Com a ajuda dos Céus - ‫בס''ד‬

Shiur 02
Os Mandamentos Noachides: História, significado e modo de vida.

VISÃO HISTÓRICA

Como dissemos o código da Lei Divina que nós conhecemos como as Sete
Leis de Noach estão com a humanidade desde a criação do primeiro homem,
Adam. Mesmo após os povos abandonarem sua ligação com a Sagrada Tradição,
eles conservaram muitos aspectos da herança das Leis de Noach. Estes foram
os aspectos que incluem certa noção de bondade e justiça, além de costumes
desenvolvidos pela inspiração da Lei. Assim, mesmo que descontextualizados, a
Tradição destas Leis ainda podem ser identificadas em muitas culturas antigas;
o que indica sua preservação parcial, e facilita sua restauração completa.

O papel do homem na Criação e a lição

da sua existência com seu propósito. [1] Esta autonomia humana
pode tanto elevar como também, arruinar o
1 Os sábios reconhecem que o homem é a homem. Ele deve ter consciência de sua situação
coroa da criação de D’us. No entanto, notam que e de sua responsabilidade como “ser consciente”;
o livro de Bereshit (Gênesis) registra sua criação e deve procurar de adequar à Justiça e bondade
por último. Isto não foi ocasional, antes... A inspirada pelos Mandamentos, para que possa
razão de D’us haver registrado em sua Torá que fazer valer sua existência.
criou o homem por último dentre todas as suas
criações, foi fazer isto servir de lição perpétua, 2 No momento em que D’us responsabilizou
simbolizando a escolha do homem no mundo - o homem como está escrito: “E o ETERNO D’us
Quando ele cumpre a vontade de D’us, o homem ordenou ao homem, dizendo: De toda árvore
se senta no topo de tudo o que foi criado antes dele do jardim podes comer. Mas da árvore do
– e ele é verdadeiramente considerado a coroa da conhecimento do bem e do mal não comerás,
criação - mas quando ele cai em desobediência pois no dia em que dela comeres morrerás!”
contra D’us, ele passa a ser considerado o último (Bereshit/ Gen 2:16, 17) – aprendemos que neste
e menos importante de todas as criaturas. Os único Mandamento estão contidas as fontes dos
sábios acrescentam que sua importância diminui Sete Mandamentos de Noach. [2] Isto é, neste
a tal ponto, que sua existência se torna menos único Mandamento, à luz da sua exegese; temos
importante que a de um verme, um ser que a indicação dos sete Mandamentos que foram
consome durante toda sua existência, mas nunca outorgados Oralmente a Adam, quando ele foi
elimina o que consumiu; sendo em relação ao exilado do Éden.
ser humano, o símbolo do cúmulo da arrogância
– Este rigor é demonstração de que, mesmo 3 E mais, Adam foi responsabilizado por
este verme, apenas segue a vontade de D’us ensinar estas leis às futuras gerações. O versículo
registrada em seu ser – e como apenas o homem estabelece que D’us ordenou à Adam, “dizendo”.
tem a opção de transgredi-la, se decide fazer isso Apesar desta palavra “dizendo” parecer supérflua
por livre e espontânea vontade, desviando-se dos no texto hebreu, é um princípio da Torá que
propósitos de D’us, acaba sendo superado por um não existem nela, palavras supérfluas; porque
verme que existe pela vontade de D’us, de acordo tudo o que foi revelado por D’us, tem algo a
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Os Mandamentos Noachides: História, significado
e modo de vida.
nos ensinar. O fato é que a Torá é reflexo da
Sabedoria Divina não da criatividade humana.
Neste caso, a palavra “dizendo” indica que D’us
não somente pronunciou o Mandamento para
Adam, mas que ELE teve a intenção de que Adam
fizesse o mesmo para seus descendentes. É um
princípio de análise das Escrituras; que quando
um versículo declara, “E o ETERNO falou à...
(alguém) dizendo” isto quer dizer que D’us
ensinou algo a... (alguém), esperando dele que
ensinasse o que aprendeu aos demais. [3] Como
no caso dos Sete Mandamentos, D’us ordenou
que seu conhecimento fosse transmitido a toda
humanidade.
4 Adam ensinou seus filhos sobre as Sete
Leis: Não adorar ídolos - Não amaldiçoar à
D’us Não matar - Não roubar - Não se envolver
em imoralidade sexual - Não comer o membro
de um animal vivo e estabelecer tribunais de
justiça. A proibição contra “idolatria” (Hebraico
Avodá Zará/ Culto Estranho) trata da proibição
de atribuir “poder de fazer bem ou mal” a
qualquer ser ou coisa que não D’us. E sobre não
amaldiçoar à D’us; é óbvio, e intenções benéficas
da parte de D’us são registradas nas Escrituras
para que possamos compreender isso, como no
caso do relato da criação da mulher, quando foi
declarado, “não é bom que o homem esteja só, far-
lhe-ei uma companheira” e etc. Portanto, dizer
ou pensar o contrário (que D’us age de modo a
prejudicar o homem) seria uma blasfêmia. Sobre
não matar, é interessante notar que D’us proibiu
Adam até mesmo de caçar animais, mesmo que
para consumo; para que ele exercitasse para
si mesmo este preceito. Porém ele poderia se
alimentar da carne de um animal que houvesse
sido morto sem sua participação. Ao lhe revelar
sobre a proibição contra roubo, D’us lhe ensinou
sobre o direito à propriedade; com relação ao
consumo das frutas, e a proibição do consumo de
uma das árvores do Jardim. Sobre a imoralidade
sexual; D’us lhe revelou sobre a proibição de
relacionar-se com animais de outras espécies
que não a sua; quando então D’us lhe fez uma
companheira. E assim, o conhecimento de Adam
foi desenvolvido e elaborado, e representava
a justiça que deveria ser mantida entre seus
descendentes.
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5 E assim a humanidade se desenvolveu.
Herdando de Adam os valores sobre D’us e sobre
sua missão neste mundo. A humanidade recebeu
estes valores como Tradição familiar, que a
principio os analisavam e procuravam observar.
6 A prova clara de que os descendentes de
Adam conheciam estas leis e eram responsáveis
por observá-las perante o Pai e Juiz Divino;
foi que 1656 anos depois ELE trouxe o grande
Dilúvio como uma punição sobre a falha da
humanidade em observar estes Mandamentos.
Portanto o Dilúvio não foi um Juízo arbitrário de
D’us sobre os homens; mas uma cobrança após
lhes dar bastante tempo para que voltassem
a si e se arrependessem dos maus atos que
praticavam, quando decidiram desviar da justiça
e propagar a corrupção e o caos - “E D’us viu
a terra, e eis que estava corrompida, pois toda
criatura havia corrompido o seu caminho sobre
a terra” (Bereshit/ Gen 6:12).
7 O comentário clássico das Escrituras
por Rashi - (Rabi Shelomo filho de Rabi Itzhak
(4800-4865 da Criação - 1040-1105 E.C.);
um dos maiores comentaristas da Torá e do
Talmud. Viveu na França.) [4] - ensina que o
termo hebraico usado no texto para referir-se
à corrupção refere-se a imoralidade sexual e
idolatria. Imoralidade Sexual e Idolatria; são
2 pecados considerados “individuais” isto é, a
pessoa que erra e os pratica, acha que com isso não
está prejudicando a ninguém além de si mesma;
e em nome do prazer que deriva da violação
assume por sua conta e risco as consequências
do pecado. O Dilúvio mostrou que tais pecados
afetam não só a pessoa, mas tudo ao seu redor; e
espalham a corrupção e a maldade sobre a Terra,
incentivando também a violação das outras Leis
básicas pelas quais existe a humanidade. Sendo
assim, pela Idolatria e Perversão sexual, aquela
geração atentou contra a própria existência,
e foi passível de pena capital pelas mãos dos
Céus – pois que - D’us exerceu juízo, quando
não mais haviam tribunais de justiça para punir
criminosos.
