve também receber o batismo. Jesus e os apóstolos falaram do
batismo como uma obrigação e não como uma opção. A nossa Confissão de
Fé afirma que é “grande pecado desprezar ou negligenciar essa ordenança”.
A experiência tem mostrado que, assim como o sedento anseia pela
água, o verdadeiro convertido anseia pelo batismo.
Deus faz tudo perfeito. Quando ele fez o plano para a nossa salvação,
incluiu uma organização para nos arrebanhar. Na antiga aliança, essa organiza-
ção era a congregação de Israel, formada pela nação israelita. Na nova aliança,
é a igreja, formada pelos servos de Jesus Cristo.
A essa altura surge uma pergunta: E as crianças?. Elas herdaram a
culpa de Adão e já nasceram pecadoras. E ainda não dispõem de maturidade
psíquica e emocional para entender o evangelho e receber Jesus como Salva-
dor e Senhor. Qual é a situação espiritual das crianças?
A Bíblia Sagrada mostra que as crianças são herdeiras espirituais de seus
pais. Quando os pais se rebelam contra Deus, as crianças também sofrem as
consequências. Mas, quando os pais são fiéis, elas também são beneficiadas.
As crianças, filhas de crentes, são herdeiras espirituais de seus pais. Per-
tencem ao Senhor. Por isso têm direito de receber o batismo e pertencer à igreja.
As crianças que morrem na infância, sendo eleitas, são salvas, indepen-
dente da situação espiritual de seus pais. Elas são regeneradas e salvas por
Cristo, “mediante o Espírito que opera quando, onde e como quer”.105
O BATISMO E A CIRCUNCISÃO
O apóstolo Paulo mostra que o batismo equivale à circuncisão.
Ele escreveu: “Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de
mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é circuncisão de Cristo;
tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente
fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre
os mortos” (Cl 2.11-12).
Na antiga aliança as crianças eram circuncidadas. Quando Deus estabe-
leceu a aliança com Abraão, ele instituiu a circuncisão como sinal e selo do
pacto. “Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descen-
dência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis
21
A IDENTIDADE DO VERDADEIRO
CRISTÃO
“Então, [Jesus] convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes:
Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á;
e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á.”
Marcos 8.34-35
O INTELECTO
A fé cristã é convicção baseada em fatos reais. Não é salto no escuro.
Tem bases sólidas. Quando os saduceus tentaram contestar a ressurreição
dos mortos, Jesus lhes respondeu: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem
o poder de Deus” (Mt 22.29). Em outra ocasião, Jesus desafiou os judeus,