8 E o versículo imediatamente posterior a
este declara: “Então D’us disse a Noé: ‘O fim de
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toda criatura se apresentou perante Mim, porque detinha grande poder espiritual, podendo não
se encheu a terra de roubo por causa deles, e por apenas se comunicar com D’us, mas conhecer
isso os farei perecer juntamente com a terra’” os decretos divinos, como no caso de quando
(Bereshit/ Gen 6:13). revelou a Canaan sobre qual era o decreto de
D’us pelo pecado que ele cometeu em parceria
9 Rashi comenta que a frase “a terra se com seu pai Ham.
encheu de perversidade” neste verso, refere-
se diretamente ao roubo {Daí a tradução da 11 E, portanto, com um novo mundo, um
Bíblia Hebraica, já apresentar a interpretação de novo começo constituído em santidade, D’us
Rashi}. Vimos então que da perversão sexual e reafirmou os sete mandamentos originais
da idolatria nasceu – por assim dizer - o roubo. que ELE havia ensinado à Adam. Portanto os
Portanto, por causa da imoralidade sexual, Mandamentos não são “de Noach” no sentido
idolatria e roubo (três dos Sete Mandamentos de que ele foi o legislador, mas no sentido de
que Adam era responsável por ensinar aos seus que ele ficou responsável pela sua transmissão e
filhos, e estes de observar), o Criador de tudo continuidade.
destruiu a todos; exceto um remanescente,
que incluía Noach, sua esposa, seus três filhos 12 D’us abençoou Noach e seus filhos, e as
e as esposas deles. Vimos que o juízo de D’us esposas; e prometeu que ELE não mais destruiria
sobre todos prova sua imparcialidade entre os o mundo como havia feito; selando a promessa
homens - “todos” os homens são membros da para sempre, instituindo uma Aliança com
Sua Aliança, independente de reconhecerem Noach como Patriarca da humanidade, como
isto ou não. Por isso as Leis de Noach, em certo expresso nestes versículos: “E D’us disse a Noé
sentido, são como as leis da natureza; isto é, estão e a seus filhos com ele, dizendo, “E EU, eis que
instituídas e cumprem-se; não importando se a estabeleço a Minha aliança convosco e com vossa
pessoa ‘crê’ nelas ou não. Outro fator digno de descendência, depois de vós. E com toda alma
nota, é que o Talmud declara que outras pessoas viva que está convosco, com a ave, com o animal
sobreviveram ao Dilúvio; ao se arrependerem e com todo animal selvagem da terra convosco,
no último instante; e também pelo mérito da todos os que saíram da arca, todo animal da
bondade de Noach. Assim, quando dizemos que terra. “E estabelecerei a Minha aliança convosco,
Noach era um remanescente, estamos falando e não mais será destruída nenhuma criatura
da sua característica que detentor da Sabedoria nas águas do dilúvio, e não mais haverá dilúvio
de vinha desde Adam, sobre D’us e Sua Aliança. para destruir a terra” (Bereshit/ Gen 9: 8,11) “E
Assim, Noach era mesmo o único da geração pós D’us disse, Este é o sinal da aliança que EU faço
Dilúvio que detinha tais conhecimentos, e por isso entre Mim e vós, e entre toda alma viúva que
a Escrituras ignoram os demais sobreviventes, esteja convosco, para perpétuas gerações: o Meu
irrelevantes neste objetivo. arcoíris pus na nuvem e será por sinal de aliança
entre Mim e a terra.” (Bereshit/ Gen 9:12, 13).
10 Quando as águas do dilúvio baixaram,
e a terra fora purificada da sua mancha; a 13 O sinal deste Pacto Universal é o Arco-
humanidade não mais teria Adam, como seu Íris, o qual serviria como símbolo permanente da
Patriarca. Agora, a humanidade tinha um novo divina benevolência. Esta foi a primeira vez que
Patriarca, Noach {Noé}. Devido a isso as Leis um arco-íris fora visto no mundo, embora tenha
Universais passaram a ser chamadas “Leis de sido criado e preparado para este momento
Noach”. E diferente de Adam que falhou em no crepúsculo do sexto dia da criação; entre o
obedecer a vontade de D’us, Noach foi “um tempo em que Adam transgrediu o Mandamento
homem justo, íntegro em sua geração, e Noach de D’us, e o Shabat; quando D’us cessou de tudo
andava com D’us” (Bereshit/ Gen 6:9). Noach o que ELE havia feito. [5] O arco-íris com suas
era diferenciado tanto pelo seu conhecimento da Sete cores refletem a beleza e santidade dos
tradição de Adam, como pela sua prática da Lei Sete Mandamentos dos filhos de Noach. Como
Divina sob quaisquer circunstâncias. Por isso ele o Arco íris jamais havia sido visto antes deste
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Os Mandamentos Noachides: História, significado
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evento, aprendemos que a própria atmosfera que
proporciona o fenômeno foi renovada. Então
o mundo pré-dilúvio e pós-dilúvio são muito
diferentes entre si; tanto em sua característica
espiritual como física.
14 Quando D’us criou Adam e o colocou
no jardim do Éden, este foi o primeiro local
no qual a Divina Presença habitou. Quando
D’us manifesta sua presença num local, para
este local flui sua Kedushá (santidade). Este
fenômeno é reconhecível por certos fenômenos
físicos específicos, e deve pode ocorrer apenas
num local consagrado; sem risco de contato
com uma força espiritual intitulada Tuma (força
espiritual mórbida). Para que isto aconteça em
nosso mundo, é preciso preparar um local na
Terra para tal fenômeno. D’us então escolheu
os locais onde os Patriarcas O buscaram para
ali manifestar Sua presença desta forma, para
sempre. Este é o local onde esteve o Templo de
Jerusalém. Quando ocorre uma Manifestação da
Presença de D’us temos nisso a prova empírica
da sua Existência Absoluta.
15 Mas quando Adam transgrediu os
Mandamentos de D’us, a Divina Presença recuou
sua influência manifesta e deixou a Terra, rumo ao
que chamaremos metaforicamente de Primeiro
Céu. [6] Esta alegoria dos céus refere-se às Sefirot
que são os filtros espirituais da Emanação Direta
de D’us sobre o mundo. Então, com o pecado
de Cain contra Hevel (Abel), a Divina Presença
recuou do primeiro para o Segundo Céu. Pois
ambos eram os detentores do conhecimento
de Adam, sobre a Aliança Universal, e como
representantes; o acontecimento foi gravíssimo.
Então, Enosh (Enoque) um dos grandes sábios
de sua geração, evocou ídolos, e a Divina
Presença recuou do segundo ao Terceiro Céu.
Pois apesar de ser justo e sábio, não foi firme
em seus pensamentos e deixou-se enganar pela
idolatria e assim acabou recebendo a punição
pelas Mãos dos Céus; sendo tirado deste mundo
na metade de seus dias. E a Divina Presença
afastou-se do terceiro ao Quarto Céu, por causa
da geração do dilúvio. Para os quais D’us havia
outorgado ciência e conhecimento diversos,
para que vivessem uma vida confortável e feliz,
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possibilitando maior dedicação ao estudo da Lei
de D’us, e eles usaram estes dons para propagar
a corrupção e a maldade. Compreendemos por
intermédio deles, que o dom que D’us deseja dar
a humanidade é o do conhecimento, da ciência;
mas isto será limitado até que o homem aprenda
a observar seus deveres para com D’us. Apesar de
Noach ter sido justo o bastante para ser poupado
da destruição, e até instituído segundo Patriarca
da humanidade - apesar de seus esforços -
ele falhou em tentar conseguir a verdadeira
retificação do pecado de Adam, algo que seria
necessário para trazer a Divina Presença de volta
à Terra.
16 Um dos primeiros atos de Noach
realizados após a saída da Arca foi o plantio de
um vinhedo. (Bereshit/ Gen 9:20, 21). A maioria
dos comentaristas faz muitas críticas a este ato.
Além do mais, a humanidade tinha acabado
de ser destruída. Plantar um vinhedo, para
que com suas crescidas uvas se fizesse vinho,
parece completamente inapropriado sob tais
circunstâncias. Mas existem aqueles que dizem
que Noach estava na verdade, tentando retificar
o pecado de Adam. Este seria o sentido do texto
ao declarar que Noach se tornou “um homem da
Terra” isto é, à semelhança de Adam o primeiro,
ele passou a cultivar a Terra, procurando retificar
o pecado de Adam através disto.
17 O Talmud declara que, numa opinião;
o fruto da árvore do conhecimento do bem edo
mal era o fruto da videira. [7] Neste sentido, o
que Adam teria feito foi beber vinho de forma
profana. Seria a intençãode D’us que Adam
esperasse até o Shabat, o qual estava pra vir
em algumas horas, e então o fruto daquela
árvore, a uva, poderia ser usado para santificar
o Shabat e servir dete temunho para o fato de
que D’us criou o mundo em seis dias e cessou no
sétimo. [8] É argumentado que Noach conhecia
o profundo significado da transgressão de
Adam, e por plantar uma vinha e usar o vinho
para propósitos sagrados, ele poderia conseguir
acompleta retificação do pecado de Adam. Pois
a profanação foi cometida utilizando recursos
divinos para auto-satisfação, quando então
ele distorceu o propósito da criação. Todos os
recursos que D’us disponibilizou neste mundo,
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e modo de vida.

os quais nos mantêm vivos, tem oobjetivo de da sexualidade, como vemos no Relato de Judá
nos proporcionar capacidade para beneficiar e Tamar.
ao mundo, e guiá-lo rumo aoprogresso, e não
para satisfazer nossos devaneios. Assim, Adam; 19 Shem e Iafet respeitosamente cobriram
na qualidade dePatriarca da Humanidade, não seu pai com uma vestimenta, mas o dano jáhavia
pensou em seus descendentes quando resolveu sido feito. Noach despertou (ele havia desmaiado
violar aLei de D’us, e esta atitude desumana de dor), amaldiço ou Canaan e sua descendência.
selou seu julgamento. Isto é, Canaan havia desprezado o dever da
moralidade, inspirado pelo seu pai Ham que já
18 Mas Noach falhou. Apesar de compreender havia violado a ordem de Noach sobre não ter
que seria por meio da mesma fruta, queele relações sexuais dentro daArca em respeito aos
poderia retificar o mal de Adam; ele não conhecia que estavam sendo punidos por D’us durante
o poder embriagante da uvafermentada; e o dilúvio. E havendo “herdado” e conservado
imaginava que Adam teria pecado apenas por este mau exemplo, cometeu tamanha violação
“tomar” do fruto da árvoresem abençoar à D’us, da Lei de D’us porlivre e espontânea vontade.
sem necessariamente se embriagar. Embriagado, Sendo assim, Noach viu que caso tal forma de
completamentefora de sua sã consciência, ele se pensamento fossepassada adiante, provocaria
despiu, imaginando em seu delírio que seria “o nova destruição sobre o mundo. Então ele
novoAdam” sobre a Terra. Ao embriagar-se, foi amaldiçoou todos os descendentes de Canaan
descoberto nu por seu filho mais novo, Ham. que imitassem tais práticas; isto é, ele revelou à
Ham tinha tendências morais pervertidas, pois Canaan qual seria o Decreto do Tribunal Celeste,
que conservara memórias dos atos perversosda enviado sobre quaisquer de seus descendentes
geração do dilúvio que conheceu. Ele alimentou que praticassem seus crimes. E a punição divina
idéias de perversidade naquelemomento, e para perversão sexual e a violência, seria a mais
chamou seu filho Canaan, e juntos profanaram horrenda escravidão. (Bereshit/ Gen 9:23, 27).
Noach abusando dele. E comose não bastasse,
depois tentou ocultar o caso chamando a seus 20 Os Sete Mandamentos dos Filhos de
irmãos, Shem e Iafet; paraver situação de seu Noach permaneceram, como antes do dilúvio,
pai, e usar a desculpa da sua embriagues e mas foram conservados por poucos, como
nudez para encobrir o erroque cometeu. Rashi os notáveis Shem e seu neto Éver, os quais
esclarece neste verso (Bereshit/ Gen 9:22) que estabeleceram Centros de Estudo no propósito
Ham e Canaan, oucastraram Noach numa briga, de promover maior entendimento e incentivar a
ou Canaan teve relações homossexuais com ele, observância das Leis Noachides. [9] E foi nestes
ou ambos.A Incerteza neste caso diz respeito Centros de Estudo que a Tradição foi preservada
ao fato de que a maldição de Noach se estendia apesar da maioria não o frequentar. E foi nele
porvárias gerações sobre os que imitassem que Avraham, Itzhak e Iáacov posteriormente
as práticas de Canaan filho de Ham; embora estudaram.
opróprio Ham tenha sido punido por D’us pouco
tempo depois. Então o que não se sabe ése D’us 21 Veio a geração da Torre de Babel. Que
o sentenciou à morte pela relação homossexual foi elaborada como um sinal de rebeliãocontra
ou por haver castrado seu pai, oupor ambos. D’us, liderada por Nimrod. Esta foi uma geração
Embora, no Pacto do Sinai tenha sido revelado de brilhantes cientistas. Porintermédio de
que a relação homossexualé um crime capital, Noach D’us havia revelado grande soma de
tanto quanto ferir os pais. Mas se sabe que conhecimentos que foram usadospara construir
ambos aconteceram, eeste é o motivo de Noach a civilização da época.
não ter tido mais filhos depois do Dilúvio.Do
mesmo modo, este terrível acontecimento foi 22 Eles não apenas aprenderam a dominar
o motivo dos Filhos de Noach que viviamem quaisquer das forças naturais, mas eles
Canaan na época dos Patriarcas terem adotado concluíram por suas teorias científicas que
severas penalidades sobre crimes deprofanação a Terra não tinha Mestre, ou; se houvesse
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um Mestre, Ele lhes seria co-igual, e eles divinas, que agiram na criação e na preservação
construiriam uma torre até os céus para desafiar a do Mundo; conforme estuda aciência da Cabalá.
autoridade de D’us. Os homens da torre de Bavel Porém sua sonoridade é exclusiva, e dela foram
adquiriram muitos conhecimentos que foram derivadas todas as expressões das demais
posteriormente destruídos, isto é; seus registros línguas. Assim, todos os idiomas possuem em si
foram destruídos; quando D’us interferiu na sua mesmos, ramificações de outras línguas; exceto
compreensão mútua. Eles conseguiram adaptar o idioma Hebraico que é o mais antigo idioma.
suas cidades e construções de forma tal que Tanto que Avraham foi distinguido de seus
nenhuma de suas cidades era afetada, seja pelo contemporâneos por ainda falar o Ivrit, o idioma
frio pelo calor, pelas chuvas ou por quaisquer de Éver filho de Shem, neto de Noach, que
outros fenômenos naturais. Suas plantações falavam o hebraico recebido de Adam. Assim,
eram muito proveitosas e eles faziam muitos as nações que se afastaram da Tradição, após
experimentos botânicos. a Torre; criaram seu próprio dialeto, de acordo
com sua própria compreensão; e se afastaram
23 Eles concluíram por intermédio de suas ainda mais do antigo, o hebraico.
pesquisas, que desde que o dilúvio aconteceu no
ano de 1656 após a criação, isto ensinaria sobre a 27 Mas agora, a humanidade havia perdido
existência de um ciclo 1656 anos. Assim quando o mérito, e passaram a se comunicar em setenta
o ciclo fosse concluído, os céus se abalariam, os diferentes tipos de variações sonoras, que são
abismos seriam abertos novamente e as chuvas as Setenta Línguas das Nações Primordiais. A
viriam destruir a Terra. [10] humanidade perdeu o mérito de conhecer os
mistérios da Criação. Assim foi importante tirar-
24 E as Escrituras Sagradas ensinam, “E lhes o conhecimento do idioma hebreu, para que
desceu o ETERNO” para ver a cidade e atorre não explorassem seu sentido de acordo com a
que edificaram os filhos dos homens...” [Bereshit Tradição. Depois que abandonaram a Sagrada
11:5]. Isto aconteceu já do Quinto Céu. Devido a Tradição os homens tentaram compreender o
este ocultamento da Divina Presença, os homens significado das letras hebraicas, mas não mais
da Torre não perceberam a intervenção de D’us puderam resgatar o conhecimento sem os judeus
ao confundir a compreensão uns dos outros; e e assim este conhecimento ficou apenas com
assim eles não atribuíram à D’us o fenômeno, Israel. A este conhecimento intitula-se “Máasse
embora não pudessem explicá-lo. Dos povos que Bereshit”.
dali derivaram, muitos apagaram a história deste
acontecimento por este mesmo motivo. 28 Durante este tempo, o rei Nimrod
levantou-se manifestando uma perversidade
25 D’us tomou medidas para deter seus virtualmente, sem precedentes. Ele proclamou-
filhos desviados e por confundir suas línguas se “deus” de toda a Terra e ordenou que todos
os espalhou por toda a Terra. [Bereshit 11:4] O o adorassem como deidade. Aqueles que se
afastamento das nações visava tambémdiminuir rebelaram contra isso, foram mortos. [12]
a influência de Nimrod sobre elas, uma vez que Nimrod foi o primeiro a se valer da noção de
pensando por si mesmos; sem aforte influência “homem-divino” perante os povos. Mais tarde
de Nimrod os povos poderiam exteriorizar sua seu comportamento inspirou a outros.
verdadeira natureza, comoaconteceu no decorrer
da história humana. 29 Nimrod foi chamado de “um poderoso
caçador diante do ETERNO” (Bereshit 10:9).
26 Originalmente toda a humanidade falava RASHI comenta que a frase, “poderoso caçador”
uma única língua, a Língua das Escrituras refere-se à habilidade que Nimrod tinha em
Sagradas, o Hebraico, as vinte e duas letras do convencer as mentes das pessoas, por sua
alfabeto hebreu (Álef-Beit) que são os próprios palavra; e desviá-las à seus propósitos insanos
instrumentos da criação do mundo. [11] As contra D’us e a Tradição. Nimrod procurava
letras hebraicas são representações de forças se aproximar das pessoas simples, e repartir
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e modo de vida.
com elas seus preconceitos, revestindo suas
perversas idéias com tons de justiça everdade.
Houve muitos que usaram dos mesmos artifícios
durante a história da humanidade.
30 E a frase do versículo - “diante do
ETERNO” - revela que ele intencionalmente
provocava à D’us, mesmo havendo recebido a
tradição sobre a verdade da Sua Existência. Ele
via a Sagrada Tradição como uma ameaça a seu
domínio. Nimrod, diferente de qualquer homem
que tenha vivido antes dele, agiu perversamente
para justamente desafiar ao que ele chamava de
o D’us da Tradição. Ele conhecia Seu Senhor, e
se rebelou contra ele mesmo assim. Inspirado
em Nimrod, surge a fábula do “deus mau (ou
numa linguagem atual, a força maligna/ o
demônio/ o diabo) que luta contra D’us bom
(que é a compreensão de D’us de acordo com
os ensinamentos da Tradição)” esta foi a
forma “figurativa” que os oprimidos por ele o
descreviam. O conhecimento de Nimrod sobre
D’us veio da tradição de sua família. Porém
ele não acreditava em D’us como um Ser cuja
vontade se cumpre na Terra. Acreditava sim,
que cada pessoa agia como queria e D’us nada
poderia fazer a respeito, nem para abençoar nem
para punir. Assim insistindo em sua teoria ele
colocou-se como exemplo dela; propagando o
terror e desafiando a Justiça de D’us.
31 D’us afastou Sua Presença para o Sexto
Céu, em resposta aos pecados de Sodom e
Amorah (Gomorra), primariamente, estes eram
o roubo e a perversão da sexualidade. D’us fez
isso para evitar que a proximidade com Sua
santidade provocasse o desencadear de uma
série de consequências “naturais” (de acordo
com as Leis estabelecidas) que provocassem um
Pesado Decreto Divino sobre várias nações. E
mesmo concedendo esta benção aos Sodomitas; a
maldade deles subiu – por assim dizer - até D’us;
isto é, alcançou tamanha magnitude que exigiu
a Justiça de D’us sobre o mundo provocando
Seu decreto. Nestas sociedades, a crueldade
era admirada e a bondade humana considerada começaram a remediar a situação caótica da
crime capital. [13] E esta foi a gota d’água para civilização, trazendo a Divina Presença mais
decretar seu Juízo.
32 Os antigos Egípcios completaram às trevas das culturas desenvolvidas pelo
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o trabalho” de afastar a Divina Presença,
devotando-se aos seus muitos ídolos, e a
uma perversão sexual ainda maior que a dos
Sodomitas. Os egípcios praticavam toda sorte de
Magias e experimentos com forças espirituais.
Misturavam conceitos da Sagrada Tradição,
com idéias desenvolvidas em seu próprio meio
e por outros povos. Assim eles se enfraqueciam
espiritualmente e procuravam na luxúria seu
prazer maior. Eram infiéis e temos exemplo disso
pela própria esposa de Faraó procurando traí-
lo deliberadamente. Não conseguiam observar
os Mandamentos básicos de D’us, apesar de
muito inteligentes e refinados. Assim D’us
decretou que os Egípcios seriam o exemplo para
a humanidade, sobre o Juízo literal de D’us. Mas
eles foram exclusivos em desenvolver um novo
tipo de mal – a magia. [14] Aprenderam como
manipular certas forças espirituais em benefício
próprio, bem como sobre o charlatanismo para
enganar as massas. Com a Presença de D’us
afastada ao Sétimo Céu, a humanidade se viu
num mundo completamente dominado pela
violência, pelo caos social, pelo culto ao absurdo,
por doenças, por guerras e por morte. As trevas
espirituais reinaram nesta época sobre o mundo
dos homens. O afastamento da Divina Presença
visa impedir que o homem seja sumariamente
executado pelos seus crimes a fim de dar-lhe
tempo para que searrependa. Porém a Lei de
Midá Kneg’d Midá – Medida por Medida é
muito clara; e estabelecida neste mundo; para
que ao plantar o caos social o homem sofra
suas consequências de forma completa. Assim o
homem é o responsável pela própria desgraça, e
não pode dizer que está sendo alvo da punição
divina, senão da sua própria ignorância. Um
Juízo divino realmente decretado provocaria
destruições sem precedentes sobre a civilização
humana; exatamente de acordo com seus crimes.
Para preservar asociedade humana D’us “afasta”
por assim dizer, sua divina Presença de nós; o
que nosprotege contra o Juízo rigoroso.
33 Finalmente surgiu um justo, cujos atos
próxima da terra. Seu nome é Avraham. Ele
esteve sozinho, contra todo um mundo devotado
Shiur 02
Os Mandamentos Noachides: História, significado
e modo de vida.
homem afastado da Tradição, e procurou ele
mesmo, investigar sobre a realidade do Criador
mencionado na Tradição, conhecê-LO e Serví-
LO. Esta é, portanto, a base do relacionamento
Noachide com D’us, sua busca deve ser como
a de Avraham; voluntária econsciente. E se for
assim, tal como ele [Avraham] conheceu Seu
criador, qualquer pessoa também O conhecerá,
de acordo com seu esforço, de acordo com seu
mérito. Ele, com isso, desafiou a autoridade de
Nimrod, recusando-se a cultuá-lo, e declarando
sua fé num D’us transcendental, UNO e único,
atribuindo-LHE a Criação do universo. Pelo
mérito de Avraham, a Divina Presença desceu
do sétimo para o Sexto Céu. Não apenas pelo
pensamento ou opinião de Avraham, que no
caso também eram compartilhadas por Shem e
Éver, dos quais era discípulo. Estamos falando
da atitude de Avraham, o resultado de suas
ações após ter assimilado os conhecimentos.
Isso provocou uma mudança radical na
espiritualidade do mundo.
34 E Por causa do filho de Avraham,
Itzhak, a Divina Presença desceu do sexto para
o Quinto Céu. E do quinto para o Quarto Céu,
por causa do filho de Itzhak, Iáacov. Os filhos de
Avraham continuaram a obra do pai, praticando
a bondade, incentivando-a entre seus vizinhos
e procurando propagar o conhecimento de D’us
entre os homens que lhes vinham ao encontro.
35 A força espiritual de Iáacov era
excepcional. Iáacov foi o Patriarca que mais
sofreu. Ele foi testado duramente em suas
convicções e deve que encarar duros paradoxos
que lhe ensinaram a transmitir a força espiritual
necessária aos seus filhos. Para nos mostrar
um pouco disto, as Escrituras relatam sua
“luta” com um Malách (Lit. “enviado” – trata-
se de uma entidade espiritual não humana,
divididos de acordo com suas funções; e que
são os mecanismos funcionais dos fenômenos
universais) - (Bereshit 32:25-30). É evidente que,
se um Maláh é uma entidade espiritual logo, esta
“luta” não aconteceu literalmente; mas numa
visão profética, conforme explica o Rambam
sobre isso, na sua obra O guia dosPerplexos.
Anjos não “se materializam” como alegam
alguns. Anjos são seres puramente espirituais e
Com a ajuda dos Céus - ‫בס''ד‬
8
que não podem mudar seu status. Assim, esta
luta foi “no campo espiritual” enão no plano
físico. Foi uma luta de idealismo e convicção, um
teste de personalidade extremamente rigoroso, e
não um conflito num ringue.
36 Por meio de Iáacov e seus descendentes,
doze filhos e uma filha; um novo e distinto povo
surge na Terra. O surgimento do povo de Iáacov/
Israel estava nos planos de D’us, desde que ELE
sabia que a humanidade escolheria usar sua
liberdade para abandonar a Sagrada Tradição.
D’us então decreta a preservação desta tradição
por meio dos filhosde Iáacov/ Israel.
37 Os filhos de Israel foram assim nomeados
após seu pai Iáacov ter sido abençoado por D’us,
com um novo nome, conforme está escrito: Teu
nome não mais será Iáacov, mas Israel será
o teu nome; e ELE chamou seu nome, Israel
(Bereshit 35:10). RASHI comenta que o nome
Iáacov implica alguém que age secretamente,
ou clandestinamente; na informalidade.
Mas o nome Israel denota um príncipe, e um
líder [conecto com D’us] que age, portanto,
abertamente. Isso não quer dizer que Iáacov
era um desonesto enganador antes, e depois se
tornou justo. Isto quer dizer que antes, Iáacov
era interpretado como alguém que age apenas
com malícia e engano; embora não o tenha feito.
Porém, dali em diante, as pessoas reconheceriam
sua sede de sucesso espiritual; pois D’us Mesmo
estabeleceu uma comunicação com ele para
lhe garantir o bem estar da sua descendência
conforme as promessas feitas a seu avô Avraham.
38 Avraham, Itzhak e Iáacov foram
poderosos profetas e souberam que seus
descendentes - por estarem preservando a
Tradição rigorosamente - seriam enviados ao
Egito em exílio, que significaria uma provação
que serviria para refinar-lhes o caráter espiritual
e moldar-lhes o sentimento nacional necessário
para formarem uma pátria; e queseriam
redimidos dali por D’us diretamente para receber
o Pacto Sacerdotal da Torá noMonte Sinai, que
os estabeleceriam como Guardiões da Revelação
Divina, para sempre, assegurando a perpetuação
do Pacto de Noach e seu acesso a todos os povos
em todas asgerações. Os patriarcas foram os
Shiur 02
Os Mandamentos Noachides: História, significado
e modo de vida.
instrumentos de D’us na criação deste Reino
de Sacerdotes e Nação Sagrada; a fim de que o
conhecimento abandonado pelos povos fosse
preservado, ao mesmo tempo em que D’us
instituía sua “escola maior” de sabedoria; por
meio da Sabedoria que revelaria aos Mestres de
Israel, que são observantes do Pacto doSinai.
Assim, por meio de Israel D’us revela os
conhecimentos que beneficiam a humanidade,
de forma segura e inviolável.
39 Os Patriarcas observaram fielmente os
Sete Mandamentos Universais, e por meio da
Profecia, viram que o Pacto do Sinai traria ainda
mais obrigações sobre seus descendentes, e
observaram também alguns daqueles preceitos,
para irem moldando ocaráter de seus filhos. Esta
verdade, porém, não pode ser confundida, com
as falsas ideologias de pretensos gentios que
desejam imitar o modo de vida dos judeus, sem
que façam parte do Pacto do Sinai, acreditando-
se baseados na atitude dos Patriarcas. Enquanto
que os Patriarcas eram observantes das 7 Leis
de Noach, haviam recebido de D’us a promessa
de que, da sua descendência surgiria o povo
de Israel cuja aliança no Sinai somaria 613
Mandamentos que os tornaria um reino de
sacerdotes. Os gentios devem observar as 7 Leis
de Noach, e não tentar usurpar o decreto Divino
dado sobre os Filhos de Israel num determinado
tempo e necessidade histórica. Isto quer dizer
que, se é verdade que os gentios de hoje, podem
observar certos Mandamentos dentre as Leis do
Sinai, também é verdade que sua Missão neste
mundo não é como a missão dos Patriarcas de
Israel, nem como a missão do povo de Israel.
Embora os objetivos sejam os mesmos o modo
de vida é diferenciado.
40 Quando D’us abençoou Itzhak, o
motivo foi, “porque Avraham ouviu a Minha
voz, e guardou minha Observância, Meus
Mandamentos, Meus Estatutos e minhas
Leis” (Bereshit 26:5). RASHI comenta que a
“Observância” refere-se às admoestações da
Torá, que não haviam sido ordenadas à Avraham,
incluindo as proibições rabínicas sobre o Shabat,
enquanto que a expressão, “Mandamentos”
refere-se aos assuntos relacionados a roubo,
eassassinato (dois Mandamentos também
Com a ajuda dos Céus - ‫בס''ד‬
9
Noachides). [15] Assim especialmente para
Avraham foi autorizado na sua condição de
Patriarca do povo judeu, a observância doShabat
que seria um “sinal” entre D’us e os filhos de
Israel; bem como a observância decertas Leis
de Noach de acordo com a legislação que seria
estabelecida no Sinai. Mas issonão foi ordenado
a Avraham sob pena de nenhuma punição; e por
isso não eram “mandamentos” para ele, senão
práticas espirituais permitidas no seu caso sob o
específico propósito educacional.
41 De fato, devido a estas revelações,
entre os Filhos de Israel, houve conflito entre
a interpretação do que seria o Pacto Universal,
e o futuro Pacto do Sinai para o qual eles
caminhavam. O conflito inicial registrado nas
Escrituras é entre Iosséf (José), e seus irmãos,
sobre as diferenças entre as Leis Noachides sobre
alimentação e as Leis que seriam reveladas no
Sinai sobre isso. A Lei revelada no Sinai permite
a todos comer a carne de um animal contanto
que tenha sido ritualmente abatida de acordo
com a Legislação; mas a Lei Noachide que proíbe
o consumo do membro de um animal vivo,
proíbe o consumo da carne a menos que todo e
qualquer sinal de movimento tenha cessado no
animal; não importando de este animal foi ou
não ritualmente abatido.
42 Os irmãos de Iosséf argumentaram
calorosamente, que de acordo com a revelação de
que seus descendentes receberiam os preceitos
do Sinai, a Lei de Noach estava isenta desde já. E
para provar sua certeza disso, eles abateram um
animal, de acordo com a Lei do Sinai, e assando
sua carne no fogo diretamente, comeram-na
antes mesmo de cessar o movimento na carne
do animal (isto é, comeram a carne com sua
Néfesh).
43 Iosséf concluiu que eles erraram muito
com isso, e contou o que aconteceu a seu pai.
[16] Os irmãos de Iosséf sentiram-se afrontados
pelo irmão mais novo, e procuraram puni-lo
primeiramente com a pena capital; e ao desistirem
disso propuseram o “exílio” porque estavam
considerando que Iosséf cometeu o crime de “não
estabelecer a Justiça”, por desafiar a autoridade
deles na Lei. Este decreto dos irmãos de Iosséf
Shiur 02 Com a ajuda dos Céus - ‫בס''ד‬
Os Mandamentos Noachides: História, significado 10
e modo de vida.

sobre ele, teve como resultado o decreto de D’us para o Pacto do Sinai, não fosse totalmente
sobre Israel - Midá Keneg’d Midá – Medida por desprezada. [18] Os levitas temiam que as
Medida - Isto aconteceu quando os líderes de promessas benéficas de Israel fossem anuladas
Israel realizaram julgamentos apressados no pelo mau comportamento do povo; então
tribunal a exemplo dos irmãos de Iosséf. A pena assumiram a grande responsabilidade de estudar
foi a destruição do Templo, e todos os males que profundamente a Torá em nome do povo. Sua
se seguiram. dedicação foi tão grande, que a escravidão
acabou mais cedo para eles, do que para os
44 Mas D’us mostrou-Se com ele, e o demais membros das outras tribos.
transformou num dominante no Egito, lado a
lado com o Faraó. Isto é, D’us mostrou-lhe que 48 E por causa da justiça do Filho de Levi,
de acordo com seu Juízo da Lei divina, esta seria Kehot, cujos filhos foram instituídos como
sua merecida posição. Na ocasião ele perdoou responsáveis por carregar a Arca Sagrada de D’us
seus irmãos pelo erro que cometeram, tanto pelo deserto, a Divina Presença desceudo terceiro
sobre seu julgamento errôneo da Lei, como na para o Segundo Céu. Levi aprendeu que para
sua atitude contra ele. retificar por completo o mundo, além do esforço
próprio é preciso zelar pela sua descendência
45 A Divina Presença desceu do quarto para para que eles recebam o conhecimento integral
o Terceiro Céu; pelos méritos do terceiro filho de de D’us da forma correta. Kehot era reflexo deste
Iáacov, Levi. Levi cresceu em meio à sabedoria esforço de Levi, epor isto seus descendentes
propagada por Iossef e aprendeuo profundo foram eleitos para carregar a Arca Sagrada de
sentido de temer à D’us ainda pequeno. Como D’us.
o dever de cada membro daAliança Universal
era mesmo o de transmitir com perfeição o 49 Quando Faraó decretou a morte dos bebês
conhecimento à futura geração; Levi era o meninos que nascessem aos Filhos de Israel,
primeiro daquela nova geração que estava Amram, o Líder espiritual daquela geração
recebendo na íntegra o conhecimento de D’us e um descendente de Levi, imediatamente se
que havia penetrado tão profundamente em divorciou de sua esposa, Iohebed. Sua conclusão
seu ser, que a tribo dele derivada foi a que foi a de que, eles deveriam parar de trazer filhos
mais se destacou em Israel; tanto quanto eram ao mundo, apenas para que Faraó os matasse
observantes das Leis de Noach como após a no rio Nilo. Amram, como líder, sabia que uma
Aliança do Sinai. ação sua serviria de exemplo a todos os Filhos
de Israel, que imediatamente se separaram de
46 Antes dos Filhos de Israel se instalarem suas esposas. Mas sua filha, Miriam, mencionou
no Egito, seu irmão Iehudá os havia precedido, e que apesar do decreto do Faraó ser contra todos
instituído Escolas e Centros de Estudo na Terra os bebês meninos, o decreto de seu pai era pior,
de Goshen, tanto para o estudo das Leis de Noach porque seria contra todas as crianças, meninos
como para a análise das revelações sobre o Pacto e meninas dos Filhos de Israel, impedindo que
do Sinai; queeles receberam como Tradição de elas sejam trazidas ao mundo. Refletindo nas
Avraham, Itzhak e Israel. [17] Por isso a pausa palavras da filha, Amram e Iohebed novamente
em Bereshit, para contar sobre a história de se casaram e clamaram à D’us para que
Iehudá e Tamar. interviesse a favor dos Filhos de Israel. Eles
tiveram um filho. Iohebed o escondeu o quanto
47 Mesmo durante o longo e amargo pode, e tentou salvá-lo do decreto do Faraó,
período de escravidão no Egito, a tribo de quando então a Divina Providência o fez ser
Levi permaneceu fiel ao que havia recebido, achado pela filha do Faraó que o nomeou Moshe.
continuando as atividades da Casa de Estudos, [19] Moshe, portanto, foi a resposta de D’us para
apesar da dura escravidão, procurando fazer Amram e Iohebed sobre aquela difícil situação.
com que a Divina Lei revelada à Noach, não D’us respondeu enviando aquele que libertaria o
fosse esquecida, e que a promessa da redenção povo de Israel da escravidão.
Shiur 02 Com a ajuda dos Céus - ‫בס''ד‬
Os Mandamentos Noachides: História, significado 11
e modo de vida.

ETERNO, Vosso D’us, Quem vos tirou da Terra

50 Pelo mérito de Amram, a Divina Presença do Egito; da casa dos Escravos.” Esta é a base e
desceu do segundo para o Primeiro Céu. Por o sustentáculo do Judaísmo; a experiência real
ele ter ouvido o conselho de sua filha, Mirian dos Filhos de Israel com D’us perante o Monte
a profetiza, que lhe declarou naverdade, um Sinai. Isto comprova a origem divina da Torá
decreto Divino que ela havia visto. Ela mesma, ao mesmo tempo em que demonstra o caráter
por sua humildade; temia que houvesse se profético superior de Moshe.
enganado quanto a isso e por isso acompanhou
o cesto onde estava Moshe no seu percurso pelo 54 D’us havia partido do jardim do Éden, e
rio. Mas a atitude de Amram mostrou que ele agora havia voltado ao Monte Sinai na entrega da
reconheceu na visão profética dela, realmente Torá. Portanto, na entrega da Torá; o pecado de
uma ação divina e foi humilde para “receber Adam havia sido retificado. O homem que havia
instrução”. perdido a noção de “certo e errado” em troca da
noção “de bem emal”. Esta última, porém, foi
51 Moshê foi o mais humilde dos recupera pela entrega da Torá quando a noção de
homens que viveram. (Bamidbar / Num 12:3) “certo deerrado” pode agora penetrar na mente
Sua humildade era tão completa que ele não se humana, e a pessoa poderá ter certeza a respeito
considerava absolutamente nada que significasse de suas próprias noções de Justiça, sabendo que
mais do que qualquer outro semelhante. Apesar elas devem estar afinadas com a sabedoria de
de ser criado com todo luxo da corte do Faraó, D’us, registrada na Torá.
e com muitos privilégios, Moshe se considerada
igual a todos, e o conceito egípciode castas, não 55 Esta foi a Divina Revelação, cuja
lhe penetrava na mente e no coração. Ainda proporção, a mente humana não pode sequer
vivendo na corte do Faraó, Moshe sabia da sua começar a compreender. Todos os cegos, surdos,
origem, e aprendeu a Sagrada Tradição de seus doentes foram instantaneamente curados pela
pais. Tudo o que era por ele alcançado, era exposição direta à Divina Presença. [24] Todas
visto como vindo de D’us somente. Ele sentia as Neshamot (espíritos) dos justos, mesmo
realmente que casoD’us houvesse abençoado daqueles que apenas viriam a nascer no futuro,
outra pessoa com seus muitos talentos, esta outra foram trazidas para testemunhar ofenômeno
pessoa teria alcançado ainda mais realizações da Revelação da Divina Presença. [25] Todos
que ele. Sua virtude era nutrir estes sentimentos aqueles que ainda deveriam nascer neste mundo,
de forma absolutamente sincera. [20] Esta auto- estiveram no Sinai para testemunhar a verdade
anulação positiva, serviu de forte contraste com de D’us e assim reconhecê-la quando procurarem
a arrogância de Faraó, que se dizia divindade, tal por ela.
qual Nimrod antes dele. [21]
56 Este foi o selo de D’us, sua Verdade. Isto
52 Quando D’us redimiu os Filhos de Israel, é, a revelação Nacional é o selo da Verdade de
e neutralizou a idolatria dos egípcios, Seu D’us revelada ao povo de Israel.
propósito foi conduzi-los à Revelação do Sinai
para que recebessem a Torá. Isto deixa claro que 57 Com a entrega da Torá, o D’us da Tradição
os Filhos de Israel apenas existem hoje, por causa dos Filhos de Israel, provou Sua Existência
e para a Torá. Daí compreendemos que o único absoluta e a verdade de que escolheu os
propósito da própria existência dos judeus, é a descendentes dos Patriarcas que colaboraram
observância do Pacto do Sinai. com o retorno da Divina Presença, Avraham,
Itzhak e Iáacov; e os Filhos deIsrael, para que
53 Cinquenta dias após os Filhos de Israel preservassem para sempre o testemunho sobre
terem deixado o Egito, Moshe os leva perante o a Revelação e Realidade do SER Primeiro, o
Monte Sinai, onde o público de 600,000 homens, Senhor do Universo, Criador e Sustentador do
e pelo menos 1,400,000 mulheres e crianças mundo.
[22] testemunhou o ETERNO, dizer: “EU SOU O
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Os Mandamentos Noachides: História, significado
e modo de vida.
58 E para esta Sagrada missão, ordenou-
lhes os 613 Mandamentos da Torá. E, portanto,
o gentio não deve adotar a prática destes
mandamentos, fora do Pacto do Sinai, uma vez
que não corrobora desta missão específica, sendo
membro do Pacto de Noach. Ele re-afirmou o
dever de todos os povos, em continuar a observar
o Pacto Universal, os Sete Mandamentos de
Noach, perpetuados pelo evento no Sinai, e
ordenou a Israel que assim ensinasse aos povos.
[26] Moshe enfatizou aos filhos de Israel, aos
lhes explicar sobre Bereshit, que as nações
têm mesmo o dever perante D’us de Observar
a Aliança Universal, do mesmo modo em que
os Filhos de Israel têm o dever de observar a
Aliançado Sinai.
59 Nesta ocasião, ocorreu tanto o
estabelecimento do Pacto do Sinai, como a
perpetuação do Pacto de Noach, pois Israel se
tornou “Guardião da Revelação Divina em todos
os tempos”. Por isso, aquele que imita o Judeu
está profanando a missão Divina que recebeu de
D’us pela forma como D’us o criou neste mundo;
além de profanar a Aliança do Sinai imposta por
D’us aos Filhos de Israel. Para evitar este erro tão
grave, D’us instituiu ser possível a conversão, caso
um Noachide deseje insistentemente se tornar
judeu. Isto prova que por quaisquer outras vias,
é impossível se tornar judeu. Todogentio tem
sua missão e Aliança com D’us refletida nas Sete
Leis de Noach, e deve estudálapara compreender
o poder que tem nas mãos, e que certamente
contará como apoio deD’us para propagação da
justiça na Terra.
60 A Lei Divina - tanto a que foi ratificada
por meio de Noach como por meio deMoshê – é
uma, embora possua legislações específicas para
cada caso. Apenas o regimento espiritual muda,
entre o judeu e o gentio, de acordo com a função
de cada um “dentro desta empreitada” de D’us.
Assim, os descendentes de Noach, que optam
pela justiça e pela recepção da responsabilidade
que tem perante D’us, observam o Pacto de
Noach, por tersido ele perpetuado no Monte
Sinai, e não apenas porque foram dados à Noach.
Pois se não houvesse a Revelação Nacional não
haveria comprovação definitiva sobre a Sagrada
Tradição.
Com a ajuda dos Céus - ‫בס''ד‬
12
61 E os Filhos de Israel, os “Guardiões da
Torá” (Torá também no sentido de “Instrução
Divina”) foram ordenados a ensinar sobre a
“Tradição Sagrada”, os Sete Mandamentos
Universais aos gentios que optam pelo caminho
da Justiça, os gentios justos. Assim a justiça
de uma pessoa está intimamente ligada à
observância dela à Aliança Universal.
62 Quando Moshe subiu ao Monte Sinai,
para encontrar-se com D’us, a terra e os céus
tornaram-se unificados de forma especial. Isto
é, foi aberta a possibilidade de contato espiritual
e material para que as pessoas possam elevar a
si mesmas por intermédio da Lei Divina. D’us
irradiou sua Santidade sobre a Terra. Por isso os
fenômenos ocorriam com tamanha frequência,
conforme os registros das Escrituras. Então,
pela primeira vez desde a Criação do mundo,
objetos tornaram-se saturados pela Santidade
[ou seja, através dos 613 mandamentos].
Uma das características da Aliança do Sinai
é revelar o “divino” em todas as coisas; isto
é, a revelação para os filhos de Israel de que o
universo é um laboratório divino e que eles
seriam os responsáveis de trabalhar com estas
forças divinas para beneficiar a humanidade.
O pergaminho da Torá, e outros [escritos dos
escribas], os animais ofertados, os utensílios
usados no Tabernáculo, e depois no Serviço do
Templo, e os próprios Filhos de Israel tornaram-
se sagrados junto ao ETERNO, significando que
eles foram separados especialmente para atender
aos propósitos do Pacto do Sinai, para o Serviço
Divino (Shemot 19:6) [27] Assim compreendemos
que a energia de Santidade divina é uma força
real e que afeta pelo contato, aqueles que com
ela se envolvem mais diretamente. Esta força
provocava diversos fenômenos no Templo e
garantem a prosperidade e bem estar dos povos.
63 Este foi o início da religião
verdadeiramente universal, na qual Israel, e os
gentios justos são os fieis representantes. [28]
Este foi o ano de 2448 da Criação. [29]
64 Durante os períodos, nos quais o povo
Judeu viveu na Terra Santa, a responsabilidade
deles foi a de ensinar a todos os gentios que
Shiur 02 Com a ajuda dos Céus - ‫בס''ד‬
Os Mandamentos Noachides: História, significado 13
e modo de vida.

haviam abandonado a Tradição, e trocado um mundo tenebroso. Misturados em diversas

seus valores pela cultura pagã gerada na época culturas que derivam das noções idólatras do
sombria do afastamento da Divina Presença; passado, os judeus tiveram que se esforçar
a observância dos Sete Mandamentos, e os para manter a própria Tradição, ou seriam
gentios que entravam em contato com Israel absorvidos pelos modos, costumes e crenças dos
cumpriam seu legado. Durante os 410 anos do seus vizinhos. Falhando assim se em sua própria
Primeiro Templo, e os 420 anos do Segundo missão conforme o Pacto do Sinai. Tiveram que
Templo, os gentios que desejaram habitar se proteger com o Mandamento, “guarda-te
na Terra de Israel, tinham que concordar em de não te unires a elas, seguindo-as, depois de
observar os Sete Mandamentos; e por meio de serem destruídas de diante de ti, e não indagues
sua fidelidade e devoção, eram permitidos de acerca dos seus deuses, dizendo, ‘De que modo
entrar no Sagrado Templo, e Oferecer ali Ofertas serviam estas nações a seus deuses, do mesmo
ao ETERNO. (Zehariah 14:17-18) [30] Mas com modo também farei eu’.” (Devarim 12:30) Pois o
relação às nações do mundo em geral, é exposto poder deste Mandamento capacitou os judeus a
um problema: A influência de Israel sobre as não se deixarem consumir pela Assimilação.
Nações aconteceu, no seu auge, na época de
Shelomo, quando a Terra de Israel era um lugar 67 Além disso, os judeus encontraram
muito visitado por pessoas de todo o mundo, que pessoas que os odiavam mesmo antes de conhecê-
buscavam a sabedoria que dali se ouvia emanar. los, que foram hostis e violentas; e procuravam
apenas tentar convertê-los à herança idólatra
65 Mas, a observância dos Mandamentos que herdaram de seus antepassados, recusando-
Universais fora de Israel era rara. Então, no ano se a ouvir o que os judeus tinham a dizer sobre
de 4800 da Criação, aproximadamente dois mil servir à D’us. Estes foram os cristãos católicos
anos atrás, D’us tomou uma decisão drástica e protestantes; que muito mal causaram aos
para resolver este problema, ao mesmo tempo Filhos de Israel.
em que corrigiria Israel de seus erros. ELE
provocou a destruição de Seu Sagrado Templo, 68 Mas existem também, males específicos
o centro religioso da vida judaica da época, e que precisam de nossa atenção: Primeiro, o
exilou seu Povo Israel “aos quatro cantos da desprezo à espiritualidade pela humanidade,
terra” – por assim dizer -onde eles permanecem atingiu um estado desesperador. Metade do
em sua maioria, até os dias de hoje. Como está mundo adotou [ou pratica em sua vida] o
estabelecido no Talmud, “o Povo Judeu foi conceito filosófico do Ateísmo (que é considerado
enviado ao exílio, para que se multipliquem pelos judeus como o pior tipo de Idolatria), e
os convertidos”, significando que Israel deve grande parte do resto do mundo, mesmo com
ensinar as Nações à abandonar suas heranças suas religiões idólatras tradicionais, procura
idólatras e assumir o Pacto original, que é o a profanação da sexualidade, a imoralidade
Pacto de Noach. Convertido aqui não se refere e a exclusiva ocupação com a materialidade
à conversão ao Judaísmo conforme as normas ao invés de trabalharem pela paz mundial.
do Pacto do Sinai, mas ao abandono da Herança Suas sociedades não podem impedir o crime, a
Idólatra e aceitação da Aliança Universal que violência, a miséria e a opressão em seu meio, e
“converte” os maus caminhos dos povos num na verdade eles mesmos alimentam tais males.
caminho de Justiça, conforme proposto pela Assim as nações estão sentindo asdores de suas
Torá. [31] escolhas errôneas.

66 A intenção foi a de que o povo Judeu
proclamasse a fé no D’us de seus antepassados,
e trouxessem todos os povos do mundo em
unificação com D’us; transmitindo-lhes os Sete
Mandamentos Universais de Noach. Mas o que os
judeus encontraram na sua chegada ao exílio, foi
69 Em segundo lugar, existe uma inspiração
ao ecumenismo, largamente propagadopelos
sistemas de comunicação, que promove uma
maneira “auto-baseada” de “servir” à D’us, sem
parâmetros ou compromisso com a Tradição
oriunda do primeiro homem, transmitida por
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Os Mandamentos Noachides: História, significado
e modo de vida.
Noach e perpetuada pela Revelação do Sinai. Esta
visão “ilegal” (quero dizer, não de acordo com a
Lei Divina) de um serviço Divino de acordo com
a visão humana e não de acordo com o instituído
pelo próprio D’us, não mais reflete as verdades
da Torá, preservadas pelo Judaísmo. Estes
problemas têm causado desuso das faculdades
espirituais humanas e inquietação de alma no
homem moderno. Ainda que muitas pessoas
queiram viver uma vida espiritualizada, mais e
mais suas religiões as decepcionaram ou não as
completam.
Adaptação de Texto: R` Y. Lopes
Notas: [1] Talmud de Babilônia.
[2] ...mesma citação.
[3] Comentário de RASHI, sobre Va-Icrá {Levítico} 1:1,
“dizendo....”
[4] RASHI é o acrônimo de “Rabino Shelomo filho de
Itzhak”, autor da maioria doscomentários das Escrituras
e do Talmud. Rashi viveu na França Medieval, nascido no
anode 1040 da Era Comum (4800 da Criação). Mesmo que
ele explique na maioria das vezes osignificado literal dos
textos, de modo que até uma criança pequena seja capaz
de entenderseu comentário, estes também atingem níveis
espirituais extremamente elevados, e difíceisaté para os
mais avançados sábios.
[5] Do livro, {Capítulos} “Ética” dos Pais, ou Pirkei Avot,
5:6
[6] Do Livro, Midrásh Rabáh, Bati L’Gani, Maamar
{discurso} do Sexto Rebe deLubavicht, Rabi Iosséf Itzhak
Shneerson, de abençoada memória.
[7] Talmud de Babilônia.
[8] Do Livro Ta’amei HaMinhaguim {A Lógica dos
Costumes}
[9] Comentário de RASHI, sobre Bereshit 25:22, “E eles
lutaram”; e sobre o comentário deBereshit 28:11, “E ele
pousou no local”
[10] ...do mesmo... Bereshit 11:1 “uma outra explicação...”
[11] Talmud de Jerusalém, comentário de RASHI sobre
Bereshit 11:1
[12] Do Livro, Zohar (Esplendor), Ialkut Me’Am LoEz
[13] O comentário de RASHI, sobre Bereshit 18:21,
onde é mencionado que os naturais deSodom mataram
cruelmente, um estrangeiro e uma garota, por darem
alimento a umpedinte.
Com a ajuda dos Céus - ‫בס''ד‬
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70 Porém, D’us finalmente trouxe o tempo
apropriado no qual os próprios gentios tomem
consciência de se aproximar de D’us e de Sua
Torá, como está Escrito:
Assim disse o ETERNO dos Exércitos:
Naqueles dias, 10 homens dediferentes
línguas e de todas as nações segurarão
a orla das vestes de um judeu, dizendo:
Iremos contigo, porque sabemos que D’us
está contigo! (Zehariah 8:23)
Isso significa que D’us Mesmo está motivando
as pessoas para que por sua livre e espontânea
vontade; a proximem-se de Sua Lei.
[14] O comentário de RASHI sobre Shemot 7:22, que
estabelece que quando a primeira dasdez pragas, que
transformou o rio em sangue, estava cumprida, o Faraó
disse para Moshê eAharon, “Você traz magia ao Egito, que
já é cheio de Magia?”
[15] Comentário de RASHI em Bereshit 26:5
[16] Comentário de RASHI em Bereshit 37:2, “E Iosséf
trouxe más notícias ao seu pai...”
[17] Comentário de RASHI em Bereshit 46:28, “Na frente
dele...”
[18] Comentário de RASHI em Shemot 5:4, “Ide as vossas
cargas...”
[19] Comentário de RASHI sobre Shemot 2:1, “E ele tomou
a filha de Levi...”
[20] Livro Likutei Sihot, do Rabino Menahem Mendel
Schneerson, volume 13, página 30
[21] Comentário de RASHI sobre Shemot 7:15, “Ele foi às
águas...”
[22] Livro Beit Elokim, de Moshê de Trani, citado na obra
Shaar HaIessodot
[23] Mas permanecendo aproximadamente, quarenta
polegadas acima da Terra
[24] Comentário de RASHI sobre Shemot 20:15, “E todo
o povo viu...”
[25] Do Livro da Nossa Herança, volume 3,página 86
[26] Livro Mishnê Torá, Leis dos Reis, capítulo 8, Lei 11
[27] Do Livro Torá Or {Luz da Torá}, de Shneur Zalman da
cidade de Liadi, página 68ª
[28] Do Livro, o Santuário desconhecido, Uma peregrinação
de Roma à Israel, páginas147-149
[29] Do Livro Seder HaDorot
[30] Talmud de Babilônia
[31] Talmud de Babilônia